Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESUMO DE DIREITO TRIBUTÁRIO LIVRO: DIREITO TRIBUTÁRIO ESQUEMATIZADO – RICARDO ALEXANDRE CAPÍTULO 1: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: Direito Tributário é ramo do Direito Público. Como princípios do direito público temos: -Supremacia do interesse público sobre o privado; -Indisponibilidade do interesse publico =O individuo isolado não pode fazê-lo, mas o próprio povo pode dispor do seu patrimônio. Ex: Exigência de lei (federal, estadual ou municipal) para a extinção de creditos tributários. -Receitas do Estado: Originarias originam-se da exploração do patrimônio (alugueis) e as derivadas derivam do poder coercitivo de tributar. A diferença entre elas é o regime de direito e não os polos da relação. -Há Tributos cuja finalidade é fiscal, para arrecadar valores para os cofres públicos e os com finalidade extrafiscal que servem para intervir em uma situação social ou econômica (IOF, ITR, IE). O IR também tem função extrafiscal, pois taxa menos quem ganha menos. Há ainda os impostos parafiscais, os quais o estado cria por lei e cujo produto da arrecadação fica com o arrecadador (que executa atividade tipicamente estatal) e não com quem o instituiu. Ou seja, a lei atribui capacidade tributaria ativa a ente diverso de quem tem a competência tributaria. -O regime jurídico tributário é sujeito a três princípios: Legalidade, anterioridade (cobrança dos valores majorados só pode ser feita no exercício subsequente) e noventena (lapso temporal de 90 dias da publicação da lei que o instituiu). TRIBUTO Prestação pecuniária compulsória, em moeda ou valor que nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 1) Prestação pecuniária em moeda ou valor que nela possa se exprimir: LC 104/01 permite dação em pagamento de bens imóveis. Outras utilidades descritas no CTN podem também. Extinção de crédito tributário – por LC! Porém o STF já entende que lei local pode criar hipóteses, devido ao pacto federativo e ao “quem pode o mais pode o menos”. STF – Inconstitucional lei local que permite a dação em bens móveis, pois seria uma aquisição sem licitação. Pagamento com títulos da dívida pública – Precisa de lei autorizativa 2) Prestação compulsória: O dever é imposto pela lei, sendo irrelevante a vontade das partes. 3) Prestação que não constitui sanção de ato ilícito: Se constituir sanção é multa. STF –Deve IR mesmo se a origem do dinheiro for ilícita, em virtude da isonomia fiscal. 4) Prestação instituída em Lei: A lei é a fonte da cobrança. 5) Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: A autoridade não pode analisar se é conveniente a cobrança, não se deve dar margem a discricionariedade. STF – Disposições do CTN não se aplicam ao FGTS. TRIBUTOS EM ESPÉCIES Existem 4 correntes: - Bipartite: Somente impostos e taxas; - Tripartite: Impostos, taxas e contribuições de melhoria = Adotada pelo CTN - Tetrapartite: Impostos, taxas, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios; -Pentapartida: Impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais = Adotada pelo STF. - A natureza jurídica especifica do tributo é determinada pelo fato gerador. São irrelevantes para caracterizá-lo a denominação e o destino do produto da arrecadação. Porém esse artigo foi parcialmente não recepcionado pela CF, não sendo aplicado aos empréstimos compulsórios e contribuições especiais (diferenciados dos outros pelo fato de serem restituíveis pelo destino da arrecadação). - A CF proíbe que as taxas tenham a mesma base de calculo dos impostos, sendo necessário então avaliar também a base, quando da verificação da natureza jurídica. Tributos Vinculados são aqueles que o Estado precisar realizar alguma atividade específica em relação ao devedor. Todos os impostos são não vinculados e de arrecadação não vinculada (CF).Atenção para não confundir arrecadação vinculada com tributo vinculado, pois o primeiro vincula a utilização dos recursos e o segundo uma ação do estado. Taxas e contribuições de melhoria são vinculados. IMPOSTOS Tem caráter contributivo. Competência privativa para instituir impostos: União: II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF Estados: ICMS, ITCMD, IPVA Municípios: ISS, IPTU, ITBI União pode instituir novos impostos por LC (Não pode MP!!), desde que não cumulativos e tenham base de calculo diferente das discriminadas na CF é a competência residual. Ela pode criar ainda impostos extraordinários de guerra, compreendidos ou não em sua competência tributaria, podendo usar qualquer base de calculo não imune. Exemplo ICMS extraordinário federal. Este é o único caso de bitributação (mesmo tributo e fato gerador por dois entes tributantes diferentes). - Para os impostos há a necessidade de LC nacional definindo base de calculo, fato gerador e contribuintes. - STF: Se a união deixar de editar normas gerais, os estados podem exercer a competência legislativa plena - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e levarão em conta a capacidade econômica do contribuinte (ao dizer “do contribuinte”, subentende-se capacidade contributiva). - A CF classifica os impostos em Reais (incidem objetivamente, sobre coisas) e Pessoais (incidem sobre aspectos pessoais do contribuinte – IR). - O legislador ordinário ao elaborar leis que instituam impostos deve sempre verificar a possibilidade de conferir caráter pessoal (dar concretude a isonomia). Havendo viabilidade, é obrigatório. -STF: Nada impede que a capacidade contributiva seja levada em consideração na criação de taxas. TAXAS -União, estados, DF e municípios poderão instituir taxas em razão do exercício do poder de policia ou utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ou postos a disposição. - O ente que presta o serviço é o competente para cobrar a taxa. - Taxas são tributos contraprestativos ou retributivos. - Devido ao principio da anualidade não se aplicar mais em matéria tributária, não; e necessária autorização orçamentária para a instituição de taxas. Taxas de Polícia: O fato gerador é o exercício regular do poder de policia. Só se pode cobrar quando da efetiva utilização do serviço. Por exemplo, uma taxa de fiscalização de funcionamento de estabelecimento pode ser cobrada quando aberto o mesmo, mas sua renovação no ano seguinte, sem a nova fiscalização, seria proibida. -STF: Admite a cobrança de taxa caso exista o órgão fiscalizador, mesmo que esse não comprove as fiscalizações. Considera ainda a Taxa de fiscalização de mercados de títulos e valores mobiliários, taxa de fiscalização e controle dos serviços públicos delegados e a taxa de fiscalização de anúncios. Taxas de Serviço: Somente pode cobrar mediante a disponibilização do serviço que se caracterize pela especificidade (pode ser destacado em unidade autônoma de intervenção. O contribuinte sabe por qual serviço está pagando.) e divisibilidade (pode ser utilizado separadamente por cada usuário. O estado pode identificar os usuários). -STF: Pode cobrar taxa de lixo ou resíduos de imóveis, pois o usuário pode ser identificado. Se for para limpeza de logradouros públicos não pode. -STF: Iluminação publica não pode ser remunerada por taxa. - Após a emenda 39/02 passou a ser possível aos municípios cobrar contribuição de iluminação publica. - Se o serviço posto a disposição for compulsório, a taxa pode ser cobrada mesmo sem a utilização do serviço. Por exemplo, coleta de lixo. Pode ser potencial a utilização mas nunca a disponibilização, essa sempre deve existir. Base de cálculo das taxas: -STF: É inconstitucionala taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica a doimposto territorial rural. -STF: Pode custas judiciais proporcionais ao valor da causa mediante taxa, desde que haja um teto para o serviço e a correspondência com o gasto do estado para realização do mesmo. Sem teto violaria clausula da CF da inafastabilidade do judiciário. -STF: Pode adotar no calculo da taxa um ou mais elementos da base de imposto, desde que não haja integral identidade. Lembrar-se do exemplo da taxa de lixo pelo metro quadrado do imóvel, parecido como IPTU. -STF: Pode a taxa utilizar referencia dos impostos. Por exemplo, instituir taxa que leve em consideração valor do imóvel apurado pelo IPTU. No caso, o IPTU serve de referencia e não há uma alíquota. Taxas x Preços Públicos: Ambos são contraprestacionais. No preço a relação é de direito privado TAXA PREÇO PÚBLICO Direito Publico Direito Privado Vinculo não admite rescisão Contratual, admite rescisão Sujeito ativo é pessoa de dir. público Suj. ativo é público ou privado Vinculo nasce independente da vontade Utilização facultativa do serviço(telefonia) Cobrada por utilização efetiva ou potencial Cobrada somente na utilização do serviço Receita é derivada Receita originaria Sujeita-se aos 3 princípiostributários Não se sujeita a princípios tributários -STF: Classifica os serviços públicos em: 1) Propriamente Estatais: Indelegáveis, soberania do estado – emissão de passaportes; 2) Essenciais ao interesse publico: Interesse da comunidade. Taxa cobrada pela utilização efetiva ou potencial do serviço – Coleta de lixo; 3) Não essenciais: Se não utilizados não resultam em dano ou prejuízo para a comunidade. São delegáveis e remunerados mediante preço publico. