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cap2-4

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Introdução
No presente capítulo, serão apresentadas duas das mais 
importantes religiões monoteístas que exercem predominância no 
Oriente Médio e que encontram representação em praticamente 
todos os continentes do nosso planeta. Trata-se das religiões 
consideradas como “proféticas” ou “reveladas”, ou seja, que 
teriam surgido a partir de uma profecia ou de uma revelação 
especial de seu deus. Falamos do Judaísmo e Islamismo, 
religiões que também são importantes para a compreensão da 
história do Cristianismo no Ocidente.
Ronaldo Steffen
JUDAÍSMO
Fundador: Abraão e seus descendentes, Isaque e Jacó.
Data de nascimento: por volta de 1700 AEC (antes da era comum; 
é assim que os judeus preferem identificar a cronologia antes de 
Cristo).
Local de nascimento: provavelmente Ur, na Caldéia.
Textos sagrados e reverenciados: a Torah, que descreve a 
criação do mundo e a fundação do reino de Israel, além de contar 
as leis divinas; o Talmude, um conjunto de escritos jurídicos, 
éticos e litúrgicos, bem como de histórias e lendas judaicas.
Estatísticas: fala-se em 15 milhões de adeptos, dos quais 6 
milhões estão fora de Israel. No Brasil, estima-se em 130 mil 
adeptos.
História
O judaísmo é uma religião inteiramente ligada à história. As 
narrativas bíblicas começam com Adão e Eva e os relatos que 
descrevem a origem e as consequências do pecado, manifestadas 
no desejo humano de rebelar-se contra Elohim (Deus). Segue-se 
a expulsão do paraíso. Mais tarde, o mundo inteiro é destruído 
pelo dilúvio, salvando-se apenas Noé e sua família, além dos 
animais que embarcaram na sua conhecida Arca. Em seguida, há 
os relatos da destruição de Sodoma e Gomorra, cidades sem 
Elohim, e da construção e derrubada da torre de Babel, destruída 
por representar a tentativa humana de chegar até o céu por conta 
própria.
De Abraão a Moisés
A fase histórica seguinte tem seu ponto de partida com Abraão, 
quando este sai da cidade de Ur, localizada no atual Sul do 
Iraque, por volta de 1700 AEC. Seguindo orientação divina, 
Abraão saiu de sua terra e foi em direção à terra indicada por 
Elohim, a fim de formar um grande povo. Esse povo ganhou um 
nome após uma dramática luta entre um anjo de Elohim e Jacó, 
neto de Abraão. Ao ser derrotado, o anjo dá a Jacó o nome de 
Israel (o que venceu a Elohim). Os filhos de Jacó, mais tarde, 
vieram a ser identificados como as doze tribos de Israel.
Com José, um dos filhos de Jacó, as narrativas bíblicas mostram 
como os israelitas foram parar no Egito. Após serem 
escravizados, foram retirados do Egito com a ajuda de Moisés, em 
uma jornada de 40 anos pelo deserto antes de chegarem à 
Canaã, a terra prometida.
Confira esses relatos no Livro de Êxodo, 
disponível em www.sbb.org.br.
Fato marcante da travessia ocorre no monte Sinai quando Elohim 
dá a Moisés as duas tábuas da Lei, que passaram a ser 
conhecidas como os Dez Mandamentos.
Por volta de 1.200 AEC, os israelitas conquistaram parte de 
Canaã, convivendo com povos não israelitas. Foi a época dos 
juízes que cuidavam para que o povo respeitasse as leis dadas 
por Elohim. A luta com os filisteus, nesse período, foi o episódio 
determinante da necessidade da criação de um poder político 
centralizado.
O reino de Israel
O ano 1.000 AEC marca a introdução da monarquia através do rei 
Saul. Davi e Salomão são os expoentes desse período. Com Davi, 
nascido em Belém, dá-se a unificação das tribos de Israel. Com 
Salomão, dá-se a construção do Templo de Jerusalém no século 
X AEC.
A prática de sacrifícios no templo, espécie de oferendas, passou a 
ser a forma mecânica de adoração. Surgem daí os profetas. 
Destaca-se Amós, que viveu por volta de 750 AEC. Amós 
condenava os males sociais, como a opressão dos pobres pelos 
ricos.
O exílio na Babilônia
Advertidos pelos profetas do juízo e sofrendo punição em razão 
do descumprimento das leis divinas, os israelitas, sem retroceder, 
viram o seu reino dividido em dois: o reino do Norte (Israel) e o do 
Sul (Judá). Em 722 AEC, os assírios invadiram e devastaram o 
reino do Norte, que deixa de ter importância política e religiosa.
O reino do Sul foi conquistado pelos babilônios em 587 AEC, 
deixando como marca da ocupação a destruição do Templo de 
Jerusalém. Os habitantes do reino do Sul tiveram a permissão de 
voltar a sua terra em 539 AEC. Daí em diante, passaram a se 
tornar conhecidos como judeus.
