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Unidade II FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO Profa. Deborah Hornblas O governo interino de Café Filho (1954-1955) Com o suicídio de Getúlio Vargas, quem assumiu o governo foi o seu vice, Café Filho. Nesse período, dois ministros ocuparam o ministério da Fazenda: Eugênio Gudin, um economista liberal, e José Maria Whitaker, representante da cafeicultura paulista. Em novembro de 1955, Café Filho se afastou do governo em função de graves problemas cardíacos. Quem assumiu a presidência foi Carlos Luz, presidente da Câmara. Em 1955: Instrução da SUMOC que reformularia o sistema cambial brasileiro: unificação cambial por meio de um regime de taxas flutuantes e a criação de um mecanismo diferenciado para o café, por dois anos. O governo interino de Café Filho (1954-1955) Alguns dados do período: 1954: PIB 7,8% Agricultura 7,9% Indústria 9,3% Serviços 9,8% 1955: PIB 8,8% Agricultura 7,7% Indústria 11,7% Serviços 9,2% O governo de Juscelino Kubistchek 1956-1960 O período do governo de JK foi emblemático para o Brasil, tanto pela democracia como pela promessa de modernização do País por meio do Plano de Metas, que garantia, por intermédio de seu lema “Cinquenta anos em cinco”, uma profunda modificação do Brasil. Eram os chamados “Anos Dourados”. O maior projeto do governo de JK foi a construção de uma nova capital federal, que recebeu o nome de Brasília. Em 1956, foi promulgada a Lei nº 2874, que autorizava o Executivo Federal a iniciar as obras da nova capital do Brasil. O Plano de Metas O Plano de Metas: Auge do processo de desenvolvimento e modernização do País, que buscava promover uma industrialização integrada. O BNDE identificava a existência de uma demanda reprimida por bens de consumo duráveis, mas, para constituir esse setor, seria necessário investir em bens intermediários. O Plano continha 31 metas e teve como principal objetivo o desenvolvimento do Brasil a partir do processo de industrialização e do aprofundamento do PSI. O Plano de Metas Os pontos positivos do Plano de Metas: O PIB cresceu 7%, em média, no período, e a renda per capita dobrou com relação à década anterior. O Programa de Metas foi muito bem-sucedido principalmente no desempenho da indústria. A produção industrial cresceu 80% entre 1955 e 1961, com aumento significativo da produção de aço, que cresceu 100%, energia elétrica, que aumentou 380%, e indústria mecânica, que expandiu-se 125%. O Plano de Metas Os pontos negativos do Plano de Meta: O aprofundamento da dependência externa, tanto de tecnologia, como de bens estratégicos. A agricultura não teve o desempenho esperado para o período, apesar do investimento na modernização do setor, com a instalação de indústria de tratores e fertilizantes. O Plano foi acusado também de aumentar a concentração de renda do País, principalmente em função do abandono de investimentos na agricultura. Interatividade Assinale a alternativa correta sobre o Plano de Metas adotado por Juscelino Kubistchek: a) O Plano pretendia aumentar a capacidade do Brasil na produção de bens de consumo não duráveis. b) O Plano tinha como principal meta abandonar o modelo de PSI e abrir a economia brasileira para o exterior c) O Plano tinha como principais metas modernizar o país pela produção de bens de consumo duráveis. d) O Plano tinha como principais metas estimular a educação e melhorar a saúde no país. e) O Plano tinha como principal meta modificar a política fiscal do Brasil. O governo de Juscelino Kubistchek 1956-1960 Nas décadas de 1950 e 1960 as modificações sociais ficaram restritas aos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, mas entre as décadas de 1970 e 1980 esse panorama mudará e cada vez mais as mulheres de todo o país passam a se tornar elementos fundamentais para a constituição do orçamento familiar. Os chamados anos dourados remetiam a um espírito otimista que consagrou o governo Kubitschek e significava todo um conjunto de mudanças sociais e culturais que ocorreram dentro de um debate sobre a reconstrução nacional. O governo de Juscelino Kubistchek 1956-1960 O governo modernizou e trouxe riqueza para o Brasil, mas isso não significava que os problemas sociais haviam sido extintos. Em termos políticos, o governo de Juscelino Kubitschek foi marcado por uma democracia estável. Os projetos econômicos levaram a uma lacuna cada vez maior entre as classes trabalhadoras e as classes