Direito e Legislação Ambiental - Slides de Aula - Unidade II

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Unidade II 
 
 
 
DIREITO E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
Prof. Ricardo Calasans 
Conteúdo 
 Primeiro momento histórico da legislação ambiental no Brasil. 
 Segundo momento histórico da legislação ambiental no Brasil. 
 Terceiro momento histórico da legislação ambiental no Brasil. 
 As diferentes noções do meio ambiente constitucional. 
 Algumas técnicas empregadas no novo paradigma 
jurídico-ecológico da Constituição Federal de 1988. 
 
Primeiro momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 Diz respeito ao período que vai da segunda metade do século 
XIX até a primeira metade do século XX. 
 Apenas eram tomadas algumas providências legislativas de 
regência utilitarista dos recursos naturais: 
Fonte: https://filipedebarros.files.wordpress.com/2009/04/recursos_naturais1.jpg?w=251&h=285 
Primeiro momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 A criação do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, em 1808. 
Fonte: http://msalx.viajeaqui.abril.com.br/2012/08/01/1447/5tY2z/jardim-
botanico-pedro-kirilos-riotur.jpg?1407545906 
Primeiro momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 A promulgação da Lei 601, por Dom Pedro II, em 1850, que 
proibia a exploração florestal nas terras descobertas, sendo a 
lei ignorada, continuando, por exemplo, o desmatamento para 
implantação da monocultura de café. 
Fonte: http://www.klepsidra.net/klepsidra5/mapa1.jpg 
Primeiro momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 A criação, em 1891, do Decreto 8.843, que cria a reserva 
florestal no Acre e que até o presente momento não foi 
implantada. 
Fonte: 
http://www.pt.org.br/wp-
content/uploads/2014/10/est
ado.gif 
Primeiro momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 A criação, em 1934, do Decreto 23.793, que transformou em lei 
o anteprojeto do primeiro Código Florestal. 
Fonte: http://www.suino.com.br/Portals/6//EasyDNNnews/239138/topo_codigo_florestal.jpg 
Primeiro momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 A criação do Parque Nacional de Itatiaia como o primeiro 
parque nacional brasileiro, em 1937. 
Fonte: http://www.ecoturismoaventura.com.br/brasil-mapa/itatiaia.jpg 
Primeiro momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
As atitudes governamentais que pretendiam a proteção de 
algum recurso natural eram tidas como utilitaristas porque: 
 ou tinham origem na produção de conhecimentos através 
da realização de experimentos visando a potenciais 
mercadológicos de algumas espécies; 
Fonte: http://www.hidrofito.com.br/img/produtos/30.jpg 
Primeiro momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 ou ocorriam visando conter a exploração exacerbada, sem os 
devidos repasses de dividendos ao Império ou ao governo; 
 
Fonte: http://www.cdcc.sc.usp.br/ciencia/artigos/art_23/sampaimagem/fazendacafe.jpg 
Primeiro momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 ou ocorriam para atender às reivindicações de grupos 
de ecologistas influentes na sociedade da época. 
 
Fonte:http://syscall.ws/static_img/266077/resize-500x333_orchid-care-2.jpg 
Primeiro momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 Os ecologistas deste momento histórico eram grupos de 
uma classe média urbana, crescente e com hábitos novos, 
como a observação de pássaros, o cultivo de orquídeas, 
o desenvolvimento de excursões e a visitação a cavernas 
e praias paradisíacas. 
Compunham organizações como: 
 Sociedade Ornintológica Bandeirante; 
 Sociedade Ornintológica Mineira; 
 Associação de Defesa da Flora e da Fauna; 
 Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza, 
entre outras. 
Interatividade 
A respeito da lei n. 601, promulgada por Dom Pedro II em 1850, 
sabe-se que esta proibia a exploração florestal nas terras 
descobertas. Esta lei foi: 
a) ignorada, continuando, por exemplo, o desmatamento para 
implantação da monocultura de café; 
b) respeitada, mantendo-se apenas as lavouras já existentes; 
c) criticada pelos que exploravam o pau-brasil, gerando um 
conflito com países da Europa; 
d) respeitada, menos pelos pecuaristas, que continuaram a 
criar novas pastagens; 
e) um grande sucesso, sendo aplicada em diversas outras 
colônias. 
 
