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Prevenção e combate a incêndios e explosão - Livro-Texto Unidade IV

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Unidade IV
Unidade IV
7 EXPLOSÃO
Explosão é um processo caracterizado por súbito aumento de volume e grande liberação de energia, 
geralmente acompanhado por altas temperaturas e produção de gases. Uma explosão provoca ondas de 
pressão ao redor do local onde ocorre.
São classificadas em:
• subsônica – deflagração (inferior à velocidade do som neste material);
• supersônica – detonação, ondas de choque (superior à velocidade do som neste material).
A detonação é um tipo de explosão em que a transformação química ocorre muito rapidamente, 
sendo que a velocidade de expansão dos gases é muito superior à velocidade do som naquele ambiente 
(da ordem de Km/s). Já a deflagração é um tipo de explosão em que a transformação química é bem 
mais lenta, sendo que a velocidade de expansão dos gases é, no máximo, a velocidade do som naquele 
ambiente. Nesse caso, pode se originar a combustão.
A detonação é caracterizada por apresentar picos de pressão elevada em um período extremamente 
curto, enquanto a deflagração comporta-se de maneira oposta.
A sobrepressão gerada a partir de uma explosão pode atingir valores elevados, provocando danos 
destrutivos a edificações e pessoas. A sobrepressão é normalmente expressa em bar, e a tabela a seguir 
apresenta alguns valores característicos de danos às estruturas:
Tabela 31 – Valores de sobrepressão característicos de danos às estruturas
Sobrepressão (bar) Danos às estruturas
0,3 Catastróficos
0,1 Graves
0,03 100% de ruptura de vidros
0,01 10% de ruptura de vidros
Entende-se por danos catastróficos às estruturas aqueles em que ocorre o seu colapso, deixando o 
local sem condições de uso. Danos graves não comprometem a estrutura como um todo, ou seja, é a 
ocorrência de uma rachadura, queda de telhado, porta danificada (arrancada) etc.
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É importante notar que o valor de 0,3 bar representa 3 metros de coluna d’água, que é um valor 
que normalmente não provoca “danos” às pessoas. Isto significa que as pessoas são mais resistentes à 
sobrepressão do que as estruturas, uma vez que o homem não é uma estrutura rígida, permitindo, dessa 
forma, que o impacto seja absorvido pelo organismo.
O dano mais comum provocado por uma explosão ao homem é a ruptura de tímpano, que ocorre a 
valores acima de 0,4 bar de sobrepressão.
Por ser a explosão um fenômeno extremamente rápido e incontrolável, as medidas a serem 
desencadeadas durante o atendimento a acidentes com produtos desse tipo deverão ser de caráter 
preventivo. Tais medidas incluem o controle dos fatores que podem gerar um aumento de temperatura 
(calor), choque e fricção.
Em casos de incêndio, além do risco iminente de explosão, pode-se ter a emanação de gases tóxicos e/
ou venenosos. Nesses casos, a proteção respiratória adequada é o equipamento autônomo de respiração 
a ar comprimido, além de roupas especiais.
Nos incêndios envolvendo substâncias explosivas, estes equipamentos oferecem proteção limitada 
devido à natureza do produto, ou seja, são eficientes apenas para a proteção contra gases gerados pelo 
incêndio, e não para os efeitos decorrentes de uma eventual explosão.
Outro aspecto importante diz respeito ao atendimento, em que a explosão já tenha ocorrido. De 
acordo com as características do produto envolvido, nem toda carga envolvida pode ter sido consumida 
pela explosão, podendo, portanto, haver produtos intactos nas imediações do local, razão pela qual a 
operação de remoção dos explosivos deve ser realizada sempre manualmente e com todo o cuidado 
requerido.
7.1 Tipos de explosão
As explosões podem ser de três tipos: mecânicas, nucleares e químicas. Destacamos a seguir cada 
uma delas:
• Mecânicas: provocadas pelo alívio descontrolado de pressão (exemplo: à medida que uma panela 
de pressão aquece um líquido, haverá o aumento do volume da molécula desse líquido, o que 
resultará em uma explosão, caso não haja saída para a pressão).
• Nucleares: provocadas pela fissão do átomo (exemplo: a transformação em nível atômico ocorrerá 
devido ao bombardeio de um nêutron ao núcleo do átomo de urânio, resultando na fissão do 
núcleo do átomo, acompanhado de altas temperaturas, elevada pressão e de uma nuvem de 
radiação).
• Químicas: provocadas por reações e transformações químicas.
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Pelo fato de o curso abranger a área segurança do trabalho, estudaremos um pouco mais sobre a 
explosão química. 
7.2 Subdivisão das explosões químicas
As explosões químicas subdividem-se em combustão, deflagração e detonação.
• Combustão
Ocorre a uma velocidade de transformação abaixo de 100 m/s. A camada se volatiliza e inflama ao 
atingir o ponto de fulgor. Há necessidade de oxigênio para continuar a reação.
• Deflagração
Ocorre a uma velocidade de transformação acima de 100 e abaixo 1.000 m/s. A propagação da 
reação ocorre por condução térmica (a partícula que se queima transmite calor à adjacente, que se 
queima ao atingir a temperatura de explosão).
• Detonação
Ocorre a uma velocidade de transformação acima de 1.000 m/s. A propagação da reação se dá por 
ondas de choque. A partícula que explode cria uma onda de alta pressão, a qual aquece e detona a 
partícula adjacente.
7.3 Efeitos de uma explosão
Os efeitos da explosão são divididos em efeitos primários, efeitos secundários e efeitos sobre o corpo 
humano. 
7.3.1 Efeitos primários
Os efeitos primários são aqueles diretamente relacionados ao momento primário da explosão, em 
que todos os fenômenos resultam de um mesmo fenômeno. Assim, apresentam-se:
• onda positiva – a onda positiva “empurra” o ar, gera o vácuo e vai enfraquecendo até sua força 
equiparar-se com a força da pressão atmosférica;
• onda negativa – ocorre quando a pressão atmosférica retorna na direção do epicentro da explosão, 
eliminando o vácuo deixado pela onda positiva.
7.3.2 Efeito da fragmentação
 Ocorre quando a pressão da explosão desloca o ar, resultando em lançamento de fragmentos.
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7.3.3 Efeito térmico
Esse efeito é diretamente relacionado ao fogo e ao aumento da temperatura no local e momento 
da explosão.
7.3.4 Efeitos secundários
Os efeitos secundários são aqueles que acontecem por influência por obstáculos. Aqui se destacam 
a reflexão e a convergência, que são diretamente relacionados aos obstáculos pelos quais a onda de 
choque é influenciada, o que resultará na mudança de direção ou da reflexão dessa onda. 
7.3.5 Efeitos sobre o corpo humano
Os efeitos sobre o corpo humano podem ser os seguintes:
• hemotórax (sangue na cavidade torácica);
• pneumotórax (ar livre na cavidade torácica);
• distensão dos pulmões;
• ruptura de vísceras (bexiga, fígado, rins, baço, alças intestinais);
• ruptura de tímpano;
• fratura de ossos;
• queimaduras;
• dilacerações;
• perfurações; 
• lesões múltiplas.
7.4 Áreas classificadas – atmosfera explosiva
É uma mistura de substâncias inflamáveis na forma de gases, vapores, poeiras ou fibras com ar (ou 
oxigênio). Sob condições atmosféricas, na presença de uma fonte de ignição, a combustão se propaga 
e provoca a explosão.
7.4.1 Classificação de áreas
Uma área pode ser nomeada como classificada ou não classificada. 
• Área classificada: é aquela em que está presente ou que se podeesperar que haja uma atmosfera 
de gás, vapor ou névoa em quantidades que exigirão precauções especiais para a construção, 
instalação e uso de equipamentos.
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• Área não classificada: é a região onde não se espera que uma atmosfera de gás explosivo esteja 
presente em quantidades que exijam precauções especiais para a construção, instalação e uso de 
equipamentos.
7.4.1.1 Zonas
Zoneamento é um meio de representar a frequência da ocorrência e da duração de uma atmosfera 
de gás explosivo, com base na identificação e consideração de cada uma e de todas as fontes de 
liberação nas determinadas áreas de uma instalação. Ele terá relevância e simplificará a seleção do tipo 
de equipamentos para atmosferas explosivas que pode ser usado. Portanto, as áreas classificadas são 
divididas em três zonas, que representam o risco em termos de probabilidade, frequência e duração de 
uma liberação. 
Embora não classificada nas normas, é geralmente aceito na indústria que a duração de uma liberação 
de gás, vapor ou névoa, em base anual (um ano compreende cerca de 8.760 horas), para as diferentes 
zonas, seja a seguinte:
• Zona 2: 0 – 10 horas;
• Zona 1: 10 – 1.000 horas;
• Zona 0: acima de 1.000 horas.
7.4.2 Agrupamento dos gases
Quais tipos de produtos podem produzir uma explosão?
Os produtos de risco são classificados pela ABNT (NBR-5363/98) em 4 grupos: IA, IIA, IIB e IIC.
