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ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL COMO INSTRUMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM PROCESSO LICITATÓRIO

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Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012 
 
209 
ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL COMO INSTRUMENTO PARA 
PARTICIPAÇÃO EM PROCESSO LICITATÓRIO 
 
BUDGET IN CIVIL CONSTRUCTION AS A TOOL FOR PARTICIPATION BIDDING 
PROCESS 
 
Ana Paula Santana dos Santos – santana_paul@hotmail.com 
Nilmara Delfina da Silva – nilmara.delfina@bol.com.br 
Vera Maria de Oliveira – vera.jmph@gmail.com 
Graduando no Unisalesiano 
Profª. Ma. Heloisa H. R. da Silva – heloisa@unisalesiano.edu.br 
Prof. Me. Ricardo Yoshio Horita – Unisalesiano - ricardohorita@uol.com.br 
 
 
RESUMO 
 
Com a evolução da engenharia civil, surgiu a necessidade de mensurar 
os itens monetários envolvidos na construção civil para estimar os custos com 
materiais, mão de obra, custos diretos e custos indiretos relacionados em cada 
empreendimento. O orçamento da construção tem por objetivo efetuar um 
estudo criterioso dos preços de todos os insumos integrantes da obra de modo 
a reduzir o grau de incerteza na tomada de decisão, analisando a viabilidade 
econômica do empreendimento e o retorno do investimento. Para uma 
construtora prestar serviço para o poder público é necessário a participação em 
licitação, devendo analisar os critérios exigidos para a apresentação de sua 
proposta. Ressalta-se que o preço proposto não deve ser tão baixo a ponto de 
não permitir lucro e nem tão alto a ponto de não ser competitivo na disputa com 
os demais proponentes. É essencial a avaliação do edital de publicação do 
objeto a ser licitado de modo a auxiliar no planejamento orçamentário para 
atingir as metas necessárias, garantindo a empresa maiores chances de 
vencer a concorrência. 
 
Palavras-chave: Planejamento Orçamentário. Licitação. Construção Civil. 
 
ABSTRACT 
 
With the civil engineering evolution, the need arose to measure monetary 
items involved in construction growth, to estimate the costs of materials, labor, 
direct and indirect costs related for each project. The building budget aims to 
make a careful study of the prices of all inputs members work to reduce the 
degree of uncertainty in decision making, analyzing the economic feasibility of 
the project and return on investment. To participate in a bidding process, the 
company must analyze for the submission of its proposal. It’s noteworthy that 
the proposed price should not be so low to the point of not allowing profit and 
not so high that it will not be competitive in the race with the other bidders. It is 
essential evaluate the edict of publication of the object to be bidding to aid in 
budget planning necessary to achieve the goals, ensuring the company a better 
chance of winning the competition. 
 
Keywords: Budget Planning. Bidding. Building. 
 
 
 
 
 
 
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012 
 
210 
INTRODUÇÃO 
 
O orçamento, sendo um instrumento de planejamento empresarial, 
contém informações de receitas previstas e estimativa de despesas com o 
objetivo de controlar as atividades necessárias para os serviços prestados pela 
empresa voltada à construção civil. 
Sua elaboração começa antes do inicio da obra e a preparação deve 
estabelecer critérios rigorosos na composição do custo para que não haja 
considerações incertas que afetem a decisão eficiente da administração. 
O planejamento orçamentário visa à alocação de estratégias a serem 
adotadas para controle das despesas e das receitas a fim de identificar o 
resultado total do empreendimento. 
Os objetivos do presente trabalho foram abordar a importância do 
orçamento utilizado no ramo da construção civil, no que tange aos custos com 
materiais, mão de obra e a forma de retorno de tais custos, analisando os 
critérios utilizados para atendimento da prestação de serviços ao órgão público 
com a contratação por processo de licitação. 
Para atingir o objetivo proposto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica 
e um estudo de caso. 
 
