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História do Direito e História dos conceitos

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História do Direito e História dos conceitos
História do Direito: Imagens Comparadas 
O tópico pressupõe que na historiografia antiga a identidade era dada claramente pela inscrição da pesquisa no horizonte teórico descritivo, ou também chamado de “grande narrativa”. Hoje é a confiabilidade das visões gerais, certamente podemos reconhecer as grandes narrativas, o fascínio pela coerência. Prioriza-se a possibilidade de uma descrição “pura” da realidade. O cientista que estuda as ciências sociais observa o objeto estudado e está dentro dele. O saber da historiografia é um saber voltado para o passado que acaba sendo um discurso sobre um discurso, não é a descrição de coisas, mas a atribuição de sentido: ou seja, a interpretação. Esse mesmo historiados, não descreve fatos, mas interpreta textos. O intérprete que irá ler esse texto poderá ter diversas interpretações, a arbitrariedade da interpretação não é absoluta, mas relativa ao procedimento de análise. 
O historiador lida com diversos textos, com diversas perguntas, empenhado pela busca de fatos. As historiografias jurídicas então não são mais ou menos importantes que qualquer outra historiografia. Esse pensamento jurídico se desenvolve por continuidade e acumulação progressiva. O direito pode ser visto como pensamento jurídico e o pensamento jurídico como tradição, o direito é dependente dos grupos sócias, interesses e relações econômicas. Não haverá história do direito sem o uso do saber jurídico elaborado em seu presente. O saber jurídico do presente permite diálogo como passado, porque o passado do direito é objetivamente conectado na unidade da tradição, a história do direito se move a partir do saber jurídico.
O historiador se encontra a frente de diferentes tipos de textos e precisa compreender o que um e o outro diz. O texto jurídico muitas vezes pode ser visto e interpretado como o “texto do saber”. Os textos do saber se constituem, assim, de um tipo relativamente homogêneo de textos que podem ser estudados de forma especifica, no momento que transmitem informações são capazes de mudar comportamentos. Trabalhar com esse tipo de texto é escolher um ponto de observação a ser analisado.
Em busca de textos jurídicos: quais Textos e para qual Historiador? 
O tópico pressupõe que o interprete de um texto é um indivíduo historicamente confirmado, e que podemos decidir atribuir á tradição a tarefa de nos dizer quais textos devemos considerar como jurídicos. Nesse caso e tradição é que controla o jogo.
O interprete compreende o passado na medida em que se movimenta desde o mundo cultural e linguístico de seu presente. Por outro lado, o intérprete-historiador apenas atua como tal se é sensível ás sugestões de textos diferentes e distantes, tentando respeitar e perceber sua alteridade. Nessa perspectiva, o processo hermenêutico é o espécie de ponte entre o presente e o passado. A formulação e transmissão de conceitos jurídicos básicos constitui apenas uma subclasse entre as várias classes dos textos jurídicos. O desafio de historiados é também manter um equilíbrio entre os dois mundos diferentes, a linguagem através do qual ele fala e a linguagem sobre a qual ele fala. 
O historiador, precisa de uma de uma definição fraca do direito; ele precisa de uma definição formal, aberta a diferentes conteúdos, uma visão parcial e não holística, uma teoria flexível e não rígida. É um experto em propor questões, reúne informações suficientes que lhe permite propor questões e levantar problemas. O direito pode ser representado como um ‘ponto de partida especificadamente indefinido’. Então, podemos apresentar alguns textos jurídicos como diretamente ligados à dinâmica social e política, enquanto outros textos jurídicos tem a ver como uma reflexão com um discurso cultural. 
A cidadania pode ser definida como o relacionamento do indivíduo e da sociedade, que geralmente é usada como uma expressão carregada de valor de debate filosófico e político presente. Várias perguntas surgem sobre o conceito de cidadania como “Qual foi a condição social que surgiu para o indivíduo ser considerado membro de uma sociedade?”, então faz se necessário a distinção entre palavra e conceito e deve ser explicado diferentemente. O conceito de democracia da sociedade Grega, não é o mesmo nos dias atuais no Brasil. Desse modo, tentamos praticar o processo hermenêutico como um diálogo entre presente passado. 
Para que serve a História do Direito? Um humilde elogio da inutilidade
Vê-se o jurista como operador social, trata-se de interrogar sobre o que a história do direito interfere na formação deste. Para isso é importante considerar obvio o peso do passado para o presente. Fazer do historiador um especialista do passado e do jurista um técnico ligado ao presente é introduzir uma distância que reclama maior esclarecimento. O jurista não pode ignorar a dimensão temporal, a cada estudante é desenhada a importância da interpretação histórica, o presente é o estimulo instrumento, e o passado o objeto e o fim das estratégias heurísticas.
A tradição é o canal de transmissão de uma sabedoria da qual nos apropriamos para resolvermos os problemas do presente. Nada me proíbe de apropriar-me de ‘materiais’ oferecidos por culturas próximas ou distantes, de decompô-las e de recompô-las livremente. 
O jurista tem a necessidade do historiador para perceber unidade do processo e o historiador tem a necessidade do jurista para colocar em questão o problema. A história jurídica serve para oferecer ao jurista uma visão da realidade e para fazê-lo entender o presente como a última evolução.
A historiografia, é a operação hermenêutica de um sujeito radicado no contexto histórico, no espaço e no tempo, na sociedade e na cultura que definem a sua identidade. A historiografia é uma viagem no tempo uma frágil e arriscada ‘peregrinatio’ em mundos distantes e estranhos.
Fichamento História do Direito 
ALUNA: Isabella Maria Nascimento Tavares
TURMA: A
PROFESSORA: Thamires
Faculdade Nacional de Direito

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