Diagnostico da Extensao Rural na Cidade de Chibuto- Mocambique

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1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa diagnosticar sobre a extensão rural no distrito de Chibuto. Instituto Nacional de Estatísticas (2012), citado por Matusse, (2013), a taxa de analfabetismo entre homens e mulheres varia de 23, 5% e 48% respectivamente.
Explanando de forma breve e concisa de como e feita a extensão rural no distrito supracitado, conciliando com a teria apresentada nos diversos manuais disponíveis.
Apresenta de maneira breve de como os serviços de extensão rural trabalham, com quem trabalham ou seja seus parceiros, para disseminação da informação referente a novas técnicas, praticas ou tecnologias agrícolas para o melhoramento da produtividade e mudanças no seio da população rural. E as limitações por se enfrentadas durante o processo de transferência de informação e conhecimento. 
Salientar ainda que se fará referência aos métodos usados, e limitações por eles enfrentadas no decorrer das suas actividades.
Este trabalho teve como base de sustentação para a sua efectivação, a apresentação de um questionário direccionado ao departamento de extensão nos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE).
1.1. OBJECTIVOS 
1.1.1. Objectivo geral: 
Diagnóstico da Extensão Rural no distrito de Chibuto.
1.1.2. Objectivos específicos:
Descrever os problemas e limitações da Extensão Rural em Chibuto
Descrever a avaliação e monitoria da Extensão Rural em Chibuto
Falar da formação dos extensionistas do distrito de Chibuto.
Identificar os Métodos e meios de extensão usados no distrito de Chibuto.
Identificar os projectos dos Serviços de Extensão do distrito de Chibuto
2. METODOLOGIA
para a realização do trabalho recorreu-se a manuais bem como artigos da internet, documentos em formato PDF. De salientar que a pesquisa foi muito mais do campo onde fez-se entrevista pessoal não - estruturada (quando o roteiro de questões pode variar de acordo com a entrevista (Rossi, 1993)) como instrumento de obtenção de dados aos intervenientes da Extensão Agrária no distrito de Chibuto. Para a efectivação do trabalho, recorreu ao pacote Micro Soft Word, com fonte 12, Times New Roman e espaçamento de 1,5.
O trabalho é de mera importância, pois irá dar a conhecer aos leitores que queiram se inteirar sobre a situação actual da Extensão agrária no distrito de Chibuto. 
3. Localização Geográfica
O distrito de Chibuto localiza-se s sul da província de Gaza, com uma superfície de 5.602km2 e é limitado pelo distrito de Chigubo no norte, a sul pelo distrito de Xai-Xai a leste pela província de Inhambane (Panda e Mandlacaze ) e a oeste pelos distritos de Chokwé e Guija.
 O distrito está dividido em 6 (seis) postos administrativos, nomeadamente Malehice, Godide, Alto-Changane, Changanine, Chaimite, Chibuto sede, que até 2008 tinha uma população estimada de 197.214 habitantes. (Governo Distrital De Chibuto, 2008 citado por Matusse, 2013).
A agricultura constitui a principal actividade de subsistência para mais de 90% da população. Cada família cultiva, em média 1.5 ha em que as principais culturas alimentares são o milho, feijões, mandioca, batata-doce e hortícolas.
O clima é caracterizado, de uma forma geral, por precipitações baixas e irregulares, aumentando à medida que nos deslocamos para a costa, numa amplitude média de 400 a 600 mm anuais, e que abrange a zona costeira com influência das correntes marítimas.
3.1. Antecedentes da Extensão 
Segundo o PDEA (2007-2016), a Extensão Agrária passou por várias etapas em Moçambique. Antes da independência, esta concentrava-se completamente nos campos comerciais para a produção de culturas de rendimento para a exportação, financiamento feito pelos correspondentes sectores dessas culturas. Depois da independência em 1975, foi dada prioridade às empresas estatais e às cooperativas. O sistema de Extensão Agrária do sector público foi criado em 1987 com três principais fases: fase de estabelecimento (1987-1992); fase de expansão (1993-1997) e por fim a fase do Plano Director (1999-2004). 