mais favorecidas. O governo de Juscelino Kubistchek 1956-1960 Levando em conta os problemas e as vitórias do governo, a modernização acabou pesando na balança e JK terminou seu governo absolutamente consagrado pelo povo. O Plano de Metas irá deixar como herança um enorme endividamento, tanto externo como interno e uma inflação crescente. Com a modernização do parque industrial e a construção da nova Capital Federal, inicia-se um importante êxodo rural que irá sobrecarregar os centros urbanos. As favelas se multiplicaram nas periferias e morros das grandes cidades, levando a um grande problema social, o qual não havia nenhuma solução imediata. O governo de Jânio Quadros (janeiro de 1961 a agosto de 1961) No início do seu governo, Jânio Quadros impôs uma imagem de moralidade, colocando em prática medidas bastante bizarras, como: proibição dos biquínis nas praias brasileiras, também vetou a transmissão pela televisão de concursos de miss que eram grande sucesso na época, proibiu as rinhas de galo, o uso de lança-perfume nos bailes de carnaval e regulamentou o jogo de carteado. O governo de Jânio Quadros (janeiro de 1961 a agosto de 1961) Câmbio: desvalorização da taxa de câmbio e a unificação do mercado cambial e esse mercado foi transformado em câmbio livre. Inflação: O presidente culpava o governo anterior pela escalada inflacionária e havia uma clara relação da nova política cambial com uma política anti-inflacionária do governo. Para tentar conter a inflação, o governo seguiu a cartilha proposta pelo FMI de duras medidas. Todavia, apesar dos esforços do governo, a inflação permaneceu alta. Desvalorizou a moeda nacional para favorecer as exportações e limitar as importações. O governo de Jânio Quadros (janeiro de 1961 a agosto de 1961) Dívida Externa: Em maio de 1961, o governo obteve sucesso nas negociações com os credores norte-americanos e europeus, conseguindo novos empréstimos e reescalonamento da dívida externa. Não permitiu aumentos salariais e diminuiu a concessão de crédito para conter a inflação. Jânio enviou ao Congresso projetos de lei antitruste e propôs a lei de limitação de remessa de lucros pelas multinacionais, mas nenhum desses projetos foi posto em votação. O presidente não tinha apoio algum do Congresso Nacional A crise do governo Jânio Quadros A crise política do governo iniciou-se com a condecoração de Che Guevara e teve consequências bastante preocupantes: Carlos Lacerda, inimigo declarado do governo, fez uma grave acusação em 24 de agosto de 1961 – em rede nacional falou que o presidente planejava um golpe e o acusou de se aproximar dos comunistas. Jânio Quadros renunciou no dia seguinte a essas acusações, afirmando em carta enviada ao Congresso Nacional que “forças terríveis” o haviam levado a optar pela renúncia. O Congresso aceitou sua saída. Quem assume o pode será o vice, João Goulart Interatividade Sobre a política econômica do governo de Jânio Quadros, assinalea alternativa correta: a) O câmbio foi valorizado; b) Divisão do mercado cambial e esse mercado foi transformado em câmbio livre. c) Para tentar conter a inflação, o governo seguiu a cartilha proposta pelo FMI de duras medidas. d) Os esforços para conter a inflação tiveram ótimos resultados. e) Sobrevalorizou a moeda nacional para favorecer as exportações e limitar as importações. O governo de João Goulart (1961-1963) Jango irá se eleger como vice-presidente em 1961 na chapa de Jânio Quadros. Quando o presidente renunciou, Jango estava na China. A ideia era uma recusa pelo Congresso e pela população brasileira, que Jango, com fama de socialista, assumisse a presidência. No entanto, não foi isso que ocorreu. Em 1º de setembro de 1961, Jango desembarcou em Porto Alegre e foi recebido com enorme apoio popular. No dia seguinte, o Congresso aprovou a Emenda Constitucional, que instalou a parlamentarismo no Brasil, limitando os poderes presidenciais. Ao assumir o cargo, o novo presidente procurou obter mais poderes, ampliando a sua base política. O governo de João Goulart (1961-1963) 1961– Parlamentarismo 1962 – Plebiscito: venceu o presidencialismo. Havia uma grave crise financeira, levando Jango a procurar convencer os credores norte-americanos, assim como o próprio FMI, de que as intenções do governo eram sanear as contas públicas. O presidente viajou em abril de 1962 para a capital dos EUA a fim de buscar recursos financeiros e discutir os temas que vinham dificultando as