1 EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA CIVIL 
 
A evolução histórica da engenharia civil iniciou-se desde os tempos das 
cavernas, quando os povos começaram a desenvolver as primeiras 
ferramentas e a pensar em uma moradia mais segura e confortável para se 
abrigarem. (RIBARD, 1964). 
Segundo Valle et al. (2007), o desenvolvimento histórico da engenharia 
motivou os aspectos relacionados à garantia de determinado padrão de 
qualidade, surgindo normas de execução para a realização de obras. 
Em 1858, através da Escola Central ocorreu a abrangência do curso de 
engenharia civil com as técnicas de construção de estradas, pontes e edifícios, 
ministrados pelos engenheiros civis. Em 1874, a Escola Central passou a ser 
Escola Politécnica criando especialidades de engenharia. (UFRJ, 2012) 
A partir do século XX, com desenvolvimento industrial, o Brasil passou 
 
 
 
 
 
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012 
 
211 
por diversas mudanças, como a construção de ferrovias e prédios que 
contribuíram com o crescimento das obras. 
 
2 ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
“Orçamento é o calculo dos custos para executar uma obra ou um 
empreendimento, quanto mais detalhado, mais se aproximará do custo real.” 
(SAMPAIO, 1989, p. 17). 
Segundo Cardoso (2009), orçamento é um documento valioso em 
qualquer estudo preliminar ou de viabilidade. 
 
O orçamento, parte integrante dos contratos, é o documento por meio 
do qual o auditor acessa as mais variadas informações dos projetos 
de arquitetura e de engenharia, podendo ainda efetuar diversas 
confrontações com os documentos e relatórios de prestação de 
contas. (CARDOSO, 2009, p. 15) 
 
Tisaka (2011) afirma que o orçamento ao ser elaborado, deverá conter 
todos os serviços a serem executados na obra, compreendendo o 
levantamento dos quantitativos físicos do projeto e da composição dos custos 
unitários de cada serviço, das leis sociais e encargos complementares, 
apresentados em planilha. 
 
2.1 Planejamento orçamentário 
 
A elaboração de um orçamento, segundo Cordeiro (2007), necessita de 
planejamento que compreende as possibilidades e limitações técnicas, além do 
cálculo dos custos de uma série de tarefas sucessivas e ordenadas, através de 
informações obtidas que direciona o desenvolvimento do orçamento. 
De acordo com Cardoso (2009), o orçamento é um documento que 
necessita de absoluta credibilidade e o seu planejamento aborda a elaboração 
de um roteiro de ações para atingir determinado fim. 
O Instituto de Engenharia (2011) caracteriza o planejamento como 
elaboração de condições para a execução dos serviços, como os métodos a 
serem utilizado, volume ou porte do serviço, prazos de execução, 
equipamentos necessários, jornada de trabalho e todos os fatores envolvidos 
para a realização do empreendimento. 
 
 
 
 
 
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212 
2.2 Escopo do orçamento 
 
O orçamento tem por objetivo efetuar o levantamento dos custos que 
serão utilizados a obra, demonstrando os processos necessários para a 
execução do empreendimento. Isto exige pesquisa dos preços dos insumos, 
caracterizando a composição dos custos, conforme descreve Mattos (2006). 
O escopo do orçamento envolve desde o estudo do projeto que 
direciona os serviços a serem executados até a composição dos custos e o 
fechamento do orçamento. Os estudos estabelecem as metas que auxiliam a 
elaboração do planejamento, onde a junção dessas funções determinam os 
resultados do empreendimento que deseja alcançar. 
 
2.3 Tipos de orçamentos 
 
Segundo o Instituto de Engenharia (2011), de acordo com a Norma 
Técnica nº 01/2011 para elaboração de orçamento de obrasde construção 
civil, os tipos de orçamento podem ser por estimativa de custo, orçamento 
preliminar, orçamento analítico ou detalhado e orçamento sintético ou 
orçamento resumido. 
 
2.3.1 Estimativa de custo 
 
O Instituto de Engenharia (2011) especifica que a estimativa de custo 
corresponde à avaliação de custo obtida através da pesquisa de preço no 
mercado após examinar os dados preliminares de uma idéia de projeto em 
relação à área a ser construída, quantidade de materiais e serviços envolvidos. 
Com essa pesquisa é possível se aproximar ao máximo do valor real do 
projeto. 
Mattos (2006) afirma que a representação do custo da construção por m² 
realizada pelo Custo Unitário Básico da Construção (CUB) é um dos maiores 
indicadores mais utilizados para estimativa de custos. 
Onde: 
Custo Total = Área de Construção x CUB 
 
 
 
 
 
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213 
 Os responsáveis pela divulgação mensal dos custos unitários de 
construção a serem adotados é de obrigatoriedade dos sindicatos estaduais da 
indústria da construção civil. 
 