O Templo de Jerusalém foi reerguido em 516 AEC.
Ocupação estrangeira
Seguidas vezes, após o retorno da Babilônia, os judeus caíram 
sob o domínio político estrangeiro. Foi assim que, em 70 EC (Era 
Comum), uma revolta contra os romanos levou ao saque de 
Jerusalém. O Templo, que recentemente havia sido ampliado pelo 
rei Herodes, foi outra vez arrasado. Dessa época em diante, tem-
se um novo formato do judaísmo, desvinculado do templo e 
centrado na sinagoga. Muitos judeus estavam agora dispersos 
pelas terras do Mar Mediterrâneo, no que foi chamado de 
Diáspora judaica.
História mais recente
A dispersão dos judeus, provocada pelas diversas ocupações, 
permitiu-lhes, em muitas ocasiões e em diferentes lugares, 
assumir papel de grande importância e destaque, tanto nas letras 
como na economia (a religião permitia-lhes ganhar juros 
emprestando dinheiro). 
No entanto, o que mais tem marcado a dispersão dos judeus é a 
constante campanha que diferentes países e culturas têm 
desencadeado com o fim de afastar os judeus de seus limites 
geográficos, em especial a partir da Baixa Idade Média. Por muito 
tempo, o cristianismo encabeçou a perseguição aos judeus, sob a 
alegação de terem sido os judeus os culpados pela morte de 
Jesus. Nos séculos XIII e XIV, os judeus foram deportados da 
França e da Inglaterra; na Espanha, a perseguição se deu no 
século XV, com a expulsão em 1492. Na Noruega, em 1687, os 
judeus foram proibidos de entrar em seu território. Culmina o 
cenário de perseguição, na história recente próxima, com o 
avanço nazista na Europa, entre 1933 e 1945,onde ocorreu o 
maior genocídio judeu da história. Os números normalmente falam 
de seis milhões de judeus mortos no holocausto da guerra, apesar 
de que correntes revisionistas da história considerem esse 
número exagerado, falando de cerca de dois milhões de mortos. 
Mesmo em épocas em que as perseguições explícitas não 
ocorriam, os judeus continuavam sofrendo restrições: eram 
tratados como párias sociais; eram obrigados a adotar nomes de 
fácil identificação e a residirem em lugares específicos (os 
famosos guetos); eram proibidos de possuir terras e assim por 
diante.
Apenas em 1948 veio o reconhecimento mundial de Israel como 
nação, por meio do ato pelo qual a ONU criou o Estado de Israel. 
Os primeiros passos foram dados no fim do século XIX. Muitos 
judeus consideraram a possibilidade de voltar para sua antiga 
pátria e, assim, fugirem das constantes perseguições de que eram 
alvos. Essa ideia foi chamada de sionismo. A princípio, muitos 
sionistas desejavam criar um Estado laico, secular, mas os judeus 
ortodoxos conseguiram realizar o seu desejo de que o país fosse 
fundado com base na religião judaica.
Esse novo Estado tem vivido em contínuo conflito com o mundo 
árabe, também por causa dos milhares de palestinos que foram 
deslocados de suas propriedades na época da fundação de Israel.
Hoje, as terras israelenses abrigam apenas cinco dos quinze 
milhões de judeus. Apesar de estarem espalhados em diversas 
nações do mundo, outra grande parte reside nos Estados Unidos 
da América. 
Ensinamentos
Deus
O judaísmo é uma religião monoteísta. Elohim, o deus único, é o 
criador do mundo e o senhor da história. Toda vida depende 
dele e tudo o que é bom flui dele. É um deus pessoal, que tem 
preocupação com as coisas que criou e nelas intervém. 
Elohim é algo que não pode ser expresso empalavras. O nome 
de deus é representado pelas letras IHVH, um acrônimo que 
significa "eu sou o que sou" em hebraico. Esse acrônimo costuma 
ser lido como Jeová ou Javé, porém o nome real é tão sagrado 
que sempre se usa algum sinônimo, como "o Senhor" ou "o 
nome". Jeová é o criador e o sustentador do mundo. A ideia de 
que Elohim possa não existir é totalmente alheia a um judeu, pois 
ele é o centro da vida judaica.
Particularmente específica na concepção de Elohim, é a 
expectativa nutrida pela vinda de um messias ("o ungido") que virá 
criar um reino de paz na Terra. Historicamente, a expectativa 
remonta à época do rei Davi, quando os reis eram ungidos ao 
subir ao trono. Desde o exílio babilônico, os judeus alimentam a 
expectativa da chegada de um messias, saído da linhagem de 
Davi. Esse rei ideal restabeleceria Israel como uma grande 
potência e seu povo passaria a desfrutar de eterna felicidade.
MESSIAS
- Alguns esperam a vinda de uma pessoa;
- Outros esperam uma era messiânica;
- Outros identificam que essa era já chegou com a 
criação do Estado de Israel em 1948.
