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Linhas de Financiamentos e Créditos - Livro- Texto - Unidade II

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Unidade II
Unidade II
5 PROGRAMAS DE CONCESSÃO DE CRÉDITO PARA O AGRONEGÓCIO
5.1 Considerações iniciais
Abordaremos agora as principais modalidades utilizadas para o financiamento da agropecuária. 
Serão consideradas as alternativas de crédito regulamentadas no Manual do Crédito Rural (MCR). Serão 
destacados os financiamentos que podem ser obtidos via linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES), outros bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, 
e instituições privadas que compõem o Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Em seguida, abordaremos os empréstimos que podem ser conseguidos nos próprios mercados 
financeiros e as linhas obtidas junto ao exterior. Veremos, também, as possibilidades de financiamentos 
com recursos dos próprios produtores ou de suas cooperativas.
 Lembrete
Observamos anteriormente que existiram momentos de maior e de 
menor concessão de créditos (às vezes até esquecimento) para o setor, 
dependendo da política econômica em voga em cada ocasião, como as 
que tinham o objetivo mais direcionado para o apoio à industrialização.
O Brasil, como vários países emergentes, estabeleceu, desde os anos 1930 até o final da década de 
1970, políticas de substituição de importações, visando desenvolver suas atividades industriais.
André Pessoa (apud MACHADO; SOUZA; BRUM, 2005) aponta as razões invocadas para a instituição 
do regime de substituição de importações no Brasil:
Durante as décadas de 1950 a 1960, a Comissão Econômica para América 
Latina e Caribe – Cepal, preconizava que o desenvolvimento dos países 
do terceiro mundo passava por um amplo programa de substituição de 
importações. Esse programa tinha o intuito de possibilitar o surgimento 
de um setor industrial, produtor de manufaturados, que permitisse uma 
acumulação de capital suficiente para desencadear um processo de 
desenvolvimento econômico autossustentável e duradouro. No Brasil, 
o setor mais capitalizado da economia era a agricultura. O programa 
cepalino pressupunha que o setor agrícola exportador gerasse divisas que 
permitissem a importação de bens de capital para a indústria nascente, 
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fosse produtor de alimentos a preços baixos, para não pressionar os 
salários urbano/industriais, fosse, também, fornecedor de mão de obra 
barata, para atender à demanda do setor industrial; e, ainda, que servisse 
de mercado consumidor para os produtos da incipiente agroindústria 
nacional de insumos modernos.
Os livros sobre economia brasileira sempre trazem variadas informações sobre essa tentativa de 
incentivo ao setor industrial, mostrando os seus resultados até o final da década de 1970.
 Saiba mais
Mais informações sobre esse processo de incentivo ao desenvolvimento 
industrial podem ser obtidas na obra:
CORRÊA, V. P.; SIMIONI, M. (Org.). Desenvolvimento e igualdade. Rio de 
Janeiro: Ipea, 2011. Edição especial. Disponível em: <http://www.ipea.gov.
br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/livro_desenvigualdade_80anos.
pdf>. Acesso em: 25 set. 2015.
O livro foi elaborado em homenagem aos 80 anos da economista Maria 
da Conceição Tavares e traz informações detalhadas sobre o processo de 
substituição de importações.
Voltando ao setor agropecuário, é apresentado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(Mapa), com periodicidade anual, um documento com as propostas do setor privado, consolidadas pelo 
Conselho Superior de Agricultura e Pecuária do Brasil.
Assim, é elaborado o Plano Agrícola e Pecuário para cada safra, com base nas normas e nos encargos 
financeiros e outras especificações e limites, fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e descritas 
no Manual do Crédito Rural (MCR), publicado pelo Banco Central do Brasil, objetivando:
• Criar um ambiente favorável aos investimentos no segmento rural.
• Gerar empregos no setor.
• Agregar renda ao meio rural.
• Aumentar a competitividade dos produtos brasileiros.
• Incrementar e diversificar a pauta de exportações brasileiras.
