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Resumo de Direito Tributário - AUDITOR FISCAL ( ISS , ICMS, AFRFB...)

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RESUMO DE DIREITO TRIBUTÁRIO 
LIVRO: DIREITO TRIBUTÁRIO ESQUEMATIZADO – 
RICARDO ALEXANDRE 
CAPÍTULO 1: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 
Direito Tributário é ramo do Direito Público. Como princípios do direito público temos: 
-Supremacia do interesse público sobre o privado; 
-Indisponibilidade do interesse publico =O individuo isolado não pode fazê-lo, mas o 
próprio povo pode dispor do seu patrimônio. Ex: Exigência de lei (federal, estadual ou 
municipal) para a extinção de creditos tributários. 
-Receitas do Estado: Originarias originam-se da exploração do patrimônio (alugueis) e as 
derivadas derivam do poder coercitivo de tributar. A diferença entre elas é o regime de 
direito e não os polos da relação. 
-Há Tributos cuja finalidade é fiscal, para arrecadar valores para os cofres públicos e os 
com finalidade extrafiscal que servem para intervir em uma situação social ou 
econômica (IOF, ITR, IE). O IR também tem função extrafiscal, pois taxa menos quem 
ganha menos. Há ainda os impostos parafiscais, os quais o estado cria por lei e cujo 
produto da arrecadação fica com o arrecadador (que executa atividade tipicamente 
estatal) e não com quem o instituiu. Ou seja, a lei atribui capacidade tributaria ativa a 
ente diverso de quem tem a competência tributaria. 
-O regime jurídico tributário é sujeito a três princípios: Legalidade, anterioridade 
(cobrança dos valores majorados só pode ser feita no exercício subsequente) e 
noventena (lapso temporal de 90 dias da publicação da lei que o instituiu). 
TRIBUTO 
Prestação pecuniária compulsória, em moeda ou valor que nela se possa exprimir, que 
não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada. 
1) Prestação pecuniária em moeda ou valor que nela possa se exprimir: LC 104/01 
permite dação em pagamento de bens imóveis. Outras utilidades descritas no 
CTN podem também. 
Extinção de crédito tributário – por LC! Porém o STF já entende que lei local 
pode criar hipóteses, devido ao pacto federativo e ao “quem pode o mais pode 
o menos”. 
STF – Inconstitucional lei local que permite a dação em bens móveis, pois seria 
uma aquisição sem licitação. 
Pagamento com títulos da dívida pública – Precisa de lei autorizativa 
2) Prestação compulsória: O dever é imposto pela lei, sendo irrelevante a vontade 
das partes. 
3) Prestação que não constitui sanção de ato ilícito: Se constituir sanção é multa. 
STF –Deve IR mesmo se a origem do dinheiro for ilícita, em virtude da isonomia 
fiscal. 
4) Prestação instituída em Lei: A lei é a fonte da cobrança. 
5) Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: A 
autoridade não pode analisar se é conveniente a cobrança, não se deve dar 
margem a discricionariedade. 
STF – Disposições do CTN não se aplicam ao FGTS. 
 
TRIBUTOS EM ESPÉCIES 
 
Existem 4 correntes: 
 
- Bipartite: Somente impostos e taxas; 
- Tripartite: Impostos, taxas e contribuições de melhoria = Adotada pelo CTN 
- Tetrapartite: Impostos, taxas, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios; 
-Pentapartida: Impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios 
e contribuições especiais = Adotada pelo STF. 
 
- A natureza jurídica especifica do tributo é determinada pelo fato gerador. São 
irrelevantes para caracterizá-lo a denominação e o destino do produto da arrecadação. 
Porém esse artigo foi parcialmente não recepcionado pela CF, não sendo aplicado aos 
empréstimos compulsórios e contribuições especiais (diferenciados dos outros pelo fato 
de serem restituíveis pelo destino da arrecadação). 
- A CF proíbe que as taxas tenham a mesma base de calculo dos impostos, sendo 
necessário então avaliar também a base, quando da verificação da natureza jurídica. 
 
Tributos Vinculados são aqueles que o Estado precisar realizar alguma atividade 
específica em relação ao devedor. Todos os impostos são não vinculados e de 
arrecadação não vinculada (CF).Atenção para não confundir arrecadação vinculada com 
tributo vinculado, pois o primeiro vincula a utilização dos recursos e o segundo uma 
ação do estado. 
Taxas e contribuições de melhoria são vinculados. 
 
IMPOSTOS 
 
Tem caráter contributivo. Competência privativa para instituir impostos: 
União: II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF 
 Estados: ICMS, ITCMD, IPVA 
 Municípios: ISS, IPTU, ITBI 
União pode instituir novos impostos por LC (Não pode MP!!), desde que não 
cumulativos e tenham base de calculo diferente das discriminadas na CF é a 
competência residual. Ela pode criar ainda impostos extraordinários de guerra, 
compreendidos ou não em sua competência tributaria, podendo usar qualquer base de 
calculo não imune. Exemplo ICMS extraordinário federal. Este é o único caso de 
bitributação (mesmo tributo e fato gerador por dois entes tributantes diferentes). 
- Para os impostos há a necessidade de LC nacional definindo base de calculo, fato 
gerador e contribuintes. 
- STF: Se a união deixar de editar normas gerais, os estados podem exercer a 
competência legislativa plena 
- Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e levarão em conta a 
capacidade econômica do contribuinte (ao dizer “do contribuinte”, subentende-se 
capacidade contributiva). 
- A CF classifica os impostos em Reais (incidem objetivamente, sobre coisas) e Pessoais 
(incidem sobre aspectos pessoais do contribuinte – IR). 
- O legislador ordinário ao elaborar leis que instituam impostos deve sempre verificar a 
possibilidade de conferir caráter pessoal (dar concretude a isonomia). Havendo 
viabilidade, é obrigatório. 
-STF: Nada impede que a capacidade contributiva seja levada em consideração na 
criação de taxas. 
 
TAXAS 
 
-União, estados, DF e municípios poderão instituir taxas em razão do exercício do poder 
de policia ou utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, 
prestados ou postos a disposição. 
- O ente que presta o serviço é o competente para cobrar a taxa. 
- Taxas são tributos contraprestativos ou retributivos. 
- Devido ao principio da anualidade não se aplicar mais em matéria tributária, não; e 
necessária autorização orçamentária para a instituição de taxas. 
 
Taxas de Polícia: O fato gerador é o exercício regular do poder de policia. Só se pode 
cobrar quando da efetiva utilização do serviço. Por exemplo, uma taxa de fiscalização de 
funcionamento de estabelecimento pode ser cobrada quando aberto o mesmo, mas sua 
renovação no ano seguinte, sem a nova fiscalização, seria proibida. 
-STF: Admite a cobrança de taxa caso exista o órgão fiscalizador, mesmo que esse não 
comprove as fiscalizações. Considera ainda a Taxa de fiscalização de mercados de títulos 
e valores mobiliários, taxa de fiscalização e controle dos serviços públicos delegados e a 
taxa de fiscalização de anúncios. 
 
Taxas de Serviço: Somente pode cobrar mediante a disponibilização do serviço que se 
caracterize pela especificidade (pode ser destacado em unidade autônoma de 
intervenção. O contribuinte sabe por qual serviço está pagando.) e divisibilidade (pode 
ser utilizado separadamente por cada usuário. O estado pode identificar os usuários). 
-STF: Pode cobrar taxa de lixo ou resíduos de imóveis, pois o usuário pode ser 
identificado. Se for para limpeza de logradouros públicos não pode. 
-STF: Iluminação publica não pode ser remunerada por taxa. 
- Após a emenda 39/02 passou a ser possível aos municípios cobrar contribuição de 
iluminação publica. 
- Se o serviço posto a disposição for compulsório, a taxa pode ser cobrada mesmo sem a 
utilização do serviço. Por exemplo, coleta de lixo. Pode ser potencial a utilização mas 
nunca a disponibilização, essa sempre deve existir. 
 
Base de cálculo das taxas: 
-STF: É inconstitucionala taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja 
base de cálculo seja idêntica a doimposto territorial rural. 
-STF: Pode custas judiciais proporcionais ao valor da causa mediante taxa, desde que 
haja um teto para o serviço e a correspondência com o gasto do estado para realização 
do mesmo. Sem teto violaria clausula da CF da inafastabilidade do judiciário. 
-STF: Pode adotar no calculo da taxa um ou mais elementos da base de imposto, desde 
que não haja integral identidade. Lembrar-se do exemplo da taxa de lixo pelo metro 
quadrado do imóvel, parecido como IPTU. 
-STF: Pode a taxa utilizar referencia dos impostos. Por exemplo, instituir taxa que leve 
em consideração valor do imóvel apurado pelo IPTU. No caso, o IPTU serve de 
referencia e não há uma alíquota. 
 
Taxas x Preços Públicos: Ambos são contraprestacionais. No preço a relação é de direito 
privado 
TAXA PREÇO PÚBLICO 
Direito Publico Direito Privado 
Vinculo não admite rescisão Contratual, admite rescisão 
Sujeito ativo é pessoa de dir. público Suj. ativo é público ou privado 
Vinculo nasce independente da vontade Utilização facultativa do serviço(telefonia) 
Cobrada por utilização efetiva ou potencial Cobrada somente na utilização do serviço 
Receita é derivada Receita originaria 
Sujeita-se aos 3 princípiostributários Não se sujeita a princípios tributários 
 
 -STF: Classifica os serviços públicos em: 
1) Propriamente Estatais: Indelegáveis, soberania do estado – emissão de passaportes; 
2) Essenciais ao interesse publico: Interesse da comunidade. Taxa cobrada pela 
utilização efetiva ou potencial do serviço – Coleta de lixo; 
3) Não essenciais: Se não utilizados não resultam em dano ou prejuízo para a 
comunidade. São delegáveis e remunerados mediante preço publico. 
 
