Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE PITÁGORAS DE TEIXEIRA DE FREITAS CURSO DE DIREITO MIQUÉIAS SOUZA ARAÚJO VILAS BOAS O PENSAMENTO DE NICOLAU MAQUIAVEL E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O PENSAMENTO POLITICO TEIXEIRA DE FREITAS 2015 MIQUÉIAS SOUZA ARAÚJO VILAS BOAS O PENSAMENTO DE NICOLAU MAQUIAVEL E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O PENSAMENTO POLITICO Trabalho apresentado Curso de Direito da Faculdade Pitágoras de Teixeira de Freitas como requisito parcial para Avaliação na disciplina Ciência Política. Orientador: Professor José ArchângeloDepizzol TEIXEIRA DE FREITAS 2015 SUMÁRIO ITENS CONTEÚDO PÁGINA 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 2 CONTEXTO SOCIAL E POLÍTICO ..................................................... 4 3 GLOSSÁRIO ............................................................................................. 5 4 IDEIAS CENTRAIS DE MAQUIAVEL ................................................ 7 4.1 O ESTADO FORTE ................................................................................... 7 4.2 VIRTÚ E FORTUNA ................................................................................. 7 4.3 AS CRUELDADES BEM PRATICADAS E MAL PRATICADAS......... 8 4.4 DO APOIO POPULAR E DO APOIO DOS PODEROSOS....................... 8 4.5 CARACTERISTICA DO PARECER SER DO PRÍNCIPE........................ 10 4.6 DO AMOR E DO TEMOR AO PRÍNCIPE................................................ 10 4.7 VERACIDADE E HONRA DO PRÍNCIPE: DESVANTAGENS............. 11 4.8 O LEÃO E A RAPOSA: QUALIDADES DO PRÍNCIPE.......................... 12 4.9 OS MINISTROS QUE RODEIAM O PRÍNCIPE...................................... 12 5 CONSIDERAÇÕES E CRÍTICAS FINAIS............................................ 13 REFERÊNCIAS......................................................................................... 14 3 1 INTRODUÇÃO Este trabalho tem como intuito principal e essencial, salientar como tema central o contexto político e social nos tempos de Maquiavel, abordando a forma como vivia a sociedade e, também, como se configurava a política daquela época e que, juntos, influenciaram no pensamento de Maquiavel exposto em seu livro O Príncipe. Devido a isso, a vida e as obras de Maquiavel estão expostas neste documento, para mostrar as características essenciais do seu pensamento. Dentre os vários questionamentos que se podem levantar sobre Maquiavel uma questão será enfocada com mais intensidade, ou seja, procura-se responder à seguinte questão fundamental: qual a contribuição do pensamento político de Maquiavel para a constituição da ideia de estado moderno? Todo o material foi analisado com o objetivo enunciar a forma em que o pensamento Maquiaveliano ainda se concentra no pensamento político contemporâneo. A Ética Politica que é iniciada por Maquiavel, ainda é predominante contemporaneamente podendo-se perceber a conduta desta ética quando se analisa o comportamento do cenário politico atual. Portanto, torna-se necessário o conhecimento das ideias centrais de Maquiavel influenciado pela realidade em que ele viveu diretamente em um momento de desordem e desunião na Itália. Para a composição deste documento, foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica para descrever a vida e obra do Nicolau Maquiavel, utilizando como base, o livro O Príncipe, que por consequência fez com que chamasse a atenção e a busca por interpretações dos vários estudiosos no decorrer do tempo. Dentre os vários que analisaram o trabalho e pensamento de Maquiavel, existe um estudioso de Oxford chamado Isaiah Berlin que se fundamentando na obra O Príncipe diz o seguinte “A obra abre uma chaga no seio da humanidade e esta chaga ainda estar a sangrar”. Sendo assim, utilizando como alicerce sua principal obra e enfocando em outras fontes ligadas diretamente ao pensamento Renascentista e na Ética Politica de Maquiavel, revelam- se então, quais foram os subsídios que levaram a um pensamento que uma parte dele é predominante até hoje. Este estudo mostra a lógica diferenciada que a Ética Política possui em relação à Ética Cristã que era o pensamento da Igreja no qual dominava praticamente o mundo e por consequência o pensamento da Ética Cristã certamente possuía a razão até então. 