Esses produtos geralmente são os seguintes:
• gás de aquecimento;
• hidrocarbonetos;
• solventes de cola e de adesivos;
• solventes diluentes para pinturas;
• verniz e resinas;
• aditivos de fabricação dos produtos farmacêuticos, dos corantes, dos sabores e perfumes artificiais;
• agentes de fabricação dos materiais plásticos, borracha, tecidos artificiais e produtos químicos 
de limpeza;
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• elementos de tratamento e fabricação de vários tipos de álcool e derivados; 
• certos materiais utilizados em forma de pó ou poeira. 
7.5 Espaço confinado
O espaço confinado é qualquer área não projetada para ocupação contínua, cujos meios de 
entrada e saída são limitados, e que apresente ventilação insuficiente para remover contaminantes 
perigosos e/ou concentração inadequada de oxigênio. Por exemplo: tanques, vasos, silos, armazéns de 
estocagem, contêiner, caldeiras, reatores químicos, dutos de ventilação, depósitos, túneis, galerias e 
caixas subterrâneas, poços e fossos. Não são projetados para uso ou ocupação contínua.
7.5.1 Risco de espaço confinado
7.5.1.1 Consequências das características dos espaços confinados
Uma consequência de relevante destaque para espaços confinados é a ventilação precária, fazendo 
com que a atmosfera dentro do espaço confinado seja bastante diferente da atmosfera fora dele. Gases 
perigosos podem ficar contidos no seu interior, principalmente se o espaço for utilizado para estocagem 
em processos químicos ou decomposição de matérias orgânicas. Pode haver uma quantidade de oxigênio 
inferior ao limite necessário para a respiração humana ou uma quantidade de oxigênio excessiva, o que 
aumenta o risco de explosão do local.
Outro fator são as entradas e saídas de pequenas dimensões, que normalmente são pequenas. Isso 
dificulta a passagem de ferramentas, a mobilidade do homem, a utilização de equipamentos de proteção 
individual e, consequentemente, o escape.
Por fim, destaca-se a condição de o local não ser projetado para a ocupação contínua do homem. 
Em geral, foram feitos para armazenar, isolar ou transportar produtos e materiais, o que aumenta a 
possibilidade de contato do homem com substâncias nocivas à sua saúde sempre que sua entrada no 
espaço confinado é necessária.
7.5.2 Deficiência de oxigênio
Além das concentrações de pós, gases e vapores, o socorrista deverá também se preocupar com 
o nível de oxigênio. Em uma atmosfera comum, ao nível do mar, a concentração de oxigênio fica em 
torno de 20,9%. Valores inferiores a 18% representam um perigo imediato para o homem. Portanto, 
é imprescindível que se faça o monitoramento do ar no ambiente confinado utilizando um oxímetro, 
antes de qualquer intervenção de socorro. Vale também ressaltar que as medições deverão ser 
efetuadas em pelo menos três níveis: no alto, no fundo e na altura intermediária. Caso se verifique 
que os níveis de oxigênio estão abaixo de 18%, o socorrista deverá usar um EPR em que o ar respirado 
seja totalmente independente do ar do ambiente, ou seja, um kit de respiração autônoma ou uma 
linha de ar mandado.
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 Algumas causas da deficiência de oxigênio nos espaços confinados são:
• o deslocamento do ar por gás ou vapor devido à inertização, desvaporização, elevadas concentrações 
de outros gases e vapores de incêndio; 
• a digestão de matéria orgânica por microrganismos; 
• a oxidação do ferro (ferrugem). 
 Lembrete
Independentemente das causas, as consequências serão a presença 
de uma atmosfera incapaz de sustentar a vida, em função da baixa 
concentração de oxigênio.
7.5.3 Exposição a agentes perigosos
Destacamos, a seguir, os agentes perigosos químicos e físicos:
• Químicos – são representados pelos aerodispersóides, poeiras, fumaças, fumos, gases, vapores, 
líquidos e materiais sólidos que causem algum efeito deletério quando inalados, ingeridos ou 
absorvidos pela pele e mucosas.
• Físicos – são representados pelo ruído, vibração, radiação, iluminação, pressão e temperatura 
anormais.
 Observação
Em todos os casos, o socorrista deve estar atento para esses riscos. 
Para tal, deve providenciar a verificação de todas essas variáveis, ou fazer 
um levantamento por meio de funcionários ou outros profissionais que 
tenham credibilidade para passar essas informações.
7.5.4 Explosões e incêndios
A presença de gás, vapores e pós inflamáveis em espaços confinados constituem duas situações 
de risco: a explosão/incêndio e a exposição do trabalhador a concentrações perigosas. Uma série de 
medidas preventivas devem ser tomadas. Para minimizar a exposição a esses riscos, há uma série de 
medidas preventivas que devem ser tomadas.
As explosões ou os incêndios estão relacionados a fatores como:
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• presença de gases, vapores e pós em concentrações que formem misturas inflamáveis, devido à 
ausência ou deficiência na remoção desses gases; 
• modificação das condições inicialmente presentes, por exemplo, a penetração de gases, vapores e 
outras substâncias após o início dos procedimentos de salvamento; 
• erros nas medições de monitoramento. 
7.5.5 Elétrico e mecânico
Os riscos proporcionados por fatores elétricos e mecânicos em espaços confinados dependem 
diretamente das atividades desenvolvidas. Ambos os fatores podem oferecer riscos como fontes de 
ignição ou até mesmo ocasionar acidentes em função de mau estado de conservação. Salvamentos que 
requerem o uso de materiais como refletores, exaustores, motorrebolo, kit oxiacetileno, desencarcerador 
hidráulico, ferramentas de punção etc. sempre oferecem risco elétrico ou mecânico.
7.5.6 Ergonômicos
Esses riscos existem nos locais onde o espaço a ser ocupado não é compatível com as dimensões do 
corpo humano. O desconforto e a falta de maneabilidade, além de dificultarem as ações de salvamento, 
podem provocar lesões comodistensões, câimbras e torções. 
7.5.7 Riscos combinados
A combinação de riscos deve ser observada cautelosamente, pois esta pode representar outros 
riscos, por exemplo: um curto-circuito pode provocar uma centelha, que pode causar uma explosão 
ou um incêndio, que, por sua vez, pode gerar deficiência de oxigênio. Na maioria dos casos, será muito 
complexo o processo de avaliação de todas as possibilidades. 
A ocorrência de uma atmosfera perigosa pode ter como causa gases e vapores remanescentes do 
material armazenado anteriormente no espaço ou, ainda, em uma forma mais sutil, deslocados por 
meio de tubulações ou outras formas de ligação quando o espaço está agregado a um sistema. Além 
disso, mesmo a água ou outros líquidos, que, por alguma razão, estejam presentes nesse espaço, podem 
absorver ou reagir com o oxigênio do ar. Na remoção de lamas ou resíduos, também pode ocorrer a 
liberação de gases e vapores. Devemos também levar em conta que a própria operação a ser realizada 
no local pode conduzir a riscos e perigos, como soldas e cortes a maçarico.
Na sequência desta obra, apresentaremos um pouco de mais detalhes sobre o assunto. Trata-se 
de uma parte bastante interessante para quem deseja se aprofundar, embora seja matéria básica de 
qualquer curso de formação em segurança do trabalho.
Em geral, os casos de atmosfera perigosa caracterizam-se em:
• deficiência de oxigênio;
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• gases e vapores combustíveis ou inflamáveis;
• gases e vapores tóxicos;
• névoas ou neblinas tóxicas e fumos metálicos.
Quando falamos de deficiência de oxigênio, referimo-nos ao ar normal conter 21% de oxigênio. 
Nos espaços confinados, esse nível pode baixar, seja pelo seu consumo lento, seja pelo deslocamento 
causado por outros gases. Na verdade, são riscos bastante difíceis de serem vistos pelos olhos dos leigos, 
já que o consumo lento pode ocorrer devido à ação de bactérias aeróbicas (que consomem oxigênio) e 
liberam gás carbônico ou mesmo pela oxidação de metais, um caso comum – o enferrujamento de ferro. 
Já o deslocamento ocorre pela presença ou uso de gases como nitrogênio, carbônico, argônio e o hélio.
Já ao falarmos de gases e vapores combustíveis e inflamáveis, nos referimos à presença de elementos 
que podem inflamar ou explodir mediante uma fonte de ignição. Obviamente, isso depende das 
concentrações estarem dentro das faixas de inflamabilidade ou explosividade. Atenção especial deve 
ser conferida a espaços utilizados ou ligados a instalações com uso de solventes, gasolina, GLP, álcool, 
desengraxantes etc.
No que diz respeito aos gases e vapores tóxicos, as primeiras referências a serem tomadas como 
base são o limite de tolerância e o tempo de exposição. No entanto, uma análise simples, sem maior 
embasamento técnico, pesquisa ou avaliação por instrumentos pode ser catastrófica, principalmente 
por não sabermos ao certo o que de fato há dentro de um desses espaços, e também pela possibilidade 
de gases e vapores serem formados em reações, sejam elas naturais, sejam causadas pela natureza do 
trabalho a ser realizada, seus equipamentos e meios. Para liberar esse tipo de trabalho, é necessário que 
o profissional responsável tenha alguns conhecimentos de toxicologia, em especial no que diz respeito 
aos gases irritantes e asfixiantes.
Já no caso das névoas ou neblinas tóxicas e fumos metálicos, estes estão geralmente associados à 
realização de soldas em superfícies metálicas que contenham chumbo, cromo, níquel etc., ou ainda em 
casos de pintura.