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA 
 
-Tributo vinculado – realização de obra publica da qual decorra valorização imobiliária 
dos imóveis dos potenciais contribuintes. 
- Não é qualquer beneficio que a obra trouxer, somente valorização do imóvel. 
- É decorrente da obra e não para financiar a obra. 
- Pode ser cobrado em face da realização de parte da obra. 
- Fato gerador é a valorização imobiliária e a base de calculo é o acréscimo no valor do 
imóvel. 
- STF: Asfaltamento de via que trouxer valorização pode ser cobrada a contribuição, já o 
recapeamento de via já asfaltada não. Taxa não pode ser instituída se couber a 
contribuição. 
- STJ: Pode usar como base de calculo o valor presumido da valorização, tendo direito o 
sujeito passivo de apresentar prova em contrario. 
- O tributo tem fundamento no principio da vedação enriquecimento sem causa. Tem 
ainda limite total a despesa realizada e individual o acréscimo de valor. Estes limites 
não estão previstos na CF. 
 
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS 
- Instituídos mediante lei complementar (LO e MP não!!). Competência exclusiva da 
união para a criação. 
- Poderão ser criados para: 
 1) despesas extraordinárias decorrente de calamidade publica, guerra externa ou 
sua iminência (Pode ser cobrada de imediato sem noventena e anterioridade). 
 2) Investimento publico de caráter urgente e relevante interesse nacional. 
- Art 15 do CTN não foi recepcionado pela CF: Seria a terceira possibilidade do imposto, 
absorção de poder aquisitivo. 
- São empréstimos forçados, porém restituíveis na mesma espécie que foi pago e a lei 
instituidora deve fixar prazo e condições de resgate. 
- São de arrecadação vinculada. Deve-se analisar o FG para saber se é vinculado ou não. 
 
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 
- A CF prevê três tipos: Sociais, CIDE e corporativas. 
- A competência é exclusiva da união, com uma exceção: Estados, DF e municípios 
instituirão contribuição cobrada dos servidores para o custeio do regime previdenciário 
em benefícios deles, sendo a alíquota não inferior à cobrada dos titulares de cargos da 
união. 
- As contribuições sociais e CIDE não incidirão sobre receitas decorrentes de exportação. 
Porém, o legislador diferenciou aí receita de lucro (STF), não proibindo a tributação do 
lucro. Elas incidem sobre a importação de produtos ou serviços. 
- O produto da sua arrecadação é vinculado a determinada atividade. 
 
Contribuições Sociais: São de três tipos: 
- seguridade social: Destinadas a custear serviços de saúde, previdências e assistência 
social. A união possui competência residual para instituir novas contribuições desse tipo, 
necessário apenas não cumulatividade, lei complementar (apenas para aquelas cujas 
fontes não constam na CF, para as que constam usa-se lei ordinária - STF) e inovação na 
base de cálculo e fato gerador. Obedecem à noventena mas podem ser cobradas no 
mesmo exercício que instituídas ou majoradas. 
 
- outras contribuições: residuais previstas na CF. 
 
- sociais gerais: algum outro tipo de atuação da união na área social, por exemplo, o 
salário-educação. O STJ considera que as contribuições para os serviços sociais 
autônomos estão enquadrados nessa categoria (apesar de uma tendência a classificar 
como corporativas) e caso não haja uma entidade especifica que forneça benefícios para 
determinada categoria profissional, a contribuição será feita ao SESC e SENAC que se 
encarregarão de fornecer os benefícios aos empregados. 
Para o caso do SEBRAE, há a desnecessidade de o contribuinte auferir benefícios com a 
atuação daquele para ser devedor da respectiva contribuição. 
- STF: Contribuição para o SEBRAE é CIDE. 
 
Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) 
- Competência exclusiva da união, por lei ordinária ou medida provisória. 
- São tributos extrafiscais e suas finalidades tem que ser compatíveis com as disposições 
da CF. 
- A intervenção ocorre pela destinação do produto a uma determinada atividade, que 
por causa desse reforço fica incentivada. 
- A liberdade de criação das CIDE é ampla pela união, pois a CF não explicitou quais as 
bases econômicas sobre as quais o tributo pode incidir. 
 
Contribuições Corporativas: 
São aquelas criadas pela união com o objetivo parafiscal de obter recursos destinados a 
financiar atividades de interesses de instituições representativas ou fiscalizatórias de 
categorias profissionais ou econômicas. 
 
- Sindical: A CF prevê duas contribuições, a fixada em assembleia-geral (voluntária, paga 
pelos trabalhadores que se sindicalizaram) e a fixada em lei (tributo), cobrada de todos 
os trabalhadores. Para o STJ, os empregados públicos e servidores estatutários também 
devem pagar, exceção dos aposentados, que não tem mais vinculo com a administração 
publica. 
 
- Custeio das entidades de fiscalização: Finalidade parafiscal. A OAB não se enquadra 
completamente nessa classificação, pois não se resume apenas a defender interesses 
corporativos. Para o STJ a OAB é autarquia diferenciada e suas contribuições cobradas 
não tem natureza tributária. Para o STF ela não é autarquia, mas também a distingue 
dos conselhos de fiscalização. 
 
Contribuição de Iluminação Pública: 
Está na CF que os Municípios e o DF podem instituí-la, facultada a cobrança na fatura. 
Como não é imposto, não necessita de lei de caráter nacional que defina fato gerador e 
base de cálculo, gerando muitas divergências. Para o STF, ele não se confunde com 
imposto, pois tem sua receita vinculada a uma finalidade especifica e nem com taxa, 
pois não exige contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte. 
 
CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS DOS TRIBUTOS 
Quanto à 
competência 
impositiva 
Federais Criados privativamente pela 
união 
II,IE,IR,IPI,ITR,IOF,IGF 
 
 
ITCMD,ICMS,IPVA 
 
 
IPTU,ITBI,ISS 
Estaduais Criados privativamente pelos 
Estados e Df 
Municipais Criados privativamente pelos 
municípios e DF 
Quanto ao 
exercício da 
competência 
Privativos Competência para criação é 
atribuída ao ente com 
exclusividade 
Impostos, emprésti 
mos compulsórios e 
contrib. especiais 
Taxas e contrib. de 
melhoria 
 Novos impostos e 
novas contribuições 
para aseguridade 
social 
Comuns Competência atribuída a 
todos os entes 
Residuais CF atribui a união a 
competência para criar 
tributos não previstos 
ordinariamente 
Quanto à 
finalidade 
Fiscais Finalidade arrecadatória IR, IGF, IPVA, ICMS, 
ITCMD, IPTU, ITBI, ISS 
II, IE, IPI, IOF, ITR, 
CIDE 
Contrib sociais e 
corporativas 
Extrafiscais Finalidade interventiva 
Parafiscais Arrecadar para atividades 
específicas 
Quanto à 
hipótese de 
incidência 
Vinculados Cobrança depende de 
atividade estatal especifica 
relativa ao contrib. 
Taxas e contribuições 
de melhoria 
 
 
Impostos 
Não 
vinculados 
Cobrança independe de 
atividade estatal especifica 
relativa ao contrib. 
xxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
Quanto ao 
destino da 
arrecadação 
Arrecadação 
Vinculada 
Recursos arrecadados só 
podem ser usados em 
atividades determinadas 
Empréstimos compul 
sórios, CPMF, custas 
e emolumentos 
 
Impostos 
Arrecadação 
não vinculada 
Recursos arrecadados podem 
ser usados em qq despesa do 
orçamento 
 
xxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
Quanto à 
possibilidade 
de 
repercussão 
Diretos Oneram diretamente a 
pessoa definida como sujeito 
passivo 
IR, ITR, IPTU 
 
 
ICMS, ISS, IPI, IOF Indiretos Oneram pessoa diferente da 
definida como sujeito passivo 
xxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
Quanto aos 
aspectos 
subjetivos e 
objetivos da 
hipótese de 
incidência 
Reais Incidem sobre coisas, 
desprezando aspectos 
subjetivos 
IPTU, ITR, ITCMD,IPI 
 
 
 
IR 
Pessoais Incidem de forma subjetiva, 
levando em consideração 
aspectos pessoais do passivo 
xxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
Quanto às 
bases 
econômicas 
tributárias 
Sobre o 
comercio 
exterior 
Incidem sobre operações de 
exportação e importação 
 
II e IE 
 
 
ITR, IPTU, IPVA, IGF 
IR 
 
ICMS, ISS, IPI, IOF 
Sobre o 
patrimônio e 
renda 
Incidem sobre a propriedade 
de bens moveis ou imóveis e 
sobre o produto do capital, 
do trabalho ou os dois 
Sobre a 
produção e 
circulação 
Incidem sobre a circulação de 
bens ou valores e sobre a 
produção de bens. 
 
 
CAPÍTULO 2 : LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR 
- As garantias estatuídas no art. 50 da CF formam um rol não exaustivo, pois existem 
outras estipuladas na CF. 
- As emendas que ampliarem garantias do contribuinte são constitucionais e as que 
diminuírem, criarem exceções ou enfraquecerem as garantias são inconstitucionais. 
- Quando se fala em limitações ao poder de tributar como cláusula pétrea, deve-se 
verificar a possibilidade de enquadramento em uma das situações petrificadas, como 
por exemplo, imunidade dos templos (protege a liberdade de culto) e livros, revistas e 
periódicos (protege a liberdade de expressão e difusão do conhecimento). 
- As limitações constitucionais ao poder de tributar são considerados Princípios 
Tributários, apesar de parte da doutrina tratá-las como regras. 
- “Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça” é um princípio considerado 
como da “legalidade tributária”. 
- O tributo só pode ser criado por lei, seja ordinária (onde pode usar MP também) ou 
complementar (para os empréstimos compulsórios, IGF e Impostos ou contribuições 
residuais). 
- O princípio do Paralelismo das formas diz que se um instituto jurídico foi criado por 
regra jurídica de determinada hierarquia, qualquer alteração ou extinção deve ser feito 
por ato de hierarquia igual ou superior. Em decorrência disso, estão submetidas à 
reserva legal: 
 - Instituição, extinção, majoração e redução de tributos; 
 - Definição de fato gerador, sujeito passivo, alíquota e base de cálculo; 
 -Cominação de penalidades para ações ou omissões contrários aos 
dispositivos do art. 97 do CTN, ou infrações nele definidas; 
 - Hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários ou 
dispensa ou redução de penalidades. 
 