4 2CONTEXTO SOCIAL E POLÍTICO Maquiavel segundo os estudiosos viveu no período de 1496 a 1527. Ele viveu no período do Renascimento, uma época em que surgiram novas ideias em várias áreas como politica, social, filosófica e etc. Maquiavel foi um dos principiantes que trouxe algo novo que quebra com o pensamento antigo dos gregos, romanos e medievais. Na Grécia antiga, os principais pensadores defendiam a ideia de que o governante deveria ser um homem virtuoso e altruísta, que não roubasse que não mentisse e etc. estas virtudes vinham de uma lei natural em que o governante deveria refletir para poder assim pratica-las. Este pensamento na Idade Média que era dominado pela Igreja Cristã, era predominante, porém o governante administrava de acordo com os princípios divinos. Portanto, o pensamento dos antigos era a do dever ser, o governante deve ser virtuoso, deve se basear nos princípios cristãos para administrar a sociedade. Maquiavel veio com um pensamento realista, onde ele mostra que a teoria do dever ser era boa, entretanto na prática não era bem assim que estava acontecendo. Destacando a realidade daquela época, a Itália era um território cheio de Cidades- Estado, de regiões independentes que constantemente entravam em guerra entre si, vários conflitos entre as Cidades-Estado. As Cidades-Estado tinham como força militar a presença dos Mercenários para defenderem essas regiões, oque deixava essas tais cidades em condições de vulnerabilidade, pois esses mercenários eram ambiciosos, em palavras sucintas e claras, eles defendiam a quem pagasse mais, em um trecho do livro O Príncipe, Maquiavel (1532, p. 61) declara sua opinião em relação a milícias mercenárias: Se alguém baseia o seu Estado em milícias mercenárias, nunca estará estável e seguro, porque são desunidas, ambiciosas, sem disciplina e infiéis; corajosas entre amigos e vil entre inimigos; não temam a Deus, nem dão fé aos homens; adia-se a ruina somente adiando-se o ataque; na paz, o Estado é espoliado por elas, na guerra pelos inimigos. (MAQUIAVEL 1532, p. 61). É neste contexto em que Maquiavel estava inserido que escreve umas das suas obras que chamam a atenção dos estudiosos até hoje, que é o livro anteriormente citado, que foi escrito em seu exílio para mostrar como um príncipe (governante) deve agir para ter um bom governo e conseguir se manter no poder. 5 3 GLOSSÁRIO Estas fontes foram tiradas dos sites: Dicionário Informal e Dicionário Português, e de um Minidicionário Compacto da Língua Portuguesa. Abjeto: Ignóbil; Desprezível; Baixo. Advir: Suceder; sobrevir. Aliciado:atrair para si com propostas enganosas, seduzir, induzir a ato. (Por:Miguel Lucas, Site: Dicionário informal). Benquisto: Pessoa querida, admirada. (Por Mauro Silas Pereira, Site: Dicionário informal) Efeminado: Amaricado. Espoliar: Desapossar por violência ou por fraude. Estirpe:1° definição: Parte da planta que se desenvolve na terra. (Raiz) 2° definição: Relacionada com a árvore genealógica. (Origem)(Por Site: Dicionário informal). Expugnar: Tomar pelas armas;debelar; vencer. Fomentar: Estimular; excitar; animar; facilitar. Indubitável: Que não restam dúvidas. (Por: Thomas Alves, Site: Dicionário informal). Entretiver:brincar; distrair; divertir; galhofar; recrear (Por Site: Dicionárioportuguês). Ínfimo: O mais baixo; o último. Insigne: Notável; eminente; emérito. Intento: Desígnio; propósito; atento; aplicado. Magnânimo: Quem tem grandeza de alma; generoso. Mitigar: Aliviar; acalmar. Ócio: Descanso; preguiça. Parricídio: Assassinato do próprio pai, mãe ou outro ascendente. Periclitar: Correr em perigo. Preceptor: O que ministra preceitos ou normas. Predecessores: Antecessor, Ancestral, uma pessoa que antecedeu a outra. Propicio: Adequado, Aplicável. Pusilânime: Que tem fraqueza de animo; covarde. Supracitado: Mencionado acima; mencionado anteriormente. (Por: Cristina, Site: Dicionário informal). Suscitar: Provocar; originar; sugerir. Tíbio: Morno; indolente. 