2.3.2 Orçamento preliminar 
 
Segundo Sampaio (1989), o orçamento preliminar corresponde a 
avaliação de custo obtida através de levantamento e estimativa de quantidades 
de materiais e de serviços e pesquisa de preços médios, efetuada na etapa do 
anteprojeto. 
Tisaka (2011), esclarece que o orçamento preliminar , para não ser 
apenas custo, deve incluir o Benefício e Despesas Indiretas (BDI) que 
caracteriza a margem adicionada para determinar o valor do orçamento. 
 
2.3.3 Orçamento analítico ou detalhado 
 
Valentini (2009) define orçamento analítico como detalhamento de todas 
as etapas do empreendimento, resultando na confiabilidade do preço 
apresentado, considerando todos os recursos e variáveis mensurados por 
custo direto, custos indiretos acrescidos de BDI, formando assim o preço de 
venda. 
 
2.3.4 Orçamento sintético ou resumido 
 
Compreende o resumo do orçamento analítico expresso através das 
etapas com valores parciais ou grupos de serviços, com seus respectivos totais 
e o preço do orçamento da obra, conforme descreve o Tisaka (2011). 
 
2.4 Tabela de composição de preço para orçamento 
 
A Tabela de Composição de Preços para Orçamento (TCPO) norteia o 
orçamento de construção, planejamento e controle de obras. De acordo com 
Tisaka (2011) é na TCPO que se encontram os parâmetros de quantitativos, 
produtividade e de consumo necessárias para a composição dos principais 
serviços utilizados na construção civil. 
 
 
 
 
 
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214 
Para melhor entendimento, segue exemplo prático do orçamento de uma 
parede de blocos de concreto 14x19x19 cm, com 5 metros de comprimento e 3 
metros de altura, correspondente a 15 m², de acordo com Tognetti (2011) com 
base na TCPO. 
 
Quadro 3: Composição de preço para orçamento 
Insumos Consumo (C) Unidade Preço (P) Subtotal (CxP) 
Pedreiro 0,92 H R$ 4,65 R$ 4,28 
Servente 1,10 H R$ 3,81 R$ 4,19 
Areia 0,023 m² R$ 79,20 R$ 1,82 
Cal Hidratada 4,14 Kg R$ 0,34 R$ 1,41 
Cimento 3,24 Kg R$ 0,37 R$ 1,20 
Bloco de concreto 
14x19x19 cm 13 Um R$ 1,92 R$ 24,96 
 
Leis Sociais 120% R$ 10,16 
Benefícios e Despesas Indiretas 20% R$ 12,00 
 
TOTAL (por m²) R$ 60,02 
Parede com 15m² (3x5m) R$ 900,37 
Fonte: Tognetti, 2011. 
 
Além da TCPO, de acordo com Tognetti (2011) existem outras fontes de 
tabela para orçamentos disponibilizados por órgãos governamentais, como 
Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) e o Sistema Nacional 
de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) disponibilizado 
pela Caixa Econômica Federal, que fornecem os preços dos insumos sem a 
composição, porém auxiliam na ideia da grandeza dos custos dos serviços. 
 
2.5 Etapas do orçamento 
 
Para a elaboração do orçamento é necessário obter informações que 
expressem os custos para a realização do empreendimento, com o objetivo de 
absolver informações exatas com relação aos valores que serão estabelecidos. 
Segundo Mattos (2006), o orçamento engloba três etapas de trabalho: 
estudo das condicionantes, composição de custos e determinação do preço. 
 
2.5.1 Estudo das condicionantes 
 
É o estudo das condicionantes quem norteia o orçamentista conforme 
afirma Mattos (2006), auxiliando na identificação das condições da obra através 
 
 
 
 
 
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da leitura e interpretação do projeto composto por: plantas baixas, cortes, 
vistas, notas esclarecedoras entre outras. 
Além da interpretação do projeto, o orçamentista necessita avaliar as 
especificações técnicas que, segundo Mattos (2006), são documentos de texto 
de natureza mais qualitativa do que quantitativa, como: descrição qualitativa 
dos materiais, padrão de acabamento, tolerâncias dimensionais dos elementos 
estruturais e tubulações e outros. 
Após a compreensão do projeto, o orçamentista avalia o edital e realiza 
a visita técnica no local da obra, para complementar o estudo das 
condicionantes, conforme Mattos (2006). 
 