Até hoje, essa expectativa continua viva. Nem todos os judeus, 
porém, identificam o Messias como uma pessoa; alguns falam em 
uma "era messiânica", que seria um estado de paz na Terra, com 
destaque especial para Israel. Há alguns judeus que identificam a 
criação do Estado de Israel, em 1948, como o cumprimento dessa 
expectativa.
Ser humano
O fato de que Elohim é um, e apenas um, reflete-se na existência 
humana. Toda a vida do ser humano deve ser consagrada a 
Deus. Não há linha divisória que separe o sagrado do profano.
Enquanto ser biológico, o ser humano faz parte do cosmo. No 
entanto, de tudo o que há no cosmo, o ser humano foi escolhido 
como parte da essência divina, criado à imagem e semelhança de 
Deus, ultrapassando os limites biológicos. Por isso, faz parte da 
missão divina no cosmo, realizando a mediação entre o criador e 
a sua criação. A tarefa mais importante do ser humano é cumprir 
todos os seus deveres para com Elohim e para com seus 
semelhantes.
O ser humano, embora biológico, faz parte da 
essência divina e deve cumprir a missão de 
Elohim aqui na Terra.
Vida e morte
Com relação à vida após a morte, os judeus não estabelecem um 
dogma rígido ou fechado, sendo este tema da teologia judaica 
sujeito a diversas interpretações. Porém, os judeus, de modo 
geral, creem na imortalidade da alma. Para os judeus ortodoxos, a 
noção de “vida após a morte” é uma declaração da crença na 
vinda do Messias, que ressuscitará fisicamente os mortos. Para os 
judeus liberais, por outro lado, a ideia é mais figurativa do que 
literal, existindo "a terra dos vivos" e “a terra dos mortos”, sendo 
que a ponte entre elas é o amor. 
Os escritos sagrados
O chamado cânone judaico foi fixado por um concílio em Jabne, 
por volta de 100 EC. São 24 livros divididos em três grupos:
• Torah (a Lei): os cinco livros de Moisés;
• Nevim (os Profetas): os livros históricos e proféticos;
• Ketuvim (os Escritos): os demais livros.
Além da Torah (ou Torá), os judeus obedeciam a regras 
transmitidas oralmente. Conforme a tradição, no monte Sinai 
Moisés teria recebido a "Lei Escrita", bem como a "Lei Falada". A 
Lei Falada era proibida de ser escrita, pois deveria adaptar-se às 
condições reais da vida em diferentes lugares e épocas. Após a 
dispersão dos judeus, com o risco de se perder a tradição oral, 
decidiu-se registrar as orientações. Esse material chama-se 
Talmude. Não é em si um livro de ensinamentos, e sim um texto 
usado pelos rabinos em seus ensinamentos, para orientação dos 
fiéis em situações concretas.
A sinagoga e o sábado 
Desde o exílio, a sinagoga tem 
desempenhado papel primordial na 
preservação das práticas religiosas dos 
judeus. É nesse espaço que se 
encontra a Arca da Aliança, uma 
espécie de armário colocado 
sistematicamente na direção de 
Jerusalém, onde são guardados os 
rolos da Torah. Nas manhãs dos sábados (shabat), das segundas 
e quintas-feiras, os rolos são lidos de tal forma que todo livro é lido 
no decurso de um ano. A sinagoga pode abrir suas portas para os 
serviços religiosos três vezes por dia, desde que dez homens 
estejam presentes. As mulheres não desempenham parte ativa no 
serviço religioso, pelo menos nos grupos ortodoxos. No entanto, 
encontram seu espaço nos rituais do shabat.
O shabat dura do pôr do sol de sexta-feira até o pôr do sol de 
sábado. É uma relembrança do ato criador de Jeová, que 
descansou no sétimo dia. O sábado tornou-se uma festa semanal 
de renovação que ocorre em família. A esposa abençoa as velas 
do shabat na mesa já posta. O marido abençoa o vinho e o pão. É 
um importante momento para a união familiar judaica.
As regras alimentares
É responsabilidade da mulher zelar pela alimentação da família, 
devendo ser respeitadas as regras definidas nos livros sagrados. 
O judaísmo possui o que se chama de dieta kasher (ou 
kosher). Kasher significa correto, justo, bom. Aplicado à comida, 
refere-se apropriada ao consumo, isto é, que preenche todos os 
requisitos da dieta judaica.
A carne só pode provir de animais que ruminam e que têm o 
casco partido, o que exclui o porco, o camelo, a lebre, o coelho e 
outros. Das aves, podem-se comer as não predatórias. Dos 
peixes, podem-se comer os que possuem escamas e barbatanas, 
excluindo-se polvos, lagostas, mariscos, caranguejos, 
camarões etc.
Toda comida feita de sangue também é proibida, já que, para os 
judeus, a vida está no sangue. Os animais com sangue, e 
permitidos para alimentação, devem ser abatidos de forma que o 
máximo possível de sangue seja extraído. Há ainda outras 
restrições alimentares, como comer derivados de carne 
juntamente com derivados de leite. As frutas, verduras, bebidas 
alcoólicas e não alcoólicas são permitidas. 