Os Serviços de Extensão constituíam um dos oito componentes do PROAGRI I e o primeiro PDE de (1999-2004) foi formulado em conformidade com os princípios básicos da Extensão no PROAGRI I, neste caso a maior ligação da investigação e extensão, prestação de contas aos produtores relativamente aos serviços prestados, sistemas múltiplos de prestação de serviços de extensão, inclusão social e a qualidade do pessoal a diferentes níveis. Depois 
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Swanson (1991) define a Extensão Rural como um processo contínuo de transmissão de informações úteis a população (dimensão comunicativa), e sucessivamente de assistência a esta mesma população na aquisição dos conhecimentos, capacidades e atitudes necessárias para utilizar eficazmente esta informação ou tecnologia (dimensão educativa).
Extensão é um sistema de educação não formal que se aplica a qualquer instituição que dissemina informações e conselhos com o objectivo de promover o conhecimento, atitudes, habilidades e aspirações, sendo que este termo é muito aplicado na agricultura e Desenvolvimento Rural.
Extensão rural é um Serviço de educação não formal de caráter continuado, no meio rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e artesanais.
O principal objectivo da extensão centra-se em torno de aumento da produção agrícola nacional, incluindo as culturas alimentares e de exportação, e a produção animal. A actividade de extensão é praticada por extensionistas em que estes têm papel de comunicador e educador devendo ele ser capaz de detectar problemas dos agricultores e as limitações à produção. Trabalhando em estreita ligação com especialista e investigadores, difundindo informação sobre novas técnicas e ensinar aos produtores a usa-las adequadamente.
4.1. Formação dos Extensionista 
Técnicos recebem a formação em áreas técnicas e depois transmitem os conhecimentos aos extensionistas que por seu turno trabalham com até 15 grupos de contacto de agricultores com 15-20 membros. 
Segundo a SDAE repartição da agricultura e pesca da cidade de Chibuto, o distrito de Chibuto conta com 16 extensionistas, onde um desses extenionistas é do sexo feminino.
Segundo o Plano Director da Extensão um extensionista deve ter Nível médio agro-pecuário e os supervisores com universitários a graduação universitária, mas acontece que no distrito de Chibuto, três destes não têm nível médio agro-pecuário, apenas são empregados de tanques, tratamento de animais.
Estes extensionistas não trabalham sozinhos nessas áreas contando com um número de ONGs a operar na área da extensão agrária que vem aumentando gradualmente. Que a nível do país passaram de 42 em 1999 para 89 em 2006, empregando 775 técnicos da extensão (DNEA, 2006).
Os serviços de extensão abrangem todo o distrito de Chibuto que está dividido em 18 localidades e 6 (seis) postos administrativos onde um destes postos ainda não tem um extensionista, e todos os produtores, mas os seus grupo-alvos são os pequenos e médios agricultores.
4.2. Número de Beneficiários
O primeiro Plano Director da Extensão tinha como pressuposto que cada extensionista poderia assistir anualmente 200-250 agregados familiares directamente e cerca de 750-800 agregados indirectamente ou seja aproximadamente 1000 agregados por cada extensionista por ano. (DNEA, 2006).
Portanto no distrito de Chibuto um extensionista atende cerca de 500 produtores devido a exigência do mesmo e o nível da população existente no distrito, chegando a atender 1700 produtores por ano. A extensão é multifuncional ou sectorial pois atende todos tipos de problema, trabalhando também com escolas locais.
