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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Os conceitos de distrito sanitário e de centros de saúde surgiram numa tentativa de aproximar o trabalho em saúde da população.
- o centro de saúde é o foco de administração que relaciona os serviços de saúde a uma população de determinada área.
Dawson, ministro de saúde da Inglaterra, foi o primeiro que mais se aproximou dos conceitos atuais de atenção primária a saúde, quando definiu o centro de saúde como instituição encarregada de oferecer atenção médica no nível primário de acordo com as necessidades locais.
“O centro de sáude primário é a instituição equipada com serviços de medicina preventiva e curativa, conduzida por um médico generalista do distrito.”
Em 1966, a APS foi definida como uma oferta de primeiro contato, com a adoção da responsabilidade longitudinal pelo paciente independentemente da presença ou ausência de doença.
Na década de 1970, mudou-se o conceito de APS para uma forma de aporte de cuidados médicos que acentua o primeiro contato e assume a responsabilidade continuada na manutenção da saúde e no tratamento de doenças e do paciente.
Segundo a conferência de alma - ata, em 1978, a atenção primária de saúde é fundamentalmente assistência sanitária posta ao alcance de todos os indivíduos e famílias da comunidade, com sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país possam suportar. A APS seria igualmente válida em todos os países, mas com a possibilidade de adotar diversos formatos segundo as diferenças políticas, econômicas, sociais e culturais.
O QUE É APS?
A declaração de Alma-Atá definiu que a APS deveria ser orientada de acordo com os principais problemas sanitários da comunidade e prestar atenção preventiva, curativa, de reabilitação e de promoção da saúde.
Podemos conceituar a APS como o nível de um sistema de saúde que oferece a entrada no sistema para todas as novas necessidades e problemas, fornece atenção à pessoa (e não à enfermidade) no decorrer do tempo, fornece atenção a todas as situações de saúde, exceto as incomuns, e coordena ou integra a atenção fornecida em algum outro lugar ou por terceiros. Ou seja, ela organiza e racionaliza o uso de todos os recursos, tanto básicos como especializados, direcionados para a promoção, manutenção e melhora da saúde.
Pode-se compreender a APS como uma tentativa de inverter a priorização das ações de saúde, de uma abordagem curativa, desintegrada e centrada no papel hegemônico do médico para uma abordagem preventiva e promocional, integrada com outros níveis de atenção e com outros profissionais da saúde.
Outra peculiaridade da APS é a não discriminação a nenhum grupo humano por sua condição econômica, sociocultural, de raça ou sexo.
	
	MODELO CONVENCIONAL
	ATENÇÃO PRIMÁRIA
	ENFOQUE
	Doença, cura
	Saúde, prevenção, atenção e cura
	CONTEÚDO
	Tratamento, atenção por episódio, problemas específicos
	Promoção da saúde, atenção continuada, atenção abrangente
	ORGANIZAÇÃO
	Especialistas, médico, consultório individual
	Clínicos gerais, grupo de outros profissionais, equipe
	RESPONSABILIDADE
	Apenas setor de saúde, domínio pelo profissional, recepção passiva
	Colaboração intersetorial, participação da comunidade, auto-responsabilidade
Um sistema de saúde baseado na APS faz do direito ao nível de saúde o mais elevado possível e o seu principal objetivo, maximizando a equidade e a solidariedade. Caberá a cada país desenvolver sua própria estratégia para renovação de APS, de acordo com a sua realidade política, econômica, capacidade administrativa e desenvolvimento histórico alcançado pelo setor de saúde.
O brasil, na construção do seu sistema de saúde, passou por movimentos de reforma sanitária e por movimentos populares pela redemocratização do país. Entre os avanços sociais conseguidos por esses movimentos, estão os princípios norteadores do SUS (universalidade, equidade e integralidade) na constituição de 1988.
VALORES: a) direito ao nível de saúde mais elevado possível, b) equidade, c) solidariedade.
