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AUDITORIA, LAUDO E PERÍCIA

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1ª Edição |Novembro| 2014
Impressão em São Paulo/SP
Auditoria, laudo e perícia
Na atualidade, existe uma infinidade de docu-
mentos previstos em leis, decretos, decretos-lei, me-
didas provisórias, portarias, instruções normativas 
da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança 
e Medicina do Trabalho (Fundacentro), resoluções 
da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) 
e agências do Governo, ordens de serviço do Insti-
tuto Nacional do Seguro Social (INSS) e regulamen-
tos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
A observância das NRs não desobriga as em-
presas do cumprimento destas outras disposições 
contidas em códigos de obras ou regulamentos sani-
tários dos Estados ou Municípios, e outras, oriundas 
de convenções e acordos coletivos de trabalho.
Tivemos como base na elaboração do material, 
bibliografias, perícias e fiscalizações técnicas reali-
zadas por quem atua na área, como uma síntese da 
Legislação brasileira pertinente à Segurança do Tra-
balho e Medicina do Trabalho.
Com o acelerado desenvolvimento industrial 
no Brasil, dentro do atual contexto da nova ordem 
econômica, o tema “Segurança e Medicina do Tra-
balho”, merece atenção do poder público, das elites 
empresariais e trabalhadoras, pois não basta só au-
mentar a produção sem prestar atenção em pontos 
importantes a serem observados para que se possa 
alcançar índices estáveis, pois onde se obtém pro-
dutividade deve-se respeitar o binômio: Qualidade 
e Segurança.
A Segurança do Trabalho e a Medicina do Tra-
balho estão relacionadas de forma intrínseca e in-
dissociável do nosso ordenamento jurídico, espe-
cialmente com o Direito do Trabalho, visto que as-
pectos legais sempre devem estar em conjunto com 
dados técnicos específicos.
Temos certeza de que essas abordagens são 
consideradas inovadoras dentro do contexto da atu-
alidade. Tocamos em pontos importantes com certa 
profundidade, mas objetivamos propiciar um estudo 
em linguagem fácil para o público-alvo: 
- Estudantes; 
- Trabalhadores; 
- Dirigentes Sindicais; 
- Gerentes; 
- Encarregados de Departamentos de Pessoal 
de Empresas;
- Empresários e Profissionais de Segurança e 
Medicina do Trabalho (Engenheiro de Segurança 
do Trabalho, Médicos do Trabalho, Enfermeiros 
do Trabalho, Técnicos de Segurança do Trabalho e 
Auxiliares de Enfermagem do Trabalho) que estão 
iniciando na área.
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
Coordenação Geral 
Nelson Boni
Professor Responsável
Selma Freitas
Coordenadora Peda-
gógica de Curso- EAD
-
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada
Revisão Ortográfica
Célia Ferreira Pinto
Projeto Gráfico, Dia-
gramação e Capa
Ana Flávia Marcheti
1º Edição: Setembro de 2014
Impressão em São Paulo/SP
Auditoria, laudo e perícia
Sumário
UNIDADE 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS
1.1. Normas Regulamentadoras
1.2. Inspeção Prévia
1.2.1. Certificado de Aprovação de Instalações
1.2.2. Princípio da dupla visita
1.3. Acidente de Trabalho 
1.3.1. Exceção
1.3.2. Equiparação
1.3.3. Comunicação do acidente
1.4. Serviço especializado em Engenharia de Segurança e Me-
dicina do Trabalho - SESMT
1.4.1. Riscos no Ambiente de Trabalho 
1.4.1.1. Ergonomia
1.4.1.2. EPI’S X EPC’S 
1.4.1.3. Eficácia do SESMT 
1.4.1.4. OHSAS - (Occupational Health and Safety Assessment Services)
1.4.1.5. ACGIH - (American Conference of Governmental In-
dustrial Hygienists)
UNIDADE 2 - CIPA – COMISSÃO INTERNA DE 
PREVENÇÃO DE ACIDENTES
2.1. Conceito de Insalubridade 
2.2. Caracterização da Insalubridade
2.2.1. Lista de atividades insalubres conforme NR 15
127
15
2.2.2. A eliminação da Insalubridade
2.2.3. A eliminação da Insalubridade X Trabalhador
UNIDADE 3 - HIGIENE OCUPACIONAL
3.1. Atestado de Saúde Ocupacional 
3.2. Critério adotado para a caracterização da Insalubridade
3.2.1. Avaliação quantitativa
3.2.2. Avaliação qualitativa
3.2.3. Avaliação qualitativa de riscos inerentes à atividade
3.3. Análise dos agentes químicos, físicos e biológicos 
3.3.1. Limites de tolerância para exposição ao calor 
3.3.2. Trabalho sob condições hiperbáricas 
3.3.3. Radiações não ionizantes
3.3.4. Vibrações
3.3.5. Frio
3.4. Valores dos adicionais de Insalubridade e Periculosidade
3.4.1. Base de Cálculo do Adicional de Insalubridade
3.4.2. Valor e base de Cálculo do Adicional de Periculosidade
3.4.3. Eliminação ou Neutralização da Insalubridade e/
ou Periculosidade
3.4.4. Conceito de Periculosidade
UNIDADE 4 - PERÍCIA E LAUDO PERICIAL
4.1. Formulário
4.1.1. Instrução para a elaboração do Laudo Pericial de Insalu-
bridade e Periculosidade 
105
221
105
4.2. Prova Pericial
4.3. Perícia Extrajudicial 
4.4. Perícias Judiciais 
4.5. A Substituição Processual
4.6. Auditoria
4.7. Auditoria externa e interna 
4.8. Tipos de Auditorias
4.8.1. Auditoria Ambiental
4.8.2. Auditoria na Saúde 
4.8.3. Auditoria Financeira 
4.8.4. Auditoria Fiscal Trabalhista 
4.8.5. Auditoria de Cumprimento e Operacional
4.8.6. Atividades de Auditoria Fiscal do Trabalho
4.8.6.1 - Agente Transformador
4.8.6.2. Identificação
4.8.6.3. Escalão Máximo
4.8.6.4. Remuneração
4.9. A Estrutura da Inspeção do Trabalho no Brasil 
4.9.1. E em relação à Saúde e Segurança do Trabalhador
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS 
UNIDADE 1- CONSIDERAÇÕES GERAIS
A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho 
(SSST) é o órgão de âmbito nacional competente em 
conduzir as atividades relacionadas com a segurança 
e saúde ocupacional.
Essas atividades incluem a Campanha Nacional 
de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Canpat), o 
Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e, 
ainda, a fiscalização do cumprimento dos preceitos 
legais e regulamentares sobre segurança e saúde ocu-
pacional, em todo o território nacional.
Compete, ainda, à SSST (Secretaria de Segurança 
e Saúde no Trabalho) conhecer, em última instância, as 
decisões proferidas pelos delegados Regionais do Tra-
balho, em termos de segurança e saúde ocupacional.
Para a Engenharia de Segurança do Trabalho, 
devemos fazer importantes considerações sobre al-
guns temas, e para tanto, darmos ênfase a algumas 
definições como segue:
Segurança do Trabalho – é uma ciência que atra-
vés de métodos preventivos apropriados, estuda as cau-
sas de acidentes de trabalho, possibilitando a adoção 
de medidas técnicas que pretendam eliminar ou, ao 
menos, diminuir ocorrências de Acidentes de Trabalho.
Medicina do Trabalho – é entendida como uma 
ciência que se dedica ao estudo de doenças ocupa-
cionais, incluindo doenças do profissional e as do 
trabalho, com objetivo de desenvolver métodos e 
técnicas possíveis de prevenção. 
Devemos deixar constatado que, consideram-
-se como comum dentre a maioria dos trabalhadores 
e até mesmo profissionais qualificados, há certa con-
fusão entre atribuições administrativas e judiciárias 
diretamente vinculadas à matéria trabalhista.
Trataremos de temas relacionados no campo 
da saúde ocupacional, discorrendo sobre avaliação e 
controle dos agentes agressivos passíveis de levar o 
empregado a adquirir doença profissional, conside-
rando suas atividades ou ocupações.
Faremos uma incursão sobre as atribuições e fina-
lidades dos diversos órgãos envolvidos, restringindo a 
abordagem nos tópicos diretamente relacionados com 
a Segurança do Trabalho e a Medicina do Trabalho.
1.1. Normas regulamentadoras
As Normas Regulamentadoras, também cha-
madas de NR, foram publicadas pelo Ministério do 
Trabalho e Emprego (MTE) através da Portaria n.º 
3.214/78, para estabeleceros requisitos técnicos e 
legais sobre os aspectos mínimos de Segurança e 
Medicina do Trabalho e Portaria n.º 3.311/89, re-
vogada pela Portaria 546/2010, que estabelece os 
princípios norteadores do programa de desenvolvi-
mento do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho.
Atualmente, existem 36 Normas Regulamenta-
doras. Lembramos que a elaboração e modificação 
das NRs é um processo dinâmico que necessita de 
um acompanhamento via Internet pelo endereço 
eletrônico (http://www.mte.gov.br).
Conforme destacamos as primeiras normas 
regulamentadoras, como seu próprio título sugere, 
define as recomendações genéricas de Segurança do 
Trabalho que deveriam ser aplicadas em todos os lo-
cais de trabalho.
As NRs são elaboradas e modificadas por uma 
comissão tripartite composta por representantes do 
governo, empregadores e empregados. As NRs são 
elaboradas e modificadas por meio de portarias ex-
pedidas pelo MTE. 
Nada nas NRs cai em desuso sem que exista uma 
portaria identificando a modificação pretendida.