relações entre os dois países. Porém, não conseguiu recursos do exterior. A CEPAL e o Plano Trienal A chamada Teoria do Desenvolvimento da CEPAL surgiu, na América Latina, a partir da percepção da observação da economia da região e como ela se relaciona com o mercado internacional. A conclusão foi que o tipo de capitalismo que se consolidou em termos mundiais criava e ampliava diferenciações em termos políticos, econômicos e sociais entre os países, que acabou configurando, aqui, um sistema capitalista de produção periférico. Essa condição acabava fazendo com que a economia dessa periferia fosse condicionada pela expansão e crescimento dos países considerados desenvolvidos. A CEPAL e o Plano Trienal As estratégias propostas pela CEPAL: A. Compressão do consumo supérfluo, principalmente de produtos importados, por meio de tarifas elevadas e de restrições às importações; B. Incentivo ao ingresso de capitais externos, principalmente para implementação de infraestrutura básica; C. Realização de reforma agrária para aumentar a oferta de alimentos e matérias-primas, bem como a demanda de produtos industriais, mediante a expansão de mercado interno; D. Maior participação do Estado na captação de recursos e na implantação de infraestrutura. O Plano Trienal Elaborado pela equipe chefiada pelo ministro Celso Furtado, o Plano Trienal procurou estabelecer regras e instrumentos rígidos para o controle do déficit público e refreamento do crescimento inflacionário. A premissa central do plano era a do combate à inflação a partir do controle do déficit público e das emissões, assumindo, para tal, uma estratégia gradualista. O plano não abandonou o projeto desenvolvimentista. A garantia do financiamento deveria vir de investimentos externos, do aumento das exportações e da implementação de novas medidas tributárias. O Plano Trienal Metas do Plano Trienal: Acabar com o desgaste dos fatores de produção; Aumentar o acesso à tecnologia; Encontrar os meios entre os credores de refinanciar a dívida externa, diminuindo, assim, a pressão no Brasil; Assegurar ao governo unidade de comando; Regular para que o montante de investimento fosse usado com racionalidade. Para alcançar as metas do plano, fazia-se necessário controlar a inflação. O Plano Trienal e as reformas de base A. Reforma administrativa: visava introduzir o máximo de racionalidade na ação do governo. B. Reforma bancária: abranger desde a instituição do Banco Central, do Banco Rural e de outros bancos oficiais especializados até o aperfeiçoamento da legislação reguladora do funcionamento das instituições privadas. C. Reforma fiscal: pretendia atualizar o obsoleto sistema tributário. D. Reforma agrária. Interatividade O Plano Trienal foi adotado durante o governo de João Goulart, em 1963. Sobre esse plano, assinale a alternativa correta: a) O Plano pretendia estimular a produção de bens de consumo duráveis. b) O Plano pretendia abandonar definitivamente o modelo de PSI. c) O Plano pretendia favorecer os agricultores por meio da concentração fundiária. d) O Plano pretendia diminuir as diferenças sociais e regionais. e) O Plano pretendia oferecer crédito para a população a juros baixos, pois a inflação estava controlada. O fracasso do Plano Trienal Em 1963, a taxa de crescimento da economia se deteve em níveis pouco acima de 1%, a expansão monetária alcançou o índice de 64,3% de crescimento e as projeções das taxas de inflação indicavam um patamar superior a 80%. A explosiva combinação de irresponsabilidade fiscal, descontrole dos mecanismos de emissão, fragilidade política e falta de apoio do capital internacional haviam contribuído para a economia brasileira evidenciar um grave cenário recessivo. No ano de 1963, o governo de Jango começou a enfrentar uma enorme crise, tanto na política como na economia. O fracasso do Plano Trienal O Plano fracassou principalmente em função da crise política e a ingovernabilidade do período. Em julho de 1963, Furtado deixou o governo e, a partir de então, o acirramento dos conflitos sindicais e políticos, com a desestabilização política interna e externa do governo democraticamente eleito, impediram a implementação de qualquer política de gestão econômica mais articulada. A política anti-inflacionária, que agradava os setores de direita, vinha pressionando a população, o que fez o presidente recuar, tornando as medidas mais leves, isso fez com que a direita também se afastasse cada vez mais do