6 Tolher: Embaraçar, opor-se; ficar imóvel. (Antôn.: Permitir, tolerar.) Urdir: Dispor, tramar (fios de tila, tecido etc.); Intrigar. 7 4 IDEIAS CENTRAIS DE MAQUIAVEL 4.1 O ESTADO FORTE Maquiavel inserido em uma Itália desestruturada possui o desejo de muitos italianos, que era a de um Estado unificado, sendo ele o primeiro a utilizar a palavra Estado, com a concepção conhecida atualmente. Ele entra na realidade em que ele vive e distingue a politica e a moral. A ideia defendida por ele era que o governante deve buscar a ordem social e politica pelas suas ações práticas e que para isso requer o uso da força física, ou seja, ocasionalmente, o governante, o príncipe na maneira que ele fala, deverá realizar ações que não estão de acordo com pensamento cristão de ser bom sempre. Porém, essas atitudes que no olhar moral não são bem aceitas, serão usadas de acordo com a necessidade, ou seja, Maquiavel não defende que governante deva ser de natureza má, mas que se utilize de ações moralmente ruins para a manutenção do poder. O uso da força física, que é necessária pra manter a ordem, advém por meio do Estado e com o poder politico centralizado que como consequência garantirá a soberania do Estado. E para que isso ocorresse, Maquiavel se torna defensor da instituição das tropas nacionais, que teriam a finalidade defender o Estado que é o contrário das tropas mercenárias já que estas possuem a características de defenderam quem pagar mais. Para Maquiavel era necessário, pela situação da Itália, que houvesse um príncipe que reduzisse as condições no qual era de um território cheio de cidades-estado frágeis devido às inúmeras disputas entre elas. Maquiavel (1532, p. ) defendia o Estado unificado e que um príncipe (governante), deveria utilizar os modos necessários para conseguir este objetivo uma vez que “[...] na Itália era hora de honrar um novo príncipe e se existe a matéria bruta que daria oportunidade a um príncipe prudente e valoroso de introduzir uma nova ordem que trouxesse honra a ele e benefícios para o povo” (MAQUIAVEL, 1532, p. ). 4.2 VIRTU E FORTUNA Com a perspectiva de um Estado unificado e forte, Maquiavel destaca no livro O Príncipe, quais são as características para um governante ideal. Dentre elas destaca-se a Virtu e a Fortuna. Virtu para Maquiavel se tratava nada mais do que as próprias virtudes do governante. No livro ele destaca de qualidade notável, alguns que se tornaram príncipes por virtude própria e não pela sorte, que são Moisés, Ciro, Rômulo e Teseu. 8 Entretanto, Maquiavel não define se as características pessoais do governaste são boas ou ruins, mas que o príncipe virtuoso é aquele que age bem ou mal de acordo com a necessidade. Vale ressaltar que Maquiavel não está falando das virtudes em que os antigos definiam ser o ideal, mas sim as virtudes próprias da pessoa líder, ou seja, do príncipe. A Fortuna no qual Maquiavel destaca, não está relacionada às riquezas do príncipe, mas sim das sortes, ou as oportunidades que aparecem ao governante. A hereditariedade é posta por ele como a maneira mais fácil e mais simples de se tornar um governante, pois quando seu pai que é rei morre ou filho adquire o poder. Para Farias Neto “Fortuna significaria as coisas inevitáveis que acontecem aos seres humanos, não sendo possível saber a quem ela vai fazer bens ou males”. (FARIAS NETO, 2011, p.238). O individuo que se utiliza da estratégia, dos próprios recursos e se prepara com suas próprias armas para conquistar um determinado território e se torna governante, este meio para conseguir tal objetivo seria devido a Virtu do governante. O governante ideal é aquele que consegue unir, aliar ou juntar a Virtu e Fortuna. Sendo que para Maquiavel a Virtu é a principal característica e a Fortuna viria como uma característica secundária, mas com as virtudes próprias e quando aparecer às oportunidades o príncipe saiba se posicionar escolhendo o melhor para a manutenção do poder político. 