Além das questões da atmosfera perigosa, também devemos considerar a possibilidade de riscos 
menos subjetivos, tal como o contato da pele e olhos com substâncias agressivas.
Essencial a qualquer programa de riscos para espaços confinados é o estudo dos meios e possibilidades 
para retirada e socorro das pessoas. Os meios de minimização de consequências devem ser levados em 
conta em trabalhos dessa natureza.
Condições de entrada aceitáveis
É preciso especificar condições de entrada aceitáveis, tais como:
• isolar o espaço confinado;
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• realizar purga, inertização, lavagem ou ventilação do espaço confinado, que são medidas de 
controle necessárias para eliminar ou controlar os riscos atmosféricos;
• providenciar barreiras para proteger os trabalhadores que entraram nos espaços confinados dos 
riscos externos;
• verificar que as condições nos espaços confinados são aceitáveis para a entrada no período em 
que estarão sendo desenvolvidos os procedimentos de entrada.
7.5.8 Equipamentos
O empregador deve providenciar os equipamentos, sem custos aos trabalhadores, a quem deve 
treinar tanto para a operação quanto para execução da manutenção deles, de modo que funcionem 
adequadamente durante o uso. Os principais equipamentos são:
• de teste e monitoramento necessários;
• de ventilação, necessários para obter as condições de entrada aceitáveis;
• de comunicação;
• de proteção individual, a menos que as medidas de controle como as de engenharia e práticas 
seguras de trabalho não protejam adequadamente os trabalhadores;
• de iluminação à prova de explosão, necessário para permitir que os trabalhadores vejam 
suficientemente bem o trabalho que deve ser desenvolvido de forma segura e permitir a saída 
rápida do espaço em uma emergência;
• barreiras e escudos;
• escadas para entrada e saída seguras pelos trabalhadores autorizados;
• de emergência e resgate, exceto aqueles que são fornecidos pelo serviço de resgate;
• quaisquer outros equipamentos necessários para entrada segura e resgate nos espaços confinados.
7.5.9 Avaliação de espaços confinados
É de suma importância avaliar as condições dos espaços confinados quando algumas operações de 
entrada forem conduzidas:
• Testar as condições nos espaços confinados para determinar se as condições de entrada aceitáveis 
existem antes que a entrada seja autorizada a começar, exceto se o isolamento do espaço não for 
possível, porque o espaço é muito grande ou é parte de um sistema contínuo (tais como esgoto). Os 
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testes de pré-entrada deverão ser extensivamente realizados antes que a entrada seja liberada. Caso 
a entrada for autorizada, as condições de entrada deverão ser continuamente monitoradas nas áreas 
onde os trabalhadores autorizados estiverem trabalhando;
• Testar e monitorar os espaços confinados para determinar se as condições de entrada são aceitáveis 
e se estão sendo mantidas durante o curso das operações de entrada;
• Quando testar os riscos atmosféricos, deve-se testar primeiramente o teor de oxigênio, depois os 
gases e os vapores inflamáveis e, por fim, os vapores e gases tóxicos.
7.5.10 Procedimentos de monitoramento de espaços confinados
É necessário providenciar ao menos um vigia no exterior do espaço confinado, e esse profissional é 
responsável pela autorização da duração das operações de entrada.
Designar as pessoas que têm obrigações ativas (exemplos: trabalhadores autorizados, vigias, 
supervisores de entrada ou pessoas que testam ou monitoram as atmosferas em espaços confinados) 
nas operações de entrada, identificando os deveres de cada trabalhador e providenciar que cada um 
tenha o treinamento requerido.
Deve-se desenvolver e implementar procedimentos para a chamada dos serviços de emergência 
e de resgate, para o resgate dos trabalhadores de espaços confinados, para providenciar os serviços 
de emergência necessários paraos trabalhadores resgatados e, ainda, para prevenir que pessoal não 
autorizado atenda a um resgate.
Também é importante implementar um sistema para preparação, emissão, uso e cancelamento 
de permissões de entrada. É necessário estabelecer procedimentos de coordenação de operações de 
entrada com os trabalhadores não autorizados para quando estiverem trabalhando simultaneamente 
com os trabalhadores autorizados em um espaço confinado, de tal modo que os trabalhadores de um 
empregador não coloque em risco os trabalhadores de outro.
Destacam-se, por fim, mais três pontos relevantes:
• desenvolver e implementar procedimentos (tais como o fechamento de um espaço confinado 
e o cancelamento de uma permissão) necessários para a conclusão de entradas depois que as 
operações de entrada tiverem sido completadas;
• revisar as operações de entrada quando o empregador tiver razão para acreditar que as medidas 
tomadas sob o programa de espaço confinado que requer permissão de entrada não puder 
proteger os trabalhadores; 
• revisar o programa para corrigir as deficiências encontradas que existam antes que entradas 
subsequentes sejam autorizadas.
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7.5.11 Sistema de permissão
Antes que a entrada seja autorizada, o empregador deverá registrar o elenco de medidas necessárias 
para a preparação de uma entrada segura. É preciso, ainda, que o supervisor de entrada identificado na 
permissão assine o documento de permissão de entrada para autorizar a entrada.
A permissão completa estará disponível para todos os trabalhadores autorizados pela sua fixação na 
porta de entrada ou por quaisquer outros meios igualmente efetivos, de tal forma que os trabalhadores 
possam confirmar que as condições de preparação de pré-entrada tenham sido finalizadas.
A duração da permissão não pode exceder o tempo requerido para completar as tarefas designadas 
ou trabalhos identificados na permissão de entrada.
O supervisor de entrada terminará a entrada e cancelará a permissão de entrada quando:
• as operações de entrada cobertas pela permissão de entrada tiverem sido completadas;
• uma condição que não é permitida sob a permissão de entrada ocorrer dentro ou nas proximidades 
do espaço confinado.
O empregador deverá reter cada permissão de entrada cancelada por pelo menos um ano para 
facilitar a revisão do programa. 
 Lembrete
Quaisquer problemas encontrados durante uma operação de entrada 
serão anotados na permissão pertinente para que as revisões apropriadas 
no programa possam ser devidamente conduzidas.
7.5.12 Permissão de entrada
A permissão de entrada que documenta a conformidade com a lei e autoriza a entrada em um 
espaço confinado identificará:
• o espaço confinado a ser adentrado;
• o objetivo da entrada;
• a data e a duração da autorização da permissão de entrada;
• os trabalhadores autorizados em um espaço confinado, que deverão ser relacionados por nome;
• o pessoal por nome que geralmente atua como vigia;
• as pessoas pelo nome que muitas vezes trabalham como supervisores de entrada, com um espaço 
para assinatura do supervisor que autorizou a entrada;
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• os riscos do espaço confinado a ser adentrado;
• as medidas usadas para isolar o espaço confinado e para eliminar ou controlar os riscos do espaço 
confinado antes da entrada.
 Observação
Essas medidas podem incluir o lacre ou travamento do equipamento e 
procedimentos para purga, inertização, ventilação ou lavagens de espaços 
confinados.
A permissão de entrada é válida somente por 8 horas. Deverão ser feitas duas cópias, uma para ser 
arquivada no setor do espaço confinado e outra no SESMT. Todas as cópias deverão ficar no local de 
trabalho até o término da atividade. Depois, uma cópia deverá retornar ao SESMET.
Condições de entrada aceitáveis
Os resultados dos testes iniciais e periódicos realizados e acompanhados pelos nomes dos 
trabalhadores que realizaram os testes devem indicar quando eles foram realizados.
Destacam-se, ainda, os seguintes quesitos:
• os serviços de resgate e emergência que podem ser chamados e os meios (tais como o equipamento 
a ser usado e os números telefônicos a serem chamados) para efetuá-los;
• os procedimentos de comunicação usados pelos trabalhadores autorizados e pelos vigias para 
manterem contato durante a entrada;
• equipamento, tais como equipamento de proteção individual, de teste e monitoramento, de 
comunicação, sistemas de alarme e materiais de resgate a serem providenciados;
• quaisquer outras informações cuja inclusão seja necessária, dadas certas circunstâncias de um 
espaço confinado em particular, de forma a assegurar a segurança dos trabalhadores; 
• quaisquer permissões adicionais, tais como para trabalhos a quente, que tenham sido emitidas 
para autorizar o trabalho no espaço confinado.
Deveres dos trabalhadores autorizados
O empregador deverá assegurar que todos os trabalhadores autorizados:
• conheçam os riscos que possam encontrar durante a entrada, incluindo informações sobre o 
modo, sinais ou sintomas e consequências da exposição;
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• uso adequado de equipamentos;
• comunicação com o vigia sempre que for necessário, a fim de permitir que o vigia monitore o 
estado atual do trabalhador e permita que o vigia alerte os trabalhadores da necessidade de 
abandonar o espaço.
7.5.13 Alertas
É preciso alertar o vigia sempre que o trabalhador reconhecer algum sinal de perigo ou sintoma de 
exposição a uma situação perigosa. Outro caso de alerta é quando o trabalhador detecta uma condição 
proibida.
7.5.14 Abandono
A saída de um espaço confinado deve ser processada o mais rápido possível se:
• o vigia ou supervisor de entrada emitirem uma ordem de abandono;
• o trabalhador reconheça algum sinal de perigo ou sintoma de exposição a uma situação perigosa;
• um alarme de abandono for ativado.