Para aplicação das Normas Regulamentadoras, 
devemos considerar o que segue:
a) Empregador - Considera-se empregador a 
empresa individual ou coletiva, que, assumindo os 
riscos de atividade econômica, admite, assalaria e di-
rige a prestação pessoal de serviços. Contudo é ne-
cessário observar que na relação empregatícia, tam-
bém há a figura do empregador por equiparação. São 
os casos dos profissionais liberais e as associações de 
beneficência que admitem pessoas para a prestação 
de serviços. Na realidade, para estes profissionais, a 
legislação preferiu criar a figura do empregador por 
equiparação, tendo em vista que a simples análise do 
artigo 2.º da CLT, poderia não dar ensejo à caracte-
rização da relação empregatícia propriamente dita. 
Na Consolidação das Leis do Trabalho no ar-
tigo 2º... 
“§ 1º. Equiparam-se ao empregador, para os efeitos 
exclusivos da relação de emprego, os profissionais li-
berais, as instituições de beneficência, as associações 
recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, 
que admitirem trabalhadores como empregados.”
Desta forma, atualmente, é mais simples admi-
tir que empregador seja todo aquele que utiliza força 
de trabalho de outrem, mediante pagamento de salá-
rio, desenvolver alguma atividade laborativa, pouco 
importando a finalidade.
b) Empregado - Empregado é a pessoa físi-
ca que presta pessoalmente a outrem serviços não 
eventuais, subordinados e assalariados. “Considera-
-se empregado toda pessoa física que prestar servi-
ços de natureza não eventual a empregador, sob de-
pendência deste e mediante salário” (CLT, art. 3.º).
“Art. 3.º - Considera-se empregado toda pessoa fí-
sica que prestar serviços de natureza não eventual 
a empregador, sob a dependência deste e mediante 
salário.”
Parágrafo único – “Não haverá distinções relativas à 
espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem 
entre o trabalho intelectual, técnico e manual. (Pará-
grafo incluído pela Lei n.º 4.072, de 16-06-62).”
c) Empresa – é o estabelecimento e/ou con-
junto de estabelecimentos, canteiro de obras, frente 
de trabalho, local de trabalho e outras, constituindo 
a organização de que se utiliza o empregador para 
atingir seus objetivos.
 d) Estabelecimento – Cada uma das unida-
des da empresa funcionando em diferentes lu-
gares, como: fábrica refinaria, usina, escritório, loja, 
oficina, depósito e laboratório.
 e) Setor de serviços – É a menor unidade 
administrativa ou operacional compreendida no es-
tabelecimento.
 f) Canteiro de obra – Uma área de trabalho 
fixa ou temporária, onde é desenvolvida atividade ou 
operações de apoio e execução de construção, de-
molição ou reparo de obra.
 g) Frente de trabalho - é uma área de tra-
balho móvel e temporária, onde desenvolve ativida-
des e operações de apoio e execução à construção/
demolição/reparos.
 h) Local de trabalho – Local onde são 
executados os trabalhos.
Sempre que uma ou mais empresas, mesmo 
sendo que cada uma tenha personalidade jurídica 
própria, constituindo um grupo industrial ou comer-
cial de atividade econômica, para efeito das Normas 
Regulamentadoras (NRs) sempre serão, solidaria-
mente, responsáveis, cada uma por sua subordinação 
à empresa principal.
Para efeitos de aplicação das Normas Regula-
mentadoras (NRs), as obras de engenharia, compre-
endendo canteiro de obras ou frentes de trabalho 
serão consideradas um estabelecimento, salvo se dis-
puser de forma específica diferente.
São deveres do empregador:
a) Cumprir e fazer cumprir a disposições legais e re-
gulamentadoras sobre a segurança e medicina do trabalho;
b) Elaborar ordens de serviços sobre segurança 
e medicina do trabalho, dando ciência aos emprega-
dos de:
I – prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;
II – divulgar as obrigações e proibições que os 
empregados devem saber e cumprir;
III – dar conhecimento aos empregados a res-
peito de punições pelo descumprimento das ordens 
de serviços expedidas;
IV – determinar os procedimentos que deverão 
ser adotados em caso de acidente de trabalho e do-
ença profissional ou do trabalho;
V – adotar medidas determinadas pelo Ministé-
rio do Trabalho;
VI – adotar medidas para eliminar ou neutralizar 
a insalubridade e condições inseguras de trabalho.
c) Informar aos trabalhadores:
I – os riscos profissionais que possam originar-
-se no local de trabalho;
II – os meios para prevenir e limitar tais riscos 
e as medidas adotadas pela empresa;
III- os resultados de exames médicos e dos exa-
mes complementares de diagnósticos aos quais os 
próprios trabalhadores foram submetidos.
São deveres dos empregados – Cumprir as dis-
posições legais e regulamentadoras sobre segurança 
e medicina do trabalho, inclusive as ordens de ser-
viços expedidas pelo empregador, constituindo ato 
faltoso a recusa injustificada do empregado no cum-
primento do disposto no item anterior.
São atribuições das Delegacias Regionais de 
Trabalho (DRT) 
Através de seus agentes de inspeção, adotar me-
didas necessárias para a fiel observância aos precei-
tos legais e regulamento sobre segurança e medicina 
do trabalho. 
Notificar empresas, estipulando prazos para cor-
reção de irregularidades técnicas, inclusive de elimina-
ção ou neutralização de insalubridade; aplicar multas 
e no eventual descumprimento embargar obras, inter-
ditar estabelecimentos e setores de serviços, sempre 
que devidamente constatado por laudo técnico feito 
por engenheiro de segurança do trabalho a existência 
de uma situação de risco grave e iminente para saúde 
ou integridade física dos trabalhadores.
1.2. Inspeção prévia
Por meio de Norma Regulamentadora de Segu-
rança e Medicina do Trabalho, todos os novos estabe-
lecimentos ou os que sofreram alguma modificação 
substancial em suas instalações e/ou equipamentos, 
antes de iniciar ou reiniciar as atividades deverá ser 
solicitada a aprovação de suas instalações junto aos 
Órgãos Regionais do Ministério do Trabalho.
A NR 2, cujo título é Inspeção Prévia, estabelece 
as situações em que as empresas deverão solicitar ao 
MTE a realização de inspeção prévia em seus estabe-
lecimentos, bem como a forma de sua realização. 
A NR 2 está, juridicamente, assegurada na le-
gislação ordinária, nos artigos 160.º e 161.º da CLT. 
Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas ati-
vidades, deverá solicitar aprovação de suas instala-
ções ao Órgão Regional do MTE, isto é, a Delegacia 
Regional do Trabalho (DRT).
A inspeção prévia e a declaração de instalações 
previstas na NR 2 constituem os elementos capazes 
de assegurar que o novo estabelecimentoinicie suas 
atividades livres de riscos de acidentes e/ou de do-
enças do trabalho.
Um dos documentos complementares, quando 
tratamos de inspeção prévia está no Capítulo V do 
Título II da CLT - Refere-se à Segurança e Medicina 
do Trabalho.
1.2.1. Certificado de Aprovação 
de Instalações
O Certificado de Aprovação de Instalações 
(CAI) é um documento emitido pela DRT, órgão re-
gional do MTE, após realizar a inspeção prévia nas 
instalações. O modelo do CAI está previsto na NR 2.
Sempre que ocorrerem modificações subs-
tanciais nas instalações e/ou nos equipamentos de 
seu(s) estabelecimento(s), deverá comunicar e soli-
citar a aprovação da DRT, órgão regional do MTE.
Uma observação bastante importante é a lacu-
na legal existente no caso da empresa que deixe de 
solicitar inspeção prévia e, também, não apresente o 
CAI, não está prevista gradação de multa para isso 
(ver Anexo II, NR 28).
1.2.2. Princípio da dupla visita
O princípio da dupla visita define que o traba-
lho dos Auditores Fiscais do Trabalho (AFT) possui 
caráter educativo e punitivo. 
A legislação destaca a necessidade de orientar 
as empresas de pequeno porte, sem prejuízo de sua 
ação específica de fiscalização prevista na Lei n.º 
9.841/99.
Prioritariamente, os AFT estão orientados a es-
clarecer dúvidas na implementação dos documentos 
legais de segurança e saúde ocupacional. 
Este processo ocorre por meio de notificação 
para a correção de possíveis desvios. O não atendi-
mento dos requisitos legais poderá resultar no as-
pecto punitivo, no qual a empresa poderá ser autua-
da e multada. 
A legislação garante ao empregador o direito 
de recorrer das notificações, autuações e possíveis 
multas aplicadas.
O descumprimento contínuo das disposições 
legais, comprovado mediante relatório emitido pelo 
Auditor Fiscal do Trabalho, resultará, por parte da 
autoridade regional, na denúncia do fato, de imedia-
to, ao Ministério Público do Trabalho.
Será facultada a apreciação prévia da DRT os 
projetos de construção e respectivas instalações con-
forme segue:
1.3. Acidente de trabalho
O conceito de acidente – é o que ocorre pelo 
exercício do trabalho a serviço da empresa, ou ainda 
pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, 
provocando lesão corporal ou perturbação funcio-
nal que cause a morte, a perda ou redução da capa-
cidade para o trabalho permanente ou temporário.
Considera-se acidente de trabalho o que segue:
- doença profissional: assim entendida é a adqui-
rida ou entendida como desencadeada em função do 
exercício profissional peculiar da atividade e constan-
te da relação do Decreto 3048/99, há uma relação de 
doenças profissionais e de doenças do trabalho (mas 
é uma relação meramente exemplificativa).
- doença do trabalho: assim entendida a adqui-
rida ou desencadeada em função das condições es-
peciais em que o trabalho é realizado e que ele se 
relaciona diretamente, desde que conste na relação 
do Decreto citado.
Não são consideradas doença do trabalho:
- doença degenerativa;
- a inerente a grupo etário;
- a que não produz incapacidade laborativa;
- a doença endêmica adquirida por segurados 
habitantes de regiões onde elas se desenvolvam, sal-
vo comprovação de resultou de exposição ou conta-
to determinado pela natureza do trabalho.
1.3.1. Exceção:
Excepcionalmente, constatando-se que a doen-
ça não incluída em doença profissional e doença do 
trabalho resultou de condições especiais, em que o 
trabalho é executado e com ele se relaciona direta-
mente, a Previdência Social, deve considerá-la aci-
dente do trabalho.
