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Biologia Molecular Básica – Módulo II: Intermediário Organização gênica – Aula 1 Profª. Christina Gaspar Villela – Extensão de Biologia – Fundação CECIERJ/CEDERJ 1 Biologia Molecular Básica Módulo II – Intermediário Aula 1 Organização gênica em procariotos Em termos evolutivos, os procariotos são os mais antigos organismos da Terra. A maior parte de seu genoma está contida em uma grande molécula de DNA de fita dupla e em forma de círculo, geralmente acompanhado de uma ou de duas outras pequenas moléculas, também circulares: os plasmídios. Nesta aula estudaremos a organização do genoma de procariotos, como o da Escherichia coli, exemplificada na figura de abertura. Os objetivos desta aula são: Descrever a organização gênica dos procariotos. Definir nucleóide. Citar a função das topoisomerases no superespiralamento. Citar os elementos genéticos móveis. Citar as principais regiões de um plasmídio. 1. Contribuições de Mendel Os procariotos, conhecidos popularmente como bactérias, são os menores organismos e os mais simples estruturalmente. Em termos evolutivos, eles são os mais antigos organismos da Terra. Todos os procariotos são unicelulares, não possuem núcleo organizado nem organelas celulares envoltas por membranas. Na natureza, as bactérias vivem em uma enorme variedade de nichos ecológicos. As eubactérias (bactérias "verdadeiras") são os tipos comuns encontrados na água, no solo; incluem todas as bactérias que infectam o homem. Um segundo grupo de procariotos – freqüentemente encontrados em ambientes extremos, como pântano, fontes termais, fundo de oceanos, salinas, vulcões e fontes ácidas – forma um segundo reino: o reino archaebacteria ou Archaea. Morfologicamente, os membros desses dois reinos de organismos são similares, especialmente pela ausência de um núcleo, sendo, portanto, classificados como procariotos. Biologia Molecular Básica – Módulo II: Intermediário Organização gênica – Aula 1 Profª. Christina Gaspar Villela – Extensão de Biologia – Fundação CECIERJ/CEDERJ 2 Do ponto de vista evolutivo, a classificação taxonômica da diversidade das espécies proposta por Robert Whittaker (Kansas, 1920-1980) em 1969, em cinco reinos - Animalia (ou Metazoa), Plantae (ou Metazoa), Fungi, Protista e Monera - foi substituída pela classificação filogenética de Carl Woese (Nova York, 1928): Bacteria, Archaea, e Eucaryota. Na maioria das espécies bacterianas, a proteção da célula é feita por uma camada extremamente resistente, a parede celular, havendo imediatamente abaixo uma membrana citoplasmática que delimita um único compartimento contendo DNA de fita dupla, RNA, proteínas e pequenas moléculas, como os ribossomos. Algumas espécies podem apresentar uma terceira camada protetora, esta formada por polissacarídeos. Essas cápsulas estão presentes em bactérias patogênicas, como na E. coli e na Streptococcus pneumoniae. Outras bactérias apresentam também cílios e flagelos. Os plasmídios, DNA adicional de forma circular, também estão presentes. Nas bactérias que contêm plasmídios, seu genoma será composto pelo DNA cromossômico e pelo DNA plasmidial. Estudaremos mais adiante a importância desses plasmídios não só para as bactérias – pois conferem resistência aos antibióticos – mas também na engenharia genética, em que são utilizados como vetores de clonagem. Figura 1: Adaptação da árvore filogenética da vida postulada por Carl Woese, em 1977. Note que as arqueobactérias são mais próximas dos eucariotos. Bactéria Bactérias Gram + Bactérias Gram – Flavobactérias Bactérias púrpuras Cianobactérias Bactérias verdes Archae Metanogênicas Termófilas extremas Halófitas extremas Eucaryota Animais Plantas Fungos Protozoários Ancestral universal Biologia Molecular Básica – Módulo II: Intermediário Organização gênica – Aula 1 Profª. Christina Gaspar Villela – Extensão de Biologia – Fundação CECIERJ/CEDERJ 3 Que tal traçar uma comparação entre os procariotos e os eucariotos? Você pode usar essa diferença como tema de pesquisa em sua sala de aula. 2. Organização gênica em procariotos A organização gênica dos procariotos é dinâmica e composta por diferentes modalidades de moléculas de DNA: cromossomo, plasmídios, transposons e bacteriófagos. O cromossomo bacteriano contém todos os genes requeridos para o metabolismo e ciclo vital da bactéria. Plasmídios, transposons e bacteriófagos são entidades moleculares independentes que ocorrem indistintamente em diferentes grupos bacterianos e que funcionam como elementos genéticos móveis. 