- O STF entende que as hipóteses não previstas no art. 97 do CTN não se sujeitam ao 
principio da legalidade. Os casos mais relevantes são a atualização do valor monetário 
da base de cálculo do tributo (não confundir com atualização com aumento) e fixação 
do prazo para recolhimento. 
- STJ: É defeso ao município atualizar o IPTU mediante decreto, em percentual superior 
ao índice oficial de correção monetária. 
 
- O principio da legalidade não possui exceções para a instituição de tributo, mas 
contempla para a majoração. A CF prevê isso para o II, IE, IPI e IOF e que as alterações 
são de competência do Poder executivo, mas não estipula o ato normativo. Na prática: 
 - II e IE = Resolução da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX; 
 - IOF e IPI = Decreto do Executivo 
Os 4 podem ter alíquotas alteradas por decreto do PR. 
 
Com a emenda 33/01 foram prevista duas outras exceções: 
 
 
TRIBUTO 
 
EXCEÇÃO À 
LEGALIDADE 
 
EXCEÇÃO À 
ANTERIORIDADE 
 
ATO 
NORMATIVO 
 
 
CIDE-
COMBUSTÍVEIS 
REDUÇÃO E 
REESTABELECIMENTO 
DE ALÍQUOTAS 
 
REDUÇÃO E 
REESTABELECIMENTO 
DE ALÍQUOTAS 
 
 
DECRETO 
 
ICMS – 
MONOFÁSICO 
COMBUSTÍVEIS 
FIXAÇÃO DE 
ALIQUOTAS 
REDUÇÃO E REESTAB 
DE ALÍQUOTAS 
CONVÊNIO 
CONFAZ 
- Nada impede a utilização de lei delegada em matéria tributária. 
- Pode ser usado o decreto regulamentar para aclarar conceitos jurídicos 
indeterminados adotados pela lei. Na lei deverão constar os elementos essenciais da 
criação do tributo (fato, alíquota, contribuintes e base de cálculo). 
- Uso de Medida Provisória: Ressalvados o II, IE, IPI, IOF e impostos extraordinários de 
guerra, MP que implique majoração de impostos só produzirá efeitos caso seja 
convertida em lei até o último dia daquele ano em que foi editada. Para as demais 
espécies tributárias, a anterioridade deve ser observada, tendo como referência a data 
de publicação da MP e não da conversão em lei. 
OBS: IOF = Imposto sobre operações financeiras (cuidado, pois pode vir somente 
imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro). 
- Tributos cuja criação é atribuída à lei complementar não podem ser instituídos por 
MP. 
- Está proibido o uso de MP para regular artigo da CF que foi objeto de emenda entre a 
5/95 e a 32/01. Em matéria tributária temos a nº 20 (sobre contribuições para 
financiamento da seguridade social) e nº29 (autorizou a progressividade fiscal do IPTU e 
diferenciação das alíquotas com base no uso e localização do imóvel). 
 
PRINCÍPIO DA ISONOMIA 
- Possui a acepção horizontal (pessoas niveladas, situações iguais) e vertical (pessoas 
em situações distintas). A CF art. 150 II proíbe tratamento desigual a contribuintes que 
tenham situações equivalentes bem como exige a diferenciação entre os desiguais. 
- O STF já julgou situações em que se aplica a isonomia, como, por exemplo, o caso de 
abatimento de parcela do COFINS com a CSLL, a qual negou haver diferenciação com 
relação a empresas não lucrativas, as quais não estariam tendo a oportunidade de 
abater seu imposto e a exclusão das sociedades de profissionais liberais do SIMPLES, 
alegando que as mesmas não estão em condições de igualdade com a ME e EPP, pois 
tem condição melhor de disputar o mercado. 
-A capacidade contributiva está ligada à isonomia, pois é um parâmetro de 
desigualdade. Um exemplo é a imposição constitucional de progressividade do IR. 
- Apesar de a CF prever a capacidade contributiva apenas para impostos o STF entende 
que pode ser estendido para as outras espécies tributárias. 
- A CF diz que sempre que possível os impostos terão caráter pessoal e serão graduados. 
Para os reais, a progressividade está expressa para o ITR e IPTU. O STF entendia 
exatamente assim (súmulas 656 e 668), mas já abriu a possibilidade de revisão deste 
entendimento em um julgado que admitiu não ser inconstitucionala progressividade do 
ITCMD no RS. Sendo assim deve-se ter atenção às questões que versem sobre 
progressividade de impostos reais atrelada a previsão constitucional somente, o que 
não estaria correto. 
- Existe uma discussão sobre até onde pode ir o poder do Estado para ter acesso a dados 
sigilosos do contribuinte, a fim de fazer valer a previsão constitucional de identificar o 
patrimônio, rendimentos e atividades econômicas do contribuinte. O posicionamento 
do STF hoje é de que o art. 6º da Lei 105/01 é inconstitucional (pois ele admite a quebra 
de sigilo através de procedimento administrativo, sendo que somente poderia ser feito 
por ordem judicial). 
 
O PRINCÍPIO DA NÃO SURPRESA 
- Está intimamente ligado ao Princípio da Segurança jurídica, posto que para o 
contribuinte faz-se necessário ter uma previsibilidade sobre o futuro próximo. A não-
surpresa traz como corolários a irretroatividade, a anterioridade e a noventena. 
- O STF entende que atende ao princípio da anterioridade a publicação em DOU de 
segunda-feira de lei instituidora de imposto no dia 31/12, sendo este sábado. 
 
Princípio da Irretroatividade 
- CTN: A legislação tributária aplica-se imediatamente a fatos futuros e aos pendentes. 
- Os fatos geradores são classificados em: Periódicos (prolongam-se no tempo, sendo 
considerados ocorridos nos instantes legalmente determinados, gerando, a cada 
período concluído, obrigação tributária. IPVA). Os periódicos podem ser Simples 
(tomam por base um único evento – IPTU) e Compostos (compostos de diversos 
eventos – IR). Há ainda os Instantâneos (ocorrem em um momento preciso da linha do 
tempo). 
- CSLL: Não está sujeita à anterioridade. O STF tem como referência para a análise da 
irretroatividade o aspecto temporal, ou seja, o apontado pela lei como aquele em que 
se deve considerar ocorrido o fato gerador. 
-IR:É sujeito a anterioridade. Há uma divergência entre STF e STJ. Para o STF, de acordo 
com a súmula 584: Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano base 
aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração. 
O STJ discorda dessa súmula, pois ela não leva em consideração a anterioridade. 
O princípio da irretroatividade na CF, conforme enunciado no art. 150, III, não possui 
exceções. Entretanto não é incompatível a edição de leis com efeito retroativo, como as 
expressamente interpretativas e as que sejam melhores para os infratores. 
 
Princípio da Anterioridade do exercício financeiro 
- Toma como marco a data de publicação da lei ao passo que a irretroatividade toma 
como marco a vigência da lei. 
- O princípio existe para proteção do cidadão, não impedindo diminuições na carga 
tributária ou que não tenham impacto sobre esta. 
- STF: Norma que altere o prazo para pagamento não agrava a situação do contribuinte, 
não se sujeitando a anterioridade. Também não configura aumento de tributo a mera 
redução ou extinção de desconto legalmente previsto. 
 
- Exceções a anterioridade: 
 - II, IE, IPI e IOF: Por serem extrafiscais, constituindo-se mecanismo de 
intervenção no domínio econômico. Porém, o IPI é considerado por alguns como um 
imposto fiscal, sendo por isso incluído na noventena; 
 - Impostos Extraordinários de Guerra e Empréstimos compulsórios; 
 - Contrib. para financiamento da seguridade social; 
 - ICMS monofásico sobre combustíveis e CIDE-combustíveis: Para estas 
duas espécies permite-se que após a redução sejam estabelecidas majorações, limitadas 
ao teto anterior. 
- Para o caso das revogações de isenções, o STF entende que o tribute volta a ser 
imediatamente exigível, enquanto que o CTN diz que somente entra em vigor no 
primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a publicação da lei, para os 
casos de impostos sobre o patrimônio ou a renda. 
 
Princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena 
- STF entende que o art. 195, parágrafo 6º da CF só é aplicável no caso de instituição ou 
majoração. O artigo fala de modificação. 
- Noventena e anterioridade nonagesimal são sinônimos; 
- Se um tributo for instituído ou majorado após 3 de outubro a cobrança não mais pode 
ser feita a partir de 1º de janeiro seguinte. 
- Com relação às MP: Na metade da prorrogação atinge-se os 90 dias. Sendo assim, caso 
seja convertida em lei sem alteração substancial do texto, a cobrança continua. Caso 
haja alteração substancial, o prazo reinicia da publicação da lei de conversão. Se a MP 
for rejeitada ou perdido prazo de 120 dias, decreto legislativo deverá regular as relações 
nos 30 dias de vigência da MP (devolução ou não). Sem decreto no prazo de 60 dias, as 
relações conservam-se regidas pela MP e os valores não são devolvidos. 
-Exceções:II, IE, IOF, IR, Impostos extraordinários de guerra, Empréstimos 
compulsórios, Base de cálculo do IPTU e Base de cálculo do IPVA (Estes dois últimos 
figuram pela necessidade de se avaliar os bens no final do exercício). 
 