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA -Tributo vinculado – realização de obra publica da qual decorra valorização imobiliária dos imóveis dos potenciais contribuintes. - Não é qualquer beneficio que a obra trouxer, somente valorização do imóvel. - É decorrente da obra e não para financiar a obra. - Pode ser cobrado em face da realização de parte da obra. - Fato gerador é a valorização imobiliária e a base de calculo é o acréscimo no valor do imóvel. - STF: Asfaltamento de via que trouxer valorização pode ser cobrada a contribuição, já o recapeamento de via já asfaltada não. Taxa não pode ser instituída se couber a contribuição. - STJ: Pode usar como base de calculo o valor presumido da valorização, tendo direito o sujeito passivo de apresentar prova em contrario. - O tributo tem fundamento no principio da vedação enriquecimento sem causa. Tem ainda limite total a despesa realizada e individual o acréscimo de valor. Estes limites não estão previstos na CF. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS - Instituídos mediante lei complementar (LO e MP não!!). Competência exclusiva da união para a criação. - Poderão ser criados para: 1) despesas extraordinárias decorrente de calamidade publica, guerra externa ou sua iminência (Pode ser cobrada de imediato sem noventena e anterioridade). 2) Investimento publico de caráter urgente e relevante interesse nacional. - Art 15 do CTN não foi recepcionado pela CF: Seria a terceira possibilidade do imposto, absorção de poder aquisitivo. - São empréstimos forçados, porém restituíveis na mesma espécie que foi pago e a lei instituidora deve fixar prazo e condições de resgate. - São de arrecadação vinculada. Deve-se analisar o FG para saber se é vinculado ou não. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS - A CF prevê três tipos: Sociais, CIDE e corporativas. - A competência é exclusiva da união, com uma exceção: Estados, DF e municípios instituirão contribuição cobrada dos servidores para o custeio do regime previdenciário em benefícios deles, sendo a alíquota não inferior à cobrada dos titulares de cargos da união. - As contribuições sociais e CIDE não incidirão sobre receitas decorrentes de exportação. Porém, o legislador diferenciou aí receita de lucro (STF), não proibindo a tributação do lucro. Elas incidem sobre a importação de produtos ou serviços. - O produto da sua arrecadação é vinculado a determinada atividade. Contribuições Sociais: São de três tipos: - seguridade social: Destinadas a custear serviços de saúde, previdências e assistência social. A união possui competência residual para instituir novas contribuições desse tipo, necessário apenas não cumulatividade, lei complementar (apenas para aquelas cujas fontes não constam na CF, para as que constam usa-se lei ordinária - STF) e inovação na base de cálculo e fato gerador. Obedecem à noventena mas podem ser cobradas no mesmo exercício que instituídas ou majoradas. - outras contribuições: residuais previstas na CF. - sociais gerais: algum outro tipo de atuação da união na área social, por exemplo, o salário-educação. O STJ considera que as contribuições para os serviços sociais autônomos estão enquadrados nessa categoria (apesar de uma tendência a classificar como corporativas) e caso não haja uma entidade especifica que forneça benefícios para determinada categoria profissional, a contribuição será feita ao SESC e SENAC que se encarregarão de fornecer os benefícios aos empregados. Para o caso do SEBRAE, há a desnecessidade de o contribuinte auferir benefícios com a atuação daquele para ser devedor da respectiva contribuição. - STF: Contribuição para o SEBRAE é CIDE. Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) - Competência exclusiva da união, por lei ordinária ou medida provisória. - São tributos extrafiscais e suas finalidades tem que ser compatíveis com as disposições da CF. - A intervenção ocorre pela destinação do produto a uma determinada atividade, que por causa desse reforço fica incentivada. - A liberdade de criação das CIDE é ampla pela união, pois a CF não explicitou quais as bases econômicas sobre as quais o tributo pode incidir. Contribuições Corporativas: São aquelas criadas pela união com o objetivo parafiscal de obter recursos destinados a financiar atividades de interesses de instituições representativas ou fiscalizatórias de categorias profissionais ou econômicas. - Sindical: A CF prevê duas contribuições, a fixada em assembleia-geral (voluntária, paga pelos trabalhadores que se sindicalizaram) e a fixada em lei (tributo), cobrada de todos os trabalhadores. Para o STJ, os empregados públicos e servidores estatutários também devem pagar, exceção dos aposentados, que não tem mais vinculo com a administração publica. - Custeio das entidades de fiscalização: Finalidade parafiscal. A OAB não se enquadra completamente nessa classificação, pois não se resume apenas a defender interesses corporativos. Para o STJ a OAB é autarquia diferenciada e suas contribuições cobradas não tem natureza tributária. Para o STF ela não é autarquia, mas também a distingue dos conselhos de fiscalização. Contribuição de Iluminação Pública: Está na CF que os Municípios e o DF podem instituí-la, facultada a cobrança na fatura. Como não é imposto, não necessita de lei de caráter nacional que defina fato gerador e base de cálculo, gerando muitas divergências. Para o STF, ele não se confunde com imposto, pois tem sua receita vinculada a uma finalidade especifica e nem com taxa, pois não exige contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte. CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS DOS TRIBUTOS Quanto à competência impositiva Federais Criados privativamente pela união II,IE,IR,IPI,ITR,IOF,IGF ITCMD,ICMS,IPVA IPTU,ITBI,ISS Estaduais Criados privativamente pelos Estados e Df Municipais Criados privativamente pelos municípios e DF Quanto ao exercício da competência Privativos Competência para criação é atribuída ao ente com exclusividade Impostos, emprésti mos compulsórios e contrib. especiais Taxas e contrib. de melhoria Novos impostos e novas contribuições para aseguridade social Comuns Competência atribuída a todos os entes Residuais CF atribui a união a competência para criar tributos não previstos ordinariamente Quanto à finalidade Fiscais Finalidade arrecadatória IR, IGF, IPVA, ICMS, ITCMD, IPTU, ITBI, ISS II, IE, IPI, IOF, ITR, CIDE Contrib sociais e corporativas Extrafiscais Finalidade interventiva Parafiscais Arrecadar para atividades específicas Quanto à hipótese de incidência Vinculados Cobrança depende de atividade estatal especifica relativa ao contrib. Taxas e contribuições de melhoria Impostos Não vinculados Cobrança independe de atividade estatal especifica relativa ao contrib. xxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Quanto ao destino da arrecadação Arrecadação Vinculada Recursos arrecadados só podem ser usados em atividades determinadas Empréstimos compul sórios, CPMF, custas e emolumentos Impostos Arrecadação não vinculada Recursos arrecadados podem ser usados em qq despesa do orçamento xxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Quanto à possibilidade de repercussão Diretos Oneram diretamente a pessoa definida como sujeito passivo IR, ITR, IPTU ICMS, ISS, IPI, IOF Indiretos Oneram pessoa diferente da definida como sujeito passivo xxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Quanto aos aspectos subjetivos e objetivos da hipótese de incidência Reais Incidem sobre coisas, desprezando aspectos subjetivos IPTU, ITR, ITCMD,IPI IR Pessoais Incidem de forma subjetiva, levando em consideração aspectos pessoais do passivo xxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Quanto às bases econômicas tributárias Sobre o comercio exterior Incidem sobre operações de exportação e importação II e IE ITR, IPTU, IPVA, IGF IR ICMS, ISS, IPI, IOF Sobre o patrimônio e renda Incidem sobre a propriedade de bens moveis ou imóveis e sobre o produto do capital, do trabalho ou os dois Sobre a produção e circulação Incidem sobre a circulação de bens ou valores e sobre a produção de bens. CAPÍTULO 2 : LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR - As garantias estatuídas no art. 50 da CF formam um rol não exaustivo, pois existem outras estipuladas na CF. - As emendas que ampliarem garantias do contribuinte são constitucionais e as que diminuírem, criarem exceções ou enfraquecerem as garantias são inconstitucionais. - Quando se fala em limitações ao poder de tributar como cláusula pétrea, deve-se verificar a possibilidade de enquadramento em uma das situações petrificadas, como por exemplo, imunidade dos templos (protege a liberdade de culto) e livros, revistas e periódicos (protege a liberdade de expressão e difusão do conhecimento). - As limitações constitucionais ao poder de tributar são considerados Princípios Tributários, apesar de parte da doutrina tratá-las como regras. - “Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça” é um princípio considerado como da “legalidade tributária”. - O tributo só pode ser criado por lei, seja ordinária (onde pode usar MP também) ou complementar (para os empréstimos compulsórios, IGF e Impostos ou contribuições residuais). - O princípio do Paralelismo das formas diz que se um instituto jurídico foi criado por regra jurídica de determinada hierarquia, qualquer alteração ou extinção deve ser feito por ato de hierarquia igual ou superior. Em decorrência disso, estão submetidas à reserva legal: - Instituição, extinção, majoração e redução de tributos; - Definição de fato gerador, sujeito passivo, alíquota e base de cálculo; -Cominação de penalidades para ações