4.3. Informação
A extensão é um processo contínuo de transmissão de informações úteis a população, e sucessivamente de assistência a esta mesma população na aquisição dos conhecimentos, capacidades e atitudes necessáriaspara utilizar eficazmente esta informação ou tecnologia. Os extensionistas no distrito de Chibuto trazem aos produtores informações ligadas a novas tecnologias, como novas espécies de animais, novas formas de produção, assim como dotarem-lhes de novas formas de associativismo como forma de os mesmos poderem ter fácil acesso ao mercado, aos insumos que por si só não podem conseguir tê-los, apesar de enfrentarem vários problemas com este aspecto de associativismo dos produtores visto que estes pesam muito individualizado e existem muitas desavenças entre os membros da associação. O trabalho de extensão distrital inclui também o apoio às organizações de produtores e grupos da comunidade na gestão dos recursos naturais.
4.4. Métodos e meios de Extensão 
Métodos de extensão são procedimentos seleccionados pelo extensionista, em função da situação real, dos objectivos, do tempo para implementar as actividades de extensão. Estes métodos podem ser classificados:
Quanto ao No de pessoas Alcançadas:
Individuais: os métodos individuais usados por estes extensionistas são as visitas individuais ou contacto directo aos produtores alvos (o extensionita contacta com um camponês ou uma família para ensinar algo ou para os motivar para determinada actividade).
Grupais: reuniões, demostração práticas, visita colectiva (usado para motivar os camponeses para a inovação que se pretende introduzir no seu meio ou para divulgar resultados conseguidos e que o extensionista considera de interesse para o seu grupo-alvo, pelo que organiza uma deslocação ao local previamente identificado e visitado).
Quanto à Organização:
Composto: Campo de demostração de resultados.
 Estes são os métodos usados pelos extensionistas a nível do distrito de Chibuto e o mais priorizado é o método de treino e visita (T & V) sistema elaborado por Benor e Harrison (1977), podendo se notar que usam os outros meios para a divulgação da informação como a rádio, e outros que poderiam ser usados pelos mesmos. 
4.5. Projectos dos Serviços de Extensão do distrito de Chibuto
O distrito de Chibuto conta com três projectos ou programas uns criados pela própria entidade e outras que advêm do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar abaixo citados:
Programa de Apoio a Extensão (PSP): um projecto que provêm do Ministério da Agricultura, com objectivo de acrescentar mais inputs a actividade de extensão, financiada pela IFAD/FIDA (Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrário) e DANIDA (Programa da Dinamarca).
Programa de Redução da desnutrição crónica: um programa que vai abranger cerca de 120 produtores, fornecendo galinhas do mato, peixe, e outras espécies como forma de reduzir a desnutrição dos produtores.
Programa Integrado de Transferência de Tecnologias: uma iniciativa do Ministério da Agricultura que visa contribuir para o aumento da produção e produtividade agrária; acesso ao mercado e informação; segurança alimentar e nutricional e desenvolvimento institucional.
Todos estes programas são sustentados também pelo orçamento do estado destinado a extensão.
4.6. Parceiros 
O Sistema Nacional de Extensão Agrária (SISNE), é um sistema em que todos os provedores da extensão interagem, como a Direcção Nacional de Extensão Agrária do Ministério da Agricultura e apoiado pelos técnicos ramais das outras Direcções como Direcção Nacional de Serviços Agrários (DNSA), Direcção Nacional dos Serviços de Veterinária (DNSV), e a Direcção Nacional de Terra e Florestas (DNTF), mas também as ONGs, Extensão do Sector Privado, Organizações de Produtores e as próprias comunidades de agricultores. 
No distrito de Chibuto existem também instituições ou ONG’s que interagem com os serviços de extensão neste distrito a Cruz Vermelha, África Work, Auxílio Mundial com um programa de Segurança Alimentar para a redução da desnutrição crónica vista geralmente nas zonas rurais.
4.7. Problemas e Limitações na Extensão Rural em Chibuto
A Extensão Agrária para os pequenos produtores em Moçambique enfrenta alguns desafios de vulto para chegar aos pobres, e estes incluem: (i) a grande diversidade socio-económica, ecológica e, portanto, diversidade dos sistemas de cultivo, conjugado com uma densidade populacional relativamente baixa; (ii) complexidade dos sistemas de cultivo e a inexistência de novas tecnologias rentáveis; (iii) baixa procura efectiva pela extensão devido, entre outros, ao nível de educação dos agricultores e ao nível de orientação para o mercado. (PDEA, 2007-2016)
Portanto assim como no distrito de Chibuto de Chibuto são os problemas que os serviços de extensão enfrentam no desempenho das suas actividades, as questões sócio-económicas dos produtores, diversidades dos sistemas de cultivo, complexidade dos sistemas de cultivo e baixa procura pela extensão.
