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Aula 2 - O Sistema Tributário Nacional

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UNIDADE DIDÁTICA II
O SISTEMA 
TRIBUTÁRIO CONSTITUCIONAL
1
S U M Á R I O
1. Aspectos Históricos do Fenômeno da Tributação
2. O Sistema Jurídico-Tributário Brasileiro
3. O Direito Tributário como ramo do Direito Público
4. Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária
5. Conceito de Tributo
6. Espécies Tributárias
7. Classificações Doutrinárias
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
a. O Estado como disciplinador das relações sociais.
b. A CF é a Lei Maior que regula a vida em sociedade.
c. Soberania do Estado x Liberdades Individuais.
d. Ordenamento jurídico como limitador da ação estatal.
e. Estados Unitários X Estados Federados.
f. Federalismo Fiscal  repartição da competência tributária
entre os diversos entes da Federação.
1. Aspectos Históricos do Fenômeno da Tributação
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
g. A atividade financeira desenvolvida pelo Estado por intermédio
de sua atuação no campo econômico.
1) Exploração de seu patrimônio
2) Intervenção no setor privado da economia em defesa da
coletividade.
3) Instituição de tributos.
h. A crescente busca de recursos financeiros para fazer frente as
despesas públicas.
1. Aspectos Históricos do Fenômeno da Tributação
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
i. A tributação como principal instrumento de captação de
recursos públicos e como garantia de uma economia livre.
j. Espanha  Em 1188, as cortes de Leão estabeleceram o
princípio de que os impostos deveriam ser votados pelos delegados
representantes do povo.
k. Portugal  Em 1413, as cortes de Lamengo foram convocadas
para se obter os impostos necessários.
1. Aspectos Históricos do Fenômeno da Tributação
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
l. Na França, desde o início do Sec. XVI, representantes da
nobreza, do clero e do povo reuniam-se em Etats Généraux e nos
“Estados Provinciais” para discutir a obtenção de tributos.
m. Na Inglaterra “João sem Terra” em sua luta contra os
barões da nobreza culminou com o advento da Carta Magna de 1215,
na qual ficou consignado que nenhum tributo poderia ser cobrado sem
o consentimento do conselho do reino.
n. Revolução Francesa, Independência das 13 Colônias
Americanas e Inconfidência Mineira.
1. Aspectos Históricos do Fenômeno da Tributação
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
Os sistemas tributários podem ser rígidos ou flexíveis,
dependendo da distribuição dos tributos ser exaustiva ou não.
O sistema tributário brasileiro é RÍGIDO, porque a CF relaciona
todos os impostos e contribuições que os entes políticos podem
instituir, segundo a competência estabelecida.
Ele também é UNO, por estar inserido dentro de um único sistema
jurídico e COMPLEXO, pela infinidade de princípios, regras e normas
que necessitam ser interpretadas e aplicadas nos casos concretos.
2. O Sistema Jurídico-Tributário Brasileiro
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Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
2. O Sistema Jurídico-Tributário Brasileiro
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Constituição Federal
(Princípios Jurídicos)
Código Tributário
(Normas Gerais)
Lei Ordinária
(Normas Ordinárias)
Decretos
(Atos Legais Executórios)
Portarias
Instruções 
Normativas
Ordens de Serviço
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
3. O DIREITO TRIBUTÁRIO COMO RAMO DO DIREITO PÚBLICO
Direito Tributário é um ramo do Direito Público.
Na relação de Direito Público o Estado figura representando o
Poder Público, ou seja, atua com supremacia, gerando um
desequilíbrio jurídico, por sua posição juridicamente superior em
relação à outra parte.
Nesse caso o Estado representa ou defende interesses da
sociedade (interesse público) que deve prevalecer sobre os
interesses particulares, caracterizando, assim, o PRINCÍPIO DA
SUPRAMACIA DO INTERESSE PÚBLICO.
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
3. O DIREITO TRIBUTÁRIO COMO RAMO DO DIREITO PÚBLICO
Na relação do Direito Privado (direito civil e comercial), as relações não
têm a mesma característica, pois os sujeitos não se encontram em
situação de desigualdade jurídica.
Os princípios mais importantes do Direito Privado são o da AUTONOMIA
DA VONTADE e o da LIBERDADE NEGOCIAL.
Direito Tributário é o ramo do direito público que regula as relações
jurídicas concernentes à instituição e exigência de tributos e outras
obrigações relacionadas, com o fim de assegurar ao Estado a obtenção
compulsória de recursos necessários à consecução dos fins que o
ordenamento jurídico lhe impõe.