7.5.15 Deveres dos vigias
O empregador deve se assegurar que cada vigia:
• conheça os riscos que possam ser enfrentados durante a entrada, incluindo informação sobre o 
modo, sinais ou sintomas e consequências da exposição;
• esteja ciente de possíveis efeitos ambientais, dos riscos de exposição nos trabalhadores autorizados;
• mantenha continuamente uma contagem precisa do número de trabalhadores autorizados no 
espaço confinado e assegure que os meios usados para identificá-los sejam exatos na identificação 
daqueles que estão no espaço confinado;
• permaneça fora do espaço confinado durante as operações de entrada até que seja substituído 
por um outro vigia.
 Observação
Quando o programa de permissão de entrada em espaços confinados 
que requerem permissão de entrada do empregador permite que o vigia 
entre para resgate, os vigias podem adentrar em um espaço confinado se 
tiverem sido treinados e equipados para operações de resgate.
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A comunicação com os trabalhadores autorizados é necessária para monitorar o estado dos 
trabalhadores e para alertá-los quanto à necessidade de abandonar o espaço confinado. Não devem ser 
realizadas tarefas que possam comprometer o primeiro dever do vigia, que é o de monitorar e proteger 
os trabalhadores autorizados.
7.5.16 Abandono
As atividades de monitoramento dentro e fora do espaço determinam se hásegurança para os 
trabalhadores permanecerem no espaço confinado e ordenar aos trabalhadores autorizados o abandono 
do local imediatamente. Isso ocorre sob quaisquer das seguintes condições:
• se o vigia detectar uma condição proibida;
• se o vigia detectar os efeitos ambientais de uma exposição a risco em um trabalhador autorizado;
• se um vigia detectar uma situação externa ao espaço que possa causar perigo aos trabalhadores 
autorizados;
• se o vigia não puder desempenhar efetivamente e seguramente todos os seus deveres;
• se a chamada de resgate e outros serviços de emergência não puder ser atendida tão cedo e 
também não puder determinar o vigia que autorizou os trabalhadores que possam necessitar 
dessa assistência para escapar dos riscos de um espaço confinado.
7.5.17 Pessoas não autorizadas
Quando as pessoas não autorizadas se aproximarem ou entrarem em um espaço confinado enquanto 
a entrada estiver transcorrendo, é preciso tomar as seguintes ações:
• avisar as pessoas não autorizadas que elas devem sair ou ficar longe do espaço confinado;
• avisar as pessoas não autorizadas que elas devem sair imediatamente caso elas tenham adentrado 
no espaço confinado;
• informar aos trabalhadores autorizados e ao supervisor de entrada que pessoas não autorizadas 
entraram no espaço confinado;
• realizar resgate de pessoas não autorizadas.
7.5.18 Os deveres do supervisor de entrada
Cabe ao empregador assegurar que cada supervisor de entrada:
• conheça os riscos que possam ser encontrados durante a entrada, incluindo informação sobre o 
modo, sinais ou sintomas e consequências da exposição;
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• verifique, pela método de checagem, que tenham sido feitas entradas apropriadas segundo a 
permissão de entrada e que todos os testes especificados na permissão tenham sido executados; 
• assegure que todos os procedimentos e equipamentos listados na permissão estejam no local 
antes que ocorra o endosso da permissão e permita que se inicie a entrada;
• cancele os procedimentos de entrada e a permissão de entrada quando necessário;
• verifique que os serviços de emergência e resgate estejam disponíveis e que os meios para acioná-
los estejam operantes;
• remova as pessoas não autorizadas que entram ou que tentam entrar no espaço confinado 
durante as operações de entrada;
• determine, no caso de troca de turno do vigia, que a responsabilidade pela operação de entrada 
no espaço confinado seja transferida para o próximo vigia. 
• mantenha as condições de entrada aceitáveis.
7.5.19 Serviços de emergência e resgate
Alguns requerimentos se aplicam aos empregadores que tenham trabalhadores que entrem em 
espaços confinados para executar os serviços de resgate.
O empregador deverá assegurar que cada membro do serviço de resgate tenha equipamento de 
proteção individual e de resgate necessários para realizar resgates de espaços confinados e sejam 
treinados para usá-los.
Cada membro do serviço de resgate deverá ser treinado para desempenhar as tarefas de resgate 
designadas, e também deverá receber também o mesmo treinamento requerido para os trabalhadores 
autorizados. A equipe precisa realizar a prática de resgate de espaços confinados ao menos uma vez 
a cada 12 meses, por meio de operações de resgate simuladas nas quais eles removam manequins ou 
pessoas dos atuais espaços confinados ou locais representativos.
Por fim, cada membro do serviço de resgate será treinado em primeiros socorros básicos e em 
reanimação cardiopulmonar (RCP). Ao menos um membro do serviço de resgate deverá estar disponível 
e ter certificação atual em primeiros socorros e em RCP.
 Lembrete
Espaços confinados representativos são os que, com respeito ao 
tamanho da abertura, configuração e meios de acesso, simulam os tipos de 
espaços confinados nos quais o resgate será executado.
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7.5.20 Serviços de terceiros
Quando um empregador contrata serviços de terceiros para atuar no resgate de espaços confinados, 
deverá informar ao serviço de resgate dos riscos que eles poderão encontrar quando chamados para 
realizar resgate em uma instalação do empregador contratante.
Deverá, ainda, providenciar que o serviço de resgate tenha acesso a todos os espaços confinados, 
para que o serviço de resgate possa desenvolver planos de resgate apropriados e práticas operações de 
resgate.
7.5.21 Sistemas de resgate
Os sistemas de resgate deverão seguir determinados requerimentos.
Para facilitar a retirada de pessoas do interior de espaços confinados, sem que a equipe de resgate 
precise adentrar nele, podem ser utilizados sistemas de resgate ou métodos predeterminados, bem como 
equipamentos de resgate, desde que ele não aumente o risco geral da entrada ou não contribua para o 
resgate de um trabalhador. 
Cada trabalhador autorizado usará um cinto de corpo inteiro ou de tórax, com uma linha de resgate 
conectada no centro das costas do trabalhador, próxima ao nível dos ombros ou acima de sua cabeça. 
Pulseiras podem ser usadas em vez do cinto de corpo ou de tórax caso o empregador puder demonstrar 
que o uso de um cinto de corpo inteiro ou de tórax é inviável ou aumenta o risco e que o uso das 
pulseiras é mais seguro e eficiente.
A outra extremidade da linha de resgate deverá estar conectada a um dispositivo mecânico ou a 
um ponto fixo externo ao espaço confinado de forma que o resgate possa iniciar seu trabalho logo que 
o socorrista perceber o risco. O dispositivo mecânico deverá estar disponível para resgatar pessoas de 
espaços confinados típicos com aberturas verticais com mais de 1,5 m de altura.
A folha de dados, ficha técnica, e toda e qualquer informação de substâncias tóxicas ou asfixiantes 
que possam estar presentes na atmosfera do espaço confinado deverão estar disponíveis na instalação 
médica (onde o trabalhador exposto será tratado), nas instalações do empregador, com a equipe de 
resgate, o supervisor de entrada e também o vigia, para o pronto atendimento de emergência, no caso 
de um trabalhador ser afetado.
7.5.22 Materiais úteis na realização de salvamentos em espaços confinados
Como já destacamos nesta obra, cada situação requer uma estratégia específica. A retirada de uma 
vítima inconsciente de dentro de um tanque que possui resíduos químicos, por exemplo, certamente vai 
exigir técnicas e cuidados diferentes da retirada de uma vítima do interior de um motor em uma usina 
termoelétrica. No entanto, para que se esteja preparado para atuar com eficácia e brevidade, é preciso 
que se disponha de todo o aparato, para que nas emergências o material necessário esteja prontamente 
disponível.
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Embora o êxito de uma operação muitas vezes se deva à versatilidade, à coragem e à inteligência 
dos homens envolvidos, a relação de materiais específicos apenas representa a situação ideal de aporte 
e segurança para os salvamentos em ambientes confinados.
7.5.22.1 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
Vejamos a seguir alguns EPI de muita importância:
• capacete; 
• roupas de proteção química (níveis A, B e C); 
• sistema de respiração autônoma com cilindro de fuga; 
• óculos de segurança; 
• luvas (PVC ou vaqueta); 
• kit de salvamento em altura. 
7.5.22.2 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)
Destacamos alguns EPC:
• exaustor; 
• tripé; 
• Iluminação; 
• bomba portátil com resistência química. 
7.5.22.3 Equipamentospara salvamento
Apresentamos alguns equipamentos de salvamento mais utilizados:
• prancha de imobilização offshore; 
• ked; 
• colar cervical; 
• cinto-cadeira; 
• capacete; 
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• corda estática com 50 metros; 
• fitas tubulares; 
• mosquetão; 
• desencarcerador hidráulico; 
• motocortador; 
• tirfor; 
• croque; 
• escada prolongável; 
• ferramentas pequenas (alicate, chaves de fenda, chaves combinadas etc.). 
7.5.22.4 Instrumentos
Há poucos instrumentos para destacar:
• rádios transceptores; 
• detector de gases; 
• explosímetro. 