A ética
O religioso e o ético se fundem na vida de um judeu. Tudo 
pertence à Lei de Elohim. Além das 248 ordens afirmativas e das 
365 proibições, a vida do judeu ainda deve respeitar os costumes 
e as práticas que se consolidaram ao longo de sua história.
Entre as qualidades éticas recomendadas, estão a generosidade, 
a hospitalidade, a boa vontade para ajudar, a honestidade e o 
respeito pelos pais.
O dízimo (10%) faz parte do comportamento de muitos judeus. 
Com relação aos pobres e necessitados, é curioso notar que o ato 
de dar esmolas não é considerado caridade, mas justiça. O dever 
de combater a pobreza é preceito bíblico a fim de cumprir-se a 
palavra de que jamais haverá pobre no povo escolhido. A mesma 
concepção é mantida em relação às viúvas, órfãos e estrangeiros.
Refletir:
Dar esmola não é caridade, mas ato de justiça.
Quando, em determinada situação, não houver clareza sobre o 
que fazer, ou se a atitude gerar conflito, diante desse dilema ético 
deve sempre prevalecer a vida humana sobre os demais valores.
As fases da vida
Nascimento, juventude, casamento e morte são fases da vida, 
marcadas por costumes antigos e ainda mantidos.
• Circuncisão: oito dias após o nascimento, os meninos são 
circuncidados e recebem formalmente seu nome. Na 
circuncisão, o prepúcio dos recém-nascidos é cortado 
ao oitavo dia como símbolo da aliança entre Deus e o povo de 
Israel. A menina, mesmo que não possa receber a 
circuncisão, também recebe seu nome na sinagoga uma 
semana após o nascimento.
• Bar mitsvá e bat mitsvá: no primeiro sábado após completar 
13 anos, o menino é recebido como "filho do mandamento" 
(bar mitsvá). No ano precedente, ele é instruído nas leis e nos 
costumes judaicos, bem como aprende a ler o trecho da 
leitura da Torah que fará no sábado de sua recepção. Já a 
menina, torna-se "filha do mandamento" (bat mitsvá) 
automaticamente, ao completar 12 anos. Por volta dos 15 
anos, ela aprende o principal da história e os costumesjudaicos e, particularmente, empenha-se em aprender as 
regras alimentares, que é sua responsabilidade doméstica.
• Casamento: a família tem papel primordial na manutenção da 
cultura e da educação judaica. O casamento é o modo de vida 
ideal e o único tipo de coabitação permitido. Por princípio, 
judeu deve casar com judeu. O divórcio é permitido, mas, 
para que seja legítimo, deve ser sancionado por um tribunal 
rabínico e selado pelo marido, que dá à esposa a carta de 
divórcio.
• Enterro: o enterro deve ocorrer o mais rápido possível depois 
da morte. A cremação não é permitida. No cerimonial de 
sepultamento, não se usam flores e nem música. O cemitério 
é sempre muito bem cuidado em razão de ser o lugar onde os 
mortos descansam até a ressurreição.
Os festivais
As festas judaicas marcam não apenas momentos de alegria. Elas 
trazem consigo uma forte conotação histórica e religiosa, servindo 
para marcar eventos que ressaltam a intervenção divina na vida 
do povo judaico, tanto no passado como no presente.
• Rosh há-shaná (Ano-Novo): celebrado em setembro ou 
outubro, rememora Jeová como criador e rei, conduzindo as 
pessoas a se concentrarem na autoanálise e no 
arrependimento.
• Iom Kippur (Dia do Perdão): é o fim do período de dez dias 
de arrependimento, iniciado no Ano novo.
• Sukot (Festa dos Tabernáculos): ocorre alguns dias após o 
Dia do Perdão e procura relembrar o período em que os 
judeus, durante sua peregrinação pelo deserto, residiam em 
tendas.
• Chanuká (Festa da Inauguração): realizada em novembro ou 
dezembro por oito dias, comemora a reinauguração do 
Templo de Jerusalém, ocorrida em 165 AEC.
• Pessach (Páscoa): Celebrada em março ou abril, relembra a 
passagem da dez pragas do Egito, quando na décima praga o 
anjo do Senhor passou "por cima" das casas dos israelitas, 
poupando os filhos judeus e matando todos os demais 
primogênitos da terra do Egito. Tem a duração de oito dias e 
só se come pão sem fermento.
• Shavuot (Festa das Semanas): ocorre em maio ou junho e 
comemora a ocasião em que a Torah foi dada ao povo no 
monte Sinai.
Mundo
Registra o texto sagrado em Gênesis, capítulo 1, que Elohim criou 
o "céu e a Terra" (o Universo), sendo o ápice da criação o ser 
humano. Tendo concluído sua obra criadora, emanada 
exclusivamente de sua inexplicável vontade, constata que o 
Universo é bom. A força da qual flui o ato criador é sua ordem, a 
partir do nada e concretizada por suas palavras. A soberania 
divina está realçada. Ele é o Criador.