ou omissões contrários aos dispositivos do art. 97 do CTN, ou infrações nele definidas; - Hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários ou dispensa ou redução de penalidades. - O STF entende que as hipóteses não previstas no art. 97 do CTN não se sujeitam ao principio da legalidade. Os casos mais relevantes são a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo (não confundir com atualização com aumento) e fixação do prazo para recolhimento. - STJ: É defeso ao município atualizar o IPTU mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária. - O principio da legalidade não possui exceções para a instituição de tributo, mas contempla para a majoração. A CF prevê isso para o II, IE, IPI e IOF e que as alterações são de competência do Poder executivo, mas não estipula o ato normativo. Na prática: - II e IE = Resolução da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX; - IOF e IPI = Decreto do Executivo Os 4 podem ter alíquotas alteradas por decreto do PR. Com a emenda 33/01 foram prevista duas outras exceções: TRIBUTO EXCEÇÃO À LEGALIDADE EXCEÇÃO À ANTERIORIDADE ATO NORMATIVO CIDE- COMBUSTÍVEIS REDUÇÃO E REESTABELECIMENTO DE ALÍQUOTAS REDUÇÃO E REESTABELECIMENTO DE ALÍQUOTAS DECRETO ICMS – MONOFÁSICO COMBUSTÍVEIS FIXAÇÃO DE ALIQUOTAS REDUÇÃO E REESTAB DE ALÍQUOTAS CONVÊNIO CONFAZ - Nada impede a utilização de lei delegada em matéria tributária. - Pode ser usado o decreto regulamentar para aclarar conceitos jurídicos indeterminados adotados pela lei. Na lei deverão constar os elementos essenciais da criação do tributo (fato, alíquota, contribuintes e base de cálculo). - Uso de Medida Provisória: Ressalvados o II, IE, IPI, IOF e impostos extraordinários de guerra, MP que implique majoração de impostos só produzirá efeitos caso seja convertida em lei até o último dia daquele ano em que foi editada. Para as demais espécies tributárias, a anterioridade deve ser observada, tendo como referência a data de publicação da MP e não da conversão em lei. OBS: IOF = Imposto sobre operações financeiras (cuidado, pois pode vir somente imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro). - Tributos cuja criação é atribuída à lei complementar não podem ser instituídos por MP. - Está proibido o uso de MP para regular artigo da CF que foi objeto de emenda entre a 5/95 e a 32/01. Em matéria tributária temos a nº 20 (sobre contribuições para financiamento da seguridade social) e nº29 (autorizou a progressividade fiscal do IPTU e diferenciação das alíquotas com base no uso e localização do imóvel). PRINCÍPIO DA ISONOMIA - Possui a acepção horizontal (pessoas niveladas, situações iguais) e vertical (pessoas em situações distintas). A CF art. 150 II proíbe tratamento desigual a contribuintes que tenham situações equivalentes bem como exige a diferenciação entre os desiguais. - O STF já julgou situações em que se aplica a isonomia, como, por exemplo, o caso de abatimento de parcela do COFINS com a CSLL, a qual negou haver diferenciação com relação a empresas não lucrativas, as quais não estariam tendo a oportunidade de abater seu imposto e a exclusão das sociedades de profissionais liberais do SIMPLES, alegando que as mesmas não estão em condições de igualdade com a ME e EPP, pois tem condição melhor de disputar o mercado. -A capacidade contributiva está ligada à isonomia, pois é um parâmetro de desigualdade. Um exemplo é a imposição constitucional de progressividade do IR. - Apesar de a CF prever a capacidade contributiva apenas para impostos o STF entende que pode ser estendido para as outras espécies tributárias. - A CF diz que sempre que possível os impostos terão caráter pessoal e serão graduados. Para os reais, a progressividade está expressa para o ITR e IPTU. O STF entendia exatamente assim (súmulas 656 e 668), mas já abriu a possibilidade de revisão deste entendimento em um julgado que admitiu não ser inconstitucionala progressividade do ITCMD no RS. Sendo assim deve-se ter atenção às questões que versem sobre progressividade de impostos reais atrelada a previsão constitucional somente, o que não estaria correto. - Existe uma discussão sobre até onde pode ir o poder do Estado para ter acesso a dados sigilosos do contribuinte, a fim de fazer valer a previsão constitucional de identificar o patrimônio, rendimentos e atividades econômicas do contribuinte. O posicionamento do STF hoje é de que o art. 6º da Lei 105/01 é inconstitucional (pois ele admite a quebra de sigilo através de procedimento administrativo, sendo que somente poderia ser feito por ordem judicial). O PRINCÍPIO DA NÃO SURPRESA - Está intimamente ligado ao Princípio da Segurança jurídica, posto que para o contribuinte faz-se necessário ter uma previsibilidade sobre o futuro próximo. A não- surpresa traz como corolários a irretroatividade, a anterioridade e a noventena. - O STF entende que atende ao princípio da anterioridade a publicação em DOU de segunda-feira de lei instituidora de imposto no dia 31/12, sendo este sábado. Princípio da Irretroatividade - CTN: A legislação tributária aplica-se imediatamente a fatos futuros e aos pendentes. - Os fatos geradores são classificados em: Periódicos (prolongam-se no tempo, sendo considerados ocorridos nos instantes legalmente determinados, gerando, a cada período concluído, obrigação tributária. IPVA). Os periódicos podem ser Simples (tomam por base um único evento – IPTU) e Compostos (compostos de diversos eventos – IR). Há ainda os Instantâneos (ocorrem em um momento preciso da linha do tempo). - CSLL: Não está sujeita à anterioridade. O STF tem como referência para a análise da irretroatividade o aspecto temporal, ou seja, o apontado pela lei como aquele em que se deve considerar ocorrido o fato gerador. -IR:É sujeito a anterioridade. Há uma divergência entre STF e STJ. Para o STF, de acordo com a súmula 584: Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano base aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração. O STJ discorda dessa súmula, pois ela não leva em consideração a anterioridade. O princípio da irretroatividade na CF, conforme enunciado no art. 150, III, não possui exceções. Entretanto não é incompatível a edição de leis com efeito retroativo, como as expressamente interpretativas e as que sejam melhores para os infratores. Princípio da Anterioridade do exercício financeiro - Toma como marco a data de publicação da lei ao passo que a irretroatividade toma como marco a vigência da lei. - O princípio existe para proteção do cidadão, não impedindo diminuições na carga tributária ou que não tenham impacto sobre esta. - STF: Norma que altere o prazo para pagamento não agrava a situação do contribuinte, não se sujeitando a anterioridade. Também não configura aumento de tributo a mera redução ou extinção de desconto legalmente previsto. - Exceções a anterioridade: - II, IE, IPI e IOF: Por serem extrafiscais, constituindo-se mecanismo de intervenção no domínio econômico. Porém, o IPI é considerado por alguns como um imposto fiscal, sendo por isso incluído na noventena; - Impostos Extraordinários de Guerra e Empréstimos compulsórios; - Contrib. para financiamento da seguridade social; - ICMS monofásico sobre combustíveis e CIDE-combustíveis: Para estas duas espécies permite-se que após a redução sejam estabelecidas majorações, limitadas ao teto anterior. - Para o caso das revogações de isenções, o STF entende que o tribute volta a ser imediatamente exigível, enquanto que o CTN diz que somente entra em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a publicação da lei, para os casos de impostos sobre o patrimônio ou a renda. Princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena - STF entende que o art. 195, parágrafo 6º da CF só é aplicável no caso de instituição ou majoração. O artigo fala de modificação. - Noventena e anterioridade nonagesimal são sinônimos; - Se um tributo for instituído ou majorado após 3 de outubro a cobrança não mais pode ser feita a partir de 1º de janeiro seguinte. - Com relação às MP: Na metade da prorrogação atinge-se os 90 dias. Sendo assim, caso seja convertida em lei sem alteração substancial do texto, a cobrança continua. Caso haja alteração substancial, o prazo reinicia da publicação da lei de conversão. Se a MP for rejeitada ou perdido prazo de 120 dias, decreto legislativo deverá regular as relações nos 30 dias de vigência da MP (devolução ou não). Sem decreto no prazo de 60 dias, as relações conservam-se regidas pela MP e os valores não são devolvidos. -Exceções:II, IE, IOF, IR, Impostos extraordinários de guerra, Empréstimos compulsórios, Base de cálculo do IPTU e Base de cálculo do IPVA (Estes dois últimos figuram pela necessidade de se avaliar os bens no final do exercício). O PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO - Tributo confiscatório seria o que servisse como punição. Já o com efeito confiscatório seria aquele de incidência exagerada, absorvendo parcela considerável do patrimônio, gerando uma verdadeira sensação de punição. Lembrando que as duas situações são proibidas (CTN e CF respectivamente). - O efeito confiscatório é sujeito a alto grau de subjetividade, cabendo ao arbítrio do juiz. - A tributação do patrimônio pode ser enxergada sobre as perspectivas Estática e dinâmica: Estática analisa a tributação do patrimônio em si mesmo, não se preocupando em aferir mutações que acresçam o valor. Dinâmica leva em consideração as potenciais mutações que constituam acréscimos