 Observação
Todos os equipamentos elétricos, eletrônicos ou que produzam 
centelhas devem ser à prova de explosão, ou seja, intrinsecamente seguros. 
7.5.23 Protocolo de atendimento a emergências em ambientes confinados
Como estudamos neste livro-texto, é muito ampla a gama de cenários possíveis em uma emergência 
em ambiente confinado. No entanto, há como estabelecer, em linhas gerais, um plano de atuação 
abordando os cuidados necessários para se garantir o máximo de segurança, tanto para a vítima como 
para o socorrista. Neste caso, o “segredo” está descrito nos seguintes passos:
1º passo: agir em equipe
É completamente incabível uma ação planejada de resgate em ambiente confinado que envolva 
apenas um socorrista. A complexidade das operações no salvamento mais simples exige ao menos dois 
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bombeiros preparados para fazer a intervenção e a retirada de vítimas. Neste caso, o segundo homem 
atuará como vigia do primeiro. Em situações com uma complexidade maior, a equipe mínima necessária 
será de quatro homens.
2º passo: identificar todos os riscos que a atividade envolve
Além de dispor e estar treinado para utilizar os equipamentos já citados anteriormente, é importante 
que o socorrista seja assessorado por, no mínimo, um funcionário que conheça os processos que 
envolvem o espaço confinado onde ocorreu o acidente. Este deve ser capaz de transmitir informações 
precisas e seguras, tanto no que tange à arquitetura do local como em relação às manobras necessárias 
para interromper todas as atividades inerentes a ele. O socorrista deverá mensurar: a presença dos 
riscos referentes à deficiência de oxigênio; exposição a agentes perigosos; explosões e incêndios; fatores 
mecânicos, elétricos e ergonômicos. 
3º passo: traçar um plano que equilibre as três vertentes: adequação aos recursos disponíveis, 
rapidez e segurança
Uma vez identificados os riscos, o socorrista deverá planejar suas ações considerando todas as 
possibilidades de falhas e acidentes. O ideal é eliminar os riscos sempre que for possível e, quando 
não for, escolher o EPI mais adequado para a viabilização do serviço. Exemplo: se o risco em uma 
determinada situação é a eletrocussão, a melhor conduta seria desligar a fonte de energia, o que, na 
maioria dos casos, é fácil. Já em situações em que o risco seja a atmosfera contaminada com gases 
asfixiantes, caso não seja possível purificar o ar do ambiente, a melhor conduta seria equipar-se com 
um kit de respiração autônoma.
4º passo: ter em mente caminhos alternativos para se lançar mão sempre que for necessário
Caso a estratégia traçada pelo socorrista seja inviabilizada por qualquer motivo, é preciso que uma 
segunda conduta esteja previamente preparada, pois o tempo é uma das variáveis mais importantes e 
valiosas, não devendo ser desperdiçado.
5º passo: escolher o EPI adequado e equipar-se corretamente
A escolha do EPI é algo que exige bastante preparo técnico. É evidente que o mau uso do equipamento 
correto, ou a escolha de um equipamento aquém do necessário, inevitavelmente acarretará o fracasso 
da operação. Por outro lado, o EPI muitas vezes restringe as ações e a mobilidade do socorrista, o que 
poderá prejudicar o êxito no salvamento se houver exagero em sua escolha. 
6º passo: tomar providências que garantam a manutenção de todas as manobras de segurança 
durante a realização do serviço
Esta é a etapa mais importante e mais difícil a ser realizada, pois exige o conhecimento acerca dos 
processos específicos do ambiente em questão. Consiste em providenciar o fechamento de válvulas 
ou o bloqueio de tubulações, o corte da energia elétrica, o estabelecimento de exaustores etc., sempre 
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mantendo algum tipo de proteção que assegure que nenhuma dessas medidas seja violada. Esse objetivo 
é alcançado por meio de: sinalizações; uso de cadeados ou trancas; supervisão; pelo uso simultâneo de 
todos esses recursos.
7.5.24 Condições do trabalhador
7.5.24.1 Deveres do trabalhador
Há alguns fatores muito relevantes para determinadas condições. Destacamos a seguir os deveres 
do trabalhador:
• ser qualificado;
• não apresentar transtorno ou doença que possam ser desencadeadas ou agravadas durante a 
realização do trabalho em ambientes confinados;
• estar psicologicamente preparado para o trabalho nas condições especiais que representam o 
espaço confinado, além de possuir suficiente grau de instrução que o permita compreender o 
treinamento ministrado para ao trabalho; 
• evitar o excesso de peso;
• não ser portador de alergia respiratória, como asma e rinite alérgica, pois necessitará usar muitas 
vezes máscara contra poeira, vapores e gases, ou suprimento de ar puro; 
• não deve ser portador de doença cardiovascular como hipertensão arterial, arritmias cardíacas e 
insuficiência coronariana;
• não deve ser portador de transtornos mentais e neurológicos como ansiedade, esquizofrenia, 
depressão, distúrbio bipolar, epilepsia, fobia de altura (acrofobia), fobia de locais fechados 
(claustrofobia) e outras; 
• não deve ser portador de quaisquer doenças na fase aguda que contraindicam o trabalho em 
espaços confinados, desde uma gripe, sinusite, dermatoses e outras.
7.5.25 Riscos à saúde
Existem riscos à vida e à saúde relevantes. 
A asfixia pode causar a morte. Antes disso, o trabalhador poderá ficar desorientado, confuso, agitado 
e inadvertidamente muitos pensarão que ele estará tendo uma crise nervosa. Esses são sintomas de 
asfixia, como ocorre com uma pessoa está se afogando. 
Outro risco é a presença de gás ou vapor tóxico, sendo muito comum se encontrar gás sulfídrico, 
aquele com cheiro de ovo podre. O H2S é muito comum nas galerias de esgoto, estações subterrâneas 
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de energia elétrica e minas. Por exemplo, o metano, asfixiante simples, também pode ser encontrado 
nos espaços confinados, deslocando o oxigênio. São produzidos pela decomposição da matéria 
orgânica. Várias doenças causadas por micro-organismo (vírus, bactérias, helmintos e protozoários) 
podem ser adquiridas quando as regras básicas de proteção são desrespeitadas. A mais comum é a 
leptospirose, que é transmitida pela urina de rato contaminada. Esta doença poderá causar a morte 
por hepatite aguda fulminante ou insuficiência renal aguda.
A hepatite A é outra doença comum de ocorrer. É perfeitamente evitável por meio de vacinação e 
medidas adequadas de proteção ao trabalhador. 
As infecções de pele podem ser causadas pelo contato com matéria orgânica infectada de 
microorganismo. Todas evitáveis com o uso de equipamentos de proteção adequados. Destacam-se, 
ainda, as doenças decorrentes dos produtosquímicos usados na limpeza de tanques, reatores e outros 
equipamentos. Os contatos com a pele, as mucosas e as vias respiratórias podem causar desde irritação 
até intoxicações generalizadas. 
A inalação dos fumos das soldas ou a ação das radiações não ionizantes procedentes do trabalho 
com solda e corte nesses ambientes também propiciam lesão na pele, olhos e vias aéreas.
As doenças ocorrem nesses locais por vários motivos. A má ventilação dos espaços confinados propicia 
diversas doenças respiratórias. Alguns fatores relevantes são: a falta de EPI ou o uso inadequado; a falta 
de higiene da pele e do EPI; e o desconhecimento dos fatores de risco ou certo grau de negligência.
O melhor tratamento sempre é a prevenção. Cada eventualidade deve ser tratada de acordo com 
sua especificidade. No caso de asfixia, o resgate deve ser imediato. A vítima deve ser colocada em local 
arejado, sem substâncias tóxicas. Em seguida, deve ser adequadamente ventilada com oxigênio e então 
removida para o serviço médico da empresa ou hospital. Quando houver contaminação do vestuário, 
este deve ser substituído imediatamente, para que seja evitado o contato com a pele. Em caso de 
contato cutâneo, deve-se providenciar a imediata remoção da substância tóxica da pele.
Para preveni-las, o trabalhador necessita ser adequadamente informado dos fatores de riscos 
existentes no espaço confinado e principalmente compreender a natureza desses riscos e como enfrentá-
los. Deve conhecer bem a razão dos procedimentos de comunicação com o observador (vigia) e do 
sistema de resgate em caso de alguma anormalidade para usar os equipamentos de proteção individual. 
Trabalhadores sem boas condições físicas e psíquicas não devem trabalhar nos ambientes confinados.
É importante ressaltar que para que os sintomas e lesões sejam minimizados é preciso um bom 
sistema de intercomunicação e resgate. Quanto mais tempo se perder no resgate, maiores serão as 
chances de complicações.
Os trabalhadores em geral deveriam obrigatoriamente ser vacinados contra o tétano. Aqueles que 
forem trabalhar em locais com material biológico deveriam ser vacinados contra a hepatite A e por 
extensão contra a hepatite B. Estes também deveriam receber no início do outono a vacina antigripal. 
Outras vacinas dependeriam da realidade epidemiológica da região onde os trabalhos seriam realizados. 
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Por exemplo, aqueles que necessitarem trabalhar na região onde a febre amarela é endêmica, também 
deveriam receber a vacina contra essa doença pelo menos dez dias antes de se deslocarem para lá.
