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Unidade III ECONOMIA INTERNACIONAL Prof. Adalberto Silva Introdução A questão da medida das variáveis macroeconômicas que direcionam as contas nacionais de uma economia aberta ao comércio internacional. Apresentar as principais variáveis da Contabilidade Nacional, com destaque para aquelas que representam o fluxo de bens e serviços da economia internacional, dentre elas: o produto agregado, consumo doméstico, investimento doméstico, exportações, importações etc. Análise de como os países realizam um resumo contábil de suas transações com o resto do mundo, a partir do balanço de pagamentos. Por fim, compreender o que é taxa de câmbio e as transações de moeda estrangeira no mercado cambial. Contas Nacionais e Agregados Macroeconômicos Sistema de Contas Nacionais (IBGE). Inúmeras formas de se medir o desempenho de uma economia. A mais comum delas envolve o cálculo do valor total de todos os bens e serviços produzidos em um país. O primeiro conceito a ser abordado no estudo das Contas Nacionais é o Produto Agregado (𝑃𝐴), que é definido como a soma do valor de todos os bens e serviços finais produzidos na economia: 𝑃𝐴 = 𝑖=1 𝑛 𝑃𝑖𝑄𝑖 procedimento alternativo para se apurar o valor do produto agregado: pelo valor adicionado. Valor adicionado O valor adicionado (𝑉𝐴) pode ser representado pelo valor bruto da produção (𝑉𝑃) subtraído do consumo de bens e serviços intermediários (𝐶𝐼) utilizados no processo produtivo: 𝑉𝐴 = 𝑉𝑃 − 𝐶𝐼 Exemplo: Produto Valor Bruto do Produto ($) (1) Insumos ($) (2) Valor Adicionado ($) (3) = (1) − (2) Óleo bruto 100 0 100 Plástico 150 100 50 Brinquedo 200 150 50 Soma 450 250 200 Fonte: Livro-texto Economia Internacional (Unidade III), p. 03 As três óticas: produto, renda e despesa A produção de uma economia pode ser avaliada por três óticas: Produto Agregado, Renda Agregada e Demanda (ou Despesa) Agregada. Dentro destas três óticas, o valor da produção ou da renda deve sempre ser o mesmo. O produto agregado representa o valor da produção final de todos os bens e serviços (𝑉𝐴) nos diversos segmentos da economia, por exemplo: o setor primário; a indústria de transformação e os serviços. A renda agregada (𝑌) é a soma dos rendimentos dos fatores de produção na economia. Sendo eles: os salários, juros, aluguéis e lucros. As três óticas: produto, renda e despesa A demanda (ou despesa) agregada (𝐷𝐴) representa o conjunto dos componentes de gastos (dispêndio) dos agentes econômicos com os produtos finais. Compreende o consumo das famílias, investimento das empresas, gastos ou consumo do governo e exportações líquidas (exportações menos importações). Com base nesse fluxo de produção e recebimentos, podemos estabelecer a identidade básica da Macroeconomia: 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝑃𝐴 = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎 𝐷𝐴 = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎 𝑌 Tal identidade é simplificada pela igualdade entre a renda agregada (𝑌) e a demanda agregada (𝐷𝐴): 𝑌 = 𝐷𝐴 O Produto Interno Bruto e o Produto Nacional Bruto Numa economia aberta, o país tem relações econômicas com o resto do mundo, também denominados de não residentes, que transacionam com os residentes do país. A produção interna na economia aberta é igual à soma dos gastos de todos os agentes econômicos, domésticos e estrangeiros, em bens produzidos domesticamente: 𝑃𝐼𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑋 𝐷𝐴 As importações devem ser acrescentadas ao produto agregado para formar a oferta agregada global que deve se igualar à demanda agregada global: 𝑃𝐼𝐵 +𝑀 𝑂𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑋 𝐷𝐴 ou 𝑃𝐼𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑋 −𝑀 O Produto