patrimoniais, por exemplo, o rendimento de um aluguel. - Seguindo esse raciocínio, sob a forma estática poderia ser confiscatório, mas não sob a dinâmica. Porém a ESAF já considerou que na transmissão de propriedade imobiliária podemos ter efeito confiscatório na perspectiva dinâmica. - Não se confundem perna de perdimento e tributo confiscatório, pois este não é sanção por ato ilícito. Nada impede que em graves infrações tributarias a legislação especifica preveja como punição o perdimento de bens. - No caso das taxas, como possuem caráter contraprestacional, a verificação de seu caráter confiscatório se dá comparando-se o custo da atividade estatal com o valor cobrado pelo estado como taxa. - Essas restrições também são aplicáveis às multas tributárias. O PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO - As duas exceções à regra são o ICMS interestadual e o pedágio (apenas o cobrado pelo Poder Público pela utilização de vias por ele conservadas). - Para o STF o pedágio-tributo tem natureza de taxa de serviço. - O pedágio cobrado por particulares nas concessões é contratual, não se sujeitando ao direito público. VEDAÇÕES ESPECÍFICAS À UNIÃO – PROTEÇÃO DO PACTO FEDERATIVO - São regras protegidas por cláusula pétrea. - É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme no território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a um ente em detrimento do outro, admitida a concessão de benefícios fiscais para promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as regiões do país. Esta exceção está de pleno acordo com a CF no que tange aos objetivos da república federativa do Brasil. Como exemplo temos a Zona Franca de Manaus. - O STF entende que não cabe ao judiciário estender isenção a contribuintes não contemplados pela lei. - A CF veda à união tributar os rendimentos de títulos estaduais e municipais de maneira mais gravosa do que seus títulos, para não haver concorrência desleal. Proíbe ainda tributar os rendimentos dos servidores de outros entes de forma mais gravosa do que os seus. - A isenção é benefício concedido por lei, em regra pelo ente que possui competência para a criação do tributo. A união não pode conceder isenções a tributos decompetência dos estados e municípios. Por simetria, os estados também não podem conceder nos municípios. - Exceções: União pode conceder isenção no ICMS – Exportações(em desuso, pois a EC 42/03 fez o ICMS deixar de incidir em exportações de mercadoria e serviços) e ISS – exportações. Há ainda o caso dos tratados internacionais, mas nesse caso não são enquadradas como heterônomas pelo STF, pois, neste caso, é a República Federativa do Brasil que celebra o tratado e não o ente união. - As imunidades são sempre heterônomas, pois tem sede constitucional. - As custas judiciais são tributos da espécie taxa, sendo assim sujeitam-se à vedação de concessão de isenções heterônomas. Porém, temos leis que estipulam isenção de custas em alguns casos. O STF ainda não se pronunciou e o STJ já editou uma súmula (178) na qual afirma que o INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos nas ações acidentárias e de benefícios propostas na justiça estadual. O PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO BASEADA EM PROCEDÊNCIA OU DESTINO -A CF veda aos Estados e municípios estabelecer diferenças tributárias entre bens e serviços de qualquer natureza em razão de procedência ou destino. Vale lembrar que a União pode fazer tendo por meta reduzir desigualdades regionais. Nada impede tratamento diferenciado com bem do exterior. Mas os Estados não podem, por exemplo, elevar o IPVA de veículos por serem importados. Isso tem sede constitucional e é ratificada pela cláusula do tratamento nacional, que prevê equivalência de tratamento entre o importado e o similar nacional. EXIGÊNCIA DE LEI ESPECÍFICA PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS FISCAIS -Baseado na indisponibilidade do Patrimônio público, somente quem tem titularidade do patrimônio é que pode dispor sobre ele e não um mero gestor público. A lei precisa ser Ordinária, a não ser que o tributo seja criado por lei complementar. Além do mais, a lei precisa ser específica. Não precisa ser tão restritiva, a concessão pode estar inter- relacionada com o objetivo da lei, como, por exemplo, no caso da LC 123/06 que concedia isenções. O STF percebeu que havia correlação entre a isenção e um tratamento diferenciado para ME EPP. - Entretanto, não pode o judiciário estender benefícios a contribuintes não contemplados por uma lei que instituiu a isenção. - Exceção: Concessão de benefícios fiscais de ICMS dependerá sempre de decisão unânime dos Estados envolvidos e a revogação total ou parcial dependerá da aprovação de quatro quintos dos representantes presentes no Convênio. Caso contrário ocorre a rejeição. - STF: A proibição de introduzir benefício fiscal sem o consentimento dos demais Estados tem o condão de evitar competição entre os Estados. Porém, em 2010, ratificou uma concessão de benefício sem convênio, no caso de uma isenção de ICMS das contas de água, luz, telefone e gás de templos de qualquer culto no Paraná. Vale lembrar que não era a imunidade religiosa o foco e sim que a isenção não deflagraria a guerra fiscal. IMUNIDADES - Podem excepcionar a regra do pagamento de tributo a não incidência, isenções e alíquota zero. - Não incidência: O fato não é alcançado pela regra da tributação -> Pode ocorrer de 3 formas: IMUNIDADE -> Norma constitucional amputa a competência impedindo a incidência. É SEMPRE PREVISTA NA CF, não importando como o texto constitucional foi escrito. Obs.: Art 195 parágrafo 7º diz que algumas entidades beneficentes são isentas de contribuição para a seguridade social. Este caso é de imunidade segundo o STF. Opera no âmbito da delimitação de competência constitucionalmente atribuída. PURA -> Podendo fazê-lo o ente deixa de definir alguma hipótese como de incidência. Possui a competência, mas não exerce. SIMPLES -> Ente não possui competência para definir a situação como hipótese de incidência. - Isenção: O ente tem competência para instituir o tributo, mas opta por dispensar o pagamento em determinadas situações. A LEI DETERMINA. Opera então no âmbito do exercício de competência. - Alíquota zero: Ente tem competência, fato gerador ocorre, mas a alíquota é nula. Por exemplo a união muda alíquota do IPI, podendo zerá-la. CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS DAS IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS: Quanto ao parâmetro: - Subjetiva: Leva em consideração a pessoa beneficiada, por exemplo, impedimento da tributação de patrimônio, renda e serviço dos entes políticos. - Objetiva: Impede a tributação de objetos -> ex. jornais, livros e o papel destinado a impressão. - Mista: Considera as duas coisas ao mesmo tempo, por exemplo, não incidência de ITR sobre pequenas glebas rurais ( objetivos – a área da gleba estar dentro da lei e subjetivos – proprietário possuir um imóvel). Quanto à origem: - Ontológicas: Existiriam mesmo sem previsão expressa no texto constitucional, sendo fundamentais para atendimento ao principio da isonomia. Por exemplo, as de instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos e a dos entes políticos. Neste caso protege o pacto federativo. - Políticas:Visam a proteção de outros princípios, por opção do legislador constituinte, por exemplo, a imunidade dos templos destinados a culto e dos livros. Quanto ao alcance: - Gerais: Estabelece vedações a todos os entes tributantes. - Específicas: Restringe a imunidade a determinado tributo de competência de determinada pessoa política, por exemplo, ICMS em operações de exportação. Quanto à forma de previsão: - Explícitas: Estão expressamente discriminadas no texto constitucional. - Implícitas: Existem como decorrência de princípios constitucionais consagrados. Não há um exemplo reconhecido judicialmente ainda. Quanto à necessidade de regulamentação: - Incondicionadas: Possuem aplicabilidade imediata - Condicionadas: Seu gozo depende da edição de regulamentação infraconstitucional IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS EM ESPÉCIE - Existem imunidades relativas a taxas, impostos e contr. para a seguridade social. - Imunidade recíproca: É uma cláusula pétrea, pois protege o pacto federativo. É aplicada somente aos impostos. Extensiva às autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo poder público, no que se refere a patrimônio, renda e serviços desde que vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. O STF entende que essa imunidade estende-se às empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. A imunidade não se estende a serviços relacionados com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário. O STF entende que a ECT goza de imunidade! Resumindo, a imunidade deve não beneficiar atividades econômicas destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio particular ou do Estado nem interferir na livre concorrência ou exercício de atividade profissional. STF: Valores investidos pelos entes e a renda auferida estão isentos de IOF e IR; Bens dos entes são imunes mesmo estando ocupados por delegatária. Serviço notarial não está isento de ISS; A imunização de um ente não exonera o promitente comprador de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. Com isso, evita-se que particulares não paguem tributação ao serem promitentes compradores de imóveis públicos. - Imunidade tributária