 
Segundo momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 Ocorreu durante a vigência do regime militar de exceção 
democrática, de 1964 a 1988, culminando com a promulgação 
da Constituição Federal em 1988. 
 Importante amadurecimento internacional dos debates 
relativos à proteção ambiental. 
Fonte: http://www.icmbio.gov.br/cairucu/images/stories/visitacao/trindade.jpeg 
Segundo momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 Nesse momento é perceptível uma franca oposição política 
que alguns chamam de “oposição Norte/Sul”, em que os 
países ricos e desenvolvidos do hemisfério Norte (Europa e 
Estados Unidos) passam a influenciar de forma mais direta os 
rumos dos países pobres ou em desenvolvimento do 
hemisfério Sul (Brasil, Índia, China, entre outros), o que 
causou inúmeros conflitos diplomáticos entre os países 
componentes destes blocos. 
Fonte: http://www.mundoeducacao.com/upload/conteudo/images/divisao-norte-sul.png 
Segundo momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 O discurso da imposição de limites ao crescimento ou, 
ao menos, do crescimento condicionado aos limites de 
impactos ambientais ocorreu principalmente após os alardes 
catastróficos anunciados durante a Conferência Mundial 
sobre Meio Ambiente, em Estocolmo, 1972, onde um corpo de 
cientistas do Clube de Roma divulgou os resultados de suas 
pesquisas realizadas entre 1968 e 1972, que afirmavam, entre 
outras coisas, que “qualquer que seja a associação feita entre 
os cinco fatores básicos determinantes do crescimento 
(população, produção agrícola, recursos naturais, produção 
industrial e poluição) [...] os resultados serão sempre 
assustadores, com uma profunda desestabilização da 
humanidade até o ano de 2100.” 
Segundo momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 Essas disputas inevitavelmente tornaram necessário o 
amadurecimento de conceitos que atendessem à necessidade 
de proteção dos recursos naturais, sem com isso privar os 
países em desenvolvimento de atingir mínimas condições de 
dignidade humana e de desenvolvimento econômico dentro 
do cenário internacional. 
Fonte: http://sbmt.org.br/portal/wp-content/uploads/2013/01/fome-dinheiro.jpg 
Segundo momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 Devemos lembrar que, em 1972, a delegação brasileira na 
Conferência de Estocolmo declarou que o país estava “aberto 
à poluição, porque o que se precisa é de dólares, 
desenvolvimento e empregos”, liderando, com este discurso, 
os países do Terceiro Mundo para não aceitarem a “Teoria do 
Crescimento Zero” proposta pelo Clube de Roma. 
Fonte: 
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epoc
anegocios2/foto/0,,42718664,00.jpg 
Segundo momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 Através do Decreto-lei n° 1.106, de 1970, institui-se o Plano 
de Integração Nacional (PIN), objetivando a construção de 
grandes obras que, além de integrar diversas regiões, ditariam 
tendência no fluxo migratório nacional. 
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_H1VyVbELf1M/SueoXg2jfgI/AAAAAAAABT8/3zVtL3O6o3g/s400/Migra%C3%A7%C3%A3o.gif 
Segundo momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) 
trouxe várias iniciativas internacionais para minimizar tais 
políticas nacionais em âmbito internacional. Por exemplo, 
o estímulo à criação de unidades de conservação. 
 Entre as décadas de 1970 e 1980 foram criadas 2.098 unidades 
de conservaçãode caráter nacional em todo o mundo. 
Fonte: http://www.senado.gov.br/NOTICIAS/JORNAL/EMDISCUSSAO/upload/201105%20-%20dezembro/ed09_imgs/ed09_p53_info.jpg 
Segundo momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 Atualmente existem cerca de 7 mil unidades de conservação, 
se consideradas também as unidades de conservação 
estaduais e municipais. 
 Correspondem a cerca de 5% de toda a superfície terrestre. 
 Segundo o Pnuma, o ideal seria transformar cerca de 10% da 
superfície da Terra em unidades de conservação. 
Fonte: http://atibaiaconnection.com.br/wp-content/uploads/2015/05/25.jpg 
Segundo momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 Em 1973, o governo militar cria a extinta Secretaria Especial 
do Meio Ambiente (Sema), ligada ao Ministério do Interior que, 
entre outras atividades, começa a desenvolver atividades de 
educação ambiental e cria um corpo técnico responsável pela 
elaboração de um sistema nacional do meio ambiente. 
 O maior legado da Secretaria Especial do Meio Ambiente foi 
a criação, através da Lei 6.938, da Política Nacional do Meio 
Ambiente, promulgada pelo então presidente Figueiredo, em 
agosto de 1981. 
Fonte: http://daniel.ambiental.blog.uol.com.br/images/pnma.jpg 
Segundo momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 Antes da Constituição de 1988, tínhamos um cenário de 
lacunas constitucionais sobre a matéria ambiental que, por 
outro lado, gerou a regulamentação legal esparsa sobre o 
controle das atividades nocivas ao meio ambiente, mesmo 
com a atribuição de importância secundária ao tema 
propriamente dito. 
 Nesse período de vazio constitucional deu-se a promulgação 
de leis até hoje consideradas importantes ao sistema nacional 
de meio ambiente, tais como o Código Florestal, de 1965, 
revisado em 2012, e a Lei 6.938/81 (Lei da Política Nacional do 
Meio Ambiente), servindo como marco evolutivo do Direito 
Ambiental brasileiro. 
Interatividade 
Em 1972, a delegação brasileira na Conferência de Estocolmo 
declarou que: 
a) estava preocupada com os aspectos ambientais e para isso 
estava endurecendo as leis nesse ponto; 
b) estava “aberta à poluição, porque o que se precisa é de 
dólares, desenvolvimento e empregos”; 
c) investiria em novas tecnologias, em busca de uma produção 
mais limpa; 
d) só permitiria a entrada de indústria que tivesse consciência 
ambiental; 
e) possuía uma legislação exemplar em face das questões 
ambientais. 
 
