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1 DST`s – Fisiopatologia e Farmacoterapia Prof. Marcel Tavares de Farias UNIME – UNIÃO METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS - DST • Diversidade de doenças infecciosas – vírus, bactérias e protozoários – que se disseminam por contato sexual; • Mais frequentes em pessoas que tem mais de um parceiro sexual; • Infecções frequentemente assintomáticas; • Falta de uso ou uso inadequado de preservativos. CONDILOMA ACUMINADO – VERRUGAS GENITAIS • Causado pelo papilomavirus humano (HPV); • Estima-se em 10 a 20% da população adulta sexualmente ativa; • Destes, apenas 1% apresentam o condiloma clássico; • Fatores de risco: - Idade jovem (<25 anos); - Idade precoce da primeira relação sexual (<16 anos); - Mútiplos parceiros sexuais; - Mais frequentes em homosexuais. • São, em geral, assintomáticas e transitórias e desaparecem sem tratamento. CONDILOMA ACUMINADO – VERRUGAS GENITAIS • Em alguns casos, resulta em verrugas genitais – importância do exame de Papanicolau; • O HPV é um virus de DNA de filamento duplo; • Encontrados mais de 100 subtipos, porém os subtipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos canceres cervicais; • Cofatores passíveis de aumentar o risco de câncer: - Iniciação sexual precoce; - Tabagismo; - Imunossupressão; - Alterações hormonais (gravidez e contraceptivos orais). CONDILOMA ACUMINADO – VERRUGAS GENITAIS • Período de incubação para as verrugas genitais varia de 6 semanas a 8 meses, com média de 2 a 3 meses; • Aparecem como lesões moles, elevadas e carnosas sobre a genitália externa; • Infecção subclínica ocorre mais freqüentemente do que as verrugas genitais visíveis; • Comum a resolução e infecção espontânea pelos novos tipos de HPV; CONDILOMA ACUMINADO – VERRUGAS GENITAIS 2 HERPES GENITAL • Mulheres mais susceptíveis – maior superfície corporal; • Divididos em herpesvirus simples do tipo 1 e 2; • HSV-1 habitualmente associado ao herpes labial; • HSV-2 habitualmente associado ao herpes genital; • Replicam-se na pele e nas membranas mucosas e provocam lesões vesiculares da epiderme; • Infectam os neurônios que inervam a área e ficam latentes; • Durante o periodo de latência, o vírus replica-se de maneira diferente e driblam o sistema imune e ação de antivirais; HERPES GENITAL • Formas de reativação do vírus: - Stress/Imunossupressão; - Cansaco; - Esforço exagerado; - Febre/exposição ao sol. • Sintomas: - Formigamento, prurido; - dor na area genital; - Erupção de pequenas vesículas. • Duração de 10 a 15 dias. HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana • Retrovirus envelopados de DNA; • Codificam uma polimerase de DNA RNA dependente – Transcriptase Reversa (RT); • Replicam-se atraves de um intermediário de DNA; • A cópia do DNA do genoma viral é integrada ao cromossomo do hospedeiro, tornando-se um gene celular; HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana • Tropismo por células que expressam o CD4+; • Outras células atingidas: macrófagos alveolares, células da microglia, precursores mielomonocíticos na medula e células dendríticas. HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana • “Imunodeficiência causada por depleção acentuada de linfócitos T CD4+ (helper)”; • Três Fases: - Infecção primária ou aguda; - Infecção crônica (assintomática) – “latência clínica”; - AIDS (doença avançada). HIV – Patogênese 3 HIV – Patogenese HIV – Patogênese DTH – Hipersensibilidade tardia HIV – Patogenese - Clínica em 50 - 70% dos casos; - Incubação: 2-3 semanas; - Febre, faringite, eritemas, linfadenopatia; - Mialgias, diarréia, náuseas, vômitos, cefaléia; - Perda de peso; - Linfopenia e redução de TCD4+; - Duração média: 3 – 4 semanas; - Regride com a resposta imunológica; - Valores de TCD4+ voltam quase ao normal. HIV – Infecção primária ou aguda - Longo período de “latência clínica”; - Fadiga e linfadenopatia; - <1% desenvolvem AIDS em 1 a 2 anos; - 50% em 10 anos; - Contagem de CD4+ pode permanecer constante; - Candidíase, herpes e outras condições dermatológicas podem indicar o início da doença. HIV – Infecção crônica • Fatores determinantes desconhecidos: - Contagem de CD4 + carga viral são indicadores. • Estágio inicial (CD4 <500/mm3): - candidíase, listeriose, zoster, rodococcus, EBV. • Estágio avançado (AIDS)(CD4 <200/mm3): - Imunodeficiência severa; - Infecções oportunistas; - Pneumocistis