1.3.2. Equiparação:
O artigo 21 da Lei 8213/91 relaciona os “aci-
dentes de trabalho por equiparação”, determinado 
que se equiparem ao acidente de trabalho:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não 
tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente 
para a morte do segurado, para redução ou perda da 
sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão 
que exija atenção médica para a sua recuperação; 
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e 
no horário do trabalho, em consequência de: 
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo pratica-
do por terceiro ou companheiro de trabalho; 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por 
motivo de disputa relacionada com o trabalho; 
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia 
de terceiro ou de companheiro de trabalho; 
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos 
fortuitos ou decorrentes de força maior; 
III - a doença proveniente de contaminação acidental 
do empregado no exercício de sua atividade; 
IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora 
do local e horário de trabalho: 
a) na execução de ordem ou na realização de serviço 
sob a autoridade da empresa; 
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à em-
presa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; 
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para 
estudo, quando financiada por esta dentro de seus 
planos para melhor capacitação da mão de obra, in-
dependentemente de meio de locomoção utilizado, 
inclusive veículo de propriedade do segurado; 
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou 
desde para aquela, qualquer que seja o meio de loco-
moção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
Como podemos constatar a preocupação do 
legislador em garantir um intervalo mínimo de uma 
hora, está respaldada no dever estatal de garantir a 
higidez física e psicossocial do trabalhador durante a 
jornada laboral.
Para Maurício Godinho Delgado, com muita 
propriedade, enfatiza que:
"intervalos e jornada, hoje, não se enqua-
dram, porém, como problemas estritamente 
econômicos, relativos ao montante de força 
de trabalho que o obreiro transfere ao empre-
gador em face do contrato pactuado. É que 
os avanços das pesquisas acerca da saúde e 
segurança no cenário empregatício têm ensi-
nado que a extensão do contato do emprega-
do com certas atividades ou ambientes labo-
rativos é elemento decisivo à configuração do 
potencial efeito insalubre ou perigoso desses 
ambientes ou atividades. Tais reflexões têm 
levado à noção de que a redução da jornada 
em certas atividades ou ambientes, ou a fixa-
ção de adequados intervalos no seu interior, 
constituem medidas profiláticas importantes 
ao contexto da moderna medicina laboral."
Nesse sentido, Francisco Antonio de Oliveira 
alerta que:
"todo período de descanso previsto em lei, quer du-
rante a jornada ou entre jornadas, tem finalidade me-
dicinal e objetiva reduzir as toxinas que se acumulam 
em períodos prolongados de trabalho. Liga-se também 
à segurança do trabalho, posto que o período prolon-
gado, com reduzido descanso, diminui a atenção do 
trabalhador e torna o ambiente propício a acidentes."
Desta feita, por mais de 30 anos, a hipótese le-
gal de redução do intervalo para refeição e descanso 
ficou condicionada a ato administrativo exclusivo do 
Ministro do Trabalho, conforme se infere do parágra-
fo terceiro do artigo 71 da CLT.
1.3.3. Comunicação do acidente
Toda empresa deverá comunicar o acidente do 
trabalho à Previdência Social até o 1.º (primeiro) dia 
útil seguinte da ocorrência e, de imediato em caso de 
morte à autoridade competente, sob pena de multa 
variável entre o mínimo e máximo do salário de con-
tribuição, sucessivamente nas reincidências.
O acidentado deverá receber cópia fiel da comu-
nicação de acidente, também seus dependentes e o 
Sindicato a que corresponda sua categoria.
Acidente pessoal de acordo com a Norma 
ABNT NBR 14280, é aquele cuja caracterização de-
pendede existir acidentado.
Acidente de trajeto Norma ABNT NBR 14280 
define que é o acidente de trabalho sofrido pelo em-
pregado no percurso da residência para o trabalho ou 
deste para aquela.
Acidente impessoal para a Norma ABNT NBR 
14280, é aquele cuja caracterização independe de exis-
tir acidentado, não podendo ser considerado como 
causador direto da lesão pessoal.
Lesão imediata é a que se verifica imediatamente 
no momento da ocorrência do acidente, e lesão me-
diata tardia é aquela lesão que não se verifica imediata-
mente após a exposição à fonte da lesão. Caso seja ca-
racterizado o nexo causal, isto é, a relação da doença 
com o trabalho, evidenciará uma doença ocupacional. 
Assim, admite-se a preexistência de uma “ocorrência 
ou exposição contínua ou intermitente”, de natureza 
acidental, sendo registrada como acidente do traba-
lho, nas estatísticas de acidente.
Incapacidade permanente total é a perda total 
de capacidade de trabalho, em caráter permanente, 
excluindo a morte. Esta incapacidade corresponde à 
lesão que, não provocando a morte, impossibilita o 
acidentado, permanentemente, de exercer o trabalho 
ou da qual decorre a perda ou a perda total do uso dos 
seguintes elementos: ambos os olhos, um olho e uma 
das mãos, um olho e um pé, ambas as mãos ou ambos 
os pés ou uma das mãos e um pé. 
Incapacidade permanente parcial é a redução par-
cial da capacidade de trabalho, em caráter permanente.
Incapacidade temporária total é a perda total da 
capacidade de trabalho de que resulte um ou mais dias 
perdidos, excetuados a morte, a incapacidade perma-
nente parcial e a incapacidade permanente total.
Também chamada acidente com lesão com 
afastamento, é o acidente que resulta em lesão com 
perda de tempo ou lesão incapacitante, é a lesão pes-
soal que impede o trabalhador de retornar ao tra-
balho no dia útil imediato ao do acidente ou de que 
resulte incapacidade permanente.
Existe também a lesão sem afastamento, que é 
o acidente que resulta em lesão sem perda de tem-
po ou lesão incapacitante, é a lesão pessoal que não 
impede o trabalhador de retornar ao trabalho no dia 
imediato ao do acidente, desde que não haja incapa-
cidade permanente.
Dias perdidos (Dp), são os dias de afastamento 
de cada acidentado, contados a partir do primeiro 
dia de afastamento até o dia anterior ao do dia de 
retorno ao trabalho, segundo à orientação médica.
Dias debitados (Dd), são os dias que devem ser 
debitados devido à morte ou incapacidade permanen-
te, total ou parcial. No caso de morte ou incapacidade 
permanente total, devem ser debitados 6.000 (seis mil) 
dias. Por incapacidade permanente parcial, os dias a 
serem debitados devem ser retirados da norma bra-
sileira ABNT NBR 14280 (Cadastro de Acidentes).
Temos que considerar que existe em norma a 
Taxa de Frequência de Acidentados (FL) e Taxa de 
Gravidade (G).
1.4. Serviço especializado em genharia de segu-
rança e medicina do trabalho - SESMT 
O dimensionamento dos SESMT vincula-se à 
gradação do risco da atividade principal e ao número 
total de empregados do estabelecimento, constantes 
dos Quadros anexos à NR 4 e no artigo 162 da CLT.
São denominados Serviços Especializados em 
Segurança e Saúde do Trabalho Portuário (SESS-
TP), cujo dimensionamento possui regras próprias 
estabelecidas pela Portaria MTb/SSST n.º 53/97, no 
item 29.2.1.1 e seus subitens.
Os SESMT para o trabalho na agricultura, pe-
cuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura 
são denominados Serviços Especializados em Segu-
rança e Saúde no Trabalho Rural (SESTR), que pos-
sui regras próprias estabelecidas pela Portaria MTE/
GM n.º 86/05.
Com a criação da OIT (Organização Interna-
cional do Trabalho) em 1919 a prevenção de aciden-
tes no Brasil ganha um novo impulso, é criado então, 
a Lei n.º 3724/19, essa foi à primeira de acidente de 
trabalho no Brasil.
Serviço Especializado em Engenharia de Segu-
rança e em Medicina do Trabalho-(SESMT), é utili-
zado por uma empresa, que deve manter uma equipe 
de profissionais da saúde, que ficam dentro da mesma 
para proteger a integridade física dos trabalhadores.
Em 1967, foi criado o SESMT a partir do De-
creto-Lei n.º 229, de 28/02/67. E posteriormente 
foi regulamentado, em 1972 pela Portaria n.º 3237.
O artigo 4.1 da (NR04), destaca que todas as em-
presas públicas ou privadas, todos os órgãos públicos 
da administração direta ou indireta e dos poderes Le-
gislativo e Judiciário se faz necessário o SESMT.
Em 1990, o quadro do SESMT foi alterado, 
sendo introduzidos todos os profissionais que parti-
cipam dele atualmente, pontos importantes deverão 
ser observados, pois dependendo da quantidade de 
empregados e da natureza das atividades, o serviço 
pode incluir os seguintes profissionais: 
Médico do trabalho; 
Enfermeiro do trabalho; 
Técnico de enfermagem do trabalho;
Engenheiro de segurança do trabalho;
Técnico de segurança do trabalho.
O setor do – SESMT - foi criado para funcio-
nar dentro de uma empresa, visto que com o alto ín-
dice de ocorrências de aumento de acidentes que os 
funcionários, em geral, estavam sofrendo no local de 
trabalho. No entanto, não foi criado apenas para isso, 
o SESMT também tem a função de alertar e dar ins-
truções para os funcionários sobre o aparecimento de 
novas doenças, esclarecimentos sobre qualquer tipo 
de doença e também evitar que pequenos acidentes 
de trabalho possam acontecer e prejudicar a empresa.
O direito à saúde e à segurança não deve estar 
substanciado apenas no meio ambiente do trabalho, 
mas também, no meio ambiente como um todo e 
para que seja alcançado o sucesso na prevenção dos 
infortúnios do trabalho, é necessário que o Estado e 
as empresas se direcionem na busca da valorização 
do homem, tanto no aspecto social como profissio-
nal, pois é o homem o tema central da prevenção 
dos infortúnios do trabalho, seja ele operário, técni-
co, administrador, empresário ou servidor público.