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 Saiba mais
Veja, por exemplo, o Plano Safra para o Agronegócio, no período 
2014/2015, apresentado na reportagem:
PLANO Safra 2014/2015 disponibiliza R$ 156 bi para produtores. Portal 
Brasil, Brasília, 19 maio 2014. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/
economia-e-emprego/2014/05/plano-safra-2014-2015-dispobiliza-r-
1560-bi-para-produtores/>. Acesso em: 25 set. 2015.
No seguinte endereço, é possível ter acesso ao Plano Safra mais atual:
<http://www.mda.gov.br/plano_safra/>.
5.2 Atividades financiadas pelo crédito rural
Considera-se crédito rural o suprimento de recursos financeiros por instituições do Sistema Nacional 
de Crédito Rural (SNCR).
Conforme as Disposições Preliminares do MCR, o crédito rural pode ser identificado como:
• Corrente: não há a prestação de assistência técnica em nível de empresa.
• Educativo: o suprimento de recursos é fornecido somado à prestação de assistência técnica, 
incluindo a elaboração de projeto ou plano e a orientação ao produtor. Cabe ao produtor decidir 
a necessidade de assistência técnica para elaboração de projeto e orientação, salvo quando 
considerados indispensáveis pelo financiador ou quando exigidos em operações com recursos 
oficiais. Como indicado nos artigos 1º e 2º do MCR (Seção 5, Capítulo 1):
1 – A assistência técnica e extensão rural buscarão viabilizar, com o produtor 
rural, suas famílias e organizações, soluções adequadas para os problemas 
de produção, gerência, beneficiamento, armazenamento, comercialização, 
industrialização, eletrificação, consumo, bem-estar e preservação do meio 
ambiente (Res. 3.239). 
2 – A ação da assistência técnica e extensão rural deve estar integrada à 
pesquisa agrícola, aos produtores rurais e suas entidades representativas e 
às comunidades rurais (BACEN, 2015, p. 16).
• Especial: é conceituado como especial o crédito rural destinado a:
— Cooperativas de produtores rurais, para aplicações próprias ou dos associados.
— Programas de colonização ou reforma agrária, na forma da Lei nº 4.504, de 30/11/1964.
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LINHAS DE FINANCIAMENTOS E CRÉDITOS
 Saiba mais
Conforme indicado no seu artigo 1º, a Lei nº 4.504, de 30/11/1964, 
regulamenta os direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis 
rurais para os fins de execução da Reforma Agrária e promoção da 
Política Agrícola:
BRASIL. Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964. Dispõe sobre o 
Estatuto da Terra, e dá outras providências. Brasília, 1964. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4504.htm>. Acesso 
em: 21 set. 2015.
De forma geral, entre o grupo de atividades possíveis de serem financiadas, podemos relacionar:
• Custeio das despesas e custos (agrícola, pecuário, de beneficiamento ou industrialização) de cada 
ciclo produtivo.
• Investimento em bens ou serviços cujo aproveitamento se estenda por vários ciclos produtivos.
• Comercialização da produção.
Podem ser atendidos pelo Crédito Rural:
• O produtor rural e suas associações (cooperativas, condomínios, parcerias etc.).
• As cooperativas de produtores rurais.
• Pessoa física ou jurídica que, embora não seja produtor rural, é envolvida com a pesquisa ou a 
produção de:
— mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas;
— sêmen para inseminaçãoartificial;
— prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais, inclusive para 
a proteção do solo;
— prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais;
— Exploração de pesca, com fins comerciais.
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5.3 Exigências essenciais para concessão de crédito rural
São consideradas para a formulação de crédito:
• A idoneidade do tomador.
• A apresentação de orçamento, plano ou projeto, exceto em operações de desconto de Nota 
Promissória Rural ou de Duplicata Rural.
 Observação
A Nota Promissória Rural e a Duplicata Rural são títulos de crédito rural 
utilizados nas vendas a prazo de bens de natureza agrícola, extrativa ou 
pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas 
cooperativas. Ambas serão posteriormente detalhadas neste livro-texto.