4.3 AS CRUELDADES BEM PRATICADAS E MAL PRATICADAS Maquiavel explicita em seu livro umas das coisas que o príncipe deve considerar no exercício do seu governo e que no qual se torna importante para a idealização de um governante na mente de Maquiavel. Trata-se das crueldades, tanto asbem exercidas quanto às mal praticadas. A crueldade bem praticada deveria ser aquelas feita toda de uma só vez, por que somente desta maneira a população esqueceria rapidamente dos acontecimentos ruins. Obviamente, as crueldades mal praticadas seria o contrário, são as desumanidades que o governante precisaria fazer, entretanto ele o faz aos poucos. Quantos as bondades subentende- se que deve seguir o rumo oposto das crueldades, as bem exercidas sendo feito aos poucos e a mal praticada sendo feito em um curto espaço de tempo. Estas ações no qual Maquiavel demonstra certa preocupação e chama atenção para que o governante saiba discernir o momento certo da prática de tais ações citadas. O objetivo é assegurar a satisfação dos súditos e os mantenham unidos para com o governo, sendo que desta forma interfere diretamente com a manutenção do poder do Príncipe. 9 4.4 DO APOIO POPULAR E DO APOIO DOS PODEROSOS Vejamos um outro lado, quando um cidadão comum não por maldade ou outra violência intolerável, mas pelo favor de concidadãos, torna-se príncipe de sua pátria. E o que se pode chamar de principado civil. Para conquista-lo não é necessário todo valor com sorte. Digo que se chega a este principado graças ao favor do povo ou dos nobres.(MAQUIAVEL, 1532, p.49). Observa-se que em neste trecho destacado no livro O Príncipe, Maquiavel enfoca a participação politica de duas classes muito comum em sua época, mas que ainda não deixa de ser uma realidade presenciada no decorrer do tempo em diferentes culturas e épocas. Em um capitulo de seu livro, Maquiavel mostra quais seriam as possíveis ou reais consequências com o apoio popular ou do apoio dos nobres, e como o governante deve se posicionar com as alianças feitas por ele. A origem de um príncipe, e como ele foi erguido ao poder, são motivados por situações em que cada uma destas classes se utiliza por necessidade de defesa ou por satisfação própria. Quando os grandes, ou seja, os nobres se veem em desvantagem para com o povo, fazem com que aumentem o prestigio de um entre eles, e transformam-no em um príncipe. Pelo lado do povo, é desfrutado do mesmo método e da mesma motivação dos grandes, só que favorecendo a si mesmos resultando assim no surgimento entre eles de um que administrará a sociedade e como objetivo terá de defender a população. Entretanto, Maquiavel ressalta que aquele que chega ao podercom o auxilio dos grandes dificilmente terá sucesso na manutenção do seu poder diferentemente do que chega ao poder com a ajuda do povo.Segue-se, na tabela abaixo,três comparações sobre qual seriam os resultados entre o apoio dos nobres e dos súditos em que Maquiavel destaca. 10 Nobres População Relação com Honestidade Para Maquiavel não se pode, com honestidade, ou seja, com decência, agradar os nobres, pois estes querem oprimir. Os fins do povo que são mais honestos do que os dos nobres, possibilita que assimo príncipe agrade a população, porque ao contrário dos nobres o povo não quer ser oprimido. Inimizades O Príncipe poderá se proteger dos nobres porque estes estão em menor quantidade. Pelo contrário, o povo está em maioria que consequentemente impossibilita que o príncipe se defenda. Necessidade de convívio Não precisa dos nobres, podendo fazer e desfazer, qualquer dia, tirar e dar prestígio, como melhor lhe parecer. O Príncipe necessita, ainda, viver sempre com aquele mesmo povo. Todas estas ações que foram propostas, não querem desconsiderar aos nobres e nem colocar em total prestigio o povo.Apesar de que, Maquiavel diz que é melhor e necessário obter a amizade do povo. O intuito na verdade como já foi dito, era guiar tal pessoa para ser um governante forte, que saiba administrar a sua cidade e os elementos formadores dela, o povo. É neste pensamento que sobressai a ideia Renascentista de olhar para a realidade, aceitar o que realmente acontece, e assim quem governa seja racional e pratique o bem comum e a justiça. 