Uma vez criado, o Universo continua a existir por vontade divina e 
não por motivo próprio. A força vem de fora, não de forma 
impessoal, mas pessoal. Ainda que o Universo possua 
características materiais evolutivas, percebe-se, nesse processo, 
a vontade divina presente no ato criador que lhe deu essa 
característica.
Principais tendências
O judaísmo é tanto uma identidade hereditária e um modo de vida 
quanto um sistema religioso. Essa colocação faz perceber a 
existência de uma diversidade de entendimentos.
• A partir do século XIX, três comunidades religiosas distintas 
desenvolveram-se, com opiniões divergentes acerca da 
importância da tradição e da teologia judaica.
• Judaísmo Ortodoxo: mantém as crenças tradicionais, inclusive 
a doutrina de que tanto a lei bíblica quanto a lei oral são de 
inspiração divina e obedece aos costumes e rituais 
tradicionais com a rígida observância do shabat e das leis de 
alimentação.
• Judaísmo Reformista: surgiu no período do Iluminismo. 
Menosprezando a autoridade talmúdica, realiza cultos 
simplificados no vernáculo, dando maior importância aos 
padrês éticos do que às leis rituais, grande parte das quais 
considera irrelevantes no mundo moderno.
• Judaísmo Conservador: situa-se entre a aceitação da 
autoridade das Escrituras e a permissão de adaptação às 
mudanças dos tempos e das situações.
• No século XX, acentuaram-se outras tendências, como a 
corrente Liberal da Reforma Judaica e o Movimento 
Reconstrucionista, fundado por Mordecai Kaplan, que entende 
o judaísmo como uma "civilização religiosa".
• Não há como também deixar de citar o movimento místico 
judaico conhecido como Cabala, que seria capaz de 
esclarecer os mistérios que cercam a humanidade.
Islamismo
Fundador: profeta Muhammad (Maomé).
Data de nascimento : 570.d.C.
local de nascimento: Meca, atual Arábia Saudita.
Ano de fundação: 622 d.C., em Meca.
Textos sagrados e reverenciados: Qu´ran (Corão), coleção das 
escrituras divinas como reveladas ao profeta Maomé pelo arcanjo 
Gabriel; e Hadith, coleção de ditos de Maomé e seus seguidores e 
que se perpetuaram com o decorrer do tempo.
Estatísticas: estima-se hoje em cerca de 1 bilhão e trezentos 
milhões de adeptos distribuídos pela Turquia, Oeste da África, Sul 
da Ásia, Filipinas, Indonésia, Índia, Oriente Médio, Europa e as 
Três Américas. No Brasil, fala-se em um milhão de adeptos.
História
Com origem na Arábia, o islã está profundamente relacionado 
com a cultura árabe. Ressalte-se, no entanto, que hoje apenas 
uma minoria de seus seguidores é árabe. O islã está difundido por 
regiões da África e Ásia, além de outros continentes, 
sendo seguido por cerca de 15% da população mundial.
A palavra árabe islam significa submissão. É pertinente ao seu 
conteúdo que o ser humano deve se entregar a Deus e se 
submeter a Sua vontade em todas as áreas da vida. Esse 
entendimento sugere que, enquanto religião, o islã abrange todas 
as áreas da vida humana, pessoal e social. 
É a terceira e última das religiões originadas com Abraão, após o 
judaísmo e cristianismo. Fruto de um "segundo casamento" de 
Abraão (visto que sua esposa Sara não lhe dava filhos), Hagar 
gerou o filho primogênito de Abraão, chamado de Ismael, cuja 
descendência gerou o povo árabe de onde nascem os 
muçulmanos.
De importância capital para a compreensão do islã é a figura de 
Muhammad, ou Mohammed, ou, ainda, Maomé.
Maomé (Biografia)
Nasceu em MEca, na Arábia, por volta de 570 d.C. Nascido numa 
das principais famílias da cidade, ficou órfão ainda criança. Criado 
por um tio, Abu Talib, foi trabalhar como condutor de camelos para 
Khadidi, viúva de um ricomercador. Quinze anos mais velha que 
Maomé, veio a ser sua esposa e exerceu grande influência no 
desenvolvimento religioso do marido, que não teve outra esposa.
A formação religiosa de Maomé
Meca era um importante centro comercial e religioso da Arábia. 
Tribos nômades já adoravam, bem antes de Maomé, a pedra 
preta, objeto de muitas peregrinações de beduínos e conhecida 
hoje como kaaba. Era também prática comum na região 
cultuarem-se muitos deuses e seres sobrenaturais, quase sempre 
ligados a práticas animistas. Em geral, os cultos eram tribais. 
