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AULA 07_SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA

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AULA 07 – SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA
Introdução
A Segurança e saúde no trabalho (SST) é uma disciplina que trata da prevenção de acidentes e de doenças profissionais bem como da proteção e promoção da saúde dos trabalhadores.
Tem como objetivo melhorar as condições e o ambiente de trabalho. A saúde no trabalho abrange a promoção e a manutenção do mais alto grau de saúde física e mental e de bem-estar social dos trabalhadores em todas as profissões. Neste contexto, a antecipação, a identificação, a avaliação e o controle de riscos com origem no local de trabalho, ou daí decorrentes, que possam deteriorar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, são os princípios fundamentais do processo de avaliação e de gestão de riscos profissionais. O possível impacto nas comunidades envolventes e no meio ambiente deve ser igualmente tomado em consideração.
O processo fundamental de aprendizagem sobre a redução dos riscos está na origem dos princípios mais sofisticados que regem a atual SST. Presentemente, a necessidade de controlar uma industrialização galopante e as suas solicitações em matéria de fontes energéticas altamente e inerentemente perigosas, tal como o uso de energia nuclear, de sistemas de transporte e de tecnologias cada vez mais complexas, conduziu ao desenvolvimento de métodos de avaliação e de gestão de riscos muito mais sofisticados.
Relativamente a todas as áreas da atividade humana, deve fazer-se um balanço entre as vantagens e os custos associados aos riscos. No caso da SST, esse balanço complexo recebe a influência de muitos fatores, tais como o rápido progresso científico e tecnológico, um mundo do trabalho muito diversificado e em alteração constante, incluindo os aspectos econômicos.
O fato de que a aplicação dos princípios de SST implica a mobilização de todas as disciplinas sociais e científicas, é uma medida clara da complexidade do seu campo de aplicação.
Avaliação e gestão de riscos
Os conceitos de perigo e de risco, bem como a relação entre ambos, podem facilmente levar a confusões. Um perigo é a propriedade intrínseca ou potencial de um produto, de um processo ou de uma situação nociva, que provoca efeitos adversos na saúde ou causa danos materiais. Pode ter origem em produtos químicos (propriedades intrínsecas), numa situação de trabalho com utilização de escada, em eletricidade, num cilindro de gás comprimido (energia potencial), numa fonte de incêndio ou, mais simplesmente, num chão escorregadio.
Risco é a possibilidade ou a probabilidade de que uma pessoa fique ferida ou sofra efeitos adversos na sua saúde quando exposta a um perigo, ou que os bens se danifiquem ou se percam. A relação entre perigo e risco é a exposição, seja imediata ou a longo prazo, e é ilustrada por uma equação simples: PERIGO x EXPOSIÇÃO = RISCO. 
De acordo com o já referido, o objetivo essencial da SST é a gestão de riscos profissionais.
Para o concretizar, a detecção de perigos e a avaliação de riscos têm de ser consideradas de modo a identificar o que poderia afetar os trabalhadores e a propriedade, para que se possam desenvolver e implementar medidas de prevenção e de proteção adequadas. O método de avaliação de riscos que a seguir se indica, com 5 etapas, foi desenvolvido pelo Órgão Executivo de Segurança e Saúde do Reino Unido como uma simples abordagem para avaliar riscos, particularmente em empresas de pequena dimensão, tendo sido aprovado a nível mundial:
Etapa 1 – Identificar os perigos 
Etapa 2 – Determinar quem pode ser afetado e como 
Etapa 3 – Avaliar os riscos e decidir sobre as precauções a tomar 
Etapa 4 – Registrar os resultados e implementa-los 
Etapa 5 – Rever a avaliação e atualiza-la se necessário 
Um processo de avaliação de riscos pode ser facilmente adaptado à dimensão e à atividade da empresa, bem como aos recursos e às competências disponíveis. Um estabelecimento de risco elevado, tal como uma empresa petroquímica, requererá avaliações de determinação de risco altamente complexas e mobilizará um elevado nível de recursos e de competências. Muitos países desenvolvem as suas próprias linhas orientadoras de avaliação de riscos, utilizadas muitas vezes para fins reguladores ou para desenvolver normas aprovadas internacionalmente.
A inserção de doenças profissionais nas listas nacionais tem, também, como base métodos de avaliação de riscos, com o objetivo de identificar e caracterizar doenças profissionais para fins compensatórios. Esta listagem abrange desde as doenças respiratórias e dermatológicas, perturbações músculo esqueléticas e cancro profissional, até às perturbações mentais e comportamentais. 
Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho 
Segundo a OHSAS 18001 – Occupational Health and Safety Assessment Series (1999), segurança e saúde no trabalho são as condições e os fatores que afetam o bem-estar de funcionários, trabalhadores temporários, pessoal contratado, visitantes e qualquer outra pessoa no local de trabalho. A submissão dos trabalhadores a condições impróprias de trabalho, além de ser um grande fator de risco a acidentes, pode reduzir a capacidade produtiva de uma organização, por isso sua adequada gestão tem se mostrado um importante fator para o aumento da produtividade e competitividade das empresas.
Um Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho pode ser definido como parte do sistema de gestão global que facilita o gerenciamento dos riscos de segurança e saúde no trabalho associados aos negócios da organização. Isto inclui a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter uma política de segurança e saúde no trabalho (OHSAS 18001, 1999).