carinii, M.Avium, M.Tuberculosis; - Reativações de Herpes Vírus, toxoplasma etc. HIV – AIDS (doença avançada) 4 SINAIS SUGESTIVOS: Perda de peso / Tosse seca; Febre recorrente/suor noturno; Fadiga profunda/inexplicada; Diarréia prolongada; Manchas brancas na língua, boca, garganta; Pneumonias; Manchas vermelhas ou rosadas na pele; Perda de memória, demência. HIV – AIDS (doença avançada) TERAPIA ANTIVIRAL - Suprimem níveis de replicação viral e viremia; - Reduzem a excreção viral; - Preservam contagem e função de CD4+; - Não conseguem erradicar o vírus; - Quando iniciar o tratamento? - Maior sucesso se iniciado até 6 meses após a infecção; - Monitorar contagem de CD4+ > iniciar Terapia; - Pacientes com AIDS ou sinais sugestivos – SIM! HIV – Antivirais PREVENÇÃO E REDUÇÃO DE RISCO • Educação: – Modificação de comportamento. • Uso de preservativos: – Redução de parceiros; – Seringas descartáveis; – Exame pré-natal. Cancro Mole • Doença da genitália externa e dos Linfonodos; • Agente é a bactéria Gram-Negativa Haemophilus ducreyi; • Mais comumente em homens, mulheres é assintomática e subclínica; • 5 a 7 dias após a exposição, Lesões ulcerativas agudas com secreção; • Lesões e linfadenopatia inguinal; Cancro mole Linfadenopatia 5 Cancro Mole - Tratamento • Azitromicina (1a opção) 1g VO dose única – infecções médias e moderadas; • Ceftriaxona – cefalosporina de 3a geração. 250 mg IM dose única; • Eritromicina 500 mg VO 6/6h, 7 dias; • Ciprofloxacina 500 mg VO 12/12h, 3 dias. Granuloma Inguinal - Donovanose • Klebsiella granulomatis; • Bactérias intracelulares; • Mais freqüente no norte do Brasil e em pessoas com pouca higiene; • Ulceração da genitália, intumescimento, dor e prurido; • Tratamento: 3 semanas: Doxiciclina, azitromicina, ciprofloxacina ou eritromicina. Gonorréia • Neisseria gonorrhoeae – diplococo gram negativo piogênico (formador de pus); • Infecção purulenta na membrana mucosa; • A infecção manifesta-se 2 a 7 dias após a exposição; • Começa na uretra anterior, glândulas uretrais acessórias, de Bartholin e colo uterino; • Quando não tratado, ascende pelo trato genital; • Infecção pode se apresentar como assintomática – mais freqüente em homens; • Homens – dor uretral e corrimento cremoso amarelo ou sanguinolento. Gonorréia - Tratamento • 1ª. Opção: Ciprofloxacina 500mg, VO, dose única ou ceftriaxona 250mg, IM, dose única; • 2ª. Opção: cefixima 400mg, VO, dose única ou ofloxacina 400mg, VO, dose única ou; • Espectinomicina 2g, IM, dose única. Chlamydia trachomatis • Parasita intracelular obrigatório; • Assemelha-se a um vírus (intracelular), porém são estreitamente relacionados com bactérias gram negativas; • Sensível a antibióticos; • Provoca uretrite não gonocócica em homens e DIP em mulheres; • Apresentam-se em duas formas distintas: corpos elementares e iniciadores; Chlamydia trachomatis • Corpos elementares: – Capazes de invadir células não infectadas; • Corpos iniciadores ou reticulados: – Multiplicam-se por divisão binária, dentro das células; - Não é infeccioso. • Sinais e sintomas da infecção assemelham-se aos produzidos pela gonorréia; • Mulheres: Disúria, corrimento vaginal e cervical mucopurulento. Não tratadas – DIP e infertilidade; • Homens: uretrite, secreção uretral, disúria e pruridouretral. Prostatite, epididimite e infertilidade. 6 Ciclo de crescimento de Chlamydia trachomatis CE – corpos elementares CR – corpos reticulados Cervicite mucopurulenta causada por Chlamydia trachomatis Chlamydia trachomatis • Tratamento: – Azitromicina (macrolideo, inibe sintese proteica 50S), 1 g VO, DU; - Doxiciclina 1g, VO, 100mg, VO, 12/12h, 7 dias; - Insensíveis às penicilinas – ausência da camada de Peptideoglicano. Sífilis • Espiroqueta Treponema pallidum; • Terceira DST bacteriana: seguida de clamídia e gonorréia; • Dissemina-se através do contato direto com uma lesão úmida infecciosa (relações sexuais); • Transmissão transplacentária – sífilis congênita no feto (prematuridade, natimorto, defeitos congênitos e infecção ativa no lactente); • Doença clínica dividida em três estágios: primário, secundário e terciário; Sífilis - Primária • Desenvolve-se onde a espiroqueta é inoculada – aparecimento de uma lesão – cancro duro; • Lesão inicia-se dentro de 10 a 90 dias – pápula que sofre erosão e se torna uma úlcera indolor de base limpa sobre uma base elevada; • Homens – Pênis ou escroto; • Mulheres – vagina