Terceiro momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 Inicia-se com o processo da redemocratização do Brasil, 
mais notadamente com a Constituição Federal de 1988, 
quando a proteção ao meio ambiente deixa de ser objeto 
pontual em legislações esparsas e passa a ser tratado de 
maneira sistemática, global e abrangente dentro do nosso 
ordenamento jurídico. 
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4
7/Promulga%C3%A7%C3%A3o-
Constitui%C3%A7%C3%A3o-1988.jpg 
Terceiro momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
Segundo interpretação realizada por Benjamin (2012), deste 
momento em diante passamos a nos pautar não mais apenas 
pela letra de leis esparsas, mas também pela técnica dos: 
 conceitos (equilíbrio ecológico, ecossistemas); 
 objetivos (tutela da biodiversidade per se); 
 direitos (direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado); 
Fonte: https://guiaecologico.files.wordpress.com/2012/04/equilibrio.jpg 
Terceiro momento histórico da legislação 
 ambiental no Brasil 
 deveres (dever de defender e preservar o meio ambiente para 
as presentes e futuras gerações); 
 princípios (da prevenção, da precaução e da reparação 
integral, por exemplo); 
 instrumentos (áreas protegidas e Estudo Prévio de Impacto 
Ambiental, por exemplo); 
tudo sob a influência e a inspiração não só antropocêntrica (do 
homem e para o homem), mas também da ecologia e da gestão 
ambiental (passando a dar valor aos elementos naturais). 
 