Interno Bruto e o Produto Nacional Bruto O Produto Nacional Bruto (PNB) mede o valor da produção e renda associada ao uso de fatores produtivos nacionais, operando dentro ou além das fronteiras de um país. A produção nacional bruta, além de igualar a renda agregada (𝑌), deve igualar a produção interna bruta (𝑃𝐼𝐵) acrescida das receitas líquidas de fatores recebidas do resto do mundo (𝑅𝐿𝐸): 𝑌 = 𝑃𝐼𝐵 + 𝑅𝐿𝐸 Substituindo o PIB na equação pelo seu resultado equivalente temos: 𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑋 −𝑀 + 𝑅𝐿𝐸 Conta corrente O 𝑃𝐼𝐵 pode ser desdobrado nos componentes absorção (𝐴) e saldo de transações em conta corrente (𝐶𝐴): 𝑃𝐼𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟çã𝑜(𝐴) + 𝑋 −𝑀 + 𝑅𝐿𝐸 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝐶𝐴) = 𝐴 + 𝐶𝐴 De modo geral, observamos as seguintes situações: 𝐶𝐴 = 𝑋 −𝑀 + 𝑅𝐿𝐸 > 0: o país apresenta superávit em conta corrente; ou 𝐶𝐴 = 𝑋 −𝑀 + 𝑅𝐿𝐸 < 0: o país apresenta déficit em conta corrente. 𝐶𝐴 > 0 ⇒ aumento da riqueza externa líquida. (Superávit) 𝐶𝐴 < 0 ⇒ aumento da dívida externa líquida. (Déficit) Impactos na poupança e no investimento internos. Interatividade A contabilidade nacional corresponde à forma de mensuração do fluxo de bens e serviços produzidos em uma economia. Uma das formas de auferir o produto consiste no método de valor adicionado. Qual alternativa aponta o principal conceito do método de valor adicionado? a) Soma dos rendimentos de uma economia. b) O valor bruto de produção menos os insumos utilizados. c) A soma de todos os gastos em bens internos e externos. d) Diferença dos custos de produção nos diferentes setores. e) O valor das exportações menos o valor das importações. Balanço de pagamentos: características e estrutura O balanço de pagamentos é o instrumento da Contabilidade Nacional que registra as transações que os residentes de um país efetuam com o resto do mundo durante certo período e tempo. Tais fluxos estão associados aos diversos tipos de trocas internacionais de bens, serviços e ativos. A confecção do balanço de pagamentos deve seguir duas regras básicas: Fato Gerador: Entrada de divisas constitui um crédito. Por outro lado, saída de divisas constituem um débito. Natureza das transações internacionais: transações autônomas e transações compensatórias. Balanço de pagamentos: características e estrutura A. Conta Corrente (Transações Correntes) B. Conta Capital e Financeira A.1 Balança Comercial (bens tangíveis) B.1 Conta Capital Importações (FOB) Transferência de patrimônio (migração) Exportações (FOB) B.2 Conta Financeira A.2 Serviços Investimentos diretos Transportes (fretes) inclui empréstimos inter-companhia Viagens Internacionais Investimentos em carteira (portfolio) Seguros Emissão de títulos de crédito (DRs, BDRs, bônus, notes etc.) Serviços governamentais Derivativos financeiros (swaps, opções, forwards) Royalties Outros investimentos (empréstimos, moeda, depósitos) Aluguel de equipamentos Saldo da Conta Capital e Financeira (B.1 + B.2) Serviços financeiros C. Erros e Omissões A.3 Rendas Saldo do Balanço de Pagamentos (A + B + C) Juros Lucros e dividendos D. Transações Compensatórias (Financiamento Oficial Compensatório) Salários D.1 Variação de reservas internacionais A.4 Transferências Unilaterais D.2 Operações de regularização Saldo em Transações Correntes (A.1 + A.2 + A.3 + A.4) D.3 Atrasados comerciais Fonte: Livro-texto Economia Internacional (Unidade III), p. 19 Transações Correntes A Conta Corrente exibe todos os fluxos que afetam diretamente a renda nacional presente do país. São componentes do Balanço de Transações Correntes (𝐶𝐴): Balança Comercial: inclui basicamente as exportações e importações de mercadorias na categoria FOB. Balança de Serviços: inclui