PRINCÍPIOS: a) dar resposta às necessidades de saúde da população, b) os serviços de saúde orientados pela qualidade, c) responsabilidade e prestação de contas dos governos, d)sociedade justa, e) sustentabilidade do sistema de saúde, f) participação e g) intersetorialidade.
CARACTERÍSTICAS: a) acesso e cobertura universal, b) atenção integral e integrada, c) ênfase na prevenção e na promoção, d) atenção apropriada (sistema de saúde não focado na enfermidade), e) orientação familiar e comunitária, f) organização e gestão otimizadas, g) políticas e programas que estimulam a equidade, h) primeiro contato, i) recursos humanos apropriados, j) centrado em um planejamento que disponha de recursos adequados e sustentáveis, l) ações intersetoriais e com enfoque comunitário.
Durante o período colonial até o começo da república velha, os principais problemas de saúde do Brasil eram ocasionados por problemas de higiene. Nesse período houve o predomínio das doenças pestilentas, como febre amarela, varíola, malária e tuberculose. Na república velha foi que começou a surgir políticas de saúde pública, que eram baseadas principalmente no controle de insetos e animais vetores. Nesta época, tem-se início o sanitarismocompanhista.
O modelo agroexportador vigente na época exigia uma maior política de saneamento nos espaços de circulação de mercadorias exportáveis e o controle de doenças que prejudicavam a exportação. 
Em 1923, com a criação da lei Elói Chaves, surge a previdência social no brasil, com as caixas de aposentadorias e pensões (CAPs). A partir de 1926, a assistência médica é incorporada como uma atribuição das CAPs.
Modelo médico-assistencial privatista:Em 1930, ocorre a organização dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), que leva a assistência médica a assumir uma função provisória e secundária. A assistência médica era prestada principalmente em centros urbanos por médicos em práticas privadas, enquanto a assistência hospitalar concentrava-se nas misericórdias, pertencentes a instituições religiosas ou filantrópicas. Esse modelo ficou conhecido como médico-assistencial privatista.
Esse modelo médico-assistencial privatista assenta-se na garantia de que o Estado é o seu grande financiador por intermédio da Previdência Social, o setor privado social assistencial-curativo o seu grande prestador e o setor internacional o seu grande produtor de insumos, equipamentos e medicamentos.
Esse modelo constitui-se de quatro subsistemas: a) o subsistema estatal, b) o subsistema contratado e conveniado com a previdência social, c) o subsistema de atenção médica supletiva (buscava atrair a mão de obra qualificada de grandes empresas) e d)o subsistema de altas tecnologias (organizado em torno dos hospitais universitários e centros de referencia).
Modelo em defesa da vida: estava fundamentado dos seguintes princípios:
- gestão democrática
- saúde como direito de cidadania
- serviço público de saúde voltado para a defesa da vida individual e coletiva
Sistemas locais de saúde (silos): o enfoque dos problemas pressupõe a interdisciplinaridade, buscando uma integração conceitual e metodológica entre elas. Há uma contraposição à abordagem multidisciplinar, que fragmenta o conhecimento nas especialidades envolvidas. Esse modelo baseia-se em atender a demanda epidemiologicamente identificada.
SUS E A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
A experiência inovadora da ESF no âmbito municipal trouxe um impacto, representado pelo comprometimento dos recursos federais para a expansão da rede assistencial local e autonomia municipal na orientação da estratégia. 
A decisão governamental de se implantar uma estratégia de saúde da família transcendeu as limitações temporais e a amplitude limitada inerentes à definição de um programa setorial de saúde. Na verdade, a ESF não foi implantada somente para organizar a atenção primária do SUS temporariamente, mas para estruturar esse sistema publico de saúde uma vez que houve um redirecionamentodas prioridades de ação em saúde.