2.1. Cromossomo bacteriano O cromossoma bacteriano é organizado em uma estrutura compacta, conhecida como nucleóide, por interação do DNA com proteínas e RNA. Essa observação sugere que o DNA não se encontra somente na estrutura de dupla hélice, como se acreditava anteriormente, mas sim compactado. De fato, várias proteínas que se ligam ao DNA – e que são superficialmente semelhantes àquelas encontradas em eucariotos – foram isoladas em E. coli. Dentre elas, uma proteína dimérica chamada HU é capaz de condensar DNA. No entanto, estudos realizados com mutantes que não possuem a proteína HU indicaram que ela não é Figura 2: Estrutura de uma célula procariótica. Estes plasmídios são completamente independentes do DNA cromossômico. Biologia Molecular Básica – Módulo II: Intermediário Organização gênica – Aula 1 Profª. Christina Gaspar Villela – Extensão de Biologia – Fundação CECIERJ/CEDERJ 4 essencial para a formação do nucleóide. Outra proteína, a H1, também se liga ao DNA, interagindo preferencialmente com seqüências que estão dobradas. Quando observado ao microscópio, o nucleóide pode ser visto como um aglomerado compacto que ocupa cerca de um terço do volume da célula. Entretanto, quando as células são lisadas, o DNA pode ser visualizado como fibras em formato de alças, ligadas ao envelope celular rompido. Observe a Figura 3. O cromossomo de E. coli está organizado em cerca de 50 a 100 alças; cada uma delas é superespiralada independentemente (veja a Figura 4). O tratamento do cromossomo com RNases ou proteases não destrói o superespiralamento, o que indica que este fenômeno não depende das proteínas e do RNA. Entretanto, o tratamento com DNase rompe o superespiralamento, pois interfere na tensão na molécula de DNA, principal responsável pelo empacotamento do nucleóide em procariotos. Figura 3: Cromossomo de Escherichia coli rompida. O cromossomo aparece como fibras que formam alças múltiplas. Biologia Molecular Básica – Módulo II: Intermediário Organização gênica – Aula 1 Profª. Christina Gaspar Villela – Extensão de Biologia – Fundação CECIERJ/CEDERJ 5 O que significa superespiralamento do DNA? Vamos usar o fio do telefone como exemplo para facilitar a compreensão. Podemos dizer que o fio do telefone é espiralado, pois possui a forma de uma espiral. Você já deve ter observado que, às vezes, o fio se enrola sobre ele mesmo, ficando mais curto. Pode ser bem trabalhoso colocá-lo novamente na forma original. Esse enrolamento é uma superespira, pois o fio do telefone já é uma espira, e sobre ela foi formada outra. Assim, o superespiralamento significa o espiralamento de uma espiral. Por incrível que pareça, a observação de um fio de telefone levou Jerome Vinograd (1913–1976) e seus colaboradores, em 1965, a compreender que muitas propriedades dos DNAs circularese pequenos poderiam ser explicadas pelo superespiralamento. Figura 4: Superespiralamento do cromossomo procariótico. Figura 5: (A) Jerome Vinograd. (B) Fio de telefone: um exemplo de superespiralamento e espira. A B Biologia Molecular Básica – Módulo II: Intermediário Organização gênica – Aula 1 O superespiralamento ocorre quando o DNA estiver sujeito a alguma forma de tensão estrutural. Essa tensão é regulada pela célula com a ajuda de um processo enzimático, o que facilita sua compactação pelo espiralamento. Na maioria das vezes, a tensão é provocada por um subenrolamento da dupla hélice de DNA, ou seja, quando o DNA apresenta menos voltas do que o observado na estrutura de Watson e Crick. Sabe como isso ocorre? Vamos voltar ao modelo estrutural do DNA, descrito por Watson e Crick. A molécula em dupla hélice apresenta 10,5 pares de bases para cada volta, na forma B do DNA. Se o DNA circular fechado obedecer à estrutura de forma B, apresentará uma estrutura relaxada, ou seja, não