religiosa: Impede que o poder de tributar do Estado embarace o funcionamento das entidades religiosas. Exclusivamente a impostos. Imóvel alugado não deixa de ser imune, se os rendimentos obtidos forem utilizados na atividade essencial do ente. O STF decidiu que se estende também para cemitérios que funcionem como extensão das entidades religiosas, mas que não tenham fins lucrativos e se dediquem exclusivamente à realização de serviços religiosos efunerários. ‘ - Imunidade tributária dos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos: Assegura o pluralismo político, impedindo o Estado de perseguir partidos contrários. Para os sindicatos, refere-se à proteção à liberdade de associação sindical. Os sindicatos de empregadores não são imunes. Já as entidade educacionais e assistenciais sem fins lucrativos devem preencher os requisitos de lei complementar (no caso atual o CTN faz o papel e as entidades não devem distribuir parcelas de seu patrimônio e renda, devem aplicar integralmente no pais os seus recursos na manutenção dos objetivos institucionais e manter escrituração em livros com formalidade). O STF reconhece imunidade do SENAC e SESI. Não se afasta a imunidade se a entidade usar seu patrimônio em atividade lucrativa, desde que os recursos sejam destinados à sua finalidade essencial. Considera ainda para atividade filantrópica que não é alheia a esta finalidade a utilização de imóvel para lazer e recreação. Entende ainda que a venda de bens de entidade imune não se sujeita ao ICMS. A aplicação do ICMS oneraria, dificultando sua concorrência. Isso já não ocorre quando o imune deve pagar o ICMS, como consumidor. STF entende que a imunidade às entidades de assistência social não abrange as previdenciárias. De acordo com a sumula 730, a única exceção são as entidades de previdência fechada onde os beneficiários não contribuem. Nenhuma entidade que tiver como patrocinadores entes políticos será então imunizada, pois a CF veda contribuições maiores que a dos beneficiários. - Imunidade tributária cultural: A CF proíbe os entes de instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Tem a finalidade de baratear o acesso à cultura, informação, atividade intelectual e artística. É imunidade puramente objetiva. A qualidade cultural da publicação não é levada em conta para a imunização. Para o STF as apostilas estão imunes. Os encartes com finalidade comercial não estão imunes. A presença de propaganda no seio da publicação, sendo ela inseparável, não lhe tira a imunidade. Listas telefônicas, mesmo veiculando anúncios e publicidade são imunes. A imunidade protege apenas o papel e não tinta, cola, linha, usados na produção do livro. Os filmes destinados à produção de capas de livros é imune. No caso de publicações em meios eletrônicos a imunidade cultural não é aplicável. VER PÁGINA 176 DO LIVRO PARA DEMAIS IMUNIDADES. CAPÍTULO 3: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA: Competência para legislar sobre direito tributário: Poder constitucionalmente atribuído para editar leis que versem sobre tributos e as relações jurídicas a eles pertinentes. Competência tributária: Poder constitucionalmente atribuído de editar leis que instituam tributos. - Compete à União editar normais gerais de observância obrigatória em matéria tributária e aos Estados e DF a competência suplementar. Caso a união não edite as normas gerais, os Estados e DF exercerão a competência plena para as suas peculiaridades. Foi o caso do IPVA, que, não tendo norma geral da união, foi legislado pelos Estados. O STF deu razão aos Estados. Caso a união edite as normais gerais, as dos Estados restarão suspensas. - O CTN não é lei complementar, apenas possui este status, o qual foi adquirido através da CF de 1967 e mantido na atual CF. - A CF atribui à lei complementar a regulação das limitações constitucionais ao poder de tributar, cabendo-lhe regulação infraconstitucional. - A LC também disporá sobre conflitos de competência em matéria tributária. - O STJ considera que imóvel destinado a exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial se sujeita ao ITR, mesmo estando em área urbana do município. A dúvida surgiu quando uma lei fez essa alteração no CTN, antes da CF/67. Outra lei em 72 revogou essa lei, mas se ela foi recepcionada como LC não poderia ter sido revogada. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA: - O exercício é uma mera faculdade. A LRF até gerou dúvidas ao afirmar que o ente que não previsse e arrecadasse os tributos não receberia transferências voluntárias. Na verdade o requisito essencial seria a instituição, previsão e arrecadação de tributos economicamente viáveis. EM PROVAS SEGUE-SE A LITERALIDADE DA LRF, CASO ELA SEJA CITADA NA QUESTÃO. - Em sentido amplo a competência seria a instituição, arrecadação, fiscalização e execução. Em sentido estrito a competência seria somente editar a lei e a capacidade ativa seria uma decorrência. A competência é indelegável. Apenas a capacidade ativa seria delegável (administração do tributo -> arrecadação, fiscalização e execução). Esta pode ser delegada inclusive a autarquia ou fundação. - Competência privativa: Alguns impostos tiveram sua competência privativa definida pela CF (quadro página 7). Empréstimo compulsórios – União Contribuições especiais – União. Estados, DF e municípios podem instituir a contribuição previdenciária dos seus servidores, privativa de cada esfera. Contribuição de iluminação pública – Municípios e DF. - Competência comum: Não é deferida a ente especifico. Denomina-se a atribuição para instituir taxas e contribuições de melhoria, pois que realiza o serviço cobra a taxa/contribuição. - Competência cumulativa:O DF tem competência para instituir impostos estaduais e municipais. No caso dos territórios, compete à união os impostos estaduais e, caso o território não seja dividido em municípios, os municipais. BIS IN IDEM: Significa duas vezes sobre a mesma coisa. Ocorre quando o mesmo ente tributante edita diversas leis instituindo múltiplas exigências tributárias, decorrentes do mesmo fato gerador. Não há no texto constitucional uma vedação ao bis in idem. Como exemplo temos a União cobrando PIS e COFINS ao ser autorizada a criar a contribuição social para financiamento da seguridade social. BITRIBUTACÃO: Ocorre quando entes tributantes diversos exigem do mesmo sujeito passivo tributos decorrentes do mesmo fato gerador. É proibida no Brasil. Existe uma controvérsia comum que é a do município competente para a cobrança do ISS, o local do estabelecimento prestador (conforme lei 116/2003) ou o da prestação do serviço (STJ). Existem duas situações em que ela é legítima: A primeira é o fato de a união poder instituir, em iminência de guerra, impostos de sua competência ou não extraordinários. A segunda ocorre no caso de dupla tributação por Estados-nações diferentes. A única forma de evitar isso é celebrando um tratado internacional. A doutrina considera que podem ser qualificados como bis in idem e bitributação somente os casos em que o segundo tributo é da mesma espécie do primeiro e assim considera o STF ao dizer que o uso compartilhado de base de cálculo própria de imposto pelas contribuições não se revelaria bitributação. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA: - Compreende todas as normas gerais e abstratas integrantes do ordenamento jurídico nacional que versem sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. - Resoluções do Senado: Os casos são: 1) ICMS: Iniciativa Aprovação Alíquota interna mínima 1/3 Maioria absoluta Alíquota interna máxima Maioria absoluta 2/3 Alíquotas Presidente ou 1/3 senado Maioria absoluta 2) IPVA: Obrigatoriamente fixará alíquotas mínimas 3) ITCMD: Obrigatoriamente as alíquotas máximas - Decretos-leis: Não foram previstos na CF/88 mas foram recepcionados, estando ainda em vigor alguns em matéria tributária. -Tratados e convenções internacionais: Para firmar, deve ocorrer: 1) Aprovação do CN mediante decreto legislativo; 2) Ratificação pelo PR mediante depósito do instrumento; e 3) Promulgação através de decreto presidencial - Os tratados e convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributáriainterna e serão observados pela que lhes sobrevenha. Apenas suspendem ou modificam a legislação anterior com eles incompatível, não a revogando. - Para o STF, a questão de não serem alterados por lei posterior é resolvida da seguinte forma: Após ser incorporado ao direito interno, o tratado recebe status de lei ordinária podendo ser modificado por esta. - Os tratados são classificados em normativos (genéricos/ vontades coincidentes) e contratos (prestação e contraprestação/vontades não necessariamente coincidentes). Sendo assim, o STJ considera que em matéria de direito internacional tributário, os tratados normativos não podem ser alterados pela legislação interna, diferentemente dos contratos. O STJ possui ainda decisões opostas ao transcrito acima(rs)! - GATT: Prevê a equivalência de tratamento entre o importado e o similar nacional. Inclusive isenções devem ser estendidas a essas mercadorias estrangeiras, caso existam para o similar nacional. - Decreto autônomo é vedado em matéria tributária. Normas complementares: - Atos normativos das autoridades administrativas: Impedida a exigência de qualquer acréscimo legal – juros, multas ou correção – ao valor pago pelo contribuinte a titulo de tributo. - Decisões dos Órgãos de jurisdição administrativa: São os órgãos