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
4. ESTRUTURA E ELEMENTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA
As relações jurídicas são classificadas em relações de direito real e relações de
direito pessoal. As relações de direito real vinculam-se ao direito de
propriedade e têm no polo passivo um número indeterminado de indivíduos
(oponível erga omnes).
As relações de direito pessoal dividem-se em direitos personalíssimos, sem
cunho patrimonial objetivo, como direito à honra, à imagem, à liberdade, e
direitos obrigacionais, que têm caráter patrimonial definido.
O sujeito ativo e o sujeito passivo estão vinculados entre si em razão de um objeto
da relação jurídica, traduzido por uma prestação de dar, fazer e não fazer.
Todas as relações de Direito Tributário são relações situadas no âmbito do direito
pessoal.
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
4. ESTRUTURA E ELEMENTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA
No Direito Tributário as prestações de dar relacionam-se à entrega de
quantia certa em dinheiro  obrigação principal.
As prestações de fazer e não fazer abrangem qualquer coisa que não
envolva entrega de dinheiro, tais como a entrega de declarações, a
emissão de notas fiscais, a escrituração de livros contábeis, a abstenção de
embaraçar o trabalho da fiscalização  obrigações acessórias.
No Direito Tributário é possível ter obrigações acessórias sem que
haja obrigação principal.
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
5. CONCEITO DE TRIBUTO
O CTN, em seu art. 3º, conceitua tributo nos seguintes termos:
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória,em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituí-da em
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
a. Tributo é Prestação Pecuniária Compulsória
As obrigações tributárias de dar (dar dinheiro) são as chamadas
obrigações principais do Direito Tributário.
As penalidades pecuniárias (multas tributárias) também são
obrigações principais e não são tributos.
Por força o princípio da supremacia do interesse público, é possível
a imposição unilateral de obrigações, mediante lei.
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
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5. CONCEITO DE TRIBUTO
b. Tributo é uma prestação em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir
Alguns autores entendem que a expressão “ou cujo valor nela se possa
exprimir” seria uma autorização geral para quitação de tributos mediante
entrega de bens (dação em pagamento).
Em 2001, a LC 104 (art. 156, XI) instituiu a possibilidade teórica de se
quitar um tributo mediante a “dação em pagamento de bens imóveis”
Outros autores entendem que tal expressão significa apenas autorização para
utilização de indexadores para expressar valor de tributos, como
anteriormente se fazia em época de inflação alta, assegurando a manutenção
do valor real do tributo a pagar.
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
5. CONCEITO DE TRIBUTO
b. Tributo é uma prestação em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir
Por fim, outra interpretação relativa a esta expressão implica em autorização
para pagamento de tributo com títulos da dívida pública, desde que haja
autorização legal específica.
De fato, há somente um único tributo federal em que se pode aplicar tal
interpretação.
É o caso do pagamento de 50% do imposto territorial rural (ITR) com
títulos da dívida agrária (TDA).
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Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
5. CONCEITO DE TRIBUTO
c. Tributo não é sanção de ato ilícito
Esse é o elemento fundamental que permite distinguir um tributo de
uma multa tributária, que também é uma obrigação tributária principal.
Todos os elementos das definições de tributo e multa tributária coincidem.
Multa tributária é uma prestação pecuniária compulsória, instituída em lei,
que constitui sanção de ato ilícito, cobrada mediante atividade vinculada.
A hipótese de incidência de um tributo nunca é um ato ilícito. Isto
não significa que os atos ilícitos não possam gerar obrigações de pagar
tributo – “tributo non olet”.
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
5. CONCEITO DE TRIBUTO
d. Tributo é prestação instituída em lei
Decorre do fato do tributo ser compulsório, ou seja, somente lei poderá
obrigar alguém a alguma coisa.
Como o tributo é uma obrigação, somente a lei poderá criar um tributo
(também será possível a criação de um tributo por meio de medida
provisória).
Nunca será admissível a criação de um tributo por ato infralegal
(atos administrativos). Esta regra não admite qualquer tipo de
exceção.
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
5. CONCEITO DE TRIBUTO
e. Tributo é cobrado mediante atividade administrativa
plenamente vinculada
A lei não permite qualquer margem de liberdade (discricionariedade) ao
agente da administração tributária, no que diz respeito à cobrança de
tributos.
Não cabe ao agente da administração agir discricionariamente, decidindo se é
oportuno e conveniente cobrar ou dispensar a exigência do tributo, por
qualquer motivo que não esteja expressamente previsto na lei.
O tributo é coisa pública, pertence ao povo, não ao agente público. Em
decorrência ao princípio da indisponibilidade do interesse público,
nada resta ao agente público a não ser exigir o tributo devido.
