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AGENTE E ESCRIVÃO DA PF – Processo Penal – Nestor Távora – 05.03.2010 – Aula n. 01 
 
 
AGENTE E ESCRIVÃO DA PF 
Disciplina: Processo Penal 
Prof. Nestor Távora 
Data: 05.03.2010 
Aula nº 01 
 
 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
Índice 
 
1. Artigos Correlatos 
1.1 Obrigatoriedade do inquérito policial 
2. Jurisprudência Correlata 
2.1 PSV 1 / DF - DISTRITO FEDERAL 
3. Assista!!! 
3.1 O que se entende por inquérito policial? 
3.2 STF discute se inquérito policial ou ação em andamento constitui antecedente criminal. 
4. Leia!!! 
4.1 Por que razões o judiciário vem considerando o inquérito policial uma peça temporária? 
4.2 O arquivamento do inquérito policial faz coisa julgada material? 
5. Simulados 
 
 
1. ARTIGOS CORRELATOS 
 
1.1 OBRIGATORIEDADE DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
Rafael Meira Luz 
Promotor de Justiça em Rio Negrinho/SC. 
Henrique da Rosa Ziesemer 
Promotor de Justiça e Professor Universitário - Especialista em Direito Administrativo e Processual Penal 
 
Elaborado em Jan /2009 
 
O presente artigo possui como finalidade a apresentação de breves reflexões sobre proposta de mudança 
legislativa em tramitação no Congresso Nacional, e que, se aprovado, acarretará verdadeiro retrocesso 
legislativo e insegurança pública. Trata-se, como vem sendo divulgado, do Projeto de Lei nº 4.306/2008, 
de iniciativa do Exmo. Sr. Deputado Federal Alexandre Silveira, Delegado de Polícia de Carreira do Estado 
de Minas Gerais. 
A análise do projeto apresentado à Câmara dos Deputados é suficiente para refletir os anseios de apenas 
uma classe jurídica, a dos Delegados de Policia. Não se olvida que o projeto em questão reflita a vontade 
consolidada da bancada representativa dos Delegados de Polícia, eis que fulminam de morte inúmeros 
avanços legislativos recentes. 
Afronta a proposição legislativa o inciso XXXV do art. 5º da Constituição Federal (a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito), dentre outros inúmeros princípios e normas 
infraconstitucionais, destacando-se recente conquista da Democracia e do Estado de Direito, a Lei nº 
11.343/2006, que estabelece a possibilidade técnicojurídica do oferecimento de Denúncia pelo Ministério 
Público através do manejo das denominadas "peças de informação", aqui compreendidas como quaisquer 
conjuntos de documentos capazes de criar a presunção da ocorrência de fatos típicos e antijurídicos. 
 
 
AGENTE E ESCRIVÃO DA PF – Processo Penal – Nestor Távora – 05.03.2010 – Aula n. 01 
 
A comunidade jurídica possui plena ciência de que a polícia judiciária, tal qual foi apresentada pelo 
legislador constituinte, desempenha crucial papel nas investigações criminais, valendo-se de seu aparato 
pessoal, da evolução das técnicas de colheita de informações, de atividades de inteligência, circunstâncias 
estas que não significam, ipso facto, a sua titularidade exclusiva para a colheita de provas e informações 
necessárias para o oferecimento de ações penais. 
O ordenamento jurídico brasileiro consagra inúmeras outras modalidades, e o Supremo Tribunal Federal 
reconhece as respectivas legitimações, de investigações, sejam estas de cunho meramente civil ou 
administrativo. Retirar-se, através de projetos desta espécie, a validade de tão variadas formas de 
produção de provas destinadas à atuação final da Justiça equivale a um crescimento do sentimento de 
descrédito à atuação dos outros setores da Administração Pública. A aprovação de projeto com a 
magnitude do que ora se analisa, torna mais lenta e burocrática a persecução penal. Se determinados 
fatos constituem ilícitos penais, nada impede que quaisquer dos órgãos legitimados, dentre eles, as 
Comissões Parlamentares de Inquérito, os Tribunais de Contas, o Ministério Público, dentre tantos outros, 
possam utilizar seus procedimentos próprios para auxiliar na descoberta da verdade real, máxima 
alcançada em última instância. 
A contrário do exposto pelo autor do projeto de Lei, a obrigatoriedade do Inquérito Policial, em vez de 
minimizar erros e falhas, suprimirá esferas de controle jurídico e social, aumentando os riscos de 
arbitrariedades e omissões, acarretando sérios riscos à eficácia da justiça penal, na medida em que a 
apuração e possível punição de um crime ficaria estritamente vinculada aos atos de uma só instituição. 
A evolução da legislação pátria vem desenvolvendo inúmeros mecanismos de controle das atuações dos 
órgãos da administração pública. Assim, criada a Controladoria-Geral da União, regulamentada a atuação 
dos analistas de controle interno, desenvolvidos os mecanismos de controle externo da atuação do Poder 
Judiciário e do Ministério Público, várias são as formas da sociedade exigir dos órgãos o cumprimento de 
suas atribuições. 
O projeto em questão encontra-se com outras proposições legislativas em trâmite no Congresso Nacional, 
como o projeto que busca impedir que o Ministério Público exerça a atribuição descrita no inciso VII do 
art. 129 da Constituição Federal, ou seja, que seja exercido pelo Ministério Público o controle externo da 
atividade policial. 
Assim sendo, a prosperarem tais proposições, o inquérito policial restaria exclusividade da polícia 
judiciária; qualquer denúncia apenas poderia ser oferecida diante da prévia instauração de Inquérito 
policial, e restaria suprimido o controle externo da atividade policial pelo Ministério Público. 
Não se deve esquecer que a justificativa apresentada pelo autor do projeto refere-se ao texto da 
exposição de motivos de 1941, apresentada pelo seu autor sob a égide de outra Carta Constitucional, de 
modo que a sua interpretação sob a vigência da constituição de 1988 deve ser capaz de criar um espírito 
rejuvenescido, menos conservador. A formação do juízo preliminar criminal não é exclusividade da polícia 
judiciária, eis que incumbência do Ministério Público. Compete à polícia judiciária ao receber as 
informações acerca da ocorrência de infrações penais, proceder ao levantamento dos fatos e de suas 
provas, limitando-se ao disposto no §4º do art. 144 da Constituição. Apurar a prática de infração é 
conceito que diverge de fazer juízo sobre tais fatos, já que a primeira e provisória tipificação é formulada 
pelo Ministério Público, como menciona o art. 129, I. 
Ora, se o que se convencionou conceituar de "crime", é um fato assim definido por lei, típico e 
antijurídico, e cabe ao Ministério Público formar o juízo inicial e provocar o Poder Judiciário; não havendo 
porque ficar adstrito ao que a autoridade policial, com toda a sua competência e eficiência 
 