2.5.2 Composição dos custos 
 
A composição de custos são peças básicas na elaboração do 
orçamento, onde segundo Cordeiro (2007) está composição de custo exige o 
conhecimento dos materiais, mão de obra, encargos sociais e o BDI. 
A composição de custo compreende em primeiro plano a identificação 
dos serviços integrantes da obra. Cada serviço precisa ser quantificado. De 
acordo com Mattos (2006) este levantamento de quantitativo é a principal tarefa 
do orçamentista. 
A composição de custo, auxilia e contribui para analise da lucratividade 
sobre o empreendimento, assim como estabelece o preço de venda e o BDI 
aplicado uniformemente sobre todos os serviços a fim de garantir o retorno do 
investimento. 
 
2.5.2.1 Encargos sociais e trabalhistas 
 
Segundo Mattos (2006), os encargos sociais e trabalhistas são definidos 
pelo percentual a ser aplicado na mão de obra. Envolve impostos que incidem 
sobre a hora trabalhada e os benefícios que tem direito os trabalhadores e que 
são pagos pelo empregador. 
 
2.5.2.2 Composição e cálculo do BDI 
 
O cálculo do BDI é definido pela própria empresa, efetuando a relação 
 
 
 
 
 
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entre as despesas operacionais e o faturamento alcançado. O cálculo do BDI 
de acordo com a TCPO é após a apuração dos custos diretos. 
Segundo o Instituto de Engenharia (2011), o BDI refere-se à taxa 
adicionada ao custo direto de uma obra ou serviço. Quando a empresa 
estabelece a taxa de BDI a cada um dos componentes, deve justificar a origem 
das mesmas e analisar a qualificação e quantificação de estrutura mínima das 
empresas que participam de uma licitação. 
Enquanto o Custo Direto representa todos os valores constantes da 
planilha, o BDI é a margem que se adiciona ao Custo Direto para determinar o 
valor do orçamento. Tisaka (2006) representa, figurativamente, o BDI da 
seguinte maneira: 
 PV = CD x 1 + ou PV = CD (1+b) 
 
 Onde: 
 PV = Preço de Venda ou Orçamento 
 CD = Custo Direto 
 BDI = Benefício e Despesa Indireta expresso em percentual 
 b = Benefício e Despesa Indireta expresso em número decimal 
 
2.5.3 Fechamento do orçamento 
 
O fechamento do orçamento é estabelecido com a definição do lucro 
baseado no levantamento dos custos do empreendimento. 
O fechamento do orçamento é demonstrado em planilha que formaliza a 
discriminação de cada item do empreendimento, preço unitário de material, 
preço unitáriode mão de obra, preço total dos materiais e mão de obra, 
incluindo os custos diretos, custos indiretos, preço de venda e BDI. 
Para Mattos (2006), no fechamento do orçamento, o construtor define a 
lucratividade que deseja obter na obra, considerando os fatores de 
concorrência e risco do empreendimento. 
 
3 LICITAÇÃO 
 
De acordo com Mattos (2006) licitação é o procedimento utilizado pelo 
BDI (%) 
100 
 
 
 
 
 
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217 
governo federal, estadual e municipal, para realizar compra de bens e serviços 
ou venda de bens. 
A licitação é a regra padrão para qualquer aquisição ou venda por 
parte do Poder Público. Segundo a Constituição Federal, obras, 
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo 
de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os 
concorrentes. (MATTOS, 2006, p. 264). 
 
Para TCU (2010) licitação é a regra utilizada para a compra de bens ou 
contratação de obras e serviços pela Administração Pública. Ocorre por meio 
de convocação através da divulgação das condições, onde empresas 
interessadas apresentam suas propostas para disponibilizar seus bens e 
serviços. 
Para regulamentar o artigo 37, inciso XXI da Constituição Federal 
brasileira, foi instituída pela presidência da república, a partir de 1993, a Lei das 
Licitações instituída pela Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, estabelecendo 
normas gerais sobre licitações e contratos no âmbito dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
3.1 Modalidade da licitação 
 
Mattos (2006) afirma que a Lei 8.666/93 estabelece algumas 
modalidades de licitação, onde cada uma obtém uma forma diferente de 
procedimento administrativo de acordo com o tipo de bem a ser licitado e o 
valor de aquisição pretendida pelo poder público. 
Essas modalidades são: Concorrência, Tomada de Preço, Convite, 
Concurso e Leilão. 
Em qualquer modalidade licitatória, não podem ser modificados os 
termos da proposta ou dos documentos, em qualquer hipótese, salvo 
quanto a erros ou falhas materiais que possam ser sanados ou 
corrigidos, por meio de despacho fundamentado, registrado em ata e 
acessível a todos, atribuindo-lhes validade e eficácia jurídica para fins 
de classificação das propostas e habilitação dos licitantes. Possíveis 
correções devem constar do ato convocatório. (TCU, 2010, p. 474). 
 
