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Resumo alta e baixa idade media (Manacorda)

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A idade média abrange mil anos de história, desde a queda do Império Romano (476) à tomada de Constantinopla pelos turcos (1453). Verificam-se dois processos paralelos: O gradual desaparecimento da Escola Clássica e a formação da Escola Cristã na sua dupla forma de escola Episcopal nas cidades, e de escolas Cenocíticas nos campos.[1: Clero secular][2: Clero regular]
O processo de ensino nas universidades recebeu o nome de Escolástica visava equilibrar a fé cristã com o racionalismo e procurava conciliar o divino com a filosofia, a fim de melhor justificar a crença, converter os não crentes e combater os infiéis. A pedagogia típica das escolas romanas foi logo substituída pelas escolas cristãs, criadas ao lado de mosteiros e catedrais o monarquismo exerceu grande influência na cultura medieval. 
Criar escolas não era a finalidade principal dos mosteiros, mas a atividade pedagógica se tornou inevitável na medida em que se fazia necessária a instrução do povo. É neste contexto que se deu parte do desenvolvimento da educação na alta idade média, regida pela igreja com a grande participação monástica, no dualismo Estado e Igreja, o poder imperial e os seus cuidados pelas escolas ficaram enfraquecidas, mas os aspectos administrativo-culturais do domínio ficaram em parte nas mãos de romanos, organizados em sua igreja. 
Os concílios de Toledo – Espanha, e Vasin – França, sugerem que os adolescentes, atingida a idade de dezoito anos, tenham liberdade de optar entre o matrimónio e o sacerdócio distinção de quatro espécies de monges, no início de Prólogo por Bento: os cenobitas, que vivem em comum sob a mesma regra; os anacoretas, qual no cenóbio enfrentam a experiência da solidão; os sarabaitas, que viviam sem regras, sozinhos ou em pequenos grupos; e os errantes que andam procurando hospitalidade por alguns dias nos mosteiros, sempre andando e nunca se fixando num lugar.
Registra-se bastante rigidez na educação das crianças, ao que se chamou de “sadismo pedagógico” motivado pela influência do cristianismo, no temor ao pecado. Ao canto das orações, nenhum adulto poderia errar, “se um adulto, ao recitar o salmo, responsório, antífona ou lição, errar e não se humilhar, ali mesmo diante de todos, com uma penitência seja submetido a uma pena mais severa, porque não quis corrigir-se humildemente do erro”.
A cultura que os cenóbios ofereciam aos oblatos e aos monges, e que os bispados e as paróquias ofereciam aos clérigos, era bem pouco profunda, embora edificante, em comparação com a antiga cultura clássica: salmos e Sagradas Escrituras, a lei eclesiástica e alguma lendária vida de santo. Esta nova “instrução concreta” não podia abster-se de uma preparação formal no ler, escrever, e contar, embora em um nível muito a baixo do tradicional.
A família medieval era pouco estruturada, as crianças tinham um papel social quase que inexistente e às vezes eram consideradas ao mesmo nível dos animais, semelhante à condição da criança era a condição da mulher. Submissa e subalterna ao homem até mesmo na criação, pois recebia menos alimento que os homens e ficava alheia à educação.
Ao lado desta reelaboração cultural, está se efetuando uma outra revolução através da abertura de uma nova cultura a crianças de classes sociais subalternas, anteriormente segregadas dá-se com isso, oportunidade às crianças de origem humilde, na sua maioria escravos, resgatadas pelos conventos, a instrução de novos membros que saibam dirigir as igrejas a eles confiadas, a criação de novos mosteiros e a sua difusão por todo ocidente com o predomínio do ensino baseado em interesses religiosos dando mais atenção a comportamentos morais e a instrução.
No final do século vemos uma consolidação das sociedades que surgiram do encontro de romanos e bárbaros germânicos e também a um grande despertar no campo da cultura e da escoa. Centro deste processo, que acelera e amadurece uma evolução já em ato, é a dinastia carolíngia do reino franco, protagonista daquela renovação que repõe os territórios de cultura latina como potência euro-mediterrânea ao lado do império romano-bizantino e dos árabes.
 Carlos Magno, traz para sua corte intelectuais com a intenção de reformar a vida eclesiástica e consequentemente todo o sistema de ensino. Começou então a Escola Palatina, com a reestruturação e fundação de escolas catedrais, monacais e paroquiais. O programa básico de estudos era o das sete artes liberais, aplicados em dois ciclos chamados de trivium: compreendia a gramática, lógica e a retórica, sendo estudos de nível médio; e o quadrivium: composto pela aritmética, geografia, astronomia e música, estes de nível superior. Nos dois ciclos houve a predominância da gramática, instrumento indispensável para se entender e discutir os textos sagrados.[3: Ficavam ao lado do palácio][4: Ficavam ao lado das igrejas]
O poder estatal assume a instrução em geral e a formação do clero em particular como atividade de sua responsabilidade, e a igreja continua com a função de formação e instrução dos leigos, construindo-se escolas com características das estatais.