Fonte: 
http://www.cliquearquitetura.com.br/portal/inc/userfile/image/07-
urbanismo/01-legislacao-urbana/01-o-estatuto-da-cidade/02-o-
estatuto-da-cidade.png 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – 
As diferentes noções do meio ambiente constitucional 
 A Constituição Federal de 1988, no Capítulo VI, que trata “do 
meio ambiente”, mais precisamente no artigo 225: 
 “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para 
as presentes e futuras gerações.” 
Fonte: http://www.posugf.com.br/noticias/todas/dyn_images/1/967_constituicao-federal_1.jpg 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – 
As diferentes noções do meio ambiente constitucional 
 Diante da amplitude que pode ser dada à interpretação 
constitucional do tema, podemos dizer que a expressão meio 
ambiente é um conceito jurídico indeterminado, em que cabe 
ao intérprete, no caso ao Poder Judiciário, diante de conflitos 
concretos, o preenchimento prático do seu conteúdo. 
 
Fonte: http://og.infg.com.br/in/12121946-f63-f3d/FT1500A/550/2013-670582204-2013-669826462-
2013120524622.jpg_20131205.jpg_20131208.jpg 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – 
As diferentes noções do meio ambiente constitucional 
A divisão do meio ambiente em aspectos que o compõem busca 
apenas facilitar a identificação da atividade degradante e do 
bem agredido, classificando seus aspectos em: 
 do meio ambiente natural; 
 do meio ambiente artificial; 
 do meio ambiente cultural; 
 do meio ambiente do trabalho. 
 
 
Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/imagem/meio-ambiente-topo.jpg 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – 
As diferentes noções do meio ambiente constitucional 
O meio ambiente natural é constituído: 
 pela atmosfera; 
 pelos elementos da biosfera; 
 pelas águas (inclusive o mar territorial); 
 pelo solo; 
 pelo subsolo (inclusive recursos minerais); 
 pela fauna e 
 pela flora. 
 A proteção do meio ambiente natural encontra previsão legal 
pela interpretação da previsão contida na primeira parte do 
art. 225 da CF, no § 1º, incisos I, III e VII. 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – 
As diferentes noções do meio ambiente constitucional 
O meio ambiente artificial é compreendido pelo espaço urbano 
construído, sendo: 
 o conjunto de edificações (chamado de espaço urbano 
fechado); 
 os equipamentos públicos (espaço urbano aberto). 
 Este aspecto do meio ambiente está diretamente relacionado 
com o conceito de cidade. 
 O tratamento legal se dá pela CF através do artigo 225, bem 
como do artigo 182, inserido no capítulo referente à política 
urbana, no artigo 21, inciso XX, que prevê a competência 
material da União Federal de instituir diretrizes para o 
desenvolvimento urbano, assim como no artigo 5º, inciso 
XXIII, que prevê a função social da propriedade. 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – 
As diferentes noções do meio ambiente constitucional 
 O meio ambiente cultural “é integrado pelo patrimônio 
histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico, que 
embora artificial, em regra, como obra do homem, difere do 
anterior (que também é cultural), pelo sentido de valor 
especial”, segundo o Prof. José Afonso da Silva. 
 A CF, em seu artigo 215, garante a todos o exercício 
e o acesso às fontes da cultura nacional. 
 
Fonte: http://meioambiente.culturamix.com/blog/wp-
content/uploads/2012/08/Meio-Ambiente-Cultural-2.jpg 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil– 
As diferentes noções do meio ambiente constitucional 
 O meio ambiente do trabalho é o local onde as pessoas 
desempenham suas atividades laborais. 
 Objetiva o equilíbrio da mensuração da salubridade deste 
meio ambiente e a ausência de agentes que comprometam 
a incolumidade física e psicológica dos trabalhadores. 
 