3.2 Tipo de licitação 
 
De acordo com Cardoso (2009), os tipos de licitação tratam do 
julgamento da proposta dos proponentes, com o que determina a lei para cada 
situação licitada. Constituem tipos de licitação: 
 
 
 
 
 
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218 
a) a de menor preço: determinando que o vencedor do certame será o 
que apresentar proposta mais vantajosa para a administração; 
b) a de melhor técnica: denominado para serviços de natureza 
predominantemente intelectual; 
c) a de técnica e preço: refere-se a junção dos itens a e b, onde além 
de requisitos intelectuais, avalia-se a proposta mais vantajosa. 
 
4 AQUISIÇÃO DO EDITAL 
 
 A aquisição do edital é necessária para a empresa avaliar os requisitos 
exigidos para a participação da licitação. 
A aquisição do edital é necessária para a empresa avaliar os requisitos 
exigidos para a participação da licitação. Estes requisitos esclarecem para a 
empresa o objeto licitado, modalidade de licitação, tipo de licitação, regime de 
execução, prazos, local, data e horário da realização da abertura dos 
envelopes de documentação e proposta, condições de participação e 
habitação, critérios de julgamento das proponentes, dotação orçamentária, 
condições de medições e pagamentos e orçamento estimado. 
Analisados todos os procedimentos exigidos e constando que no edital 
todas as informações precisas e os anexos para a empresa na avaliação do 
empreendimento, o próximo procedimento é a realização da visita técnica e os 
demais procedimentos. 
 
4.1 Visita in loco 
 
A visita técnica é o conhecimento do local onde será realizado o 
empreendimento. O engenheiro da empresa realiza a visita para analisar in 
loco a viabilidade dos padrões do terreno, com relação ao nível e as 
necessidades iniciais para o início da execução da obra como: terraplanagem, 
remoção de vegetação ou entulhos, demolições se houver algum tipo de 
construção no terreno que não possa ser reformada. A administração pública 
elabora o atestado de visita técnica comprovando que a empresa possui 
conhecimento do local onde será executada a obra. 
 
 
 
 
 
 
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219 
4.2 Avaliação do projeto 
 
A avaliação do projeto norteia os valores que irão compor a planilha 
orçamentária e os itens relacionados para a execução da construção. O 
engenheiro analisa área a ser construída e quais as especificações contidas no 
projeto. 
 
4.3 Estudo da planilha orçamentária 
 
A empresa elabora este estudo efetuando, com seus fornecedores, a 
cotação de preços dos materiais a serem utilizados na obra, buscando o 
melhor preço de mercado, o prazo de entrega, para que possa atender as 
exigências da execução da obra, comparando com os valores fornecidos na 
planilha contida no edital. 
A planilha orçamentária disponibilizada junto aos anexos do edital é a 
etapa na qual a empresa, após a visita técnica e avaliação do projeto, avalia 
cada item composto na planilha, conforme exemplo abaixo: 
 
Quadro 6: Planilha orçamentária 
CÓDIGO D E S C R I Ç Ã O UNID. QUANT. 
1 Serviços preliminares 
1.1 
Limpeza e raspagem da área com remoção de 
vegetação espessura 15 cm m² 1.379,15 
1.2 
Ligação provisória de água para obra e instalação 
sanitária provisória unid. 1,00 
2 Terraplenagem 
 
2.1 Corte e compensação m³ 415,00 
3 Infra-estrutura 
 
3.1 
Estaca moldada in loco Ø 25 cm profundidade 
10,00 metros m 540,00 
3.2 Forma de madeira para infra estrutura m² 101,40 
Fonte: Adaptado de Prefeitura Municipal de Lins, 2012. 
 