4.5 CARACTERISTICA DO PARECER SER DO PRÍNCIPE Das inúmeras virtudes próprias que Maquiavel destaca que o governante deve ter ou deixa-lo a mostra, para poder concretizar ações de ser amado ou ser temido e não ser odiado, que logo em seguida será enunciada em um tópico a parte, e para assim continuar no poder. Esta Virtu que o governante necessita ter é a do Parecer Ser. Parecer ser bondoso, altruísta, religioso. Desta maneira o príncipe não incorporará a fama de miserável o tornando odiado pelo povo. Maquiavel cita o exemplo do papa Júlio II, que usou a fama de generoso para ascender ao papado, porém não mantendo esta índole para poder preparar a guerra. 4.6 DO AMOR E DO TEMOR AO PRÍNCIPE 11 Como foi ciado anteriormente, Maquiavel utiliza um meio que é a Virtu do parecer ser, para Ser amado ou Ser Temido. A qualidade do príncipe de ser amado não é passível a todos. Maquiavel observando esta realidade ressalta que se o governante não consegue ser amado ele precisa ser temido, pois sendo ele temido, o povo não se rebela contra ele. Portanto, o príncipe deve tentar ser amado pelo maior número possível de pessoas, é neste momento que se encaixa a ideiada característica do parecer ser para conseguir conquistar a empatia do povo, não conseguindo ser amado é necessário que ele seja temido, mas nunca deve ser odiado. O governante tem deter a virtude de saber os limites até onde ele pode atuar, procedendo com prudência, mantendo o equilíbrio e possuir humanidade. Entretanto, para Maquiavel é preferível ser temido a ser amado.Pois o homem possui a natureza de ser mentiroso e traiçoeiro, por que quando os tratam de maneira bondosa, todos eles estão ao dispor de quem os ajudou. Mas quando necessitam ou falta-lhes algo, eles se revoltam. O vinculo que o temor tem, é mantido pelo medo de sofrer qualquer punição, o que o torna interminável, mas sempre fugindo do ódio. Neste ponto é que surgem duvidas a respeito de Maquiavel por doutrinar o príncipe a seguir estes ditames, o confundindo como uma pessoa má. No entanto, Maquiavel em seu contexto está preocupado em idealizar um governante que seja condizente com a realidade daquela época. Logo, é enfatizado mais uma vez, que estas tais atitudes de parecer ser e ser temido torna-se utilizado de acordo com a necessidade, ou seja, ocasionalmente. Para este tópico escrito em seu livro sobre ser temido, Maquiavel considera o exemplo de César Bórgia, filho do papa Alexandre, sendo aquele considerado cruel. Só que apesar da crueldade, ele havia restaurado a Romanha, tornando-a pacifica. Sendo assim ele mostra que o governante não deve se preocupar com a fama de cruel e sim manter os súditos unidos e fiéis. 4.7 VERACIDADE E HONRA DO PRÍNCIPE: DESVANTAGENS “Não quero deixar de mencionar um exemplo atual. Alexandre VI nunca fez outra coisa, nunca pensou em outra coisa fora enganar os homens e sempre encontrou quem lhe permitisse fazê-lo” (MAQUIAVEL, 1532, p. 88). Esta parte que está em um capítulo da obra de Maquiavel, retrata a atitude de um governante que enganava os seus súditos e que estes enganos deram certo. 12 O que Maquiavel quer deixar claro, é que o príncipe que não possui as qualidades que o tornam amável deve aparentar ser como foi falado anteriormente, mas a forma com que isso se concretize, são enganar com as palavras, voltando a trazer à tonaque isso só se realiza quando necessário. Em seu livro, ele diz que “o príncipe deve tomar cuidado com o que sai da boca”(MAQUIAVEL, 1532, p.89). Portanto deve-se, tirar a ideia de que Maquiavel surgiu com esse principio simplesmente porque ele é uma pessoa má, muito pelo contrário, ele analisou os fatos que ocorreram no passado para se chegar a esta conclusão. Isso, devido a sua característica de pragmatista, onde se opõe ao intelectualismo e se firmar na prática, e na verdade. Segundo Maquiavel, vários príncipes alcançaram grandes objetivos sem a veracidade da palavra. Resumindo, o governante por necessidade, não deveria possuir veracidade em suas palavras, para se mostrar uma coisa que ele não seja e consiga por meio disso, se manter no poder. 