• Oportunidade, suficiência e adequação de recursos.
• Observância de cronograma de utilização e de reembolso.
• Condições de fiscalização pelo financiador.
Periodicamente, em torno de 60 dias, devem ser fiscalizados:
• Correta aplicação dos recursos orçamentários.
• Desenvolvimento das atividades financiadas.
• Situação das garantias fornecidas na operação.
5.4 Garantias para o crédito rural
As garantias são livremente acordadas entre o financiado e o financiador, variando conforme a 
natureza e o prazo do crédito, sendo representadas por:
• Penhor agrícola, pecuário, mercantil ou cedular.
• Alienação fiduciária.
• Hipoteca comum ou cedular.
• Aval ou fiança.
• Outros bens ou direitos aceitos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
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LINHAS DE FINANCIAMENTOS E CRÉDITOS
6 LINHAS DE CRÉDITO DO GOVERNO FEDERAL
6.1 Empréstimos do Governo Federal (EGF)
Os EGFs são identificados como créditos voltados para o apoio à comercialização dos produtos 
agropecuários, subdividindo-se em dois grupos, que veremos a seguir.
6.1.1 EGF/COV
Trata-se do EGF com opção de venda, que objetiva dotar o produtor rural de condições para 
comercializar seus produtos em situação de preços mais favoráveis diretamente à Companhia Nacional 
de Abastecimento (Conab).
Conab
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está presente em todas as regiões 
brasileiras, acompanhando a trajetória da produção agrícola, desde o planejamento do 
plantio até chegar à mesa do consumidor. A atuação da Companhia contribui com a decisão 
do agricultor na hora de plantar, colher e armazenar e segue até a distribuição do produto 
no mercado, fase em que a garantia dos preços mínimos oferecidos pelo governo é traduzida 
em abundância no abastecimento e estímulo à produção. 
As operações realizadas pela Conab são coordenadas pelo Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Para essas ações, a Companhia realiza estudos e estatística dos preços, assim como 
os levantamentos de custos de produção da agropecuária, a expectativa de plantio e de 
colheita de grãos, além do volume e localização de estoques públicos e privados de uma 
gama de produtos. 
A estimativa da produção sucroalcooleira e outras informações pertinentes são 
estendidas também à safra de café e de cana-de-açúcar.
No que diz respeito à definição das políticas públicas para o abastecimento alimentar 
no país, no âmbito da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), a Companhia é 
responsável por sua execução.
A atuação se faz por meio da Aquisição do Governo Federal (AGF), instrumento capaz de 
equilibrar a renda do produtor rural, do agricultor familiar e de suas cooperativas, frente a 
oscilação do preço no mercado.
Na prática, isso significa comprar produtos agrícolas, formar estoques e vendê-los na 
hora certa para regularização do mercado consumidor. 
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Nas economias em que a agricultura tem papel relevante, como, por exemplo, na 
agricultura familiar, existe a preocupação em estabelecer políticas de sustentação de renda 
para o setor. 
O governo brasileiro conta com mecanismos para corrigir as distorções próprias da 
atividade. Isso ocorre ao se reduzir o excesso eventual de oferta, num período crítico para 
o produtor, ou devolver esse excedente ao mercado na entressafra, atenuando, assim, o 
impacto da elevação dos preços ao consumidor. 
Esse conjunto de ações que traduzem a prática da PGPM é uma importante ferramenta 
para impulsionar a agricultura, além de regularizar o abastecimento alimentar do País.
Fonte: Conab ([s.d.]).
6.1.2 EGF/SOB
É o EGF sem a opção de venda, destinado ao apoio ao produtor rural para o suporte às atividades de 
armazenamento e conservação do produto para que possa ser comercializado no futuro, em momentos 
mais adequados no que se refere a mercado/preços. Os EGFs são fortemente relacionados com a Política 
de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), referendada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
 Lembrete
A PGPM sofreu muitas alterações a partir do processo de abertura 
comercial do País, iniciado sob os auspícios das ideias neoliberais a partir 
do início dos anos 1990.