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
6. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
O art. 5º do CTN afirma: “os tributos são impostos, taxas e
contribuições de melhoria”.
Esse texto refletia o predomínio da escola tricotômica que
asseverava que não importava o nome adotado pela lei, tampouco o destino
dado à receita arrecadada, o que permitia decidir qual a espécie
tributária examinada era exclusivamente o seu fato gerador, de acordo
com o disposto no art. 4º do CTN.
Qualquer que seja o nome adotado pela lei, deve-se verificar a
hipótese de incidência.
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
6. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Se a hipótese de incidência não for uma atividade do Estado, diz-
se que o tributo é um imposto.
Se a hipótese de incidência for uma atividade estatal específica,
diz-se que é uma taxa ou uma contribuição de melhoria. Nesse último
caso, é necessário verificar qual a atividade estatal.
Se for exercício do poder de polícia ou prestação de serviço
público específico e divisível caracteriza-se a TAXA.
Se for realização de obra pública que acarrete valorização do
imóvel é o caso de CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA.
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Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
6. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Com a promulgação da CF/88 e o posicionamento do STF que
firmou orientação no sentido de que seriam cinco as espécies
tributárias e não somente as três estabelecidas pelo CTN, passou a
vigorar a classificação quinquipartida, que define os tributos em:
- Impostos;
- Taxas;
- Contribuições de Melhoria;
- Empréstimos Compulsórios; e
- Contribuições.
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Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
6. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
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IMPOSTOS DA UNIÃO
(Art. 153 da CF)
II
Imposto sobre Importação
IE
Imposto sobre Exportação
IPI
Imposto sobre Produtos 
Industrializados
IOF
Imposto sobre Operações 
Financeiras
IR
Imposto de Renda
IGF
Imposto sobre 
Grandes Fortunas
Impostos
Residuais
IEG
Imposto Extraordinários de 
Guerra
ITR
Imposto Territorial 
Rural
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Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
6. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
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IMPOSTOS ESTADUAIS
(Art. 155 da CF)
I C M S
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
I P V A
Imposto sobre a Propriedade de 
Veículos Automotores
I T C M D
Imposto sobre Transmissão por Causa 
Mortis e Doação de quaisquer natureza
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Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
6. ESPÉCIESTRIBUTÁRIAS 
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IMPOSTOS 
MUNICIPAIS
I S S
Imposto Sobre Serviços
I P T U
Imposto sobre a Propriedade 
Predial e Territorial Urbana
I T B I
Imposto sobre Transmissão inter vivos, 
por ato oneroso de bens Imóveis e de 
direitos reais sobre imóveis
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
6. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
25
T A X A S
Art. 145, II, da CF
TAXAS DE SERVIÇOTAXAS DE POLÍCIA
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
Art. 145, III da CF
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Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
6. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
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EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
(Art. 148 da CF)
Por Investimento Público Urgente e 
de Relevância Nacional
(Art. 148, II da CF)
Por Calamidade ou Guerra Externa
(Art. 148, I da CF)
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Direito Tributário como ramo do Direito Público – Conceito de Tributo
Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
6. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
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CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
OU PARAFISCAIS
DE INTERESSE DAS CATEGORIAS 
PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS
(Art. 8º, IV e Art. 149 da CF)
SOCIAIS
Seguridade Social – Art. 195 e 239 da CF
Sociais Gerais – Art. 212, § 5º e Art. 240 da CF
DE INTERVENÇÃO NO 
DOMÍNIO ECONÔMICO
CIDE Combustíveis – Art. 177, § 4º da CF
Outras CIDE – Art. 149 da CF
PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO 
DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA
Art. 149 – A da CF
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Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
7. CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS
A doutrina elaborou algumas classificações para os tributos que auxiliam
na compreensão de sua natureza jurídica.
A 1ª classificação diz respeito a natureza do fato gerador, dividindo
as espécies tributárias em tributos vinculados e não-vinculados.
Nos tributos vinculados o fato gerador é uma atividade contra-
prestacional do Estado relativa ao contribuinte. O contribuinte pagará o
tributo em razão da existência de uma atividade estatal específica a
ele direcionada. São exemplos as taxas e contribuições de melhoria.
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Estrutura e elementos da relação Jurídica Tributária – Espécies Tributárias
7. CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS
Tributos não-vinculados são aqueles cujo fato gerador não é
nenhuma atividade específica do Estado direcionada ao contribuinte. É
o caso dos impostos, como o IPVA, IPTU e IR.
A hipótese de incidência dos tributos não-vinculados descreve algum
fato econômico relevante pertinente ao sujeito passivo: a propriedade
de um bem, a transmissão de um imóvel, a obtenção de renda.