estará superespiralado. Um segmento de DNA de 105 pares de bases formaria 10 voltas na forma relaxada. Se uma das voltas fosse removida, haveria 105 pares de bases em 9 voltas ou cerca de 11,7 pares de bases por volta, em vez dos 10,5 pares de bases. Podemos dizer que houve um desvio na forma e, com isso, a molécula ficou mais tensa. Assim, a maioria da tensão pode ser aliviada pelo espiralamento do eixo do DNA sobre si mesmo, formando uma superespira. A tensão também pode ser acomodada separando as duas fitas de DNA em um segmento de cerca de 10 pares de bases, equivalente a uma volta. Veja se entendeu analisando a Figura 6. A manutenção do subenrolamento e, conseqüentemente, o espiralamento só são possíveis se o DNA estiver em um círculo fechado (cromossomo bacteriano, cromossomos virais, plasmídios e organelas) ou se estiver ligado e estabilizado por proteínas (cromossomos lineares de eucariotos), de tal forma que as fitas não estejam livres para rodar uma em relação à outra, o que levaria à reversão imediata, ao estado relaxado. Profª. Christina Gaspar Villela – Extensão de Biologia – Fundação CECIERJ/CEDERJ 6 Biologia Molecular Básica – Módulo II: Intermediário Organização gênica – Aula 1 Profª. Christina Gaspar Villela – Extensão de Biologia – Fundação CECIERJ/CEDERJ 7 O número de voltas da hélice não pode ser alterado sem que ocorra pelo menos uma quebra transitória em uma das fitas do DNA. Mais adiante você verá como isso ocorre. O número de voltas da hélice em uma molécula de DNA fornece uma informação precisa do superenrolamento. É importante lembrar que a condensação do DNA está presente não somente nos procariotos mas em todos os seres vivos. O superespiralamento do DNA é um processo precisamente regulado que influencia muitos aspectos do metabolismo do DNA. Toda célula possui enzimas cuja única função é subenrolar e/ou relaxar o DNA. As enzimas que aumentam ou diminuem o grau de subenrolamento do DNA são chamadas topoisomerases (são as Figura 6: Subenrolamento do DNA. Biologia Molecular Básica – Módulo II: Intermediário Organização gênica – Aula 1 enzimas que catalisam clivagens reversíveis em uma dupla hélice de DNA com o objetivo de destorcer ou desenrolar dobramentos ou torções excessivas). A topoisomerase é a enzima que leva à formação dos topoisômeros. Essas enzimas desempenham um papel importante em processos como a replicação e o empacotamento do DNA. No Módulo III voltaremos a falar nas topoisomerases. 2.2. Elementos genéticos móveis Elementos genéticos móveis (EGM) são segmentos de DNA que codificam enzimas e outras proteínas que medeiam a movimentação do DNA dentro de genomas (mobilidade intracelular) ou entre células bacterianas (mobilidade intercelular). Os elementos móveis nos procariotos são: plasmídios, transposons e bacteriófagos. 2.2.1. Plasmídios A maioria das bactérias transporta moléculas de DNA circulares, covalentemente ligadas, independentes do cromossomo bacteriano, denominadas plasmídios. Suas dimensões que variam de mil a mais de 30 mil pares de bases, contra os quatro milhões de pares de bases de um cromossomo bacteriano médio; é, portanto, de dez a mil vezes menores que o cromossomo bacteriano. Uma bactéria pode transportar de um a vários plasmídios diferentes, ou mesmo não transportar nenhum. Os plasmídios não causam danos às suas células hospedeiras nem apresentam formas extracelulares, como acontece com o DNA de origem viral proveniente de bacteriófagos. Quando presentes em uma célula bacteriana, podem encontrar-se na forma de molécula única, algumas poucas cópias ou múltiplas cópias da mesma molécula, dependendo de seu tamanho e dos sistemas de controle de sua replicação. Freqüentemente há várias cópias de um mesmo plasmídio em uma célula. Os plasmídios constituem unidades de replicação autônoma, ou seja, se replicam independentemente do cromossomo bacteriano e da divisão da bactéria. Por isso, e por não transportarem genes característicos do cromossomo bacteriano nem essenciais à sobrevivência da bactéria, os plasmídios são, do ponto de vista genético, considerados elementos genéticos acessórios; a herança de seus genes é denominada herança