 
O PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO 
- Tributo confiscatório seria o que servisse como punição. Já o com efeito confiscatório 
seria aquele de incidência exagerada, absorvendo parcela considerável do patrimônio, 
gerando uma verdadeira sensação de punição. Lembrando que as duas situações são 
proibidas (CTN e CF respectivamente). 
- O efeito confiscatório é sujeito a alto grau de subjetividade, cabendo ao arbítrio do 
juiz. 
- A tributação do patrimônio pode ser enxergada sobre as perspectivas Estática e 
dinâmica: 
Estática analisa a tributação do patrimônio em si mesmo, não se preocupando 
em aferir mutações que acresçam o valor. 
 Dinâmica leva em consideração as potenciais mutações que constituam acréscimos 
patrimoniais, por exemplo, o rendimento de um aluguel. 
 - Seguindo esse raciocínio, sob a forma estática poderia ser confiscatório, mas não sob a 
dinâmica. Porém a ESAF já considerou que na transmissão de propriedade imobiliária 
podemos ter efeito confiscatório na perspectiva dinâmica. 
- Não se confundem perna de perdimento e tributo confiscatório, pois este não é sanção 
por ato ilícito. Nada impede que em graves infrações tributarias a legislação especifica 
preveja como punição o perdimento de bens. 
- No caso das taxas, como possuem caráter contraprestacional, a verificação de seu 
caráter confiscatório se dá comparando-se o custo da atividade estatal com o valor 
cobrado pelo estado como taxa. 
- Essas restrições também são aplicáveis às multas tributárias. 
 
O PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO 
- As duas exceções à regra são o ICMS interestadual e o pedágio (apenas o cobrado 
pelo Poder Público pela utilização de vias por ele conservadas). 
- Para o STF o pedágio-tributo tem natureza de taxa de serviço. 
- O pedágio cobrado por particulares nas concessões é contratual, não se sujeitando ao 
direito público. 
 
VEDAÇÕES ESPECÍFICAS À UNIÃO – PROTEÇÃO DO PACTO FEDERATIVO 
- São regras protegidas por cláusula pétrea. 
- É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme no território nacional ou que 
implique distinção ou preferência em relação a um ente em detrimento do outro, 
admitida a concessão de benefícios fiscais para promover o equilíbrio do 
desenvolvimento socioeconômico entre as regiões do país. Esta exceção está de pleno 
acordo com a CF no que tange aos objetivos da república federativa do Brasil. Como 
exemplo temos a Zona Franca de Manaus. 
- O STF entende que não cabe ao judiciário estender isenção a contribuintes não 
contemplados pela lei. 
- A CF veda à união tributar os rendimentos de títulos estaduais e municipais de maneira 
mais gravosa do que seus títulos, para não haver concorrência desleal. Proíbe ainda 
tributar os rendimentos dos servidores de outros entes de forma mais gravosa do que 
os seus. 
- A isenção é benefício concedido por lei, em regra pelo ente que possui competência 
para a criação do tributo. A união não pode conceder isenções a tributos decompetência dos estados e municípios. Por simetria, os estados também não podem 
conceder nos municípios. 
- Exceções: União pode conceder isenção no ICMS – Exportações(em desuso, pois a EC 
42/03 fez o ICMS deixar de incidir em exportações de mercadoria e serviços) e ISS – 
exportações. Há ainda o caso dos tratados internacionais, mas nesse caso não são 
enquadradas como heterônomas pelo STF, pois, neste caso, é a República Federativa do 
Brasil que celebra o tratado e não o ente união. 
- As imunidades são sempre heterônomas, pois tem sede constitucional. 
- As custas judiciais são tributos da espécie taxa, sendo assim sujeitam-se à vedação de 
concessão de isenções heterônomas. Porém, temos leis que estipulam isenção de custas 
em alguns casos. O STF ainda não se pronunciou e o STJ já editou uma súmula (178) na 
qual afirma que o INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos nas 
ações acidentárias e de benefícios propostas na justiça estadual. 
 
O PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO BASEADA EM PROCEDÊNCIA OU DESTINO 
-A CF veda aos Estados e municípios estabelecer diferenças tributárias entre bens e 
serviços de qualquer natureza em razão de procedência ou destino. Vale lembrar que a 
União pode fazer tendo por meta reduzir desigualdades regionais. Nada impede 
tratamento diferenciado com bem do exterior. Mas os Estados não podem, por 
exemplo, elevar o IPVA de veículos por serem importados. Isso tem sede constitucional 
e é ratificada pela cláusula do tratamento nacional, que prevê equivalência de 
tratamento entre o importado e o similar nacional. 
 
EXIGÊNCIA DE LEI ESPECÍFICA PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS FISCAIS 
-Baseado na indisponibilidade do Patrimônio público, somente quem tem titularidade 
do patrimônio é que pode dispor sobre ele e não um mero gestor público. A lei precisa 
ser Ordinária, a não ser que o tributo seja criado por lei complementar. Além do mais, a 
lei precisa ser específica. Não precisa ser tão restritiva, a concessão pode estar inter-
relacionada com o objetivo da lei, como, por exemplo, no caso da LC 123/06 que 
concedia isenções. O STF percebeu que havia correlação entre a isenção e um 
tratamento diferenciado para ME EPP. 
- Entretanto, não pode o judiciário estender benefícios a contribuintes não 
contemplados por uma lei que instituiu a isenção. 
- Exceção: Concessão de benefícios fiscais de ICMS dependerá sempre de decisão 
unânime dos Estados envolvidos e a revogação total ou parcial dependerá da aprovação 
de quatro quintos dos representantes presentes no Convênio. Caso contrário ocorre a 
rejeição. 
- STF: A proibição de introduzir benefício fiscal sem o consentimento dos demais Estados 
tem o condão de evitar competição entre os Estados. Porém, em 2010, ratificou uma 
concessão de benefício sem convênio, no caso de uma isenção de ICMS das contas de 
água, luz, telefone e gás de templos de qualquer culto no Paraná. Vale lembrar que não 
era a imunidade religiosa o foco e sim que a isenção não deflagraria a guerra fiscal. 
 
IMUNIDADES 
- Podem excepcionar a regra do pagamento de tributo a não incidência, isenções e 
alíquota zero. 
- Não incidência: O fato não é alcançado pela regra da tributação -> Pode ocorrer de 3 
formas: 
IMUNIDADE -> Norma constitucional amputa a competência impedindo a 
incidência. É SEMPRE PREVISTA NA CF, não importando como o texto constitucional foi 
escrito. Obs.: Art 195 parágrafo 7º diz que algumas entidades beneficentes são isentas 
de contribuição para a seguridade social. Este caso é de imunidade segundo o STF. 
Opera no âmbito da delimitação de competência constitucionalmente atribuída. 
PURA -> Podendo fazê-lo o ente deixa de definir alguma hipótese como de 
incidência. Possui a competência, mas não exerce. 
SIMPLES -> Ente não possui competência para definir a situação como hipótese 
de incidência. 
- Isenção: O ente tem competência para instituir o tributo, mas opta por dispensar o 
pagamento em determinadas situações. A LEI DETERMINA. Opera então no âmbito do 
exercício de competência. 
- Alíquota zero: Ente tem competência, fato gerador ocorre, mas a alíquota é nula. Por 
exemplo a união muda alíquota do IPI, podendo zerá-la. 
 
CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS DAS IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS: 
Quanto ao parâmetro: 
- Subjetiva: Leva em consideração a pessoa beneficiada, por exemplo, impedimento da 
tributação de patrimônio, renda e serviço dos entes políticos. 
- Objetiva: Impede a tributação de objetos -> ex. jornais, livros e o papel destinado a 
impressão. 
- Mista: Considera as duas coisas ao mesmo tempo, por exemplo, não incidência de ITR 
sobre pequenas glebas rurais ( objetivos – a área da gleba estar dentro da lei e 
subjetivos – proprietário possuir um imóvel). 
 
Quanto à origem: 
- Ontológicas: Existiriam mesmo sem previsão expressa no texto constitucional, sendo 
fundamentais para atendimento ao principio da isonomia. Por exemplo, as de 
instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos e a dos entes políticos. 
Neste caso protege o pacto federativo. 
- Políticas:Visam a proteção de outros princípios, por opção do legislador constituinte, 
por exemplo, a imunidade dos templos destinados a culto e dos livros. 
 
Quanto ao alcance: 
- Gerais: Estabelece vedações a todos os entes tributantes. 
- Específicas: Restringe a imunidade a determinado tributo de competência de 
determinada pessoa política, por exemplo, ICMS em operações de exportação. 
 
Quanto à forma de previsão: 
- Explícitas: Estão expressamente discriminadas no texto constitucional. 
- Implícitas: Existem como decorrência de princípios constitucionais consagrados. Não 
há um exemplo reconhecido judicialmente ainda. 
 