Quanto a disciplina e ao conteúdo dos estudos nestas escolas dá-se maior atenção a aprendizagem de salmos, música, canto, cálculo, gramática, letras (ler e escrever) as artes liberais do trívio e do quadrívio e dos dogmas sagrados o ensino aparece mais do estilo global, sem particularidades, usando as técnicas catequéticas, onde o mestre controlava o desenvolvimento do seu discípulo.
A educação física e guerreira aparece com como sempre foi no Egito, na Grécia e na Roma, uma atividade imperial para a formação educativa da sua sociedade os jovens são educados nas artes militares e na disciplina da corte, formando no dizer e no fazer do domínio na educação particular predominavam a caça, a equitação e o conhecimento das regras da corte e das leis do estado que, por isso era realizada colegialmente no corpo dos fiéis ao rei.
A decadência das capacidades produtivas na sociedade romana é indiscutível ; mas é também evidente que não desapareceram totalmente as habilidades próprias dos vários ofícios, pelo menos dos principais: cultivar a terra, construir casas, trabalhar o ferro a madeira, a madeira e assim por diante. Dá-se prosseguimento as diversas artes; desde a agricultura até o artesanato, existência de negociadores ou artífices: ourives, pintores, caldeireiros, alfaiates, saboeiros, artífices do cobre, além dos mestres famosos na história da arte. Estes artífices aparecem divididos em mestres e discípulos.
Após o florescimento do período carolíngio, novas invasões aconteceram na Europa, provocando um novo retrocesso. Pouco tempo depois, devido à reurbanização, surge uma nova classe social, a burguesia. Por volta do século XI, a moeda volta a circular, criam–se feiras, surgem os banqueiros, inicia-se a luta contra o senhor feudal. Logo, onde só existia o poder do nobre e do clero, a surgir o poder do burguês. Se até então o ensino se restringia apenas em formar clérigos ou dar instrução religiosa para leigos, a partir do desenvolvimento do comércio desponta a necessidade de se aprendera ler, a escrever e a calcular. Surgem então as escolas seculares
A igreja romana perde parte da sua autoridade, mas permanece como principal fonte de instrução, Nas igrejas catedrais, os mestres são obrigados a ensinar gratuitamente,” a igreja como piedosa mãe, tem a obrigação de prover a educação dos pobres, que não podem ter o apoio dos pais, para que não sejam privados da oportunidade de ler e progredir no estudo, esta escola seja também nas demais igrejas e mosteiros. Para a licença de ensinar, não se exija nenhum pagamento; nem os que ensinam devem exigir remuneração a quem ele está ensinando”.
Em paralelo ao surgimento da economia mercantil das cidades e a sua organização em comunas, um novo processo se introduz na instrução com o aparecimento dos mestres livres que, sendo clérigo ou leigo, ensinam também os leigos. Munidos da licentia docendo concedida pelo magischola, ensinando fora das escolas episcopaise frequentemente, para evitar concorrência, fora dos muros da cidade, eles satisfazem a exigências culturais das novas classes sociais. A Itália parece ser o centro deste desenvolvimento. Na Germânia, já em 1041, Wippone exortava o imperador Conrado a seguir o exemplo da Itália, onde – dizia – todos os jovens são mandados a suar nas escolas.[5: Licença docente]
Os mestres livres ensinam especialmente as artes liberais do trívio e do quadrívio, mas por outros lugares, aparecem escolas livres de outras disciplinas exercendo a função de ensinar sem pedir qualquer quantia monetária. As universidades se consolidam e se difundem por toda Europa. Nesta altura, os Dominicanos dedicam-se a teologia, criando centros de estudo em conflito com os públicos; e os franciscanos, destacam-se nas artes liberais, a palavra universidade não era entendida como um espaço físico ou estabelecimento de ensino, mas era usada para caracterizar qualquer tipo de reunião corporativa. 
Foi pela evolução das escolas catedrais e pela formação de escolas urbanas independentes da igreja que tomou corpo aquele modelo de instituição educativa que o curso de três séculos se impôs em toda a Europa e tornou-se o principal instituto de instrução no ocidente.
Nas escolas medievais de nível inferior as crianças inicialmente aprendiam o a,b,c, em seguida a pronunciar as silabas e a ler e, então, a entender o sentido de cada parte do discurso grande parte do ensino se efetuava em forma catequética, isto é, em forma de diálogo entre mestre e o discípulo em latim.
Nesta época, a antiga educação guerreira torna-se educação cavaleiresca, isto é, assume também aspectos intelectuais naturalmente diferentes da ciência dos clerici, embora fazendo parte da mesma cultura – e reveste de gentileza seus costumes, a preparação para as técnicas de guerra e da política segundo as tradições, onde após os primeiros cuidados da mãe e da nutriz, passa sob tutela de um adulto, onde os meninos dos nobres eram agrupados e treinados em jogos de valentia, 15 anos depois, o adolescente tornava-se pajem ou escudeiro junto a algum cavaleiro experiente, que se seguia como mestre e aos 20 anos, terminada a sua educação, era proclamado cavaleiro numa cerimónia solene em que recebia, junto com uma ofensa física ou pancada de que não devia se vingar, as armas para o uso da sua vida de milícia.

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