Uma das maiores limitações verificadas pelo departamento de extensão, é referente a disponibilidade de transporte para deslocação dos extensionistas para as zonas mais recônditas para poder implementar os seus termos de referência 
Pois, numa situação ideal para a deslocação dos extensionistas, necessitaria de uma viatura para cada equipa de extensão ou seja para os supervisores das equipas. Ou ainda uma motorizada para poder implementar os seus termos de referência.
4.8. Avaliação e Monitoria
A avaliação em extensão é um processo contínuo e sistemático de análise dos programas, projectos, planos ou actividades de extensão, por exemplo: estrutura de implementação, desempenhos dos intervenientes, efeito real obtido junto da população-alvo. Este processo implica o estabelecimento de critérios, a colheita de dados, a sistematização a analise e divulgação da informação. (Glossário de termos de Extensão Agraria, 1992)
Monitoria, usa-se para assegurar a eficácia dos serviços de extensão que permite a aplicação de medidas correctivas e fornece informação concreta sobre a implementação dos programas, projectos, planos ou actividades de extensão. (Glossário de termos de Extensão Agraria, 1992)
Para a avaliação e monitoria das actividades de extensão no distrito de Chibuto, são elaborados os planos mensais, anuais e semestrais das actividades; diário do extensionistas onde descreve todas actividades que leva a cabo diariamente, relatório mensal ou trimestral das actividades exercidas.
Como monitoria faz-se visitas aos locais das actividades, pelos supervisores e reuniões com os extensionistas, de modo que haja eficiência nos planos e projectos ou as actividades planeadas. 
5. CONCLUSÃO 
Após a efetivação do trabalho pode se concluir que o mesmo é de mera importância para perceber o nível em que se encontra a Extensão Rural no distrito de Chibuto, sendo esta actividade, um aspecto ditador da produtividade e o Desenvolvimento Rural e até mesmo do Pais. Dos 16 extensionistas que o distrito tem, uma é do sexo feminino com formação técnicos médios em agro-pecuária, pressupondo-se que este é o requisito essencial para ser extensionista. Com estes dados, acredita-se que os extensionistas têm o nível desejado para a sua função. 
No que tange as meios e métodos para transferências de tecnologias tem-se enfatizado no método de treino e visita (T & V), visto eu o mesmo possibilita a interacção directa do extensionista e as famílias, podendo assim, familiarizar-se com seus problemas e desenvolver medidas de solução. É também importante na monitoria e avaliação, dado que, o extensionista poderá verificar a implementação ou não da tecnologia transferida. Além destes meios, usa-se também os métodos grupais, individuais e campos de demonstração.
O distrito apresenta dificuldades relacionadas aos meios de transporte, pois não possuí motorizadas que alcancem o número de extensionistas para se deslocarem as localidades e aos postos administrativos. Por outro lado, as famílias têm limitações na adopção de uma certa tecnologia ou medida de prevenção de certas pragas por falta de recursos financeiros, contribuindo assim para um processo não eficiente de Extensão. 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASROSSI, C., A., V. Desenvolvimento de um modelo integrado de marketing estratégico e verificação de sua aplicabilidade na indústria de chocolates. São Paulo, USP, Maio, 1993. (Tese de Doutorado).
SWANSON B, E. (1991). Improving agricultural extension: A reference manual.
MINAG. (2007). Plano Director de Extensão Agrária (2007-2016).Maputo.
GONÇALVES, M., F., S. (1992). Ministério da Agricultura: Glossário de Termos de Extensão Agrária.
	
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