extracromossômica. Profª. Christina Gaspar Villela – Extensão de Biologia – Fundação CECIERJ/CEDERJ 8 Biologia Molecular Básica – Módulo II: Intermediário Organização gênica – Aula 1 Profª. Christina Gaspar Villela – Extensão de Biologia – Fundação CECIERJ/CEDERJ 9 As bactérias não constroem seus próprios plasmídios; elas os adquirem através do fenômeno da conjugação bacteriana, no qual uma bactéria transportando um plasmídio o transfere para outra bactéria, mantendo para si uma cópia dele. Portanto, do ponto de vista evolutivo, os plasmídios constituem um reservatório extra de genes, ampliando o reservatório gênico das populações bacterianas. Os plasmídios podem ser usados como veículos para a clonagem molecular, pois contêm os elementos necessários para sua replicação e pelo menos um gene que confere resistência a antibióticos. 2.2.2. Transposons Os transposons em bactérias foram os primeiros a ser descritos molecularmente. São divididos em três tipos principais: as Seqüências de Inserção (IS); os transposons compostos e os elementos TnA. Os elementos IS (do inglês Insertion Sequence) são os tipos mais simples de transposons. Eles receberam esse nome por serem capazes de se inserir em muitos locais diferentes no cromossomo e plasmídios da E. coli. Figura 7: Plasmídio de clonagem molecular. Origem de replicação (O) = seqüência de DNA que permite a replicação na célula hospedeira; Sítio múltiplo de clonagem (MSC) = local onde o inserto é incorporado ao vetor de clonagem; gene que confere resistência à ampicilina (AmpR) = gene que codifica um produto que distingue a célula com plasmídio da célula sem plasmídio. Biologia Molecular Básica – Módulo II: Intermediário Organização gênica – Aula 1 Você deve estar se perguntando: de que maneira pode-se saber que houve inserção de um segmento de DNA do tipo transposon? A melhor forma de descobrir uma alteração genética é através da utilização de mutantes. Mutantes são indivíduos que sofreram alguma alteração em seu material genético. Como as bactérias são organismos que apresentam genoma pequeno, a maioria das alterações genéticas resulta em alterações fenotípicas, pois existe grande possibilidade de a mutação atingiruma região ativa do genoma. Assim, quando ocorre uma alteração fenotípica – por exemplo, perda de uma atividade enzimática –, é possível descobrir o gene que sofreu a alteração e, muitas vezes, onde ocorreu e qual o tipo de mutação. Prezado cursista, não é nossa intenção esgotar este assunto; mas, dada a importância do tema na compreensão dos mecanismos de resistência aos antibióticos, analise as figuras a seguir e acompanhe a explicação. Os elementos IS são formados por cerca de 2.500 pares de nucleotídeos e contêm somente genes cujos produtos estão envolvidos no próprio mecanismo de transposição. Cada elemento é representado por IS acompanhado de um número (por exemplo: IS1, IS50, IS509). Os elementos IS apresentam uma pequena região idêntica ou quase idêntica nas suas extremidades. Essas regiões estão sempre dispostas em orientação invertida e por isso são chamadas repetições terminais invertidas. O tamanho dessas regiões varia de 9 a 40 nucleotídeos. Os elementos IS codificam para uma enzima chamada transponsase que é necessária à transposição. Essa proteína se liga às extremidades do transposon e corta as duas fitas. O corte do DNA, nesses locais, retira o elemento do cromossomo ou plasmídio, tornando-o livre para ser inserido em outra posição, na mesma ou em outra molécula de DNA. Quando um elemento IS é inserido em cromossomos ou em plasmídios, uma duplicação de parte da seqüência do DNA é criada no local de inserção. Uma cópia da duplicação está localizada em cada extremidade do elemento. Profª. Christina Gaspar Villela – Extensão de Biologia – Fundação CECIERJ/CEDERJ 10 Biologia Molecular Básica – Módulo II: Intermediário Organização gênica – Aula 1 Profª. Christina Gaspar Villela – Extensão de Biologia – Fundação CECIERJ/CEDERJ 11 Os transposons compostos são representados pelo símbolo Tn seguido por um número. Esses transposons são formados quando dois elementos IS se inserem próximos um do outro. A região entre eles também é transposta pela