4.4 Orçamento e elaboração da proposta 
 
A elaboração da proposta da empresa é objetiva, seguindo as 
exigências que compõem o edital. Tem por característica a apresentação em 
papel timbrado e dados de identificação da empresa, valores unitários e total 
de cada item, valor global da proposta expressos em moeda corrente nacional, 
 
 
 
 
 
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prazo de execução da obra, prazo de validade da proposta, garantia da obra e 
identificação da modalidade da licitação. 
 
4.5 Julgamento das proponentes 
 
 Com todos os proponentes e comissão de licitação presentes, inicia-se a 
lavratura em ata referente à abertura dos envelopes contendo os documentos 
de habilitação. Caso ocorram divergências nas documentações, a comissão de 
licitação justifica a inabilitação da proponente. 
Após este procedimento, a comissão de licitação inicia a abertura dos 
envelopes contendo as propostas de preço das empresas habilitadas. É 
avaliada cada proposta apresentada. A comissão de licitação analisa as 
conformidades de acordo com o edital e a empresa que apresentar a proposta 
mais vantajosa torna-se vencedora. 
 
4.6 Contratação da empresa vencedora 
 
 A empresa, após a homologação, assinará o contrato de prestação de 
serviços emitido pela prefeitura em duas vias de igual teor, permanecendo uma 
via com a empresa e outra com o órgão público, estando estas devidamente 
rubricadas em todas as folhas e assinadas pelo responsável competente da 
prefeitura e pelo sócio administradorda empresa. Já com o contrato em mãos, 
a empresa anexa todos os documentos referente a este contrato como a 
garantia de cumprimento, matrícula de Cadastro Específico do INSS (CEI), 
ordem de serviço emitido pela prefeitura, Anotação de Responsabilidade 
Técnica (ART), assim como o próprio edital, a planilha de proposta da 
empresa, cronograma, memorial descritivo e outros documentos relacionados à 
obra. 
 
4.7 Acervo técnico 
 
Após a execução do empreendimento, a empresa solicita ao órgão 
público o atestado de conclusão de obra, para posterior emissão do acervo 
técnico junto ao CREA. 
 
 
 
 
 
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221 
O acervo técnico é o documento que comprova que a empresa e o seu 
engenheiro responsável tem capacidade técnica competente para participar em 
futuras licitações. 
Em concorrências públicas para execução de obras, o acervo técnico é 
um documento essencial para a empresa ser qualificada e habilitada para a 
realização do empreendimento, pois o mesmo comprova a capacidade de 
execução de obras futuras. 
 
4.8 Estudo de caso 
 
Para entendimento deste trabalho faz-se necessário uma abordagem 
sobre a empresa e o processo de licitação com base na Lei Federal nº 
8.666/93, de modo a compreender os critérios que são abordados para 
participação em concorrência pública. 
Com a realização da pesquisa, pode-se constatar a importância do 
orçamento para o planejamento de execução de obra e instrumento necessário 
para participação em licitação pública. 
O orçamentista pode realizar a composição de custos com o auxilio da 
TCPO e outros como tabela SINAPI e comparando preços com seus 
fornecedores. 
A pesquisa esclarece que a empresa, interessada em participar de 
processo licitatório, tenha chances para vencer é necessário obter todas as 
informações para demonstrar a capacidade de realização da obra. Além de 
dados que compõe o orçamento, o processo de licitação é esclarecido pela lei 
de licitação instituída pela Lei Federal 8.666 de 21 de junho de 1993 e suas 
posteriores alterações, é o manual de consulta obrigatória a todos os 
interessados em concorrências publicas para ciência de suas obrigações e 
direitos. 
CONCLUSÃO 
 
Após a pesquisa elaborada, conclui-se que o orçamento é uma parte 
fundamental da construção civil em qualquer processo de licitação de acordo 
com a Lei 8.666/93, no qual o orçamento é realizado antes do inicio da obra a 
fim de mensurar os resultados ao fim de sua conclusão, contribuindo assim 
 
 
 
 
 
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012 
 
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para a tomada de decisão. 
Ressalta-se que um bom orçamento não é obtido sem a elaboração de 
um planejamento, calcular os custos através de informações apresentadas no 
edital e na visita técnica no local onde será executada a obra. 
O resultado dessa pesquisa demonstra como o orçamento elaborado de 
forma adequada pode ser um instrumento determinante para ter sucesso na 
concorrência de um processo licitatório, pois apresenta os custos, tanto de 
matérias como de mão de obra e a forma de retorno de tais custos. 
 
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