Aliás, a tribo e a família eram estruturas centrais para o modo de 
vida dos nômades. Todo o sistema legal estava vinculado à tribo, 
originada e mantida pelos laços de sangue. Era recorrente a 
prática da lei do "olho por olho", quando um dos membros de uma 
tribo era assassinado por membro de outra. Um cenário de 
constantes e sangrentas rixas fixou-se como prática comum.
Já à época de Maomé, apresentava-se um quadro de transição. A 
sociedade beduína nômade começava a dar lugar a uma 
sociedade urbana mais fixa. Com isso, a religião e as práticas 
tradicionais passaram a ser revistas. Nesse hiato, aumentou em 
muito a influência do judaísmo e do cristianismo. Com toda 
certeza, Maomé foi fortemente influenciado pelo monoteísmo e 
pela noção de fim de mundo acompanhado de juízo final.
O judaísmo havia se estabelecido em toda a Arábia depois da 
queda de Jerusalém em 70 d.C. Aos poucos, os judeus 
incorporaram a língua e o estilo de vida dos árabes, mantendo, 
porém, sua própria crença e seu culto mosaico.
O cristianismo, por sua vez, também havia avançadopor muitas 
regiões do Oriente Médio. Estados tornaram-se cristãos, como a 
Abissínia (atual Etiópia), bem como muitas tribos beduínas. Com 
certeza, o grupo que mais influenciou Maomé em sua formação 
religiosa foram os monges e eremitas cristãos, que viviam 
isolados nos desertos da Arábia. Devotos e generosos, eram 
pródigos na ajuda aos viajantes.
Alá se revela a Maomé
Era costume de Maomé se retirar todos os anos para uma 
caverna aos arredores de Meca com o fim de meditar. Este hábito 
também era prática corrente dos eremitas cristãos que, 
diferentemente de Maomé, fundamentavam sua meditação em 
algum texto sagrado, em geral os evangelhos da tradição cristã.
Aos 40 anos, Maomé teria tido uma revelação, na qual lhe 
aparecera o arcanjo Gabriel com um pergaminho, ordenando-lhe 
que o lesse. Maomé não sabia ler e, em vista disso, o arcanjo 
incitou-lhe a recitar o que ouvia.
As recitações transmitidas por Maomé foram reunidas em um 
livro, o Qu´ran, o Corão, coligido apenas após a sua morte. Assim 
como no judaísmo e no cristianismo, o islamismo também passa a 
ter seu livro sagrado, considerado a revelação de Alá aos seres 
humanos.
De Meca a Medina
Após a revelação, Maomé começa sua pregação em Meca. 
Proclama-se profeta e mensageiro de Deus. As famílias 
abastadas entenderam essa pregação como manobra para 
usurpar o poder político da cidade. As famílias assentadas no 
tradicionalismo religioso também se lhe opuseram por entender 
que se abandonassem suas antigas crenças, estariam 
reconhecendo que seus antepassados foram pagãos.
A crise estava instalada. A situação de Maomé piora após a morte 
de seu tio e sua esposa. Alguns de seus seguidores, residentes 
em Medina, mostraram-se dispostos a aceitá-lo na cidade. Assim, 
em 622, Maomé sai de Meca e vai para Medina. Esse episódio é 
conhecido como hégira, que significa rompimento ou partida, mas 
jamais fuga.
Líder religioso e político
Em Medina, Maomé se torna um líder religioso e político. Sem 
perder de vista seu futuro retorno a Meca, procura se estabelecer 
financeiramente por meio de assaltos a caravanas pertencentes 
às famílias ricas de Meca. O conjunto das atividades 
desenvolvidas por Maomé com vistas ao retorno a Meca é 
conhecido como jihad, um termo que hoje também é empregado 
para designar a guerra santa.
Jihad atribui-se ao conjunto das ações que Maomé 
desenvolveu para voltar a Meca.
Na década seguinte, ele toma a cidade de Meca por meios 
militares e diplomáticos. Conquistou, a seguir, grande parte da 
Arábia. Antes de morrer, em 632, tinha conseguido unir o país e 
transformá-lo em um só domínio, onde a religião se tornara mais 
importante que os antigos laços familiares e tribais.
O cisma no Islã após Maomé
Após a morte de Maomé, a liderança do movimento foi assumida 
pelos califas, ou sucessores. Os três primeiros califas eram 
parentes de Maomé. O quarto califa, Ali, genro de Maomé, casado 
com sua filha Fátima, era filho de seu tio, Abu Talib, que o havia 
criado.
O cisma no mundo islâmico começa na época de Ali, cuja 
liderança foi repleta de controvérsias. Ali acabou sendo 
assassinado por seus adversários. Seus seguidores defendiam e 
acreditavam que, por ser o parente mais próximo de Maomé, ele 
era o seu sucessor natural. Esses seguidores eram identificados 
como sendo os Shiat Ali (o partido de Ali), ou xiitas, que formam a 
base da religião oficial do Irã de hoje.