Quanto à necessidade de regulamentação: 
- Incondicionadas: Possuem aplicabilidade imediata 
- Condicionadas: Seu gozo depende da edição de regulamentação infraconstitucional 
 
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS EM ESPÉCIE 
- Existem imunidades relativas a taxas, impostos e contr. para a seguridade social. 
- Imunidade recíproca: É uma cláusula pétrea, pois protege o pacto federativo. É 
aplicada somente aos impostos. Extensiva às autarquias e fundações instituídas e 
mantidas pelo poder público, no que se refere a patrimônio, renda e serviços desde que 
vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. O STF entende que 
essa imunidade estende-se às empresas públicas e sociedades de economia mista 
prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. 
A imunidade não se estende a serviços relacionados com a exploração de atividades 
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados ou em que 
haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário. 
O STF entende que a ECT goza de imunidade! 
Resumindo, a imunidade deve não beneficiar atividades econômicas destinadas 
primordialmente a aumentar o patrimônio particular ou do Estado nem interferir na 
livre concorrência ou exercício de atividade profissional. 
STF: Valores investidos pelos entes e a renda auferida estão isentos de IOF e IR; Bens 
dos entes são imunes mesmo estando ocupados por delegatária. Serviço notarial não 
está isento de ISS; 
A imunização de um ente não exonera o promitente comprador de pagar imposto 
relativamente ao bem imóvel. Com isso, evita-se que particulares não paguem 
tributação ao serem promitentes compradores de imóveis públicos. 
- Imunidade tributária religiosa: Impede que o poder de tributar do Estado embarace o 
funcionamento das entidades religiosas. Exclusivamente a impostos. Imóvel alugado não 
deixa de ser imune, se os rendimentos obtidos forem utilizados na atividade essencial 
do ente. O STF decidiu que se estende também para cemitérios que funcionem como 
extensão das entidades religiosas, mas que não tenham fins lucrativos e se dediquem 
exclusivamente à realização de serviços religiosos efunerários. ‘ 
 
- Imunidade tributária dos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades 
educacionais e assistenciais sem fins lucrativos: Assegura o pluralismo político, 
impedindo o Estado de perseguir partidos contrários. Para os sindicatos, refere-se à 
proteção à liberdade de associação sindical. Os sindicatos de empregadores não são 
imunes. Já as entidade educacionais e assistenciais sem fins lucrativos devem preencher 
os requisitos de lei complementar (no caso atual o CTN faz o papel e as entidades não 
devem distribuir parcelas de seu patrimônio e renda, devem aplicar integralmente no 
pais os seus recursos na manutenção dos objetivos institucionais e manter escrituração 
em livros com formalidade). O STF reconhece imunidade do SENAC e SESI. Não se afasta 
a imunidade se a entidade usar seu patrimônio em atividade lucrativa, desde que os 
recursos sejam destinados à sua finalidade essencial. Considera ainda para atividade 
filantrópica que não é alheia a esta finalidade a utilização de imóvel para lazer e 
recreação. Entende ainda que a venda de bens de entidade imune não se sujeita ao 
ICMS. A aplicação do ICMS oneraria, dificultando sua concorrência. Isso já não ocorre 
quando o imune deve pagar o ICMS, como consumidor. 
STF entende que a imunidade às entidades de assistência social não abrange as 
previdenciárias. De acordo com a sumula 730, a única exceção são as entidades de 
previdência fechada onde os beneficiários não contribuem. Nenhuma entidade que tiver 
como patrocinadores entes políticos será então imunizada, pois a CF veda contribuições 
maiores que a dos beneficiários. 
 
- Imunidade tributária cultural: A CF proíbe os entes de instituir impostos sobre livros, 
jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Tem a finalidade de baratear o 
acesso à cultura, informação, atividade intelectual e artística. É imunidade puramente 
objetiva. A qualidade cultural da publicação não é levada em conta para a imunização. 
Para o STF as apostilas estão imunes. Os encartes com finalidade comercial não estão 
imunes. A presença de propaganda no seio da publicação, sendo ela inseparável, não 
lhe tira a imunidade. Listas telefônicas, mesmo veiculando anúncios e publicidade são 
imunes. A imunidade protege apenas o papel e não tinta, cola, linha, usados na 
produção do livro. Os filmes destinados à produção de capas de livros é imune. No caso 
de publicações em meios eletrônicos a imunidade cultural não é aplicável. 
VER PÁGINA 176 DO LIVRO PARA DEMAIS IMUNIDADES. 
 
 
 
CAPÍTULO 3: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA: 
Competência para legislar sobre direito tributário: Poder constitucionalmente atribuído 
para editar leis que versem sobre tributos e as relações jurídicas a eles pertinentes. 
Competência tributária: Poder constitucionalmente atribuído de editar leis que 
instituam tributos. 
- Compete à União editar normais gerais de observância obrigatória em matéria 
tributária e aos Estados e DF a competência suplementar. Caso a união não edite as 
normas gerais, os Estados e DF exercerão a competência plena para as suas 
peculiaridades. Foi o caso do IPVA, que, não tendo norma geral da união, foi legislado 
pelos Estados. O STF deu razão aos Estados. Caso a união edite as normais gerais, as dos 
Estados restarão suspensas. 
- O CTN não é lei complementar, apenas possui este status, o qual foi adquirido através 
da CF de 1967 e mantido na atual CF. 
- A CF atribui à lei complementar a regulação das limitações constitucionais ao poder de 
tributar, cabendo-lhe regulação infraconstitucional. 
- A LC também disporá sobre conflitos de competência em matéria tributária. 
- O STJ considera que imóvel destinado a exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária 
ou agroindustrial se sujeita ao ITR, mesmo estando em área urbana do município. A 
dúvida surgiu quando uma lei fez essa alteração no CTN, antes da CF/67. Outra lei em 72 
revogou essa lei, mas se ela foi recepcionada como LC não poderia ter sido revogada. 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA: 
- O exercício é uma mera faculdade. A LRF até gerou dúvidas ao afirmar que o ente que 
não previsse e arrecadasse os tributos não receberia transferências voluntárias. Na 
verdade o requisito essencial seria a instituição, previsão e arrecadação de tributos 
economicamente viáveis. EM PROVAS SEGUE-SE A LITERALIDADE DA LRF, CASO ELA 
SEJA CITADA NA QUESTÃO. 
- Em sentido amplo a competência seria a instituição, arrecadação, fiscalização e 
execução. Em sentido estrito a competência seria somente editar a lei e a capacidade 
ativa seria uma decorrência. A competência é indelegável. Apenas a capacidade ativa 
seria delegável (administração do tributo -> arrecadação, fiscalização e execução). Esta 
pode ser delegada inclusive a autarquia ou fundação. 
- Competência privativa: Alguns impostos tiveram sua competência privativa definida 
pela CF (quadro página 7). 
Empréstimo compulsórios – União 
Contribuições especiais – União. Estados, DF e municípios podem instituir a 
contribuição previdenciária dos seus servidores, privativa de cada esfera. 
Contribuição de iluminação pública – Municípios e DF. 
- Competência comum: Não é deferida a ente especifico. Denomina-se a atribuição para 
instituir taxas e contribuições de melhoria, pois que realiza o serviço cobra a 
taxa/contribuição. 
- Competência cumulativa:O DF tem competência para instituir impostos estaduais e 
municipais. No caso dos territórios, compete à união os impostos estaduais e, caso o 
território não seja dividido em municípios, os municipais. 
 
BIS IN IDEM: Significa duas vezes sobre a mesma coisa. Ocorre quando o mesmo ente 
tributante edita diversas leis instituindo múltiplas exigências tributárias, decorrentes do 
mesmo fato gerador. Não há no texto constitucional uma vedação ao bis in idem. Como 
exemplo temos a União cobrando PIS e COFINS ao ser autorizada a criar a contribuição 
social para financiamento da seguridade social. 
 
BITRIBUTACÃO: Ocorre quando entes tributantes diversos exigem do mesmo sujeito 
passivo tributos decorrentes do mesmo fato gerador. É proibida no Brasil. Existe uma 
controvérsia comum que é a do município competente para a cobrança do ISS, o local 
do estabelecimento prestador (conforme lei 116/2003) ou o da prestação do serviço 
(STJ). Existem duas situações em que ela é legítima: A primeira é o fato de a união poder 
instituir, em iminência de guerra, impostos de sua competência ou não extraordinários. 
A segunda ocorre no caso de dupla tributação por Estados-nações diferentes. A única 
forma de evitar isso é celebrando um tratado internacional. A doutrina considera que 
podem ser qualificados como bis in idem e bitributação somente os casos em que o 
segundo tributo é da mesma espécie do primeiro e assim considera o STF ao dizer que o 
uso compartilhado de base de cálculo própria de imposto pelas contribuições não se 
revelaria bitributação. 
 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA: 
- Compreende todas as normas gerais e abstratas integrantes do ordenamento jurídico 
nacional que versem sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
- Resoluções do Senado: Os casos são: 
 
1) ICMS: 
 Iniciativa Aprovação 
Alíquota interna mínima 1/3 Maioria absoluta 
Alíquota interna máxima Maioria absoluta 2/3 
Alíquotas Presidente ou 1/3 senado Maioria absoluta 
 
2) IPVA: Obrigatoriamente fixará alíquotas mínimas 
3) ITCMD: Obrigatoriamente as alíquotas máximas 
 
- Decretos-leis: Não foram previstos na CF/88 mas foram recepcionados, estando ainda 
em vigor alguns em matéria tributária. 
 
-Tratados e convenções internacionais: Para firmar, deve ocorrer: 
1) Aprovação do CN mediante decreto legislativo; 
2) Ratificação pelo PR mediante depósito do instrumento; e 
3) Promulgação através de decreto presidencial 
 
- Os tratados e convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributáriainterna e serão observados pela que lhes sobrevenha. Apenas suspendem ou modificam 
a legislação anterior com eles incompatível, não a revogando. 
- Para o STF, a questão de não serem alterados por lei posterior é resolvida da seguinte 
forma: Após ser incorporado ao direito interno, o tratado recebe status de lei ordinária 
podendo ser modificado por esta. 
- Os tratados são classificados em normativos (genéricos/ vontades coincidentes) e 
contratos (prestação e contraprestação/vontades não necessariamente coincidentes). 
Sendo assim, o STJ considera que em matéria de direito internacional tributário, os 
tratados normativos não podem ser alterados pela legislação interna, diferentemente 
dos contratos. O STJ possui ainda decisões opostas ao transcrito acima(rs)! 
- GATT: Prevê a equivalência de tratamento entre o importado e o similar nacional. 
Inclusive isenções devem ser estendidas a essas mercadorias estrangeiras, caso existam 
para o similar nacional. 
 