7.6 Explosões confinadas e não confinadas
As explosões confinadas ou CVEs (confined vapour explosion) são aquelas que se desenvolvem 
dentro de equipamentos ou dentro de prédios que resultam da ignição acidental de uma mistura gasosa 
e/ou de pós provenientes de um vazamento. Nesse caso, pode-se provocar a formação de produtos de 
combustão e ocorrer o aumento de temperatura e pressão, o que poderá conduzir a um rompimento 
do vaso, à fragilização das paredes ou a quebra de vidros, no caso do evento ter ocorrido no interior de 
uma edificação. 
As explosões não confinadas ou UVCEs (unconfined vapour cloud explosion) são aquelas decorrentes 
de um vazamento de uma nuvem de vapor ou gás inflamável para o exterior de um equipamento e/ou 
edificação. Esse vazamento pode atingir condições de explosividade caso alcance uma fonte de ignição. 
Como os vapores são muitas vezes invisíveis e de difícil percepção, os UVCEs são muitos desastrosos.
Existem diversas teorias e cálculos para se determinar o potencial de destruição de CVEs e de UVCEs. 
A relação empírica mais conservadora para se estimar a influência do volume do vaso na severidade de 
uma explosão é a chamada lei cúbica: o produto da máxima velocidade de aumento de pressão pela raiz 
cúbica do volume do vaso é uma constante. Apresenta-se na fórmula a seguir:
(dP/dt)max . V^ 1/3= Kst
7.7 Bleve
O Bleve (boiling liquid expanding vapor explosion – explosão do vapor do líquido em expansão) é 
um fenômeno decorrente da explosão catastrófica de um reservatório, quando um líquido nele contido 
atinge uma temperatura bem acima da sua temperatura de ebulição à pressão atmosférica, com 
projeções de fragmentos e expansão adiabática. 
Envolve uma substância inflamável, a liberação dá lugar à formação de uma bola de fogo. A bola 
de fogo é constituída dos vapores inflamáveis, que formam um núcleo rico em gases inflamáveis, que, 
por sua vez, queima na medida em que há incorporação de ar. A queima ocorre da parte externa para 
a interna da bola de fogo e se caracteriza por emitir fluxos térmicos muito intensos. A queima se dá de 
forma muito intensa, liberando grande quantidade de energia. A bola se expande e tende a subir.
As consequências do BLEVE são:
• onda de sobrepressão gerada na explosão; 
• lançamento de projéteis (partes do reservatório); 
• fluxo térmico bastante intenso pela bola de fogo. 
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Todos estes três efeitos podem levar a danos fatais sobre aquelas pessoas expostas, além de danos 
materiais.
7.7.1 Boilover
Boilover é o termo que denomina a explosão devido à evaporação súbita da água residual em 
tanques de petróleo após um incêndio prolongado. Esse tipo de efeito só ocorre após algumas horas 
de incêndio. Momentos antes da explosão, as chamas do tanque ficam fortes, indicando a explosão 
iminente. Não são esperadas vítimas fatais, mas os danos materiais são intensos, haja vista a projeção 
do líquido incandescente e das chamas após a explosão.
A radiação térmica gerada como efeito dos diferentes tipos de incêndio pode gerar danos sobre 
pessoas ou ativos.
Tabela 32 – Efeitos de incêndio 
Intensidade 
(kW/m2) Efeitos
37,5 Danos a equipamentos
25 Ignição espontânea em madeira em exposição prolongada
12,5 Ignição de madeira em presença de chama piloto, fusão de tubulações plásticas 
9,5 Dores após 8 s de exposição, queimaduras de segundo grau (bolhas na pele) em 20 s
4 Dores em 20 s, 0% de letalidade 
1,6 Não causa problemas em exposições prolongadas
Fonte: CCPS (2000).
7.8 NR-20 – Líquidos combustíveis e inflamáveis
A norma regulamentadora 20, de 8 de junho de 1978, dispõe sobre questões relativas à segurança e 
medicina do trabalho.
Quadro 18 – Portarias federais
Interferência(s) Requisito(s)
Aprovada Portaria 3.214, de 8 de junho de 1978
Alterada Portaria 308, de 29 de fevereiro de 2012
Alterada Portaria 1.079, de 16 de julho de 2014
A NR 20 foi alterada em toda a sua íntegra pela Portaria 308, de 29 de fevereiro de 2012. Os itens 
citados no quadro a seguir entrarão em vigor conforme descrito, contando o prazo a partir da publicação 
da Portaria 308/12, que ocorreu em 6 de março de 2012:
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Quadro 19 – Prazos das Portarias
Item Prazo
20.5.2 9 (nove) meses; exceto para alíneas “e” e “h”, que devem observar os estabelecidos no item 20.10.4.
20.5.2.1 12 (doze) meses.
20.5.3
18 (dezoito) meses para instalações Classe I;
24 (vinte e quatro) meses para instalações Classes II e III.
20.5.7 6 (seis) meses.
20.7.1 De acordo com os prazos estabelecidos para análise de riscos, nos itens 20.10.3 e 20.10.4.
20.7.1.1 6 (seis) meses.
20.7.5 12 (doze) meses.
20.7.5.1 12 (doze) meses.
20.8.1
12 (doze) meses para instalações Classes II e III;
15 (quinze) meses para instalações Classe I.
20.9.2 3 (três) meses.
20.10.3
Para instalaçõesClasse I:
12 (doze) meses em 50% da instalação (operações que envolvam processo ou processamento);
18 (dezoito) meses em 100% da instalação (operações que envolvam processo ou 
processamento);
Nota A.S.: Prazo alterado até 6/9/2014, por força da Portaria 1.079, de 16/7/2014.
20.10.4
Para instalações classes II e III:
9 (nove) meses em 30% da instalação (operações que envolvam processo ou processamento);
15 (quinze) meses em 60% da instalação (operações que envolvam processo ou 
processamento);
24 (vinte e quatro) meses em 100% da instalação (operações que envolvam processo ou 
processamento);
Nota A.S.: Prazo alterado até 6/12/2014, por força da Portaria 1.079, de 16/7/2014.
20.10.7 De acordo com os prazos estabelecidos para análise de riscos, nos itens 20.10.3 e 20.10.4.
20.11.1
Para instalações classe I:
9 (nove) meses para 30% dos trabalhadores da instalação;
15 (quinze) meses para 60% dos trabalhadores da instalação;
18 (dezoito) meses para 100% dos trabalhadores da instalação.
Nota A.S.: Prazo alterado até 6/9/2014, por força da Portaria 1.079, de 16/7/2014.
Para instalações classes II e III:
12 (doze) meses para 30% dos trabalhadores da instalação;
15 (quinze) meses para 60% dos trabalhadores da instalação;
24 (vinte e quatro) meses para 100% dos trabalhadores da instalação;
Nota A.S.: Prazo alterado até 31/3/2015, por força da Portaria 1.079, de 16/7/2014.
20.12.1 10 (dez) meses.
20.12.2.1
12 (doze) meses para 30% das fontes identificadas;
18 (dezoito) meses para 60% das fontes identificadas;
24 (vinte e quatro) meses para 100% das fontes identificadas.
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20.14.1 De acordo com os prazos estabelecidos para análise de riscos, nos itens 20.10.3 e 20.10.4.
20.14.6 6 (seis) meses, para incluir na relação de exames prevista no PCMSO.
20.16.2.2 6 (seis) meses.
20.17.2.1
18 (dezoito) meses para as alíneas “c” e “e”;
12 (doze) meses para as demais alíneas e caput do subitem.
20.19.1 6 (seis) meses, sendo que para os documentos que possuam prazos superiores a este, respeitar-se-á o respectivo prazo.
1.1 - Anexo I
9 (nove) meses para instalações com até 10 trabalhadores;
15 (quinze) meses para instalações acima de 10 trabalhadores.
2 – Anexo I 6 (seis) meses ou quando da análise global do PPRA, se realizada em prazo superior.
2.1 – Anexo I
9 (nove) meses para instalações com até 100 trabalhadores;
15 (quinze) meses para instalações acima de 100 trabalhadores.
3.1 – Anexo I 15 (quinze) meses.
Fonte: Brasil (1978).
 Saiba mais
Saiba mais detalhes sobre a NR-20: 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria GM nº 3.214, de 08 
de junho de 1978. NR-20 – Líquidos combustíveis e inflamáveis (120.000-
3). Brasília: SIT/DSST. Disponível em: <http://www010.dataprev.gov.br/
sislex/paginas/05/mtb/20.htm>. Acesso em: 19 mar. 2015.
8 CERTIFICAÇÃO, TESTES E ENSAIOS
Este tópico tem como objetivo apresentar os conceitos básicos de avaliação de conformidade de 
materiais e sistemas de proteção contra incêndio e os testes e ensaios de certificação relativos a esta 
área, além de conhecer os principais testes e ensaios laboratoriais realizados para avaliação dos materiais 
e produtos da área de segurança contra incêndio.
Ao término deste tópico, teremos uma visão geral sobre o panorama da conformidade de produtos 
e serviços de segurança contra incêndio, assim como do sistema de avaliação de conformidade e 
certificação voluntária e compulsória.