os serviços associados às transações relacionadas na balança comercial (fretes e seguros) e outras transaçõesde serviços. Balança de Rendas: inclui os pagamentos de fatores tais como rendas, juros, lucros e dividendos de investimentos diretos, de portfólio e outras modalidades. Balanço de Transferências Unilaterais: inclui os pagamentos sem contrapartida. A Conta Capital e Financeira A Conta Capital e Financeira (𝐶𝐾) registra os fluxos de todos os ativos internacionais que irão afetar a renda nacional futura. Conta Capital: envolve as transferências líquidas de patrimônio (propriedade) de migrantes internacionais. Conta Financeira: registra os fluxos decorrentes de transações internacionais com ativos e passivos financeiros entre residentes e não residentes. Abrange: Investimento Estrangeiro Direto, Investimento em Carteira, Derivativos Financeiros e Outros Investimentos. O saldo da Conta Capital e Financeira corresponde à soma líquida das contas de Capital (B1) e Financeira (B2). 𝐶𝐾 = 𝐵1 + 𝐵2 Erros e Omissões e Transações Compensatórias Com a finalidade de corrigir os diversos erros estatísticos nos lançamentos das operações do país com o exterior, são contabilizados acertos na conta Erros e Omissões. Assim, o saldo da balança de pagamentos corresponde à seguinte soma líquida: 𝐵𝑃 = 𝐴 + 𝐵 + 𝐶. Se 𝐵𝑃 > 0 ⇒ superávit no balanço de pagamentos Se 𝐵𝑃 < 0 ⇒ déficit no balanço de pagamentos No caso de saldo do BP diferente de zero, será necessário equalizar os débitos e créditos a partir de transações compensatórias, sendo elas: Variação de reservas internacionais, Operações de regularização e atrasados comerciais. Identidade fundamental do Balanço de Pagamentos Por definição, o saldo do balanço de pagamentos é igual a zero, uma vez que as transações internacionais possuem duas entradas que se compensam. Desta forma, é possível traçar uma linha divisória arbitrária separando as transações em conta corrente (𝐶𝐴) das transações da conta de capital e financeira (𝐶𝐾): 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐶𝐴 + 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 + 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐶𝐾 = 0 Logo, na identidade fundamental do balanço de pagamentos: 𝐶𝐴 = −𝐶𝐾 Assim, supondo um saldo positivo do lado direito implicará em acúmulo de reservas pelo país. Um saldo negativo, por outro lado, resultará em perda de reservas. Interatividade Um déficit em transações correntes, no Balanço de pagamentos, pode ser considerado como: a) Aumento da poupança interna. b) Exportações maiores que as importações. c) Diminuição da entrada de recursos pela conta financeira. d) Aumento da poupança externa. e) Diminuição do nível de preço da economia. A Taxa de Câmbio Para que as transações internacionais sejam viáveis, os preços das mercadorias e/ou ativos praticados nos diferentes países devem ser comparáveis. Assim, surge a taxa de câmbio. A taxa de câmbio nominal é expressa como o preço de uma unidade da moeda estrangeira (𝑚𝑒) em termos da moeda doméstica (𝑚𝑑). 𝐸𝑚𝑒 𝑚𝑑 = 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑒𝑑𝑎 𝑑𝑜𝑚é𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑒𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑎𝑛𝑔𝑒𝑖𝑟𝑎 Essa taxa pode aumentar (ou diminuir) dependendo do comportamento da moeda doméstica e estrangeira. As variações podem ocorrer devido a flutuações de mercado ou intervenções do Banco Central no mercado de câmbio. Os regimes cambiais Os regimes cambiais de um país variam entre extremos desde irrestrita flutuação a completa rigidez cambial. Câmbio flexível: o Banco Central não intervém no mercado de câmbio, a taxa se ajusta de modo a equilibrar a oferta e a demanda de moeda estrangeira. 