para os quais o contribuinte direciona as suas impugnações. As decisões deles não integram a legislação tributária, pois versam sobre casos concretos. Nada impede um ente político de normatizar a decisão proferida pelo órgão posteriormente. - Práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas: Visa garantir ao contribuinte a mesma interpretação para casos semelhantes. O CTN impede inclusive a cobrança de correção monetária, fato já ratificado pelo STJ. - Convênios que venham a celebrar os entes: Alguns consideram inconstitucional não haver ratificação pelos legislativos envolvidos, porém o STF considera invasão à separação de poderes. VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Lei válida: Constitucional formal e materialmente Lei Vigente: Foi publicada e existe juridicamente Lei Eficaz: Completamente apta a gerar os efeitos jurídicos pretendidos pelo legislador. Vacatio Legis: Período de tempo entre a publicação e a vigência. - A anterioridade adia apenas a eficácia da lei tributária e não a sua vigência. - Os mesmos raciocínios para as leis são aplicados aos atos normativos. - A lei especial predomina sobre a geral. Sendo assim, nos pontos onde houver norma especial tributária disciplinado o tema que também é disciplinado pela LINDB, será aplicada a norma tributária. - As normas expedidas por um ente só tem vigência em seu território. Há duas exceções: - Aquiescência do outro ente, através de convênio; - Nos limites dispostos no CTN ou em norma geral da união, o que significa que o CN estipule casos em que a norma expedida por um ente federado terá vigência em território de outro (por exemplo, a criação de um novo ente através do desmembramento de outro ente. Não teria como o novo ente ter leis novas a tempo). Esta intervenção do CN deve ser utilizada apenas se for a única solução, com vistas a não invadir o pacto federativo. - Com relação à vigência temporal da lei tributária, temos que ela se dará de acordo com cláusula própria constante no texto legal. Caso não exista, observa-se 45 dias após a data de publicação. No caso de lei brasileira em território estrangeiro, o período é de 3 meses. Para as normas complementares: Início da vigência no tempo Atos normativos administrativos Publicação, salvo contrário Decisões de jurisdição administrativa 30d após publicação, salvo contrário Convênios Data prevista neles. Sem previsão, 45d após a publicação do convênio - Há uma divergência doutrinária em relação ao art. 104 do CTN. O mesmo confunde os sentidos de vigência e eficácia. O melhor entendimento é considerar que os incisos I e II não foram recepcionados pela CF/88. - Obs.: Lei que concede isenção pode entrar em vigor imediatamente, pois é uma surpresa positiva para o contribuinte. Aplicação da legislação tributária - A legislação tributária se aplica a fatos futuros e aos pendentes (fatos cuja ocorrência iniciou mas não concluiu. Aplicação da Legislação tributária Fatos geradores não consumados Imediata Fatos geradores pendentes Imediata Fatos geradores consumados Não se aplica Exceções ao princípio da irretroatividade - De acordo com a CF não possui qualquer exceção - De acordo com o CTN, possui duas exceções: - Lei expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; - A lei mais benéfica retroage, mas não alcança os atos definitivamente julgados. Não haverá retroatividade de lei que verse sobre tributos, seja a lei melhor ou pior. A retroatividade só é possível em matéria de infração (direito tributário penal). CAPÍTULO 4: INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA: - Texto é o que está escrito e a norma é o que se quis dizer no texto (conteúdo). Critérios de interpretação: Literal: Leva em conta exclusivamente o significado léxico das palavras constantes do texto legal. Sistemática: Analisa a norma como parte de um sistema na qual está inserida. Passa a analisar o texto em conjunto com os demais dispositivos da norma. Teleológica: Busca conhecer o sentido da norma através do entendimento da finalidade de sua inserção no ordenamento jurídico. Histórica: Leva em consideração as circunstâncias políticas, sociais, econômicas e culturais presentes no momento da edição da norma. - Os critérios não são hierarquizados, sendo analisados em conjunto. 1) Quanto à fonte: Autêntica: Realizada pela autoridade que elaborou a lei interpretada Doutrinária: Fruto do trabalho dos doutrinadores Judicial: Emanada pelos órgãos do judiciário nos processos que lhes são submetidos Administrativa: Realizada pela administração no seu exercício de concretizar no mundo as disposições abstratas da lei 2) Quanto aos efeitos ou resultados: Declaratória: O intérprete conclui que há coincidência entre o que o legislador quis dizer e o que efetivamente ficou disposto no texto legal. Extensiva: O intérprete percebe que no texto escrito o legislador disse menos do que pretendia. Restritiva: O intérprete percebe que no texto escrito o legislador disse mais do que pretendia. - O CTN quer que algumas normas sejam interpretadas literalmente. São as que disponham sobre: - Suspensão ou exclusão de crédito tributário; - Outorga de isenção; - Dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. - Porém, o STJ já afirmou a possibilidade de interpretação extensiva das hipóteses acima. - A interpretação benigna em favor do acusado, aplica-se exclusivamente à lei que define infrações ou comina penalidades. Porém só é aplicada em caso de dúvida. - A Lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privados utilizados, expressa ou implicitamente na CF, CEs ou LO para definir ou limitar competências tributárias. Da mesma forma, os conceitos que não tenham sido utilizados nas leis máximas acima podem ser alterados pelo legislador infraconstitucional. - Para o CTN, não importa a validade jurídica dos atos praticados pelos contribuintes. Caso se enquadre na lei, o tributo deverá ser cobrado. - Caso a lei seja omissa, para aplicar a legislação tributária, a autoridade utilizará: - Analogia -> Não confundir com interpretação extensiva; - Princípios Gerais de Dir. Tributário -> Noventena, anterioridade, etc.. - Princípios Gerais de Direito Público; - Equidade -> Solução mais justa para o caso concreto. O emprego da equidade não poderá dispensar o pagamentodo tributo devido. CAPÍTULO 5: OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA -No direito tributário a obrigação pode ser de 3 formas: A obrigação de dar (dinheiro), de fazer (escriturar livros) e de não-fazer (não rasurar documentos, livros, etc.). A obrigação pode ser: 1) Principal: São assim considerados os créditos, multas e juros. Depende exclusivamente do conteúdo pecuniário. A multa não é tributo, mas a obrigação de pagá-la tem natureza tributária. 2) Acessória: Tem por objeto as prestações, positivas ou negativas previstas no interesse da arrecadação ou fiscalização de tributos. São simples deveres burocráticos que facilitam o cumprimento das obrigações principais. Existem exemplos de acessórias que não dependem de principais, como, por exemplo, o caso de uma entidade imune a impostos sobre patrimônio, desde escriture corretamente. No caso ela não paga os tributos, não tendo obrigação principal, mas tem a acessória. De acordo com o CTN, a obrigação acessória, pelo simples fato da sua não observância, converte-se em principal. TEORIA DO FATO GERADOR EM CONCRETO FATO IMPONÍVEL EM ABSTRATO HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA + FATO GERADOR = OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA - Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. - Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. - Para a obrigação principal, o CTN exigiu previsão em lei ou ato de igual hierarquia (MP), mas para a acessória ele fala em legislação. Sendo assim, as obrigações acessórias podem ser instituídas por ato infralegal. - Para a definição do momento de ocorrência do fato gerador, deve ter em mente a noção de situação jurídica (quando antes de a lei tributária definir a situação como fato gerador do tributo já existir outro ramo do direito estipulando efeitos jurídicos) e situação de fato (quando não estava definido ainda no direito). - Para a situação de fato considera-se ocorrido o fato no momento em que se verificarem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. - Para a situação de direito, o fato ocorre desde o momento em que a situação esteja definitivamente constituída, nos termos do direito aplicável. - Para todos os casos a lei tributária poderá definir diferentemente o momento exato do fato gerador. - Para se definir o exato momento em que o fato gerador reputa perfeito usa-se a classificação em condições suspensivas ou resolutórias. As suspensivassuspendem a eficácia do negocio jurídico a que foram apostas, de forma que a eficácia surgirá com o implemento da condição (Exemplo do pai que promete dar um apartamento a filha caso ela case). As resolutórias ocorrem quando seu implemento tem por efeito resolver (desmanchar, desfazer) o negócio jurídico que foi celebrado (caso o casal se separe o apartamento será devolvido ao pai). EVASÃO, ELISÃO E ELUSÃO TRIBUTÁRIA Elisão: Uso de meios lícitos para fugir da tributação ou torná-la menos onerosa. Ela é verificada no momento anterior ao do fato gerador, mas existem exceções, como o caso do IRPF, onde o contribuinte escolhe declaração simplificada ou completa. Evasão: Uso de meios Ilícitos para escapar da tributação. Ocorre depois do fato gerador, mas