Outro fator de que determinou uma menor ênfase nessa política foi a crescente carência de recursos 
financeiros pelo governo central, que os subsidiava.
Menciona Fortuna (2008, p. 244):
O processo de abertura da economia brasileira esvaziou a função tradicional 
da PGPM, pensada para proteger o produto agrícola nacional, por conta dos 
cofres públicos. 
Com a abertura, mudou a participação do governo, representado pelos EGF 
e os AGF, ou seja, começaram a surgir instrumentos mais modernos que 
regulam o mercado, sem depender dos cofres do Tesouro. 
Assim, praticamente, eliminaram-se os EGF/COV, o que alterou de forma 
radical a relação entre o produtor e o armazenador. No que tange ao AGF, a 
tendência é do governo comprar cada vez menos, pois parece claro que seu 
objetivo é manter no mínimo o estoque da Conab.
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LINHAS DE FINANCIAMENTOS E CRÉDITOS
 Observação
As Aquisições do Governo Federal (AGF) serão tratadas de forma mais 
detalhada a seguir.
 Saiba mais
Os empréstimos EGF/COV estão regulamentados pela Resolução 
nº 3.208, de 24/6/2004:
BACEN (BANCO CENTRAL DO BRASIL). Resolução nº 3.208, de 24 de junho 
de 2004. Dispõe sobre direcionamento dos recursos controlados do crédito 
rural, sobre prazos e vencimentos dos Empréstimos do Governo Federal 
(EGF) e sobre outras condições para o crédito rural. Brasília, 2004. Disponível 
em: <http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.
asp?arquivo=/Lists/Normativos/Attachments/46383/Res_3208_v1_O.pdf>. 
Acesso em: 27 out. 2015.
6.2 Novos mecanismos para escoamento da safra, com a limitação da 
atuação do governo nos tipos EGF/SOB
6.2.1 Prêmio de Escoamento do Produto (PEP)
Neste caso, são realizados leilões dessa modalidade, quando o governo suporta a diferença 
entre o preço mínimo do produto e aquele que é subsidiado com base na emissão de bônus, 
leiloados no mercado. O preço desse bônus será menor conforme for maior a procura pelo 
respectivo produto.
O objetivo desse leilão de prêmios [é] garantir o preço mínimo aos produtores 
de uma região e, ao mesmo tempo, evitar que o governo carregue em 
estoque o produto.
Assim, o PEP permite uma economia para o governo, há vista, por exemplo, 
o estoque envolvido na securitização da dívida agrícola resultante de uma 
longa negociaçãoentre governo, produtores, bancos e lideranças rurais, que 
tornou possível a rolagem de R$ 7 bilhões em dívidas acumuladas até 1995 
(FORTUNA, 2008, p. 245).
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6.2.2 Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro)
É concedido ao produtor rural ou à cooperativa da qual participa, desde que se disponham a vender 
o produto pelo valor correspondente à diferença entre o Valor de Referência definido pelo Governo 
Central e o do prêmio equalizador arrematado em leilão.
Isso deve ser feito de acordo com a legislação do ICMS vigente em cada Estado da Federação.
Desta forma, o objetivo do Pepro é o de garantir uma remuneração aos produtores em situação de 
baixa de preços do produto, no mercado.
O leilão do prêmio será realizado quando o preço de mercado for inferior ao Valor de Referência.
Há a necessidade de participação de corretor vinculado à Bolsa de Cereais, de Mercadorias e/ou 
de Futuros.
O valor do prêmio pago corresponde ao apurado no fechamento do respectivo leilão.
6.2.3 Contrato de Opções de Venda
Consiste em alternativa ao EGF/AGF, sendo o contrato registrado na Cetip.
A Cetip é a integradora do mercado financeiro. É uma companhia de capital aberto 
que oferece serviços de registro, central depositária, negociação e liquidação de 
ativos e títulos. Por meio de soluções de tecnologia e infraestrutura, proporciona 
liquidez, segurança e transparência para as operações financeiras, contribuindo 
para o desenvolvimento sustentável do mercado e da sociedade brasileira. A 
empresa é, também, a maior depositária de títulos privados de renda fixa da 
América Latina e a maior câmara de ativos privados do País.