𝐸US$ R$ > 0 depreciação da moeda doméstica (real) em relação à moeda estrangeira (dólar); 𝐸US$ R$ < 0 observamos uma apreciação da moeda doméstica (real) em relação à moeda estrangeira (dólar). Quando o país adota regimes de câmbio fixo, o Banco Central intervém do mercado determinando o valor da taxa de câmbio comprando e vendendo divisas à taxa estipulada. Mercado de câmbio No mercado de câmbio transacionam-se tanto moedas como títulos representativos de ativos ou de crédito. O mercado de câmbio também permite que se realize diversos tipos de transações com títulos e moedas estrangeiras. Os tipos de transações efetuadas mais frequentes são os seguintes: Mercado spot ou à vista: representa a troca de moedas com liquidação imediata à taxa de câmbio corrente. Mercado a termo: tipo de mercado em que há compromisso de troca de moedas numa data futura a um preço predeterminado. Mercados futuros, swap cambial e opções. Mercado de câmbio, mercado de moeda e taxa de juros A taxa de câmbio é determinada a partir da definição das principais variáveis que compõe os agregados monetários: a oferta e a demanda por moeda. As mudanças na taxa de câmbio ocorrem tanto em função de alterações nos preços relativos das exportações (ou importações) como, também, a partir das taxas de juros domésticas e estrangeiras. A demanda por ativos monetários estrangeiros é influenciada por diversas variáveis (renda, risco, liquidez, por exemplo), sendo a principal o retorno desses títulos no futuro. A condição básica de equilíbrio do mercado cambial é chamada de condição de paridade de juros. Paridade descoberta de juros (PDJ) A paridade descoberta de juros envolve a comparação de retornos esperados de investimento denominados em distintas moedas. As taxas de juros oferecidas por um título em dólar ou em reais refletem como os valores do dólar e do real mudarão durante determinado período de tempo. A relação entre taxa de câmbio e taxa de juros implica que a taxa de retorno em reais do ativo denominado em dólares é aproximadamente igual à taxa de juros do dólar mais a taxa de câmbio do real em relação ao dólar. 𝑅𝑡 = 𝑅𝑡 ∗ + 𝐸𝑡+1 𝑒 − 𝐸𝑡 𝐸𝑡 Paridade descoberta já que envolve risco cambial. Alterações na taxa de câmbio de equilíbrio Portanto, são fatores que alteram a taxa de câmbio de equilíbrio: A expectativa da taxa de câmbio futura; A taxa de juros doméstica; A taxa de juros estrangeira. Fonte: Livro-texto Economia Internacional (Unidade III), p. 38 Paridade coberta de juros (PCJ) Parte da hipótese em que condição de paridade de juros é sempre mantida, de tal sorte que a taxa de câmbio futura (a prazo) se iguala à taxa de câmbio spot (à vista) que se espera prevalecer num contrato de câmbio futuro. Agora um investidor poderá efetuar um contrato de venda de dólares a termo a uma taxa de câmbio no nível 𝐹𝑡+1. Paridade coberta de juros: 𝑅𝑡 = 𝑅𝑡 ∗ + 𝐹𝑡+1−𝐸𝑡 𝐸𝑡 O investidor garante a remuneração que será recebida no final do período de investimento, sem o risco de variação cambial inesperada. A arbitragem coberta de juros garante sua validade se houver livre movimentação de capitais sem riscos. Interatividade A taxa de câmbio em um país sofre os efeitos de uma mudança nas taxas de juros internas e externas. Qual alternativa expressa o movimento da taxa de câmbio quando ocorre um aumento dos juros internos num regime de câmbio flexível? a) A taxa de câmbio nominal deprecia. b) A taxa de câmbio nominal continua constante. c) A taxa de câmbio nominal aprecia. d) Só a taxa de juros externa tem efeito sobre a taxa de câmbio. e) A taxa de câmbio nominal volta para o nível de equilíbrio. O mercado monetário, taxa de juros e câmbio Construir um modelo econômico que relaciona os principais preços envolvidos no sistema econômico – taxas de câmbio; taxas de juros; e inflação – ao nível de produção. A premissa fundamental aqui é que os eventos monetários influenciam a taxa decâmbio tanto pela mudança nas taxas de juros como pela mudança nas expectativas quanto às taxas de câmbio futuras. A oferta e a demanda por moeda afetam os preços dos produtos que, por sua vez, também influenciam as taxas de câmbio. Necessário entender o funcionamento e o equilíbrio do mercado monetário. Equilíbrio no mercado monetário Oferta nominal de moeda (𝑀𝑠) é determinada exclusivamente pelo Banco Central. Logo, ela é considerada uma variável exógena: 𝑀𝑠 = 𝑀 A demanda nominal (𝑀𝑑) depende da taxa nominal de juros, 𝑅𝑡; da renda real, 𝑌𝑡; e do nível de preços corrente, 𝑃𝑡. 𝑀𝑑 = 𝑃𝑡 × 𝐿(𝑅𝑡 , 𝑌𝑡) Equilíbrio: quando há igualdade entre oferta e demanda nominal por moeda: 𝑀𝑠 = 𝑀𝑑 Dados 𝑃𝑡 e 𝑌𝑡, determina-se uma taxa nominal de juros de equilíbrio. Equilíbrio no mercado monetário No ajustamento para o equilíbrio, o mercado monetário move-se sempre em direção a uma taxa de juro na qual a oferta e a demanda reais de moeda são iguais. Nos desequilíbrios temos excesso de procura ou excesso de liquidez. Fonte: Livro-texto Economia Internacional (Unidade III), p. 45 Interações entre os mercados: monetário e cambial No curto prazo, a relação entre oferta de moeda e taxa de câmbio adota que os preços são rígidos, ou seja, (𝑃𝑡 = 𝑃). O mercado monetário define a taxa de juros nominal de equilíbrio em cada país. Posteriormente, essas taxas de juros vão definir as respectivas taxas de câmbio nominais correntes, por meio da PDJ. No longo prazo, os preços são flexíveis e o equilíbrio ocorre após todos os preços ajustarem-se aos níveis de equilíbrio de mercado. Assim, a taxa de câmbio de se deprecia em proporção ao choque monetário, para que a movimentação da taxa de juros seja condizente com a condição de paridade. Interações entre os mercados: monetário e cambial No caso de uma expansão monetária permanente (↑ 𝑀𝑠): No curto prazo: excesso de oferta de moeda; redução da taxa nominal de juros; excesso de demanda por moeda estrangeira; e taxa nominal de câmbio deprecia (de 𝐸0 para 𝐸1). Além disso, há uma alteração na expectativa da taxa de câmbio futura (↑ 𝐸𝑡+1 𝑒 ); e uma depreciação adicional da taxa nominal de câmbio corrente: 𝐸𝑡 = 𝐸𝑡+1 𝑒 ↑ 1 + 𝑅𝑡 ↓ −𝑅𝑡 ∗ ⇒ 𝐸𝑡 ↑↑ No longo prazo: o nível de preços é maior; a taxa de câmbio se deprecia permanentemente; e a taxa nominal de juros retorna gradativamente ao nível inicial. Limites da política monetária: armadilha da liquidez e estagnação prolongada Uma expansão monetária pode depreciar a moeda e levar ao estímulo da economia por meio do crescimento das exportações, pois a taxa de juros nominal cai. Mas, o que acontece quando a taxa nominal de juros já está muito baixa? E se a taxa nominal de juros puder tornar-se negativa? Neste caso, os ofertantes de fundos se retrairiam e não haveria oferta de recursos (retorno negativo), ao mesmo tempo, os tomadores de fundos buscariam contrair empréstimos sem limites. Sem oferta de recursos e com demanda infinita não há equilíbrio do mercado monetário. O elo que conecta a operação da política monetária à variações na taxa de câmbio se rompe. Interatividade O mercado monetário de um país tem influência nos níveis da taxa de juros e da taxa de câmbio. Qual das alternativas abaixo não apresenta uma explicação para o equilíbrio deste mercado monetário no longo prazo? a) A oferta de moeda na economia é exógena. b) O nível de preços de uma economia são flexíveis. c) Mudanças na quantidade de moeda afeta o nível de preços e deprecia a taxa de câmbio. d) A taxa de juros distancia-se de seu nível de equilíbrio. e) Equilíbrio na demanda e oferta de moeda na economia. ATÉ A PRÓXIMA!
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