pode ocorre antes, no caso de emissão de notas fraudulentas por contribuintes do ICMS, antes da saída da mercadoria do estabelecimento. Elusão: Ocorre quando o contribuinte simula um negócio jurídico com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador. - De acordo com o parágrafo único do art.116 do CTN, a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. A questão ainda está pendente no STF. O STJ já se pronunciou que a interpretação econômica deve se impor. Porém, enquanto não editada a lei que o parágrafo reclama, não é possível ainda a sua aplicação. ELEMENTOS SUBJETIVOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA Sujeito Ativo:É a pessoa jurídica de direito público titular a competência para exigir o seu cumprimento. Passível de delegação a outra pessoa jurídica de direito público. Pelo CTN, somente as pessoas de direito público podem figurar no polo ativo. Existe uma divergência doutrinária, pois alguns afirmam que as contribuições corporativas em favor de entidades sindicais teriam tais entidades como sujeito ativo. Porém, neste caso é o TEM, mas as entidades possuem o ônus da cobrança judicial. - Existe uma súmula do STJ, a 396, que diz que a Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança da contribuição sindical rural. Neste caso a competência da SRF foi revogada por uma lei, firmando a SRF e o CNA um convênio permitindo a este a cobrança do tributo. ESAF E CESPE consideram que somente pessoa jurídica de direito público pode figurar no polo ativo. - Pode ocorrer uma modificação superveniente de sujeito ativo, no caso do Estado desmembrado para a criação de outro. O novo Estado sub-roga-se nos direitos do anterior. Sujeito Passivo: É o obrigado a dar, fazer ou deixar de fazer. - O contribuinte pode ser dividido em contribuinte de fato (sofrem a incidência econômica do tributo, o consumidor) e os contribuintes de direito (ocupam o pólo passivo da relação jurídico-tributária sendo obrigadas efetivamente a pagar o tributo ou penalidade pecuniária). CONTRIBUINTE Possui relação pessoal e direta com o fato gerador na obrigação principal RESPONSÁVEL Não possui relação pessoal e direta com o fato gerador na obrigação principal Ambas as definições devem vir expressas em lei. - Com relação a convenções particulares relativas a responsabilidade pelo pagamento de tributos, tem-se que não podem ser opostas à fazenda pública, salvo disposições de lei em contrário, o que significa que a lei tributária pode dar eficácia a essas relações. Solidariedade: Somente existe a passiva (mais de um devedor) e sempre decorre da lei. São devedores solidários aqueles que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal (chamado de solidariedade de fato, exemplo do IPTU para mais de um proprietário do imóvel) e as pessoas expressamente designadas em lei (solidariedade de direito). - A solidariedade não comporta beneficio de ordem, ou seja, a cobrança da dívida não será feita com base em uma sequência. - O pagamento efetuado por um dos coobrigados aproveita os demais. Assim se um paga uma quantia X, a dívida fica diminuída para todos deste valor X. - A isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo: Ou seja se 3 pessoas devem IPTU, donas do mesmo imóvel e uma delas tem uma isenção, a sua parte é retirada do valor total. Se ele tinha 70% do apartamento de R$ 1.000,00 de IPTU, os outros 2 terão de pagar R$ 300,00. - A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica os demais. Capacidade Tributária Passiva: É a aptidão para ser sujeito passivo da relação jurídico- tributária. De acordo com o CTN, ela independe: - da capacidade civil das pessoas naturais - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios. - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. Para este caso, descobrindo-sea situação irregular, os tributos serão cobrados da pessoa dos sócios, uma vez que ainda não há uma diferenciação de patrimônio. Domicílio tributário: Determina qual autoridade administrativa terá atribuição de cobrar-lhe o tributo e em qual ponto do território da entidade tributante tal sujeito deve ser procurado, caso necessário. O CTN estipula como regra básica a eleição, ou seja, a escolha do sujeito passivo. O código adotou o princípio da autonomia dos estabelecimentos, sendo possível que um estabelecimento individualizado com CNPJ consiga uma CND, mesmo a matriz ou outra filiais tendo débitos em aberto. Esquematizando: CAPÍTULO 6: RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA - A pessoa a quem o legislador atribui a responsabilidade deve ser vinculada ao fato gerador da obrigação. Por exemplo, um transportador de mercadorias poderia ser considerado como responsável, apenas por disposição expressa de lei. Assim, para definir determinada pessoa como responsável pelo pagamento do tributo, sempre é necessária expressa disposição legal. - De acordo com o momento em que surge o vínculo jurídico entre a pessoa designada por lei como responsável e o sujeito ativo do tributo, a responsabilidade tributária pode ser classificada como por substituição ou por transferência. RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA - São os casos em que a obrigação nasce tendo, no polo passivo, determinado devedor (contribuinte ou responsável), mas, em virtude de evento descrito com precisão na lei, há a transferência da sujeição passiva a uma outra pessoa, esta na condição de responsável. Ex: Morte de proprietário de imóvel, o IPTU passa para o espólio. Com a partilha, transfere-se aos sucessores e cônjuge meeiro. RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO - Desde a ocorrência do fato gerador, a sujeição passiva recai sobre uma pessoa diferente daquela que possui relação pessoal e direta com a situação descrita em lei como fato gerador do tributo. Ex: Responsabilidade recai sobre a fonte pagadora, no que tange à retenção do IR. Ela substitui a pessoa no polo passivo. - Asubstituiçãotributária regressivaocorre nos casos em que as pessoas ocupantes das posições anteriores nas cadeias de produção e circulação são substituídas no dever de pagar o tributo, por aquelas que ocupam as posições posteriores nessas mesmas cadeias. - A substituição tributária progressiva ocorre nos casos em que as pessoas ocupantes das posições posteriores nas cadeias de produção e circulação são substituídas no dever de pagar o tributo, por aquelas que ocupam as posições anteriores nessas mesmas cadeias. O cálculo do recolhimento total é realizado sobre o valor pelo qual se presume que a mercadoria será vendida ao consumidor. Tal montante é definido mediante a aplicação do regime de valor agregado. - A substituição progressiva recebe críticas de alguns, afirmando ser contrária ao princípio da tipicidade (pois o fato ainda não ocorreu quando do pagamento), não- confisco e capacidade contributiva (por onerar antes do recebimento da compensação). Para a tipicidade, entendem os tribunais que apenas ocorre o pagamento antecipado, como se fosse um recolhimento cautelar. Para os outros dois, considera-se que o impacto é apenas provisório, pois seguindo a cadeia o valor é recuperado. Vale lembrar que substituição só existe para impostos e contribuições. - A sistemática da substituição tributária para frente é constitucional, mesmo com relação aos fatos ocorridos antes da EC 3/93. - Não ocorrido o fato gerador presumido, nasce o direito à restituição imediata e preferencial da quantia paga, de acordo com o art.150 parag. 7º da CF. - É constitucional decisão tomada pela maioria dos Estados e firmada no convênio 13/97 no sentido de não restituir nem cobrar diferenças nos casos de ocorrência do fato gerador com base de cálculo diferente da presumida. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO - O CTN define o marco temporal da sucessão com base na data de constituição do crédito tributário (lançamento), ao invés de definir como na data de ocorrência dos eventos previstos em lei como aptos a gerar a sucessão. -Para os bens imóveis: Os créditos tributários relativos a impostos, cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens (excetuando as taxas de polícia, ainda que relativos ao imóvel), ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título de transferência de propriedade a prova de sua quitação (certidão negativa) ou no caso de arrematação em hasta pública, onde a sub-rogação ocorre no respectivo preço. Há um precedente do STJ incluindo um veiculo nessa situação (ou seja, bem móvel). - Para o caso de bens móveis os créditos também sub-rogam-se na figura do adquirente, porém não há exceções. - Na sucessão causa mortis, o espólio (conjunto de bens e direitos) é pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data de abertura da sucessão (evento que ocorre com a morte). Durante sua “vida”, o espólio passa a ser contribuinte. Ele deverá fazer o pagamento. Caso não tenha sido feito e, mesmo assim, os bens tenham sido partilhados, os sucessores a qualquer título e o cônjuge meeiro deverão fazer o pagamento. O espólio e sucessores eram responsáveis antes da morte. Entre a morte e a partilha, espólio é contribuinte e sucessores responsáveis. Após a partilha, os sucessores são os contribuintes. Os sucessores são responsáveis antes da morte no limite di seu quinhão. - Para efeitos de responsabilidade tributária por sucessão causa mortis, devem ser entendidas como tributos as multas moratórias (expresso no CTN). As multas de ofício (punição), cuja responsabilidade