ação conjunta das regiões localizadas nas extremidades de cada um dos elementos. A orientação dos elementos IS pode variar nos diferentes transposons compostos: o Tn9 é formado por dois elementos IS1 dispostos na mesma orientação. Entre os dois elementos IS1, está o gene camR, que confere resistência ao antibiótico cloranfenicol; o Tn5 é formado por dois elementos IS50 dispostos em orientação invertida. Entre os dois elementos, estão os genes kanR, bleR e strR, que conferem resistência aos antibióticos canamicina, bleomicina e estreptomicina, respectivamente; o Tn10 é formado por dois elementos IS10 dispostos em orientação oposta. Entre os dois elementos, está o gene tetR, que confere resistência ao antibiótico tetraciclina. As bactérias apresentam a capacidade de transferir DNA plasmidial de uma célula para outra. Assim, se um transposon composto, carregando os genes de resistência a antibióticos, ocorrer em um plasmídio que será transferido, a resistência ao antibiótico será transferida para a outra célula. Finalmente, os transposons TnA não possuem elementos IS nas suas extremidades. Em vez disso, apresentam repetições invertidas simples de 38 a 40 pares de nucleotídeos. Os elementos TnA também produzem duplicação no sítio alvo quando são inseridos no DNA. Figura 8: Duplicação do sítio-alvo pelo elemento de inserção IS. Biologia Molecular Básica – Módulo II: Intermediário Organização gênica – Aula 1 Profª. Christina Gaspar Villela – Extensão de Biologia – Fundação CECIERJ/CEDERJ 12 2.2.3. Bacteriófago Ao infectar uma célula bacteriana, um bacteriófago pode integrar-se ao cromossomo bacteriano e comportar-se como parte integrante deste sem destruir a célula hospedeira. Vários bacteriófagos transportam genes que codificam fatores de virulência, tais como a toxina escarlatínica em Streptococcus pyogenes, a toxina diftérica em Corynebacterium diphtheriae, a toxina botulínica de Clostridium botulinum, enterotoxinas de Staphylococcus aureus e citotoxinas de E. coli. Bactérias não-patogênicas podem ser convertidas em patogênicas após infecção com bacteriófagos específicos em um processo denominado conversão fágica. 3. Estrutura dos genes de procariotos O cromossomo de E. coli consiste de uma única molécula de DNA circular de cerca 5 x 106 pares de nucleotídios. Essa bactéria regula a expressão de muitos de seus genes de acordo com os recursos alimentares disponíveis no ambiente. As bactérias possuem um mecanismo geral simples para coordenar a regulação desses genes: eles são agregados ao cromossomo e transcritos juntos. Muitos mRNAs procarióticos são policistrônicos (genes múltiplos em um único transcrito), e o único promotor que inicia a transcrição do agregado é o sítio de regulação para a expressão de todos os genes no agregado. O agregado de genes, o promotor e as seqüências adicionais que funcionam juntos na regulação são chamados operon. Para cada situação determinada, a bactéria precisa lançar mão de uma bateria de enzimas e proteínas que não estavam disponíveis momentos antes – e que provavelmente não serão mais necessárias minutos depois. Como o organismo consegue ligar e desligar genes que Biologia Molecular Básica – Módulo II: Intermediário Organização gênica – Aula 1 Profª. Christina Gaspar Villela – Extensão de Biologia – Fundação CECIERJ/CEDERJ 13 comandarão a síntese de mRNAs, que darão origem e fim às proteínas necessárias? Esse processo é chamado controle da expressão gênica. 4. Resumo Nesta aula, você teve a oportunidade de entrar no mundo das bactérias, estudando desde sua origem evolucionária até seu genoma. Aprendeu que elas não possuem núcleo organizado nem organelas celulares envoltas por membranas e que seu cromossoma é organizado em nucleóide. Viu que o superespiralamento é um mecanismo essencial para empacotar os ácidos nucléicos e o papel fundamental desempenhado pela enzima topoisomerase nesse fenômeno. Conheceu os elementos genéticos móveis – plasmídios, transposons, bacteriófagos. E, por último, viu a estrutura dos genes procarióticos, com destaque aos operons. No Módulo III você estudará o controle da expressão gênica.
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