Surgem os xiitas e os sunitas
Os xiitas defendiam que a liderança do movimento deveria ser 
concedida a um descendente direto de Maomé, enquanto o grupo 
divergente, facção bem maior que os xiitas, identificados como 
sunitas, julgava que a liderança cabia ao indivíduo que de fato 
controlava o poder.
Após a morte de Ali, o califado teve sede em Damasco por algum 
tempo. A seguir, instalou-se em Bagdá, onde permaneceu por 500 
anos. Depois disso a liderança passou para o sultão turco de 
Istambul. O último sultão foi derrubado em 1924. Desde então, o 
mundo islâmico deixou de ter um califa como líder.
Ensinamentos
Não há Deus senão Alá, e Maomé é seu profeta. Esse é o resumo da fé islâmica: o 
monoteísmo e a revelação dada a Maomé.
Monoteísmo
Alá não se trata de um nome pessoal, mas é a palavra árabe que 
significa Deus. Etimologicamente, a palavra alah relaciona-se com 
a palavra hebraica el, que é utilizada na Bíblia para nomear o 
Deus dos hebreus. 
O termo alah, árabe, e o termo el, hebraico, 
referem-se a Deus.
O politeísmo é atacado com veemência no Islã, ressaltando a 
crença em um só Deus, que é criador e juiz. Ele criou o mundo e 
tudo o que há nele. No último dia irá trazer todos os mortos de 
volta à vida para julgá-los.
Há também uma forte ênfase no amor e na compaixão divinas. 
Embora Deus seja aquele a quem todos devem submeter-se, 
também é o que perdoa e auxilia o ser humano. O ser humano 
não merece nada de Deus e nem pode invocar direitos sobre 
nada. A salvação e a fé brotam somente da graça de Deus e são 
coisas que os seres humanos podem apenas ter esperança de 
conseguir.
Revelação
Deus falou ao ser humano por intermédio de seu profeta Maomé. 
Ele é o último dos profetas enviado por Deus à humanidade. 
Embora de início Maomé estivesse próximo às tradições judaico-
cristãs, delas se distancia em razão de controvérsias tidas com os 
judeus sobre narrativas do Antigo Testamento.
O fundo histórico do movimento desencadeado por Maomé é 
encontrado em Abraão e seu filho Ismael, antepassado dos 
árabes. Maomé ensinou que Abraão e Ismael tinham reconstruído 
a sagrada Kaaba, que fora erigida por Adão e destruída pelo 
dilúvio. Para Maomé, tanto os judeus como os cristãos 
distanciaram-se do monoteísmo de Abraão.
Quando em Medina, Maomé ensinara que, ao se orar, o rosto 
deveria estar voltado para Jerusalém. Depois de rompidas as 
relações com os judeus a orientação mudou: o fiel, agora, deve 
estar de frente para Meca ao orar. Por essa época, também se 
designou a sexta-feira como dia sagrado da semana.
Em relação ao cristianismo, a diferença se acentuou na questão 
da trindade. Além disso, houve divergência no papel de 
Jesus que, para o cristianismo, é o Verbo (Palavra) revelado, 
enquanto para o islamismo a revelação é o próprio Qu´ran 
(Corão).
Ser humano
O ser humano possui um estatuto especial e uma posição 
privilegiada no Universo. A vida é dádiva divina. O ser humano é 
criatura divina perfeita e possuidora de uma alma que perdura 
após a morte.
A bondade lhe é inata por graça divina e não se perde por 
qualquer meio ou motivo. Não há a noção de um pecado herdado. 
O ser humano é sempre bom. Quando muito, ele se esquece de 
sua origem divina e da bondade que lhe é inerente. Para que isso 
não ocorra, o ser humano necessita constantemente reavivar suas 
origens e qualidades divinas.
O fato de ter sido escolhido por Deus para se revelar dá a 
dimensão exata dos grandes valores e das qualidades humanas.
Vida e morte
Os Cinco Pilares 
A vida de um seguidor do islamismo está marcada por cinco 
passos bem definidos, denominados de Os Cinco Pilares.
• Credo: "Não há outro Deus senão Alá, e Maomé é seu 
Profeta". É a primeira coisa que se deve sussurrar ao ouvido 
da criança recém-nascida e a última a ser sussurrada no 
ouvido do moribundo.
• Oração: deve ser feita cinco vezes ao dia. O pressuposto é 
estar ritualmente limpo das impurezas causadas pelas 
funções corporais, o que é obtido pelo banho em água 
corrente.
• Caridade: é uma espécie de taxa sobre a riqueza e 
propriedade, fixada em cerca de 2,5% sobre o montante. Ela 
é destinada a usos sociais, objetivando diminuir as 
desigualdades entre ricos e pobres, sem interferir no princípio 
da propriedade privada. O Islã não proíbe que se desfrute a 
vida na terra, mas lembra de que se deve ter sempre em 
mente o fato deque esta não passa de uma preparação para 
a vida que começará depois do julgamento divino.
• Jejum: o Corão proíbe comer carne de porco e beber álcool. 
De resto, nada se proíbe. A exceção é o jejum durante o 
Ramadan, mês em que Maomé teve sua primeira revelação. 