Mais de 15 mil instituições participantes utilizam os serviços da Cetip. Entre 
elas, fundos de investimento; bancos comerciais, múltiplos e de investimento; 
corretoras e distribuidoras; financeiras, consórcios, empresas de leasing e crédito 
imobiliário; cooperativas de crédito e investidores estrangeiros; e empresas 
não financeiras, como fundações, concessionárias de veículos e seguradoras. 
Milhões de pessoas físicas são beneficiadas todos os dias por produtos e serviços 
prestados pela companhia, como processamento de TEDs e liquidação de DOCs, 
além de registro de CDBs e títulos de Renda Fixa, e serviço de entrega eletrônica 
das informações necessárias para o registro de contratos e anotações dos 
gravames pelos órgãos de trânsito (CETIP, 2012b).
Esse contrato permite que o produtor, atuando como titular (ou seja, comprador) de uma opção de 
venda, adquira o direito de efetuar a venda para o governo em determinada data futura, por um preço 
previamente determinado, se não conseguir obter a mesma remuneração no mercado de seu produto.
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Com isso, o governo propicia garantia ao produtor ou à sua cooperativa sem a obrigatoriedade de 
compra da produção. Caberá à Conab o papel de vendedor da mencionada opção, podendo, se for o 
caso, promover leilões para a recompra do contrato.
Verifica-se, aqui, nova providência para evitar a manutenção (e, consequentemente, os custos) de 
armazenagem da produção pelo governo.
6.2.4 Prêmio de Risco para Aquisição de Produto Agrícola (Prop)
Neste caso, o prêmio, definido em leilão público, é de responsabilidade do setor consumidor que se 
dispõe a adquirir, no futuro, determinado produto diretamente de seus produtores ou cooperativas. Essa 
aquisição é feita pelo preço de exercício que tenha sido previamente estabelecido e nas unidades da 
Federação estabelecidas pelo governo.
Essa alternativa é adotada quando o preço praticado no mercado é inferior ao mínimo. Neste caso, o 
Governo pretende sinalizar o preço futuro para o mercado, de forma a garantir renda ao produtor rural. 
Entre os objetivos dessa opção, podem ser indicados:
• Aproximação entre consumidor e produtor rural.
• Estímulo à produção de produtos agrícolas para o atendimento ao mercado interno consumidor 
e às exportações.
• Neste tipo de leilão, vencem os que cotarem o menor valor.
• O prêmio de risco será ajustado conforme as flutuações verificadas no mercado, tendo como teto 
o valor de fechamento do leilão.
6.2.5 Contrato de Opção de Venda
Trata-se de um instrumento alternativo, no qual os adquirentes são representados por quaisquer 
agentes econômicos interessados em obter o produto ofertado, como criadores, agroindústrias, 
cooperativas agropecuárias, exportadores e comerciantes.
Os produtos ofertados são os dos estoques adquiridos na esfera da Política de Garantia de Preços 
Mínimos (PGPM) até a data do lançamento dos contratos, cujos valores devem ser mantidos até o 
vencimento das opções.
O período de contratação e de vencimento das opções é estabelecido, para cada produto, de acordo 
com o calendário agrícola anual, que é definido em aviso específico de venda de contrato de opção de 
compra, divulgado pelo governo.
Esse contrato de opção também pode ter sua titularidade transferida para terceiros.
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Veja a Resolução nº 3.214, de 30 de junho de 2014, que apresenta 
informações mais detalhadas a respeito do Contrato de Opção de Compra 
como instrumento de venda dos estoques públicos:
BACEN (BANCO CENTRAL DO BRASIL). Resolução nº 3.214, de 30 junho 
de 2014. Dispõe sobre Contrato de Opção de Compra como instrumento 
de venda dos estoques públicos. . Brasília, 2014. Disponível em: 
<http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.
asp?arquivo=/Lists/Normativos/Attachments/46376/Res_3214_v1_O.
pdf>. Acesso em: 6 nov. 2015.