8.1 Introdução
Os ensaios, os testes e o sistema de certificação são importantes para garantia da qualidade de 
qualquer produto disponibilizado no mercado. No caso de materiais, produtos, sistemas e serviços 
relacionados à segurança do usuário/consumidor, tais elementos são essenciais, pois uma série de 
produtos que compõem o sistema de prevenção e proteção contra incêndio deve ter suas condições 
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mínimas de segurança de uso e eficiência comprovados. Para tanto, existem os ensaios e os sistemas de 
avaliação de conformidade dos produtos, assim como as certificações compulsórias e voluntárias.
É importante lembrar que, em qualquer situação, os produtos disponibilizados no mercado devem garantir 
a segurança e a saúde do consumidor dentro dos preceitos definidos no Código do Consumidor, que determina 
que todos os produtos devem estar de acordo com o estabelecido nas normas técnicas brasileiras correlatas. 
Apresentaremos a seguir as questões relacionadas à avaliação de conformidade dos produtos no Brasil, 
assim como os principais tipos de ensaios realizados em produtos e sistemas de proteção contra incêndio.
8.2 Ensaios de reação ao fogo
Berto e Tomina (1998) esclarecem a necessidade de ensaios de reação ao fogo de materiais 
incorporados à construção e contidos no edifício. 
Em muitos casos, o comportamento frente ao fogo dos materiais incorporados aos elementos 
construtivos e contidos no edifício pode possibilitar situações indesejáveis no local onde o incêndio 
pode se originar com maior facilidade e evoluir com grande rapidez, criando desde seu início condições 
especialmente nocivas para as pessoas.
Quando os materiais incorporados ao sistema construtivo são expostos a uma 
situação de início de incêndio, a contribuição que possa vir a trazer para o 
seu desenvolvimento ao sustentar a combustão e possibilitar a propagação 
superficial das chamas denomina-se reação ao fogo (BRASIL, 2014).
As características de reação do fogo dos materiais podem ser determinadas em laboratório mediante 
condições padronizadas de exposição a fontes de calor (ensaio), que visam reproduzir eventos típicos e 
críticos de determinado momento do incêndio. 
A possibilidade de um foco de incêndio extinguir-se ou evoluir em um grande incêndio atingindo a 
fase de inflamação generalizada depende de quatro fatores:
• razão de desenvolvimento de calor pelo primeiro objeto ignizado;
• potencial térmico total (quantidade total de material combustível no ambiente de origem);
• características dos materiais de revestimento sob o ponto de vista de sustentar a ignição e 
propagar (superficialmente) as chamas;
• inércia térmica dos materiais de revestimento.
Se esses fatores criarem uma situação propícia ao crescimento do incêndio, haverá a inflamação 
generalizada no ambiente de origem.
O tempo para a ocorrência da inflamação generalizada é extremamente importante para a segurança 
da vida humana e da propriedade, pois indica o máximo período disponível para escapar do local 
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incendiado ou para se conseguir a extinção inicial do incêndio. A ideia seria, portanto, controlar, no 
projeto de edifício, os fatores que interferem na inflamação generalizada, a fim de dificultar ao máximo 
sua ocorrência.
Alguns dos principais ensaios de reação ao fogo já são adotados para determinação do comportamento 
ao fogo dos produtos utilizados nos revestimentos e acabamentos de ambientes. Estes podem ser exigidos 
por regulamentações locais, de municípios e Corpos de Bombeiros, como acontece, por exemplo, no COE 
do Município de São Paulo. 
Por exemplo, na regulamentação do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, exige-se o controle 
dos materiais de acabamento e revestimento, em razão da ocupação 
Tabela 33 – Classe dos materiais por classes de ocupação
Classe de ocupação
Classificação do material de acabamento e revestimento permitido
Piso Paredee divisórias Teto e forro
Residencial A2, A3 e 
condomínios I, II-A, III-A, IV-A ou V-A I, II-A, III-A ou IV-A I, II-A ou III-A
B, D, E, G, H, I1, J1 e J2 I, II-A, III-A ou IV-A I, II-A ou III-A I ou II-A
C, F, I2, I3, J3, J4, L1, M2 e M3 I, II-A, III-A ou IV-A I ou II-A I ou II-A
Fonte: Brasil (2014).
Os ensaios para determinação das propriedades dos materiais quanto à reação ao fogo, neste caso, 
são destacados na tabela a seguir:
Tabela 34 – Tipos de classificação de acordo com ensaios realizados
Método de ensaio
ISO 1182 NBR 9442 ASTM 662
Classe
I Incombustível – –
II
A Combustível Ip ≤ 25 (Classe A) Dm ≤ 450
B Combustível Ip ≤ 25 (Classe A) Dm > 450
III
A Combustível 25 <Ip ≤ 75 (Classe B) Dm ≤ 450
B Combustível 25 <Ip ≤ 75 (Classe B) Dm > 450
IV
A Combustível 75 <Ip ≤ 150 (Classe C) Dm ≤ 450
B Combustível 75 <Ip ≤ 150 (Classe C) Dm > 450
V
A Combustível 150 <Ip ≤ 400 (Classe D) Dm ≤ 450
B Combustível 150 <Ip ≤ 400 (Classe D) Dm > 450
VI Combustível Ip> 400 (Classe E)
Ip: índice médio de propagação superficial de chama.
Dm: densidade ótica específica máxima de fumaça para ensaios com chama e sem chama.
Adaptado de: ABNT (1986); BRASIL (2014).
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Na impossibilidade de classificação de materiais conforme a NBR 9442, o material deverá ser 
aprovado em ensaio segundo a norma UBC 26-3.
A NBR 9442/1986 prescreve o método para determinar o índice de propagação superficial de chama 
em materiais de revestimento e propõe a seguinte classificação em função do índice obtido: Classe A (0 
< Ip < 25), Classe B (26 < Ip < 75), Classe C (76 <Ip < 150), Classe D (151 < Ip < 400) e Classe E (Ip > 400).
Já a NBR 8660/1984 prescreve o método para determinação da densidade crítica de fluxo de 
energia térmica de revestimentos de piso expostos à energia radiante e propõe a classificação do 
material em três classes, de acordo com o valor médio obtido da densidade crítica de fluxo de 
energia (X), conforme disposto a seguir: Classe I (X >0,5 w/cm2), Classe II (0,25 w/cm2< X < 0,5 w/
cm2) e Classe III (X < 0,25 w/cm2).
Quadro 20 – Classificação dos materiais por tipo de ocupação
Ocupação
Saída Acesso das saídas Outros espaços
Paredes Pisos Paredes Pisos Paredes Pisos
Educacional A I ou II A ou B I ou II A, B ou C –
Tratamento de saúde A I A I A –
Residencial A I A ou B I ou II A, B ou C –
Locais de reunião A – A ou B – A, B ou C –
Comércio e serviços A ou B – A ou B – A, B ou C –
Indústria e depósito A ou B – A, B ou C – A, B ou C –
Fonte: ABNT (1986).
8.3 Ensaios de resistência ao fogo
A resistência ao fogo dos materiais de vedação e dos sistemas estruturais que constituem o edifício 
é exigida pelas normas e regulamentações de segurança contra incêndio. Isso ocorre para de garantir 
a contenção do incêndio em áreas reduzidas (compartimentação), assim como para prevenir o colapso 
da estrutura.
Berto e Tomina (1998) esclarecem as condições básicas para atendimento à determinação 
da resistência ao fogo. Para que se consiga determinar a resistência ao fogo dos elementos de 
compartimentação, deve-se, inicialmente, adotar uma maneira de simular as condições existentes 
na fase da inflamação generalizada, em termos de temperatura média e de duração da fase de 
inflamação generalizada.
A partir de experimentos em escala real, realizados no National Bureau of Standards (USA) e no British 
Fire Prevention Committee (GB), a partir da década de 1920, chegou-se a uma elevação padronizada de 
temperatura em função do tempo, segundo uma curva logarítmica dada pela seguinte expressão:
T = To + 345 log (8t + 1); 
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As representações são as seguintes:
t é o tempo expresso em minutos; T é a temperatura de exposição no instante t, expressa em oC; e To 
é a temperatura ambiente no início do ensaio, expressa em oC.
O protótipo a ser exposto à elevação padronizada de temperatura deve reproduzir, tanto quanto 
possível, as condições de uso do elemento construtivo no edifício e deve receber o fluxo de calor da 
mesma maneira que este receberia. Dessa forma, os elementos de compartimentação devem ser expostos 
em uma das faces. Embora no ensaio de resistência ao fogo não se reproduzam fielmente as nuances e a 
maneira de crescimento da temperatura dos incêndios, constitui-se em um método muito valioso, pois 
estabelece uma base comum de comparação do desempenho dos elementos construtivos.