ou colo do útero; • Linfadenopatia indolor 1 a 2 semanas após aparecimento do cancro (foco local de proliferação das espiroquetas); • Em geral, cicatriza-se em 3 a 12 semanas, com ou sem tratamento – falsa sensação de cura; Sífilis - Primária 7 Sífilis - Secundária • Sintomas sistêmicos – exantema, especialmente nas palmas das mãos e plantas dos pés; • Lesões altamente infecciosas; • Febre, faringite, estomatite, náuseas, perda do apetite e olhos inflamados, duram, em média, de 3 a 6 meses; • Lesões cutâneas e sintomas curam espontaneamente em algumas semanas e o pct entra em fase latente ou clinicamente inativa da doença. Sífilis - Secundária Sífilis Secundária – Exantema difuso Sífilis - Terciária • Resposta tardia à doença não tratada; • Aproximadamente 1/3 dos pcts não tratados progridem para este estágio; • Pode ocorrer até 20 anos após a infecção inicial; • Desenvolvimento de lesões destrutivas localizadas (gomas/gumas) – necrose tecidual não inflamatória; • Encontradas mais comumente no fígado, testículos e ossos; • Lesões no SNC podem produzir demência, cegueira ou lesão da medula com ataxia e perda sensorial – mais associado com HIV. • Tratamento: - 1ª opção: Penicilina G benzatina, 2,4milhões U, IM, DU (1,2 milhão em cada nádega); - 2ª. Opção: doxiciclina 100mg, VO, 12/12h, 14 dias ou até cura clínica; Alergia à penicilina: estearato de eritromicina 500mg, VO 6/6h, 15 dias. Sífilis Candidíase • Também chamada de infecção fúngica, sapinho, monilíase; • Candida albicans – microorganismo mais comum nas infeccões vaginais por fungos; • Não é considerada uma DST, porém incluída em diretrizes de DST; • Presente em 20 a 55% das mulheres sadias – sem sintomas; • Alteração do ambiente vaginal – proliferação excessiva - efeitos patológicos; 8 Candidíase • Fatores de Risco para proliferação excessiva: - Antibioticoterapia recente e imunossupressores; - Obesidade; - Alterações hormonais (gravidez e uso de contraceptivos); - Diabetes Mellitus não controlado; - Infecções pelo HIV. • Queixa clinica maior em mulheres: - Prurido vulvovaginal; - Irritação, prurido, edema, disúria e dispareunia; - Secreção espessa, branca e inodora. • Tratamento: Miconazol, clotrimazol, nistatina ou tioconazol cremes ou fluconazol, itraconazol ou cetoconazol VO. Tricomonas • Protozoário Trichomonas vaginalis; • Considerada uma DST e comumente associadas a outras DST`s; • Homens – uretra e próstata – geralmente assintomáticos; • Mulheres: secreção espumosa, de odor fétido, verde ou amarelada; • Fator de risco para HIV – inflamação local; • Tratamento: 1ª. Opção: Metronidazol 2g, VO, DU ou Metronidazol 400‐500mg, 12/12hs, 7 dias 2ª. Opção: Secnidazol 2g, VO, DU ou Tinidazol 2g VO, DU Micoplasma e Ureaplasma • Microrganismos associados a mucosa; • Infectam principalmente trato respiratório e urogenital; • Sintomas: - Uretrite (somente ureaplasma); - Pielonefrite; - Cistite; - DIP (somente Micoplasma hominis); - Artrite infecciosa; - Bacteremia / Pneumonia / Meningite. • Micoplasma genitalium: Uretrite em homens, cervicite e DIP em mulheres – clinicamente indistinguíveis de gonorréia. Principais Síndromes em DST Sintomas mais comuns Sinais mais comuns Etiologias mais comuns Corrimento vaginal Prurido Dor à micção Dispareunia Odor fétido Edema de vulva Hiperemia de vulva corrimento vaginal e/ou cervical Vulvovaginite infecciosa: • Tricomoníase • Vaginose bacteriana • Candidíase Cervicite: • Gonorréia • Clamídia Corrimento uretral Prurido Estrangúria Polaciúria Odor fétido Corrimento uretral Gonorréia Clamídia Tricomoníase Micoplasma Ureaplasma Úlcera genital Úlcera genital Aumento de linfonodos inguinais Sífilis Cancro mole Herpes genital Donovanose Dor ou desconforto Pélvico Dispareunia Corrimento cervical Dor à palpação abdominal Dor à mobilização do colo Febre Gonorréia Clamídia Infecção por anaeróbios Vaginose • Vaginite não especifica; • Infecção sem inflamação; • Gardnerella vaginalis, Micoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum, Lactobacillus, Prevotella e anaerobios como Mobiluncus, Bacteroides, Peptostreptococcus Fusobacterium e Eubacterium; • Sinais e sintomas: - Odor fétido; - Corrimento vaginal médio a moderado; - irritação, disúria e dispareunia. • Fatores de Risco: - Uso recente de antibióticos; - Diminuição de estrogênio, DIU, Ducha e mais de um parceiro sexual.
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