Embora, a regra geral aplicável ao dimensio-
namento do SESMT, leve em conta apenas o grau 
de risco da atividade principal e o número total de 
empregados da empresa, há algumas exceções, como 
passaremos a elencar:
“Art. 162 da CLT.: A empresa, de acordo com 
as normas a serem expedidas pelo Ministério do Tra-
balho e Emprego, estarão obrigadas a manter servi-
ços especializados em segurança e em medicina do 
trabalho. 
Parágrafo único. As normas a que se refere este 
artigo estabelecerão: 
a) Classificação das empresas segundo o número de 
empregados e a natureza do risco de suas atividades; 
b) O número mínimo de profissionais especializados 
exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se 
classifique na forma da alínea anterior; 
c) A qualificação exigida para profissionais em ques-
tão e seu regime de trabalho; 
d) As demais características e atribuições dos serviços 
especializados em segurança e em medicina do traba-
lho, nas empresas.
De acordo com Marco Antônio de Sousa:
“O SESMT é um setor que faz parte do organograma 
interno das empresas, sendo que o mesmo está sub-
metido às ordens da empresa contratante, bem como 
à constante fiscalização do Ministério do Trabalho e 
Emprego (MTE), pois a sua estrutura, os seus profis-
sionais e as suas respectivas finalidades estão subme-
tidos à legislação de segurança do trabalho. “Assim, 
não é possível ter um SESMT constituído e estrutura-
do fora das normas estabelecidas pelo MTE.”
Compete aos profissionais integrantes dos Ser-
viços Especializados em Engenharia de Segurança e 
Medicina do Trabalho: 
a) aplicar os conhecimentos de engenharia de 
segurança e de medicina do trabalho ao ambiente detrabalho e a todos os seus componentes, inclusive 
máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eli-
minar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador; 
b) determinar, quando esgotados todos os meios 
conhecidos para a eliminação do risco e este persis-
tir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de 
Equipamentos de Proteção Individual - EPI; 
c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e 
na implantação de novas instalações físicas e tecno-
lógicas da empresa; 
d) responsabilizar-se tecnicamente pela orien-
tação quanto ao cumprimento do disposto nas NR 
aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/
ou seus estabelecimentos; 
e) manter permanente relacionamento com a 
CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, 
além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la; 
f) promover a realização de atividades de cons-
cientização, educação e orientação dos trabalhadores 
para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças 
ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de 
programas de duração permanente; 
g) esclarecer e conscientizar os empregadores 
sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, 
estimulando-os em favor da prevenção; 
h) analisar e registrar em documento (s) espe-
cífico (s) todos os acidentes ocorridos na empresa 
ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os 
casos de doença ocupacional, descrevendo a história 
e as características do acidente e/ou da doença ocu-
pacional, os fatores ambientais, as características do 
agente e as condições do (s) indivíduo (s) portador 
(es) de doença ocupacional ou acidentado (s); 
i) registrar, mensalmente, os dados atualizados 
de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e 
agentes de insalubridade. (disponível em www.cmt.
com.br/nr4.htm) As ações de segurança e saú-
de no trabalho no âmbito da empresa podem ser sis-
tematizadas em um tripé formado pela NR5, CIPA 
– Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, pela 
NR9, PPRA – Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais e pela NR7, PCMSO – Programa de 
Controle Médico de Saúde Ocupacional.
1.4.1. Riscos no Ambiente de Trabalho
 
Meio ambiente de trabalho é o local onde o ho-
mem realiza a prestação de serviço, desenvolvendo ativi-
dade profissional em favor de uma atividade econômica. 
Consideram-se riscos ambientais, tudo que tem 
potencial para gerar acidentes ou doenças no traba-
lho, em função de sua natureza, concentração, intensi-
dade e tempo de exposição. Os riscos dividem-se em: 
• Riscos biológicos: são microrganismos pre-
sentes no ambiente de trabalho, tais como: as 
bactérias, os fungos, os vírus, entre outros. 
• Riscos ergonômicos: são conhecimentos 
fundamentais ao planejamento de tarefas, 
postos e ambiente de trabalho, ferramentas, 
máquinas e sistema de produção, a fim de 
que sejam utilizados com o máximo de con-
forto, segurança e eficiência. 
• Riscos físicos: são representados pelas 
condições físicas, tais como: vibrações, ra-
diações, ruído, calor e frio, que podem cau-
sar danos à saúde. 
• Riscos mecânicos: relacionados a máqui-
nas inadequadas, máquinas e equipamentos 
mal dispostos, móveis sem boa localização, a 
ordem e a limpeza, entre outros. 
• Riscos químicos: os agentes químicos são 
produtos que podem penetrar no orga-
nismo. Quando absorvidos, produzem na 
grande maioria dos casos, reações diversas, 
dependendo da natureza, da quantidade e 
da forma da exposição à substância. Apesar 
dessas classificações, o risco mais danoso 
atualmente é o comportamental, onde o in-
divíduo deixa de cumprir com as normas de 
segurança impostas pela empresa, alterando 
seu ambiente de trabalho de forma prejudi-
cial, ou deixa de usar os equipamentos e sis-
temas implantados para sua proteção.
1.4.1.1. Ergonomia
Ergonomia é a disciplina científica que diz res-
peito ao entendimento das interações entre os ho-
mens e os outros elementos de um sistema e a pro-
fissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos 
para projetar de modo a otimizar o bem-estar dos 
homens e a eficiência total do sistema.
A avaliação ergonômica dos postos e métodos de 
trabalho é um dos documentos obrigatórios que po-
dem ser exigidos pelos Auditores Fiscais do Trabalho.
A análise ergonômica do trabalho, também co-
nhecida pela sigla AET, deve conter as seguintes etapas:
1.4.1.1. Ergonomia
Ergonomia é a disciplina científica que diz res-
peito ao entendimento das interações entre os ho-
mens e os outros elementos de um sistema e a pro-
fissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos 
para projetar de modo a otimizar o bem-estar dos 
homens e a eficiência total do sistema.
A avaliação ergonômica dos postos e métodos de 
trabalho é um dos documentos obrigatórios que po-
dem ser exigidos pelos Auditores Fiscais do Trabalho.
A análise ergonômica do trabalho, também co-
nhecida pela sigla AET, deve conter as seguintes etapas:
• Análise da demanda e do contexto;
• Análise global da empresa no seu contexto 
das condições técnicas, econômicas e sociais;
• Análise da população de trabalho;
• Definição das situações de trabalho a se-
rem estudadas;
• Descrição das tarefas prescritas, das tarefas 
reais e das atividades;
• Análise das atividades - elemento central 
do estudo;
• Diagnóstico e Validação do diagnóstico;
• Recomendações;
• Simulação do trabalho com as modifica-
ções propostas;
• Avaliação do trabalho na nova situação.
1.4.1.2. EPI’S X EPC’S 
Os EPI’s são - Equipamentos de Proteção Indi-
vidual, que tem a finalidade de proteger a integridade 
física do trabalhador durante a atividade de trabalho. 
Sua função é neutralizar ou atenuar um possível agen-
te agressivo, contra o corpo do trabalhador que o usa.
A NR 6, com redação dada pela Portaria MTE/
SIT n.º 25 de 2001, estabelece as disposições rela-
tivas aos EPIs. Evitam lesões ou minimizam a sua 
gravidade, nos casos de acidentes ou exposições à 
riscos, podem também nos proteger contra efeitos 
de substâncias tóxicas, alérgicas e/ou agressivas, que 
podem causar as chamadas doenças ocupacionais. 
“A empresa é obrigada a fornecer ao em-
pregado, gratuitamente, EPI adequado ao 
risco, em perfeito estado de conservação e 
funcionamento, nas seguintes circunstân-
cias: sempre que as medidas de ordem geral 
não forneçam completa proteção contra os 
riscos de acidentes de trabalho ou doenças 
ocupacionais, enquanto as medidas de pro-
teção coletiva estiverem sendo implanta-
das para atender situações de emergência.” 
(www.fundacentro.gov.br)
Os EPI's podem ser classificados em 4 grupos: 
Proteção para a cabeça; 
Proteção do tronco; 
Proteção das vias respiratórias e cintos de segurança; 
Proteção para os membros superiores e mem-
bros inferiores;
Proteção contra quedas com diferença de nível;
Proteção auditiva; 
EPCs são – Equipamentos de uso Coletivo.
Todos dispositivos de uso coletivo, destinados a 
proteger a integridade física dos trabalhadores. 
O EPC serve para neutralizar a ação dos agen-
tes ambientais, evitando acidentes, protegendo contra 
danos à saúde e a integridade física dos trabalhadores, 
uma vez que o ambiente de trabalho não deve ofere-
cer riscos à saúde ou à segurança do trabalhador.
Deve-se usá-los apenas para a finalidade que se 
destina; responsabiliza-se por sua guarda e conser-
vação; comunicar qualquer alteração que o torne im-
próprio para o uso. Adquirir o tipo adequado a ativi-
dade do empregado; treinar o trabalhador sobre seu 
uso adequado e tornar obrigatório seu uso; substituí-
-lo quando danificado ou extraviado. São exemplos 
de EPCs: extintores de incêndio, lava-olhos, capelas.
Obriga-se o empregador, quanto ao EPI:
Adquirir o tipo adequado à atividade do empregado;Fornecer, gratuitamente, aos empregados, so-
mente os aprovados pelo MTb;
Treinar o trabalhador para seu uso adequado;
Tornar obrigatório o seu uso;
Substituí-lo, imediatamente, quando danificado;
Responsabilizar-se pela higienização e manu-
tenção periódica;
Comunicar ao MTb qualquer irregularidade ob-
servada no EPI adquirido.
Obriga-se o empregado, quanto ao EPI:
Utilizá-lo apenas para a finalidade a que se destina;
Responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
Comunicar ao empregador qualquer alteração 
que o torne impróprio para o uso.