 
AGENTE E ESCRIVÃO DA PF – Processo Penal – Nestor Távora – 05.03.2010 – Aula n. 01 
 
apurar, com exclusividade. Os fatos podem chegar, como reiteradamente chegam, ao conhecimento do 
titular da ação penal por várias outras formas. Aliás, este é comando direto estabelecido na parte final do 
§3º do art. 58 da Carta Republicana, o qual fala em apuração de fatos, e encaminhamento ao Ministério 
Público, para promoção da responsabilidade civil ou criminal. Caso reputássemos válida a justificativa do 
projeto, o procedimento a ser aplicado seria encaminhar o resultado da CPI para a Autoridade Policial, e 
abertura do Inquérito Policial. Como já mencionado, há várias formas de controle, e o devido processo 
legal deve ser observado. Os excessos, praticados por quaisquer instituições democráticas, devem ser 
coibidos com máxima celeridade e rigor. 
O projeto em comento padece de vícios de constitucionalidade, além de quebrar a integração entre os 
órgãos envolvidos na ação penal, seja, acusação, defesa e julgador. Estabelecer na sociedade plural a 
dependência exclusiva à figura do inquérito policial, que se sabe, é merecedora de total modernização, 
assim como o aparato de investigação, não é admissível. 
O objetivo destas breves linhas não é evidentemente a de menosprezar o trabalho exemplardesempenhado pelas autoridades policiais espalhadas pelo território nacional, mas reconhecer sua 
importância como mecanismo integrante de um sistema democrático de apuração de irregularidades. A 
integração entre instituições é medida a ser buscada, não se podendo, em período de autêntico 
desenvolvimento da democracia, desejar a exclusividade para a persecução criminal. O inquérito policial, 
diga-se, é peça crucial, de importância sem medidas, mas não pode ser condição obrigatória para o 
prosseguimento da atividade estatal de aplicação da lei penal. 
 
Fonte: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=12304 
 
 
2. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 
2.1 - PSV 1 / DF - DISTRITO FEDERAL 
PROPOSTA DE SÚMULA VINCULANTE 
Relator(a): Min. MENEZES DIREITO 
Julgamento: 02/02/2009 
Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
 
EMENTA: Proposta de súmula vinculante. Inquérito policial. Advogado do indiciado. Vista dos autos. 
1. Aprovada a Súmula Vinculante nº 14, com a seguinte redação: "É direito do defensor, no interesse do 
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do 
direito de defesa". 
2. Proposta acolhida com a aprovação da Súmula Vinculante nº 14. 
 
 
3. ASSISTA! 
 
3.1 O que se entende por inquérito policial? 
 
http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20081030171344665 
 
3.2 STF discute se inquérito policial ou ação em andamento constitui antecedente criminal. 
 
http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20081113152718510 
 
 
4. LEIA!!! 
 
 
AGENTE E ESCRIVÃO DA PF – Processo Penal – Nestor Távora – 05.03.2010 – Aula n. 01 
 