- Decreto autônomo é vedado em matéria tributária. 
 
Normas complementares: 
 - Atos normativos das autoridades administrativas: Impedida a exigência de 
qualquer acréscimo legal – juros, multas ou correção – ao valor pago pelo contribuinte a 
titulo de tributo. 
 - Decisões dos Órgãos de jurisdição administrativa: São os órgãos para os quais o 
contribuinte direciona as suas impugnações. As decisões deles não integram a legislação 
tributária, pois versam sobre casos concretos. Nada impede um ente político de 
normatizar a decisão proferida pelo órgão posteriormente. 
 - Práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas: Visa 
garantir ao contribuinte a mesma interpretação para casos semelhantes. O CTN impede 
inclusive a cobrança de correção monetária, fato já ratificado pelo STJ. 
 - Convênios que venham a celebrar os entes: Alguns consideram inconstitucional 
não haver ratificação pelos legislativos envolvidos, porém o STF considera invasão à 
separação de poderes. 
 
 
VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Lei válida: Constitucional formal e materialmente 
Lei Vigente: Foi publicada e existe juridicamente 
Lei Eficaz: Completamente apta a gerar os efeitos jurídicos pretendidos pelo legislador. 
 
Vacatio Legis: Período de tempo entre a publicação e a vigência. 
 
- A anterioridade adia apenas a eficácia da lei tributária e não a sua vigência. 
- Os mesmos raciocínios para as leis são aplicados aos atos normativos. 
- A lei especial predomina sobre a geral. Sendo assim, nos pontos onde houver norma 
especial tributária disciplinado o tema que também é disciplinado pela LINDB, será 
aplicada a norma tributária. 
- As normas expedidas por um ente só tem vigência em seu território. Há duas exceções: 
 - Aquiescência do outro ente, através de convênio; 
 - Nos limites dispostos no CTN ou em norma geral da união, o que significa que o 
CN estipule casos em que a norma expedida por um ente federado terá vigência em 
território de outro (por exemplo, a criação de um novo ente através do 
desmembramento de outro ente. Não teria como o novo ente ter leis novas a tempo). 
Esta intervenção do CN deve ser utilizada apenas se for a única solução, com vistas a 
não invadir o pacto federativo. 
- Com relação à vigência temporal da lei tributária, temos que ela se dará de acordo com 
cláusula própria constante no texto legal. Caso não exista, observa-se 45 dias após a 
data de publicação. No caso de lei brasileira em território estrangeiro, o período é de 3 
meses. 
 
Para as normas complementares: 
 
Início da 
vigência no 
tempo 
Atos normativos administrativos Publicação, salvo contrário 
Decisões de jurisdição administrativa 30d após publicação, salvo 
contrário 
Convênios Data prevista neles. Sem 
previsão, 45d após a publicação 
do convênio 
 
- Há uma divergência doutrinária em relação ao art. 104 do CTN. O mesmo confunde os 
sentidos de vigência e eficácia. O melhor entendimento é considerar que os incisos I e II 
não foram recepcionados pela CF/88. 
- Obs.: Lei que concede isenção pode entrar em vigor imediatamente, pois é uma 
surpresa positiva para o contribuinte. 
 
Aplicação da legislação tributária 
- A legislação tributária se aplica a fatos futuros e aos pendentes (fatos cuja ocorrência 
iniciou mas não concluiu. 
 
Aplicação da Legislação 
tributária 
Fatos geradores não 
consumados 
Imediata 
Fatos geradores pendentes Imediata 
Fatos geradores consumados Não se aplica 
 
Exceções ao princípio da irretroatividade 
- De acordo com a CF não possui qualquer exceção 
- De acordo com o CTN, possui duas exceções: 
 - Lei expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à 
infração dos dispositivos interpretados; 
- A lei mais benéfica retroage, mas não alcança os atos definitivamente 
julgados. Não haverá retroatividade de lei que verse sobre tributos, seja a lei 
melhor ou pior. A retroatividade só é possível em matéria de infração (direito 
tributário penal). 
 
 
CAPÍTULO 4: INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA: 
- Texto é o que está escrito e a norma é o que se quis dizer no texto (conteúdo). 
 
Critérios de interpretação: 
Literal: Leva em conta exclusivamente o significado léxico das palavras constantes do 
texto legal. 
Sistemática: Analisa a norma como parte de um sistema na qual está inserida. Passa a 
analisar o texto em conjunto com os demais dispositivos da norma. 
Teleológica: Busca conhecer o sentido da norma através do entendimento da finalidade 
de sua inserção no ordenamento jurídico. 
Histórica: Leva em consideração as circunstâncias políticas, sociais, econômicas e 
culturais presentes no momento da edição da norma. 
- Os critérios não são hierarquizados, sendo analisados em conjunto. 
 
1) Quanto à fonte: 
Autêntica: Realizada pela autoridade que elaborou a lei interpretada 
Doutrinária: Fruto do trabalho dos doutrinadores 
Judicial: Emanada pelos órgãos do judiciário nos processos que lhes são submetidos 
Administrativa: Realizada pela administração no seu exercício de concretizar no mundo 
as disposições abstratas da lei 
 
2) Quanto aos efeitos ou resultados: 
Declaratória: O intérprete conclui que há coincidência entre o que o legislador quis 
dizer e o que efetivamente ficou disposto no texto legal. 
Extensiva: O intérprete percebe que no texto escrito o legislador disse menos do que 
pretendia. 
Restritiva: O intérprete percebe que no texto escrito o legislador disse mais do que 
pretendia. 
 
 
- O CTN quer que algumas normas sejam interpretadas literalmente. São as que 
disponham sobre: 
 - Suspensão ou exclusão de crédito tributário; 
 - Outorga de isenção; 
 - Dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 
- Porém, o STJ já afirmou a possibilidade de interpretação extensiva das hipóteses 
acima. 
- A interpretação benigna em favor do acusado, aplica-se exclusivamente à lei que 
define infrações ou comina penalidades. Porém só é aplicada em caso de dúvida. 
- A Lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, 
conceitos e formas de direito privados utilizados, expressa ou implicitamente na CF, CEs 
ou LO para definir ou limitar competências tributárias. Da mesma forma, os conceitos 
que não tenham sido utilizados nas leis máximas acima podem ser alterados pelo 
legislador infraconstitucional. 
- Para o CTN, não importa a validade jurídica dos atos praticados pelos contribuintes. 
Caso se enquadre na lei, o tributo deverá ser cobrado. 
- Caso a lei seja omissa, para aplicar a legislação tributária, a autoridade utilizará: 
 - Analogia -> Não confundir com interpretação extensiva; 
- Princípios Gerais de Dir. Tributário -> Noventena, anterioridade, etc.. 
- Princípios Gerais de Direito Público; 
- Equidade -> Solução mais justa para o caso concreto. O emprego da 
equidade não poderá dispensar o pagamentodo tributo devido. 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 5: OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
-No direito tributário a obrigação pode ser de 3 formas: A obrigação de dar (dinheiro), 
de fazer (escriturar livros) e de não-fazer (não rasurar documentos, livros, etc.). A 
obrigação pode ser: 
1) Principal: São assim considerados os créditos, multas e juros. Depende 
exclusivamente do conteúdo pecuniário. A multa não é tributo, mas a obrigação de 
pagá-la tem natureza tributária. 
 
2) Acessória: Tem por objeto as prestações, positivas ou negativas previstas no 
interesse da arrecadação ou fiscalização de tributos. São simples deveres burocráticos 
que facilitam o cumprimento das obrigações principais. Existem exemplos de acessórias 
que não dependem de principais, como, por exemplo, o caso de uma entidade imune a 
impostos sobre patrimônio, desde escriture corretamente. No caso ela não paga os 
tributos, não tendo obrigação principal, mas tem a acessória. De acordo com o CTN, a 
obrigação acessória, pelo simples fato da sua não observância, converte-se em principal. 
TEORIA DO FATO GERADOR 
EM CONCRETO FATO IMPONÍVEL 
EM ABSTRATO HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA 
 
HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA + FATO GERADOR = OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
- Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e 
suficiente à sua ocorrência. 
- Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação 
aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
- Para a obrigação principal, o CTN exigiu previsão em lei ou ato de igual hierarquia 
(MP), mas para a acessória ele fala em legislação. Sendo assim, as obrigações acessórias 
podem ser instituídas por ato infralegal. 
- Para a definição do momento de ocorrência do fato gerador, deve ter em mente a 
noção de situação jurídica (quando antes de a lei tributária definir a situação como fato 
gerador do tributo já existir outro ramo do direito estipulando efeitos jurídicos) e 
situação de fato (quando não estava definido ainda no direito). 
- Para a situação de fato considera-se ocorrido o fato no momento em que se 
verificarem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que 
normalmente lhe são próprios. 
- Para a situação de direito, o fato ocorre desde o momento em que a situação esteja 
definitivamente constituída, nos termos do direito aplicável. 
- Para todos os casos a lei tributária poderá definir diferentemente o momento exato do 
fato gerador. 
- Para se definir o exato momento em que o fato gerador reputa perfeito usa-se a 
classificação em condições suspensivas ou resolutórias. As suspensivassuspendem a 
eficácia do negocio jurídico a que foram apostas, de forma que a eficácia surgirá com o 
implemento da condição (Exemplo do pai que promete dar um apartamento a filha caso 
ela case). As resolutórias ocorrem quando seu implemento tem por efeito resolver 
(desmanchar, desfazer) o negócio jurídico que foi celebrado (caso o casal se separe o 
apartamento será devolvido ao pai). 
 