A ESF é considerada um modelo de APS focado na unidade familiar, ou seja, como um modelo coletivo de atenção básica construído no âmbito de um sistema de saúde publico e universal.
O impacto da ESF nos usuários do SUS vai depender essencialmente da sua capacidade de integração com as redes de atenção à saúde: ambulatorial especializada, hospitalar secundária e terciária, rede de serviços de urgência e emergência, e redes de serviços de atenção à saúde mental.
Compete à ESF a coordenação de todo o espectro assistencial em saúde, quando por meio da APS se identificam necessidades de atendimentos mais especializados, coordenam-se as referencias para os profissionais adequados e acompanham-se os resultados terapêuticos e a evolução clínica dos pacientes acompanhados.
A ESF é definida como um modelo de atenção básica operacionalizando mediante estratégias e ações preventivas, promocionais, de recuperação, reabilitação e cuidados paliativos da equipe de saúde da família, comprometidas com a integralidade da assistência à saúde, focado na unidade familiar e consistente com o contexto socioeconômico, cultural e epidemiológico da comunidade em que está inserido.
Nos últimos anos houve expansão relevante do acesso às equipes de saúde da família, aumento da cobertura da ESF nas zonas urbanas e em cidades com maior densidade populacional, alguns avanços na construção da interdisciplinaridade das ações de saúde, maior integração das ações da ESF com as ações de saúde secundárias e terciárias e uma intensificação dos processos de participação comunitária. Cada ESF é diferente, de acordo com as suas próprias prioridades de ação, potencialidades e limitações.
	MODELO HEGEMÔNICO
	ESF
	Saúde como ausência de doença
	Saúde como qualidade de vida
	Atenção centrada no indivíduo
	Prestação de serviços de saúde como direito de cidadania
	Hospital como serviço de saúde dominante
	Atenção centrada no coletivo e com participação da comunidade
	Intervenção do profissional médico
	Centrado na atenção integral à saúde, incluindo ações de promoção, prevenção, cura e recuperação
	Não consideração da realidade e autonomia local
	Níveis de atenção primária, secundária e terciária articulados entre si
	Não valorização da participação comunitária
	Equipe multidisciplinar 
O sistema de saúde brasileiro é caracterizado pelos princípios norteadores do de universalidade de acesso à saúde, equidade de atenção à saúde, hierarquização das atribuições governamentais entre as três esferas do poder publico, integralidade da atenção à saúde, estimulo à descentralização das ações de planejamento e gestão e controle social das ações governamentais de saúde.
As equipes de saúde da família passaram a ter um papel que extrapolava a tradicional resposta profissional às demandas de saúde e passaram a ser organizadores da demanda local, planejadores das ações de saúde, educadores populares e essencialmente agentes de transformação social.
ESF E MÉTODO PAIDÉIA
Método objetivava fazer clínica, saúde publica e gestão em busca de uma síntese representada pelo respeito ao fazer técnico e ao popular, mas considerando os interesses e o desejo dos agrupamentos, combinando lógicas distintas.
Esse método tinha como principais características:
- adscrição territorial
- vinculação das equipes multiprofissionais aos indivíduos e suas famílias num território geográfico particular
- responsabilização pelo cuidado
- ampliação da prática clínica, com a inclusão de sua dimensão social e subjetiva
- integração das ações de representantes do governo, dos trabalhadores e usuários em conselhos deliberativos
As diretrizes desse projeto são: a) clínica ampliada e ampliação das ações de saúde coletiva no nível local, b) cadastro de saúde da população e vinculação de famílias à equipe local de referencia, c) acolhimento e responsabilização, d) sistema de co-gestão coletiva.
* clínica ampliada: é considerada a clínica produzida por todos os profissionais que compões a equipe de saúde: enfermeiro, psicólogo, médico, etc. Assim, tanto no diagnostico quanto na terapêutica, deve-se tomar elementos biológicos, subjetivos e sociais do processo saúde – doença.

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