Fonte: http://www.luminu.com.br/images/1.jpg 
Interatividade 
Ao se tratar do meio ambiente, a legislação precisou fazer 
uma divisão em aspectos que o compõem para facilitar a 
identificação da atividade degradante e do bem agredido. 
Sendo assim, não se aplica a esta classificação: 
a) do meio ambiente natural; 
b) do meio ambiente artificial; 
c) do meio ambiente cultural; 
d) do meio ambiente do trabalho; 
e) do meio ambiente político. 
 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – Algumas técnicas empregadas 
no novo paradigma jurídico-ecológico da Constituição 
Federal de 1988 
 É importante evidenciar a complexidade técnico-jurídica 
atribuída ao tema ambiental, posta a adoção dos diversos 
padrões normativos na atualidade. 
 A técnica do estabelecimento de direitos e deveres genéricos, 
ora se utiliza de instituições de deveres especiais. 
Fonte: http://www.posgraduacaoemdireito.com.br/wp-
content/uploads/2012/10/direito_ambiental_02.jpg 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – Algumas técnicas empregadas 
no novo paradigma jurídico-ecológico da Constituição 
Federal de 1988 
 Em outros casos, os enunciados da norma constitucional 
podem ser interpretados como princípios específicos e 
explícitos, por exemplo, os princípios da função ecológica 
da propriedade rural e do poluidor-pagador. 
 Artigo 186, inciso II, da Constituição Federal: 
 “II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e 
preservação do meio ambiente;” 
Fonte: 
http://blogdobruxo.com.br/imgavulsa/cmpd_meio
_ambiente_logo_3_IMGUN1403713718.jpg 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – Algumas técnicas empregadas 
no novo paradigma jurídico-ecológico da Constituição 
Federal de 1988 
 Artigo 225, §§ 2º e 3º, também da Constituição Federal: 
[...] 
 § 2º – Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a 
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução 
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. 
 § 3º – As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio 
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, 
a sanções penais e administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados. 
Fonte: http://www.rondoniadinamica.com/userfiles/garimpo(4).jpg 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – Algumas técnicas empregadas 
no novo paradigma jurídico-ecológico da Constituição 
Federal de 1988 
 Certas previsões que funcionam como instrumentos de 
execução, por exemplo, a previsão da realização de Estudo 
Prévio de Impacto Ambiental – artigo 225, § 1º, inciso IV – 
ou da ação civil pública – artigo 129, inciso III, e § 1º da 
Constituição Federal de 1988 
[...] 
§ 1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao 
Poder Público: 
[...] 
 IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio 
ambiente, Estudo Prévio de Impacto Ambiental, a que se dará 
publicidade. 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – Algumas técnicas empregadas 
no novo paradigma jurídico-ecológico da Constituição 
Federal de 1988 
Essa complexidade é expressa e colocada em prática através 
também de técnicas interpretativas que não podem ser 
apartadas desses direitos quando colocados em prática. 
 Técnica dos direitos fundamentais. 
 Técnica dos deveres fundamentais. 
 Técnica dos princípios. 
 Técnica da função ecológica da propriedade. 
 Técnica dos objetivos públicos vinculantes. 
 Técnica dos instrumentos. 
 Técnica dos biomas e áreas especialmente destacados. 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – 
Algumas técnicas empregadas no novo paradigma 
jurídico-ecológico da Constituição Federal de 1988 
Técnica dos direitos fundamentais 
 Direitos fundamentais são aqueles que foram formalmente 
reconhecidos pela Constituição e/ou por tratados 
internacionais recepcionados no Estado Nacional. 
 Artigo 225 – “Todos têm direito...”. 
 Artigo 5º – “Todos são iguais perante a lei... 
 Artigo 5º, § 2º – “os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição não excluem outros...” 
 