Esse desempenho é avaliado em função do período (em minutos ou horas) durante o qual atendem 
aos seguintes critérios:
• estabilidade – (aplicável a elementos que têm função estrutural): considera-se estável o protótipo 
que, sob efeito de carregamento que origine esforços da mesma natureza e da ordem de grandeza 
dos produzidos à temperaturas normais em situação de uso, e de ação do calor proveniente da 
elevação padronizada de temperatura, não sofra ruptura ou deslocamento transversal maior que 
o estipulado para cada caso;
• integridade – (aplicável a elementos não estruturais): considerando-se íntegro o protótipo que 
durante todo o transcorrer do ensaio (inclusive durante a aplicação de choques mecânicos 
padronizados, no caso de paredes e divisórias) não entre um colapso nem apresente trincas ou 
deformações excessivas;
• estanqueidade – considera-se estanque o corpo de prova que durante o ensaio não apresente 
trincas ou aberturas suficientes para permitir a passagem de gases quentes ou chamas, reveladas 
pela inflamação de um chumaço de algodão padronizado, ou de chamas em intervalo de tempo 
superior a 10 segundos;
• isolação térmica – considera-se o corpo de prova satisfatório como isolante térmico enquanto 
não houver, na face não exposta, aumento de temperatura média superior a 140 oC e aumento de 
temperatura em qualquer ponto superior a 180 oC.
Para os elementos e componentes construtivos destinados à compartimentação, o protótipo deve 
atender a todos os critérios e recebem, por isso, a denominação de corta-fogo.
Para ser representativo do elemento construtivo, de acordo com os métodos de ensaio de 
resistência ao fogo, o protótipo deve incluir todos os tipos de juntas previstas, os modos de fixação 
e apoio, os vínculos e os materiais e acabamentos que reproduzam as condições de uso. Além disso, 
o protótipo deve ter as dimensões reais de utilização e, somente quando isso não for possível, 
admitem-se dimensões menores, porém não inferiores a 2,5 m de altura e 2,5 m de largura. Dessa 
forma, é necessário considerar cuidadosamente eventuais extrapolações de resultados de ensaio 
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para elementos de compartimentação de porte avantajado: nessas situações, para os elementos 
sem função estrutural, deve-se prever a incorporação de componentes estruturais para impedir a 
perda da integridade.
Apresentam-se a seguir os métodos de ensaio de resistência ao fogo atualmente adotados no Brasil 
aplicáveis aos elementos e componentes de compartimentação e os estruturais:
• NBR 5628: componentes construtivos estruturais – determinação da resistência ao fogo (para as 
situações em que o elemento de compartimentação também tem função estrutural);
• NBR 10636: paredes divisórias sem função estrutural – determinação da resistência ao fogo;
• NBR 6479: portas e vedações – método de ensaio ao fogo.
8.4 Ensaios em equipamentos, componentes e sistemas
Os ensaios de equipamentos e seus componentes têm como finalidade básica determinar se estes 
apresentamo desempenho mínimo estabelecido em norma, garantindo, então, a segurança dos seus 
usuários e dos ambientes que ocupam.
Os principais sistemas de proteção contra incêndio que devem ter seus componentes testados podem 
ser classificados em:
• sistemas de alarme manual de incêndio;
• sistemas de detecção e alarme automáticos de incêndio;
• sistemas de extinção manual de incêndio;
• sistemas de extinção automática de incêndio;
• sistemas de iluminação e sinalização de emergência.
Os componentes que fazem parte destes sistemas (mecânicos, elétricos ou hidráulicos) devem 
ser testados, assim como o seu conjunto, segundo parâmetros estabelecidos por normas brasileiras. 
Contudo, na ausência dessas disposições, adotam-se as normas internacionais reconhecidas. 
Destacamos a seguir as principais normas brasileiras que determinam métodos de ensaio para 
avaliação de desempenho de componentes e sistemas de proteção contra incêndio:
• NBR 6125/6135: chuveiros automáticos de proteção contra incêndio – requisitos e métodos de 
ensaio;
• NBR 11836: detectores automáticos de fumaça para proteção contra incêndio;
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• NBR 13848: acionador manual para utilização em sistemas de detecção e alarme de incêndio;
• NBR 15808: extintores de incêndio portáteis – requisitos e métodos de ensaio;
• NBR 15809: extintores de incêndio sobrerrodas – requisitos e métodos de ensaio;
• NBR 11861: mangueira de incêndio – requisitos e métodos de ensaio;
• NBR 14349: união para mangueiras de incêndio – requisitos e métodos de ensaio.
Algumas normas brasileiras que determinam procedimentos para dimensionamento e execução de 
sistemas também contemplam questões relativas à avaliação de desempenho de seus componentes. 
Dessa forma, são e enumerados a seguir exemplos de tais normas:
• NBR 10898: sistema de iluminação de emergência;
• NBR 9441: execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio;
• NBR 10897: proteção contra incêndio por chuveiro automático;
• NBR 13714: sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio;
• NBR 13792: proteção contra incêndio por sistema de chuveiros automáticos para áreas de 
armazenamento em geral;
• NBR 12615: sistema de combate a incêndio por espuma;
• NBR 12232: execução de sistemas fixos automáticos de proteção contra incêndio com gás 
carbônico por inundação total para transformadores e reatores de potência contendo óleo 
isolante.
É possível concluir que muitos componentes e sistemas ainda não são contemplados pelas normas 
brasileiras, apresentando pontos vulneráveis à proteção do consumidor.
8.5 Avaliação de serviços – aceitação de instalações
Deve-se ressaltar que não basta a obtenção da garantia de componentes individuais de sistemas 
mais complexos, como os detectores de fumaça de um sistema de detecção e alarme automático de 
incêndio ou dos bicos de um sistema de chuveiro automático ou da mangueira de um sistema de 
hidrantes. É necessário, nesse caso, ter condições de avaliar o desempenho do sistema como um todo e 
que ele esteja devidamente instalado. 
Atualmente, poucas normas brasileiras de sistemas de proteção contra incêndio apresentam 
procedimentos para testes de aceitação e manutenção periódica. Tais procedimentos são muito 
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importantes para garantir o bom desempenho dos sistemas de proteção contra incêndio quando são 
requisitados. 
Dentre as normas específicas de manutenção, podem ser citadas:
• NBR 13485: manutenção de terceiro nível (vistorias em extintores de incêndio);
• NBR 12962: inspeção, manutenção e recarga em extintores de incêndio;
• NBR 12779: inspeção, manutenção e cuidados em mangueiras de incêndio.
8.6 Panorama da certificação de produtos na área de segurança contra 
incêndio
Atributo indispensável à elevação do nível de qualidade dos produtos, o tema certificação tornou-se 
diferencial competitivo para o mercado.
É de suma importância que a instituição esteja alinhada ao mercado global e atenda às exigências 
nacionais e internacionais, promovendo o diferencial competitivo. Dessa forma, evita a perda de produtos 
e o aumento do custo da produção. Com base nessas ações, é traçada a estratégia mercadológica das 
empresas que buscam a certificação, que irá influenciar diretamente no aumento da satisfação do 
cliente, facilitando a venda de seus produtos e sua introdução em novos mercados, já que são projetados 
e fabricados para satisfazer às expectativas do consumidor. 
No Brasil, a história da certificação teve início na década de 1950, com a criação da ABNT para os 
extintores de incêndio. Posteriormente, seguindo a tendência mundial, outras certificações foram sendo 
criadas, principalmente as relacionadas com a segurança e a saúde dos usuários. No fim da década de 
1980, com a publicação da série de normas ISO 9000 pela International Organization for Standardization 
(ISO), houve grande expansão das certificações. 
De modo geral, a sociedade passou a se conscientizar da necessidade de exigir produtos com 
qualidade. Ainda antes da década de 1990, aproveitando o poder de compra de grandes empresas como 
Petrobras e Grupo Eletrobras, entre outras, criou-se a certificação de sistemas de qualidade com base 
nas normas da série ISO 9000. O Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial (Inmetro) teve 
papel importante nesse processo, certificando produtos que apresentavam maior impacto na segurança 
das pessoas e das instalações. Na metade da década de 1990, o Inmetro, como entidade acreditadora, 
credencia laboratórios, organismos de certificação de produtos e de sistemas e define os produtos que 
estarão sujeitos à certificação compulsória.
Certificação, segundo a ABNT, é um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo, 
independentemente da relação comercial, com o objetivo de atestar publicamente, por escrito, que 
determinado produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos especificados. Esses 
requisitos podem ser nacionais ou internacionais. As atividades de certificação envolvem análise de 
documentação, auditorias/inspeções na empresa, coleta e ensaios de produtos – no mercado e/ou na 
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fábrica – a fim de avaliar a conformidade e sua manutenção. Não se pode pensar na certificação como 
uma ação isolada e pontual, mas sim como um processo que se inicia a partir da necessidade de exigir 
qualidade para se manter no mercado competitivo. 
Diversas instituições explicam que os critérios a ser utilizados para determinar se um produto estará 
sujeito à certificação compulsória são os seguintes: impacto que os produtos tenham sobre o meio 
ambiente, a saúde e a segurança dos consumidores; o risco potencial de um produto de ocorrência 
de falha e do impacto causado por sua eventual ocorrência, minimizando ou eliminando problemas 
de desempenho que possam causar ao consumidor; impedir práticas desleais de comercialização no 
mercado interno; impacto do produto na balança comercial. 
Já a certificação voluntária é vista como uma decisão dos fabricantes para apresentar seus 
produtos com um diferencial de qualidade a seus consumidores. A avaliação da conformidade 
desses produtos, sistemas e serviços, tanto no campo voluntário como no compulsório, pode 
ser feita por meio de um dos seguintes mecanismos: certificação; declaração do fornecedor; 
etiquetagem; inspeção; ensaios.
É importante ressaltar que, durante 2002 e 2003,

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