4.8 O LEÃO E A RAPOSA: QUALIDADES DO PRÍNCIPE Umas das características ou Virtu que príncipe ideal possui, é de saber como agir como homem e quando agir como animal. No livro, ele usa as figuras do leão e da raposa para explicar o agir animal. Ambos os animais possuem diferentes características que os distinguem e que Maquiavel correlaciona com a natureza do príncipe. O leão é um ser impulsivo que se utiliza da força para ser temido. A raposa, já tem a esperteza, e a astúcia que facilita na fuga de armadilhas. O príncipe deve escolher esses dois animais para que em algumas situações se encontre encurralado usando a esperteza e às vezes a força saia e se tranquilize. 4.9 OS MINISTROS QUE RODEIAM O PRÍNCIPE A prudência do príncipe é colocada à prova em uma importante missão. A escolha dos seus secretários. Se estes são capazes e possuem respeito à subordinação que tem com príncipe, mostra que de fato que o príncipe é uma pessoa sábia e que sabe discernir por si próprio, quais são as melhores pessoas que te possam acompanhar. Maquiavel revela que pelas escolhas pode-se perceber se o príncipe possui certa sabedoria ou se sua percepção é ruim e inútil. Dessa forma, pode-se prever se o governante obterá sucesso em assuntos internos, isso irá depender exclusivamente das escolhas feitas. 13 5CONSIDERAÇÕES E CRÍTICAS FINAIS Percebe-se que pela sua obra, Maquiavel deixa a mostra seu entendimento e suas características de um homem realista, pragmatista e empirista. Existem outras obras que deixam mais claras sua opinião em respeito de como a politica se baseando por meio da realidade tornaria mais fácil o dever do governante quando ele conhece a real condição de onde ele está administrando. Há quem diga pelo livro O Príncipe,Maquiavel defendia a Republica,outros o Absolutismo. Porém deve se entender que este livro é um manual para solucionar um problema que estava ao seu redor e que o afetou diretamente. O pensamento Renascentista como já foi falado, trouxe algo novo diferentemente do que era na época. A Ética Cristã envolvia e interferia na sociedade e no sistema politico. Maquiavel sendo um dos grandes Renascentistas resgatou conquistas antigas e anteriores ao pensamento cristão, para com essas ideias resultar na união da Itália. Maquiavel não chegou a ver Itália unida, mas deixou um conjunto valioso de ideias que revolucionou o entendimento politico e contribuiu na visão no que se tratava do tema politica. Estas contribuições idealiza um Estado forte por meio de um governante forte que teria a capacidade de conquistar o poder e mantê-lo. Maquiavel propôs olhar ao redor e ver realmente o que acontecia na sociedade, que de certa forma entrava em contradição com o pensamento antigo. A contribuição do pensamento político de Maquiavel para a constituição da ideia de estado moderno foi de trazer a tona à realidade pelo empirismo e a coerência por meio da prática de governar. Além de valorizar o papel do governante, ele valoriza a participação politica da sociedade, que por ser um dos elementos essenciais do Estado interfere diretamente na constituição de um Estado Forte. Sendo assim, tira a ideia de que a qualidade de Maquiavel tem haver com uma conduta ruim, mas sim a de um pensador que estava preocupado em constituir um Estado poderoso e unido, com um governante que fosse completamente capaz de exercer este dever. Pensamento este que apesar de um determinado tempo esquecido, fez com que Maquiavel se tornasse um importante pensador neste mundo de pensadores. 14 REFERÊNCIAS ALVES, Thomas. Indubitável.http://www.dicionarioinformal.com.br/indubit%C3%A1vel/ Acesso em: 27.05.2015. CRISTINA. Supracitado. http://www.dicionarioinformal.com.br/supracitado/Acesso em: 27.05.2015. CULTURA BRASIL. Maquiavel Vida e Obras. Disponível em: http://www.culturabrasil.pro.br/zip/maquiavel.pdf Acesso em: 05.06.2015. DICIONÁRIO INFORMAL.Estirpe. http://www.dicionarioinformal.com.br/estirpe/Acesso em: 27.05.2015. DICIONÁRIO PORTUGUÊS.Entretiver. http://dicionarioportugues.org/pt/entretiverAcesso em: 27.05.2015. LUCAS, Miguel. Aliciado. http://www.dicionarioinformal.com.br/aliciado/Acesso em: 27.05.2015. PEREIRA, Mauro Silas.Benquisto. http://www.dicionarioinformal.com.br/benquisto/ Acesso em: 27.05.2015. MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Tradução Maria Lucia Cumo. Rio de Janeiro. ed Paz e Terra, 1996. ________. Minidicionário compacto da língua portuguesa. São Paulo, ed. DCL 2005.
Compartilhar