seja pessoal do infrator, a responsabilidade não é transferida para os sucessores. - Na sucessão empresarial, o CTN não diferenciou créditos relativos a multas e a tributos. Resumo: - fusão, incorporação e transformação: A pessoa jurídica de direito privado que resultar é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. - Cisão: Para estes casos o CTN não disciplina a matéria. Tem-se entendido por suficiente a aplicação do art. 233 da lei 6.404/76, o qual afirma que a responsabilidade é de todos que adquiriram parcela do patrimônio da sociedade cindida (total), entre a própria sociedade cindida que continuar a existir e as que receberem seu patrimônio (parcial) ou, caso haja previsão no ato de cisão parcial, responsabilidade somente pelas obrigações transferidas (sem solidariedade). - Extinção de sociedade: Subsistira responsabilidade caso algum dos sócios remanescentes (ou seu espólio) continue a exploração da mesma atividade a que se dedicava a sociedade extinta. Não há qualquer relevância na razão social adotada pela sucessora, nem mesmo se for firma individual. Mesmo que não tenha regular constituição haverá a sucessão, pois, de acordo com o art.126, a sociedade não precisa estar regularmente constituída para ser sujeito passivo. - Fundo de comércio ou estabelecimento:O adquirente sempre responderá pelos tributos devidos até a data da alienação, somente os relativos ao fundo ou estabelecimento (IRPJ, por exemplo, não). A responsabilidade será integral caso o alienante cessar as atividades. Será subsidiária se o alienante prosseguir na atividade econômica, ou iniciar, dentro de 6 meses, nova atividade ou prosseguir na anterior. Caso não haja efetiva alienação do fundo ou estabelecimento, não haverá responsabilidade do adquirente (aluguel). Não há responsabilidade do adquirente no caso de alienação realizada em processo de falência ou recuperação judicial de filial ou unidade produtiva isolada. Isto não se aplica seo adquirente, nestes casos, for: - sócio da sociedade falida ou em recuperação ou sócio de sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação. - parente, em linha reta ou colateral até o 4º grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação ou de qualquer de seus sócios. - identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS - Os terceiros responsáveis possuem algum vínculo jurídico com a pessoa que deveria ocupar o polo passivo da relação jurídico-tributária na condição de contribuinte. A atribuição de responsabilidade solidária depende da presença de: 1) Impossibilidade do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte. 2) Ação ou omissão imputável à pessoa designada como responsável. Para os casos abaixo: - pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; - tutores e curadores, pelos tributos dos tutelados ou curatelados; - administradores de bens de terceiros, pelos tributos destes; - inventariante, pelos tributos do espólio; - administrador judicial pelos da massa falida ou empresa em rec. Judicial; - tabeliães, pelos atos praticados por eles ou perante ele, em razão do oficio; - sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. - O CTN afirma ser a responsabilidade solidária, mas como o responsável responde quando não é possível o cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, deveria ser subsidiária. Em concursos adotar a literalidade do CTN. - Nos casos em que não houver ação ou indevida omissão imputável ao responsável, não surgirá essa responsabilidade. Por exemplo, se o espólio não tiver condições de arcar com o IPTU, o inventariante não será responsabilizado. - Para o último caso a previsão é aplicável ao sócio-gerente e não ao sócio-quotista. - O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só. A responsabilidade solidária do sócio-gerente. Deve ser acrescido de excesso de poderes, agressão à lei, contrato social ou estatutos. - O STJ entende que se configura responsabilização do sócio-gerente quando comprovada a dissolução irregular da sociedade -> Por exemplo, mudança de domicilio fiscal sem comunicação ao fisco do novo local de estabelecimento e fechamento da empresa sem baixa na junta comercial. - No curso de execução fiscal promovida contra a sociedade empresária e seus sócios- gerentes, cabe a estes o ônus da prova para dirimir a responsabilidade, via embargos do devedor, porquanto a inscrição em dívida ativa goza de presunção relativa (júris tantum) de liquidez e certeza. - Nas sociedades em que a responsabilidade é limitada, haverá responsabilidade do sócio simplesmente por ser sócio. - As multas moratórias também são imputadas às pessoas do caput do art. 134. - Quando o responsável atuar de maneira irregular, violando a lei, o contrato social ou o estatuto, sua responsabilidade será pessoal e não apenas solidária, respondendo sozinho com seu patrimônio. Incluem-se, além dos listados na página anterior: - mandatários, prepostos e empregados; - diretores, gerentes ou representantes de pessoa jurídica de direito privado. - A prática de ato com excesso de poder ou infração a lei também resulta em responsabilidade por substituição. Esses atos, não necessariamente são ilícitos, residindo o vício na ausência de legitimação para a sua prática. RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES - A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Em regra a responsabilidade por infrações tributárias é objetiva. Entretanto, o dispositivo afirma “salvo disposição em contrário”, devendo o legislador afirmar expressamente que a responsabilidade depende da análise de dolo ou culpa. - O STJ entende que o comerciante de boa-fé que adquire mercadoria cuja nota fiscal emitida pelo vendedor é posteriormente declarada inidônea não pode ser responsabilizado objetivamente pela infração, tendo ele ainda o direito de aproveitar o crédito tributário. - A responsabilidade é pessoal do agente quando: - infrações graves que, alem da agressão à legislação tributária configuram ilícitos penais, ressalvados os casos em que o agente pratica o crime ou contravenção no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito. - quanto às infrações em cuja definição o dolo especifico do agente seja elementar, ou seja, esteja descrito na definição da infração. - às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico de determinadas pessoas contra aquelas em nome das quais praticam certos atos. - A denúncia espontânea de infrações visa estimular o delinquente a interromper a investida criminosa ou, ao menos, reparar o dano causado. Para ser caracterizada com espontânea e afastar a infração, ela dever ser feita antes de o Fisco lançar o tributo. Quando houver formal comunicação ao sujeito passivo do inicio do PAD afasta-se a espontaneidade. No âmbito federal ocorre o afastamento em relação a todos os envolvidos se um deles for notificado. - Para o STJ, o parcelamento não pode ser equiparado ao pagamento para efeito de gozo dos benefícios da denúncia espontânea. É entendido ainda que para as obrigações acessórias não ocorre o instituto da denúncia espontânea e que também não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados, mas pagos a destempo. - Caso o valor do tributo devido não puder ser apurado de plano, o sujeito passivo deverá depositar previamente o valor arbitrado pela autoridade fiscal, sob pena de afastamento do benefício. - Para o STJ, a denúncia espontânea extingue a punibilidade de multas moratórias e de oficio, pois entende que multa já é sanção por ato ilícito, sendo desnecessário diferenciá-las. No âmbito administrativo prevalece o entendimento que a multa moratória não pode ser retirada com a denúncia espontânea. CAPÍTULO 7: CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO - Lançamento é o procedimento oficial consistente em declarar formalmente a ocorrência do fato gerador, definir os elementos materiais da obrigação surgida (alíquota e base de cálculo), calcular o montante devido e identificar o respectivo sujeito passivo para cobrança do tributo ou penalidade pecuniária. Para haver lançamento é necessário que exista o fato gerador, e, portanto, a obrigação. Em relação ao crédito, o lançamento possui natureza constitutiva (formalizadora de existência - STJ) e em relação à obrigação possui natureza declaratória. O CTN afirma que o lançamento é um procedimento administrativo, enquanto existe discussão doutrinária de que ele seria um ato administrativo. - A competência para o lançamento é da autoridade administrativa. Como não foi definida qual autoridade, cabe à lei de cada ente a incumbência de fazê-lo. O mais correto seria falar em exclusividade de lançamento, pois o que é privativo pode ser delegado, o que não é o caso do lançamento. A exclusividade vincula até o juiz, que não pode lançar nem corrigir o lançamento de autoridade administrativa. Por isso, o STF considera que não se pode propor ação penal por crime de sonegação fiscal antes da conclusão do procedimento administrativo de lançamento. - O art. 114, VIII, da CF dá competência para que a justiça do trabalho promova a execução de oficio das contribuições sociais previstas no art.195, I,a e II. A CLT afirma que será feita a conta por órgãos auxiliares do judiciário e intimação à união para que se manifeste. Caso não se manifeste, haverá concordância tácita. Isso está sendo considerado um ato homologatório, mesmo no caso tácito. - O STJ considera que a declaração tributária na qual o sujeito passivo informe um
Compartilhar