EVASÃO, ELISÃO E ELUSÃO TRIBUTÁRIA 
Elisão: Uso de meios lícitos para fugir da tributação ou torná-la menos onerosa. Ela é 
verificada no momento anterior ao do fato gerador, mas existem exceções, como o caso 
do IRPF, onde o contribuinte escolhe declaração simplificada ou completa. 
Evasão: Uso de meios Ilícitos para escapar da tributação. Ocorre depois do fato gerador, 
mas pode ocorre antes, no caso de emissão de notas fraudulentas por contribuintes do 
ICMS, antes da saída da mercadoria do estabelecimento. 
Elusão: Ocorre quando o contribuinte simula um negócio jurídico com a finalidade de 
dissimular a ocorrência do fato gerador. 
- De acordo com o parágrafo único do art.116 do CTN, a autoridade administrativa 
poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de 
dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária. A questão ainda está pendente no STF. O STJ já se 
pronunciou que a interpretação econômica deve se impor. Porém, enquanto não 
editada a lei que o parágrafo reclama, não é possível ainda a sua aplicação. 
 
ELEMENTOS SUBJETIVOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Sujeito Ativo:É a pessoa jurídica de direito público titular a competência para exigir o 
seu cumprimento. Passível de delegação a outra pessoa jurídica de direito público. Pelo 
CTN, somente as pessoas de direito público podem figurar no polo ativo. Existe uma 
divergência doutrinária, pois alguns afirmam que as contribuições corporativas em favor 
de entidades sindicais teriam tais entidades como sujeito ativo. Porém, neste caso é o 
TEM, mas as entidades possuem o ônus da cobrança judicial. 
- Existe uma súmula do STJ, a 396, que diz que a Confederação Nacional da Agricultura 
tem legitimidade ativa para a cobrança da contribuição sindical rural. Neste caso a 
competência da SRF foi revogada por uma lei, firmando a SRF e o CNA um convênio 
permitindo a este a cobrança do tributo. 
ESAF E CESPE consideram que somente pessoa jurídica de direito público pode figurar 
no polo ativo. 
- Pode ocorrer uma modificação superveniente de sujeito ativo, no caso do Estado 
desmembrado para a criação de outro. O novo Estado sub-roga-se nos direitos do 
anterior. 
 
Sujeito Passivo: É o obrigado a dar, fazer ou deixar de fazer. 
- O contribuinte pode ser dividido em contribuinte de fato (sofrem a incidência 
econômica do tributo, o consumidor) e os contribuintes de direito (ocupam o pólo 
passivo da relação jurídico-tributária sendo obrigadas efetivamente a pagar o tributo ou 
penalidade pecuniária). 
 
CONTRIBUINTE Possui relação pessoal e direta com o fato gerador na 
obrigação principal 
RESPONSÁVEL Não possui relação pessoal e direta com o fato gerador 
na obrigação principal 
 
Ambas as definições devem vir expressas em lei. 
- Com relação a convenções particulares relativas a responsabilidade pelo pagamento 
de tributos, tem-se que não podem ser opostas à fazenda pública, salvo disposições de 
lei em contrário, o que significa que a lei tributária pode dar eficácia a essas relações. 
 
Solidariedade: Somente existe a passiva (mais de um devedor) e sempre decorre da lei. 
São devedores solidários aqueles que tenham interesse comum na situação que 
constitua o fato gerador da obrigação principal (chamado de solidariedade de fato, 
exemplo do IPTU para mais de um proprietário do imóvel) e as pessoas expressamente 
designadas em lei (solidariedade de direito). 
- A solidariedade não comporta beneficio de ordem, ou seja, a cobrança da dívida não 
será feita com base em uma sequência. 
- O pagamento efetuado por um dos coobrigados aproveita os demais. Assim se um 
paga uma quantia X, a dívida fica diminuída para todos deste valor X. 
- A isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada 
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais 
pelo saldo: Ou seja se 3 pessoas devem IPTU, donas do mesmo imóvel e uma delas tem 
uma isenção, a sua parte é retirada do valor total. Se ele tinha 70% do apartamento de 
R$ 1.000,00 de IPTU, os outros 2 terão de pagar R$ 300,00. 
- A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou 
prejudica os demais. 
 
Capacidade Tributária Passiva: É a aptidão para ser sujeito passivo da relação jurídico-
tributária. De acordo com o CTN, ela independe: 
 - da capacidade civil das pessoas naturais 
 - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou 
limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da 
administração direta de seus bens ou negócios. 
 - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure 
uma unidade econômica ou profissional. Para este caso, descobrindo-sea situação 
irregular, os tributos serão cobrados da pessoa dos sócios, uma vez que ainda não há 
uma diferenciação de patrimônio. 
 
Domicílio tributário: Determina qual autoridade administrativa terá atribuição de 
cobrar-lhe o tributo e em qual ponto do território da entidade tributante tal sujeito 
deve ser procurado, caso necessário. O CTN estipula como regra básica a eleição, ou 
seja, a escolha do sujeito passivo. O código adotou o princípio da autonomia dos 
estabelecimentos, sendo possível que um estabelecimento individualizado com CNPJ 
consiga uma CND, mesmo a matriz ou outra filiais tendo débitos em aberto. 
 
Esquematizando: 
 
 
CAPÍTULO 6: RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
- A pessoa a quem o legislador atribui a responsabilidade deve ser vinculada ao fato 
gerador da obrigação. Por exemplo, um transportador de mercadorias poderia ser 
considerado como responsável, apenas por disposição expressa de lei. Assim, para 
definir determinada pessoa como responsável pelo pagamento do tributo, sempre é 
necessária expressa disposição legal. 
- De acordo com o momento em que surge o vínculo jurídico entre a pessoa designada 
por lei como responsável e o sujeito ativo do tributo, a responsabilidade tributária pode 
ser classificada como por substituição ou por transferência. 
 
RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA 
- São os casos em que a obrigação nasce tendo, no polo passivo, determinado devedor 
(contribuinte ou responsável), mas, em virtude de evento descrito com precisão na lei, 
há a transferência da sujeição passiva a uma outra pessoa, esta na condição de 
responsável. Ex: Morte de proprietário de imóvel, o IPTU passa para o espólio. Com a 
partilha, transfere-se aos sucessores e cônjuge meeiro. 
RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO 
- Desde a ocorrência do fato gerador, a sujeição passiva recai sobre uma pessoa 
diferente daquela que possui relação pessoal e direta com a situação descrita em lei 
como fato gerador do tributo. Ex: Responsabilidade recai sobre a fonte pagadora, no 
que tange à retenção do IR. Ela substitui a pessoa no polo passivo. 
- Asubstituiçãotributária regressivaocorre nos casos em que as pessoas ocupantes das 
posições anteriores nas cadeias de produção e circulação são substituídas no dever de 
pagar o tributo, por aquelas que ocupam as posições posteriores nessas mesmas 
cadeias. 
- A substituição tributária progressiva ocorre nos casos em que as pessoas ocupantes 
das posições posteriores nas cadeias de produção e circulação são substituídas no dever 
de pagar o tributo, por aquelas que ocupam as posições anteriores nessas mesmas 
cadeias. O cálculo do recolhimento total é realizado sobre o valor pelo qual se presume 
que a mercadoria será vendida ao consumidor. Tal montante é definido mediante a 
aplicação do regime de valor agregado. 
- A substituição progressiva recebe críticas de alguns, afirmando ser contrária ao 
princípio da tipicidade (pois o fato ainda não ocorreu quando do pagamento), não-
confisco e capacidade contributiva (por onerar antes do recebimento da compensação). 
Para a tipicidade, entendem os tribunais que apenas ocorre o pagamento antecipado, 
como se fosse um recolhimento cautelar. Para os outros dois, considera-se que o 
impacto é apenas provisório, pois seguindo a cadeia o valor é recuperado. Vale lembrar 
que substituição só existe para impostos e contribuições. 
- A sistemática da substituição tributária para frente é constitucional, mesmo com 
relação aos fatos ocorridos antes da EC 3/93. 
- Não ocorrido o fato gerador presumido, nasce o direito à restituição imediata e 
preferencial da quantia paga, de acordo com o art.150 parag. 7º da CF. 
- É constitucional decisão tomada pela maioria dos Estados e firmada no convênio 13/97 
no sentido de não restituir nem cobrar diferenças nos casos de ocorrência do fato 
gerador com base de cálculo diferente da presumida. 
 
RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO 
- O CTN define o marco temporal da sucessão com base na data de constituição do 
crédito tributário (lançamento), ao invés de definir como na data de ocorrência dos 
eventos previstos em lei como aptos a gerar a sucessão. 
-Para os bens imóveis: Os créditos tributários relativos a impostos, cujo fato gerador 
seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos 
a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens (excetuando as taxas de polícia, 
ainda que relativos ao imóvel), ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa 
dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título de transferência de 
propriedade a prova de sua quitação (certidão negativa) ou no caso de arrematação em 
hasta pública, onde a sub-rogação ocorre no respectivo preço. Há um precedente do STJ 
incluindo um veiculo nessa situação (ou seja, bem móvel). 
- Para o caso de bens móveis os créditos também sub-rogam-se na figura do adquirente, 
porém não há exceções. 
- Na sucessão causa mortis, o espólio (conjunto de bens e direitos) é pessoalmente 
responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data de abertura da sucessão 
(evento que ocorre com a morte). Durante sua “vida”, o espólio passa a ser 
contribuinte. Ele deverá fazer o pagamento. Caso não tenha sido feito e, mesmo assim, 
os bens tenham sido partilhados, os sucessores a qualquer título e o cônjuge meeiro 
deverão fazer o pagamento. O espólio e sucessores eram responsáveis antes da morte. 
Entre a morte e a partilha, espólio é contribuinte e sucessores responsáveis. Após a 
partilha, os sucessores são os contribuintes. Os sucessores são responsáveis antes da 
morte no limite di seu quinhão. 
- Para efeitos de responsabilidade tributária por sucessão causa mortis, devem ser 
entendidas como tributos as multas moratórias (expresso no CTN). As multas de ofício 
(punição), cuja responsabilidade seja pessoal do infrator, a responsabilidade não é 
transferida para os sucessores. 
- Na sucessão empresarial, o CTN não diferenciou créditos relativos a multas e a 
tributos. Resumo: 
- fusão, incorporação e transformação: A pessoa jurídica de direito privado que 
resultar é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de 
direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
- Cisão: Para estes casos o CTN não disciplina a matéria. Tem-se entendido por 
suficiente a aplicação do art. 233 da lei 6.404/76, o qual afirma que a responsabilidade é 
de todos que adquiriram parcela do patrimônio da sociedade cindida (total), entre a 
própria sociedade cindida que continuar a existir e as que receberem seu patrimônio 
(parcial) ou, caso haja previsão no ato de cisão parcial, responsabilidade somente pelas 
obrigações transferidas (sem solidariedade). 
 - Extinção de sociedade: Subsistira responsabilidade caso algum dos sócios 
remanescentes (ou seu espólio) continue a exploração da mesma atividade a que se 
dedicava a sociedade extinta. Não há qualquer relevância na razão social adotada pela 
sucessora, nem mesmo se for firma individual. Mesmo que não tenha regular 
constituição haverá a sucessão, pois, de acordo com o art.126, a sociedade não precisa 
estar regularmente constituída para ser sujeito passivo. 
 - Fundo de comércio ou estabelecimento:O adquirente sempre responderá pelos 
tributos devidos até a data da alienação, somente os relativos ao fundo ou 
estabelecimento (IRPJ, por exemplo, não). A responsabilidade será integral caso o 
alienante cessar as atividades. Será subsidiária se o alienante prosseguir na atividade 
econômica, ou iniciar, dentro de 6 meses, nova atividade ou prosseguir na anterior. 
Caso não haja efetiva alienação do fundo ou estabelecimento, não haverá 
responsabilidade do adquirente (aluguel). Não há responsabilidade do adquirente no 
caso de alienação realizada em processo de falência ou recuperação judicial de filial ou 
unidade produtiva isolada. Isto não se aplica seo adquirente, nestes casos, for: 
 - sócio da sociedade falida ou em recuperação ou sócio de sociedade 
controlada pelo devedor falido ou em recuperação. 
 - parente, em linha reta ou colateral até o 4º grau, consanguíneo ou afim, 
do devedor falido ou em recuperação ou de qualquer de seus sócios. 
 - identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação 
judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. 
 
 
RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS 
- Os terceiros responsáveis possuem algum vínculo jurídico com a pessoa que deveria 
ocupar o polo passivo da relação jurídico-tributária na condição de contribuinte. A 
atribuição de responsabilidade solidária depende da presença de: 
 1) Impossibilidade do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte. 
 2) Ação ou omissão imputável à pessoa designada como responsável. 
Para os casos abaixo: 
 - pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
 - tutores e curadores, pelos tributos dos tutelados ou curatelados; 
 - administradores de bens de terceiros, pelos tributos destes; 
 - inventariante, pelos tributos do espólio; 
 - administrador judicial pelos da massa falida ou empresa em rec. Judicial; 
 - tabeliães, pelos atos praticados por eles ou perante ele, em razão do oficio; 
 - sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
- O CTN afirma ser a responsabilidade solidária, mas como o responsável responde 
quando não é possível o cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, deveria 
ser subsidiária. Em concursos adotar a literalidade do CTN. 
- Nos casos em que não houver ação ou indevida omissão imputável ao responsável, não 
surgirá essa responsabilidade. Por exemplo, se o espólio não tiver condições de arcar 
com o IPTU, o inventariante não será responsabilizado. 
- Para o último caso a previsão é aplicável ao sócio-gerente e não ao sócio-quotista. 
- O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só. A 
responsabilidade solidária do sócio-gerente. Deve ser acrescido de excesso de poderes, 
agressão à lei, contrato social ou estatutos. 
- O STJ entende que se configura responsabilização do sócio-gerente quando 
comprovada a dissolução irregular da sociedade -> Por exemplo, mudança de domicilio 
fiscal sem comunicação ao fisco do novo local de estabelecimento e fechamento da 
empresa sem baixa na junta comercial. 
- No curso de execução fiscal promovida contra a sociedade empresária e seus sócios-
gerentes, cabe a estes o ônus da prova para dirimir a responsabilidade, via embargos do 
devedor, porquanto a inscrição em dívida ativa goza de presunção relativa (júris tantum) 
de liquidez e certeza. 
- Nas sociedades em que a responsabilidade é limitada, haverá responsabilidade do 
sócio simplesmente por ser sócio. 
- As multas moratórias também são imputadas às pessoas do caput do art. 134. 
- Quando o responsável atuar de maneira irregular, violando a lei, o contrato social ou o 
estatuto, sua responsabilidade será pessoal e não apenas solidária, respondendo 
sozinho com seu patrimônio. Incluem-se, além dos listados na página anterior: 
 - mandatários, prepostos e empregados; 
 - diretores, gerentes ou representantes de pessoa jurídica de direito privado. 
- A prática de ato com excesso de poder ou infração a lei também resulta em 
responsabilidade por substituição. Esses atos, não necessariamente são ilícitos, 
residindo o vício na ausência de legitimação para a sua prática. 
 
RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES 
- A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do 
agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Em 
regra a responsabilidade por infrações tributárias é objetiva. Entretanto, o dispositivo 
afirma “salvo disposição em contrário”, devendo o legislador afirmar expressamente 
que a responsabilidade depende da análise de dolo ou culpa. 
- O STJ entende que o comerciante de boa-fé que adquire mercadoria cuja nota fiscal 
emitida pelo vendedor é posteriormente declarada inidônea não pode ser 
responsabilizado objetivamente pela infração, tendo ele ainda o direito de aproveitar o 
crédito tributário. 
- A responsabilidade é pessoal do agente quando: 
 - infrações graves que, alem da agressão à legislação tributária configuram ilícitos 
penais, ressalvados os casos em que o agente pratica o crime ou contravenção no 
exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no 
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito. 
 - quanto às infrações em cuja definição o dolo especifico do agente seja 
elementar, ou seja, esteja descrito na definição da infração. 
 - às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico de 
determinadas pessoas contra aquelas em nome das quais praticam certos atos. 
- A denúncia espontânea de infrações visa estimular o delinquente a interromper a 
investida criminosa ou, ao menos, reparar o dano causado. Para ser caracterizada com 
espontânea e afastar a infração, ela dever ser feita antes de o Fisco lançar o tributo. 
Quando houver formal comunicação ao sujeito passivo do inicio do PAD afasta-se a 
espontaneidade. No âmbito federal ocorre o afastamento em relação a todos os 
envolvidos se um deles for notificado. 
- Para o STJ, o parcelamento não pode ser equiparado ao pagamento para efeito de 
gozo dos benefícios da denúncia espontânea. É entendido ainda que para as obrigações 
acessórias não ocorre o instituto da denúncia espontânea e que também não se aplica 
aos tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados, mas pagos a 
destempo. 
- Caso o valor do tributo devido não puder ser apurado de plano, o sujeito passivo 
deverá depositar previamente o valor arbitrado pela autoridade fiscal, sob pena de 
afastamento do benefício. 
- Para o STJ, a denúncia espontânea extingue a punibilidade de multas moratórias e de 
oficio, pois entende que multa já é sanção por ato ilícito, sendo desnecessário 
diferenciá-las. No âmbito administrativo prevalece o entendimento que a multa 
moratória não pode ser retirada com a denúncia espontânea. 
 
 
 
CAPÍTULO 7: CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO 
- Lançamento é o procedimento oficial consistente em declarar formalmente a 
ocorrência do fato gerador, definir os elementos materiais da obrigação surgida 
(alíquota e base de cálculo), calcular o montante devido e identificar o respectivo sujeito 
passivo para cobrança do tributo ou penalidade pecuniária. Para haver lançamento é 
necessário que exista o fato gerador, e, portanto, a obrigação. Em relação ao crédito, o 
lançamento possui natureza constitutiva (formalizadora de existência - STJ) e em relação 
à obrigação possui natureza declaratória. O CTN afirma que o lançamento é um 
procedimento administrativo, enquanto existe discussão doutrinária de que ele seria um 
ato administrativo. 
- A competência para o lançamento é da autoridade administrativa. Como não foi 
definida qual autoridade, cabe à lei de cada ente a incumbência de fazê-lo. O mais 
correto seria falar em exclusividade de lançamento, pois o que é privativo pode ser 
delegado, o que não é o caso do lançamento. A exclusividade vincula até o juiz, que não 
pode lançar nem corrigir o lançamento de autoridade administrativa. Por isso, o STF 
considera que não se pode propor ação penal por crime de sonegação fiscal antes da 
conclusão do procedimento administrativo de lançamento. 
- O art. 114, VIII, da CF dá competência para que a justiça do trabalho promova a 
execução de oficio das contribuições sociais previstas no art.195, I,a e II. A CLT afirma 
que será feita a conta por órgãos auxiliares do judiciário e intimação à união para que se 
manifeste. Caso não se manifeste, haverá concordância tácita. Isso está sendo 
considerado um ato homologatório, mesmo no caso tácito. 
- O STJ considera que a declaração tributária na qual o sujeito passivo informe um

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