governo. O fracasso do Plano Trienal As greves eclodiam por todo o país, a direita culpava Jango por essa situação, acusando o presidente de promover o caos. O Plano Trienal ia mal, isso se dava em grande medida porque o Congresso, de maioria conservadora, barrava os pontos mais importantes. O Plano Trienal fracassara e a promessa da reforma agrária não se concretizara, o presidente Jango perdia cada vez mais terreno político. Enquanto o presidente enfrentava essas sérias dificuldades, um movimento conspiratório armado pelos militares começava a ganhar força. A iminência do golpe militar de 1964 O País se tornou ingovernável, o presidente não tinha o Congresso apoiando-o e a crise se acirrou ainda mais quando, em julho de 1963, Celso Furtado, grande aliado do presidente, deixou o governo e, a partir de então, os conflitos se tornaram incontornáveis. Os militares liderados pelo chefe do Estado-Maior, general Castelo Branco, assinaram em janeiro de 1964 a revelia do presidente, um Acordo Militar com os Estado Unidos, que previa a ajuda norte-americana para enfrentar ameaças à manutenção da paz, conforme os compromissos assinados na carta da OEA (Organização dos Estados Americanos). A cronologia do golpe militar 13 de março de 1964: O presidente procurando reconquistas convocou um comício no Rio de Janeiro em 13 de março de 1963. Esta foi a forma que o presidente encontrou de pressionar o Congresso para que esse aprovasse mudanças na Constituição, concedendo ao presidentemais poderes para poder executar o Plano Trienal. O comício reuniu cerca de 150 mil pessoas na Praça da República na cidade do Rio de Janeiro. A oposição acusou o presidente de desrespeito à ordem constitucional e o governador da Guanabara, Carlos Lacerda, chamou João Goulart de subversivo. A cronologia do golpe militar 19 de março de 1964: Em São Paulo, foi organizado um evento que ficou conhecido como Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que tinha como objetivo mobilizar a população contra o presidente do Brasil e os riscos do país se tornar comunista. 31 de março de 1964: Na madrugada de 31 de março de 1964 o golpe militar foi deflagrado. O governo e os grupos que o apoiavam não reagiram. A greve geral conclamada pela CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), em apoio ao governo, fracassou. A cronologia do golpe militar 1º de abril de 1964: Jango se exilou no Uruguai e só retornou em 1976. O presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu interinamente a presidência. 2º de abril de 1964: Nomeada uma junta militar que permaneceria no poder por duas semanas. A junta militar baixou um “Ato Institucional” – AI-1. O Ato Institucional nº 1 (AI-1) cassou os direitos políticos de João Goulart por dez anos. Interatividade Assinale a alternativa correta sobre o fracasso do Plano Trienal: a) Em 1963, a taxa de crescimento da economia foi muito alta, em torno de 15% a.a. b) As projeções das taxas de inflação indicavam um patamar em torno de 10%. c) O período foi marcado por irresponsabilidade fiscal, descontrole dos mecanismos de emissão. d) O governo contava com baixo apoio popular, porém com grande apoio das direitas e do Congresso. e) No ano de 1963, o governo de Jango começou a enfrentar um grande crescimento, tanto na política como na economia. ATÉ A PRÓXIMA! Slide Number 1 O governo interino de Café Filho (1954-1955) O governo interino de Café Filho (1954-1955) O governo de Juscelino Kubistchek 1956-1960 O Plano de Metas O Plano de Metas O Plano de Metas Interatividade Resposta O governo de Juscelino Kubistchek 1956-1960 O governo de Juscelino Kubistchek 1956-1960 O governo de Juscelino Kubistchek 1956-1960 O governo de Jânio Quadros �(janeiro de 1961 a agosto de 1961) O governo de Jânio Quadros �(janeiro de 1961 a agosto de 1961) O governo de Jânio Quadros �(janeiro de 1961 a agosto de 1961) A crise do governo Jânio Quadros Interatividade Resposta O governo de João Goulart (1961-1963) O governo de João Goulart (1961-1963) A CEPAL e o Plano Trienal A CEPAL e o Plano Trienal O Plano Trienal O Plano Trienal O Plano Trienal e as reformas de base Interatividade Resposta O fracasso do Plano Trienal O fracasso do Plano Trienal O fracasso do Plano Trienal A iminência do golpe militar de 1964 A cronologia do golpe militar A cronologia do golpe militar A cronologia do golpe militar Interatividade Resposta Slide Number 37
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