1.4.1.3. Eficácia do SESMT 
Em relação à eficiência da (NR-4), no seu 
modelo atual, e sua contribuição de maneira signi-
ficativa, o principal ponto levado em consideração 
é referente à vontade que as empresas devem ter 
para que o SESMT realmente cumpra ao seu papel 
dentro delas, uma vez observado que para um bom 
funcionamento do mesmo devem partir ordens em 
nível de diretoria. Não há muito interesse por parte 
de algumas empresas para que se tenha uma atuação 
eficaz nesta área. 
 Quando há vontade política e a empresa leva 
a sério, o SESMT funciona de maneira correta, pois 
profissionais qualificados serão contratados e farão 
parte do quadro funcional, o que irá contribuir de 
uma forma muito valiosa com aquilo que a norma 
propõe. 
 Ocorre que em alguns casos não há eficiên-
cia nenhuma, pois a empresa constitui o SESMT so-
mente no papel, o que acaba fazendo com que este 
serviço fique totalmente sem valor. 
Com a Segurança no Trabalho, soma-se o co-
nhecimento necessário para fazer a empresa mais 
eficiente, segura, organizada e produtiva. 
1.4.1.4. OHSAS - (Occupational He-
alth and Safety Assessment Services)
As siglas em inglês OHSAS, traduzindo, temos o: 
Serviços de Avaliação de Saúde e Segurança Ocupacional.
Entrou em vigor em 1999, após estudos de um 
grupo de organismos certificadores e de entidades 
de normalização da Irlanda, Austrália, África do Sul, 
Espanha e Malásia.
Consiste num Sistema de Gestão, assim como a 
ISO 9000 e ISO 14000, porém com o foco voltado 
para a saúde e segurança ocupacional. 
Em outras palavras, a OHSAS 18001 é uma fer-
ramenta que permite uma empresa atingir e sistema-
ticamente controlar e melhorar o nível do desempe-
nho da Saúde e Segurança do Trabalho por ela mesma 
estabelecido. A norma é voltada à saúde e segurança 
ocupacional. É passível de auditoria e certificação.
Assim, como os Sistemas de Gerenciamento 
Ambiental e de Qualidade, o Sistema de Gestão de 
Segurança e Saúde Ocupacional também possui ob-
jetivos, indicadores, metas e planos de ação. Visa au-
xiliar a empresa a controlar os riscos de acidentes no 
local de trabalho.
É uma norma para sistemas de gestão da Segu-
rança e da Saúde no Trabalho (SST). A certificação 
por essa norma garante o compromisso da empresa 
com a redução dos riscos ambientais e com a melho-
ria contínua de seu desempenho em saúde ocupacio-
nal e segurança de seus colaboradores. 
A norma baseia-se no conceito de que a com-
panhia deve periodicamente analisar e avaliar seu 
sistema de gestão da SST, de maneira sempre a iden-
tificar melhoras e implementar as ações necessárias. 
Por isso, ela não estabelece requisitos absolutos para 
o desempenho da Segurança e Saúde no Trabalho 
— mas exige que a empresa atenda integralmente à 
legislação e regulamentos aplicáveis e se comprome-
ta com o aperfeiçoamento contínuo dos processos.
Por não estabelecer padrões rígidos, duas orga-
nizações que desenvolvam atividades similares, mas 
que apresentem níveis diferentes de desempenho da 
SST podem, simultaneamente, atender aos requisi-
tos da norma. 
A norma OHSAS 18000 integra-se no mesmo 
modelo das normas ISO 9000 e ISO 14000, apresen-
tando uma abordagem por processo. Estas normas 
são baseadas na utilização do “ciclo de Deming”, que 
permitem uma melhoria contínua dos desempenhos. 
A OHSAS 18000 compõe-se de um sistema de 
gestão que integra: 
- O compromisso de seguir uma política de ges-
tão dos riscos; 
- A identificação e a avaliação dos fatores e áreas 
de riscos; 
- A identificação de objetivos e programas; 
- A formação do pessoal; 
- A implantação de processos de controle; 
- A preparação a situações de emergência; 
- O estabelecimento de procedimentos de medi-
da de vigilância; 
- A implantação de medidas de prevenção 
dos acidentes; 
- A instauração de um procedimento regular 
de verificação.
O procedimento de certificação desenvolve-se 
em três etapas: 
- A pré-avaliação efetuada pelo organismo res-
ponsável pela auditoria de certificação; 
- O estudo dos documentos fornecidos pela empresa; 
- A auditoria de certificação a fim de examinar 
e verificar a implantação efetiva dos procedimentos 
por parte da empresa. (Fonte: OHSAS 2007 17)
1.4.1.5. ACGIH - (American Conferen-
ce of Governmental Industrial Hygienists)
A ACGIH é a Conferência Norte-Americana 
de Higienistas Industriais Governamentais (Ameri-
can Conference of Governmental Industrial Hygie-
nists), uma organização de profissionais de higiene 
ocupacional patrocinados por instituições governa-
mentais ou educacionais dos Estados Unidos.
A ACGIH desenvolve e publica, anualmente, 
limites recomendados de exposição ocupacional de-
nominado de Threshold Limit Values (TLV) para 
centenas de substâncias químicas, agentes físicos, e 
inclui Índices de Exposição a Agentes Biológicos: 
Biological Exposure Indices (BEI). O TLV é marca 
registrada da ACGIH cujos valores são atualizados e 
divulgados constantemente por meio de publicações.
Os TLV da ACGIH são referências a serem 
utilizadas para fins de implementação de medidas 
de controle no campo da higiene ocupacional. Os 
TLV não devem ser usados para fins de caracteri-
zação de atividade ou operação insalubre, para isso 
devem ser utilizados apenas os Limites de Tolerância 
(LT) da NR 15 - Atividades e Operações Insalubres.
Uma sugestão, para a redução dos acidentes de tra-
balho, seria contar com a contribuição do governo, 
para oferecer incentivos fiscais às empresas que atin-
gissem metas relacionada à prevenção dos mesmos. 
Seria necessária fiscalização contínua para assegurar 
um SESMT atuante. Assim, possivelmente, as em-
presas menos conscientes iriam, de alguma forma, 
aderir ao SESMT. 
A segurança dentro de uma organização não 
é prioridade, mas é necessário cuidar do seu maior 
bem, que é o recurso humano, que por sua vez, tem 
o SESMT que regulamenta os procedimentos den-
tro da empresa, visando à segurança na mesma e atu-
alizando dados de acontecimentos para que novas 
medidas de precaução sejam tomadas, ajudando que 
todos os acontecimentos sejam respeitados, e apura-
dos de fato, para o bem-estar de todos. 
QUESTÕES – UNIDADE 1
1. Qual a definição de empregado para fins de 
aplicação das NRs?
2. Qual a definição de empresa para fins de apli-
cação das NRs?
3. Qual a definição de local de trabalho para 
fins de aplicação das NRs?
4. São atribuições das Delegacias Regionais de 
Trabalho (DRTs)?
5. O que é o Certificado de Aprovação de Ins-
talações (CAI)?
UNIDADE 2 - CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PRE-
VENÇÃO DE ACIDENTES
Em conformidade com o instituído nas Nor-
mas Regulamentadoras, as empresas privadas e 
públicas, dependendo do grau de risco da ativida-
de principal e do número de empregados, deverão: 
organizar, registrar na DRT e manter em funciona-
mento uma Comissão Interna de Prevenção de Aci-
dentes – CIPA.
Devem constituir a CIPA, por estabelecimento, 
e mantê-la em regular funcionamento as empresas 
privadas, públicas, sociedades de economia mista, 
órgãos da administração diretae indireta, institui-
ções beneficentes, associações recreativas, coope-
rativas, bem como outras instituições que admitam 
trabalhadores como empregados.
O objetivo da CIPA é garantir a representação dos 
trabalhadores nas questões de melhoria da segurança 
e saúde ocupacional. Observar e relatar condições de 
risco nos ambientes de trabalho e solicitar medidas para 
reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou neutrali-
zar os mesmos, discutir os acidentes ocorridos, enca-
minhando aos SESMT e ao empregador o resultado da 
discussão, solicitando medidas que previnam acidentes 
semelhantes e, ainda, orientar os demais trabalhadores 
quanto à prevenção de acidentes.
A CIPA é uma comissão paritária, formada por 
representantes do empregador e dos empregados de 
acordo com a Norma Regulamentadora, e observan-
do, dentre outros fatores, os seguintes.
A composição da CIPA deve obedecer a crité-
rios que permitam estar representada a maior parte 
do setor do estabelecimento, não devendo faltar em 
qualquer hipótese a representação dos setores que 
representam maior grau de risco de acidentes.
Os representantes, titulares e suplentes, do em-
pregador, são indicados livremente por estes, proi-
bida a recondução de titulares para mais de dois 
mandatos consecutivos. Oportuno ressaltar que no 
inciso II do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias assegurou a estabilidade do cipeiro, des-
de o registro de sua candidatura, e, se eleito, até um 
ano após o término do seu mandato.
Os representantes e titulares dos empregados 
são escolhidos por estes, mediante eleição direta e 
secreta, promovida pelo empregador, em horário de 
expediente normal da empresa, respeitados os tur-
nos, e será obrigatória, devendo ter a participação 
de, no mínimo, a metade mais um do número de 
empregados de cada setor. 
Serão eleitos titulares, os candidatos mais votados 
representantes dos empregados e escolherão dentre si, 
o Vice-Presidente da CIPA. Será inelegível o membro 
titular representante dos empregados que já tenha sido 
eleito como tal, por dois mandatos consecutivos.
Os membros da CIPA representantes do em-
pregador e dos empregados, ou seja, os cipeiros esco-
lherão quaisquer dois empregados como Secretário e 
Suplente de Secretário aos quais competirão manter 
atualizada toda documentação da CIPA, incluindo a 
ATA das reuniões no livro de Atas da CIPA.
Organizada a CIPA e definidos todos os seus 
membros componentes, e efetuada a posse dos mes-
mos por ato do empregador, deverá a CIPA, em dez 
dias após a eleição, ser registrada na DRT.