 
4.1 POR QUE RAZÕES O JUDICIÁRIO VEM CONSIDERANDO O INQUÉRITO POLICIAL UMA PEÇA 
TEMPORÁRIA? 
 
O inquérito policial vem disciplinado pelo Código de Processo Civil do artigo 4° ao artigo 23 e é 
conceituado como um procedimento administrativo inquisitório cuja finalidade é apurar a infração penal e 
sua autoria a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. O mesmo Código estipula prazo 
para sua conclusão: 
CPP, Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em 
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se 
executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
Ou seja, pela inteligência do artigo podemos verificar que caso o réu esteja preso o inquérito deverá 
terminar em 10 (dez) dias e se estiver solto, em 30 (trinta) dias. 
Ocorre que, estando o réu solto, esse prazo de 30 (trinta) dias pode ser prorrogado, não pode, 
entretanto, ser prorrogado infinitamente. Daí a conclusão de acordo com a qual, o inquérito policial seria 
peça temporária, ou seja, deve ter prazo razoável para terminar e a peça deve ser temporária, pois não 
há falar-se em princípios basilares como o da dignidade de pessoa humana, razoabilidade, 
proporcionalidade, liberdade, e razoável duração do processo, se um indivíduo se encontrar 
perpetuamente perseguido por um inquérito policial. 
Assim, o inquérito só pode ser estendido por prazo superior aos dias previstos na legislação processual 
penal se obedecidos os princípios acima citados. Acompanha tal entendimento o posicionamento do 
Superior Tribunal de Justiça, que determinou o trancamento de inquérito policial que ocorria havia sete 
meses por conta da complexidade do fato investigado (STJ - HC 139630 / SP julgado 29.09.2009) 
 
Fonte: http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20100212170620108 
 
 
4.2 O ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL FAZ COISA JULGADA MATERIAL? 
 
Haverá coisa julgada material quando o arquivamento for motivado pela atipicidade do fato, pelo 
reconhecimento de uma das causas de extinção da punibilidade ou causas excludentes. Em tais hipóteses 
há resolução do mérito e por esse motivo é que se impõe o efeito da coisa julgada material. 
Nesse sentido entendem os tribunais Superiores, consoante os seguintes julgados: Pet 3943 / MG 23-05-
2008 (STF); RHC 18099 / SC DJ 27.03.2006 e RHC 17389 / SE DJe 07.04.2008 (STJ). 
 
Fonte: http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=2008090518181759 
 
 
5. SIMULADOS 
 
5.1. Assinale a alternativa correta: 
 
Assinale a alternativa correta: 
I. A prisão preventiva é medida de exceção que visa garantir o regular andamento do processo e somente 
pode ser decretada como garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal, ou para 
assegurar a aplicação da lei penal. 
II. Dentre as prisões cautelares, a prisão temporária pode ser deferida caso haja imprescindibilidade para 
as investigações do inquérito policial, quando houver elementos obtidos por prova lícita de que seja autor 
ou partícipe dos crimes previstos no art. 1º, inciso 
III. da Lei 7.960/89, por cinco dias, prorrogável uma vez, por igual período. 
III. Quando se tratar de apuração de crime hediondo ou a ele equiparado, a prisão temporária pode ser 
decretada por no máximo 15 dias, prorrogável por mais 15 dias. 
IV. O clamor popular está expresso na legislação vigente como um dos motivos autorizadores da prisão 
preventiva como garantia da ordem pública. 
V. A gravidade abstrata do delito é elemento inerente ao tipo penal e não pode, por si só, servir de 
fundamento para a decretação de prisão preventiva. 
 
 
 
AGENTE E ESCRIVÃO DA PF – Processo Penal – Nestor Távora – 05.03.2010 – Aula n. 01 
 
a) Somente as proposições III e IV estão corretas 
b) Somente as proposições I, III e V estão corretas. 
c) Somente as proposições II e V estão corretas. 
d) Somente as proposições I, II e IV estão corretas. 
e) Somente as proposições II e III estão corretas. 
 
Resp. C 
 
5.2. Acerca do inquérito policial (IP), assinale a opção incorreta. 
 
a) O réu não é obrigado a participar da reconstituição do crime,pois ninguém é obrigado a produzir prova 
contra si. 
b) Entende a doutrina majoritária que, se o promotor detém elementos suficientes para denunciar, não 
cabe o pedido de prisão preventiva do acusado simultaneamente ao pedido de retorno do IP à delegacia 
para novas diligências. 
c) Em nenhuma situação, a autoridade policial poderá mandararquivar autos de IP. 
d) Em caso de réu preso, a regra geral é a de que o prazo de conclusão do IP seja de 10 dias, salvo em 
caso de necessidade de diligências complementares, quando o juiz poderá conceder dilação do prazo, 
fundamentando a decisão, independentemente da soltura do réu. 
e) Segundo o Código de Processo Penal, é cabível a incomunicabilidade do indiciado, que dependerá 
sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a 
conveniência da investigação o exigir. 
__ 
Resp. D 
 
5.3. Relativamente ao inquérito policial, é correto afirmar que: 
 
 
a) a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato, aplicando, porém, em 
todas as suas manifestações, os princípios do contraditório e da ampla defesa. 
b) a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito por falta de base para a denúncia. 
c) o inquérito deverá terminar no prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso, ou no prazo de 60 dias, 
quando estiver solto. 
d) o inquérito policial não acompanhará a denúncia ou queixa quando servir de base a uma ou outra. 
e) o indiciado poderá requerer à autoridade policial a realização de qualquer diligência. 
 
Resp. E

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