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-iBztBn5dD_I/T2pA8Xz_3UI/AAAAAAAAABQ/t_g_FIat-18/s1600/Sem%2Bt%25C3%25ADtulo.png 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – 
Algumas técnicas empregadas no novo paradigma 
jurídico-ecológico da Constituição Federal de 1988 
Técnica dos deveres fundamentais 
 Obrigações diretas e centrais no palco das relações sociais, 
sendo a partir dessas obrigações que se reconhecem poderes 
aos implementadores e beneficiários para fazê-las valer. 
 Forma indissolúvel entre Estado e sociedade civil, além 
de ditar o que o Estado não deve fazer ou o que lhe cabe 
compreender, a Constituição amplia essa abordagem a todos 
os seus cidadãos, considerados parceiros do pacto 
democrático, sendo esta a única possibilidade de se alcançar 
a sustentabilidade ecológica. 
Fonte: 
http://3.bp.blogspot.com/_vhJDbjZLPXM/SvATyWVL13I/AAAAAAAAC0A/M-
0Kw6Iy7Do/s400/abbtursp+-+sustentabilidade.jpg 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – 
Algumas técnicas empregadas no novo paradigma 
jurídico-ecológico da Constituição Federal de 1988 
Técnica dos princípios 
 Uma das fontes formais do Direito brasileiro, juntamente com 
as leis, a doutrina considera os principais blocos estruturais 
dorsais na composição do ordenamento. 
 A Constituição brasileira de 1988 também adota uma 
variedade de princípios ambientais. 
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-LUs1RVBGkcA/U7dhCOKaGTI/AAAAAAAAC-A/B3vdGAaby1Q/s900/library%2Bcut.jpg 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – 
Algumas técnicas empregadas no novo paradigma 
jurídico-ecológico da Constituição Federal de 1988 
Técnica da função ecológica da propriedade 
 A Constituição Federal de 1988, a exemplo de outras 
anteriores, reconheceu o direito de propriedade, porém, 
lhe impôs limites de duas ordens: 
1. cumprimento de uma função social para a propriedade, 
tornando-a produtiva; 
2. função ecológica autônoma da propriedade. 
 
Fonte: http://incaper.web407.uni5.net/img/cap5-img30-horta.jpg 
Terceiro momento histórico da legislação 
ambiental no Brasil – 
Algumas técnicas empregadas no novo paradigma 
jurídico-ecológico da Constituição Federal de 1988 
 Técnica dos objetivos públicos vinculantes – devem ser 
seguidos pelo Estado tanto na formulação como na aplicação 
de suas políticas públicas, de qualquer tipo. 
 Técnica dos instrumentos – como a necessidade de criação e 
preservação de áreas protegidas, realização de Estudo Prévio 
de Impacto Ambiental, criação de sanções penais e 
administrativas, possibilidade de atribuir responsabilidade 
civil pelos danos ambientais. 
 Técnica dos biomas e áreas especialmente destacados – 
sendo a atenção especial com alguns biomas por parte do 
legislador, do Poder Administrativo e do Poder Judiciário. 
Interatividade 
Considerando a técnica da função ecológica da propriedade, 
vimos que a Constituição Federal de 1988, a exemplo de outras 
anteriores, reconheceu o direito de propriedade, porém, lhe 
impôs limites, sendo correto afirmar que: 
a) há necessidade de obtenção de licença específica para 
o seu uso; 
b) torna-se necessário o cumprimento de uma função socialpara a propriedade, tornando-a produtiva; 
c) não é permitida a utilização de defensivos agrícolas 
em monoculturas; 
d) para o uso de turismo ecológico, deverá estar vinculada a 
pesquisas científicas através de universidades; 
e) não se pode explorar seu subsolo. 
 
 
 
 
 
 
 
ATÉ A PRÓXIMA! 
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	Terceiro momento histórico da legislação �ambiental no Brasil – Algumas técnicas empregadas no novo paradigma jurídico‑ecológico da Constituição Federal de 1988
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	Terceiro momento histórico da legislação �ambiental no Brasil –�Algumas técnicas empregadas no novo paradigma jurídico‑ecológico da Constituição Federal de 1988
	Terceiro momento histórico da legislação �ambiental no Brasil –�Algumas técnicas empregadas no novo paradigma jurídico‑ecológico da Constituição Federal de 1988
	Terceiro momento histórico da legislação �ambiental no Brasil – �Algumas técnicas empregadas no novo paradigma jurídico‑ecológico da Constituição Federal de 1988
	Interatividade
	Resposta
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