A eleição para o novo mandato da CIPA deverá 
ser convocada pelo empregador, com prazo mínimo 
de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do 
mandato em vigor, e realizada com antecedência mí-
nima de 30 (trinta) dias do seu término; ocorrendo a 
nova posse no dia útil seguinte ao término do man-
dato anterior. Para cada eleição deverá ficar uma fo-
lha de votação que ficará arquivada na empresa por 
um período de 3 (três) anos, para fins de fiscalização, 
podendo o Delegado Regional do Trabalho, anular a 
eleição quando constatar irregularidades insanáveis. 
Para cada novo mandato, deverá o empregador 
encaminhar à DRT: a Ata de Eleição dos represen-
tantes dos empregados, assim como a Cópia da ata 
de eleição, cópia da ata de instalação e posse, calen-
dário das reuniões ordinárias, onde deve constar dia, 
mês, hora e local de realização das reuniões.
O empregador deverá promover para todos os 
membros da CIPA, Titular, Suplente, Presidente, 
Vice-Presidente, Secretário e Suplente de Secretário, 
em horário de expediente normal da empresa, um 
curso básico em prevenção de acidentes, com carga 
horária de no mínimo 18 (dezoito) horas/aula, po-
dendo ser realizado pelo SESMT da empresa ou por 
entidade especializada e credenciada junto à DRT 
(Ex.: SENAI e SENAC).
É importante verificar que a NR 5 fala, algumas 
vezes, em trabalhadores e algumas vezes em emprega-
dos. Quando a norma diz empregados refere-se àqueles 
com vínculo de emprego com a empresa determinada. 
Quando se refere a trabalhadores, engloba todos 
os que trabalham no estabelecimento de determinada 
empresa, ainda que sejam contratados por outras.
Deve ser considerado empregado, para fins de 
constituição da CIPA, a pessoa física, que preste ser-
viço de natureza não eventual ao empregador, sob 
dependência desse e mediante salário.
MODELO DE REQUERIMENTO DO 
REGISTRO DA CIPA NA DRT
2.1. CONCEITO DE INSALUBRIDADE
Trabalho insalubre é aquele realizado em con-
dições que expõem o trabalhador a agentes nocivos 
à saúde acima dos limites de tolerados, seja por sua 
natureza, intensidade ou tempo de exposição.
Adicional salarial: trabalhar em condições de 
insalubridade assegura ao trabalhador um adicional 
sobre o salário mínimo da região e, se houver previ-
são convencional, este adicional poderá ser sobre o 
salário nominal. Este adicional varia de acordo com 
o grau de insalubridade e é de:
- 40%, para o grau máximo;
- 20%, para o grau médio;
- 10%, para o grau mínimo.
Como funciona: os limites de tolerância das 
condições insalubres são determinados pelo Minis-
tério do Trabalho e a caracterização da atividade in-
salubre, perigosa ou penosa depende da realização 
de perícia.
O trabalhador terá direito a este adicional, en-
quanto estiver exercendo atividades em ambientes 
de condições adversas, identificadas pela perícia. 
Caso as condições insalubres sejam eliminadas ou 
reduzidas pela adoção de medidas de segurança com 
o fornecimento de Equipamentos de Proteção Indi-
vidual (EPI), por exemplo, pode resultar na suspen-
são do adicional de insalubridade ou na redução do 
percentual concedido.
A trabalhadora gestante ou em período de 
amamentação, será, obrigatoriamente, afastada do 
exercício da atividade tida como insalubre, perigosa 
ou penosa e deixará de receber o adicional de insa-
lubridade, enquanto durar o afastamento. Além das 
gestantes, todos os trabalhadores que se afastarem, 
independentemente dos motivos, perderão o direito 
ao adicional no período do afastamento.
O exercício de atividades em locais insalubres, 
com ou sem o recebimento do adicional, não reduz 
o tempo de serviço para a aposentadoria e, caso re-
ceba adicional de insalubridade, ele não será incor-
porado à aposentadoria.
O artigo 7.º da CF/88 dispõe:
“adicional de remuneração para as atividades peno-
sas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.”
Pela CLT, temos regulamentado os trabalhos 
perigosos e os insalubres, enquanto a penosidade, 
até o momento, não foi em definitivo elaborado ne-
nhuma norma de conceituação, os critérios de carac-
terização, o valor do adicional dentre a Lei 8.112/90.
“Insalubre”, deriva do latim e significa tudo 
aquilo que origina doença, e a insalubridade é a qua-
lidade de insalubre. 
Já, o conceito legal de insalubridade é dado pelo 
artigo 189 da CLT, nos seguintes termos:
“Art. 189. Serão consideradas atividades ou operações 
insalubres aquelas que, por sua natureza, condições 
ou métodos de trabalho, exponham os empregados 
a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tole-
rância fixados em razão da natureza e da intensidade 
do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.”
Fazendo uma breve análise do conceito acima, 
verifica-se que ele é tecnicamente correto dentro dos 
princípios da Higiene Ocupacional.
2.2. CARACTERIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE
Para documentar e para fins de pagamento de 
adicional de insalubridade ou periculosidade, deve-
mos fazer uso do Laudo de Insalubridade/Pericu-
losidade, esse, com ligação entre a NR 15 ou 16 do 
Ministério do Trabalho e Emprego.Para fins de caracterização de necessidade de apo-
sentadoria especial, vejamos o que a legislação prevê:
“Lei 8213/91 § 1.º A comprovação da efetiva 
exposição do segurado aos agentes nocivos será fei-
ta mediante formulário, na forma estabelecida pelo 
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, emi-
tido pela empresa ou seu preposto, com base em 
laudo técnico de condições ambientais do trabalho 
(*LTCAT) expedido por médico do trabalho ou en-
genheiro de segurança do trabalho nos termos da 
legislação trabalhista.”
 
2.2.1. LISTA DE ATIVIDADES INSA-
LUBRES CONFORME NR15
- Anexo 1 – Limites de Tolerância para Ruído 
Contínuo ou Intermitente. Exemplo: trabalhadores 
que atuam nas proximidades de máquinas, equipa-
mentos e outros geradores de ruído.
- Anexo 2 – Limites de Tolerância para Ruídos 
de Impacto. Exemplo: trabalhadores nas proximida-
des de bate estaca.
- Anexo 3 – Limites de Tolerância para Exposi-
ção ao Calor. Exemplo: trabalhadores que trabalham 
com caldeiras, cerâmicas, fornos etc.
- Anexo 4 – Iluminação – REVOGADO.
- Anexo – Radiações Ionizantes. Exemplo: Téc-
nicos em Radiologia e outros trabalhadores que la-
boram nas proximidades.
- Anexo 6 – Trabalho sob Condições Hiperbá-
ricas. Exemplo: mergulhadores.
- Anexo 7 – Radiações Não-Ionizantes.
- Anexo 8 – Vibrações. Exemplo: trabalhadores 
que operam máquinas e equipamentos geradores de 
vibração etc.
- Anexo 9 – Frio. Exemplo: trabalho em frigo-
ríficos, supermercados etc.
- Anexo 10 – Umidade. Exemplo: todo trabalho em 
que o empregado exerce a função estando encharcado.
- Anexo 11 – Agentes Químicos cuja Insalu-
bridade é caracterizada por Limite de Tolerância e 
Inspeção no Local de Trabalho.
- Anexo 12 – Limites de Tolerância para Poeiras 
Minerais. Exemplo: trabalhadores expostos ao amianto.
- Anexo 13 – Agentes Químicos.
- Anexo 13 A – Benzeno. Exemplo: trabalhado-
res expostos ao benzeno.
- Anexo 14 – Agentes Biológicos.
2.2.2. A ELIMINAÇÃO DA INSALUBRIDADE
Artigo 191 da CLT – A eliminação ou a neutra-
lização da insalubridade ocorrerá:
,
 Apesar de estar previsto na CLT que o EPI 
é capaz de eliminar a insalubridade, há polêmicas so-
bre esse assunto, uma vez que a implantação do EPI 
na empresa como forma eficaz de eliminar o risco 
não é uma tarefa simples. Uma coisa é fornecer EPI, 
outra é usar e outra é usar da forma correta a ponto 
de “eliminar o risco”.
Não é incomum quando vemos trabalhador 
deixando de usar o EPI, colocando-o apenas quan-
do vê chefe ou o SESMT, ou seja, não existe, muitas 
vezes, a preocupação do próprio trabalhador quanto 
ao risco, preocupando-se apenas com o “ser chama-
do atenção”, e ter que assinar uma advertência.
É consenso ter que adotar medidas de proteção 
coletiva dentro de uma empresa, pois é a única for-
ma legal, real e 100% aceita como forma de eliminar 
o risco, e consequentemente o pagamento de adicio-
nal de insalubridade.
2.2.3. A ELIMINAÇÃO DA INSALU-
BRIDADE X TRABALHADOR
Muitas vezes, o trabalhador prefere receber o 
adicional a eliminar o risco, quando de trata de in-
salubridade. A empresa tem o direito de cortar o 
adicional, uma vez que se eliminando o risco, não 
existirá mais a necessidade de pagamento.
Deparamo-nos, muitas vezes, claramente com 
isso, tornando-se um comércio. Um comércio onde 
o trabalhador preferindo o adicional nos vencimen-
tos, vende junto com a mão de obra a sua saúde. E 
não percebe que está comercializando o seu maior 
bem, esse invólucro chamado de corpo, com o qual, 
sem saúde, não vale muito.
Para eliminar o risco e o consequente pagamen-
to de adicional de insalubridade precisa-se ser feito 
uma análise com muita cautela e responsabilidade, 
pois mesmo quando a empresa tem razão, o traba-
lhador pode se sentir tentado a “buscar seus direi-
tos na justiça” e se ficar um vácuo na aplicação da 
norma pertinente a respeito da eliminação do risco, 
conseguirá provar judicialmente.