A implantação de sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho tem sido a principal estratégia para atacar o sério problema social e econômico dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, e ainda pode ser usado pelas empresas como um fator para o aumento de sua competitividade. Quando um funcionário é admitido em uma empresa, a percepção que ele tiver do ambiente físico e social encontrado o influenciará em como se comportar no cotidiano. Por isso, são de suma importância aspectos como ordem, limpeza e asseio pessoal, bem como a própria organização e utilização dos espaços por meio de um layout adequado.
A norma OHSAS 18001 tem como objetivo fornecer às organizações os elementos para construção de um Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho eficaz, aplicável a todos os tipos e portes de empresas e passível de integração com outros sistemas de gestão (qualidade, meio ambiente e responsabilidade social), de forma a auxiliá-las a alcançar seus objetivos de segurança e saúde ocupacional. A OHSAS 18001 é aplicável a qualquer tipo de organização que tenha como objetivo:
Estabelecer um sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho para minimizar os riscos aos empregados e outras partes interessadas;
Implementar, manter e melhorar continuamente o seu sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho;
Assegurar-se de sua conformidade com a política de segurança e saúde no trabalho;
Demonstrar sua conformidade a terceiros;
Buscar a certificação de seu sistema de gestão por uma organização externa; e
Realizar uma auto-avaliação de conformidade com a norma OHSAS.
O princípio básico de um sistema de segurança no trabalho baseado em aspectos normativos envolve a necessidade de se determinar parâmetros de avaliação que incorporem não só os aspectos operacionais, mas também a política, o gerenciamento e o comprometimento da alta direção com o processo, como também a mudança e a melhoria contínua das condições de segurança e saúde no trabalho.
Política de segurança e saúde no trabalho
O empregador, mediante consulta junto aos trabalhadores e seus representantes, deve estabelecer e apresentar, por escrito, uma política de SST que deve ser:
(a)específica para a organização e apropriada ao seu porte e à natureza de suas atividades;
(b) concisa, claramente escrita, datada e efetivada através de assinatura ou endosso do empregador ou da pessoa de cargo mais elevado ou de maior responsabilidade na organização;
(c) comunicada e facilmente acessível a todas as pessoas no local de trabalho;
(d) revisada para que continue adequada; e
(e) colocada à disposição das partes externas interessadas, conforme o caso.
A política de SST deve incluir, no mínimo, os seguintes princípios e objetivos fundamentais com os quais a organização deve estar comprometida com:
(a) a proteção da segurança e saúde de todos os membros da organização através da prevenção de lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao trabalho;
(b) o cumprimento dos requisitos da legislação nacional em vigor, dos programas voluntários, dos acordos coletivos em SST e de outros requisitos que a organização subscreve;
(c) a garantia de que os trabalhadores e seus representantes sejam consultados e encorajados a participar ativamente em todos os elementos do sistema de gestão da SST; e
(d) a melhoria contínua do desempenho do sistema de gestão da SST...
O sistema de gestão da SST deve ser compatível com os outros sistemas de gestão na organização ou estar neles integrado.
Participação dos trabalhadores
A participação dos trabalhadores constitui um elemento essencial do sistema de gestão da SST na organização.
O empregador deve assegurar que os trabalhadores e seus representantes de segurança e saúde sejam consultados, informados e capacitados em todos os aspectos de SST associados ao seu trabalho, incluindo as medidas relativas a situações de emergência.
O empregador deve adotar medidas para que os trabalhadores e seus representantes, em matéria de SST, disponham de tempo e recursos para participarem ativamente dos processos de organização, planejamento e implementação, avaliação e ação para melhorias do sistema de gestão da SST.
O empregador deve assegurar, de uma maneira adequada, o estabelecimento e o funcionamento eficiente de um comitê de segurança e saúde e o reconhecimento dos representantes dos trabalhadores em matéria de SST, em conformidade com a legislação e a prática nacionais.
Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições: 
Ação preventiva – ação para eliminar a causa de uma potencial não-conformidade ou outra situação potencialmente indesejável;
Acidente - é um evento ou seqüência de eventos de ocorrências anormal ou qualquer interferência no processo normal de trabalho, que resulta em consequências indesejadas ou algum tipo de perda, dano ou prejuízo pessoal, ambiental ou patrimonial;
Controle de risco – verificação atenta e minuciosa da regularidade de um estado do processo operacional; fiscalização exercida sobre as atividades de pessoas, órgãos, departamentos ou sobre produto para que não se desviem das normas preestabelecidas; 
Incidente – qualquer ocorrência não programada que por circunstância poderia resultar em lesões, danos materiais ou econômicos a organização ou anormalidade no processo operacional;
Não conformidade – qualquer desvio dos padrões de trabalho, das leis vigentes e do não cumprimento das regulamentações, desempenho do sistema de gestão;
Risco – Combinação da probabilidade de ocorrência e da(s) consequência(s) de um determinado evento perigoso.
Imagine uma curva perigosa ela oferece o risco de atropelamento;
outro exemplo: Uma estrada onde a mesma está encoberta por uma forte neblina então está estrada ela é perigosa e oferece o risco de colisão, atropelamento, abalroamento.
Perigo - Fonte, situação ou ato com potencial para o dano em termos de lesões, ferimentos ou danos para a saúde ou uma combinação destes.
Exemplo de perigos - Torno mecânico, forno de pintura em operação, atividade de carga e descarga de materiais, processo de soldagem, etc
Obs.: Perigo é a fonte geradora e o Risco é exposição a está fonte.
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