Nesse período, entre o nascer do sol e o pôr do sol, é proibido 
comer, beber, fumar ou ter relações sexuais. Os viajantes, os 
doentes, as crianças e as mulheres grávidas ou que estão 
amamentando são liberados dessa restrição, mas são 
exortados a cumprir o jejum em uma data posterior.
• Peregrinação a Meca: todo muçulmano adulto que dispõe de 
meios financeiros deve realizar, pelo menos uma vez na vida, 
uma peregrinação a Meca. Os peregrinos que para lá se 
dirigem passam a usar vestes brancas e caminham em torno 
da Kaaba por sete vezes. Outro momento importante é 
quando os peregrinos vão ao monte Arafat e lá ficam, sem 
cobrir a cabeça, do meio-dia até o pôr do sol. Foi no monte 
Arafat que Adão e Eva se encontraram de novo, depois que 
foram expulsos do jardim do Éden. O ponto alto das 
festividades é o sacrifício de algum animal (carneiro, bode, 
camelo, boi etc.). A finalidade é relembrar que Abraão foi tão 
obediente a Deus que se dispôs a sacrificar seu próprio filho, 
Ismael. Deus foi misericordioso com Abraão e lhe enviou um 
animal para que ele o sacrificasse em lugar do filho.
Relações humanas - ética e política
Não há, no Islã, distinção entre religião e política, tampouco entre 
fé e moral. O Corão é suficiente para resolver todas as questões 
que envolvem os relacionamentos humanos. Quando as 
instruções do Livro não forem suficientes, recorre-se a dois 
princípios:
• princípio da similaridade ou analogia: busca-se no Corão 
um exemplo semelhante e capaz de sugerir uma decisão;
• princípio do consenso: uma decisão de consenso pode ser 
vista como lei a ser observada.
Os xiitas adotam um terceiro princípio: o da revelação. Acreditam 
que a revelação não está concluída e que seus líderes são os 
instrumentos divinos para as novas interpretações. Essa posição 
contraria a dos sunitas, que afirmam que a revelação veio apenas 
uma vez, em sua forma final.
As mulheres no islã
Há profundos contrastes no tratamento de homens e mulheres na 
vida social e nas leis relativas ao casamento. Deve-se, no entanto, 
afirmar que o Corão, em relação às mulheres, tanto determina 
obrigações ("os homens têm autoridade sobre as mulheres") 
quanto direitos (o dote pago pelo marido por ocasião do 
casamento é propriedade da mulher e não pode ser usado sem o 
consentimento dela).
A mulher só pode ter um marido. Já o homem pode ter até quatro 
esposas, desde que as possa sustentar. A poligamia é proibida na 
Turquia e na Tunísia. Outra particularidade, com relação ao 
casamento e pouco conhecida, embora bastante difundida, é o 
casamento por contrato com tempo determinado. É utilizado, em 
especial, quando o marido fica por muito tempo fora de casa e tem 
por fim preservar a sustentabilidade da mulher.
O divórcio é possível, mas apenas quando iniciado pelo marido, 
que é o responsável pelo lado financeiro do casamento. O marido 
tem o direito de punir fisicamente a mulher se ela for 
desobediente.
A excisão do clitóris (mutilação genital feminina) não é obrigatória, 
mas, mesmo assim, é praticada com frequência no Norte da 
África. Não há, no Corão, menção a essa prática, bem como não 
se menciona a tradição de usar o chador, o véu. São questões 
muito mais ligadas à cultura que à religião. 
A morte
Após a morte, a alma do fiel muçulmano vai a um paraíso 
desfrutar dos seus deleites e contemplar o rosto de Alá. A alma do 
infiel, por seu turno, vai ao inferno. Aguardar-se-á o dia do juízo, 
quando as ações dos seres humanos serão definitivamente 
julgadas e receberão a devida paga. As almas dos mártires e dos 
profetas não passarão pelo juízo final, pois já estão no paraíso. O 
ato final será a proclamação do Islã como religião mundial, 
liderada por Jesus.
A crença emum julgamento final após a morte é necessária, 
segundo muitos muçulmanos, para que o ser humano assuma a 
responsabilidade sobre seus atos. A ideia de um julgamento cria 
um senso moral de dever que é relevante para a comunidade.
Mundo
O mundo foi criado por um ato deliberativo de Alá. Dois aspectos 
emergem em decorrência: o mundo da matéria é real e importante 
e por ser obra de Alá, que é perfeito em bondade e poder, o 
mundo material também o é.
GAARDER, J.; NOTAKER, H.;HELLERN, V. O livro das 
Religiões. Petrópolis: Vozes, 1998.
LUCCHESI, Marco (coord.). Caminhos do Islã. Rio de Janeiro: 
Editora Record, 2002.
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Zahar Editor, 2000.
SMITH, Huston. As Religiões do Mundo. São Paulo: Editora 
Cultrix, [s.d.].

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