QUESTÕES – UNIDADE 1
1. Quais as instituições que estão obrigadas a 
manter os Serviços Especializados em Segurança e 
Medicina do Trabalho (SESMT)?
2. Quem são os profissionais dos SESMT?
3. O que é Ergonomia?
4. Qual documento legal estabelece as disposi-
ções relativas aos Equipamentos de Proteção Indivi-
dual (EPIs)?
5. Quais são as responsabilidades do emprega-
do com relação ao EPI?
UNIDADE 3 - HIGIENE OCUPACIONAL
Programa de Controle Médico de Saúde Ocu-
pacional (PCMSO) estabelece a obrigatoriedade de 
elaboração e implantação do PCMSO, por parte de 
todos os empregadores e instituições, com o objeti-
vo de monitorar, individualmente, aqueles trabalha-
dores expostos aos agentes químicos, físicos e bioló-
gicos definidos pela NR 9, Programa de Prevenção 
de Riscos Ambientais (PPRA).
 No campo da saúde ocupacional, vejamos a 
Higiene do Trabalho que é reconhecida como uma 
ciência que trata do reconhecimento, da avaliação e 
do controle dos agentes agressivos passíveis de levar 
o empregado a adquirir doença profissional.
Tais agentes poderão ser identificados das se-
guintes maneiras, quais sejam:
- Agentes físicos: ruído, calor, radiações, frio, 
vibrações e umidade.
- Agentes químicos: poeira, gases e vapores, né-
voas e fumos.
- Agentes biológicos: micro-organismos, vírus 
e bactérias.
- Mecânicos.
- Psicossociais de reconhecida e presumi-
da nocividade.
Podemos citar como exemplo, um empregado 
exposto ao ruído, em certas condições, pode adqui-
rir perda auditiva permanente.
Um dos princípios da Higiene Ocupacional, a 
ocorrência de doença profissional, leva em considera-
ção, dentre outros fatores, a natureza, da intensidade e 
do tempo e do tempo de exposição ao agente agressivo.
Terão que conseguir que o esforço físico e mental 
exigidos de cada trabalhador para o exercício do tra-
balho, estejam adaptados às suas necessidades e limi-
tações técnicas, anatômicas, fisiológicas e psicológicas.
Tendo como base esses fatores e foram estabe-
lecidos limites de tolerância para os referidos agen-
tes, que, no entanto, representam um valor numérico 
abaixo do qual se acredita que a maioria dos traba-
lhadores expostos a agentes agressivos, durante a sua 
vida laboral, não contrairá doença profissional.
Contudo, do ponto de vista prevencionista, não po-
dem ser encarados com rigidez, e assim como parâme-
tros para avaliação e controle dos ambientes de trabalho.
Por se ratar de matéria técnica de higiene ocu-
pacional, a regulamentação foi delegada ao TEM, 
conforme dispõe o artigo 190 da CLT, como segue:
“Art. 190. O Ministério do Trabalho aprovará o qua-
dro das atividades e operações insalubres e adotará 
normas sobre os critérios de caracterização da insalu-
bridade, os limites de tolerância aos agentes agressi-
vos, meios de proteção e o tempo máximo de exposi-
ção do empregado a esses agentes.
obs.: dji. grau. 3: Art. 1.º, Capítulo V do Titulo II da 
CLT - L-006.514-1977 - Alteração
obs.: dji. grau. 4: Atividades Insalubres ou Perigosa.
Parágrafo único. As normas referidas neste artigo in-
cluirão medidas de proteção do organismo do traba-
lhador nas operações que produzam aerodispersóides 
tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos.
obs.: dji. grau. 3: Art. 1.º, Capítulo V do Título II da 
CLT - L-006.514-1977 – Alteração.”
O Ministério do Trabalho aprovará o quadro 
das atividades e operações insalubres e adotará nor-
mas sobre os critérios de caracterização da insalubri-
dade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, 
meios de proteção e o tempo máximo de exposição 
do empregado a esses agentes.
O Ministério do Trabalho e emprego regula-
mentou a matéria na Norma Regulamentadora – 
NR-15 da Portarian.º 3214/78. Portanto, a possível 
caracterização da insalubridade ocorrerá somente se 
o agente estiver inserido na referida norma.
Neste sentido, a Súmula 460 do STF (Superior 
Tribunal Federal) dispõe:
“STF Súmula n.º 460 - 01/10/1964 - DJ de 
8/10/1964, pág. 3647; DJ de 9/10/1964, pág. 3667; 
DJ de 12/10/1964, pág. 3699- Adicional de Insalu-
bridade - Perícia Judicial em Reclamação Trabalhista - 
Enquadramento da Atividade - Para efeito do adicio-
nal de insalubridade, a perícia judicial, em reclamação 
trabalhista, não dispensa o enquadramento da ativi-
dade entre as insalubres, que é ato da competência do 
Ministro do Trabalho e Previdência Social.”
O entendimento do TST, também, é de que 
há necessidade de classificação das atividades como 
insalubres na relação oficial elaborada pelo MTb 
(Orientação Jurisprudencial n.º 4 da SDI do TST).
Fica evidenciado que o perito não poderá ex-
trapolar situações não previstas pela Norma Regula-
mentadora 15 da Portaria n.º 3214/78, na apuração 
de insalubridade.
3.1. ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL
No Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) 
deve-se fazer constar todos os itens previstos na 
NR7, com atenção para: nome, número de identi-
dade, função, riscos ocupacionais específicos, tipos 
de exames que foram realizados com data, nome do 
médico coordenador e n.º de registro no Conselho 
Regional de Medicina (CRM), definição apto/inap-
to, nome do médico examinador e forma de contato 
ou endereço, data e assinatura. 
Deverá conter espaço para a assinatura do tra-
balhador comprovando o recebimento de uma se-
gunda via do atestado.
Todas as atividades possuem riscos que devem 
constar no ASO, por exemplo, riscos mecânicos, er-
gonômicos, entre outros inerentes à atividade.
3.2. CRITÉRIO ADOTADO PARA A CA-
RACTERIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE
O MTE, na Portaria 3214/78, regulamentou toda 
a matéria de Segurança e Medicina do Trabalho através 
de 34 normas regulamentadoras, estando inserido na 
NR-15 e seus 14 anexos as atividades e operações insa-
lubres, assim consideradas que se desenvolvem:
- acima do limite de tolerância previsto nos ane-
xos: 1, 2, 3, 5, 11 e 12.
- nas atividades mencionadas nos anexos: 6, 13, e 14.
- comprovadas através de laudo de inspeção do 
local do trabalho, constantes do anexo: 7, 8, 9 e 10.
- abaixo dos mínimos de iluminamento fixados 
no anexo 4, exceto nos trabalhos de extração de sal. 
Esse anexo foi revogado pela Portaria n.º 3.751, de 
23.11.90.
Embora, o artigo 189 da CLT estabeleça que a 
insalubridade ocorra quando a exposição ao agente 
superar o limite de tolerância, o MTE estabeleceu três 
critérios para a caracterização da insalubridade: ava-
liação quantitativa, qualitativa e inerentes à atividades.
3.2.1. Avaliação quantitativa
Nos anexos 1, 2, 3, 5, 8,11 e 12, nestes casos, o 
perito terá que medir a intensidade ou concentração 
do agente e fazer a comparação com os limites de to-
lerância; somente será caracterizada a insalubridade 
quando os limites forem ultrapassados. Para tanto, 
o perito deverá utilizar de técnicas e métodos esta-
belecidos pelas normas de higiene ocupacional em 
conjunto com a NR15 e seus anexos.
Importante frisar que todos os limites fixados 
foram estabelecidos nos limites de tolerância da AC-
GIH – (American Conference of Governmental 
Industrial Higyenist), devidamente corrigidos dos 
parâmetros da jornada de trabalho no Brasil.
3.2.2. Avaliação qualitativa
Nos anexos 7, 8, 9,10 e 13 da NR15, não fixou 
limites de tolerância para agentes agressivos, embora 
a ACGIH os tenha estabelecido para praticamente to-
dos os agentes. Nesse tipo de avaliação (qualitativa), 
o perito deverá analisar detalhadamente o posto de 
trabalho, a função ou atividade do trabalhador, utili-
zando os critérios técnicos da Higiene Ocupacional.
Leva-se em conta para avaliação, dentre outros, o 
tempo de exposição, a forma de contato com o agen-
te e o tipo de proteção usada, até mesmo limites in-
ternacionais para a fundamentação de parecer técnico.
No caso de substâncias químicas é importante se 
observar a diluição das mesmas, caso esteja em solução.
A ausência dos limites de tolerância fixados pela 
NR15, para maioria dos agentes, não significa que 
somente por isso que qualquer exposição seja peri-
gosa. Aliás, o MTE, através da Portaria n.º 3.311/89, 
revogada pela Portaria n.º 546/2010, estabelecia cri-
térios para avaliação qualitativa, definindo o contato 
permanente ou intermitente e o eventual. 
E o fato do MTE não fixar limites de tolerân-
cia, não autoriza o perito a emitir pareceres pessoais 
sem uma fundamentação técnica para concluir que 
qualquer exposição é nociva à saúde.
A Portaria n.º 3.311/89 foi revogada pela 
Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego n.º 
546/10, que por sua vez, infelizmente, nada falou 
sobre o tema.
Nesse “vácuo legal” predominante, entende-
mos que, apesar de revogada, a Portaria n.º 3.311/89 
merece ser considerada quando o assunto for a 
definição de trabalho eventual, intermitente e per-
manente. Trata-se de uma forma menos subjetiva e 
mais embasada de avaliação.
Merece destaque o conteúdo da Súmula 47 do 
Tribunal Superior do Trabalho (TST), que assim colo-
ca: “O trabalho executado, em caráter intermitente, em 
condições insalubres, não afasta, só por essa circuns-
tância, o direito à percepção do respectivo adicional”.