A cobrança do imposto baseia-se na manifestação de capacidade
econômica do contribuinte e não na realização ou disponibilização de uma
atividade estatal específica a ele direcionada.
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7. CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS
Uma segunda classificação doutrinária dos tributos considera o destino
dado à receita da arrecadação tributária.
Tributos de arrecadação vinculada são aqueles cuja receita de
arrecadação está previamente destinada, ou seja, afetada a determinado
órgão, fundo ou pensão.
Os empréstimos compulsórios, por força de determinação constitucional,
tem a aplicação do produto de sua arrecadação vinculada à despesa que
fundamentou sua instituição (CF, art. 148, § único).
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7. CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS
Tributos de arrecadação não vinculada são aqueles em que não
existe previsão constitucional de vinculação do produto de sua
arrecadação a um fundo, órgão ou despesa específica.
No Brasil, a maioria das espécies tributárias possui natureza de
arrecadação não vinculada, com é o caso dos impostos, das taxas e
das contribuições de melhoria.
No caso dos impostos, existe proibição constitucional expressa de
que a lei estabeleça destinações específicas ao produto de sua
arrecadação (CF, art. 167, IV).
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7. CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS
Para as demais espécies tributárias, que não sejam os impostos, não é
vedado que a lei estabeleça destinação específica ao produto de sua
arrecadação a algum fundo, órgão ou a uma despesa pública específica.
Para que a lei estabeleça destinação específica ao produto da
arrecadação de um tributo vinculado, essa destinação deverá guardar
relação com a atividade estatal que constitua o fato gerador.
Por fim, o STF entende que é totalmente ilegítima a vinculação
legal do produto de arrecadação de taxas a entidades privadas, ou
com personalidade jurídica de direito privado.
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7. CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS
A terceira classificação doutrinária divide os tributos de acordo com
a finalidade preponderante, em fiscais e extrafiscais.
Os tributos de natureza fiscal são aqueles que têm por finalidade
preponderante arrecadar dinheiro, assegurando o ingresso de recursos aos
cofres públicos, como o IR, IPTU e IPVA.
Os tributos de natureza extrafiscal são os que têm finalidade
principal diversa da simples obtenção de recursos. São exemplos o
imposto de importação e o imposto de exportação.
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7. CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS
A quarta classificação doutrinária distingue tributos diretos de
tributos indiretos, conforme o sujeito que suporta o ônus financeiro
imposto pela lei tributária.
Nos tributos diretos, o contribuinte eleito pela lei tributária é aquele
que efetivamente suporta o ônus financeiro do tributo, não há repasse
para outrem do ônus financeiro imposto pela lei tributária. São exemplos o
IPVA, o ITR, o IPU e o IR.
Nos tributos indiretos, o contribuinte eleito pela lei tributária
(contribuinte de direito) é o que tem a obrigação de efetuar o pagamento do
tributo, porém não é ele quem, efetivamente, suporta o ônus
financeiro. É o que ocorre com o IPI e o ICMS.
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7. CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS
A quinta classificação doutrinária é a que divide os tributos em
reais e pessoais.
Os tributos reais são aqueles em que a lei tributária valoriza,
objetivamente, a operação ou o bem envolvidos na relação jurídica
tributária, desconsiderando as características pessoais do contribuinte.
É o que ocorre com o IPVA, em que a lei tributária considera
relevante para a imposição do tributo as características do bem (veículo
automotor, ano, modelo),e não as condições pessoais do proprietário
(se tem ou não renda disponível, qual o seu patrimônio total, etc).
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7. CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS
Os tributos pessoais são aqueles em que a lei tributária valoriza
as características pessoais (individuais) do contribuinte, para o fim de
determinar o alcance da imposição tributária.
É o caso do imposto sobre grandes fortunas e do imposto de renda
(IR) em que as características pessoais do contribuinte são levadas em
conta para a determinação do imposto devido (como o número de
dependentes do mesmo, como as despesas médicas realizadas, as despesas
efetuadas com instrução própria ou de seus dependentes, etc).
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7. CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS
Finalmente a sexta classificação dos tributos, que não é
especificamente doutrinária é a determinada pelo CTN, sendo aplicável
aos impostos, tendo em vista a sua base econômica de incidência:
- Impostos sobre o Comércio Exterior: II e IE;
- Impostos sobre o Patrimônio e a Renda: IR, ITR, IGF, IPVA,
IPTU e ITCMD;
- Impostos sobre a Produção e Circulação: IPI, ICMS, IOF e ISS;
- Impostos Especiais: IEG
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