Na mesma esteira, temos a decisão abaixo:
“EMENTA: ADICIONAL DE INSALUBRIDA-
DE. EXPOSIÇÃO INTERMITENTE. SÚMULA 
47 DO TST. Nos termos da Súmula 47 do TST, o tra-
balho executado em condições insalubres, em caráter 
intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o 
direito à percepção do respectivo adicional. Agravo 
de instrumento conhecido e desprovido.” (AIRR 
5868700-22.2002.5.04.0900)
Pelo texto sumulado, concluímos, por exemplo, 
que os ministros do TST não obedecem ao Anexo 14 
da Norma Regulamentadora n.º 15, na parte que condi-
ciona a percepção do adicional de insalubridade por ris-
co biológico ao “contato permanente” do trabalhador. 
Observamos que os julgados do egrégio tri-
bunal, se fundamentados na Súmula n.º 47, não 
excluem o “contato intermitente” da percepção do 
respectivo adicional.
E uma breve análise da periculosidade, o racio-
cínio é idêntico. Vejamos a Súmula 364 do TST:
“Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado 
exposto permanentemente ou que, de forma intermi-
tente, se sujeita a condições de risco. Indevido, ape-
nas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim 
considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-
-se por tempo extremamente reduzido.”
Em sintonia com essa súmula, observamos o 
seguinte julgado:
“EMENTA: RECURSO DE REVISTA. ADICIO-
NAL DE PERICULOSIDADE. SÚMULA 364, I/
TST. A jurisprudência desta Corte, consubstanciada 
na Súmula 364, I/TST, é no sentido de que tanto o 
contato permanente como o intermitente geram o 
direito ao adicional de periculosidade, Incidência da 
Súmula 364, I/TST. Recurso de revista provido.” (RR 
22 22/1999-721-04-40.4)
Assim, por segurança jurídica de todos os pe-
ritos que confeccionam laudos de insalubridade/
periculosidade, devemos considerar que observam 
também as Súmulas 47 e 364 do TST em todos os 
seus documentos. 
Sempre defendemos que a primeira medida é alte-
rar a norma, no entanto, a inércia do órgão competente 
do MTb faz com essas fiquem cada vez mais defasadas.
Deste modo, os profissionais da área deveriam 
provocar o MTb a discutir a matéria e, consequente-
mente, adequar as normas pertinentes de caracteri-
zação de insalubridade e periculosidade.
Outro aspecto importante é a ocorrência e ex-
posição permanentea determinado agente, ou seja, 
a uma intermitência semanal (uma vez por semana), 
essa situação os limites são fixados por se tratar de 
jornada semanal e é considerada a baixo do limite 
e quando for considerada de média ponderada nas 
situações que possuem limite de “valor-teto” fixado 
em normas internacionais.
Em termos de percepção parcial do adicional 
de insalubridade, dependerá da decisão judicial de 
cada caso, uma vez que a Súmula 47 do Tribunal Su-
perior do Trabalho não define intermitência diária, 
semanal ou mensal.
3.2.3. Avaliação qualitativa de riscos 
inerentes à atividade
O subitem 15.13 da NR15 estabelece atividades 
insalubres nos anexos 6, 13 e 14.
Como não se pode eliminar ou neutralizar a in-
salubridade, significa que ela é inerente a atividade. 
Um exemplo é a do trabalho de contato com pacien-
tes nos hospitais (anexo 14 – agentes biológicos), o 
risco de contágio não pode ser eliminado somente 
com medidas no ambiente ou de uso de EPIs (Equi-
pamento de Proteção Individual).
No anexo 13, vem estabelecido que a caracteri-
zação da insalubridade far-se-á por inspeção no local 
de trabalho.
Cabe a autoridade regional competente, em ma-
téria de segurança e saúde do trabalhador, compro-
var a insalubridade, por laudo técnico de engenheiro 
de segurança do trabalho ou médico do trabalho, 
devidamente habilitado, fixar os adicionais devidos 
aos empregados expostos à insalubridade, quando 
impraticável sua eliminação ou neutralização.
3.3. ANÁLISE DOS AGENTES QUÍ-
MICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS
São passíveis de caracterização, conforme ane-
xo da NR15, Portaria n.º 3.214/78:
Ruídos: (anexo 1 e 2 – NR15), podem ser con-
tínuos ou intermitentes, e entende-se para esses fins 
de aplicação de limites de tolerância, o ruído que não 
seja de impacto.
Os níveis devem ser medidos em decibéis (dB), 
com instrumento de nível de pressão sonora e as lei-
turas devem ser feitas próximas do ouvido do traba-
lhador. Verifica-se o tempo de exposição durante a 
jornada de trabalho.
Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermi-
tente, para os fins de aplicação de Limites de Tole-
rância, o ruído que não seja ruído de impacto.
Os níveis de ruído contínuo ou intermitente de-
vem ser medidos em decibéis (dB) com instrumen-
to de nível de pressão sonora operando no circuito 
de compensação "A" e circuito de resposta lenta 
(SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao 
ouvido do trabalhador.
Os tempos de exposição aos níveis de ruído 
não devem exceder os limites de tolerância fixados 
no Quadro deste anexo. (115.003-0/ I4)
Para os valores encontrados de nível de ruído 
intermediário será considerada a máxima exposição 
diária permissível relativa ao nível imediatamente 
mais elevado.
Não é permitida exposição a níveis de ruído 
acima de 115 dB (A) para indivíduos que não este-
jam adequadamente protegidos.
Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois 
ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes 
níveis, devem ser considerados os seus efeitos combi-
nados, de forma que, se a soma das seguintes frações:
Exceder a unidade, a exposição estará acima do 
limite de tolerância.
Na equação acima, Cn indica o tempo total que 
o trabalhador fica exposto a um nível de ruído especí-
fico, e Tn indica a máxima exposição diária permissí-
vel a este nível, segundo o Quadro deste Anexo.
As atividades ou operações que exponham os 
trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermi-
tente, superiores a 115 dB (A), sem proteção adequa-
da, oferecerão risco grave e iminente.
Assim, por exemplo, se um empregado traba-
lhar sem protetor auricular, em local com ruído de 
90 (dB), a insalubridade será caracterizada quando o 
tempo de exposição diária for superior a quatro horas.
Observe a tabela que segue: 
3.3.1. LIMITES DE TOLERÂNCIA 
PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR
A exposição ao calor deve ser avaliada através 
do "Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo" 
- IBUTG definido pelas equações que se seguem:
Ambientes internos ou externos sem carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
Ambientes externos com carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg, onde:
tbn = temperatura de bulbo úmido natural
tg = temperatura de globo
tbs = temperatura de bulbo seco.
Os aparelhos que devem ser usados nesta avalia-
ção são: termômetro de bulbo úmido natural, termô-
metro de globo e termômetro de mercúrio comum.
As medições devem ser efetuadas no local onde 
permanece o trabalhador, à altura da região do cor-
po mais atingida.
Limites de Tolerância para exposição ao calor, 
em regime de trabalho intermitente com períodos de 
descanso no próprio local de prestação de serviço.
Em função do índice obtido, o regime de tra-
balho intermitente será definido no Quadro N.º 1.
Os períodos de descanso serão considerados 
tempo de serviço para todos os efeitos legais.
A determinação do tipo de atividade (Leve, Mode-
rada ou Pesada) é feita consultando-se o Quadro n.º 3.
Limites de Tolerância para exposição ao calor, 
em regime de trabalho intermitente com período de 
descanso em outro local (local de descanso).
Para os fins deste item, considera-se como lo-
cal de descanso ambiente termicamente mais ameno, 
com o trabalhador em repouso ou exercendo ativi-
dade leve.
Os limites de tolerância são dados segundo o 
Quadro n.º 2.
Onde: M é a taxa de metabolismo média pondera-
da para uma hora, determinada pela seguinte fórmula:
Sendo:
Mt - taxa de metabolismo no local de trabalho.
Tt - soma dos tempos, em minutos, em que se 
permanece no local de trabalho.
Md - taxa de metabolismo no local de descanso.
Td - soma dos tempos, em minutos, em que se 
permanece no local de descanso.
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para 
uma hora, determinado pela seguinte fórmula:
Sendo:
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.
Tt e Td = como anteriormente definidos.
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no pe-
ríodo mais desfavorável do ciclo de trabalho, sendo 
Tt + Td = 60 minutos corridos.
As taxas de metabolismo Mt e Md serão obti-
das consultando-se o Quadro n.º 3.
Os períodos de descanso serão considerados 
tempo de serviço para todos os efeitos legais.
ANEXO N.º 5
 
RADIAÇÕES IONIZANTES
“Nas atividades ou operações onde trabalhadores 
possam ser expostos a radiações
ionizantes, os limites de tolerância, os princípios, as 
obrigações e controles básicos 
para proteção do homem e do seu meio ambiente 
contra possíveis efeitos indevidos causados pela ra-
diação ionizante, são os constantes da Norma 
CNEN-NE3.01: "Diretrizes Básicas de Radiopro-
teção", de julho de 1988, aprovadaem caráter experi-
mental, pela Resolução CNEN n.º 12/88, ou daquela 
que venha a substituí-la. (Parágrafo dado pela Porta-
ria n.º 04/1994)
Conforme comentado, as medições de radiação 
exigem técnicas especializadas normatizadas pelo 
CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear). 
Dentre os instrumentos utilizados nesta ava-
liação estão os dosímetros, que recebem as doses 
equivalentes às recebidas pelo trabalhador durante 
a jornada de trabalho e os contadores Geiger, que 
fornece a intensidade de radiação instantânea.
Assim, as perícias de insalubridade que envol-
vem radiações ionizantes devem ser realizadas por 
profissionais especializados em radioproteção e cre-
denciados no CNEN.
Para se evitar ou neutralizar a contaminação, 
deverá ser adotado as seguintes medidas: 
. reduzir ao mínimo o tempo de permanência próxi-
mo à fonte;
. usar blindagem adequada para atenuação da radiação;
. sinalizar e isolar as fontes.
No caso de radiação, a neutralização com uso

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