6.3 Empréstimos do Governo Federal (EGF)
Fortuna (2008, p. 249) indica:
Trata-se de uma alternativa para o produtor rural que deseja garantir 
o preço mínimo de seu produto agrícola, desde que o produto esteja 
amparado pela PGPM.
Os preços mínimos são fixados por decreto da Presidência da República e 
atuam como um seguro de preço, de forma a garantir ao produtor rural uma 
renda mínima para a sua produção. 
Podem participar do EGF, até o limite da sua produção:
• Produtores rurais: pessoa física ou jurídica.
• Cooperativas ou associações formais de produtores.
Os produtos devem estar livres e desembaraçados de quaisquer ônus e depositados em armazém 
credenciado, acondicionados em embalagens aprovadas pela Conab.
 Observação
Essa alternativa vem sendo desestimulada, dado o interesse do governo 
em reduzir os custos de armazenagem dos estoques públicos, incentivando 
o uso de Pepro, PEP etc., indicados anteriormente.
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Como lembra Fortuna (2008, p. 249):
Quando subsidia preços em vez de adquirir produtos, a armazenagem [...] 
fica a cargo das empresas ou de produtores.
Além desses mecanismos [do tipo EGF], o governo passa [cada vez 
mais] a interferir menos no mercado e o ajuste de preços passa a ser 
feito pelo mercado.
6.4 Linha Especial de Comercialização (LEC)
Essa alternativa de financiamento foi criada em 2003 com o objetivo de estimular a produção de 
milho e sorgo na chamada 2ª safra. Complementa o EGF e visa ao aumento da liquidez na comercialização, 
dado que:
• Oferece maior flexibilidade operacional.
• Permite o financiamento a preços com valor superior ao mínimo de garantia.
• Não contém a exigência de incorporação do penhor dos produtos estocados.
A utilização da LECé determinada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) 
e pelo Ministério da Fazenda, levando em conta a situação específica do mercado de cada produto e da 
economia em geral.
 Saiba mais
Essa linha de crédito é regulamentada no Manual de Crédito Rural, na 
seção “Financiamento para proteção de preços em operações no mercado 
futuro e de opções”:
BACEN (BANCO CENTRAL DO BRASIL). Finalidades especiais. In: ___. 
Manual de crédito rural. Brasília, 2015. Disponível em: <http://www3.bcb.
gov.br/mcr/Manual/MCR.pdf>. Acesso em: 28 set. 2015.
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Unidade II
7 OUTRAS LINHAS DE CRÉDITO: BNDES, BANCOS PÚBLICOS E INSTITUIÇÕES 
FINANCEIRAS DO SETOR PRIVADO
7.1 Considerações iniciais 
Segundo Savoia (2009, p. 42):
O crédito rural é um dos tradicionais mecanismos de apoio à agropecuária.
Porém, grande parte do capital de giro necessário ao custeio da produção 
vegetal e animal ainda é oriunda de recursos próprios dos produtores e dos 
demais agentes do agronegócio (empresas de insumos, trading e indústrias 
de processamento e outros mecanismos de mercado, como as Cédulas de 
Produto Rural (CPR)).
Tabela 8 – Alternativas globais de financiamento da produção
Fontes de financiamento da produção (% em relação ao total)
Mercado 30
Crédito rural 30
Recursos próprios 30
Adaptada de: Savoia (2009).
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) disponibiliza estatísticas e dados 
globais sobre os financiamentos rurais, totalizados por:
• Agricultura empresarial.
• Agricultura familiar (Pronaf).
• Agricultura total.
Esses dados são compilados, revelando, para vários anos/períodos, dados relacionados com os 
aspectos apontados no quadro a seguir.
Quadro 1 – Financiamento rural: fontes de recursos ou programas
Fontes de recursos ou programas
1. Custeio e Comercialização
 1.1 Juros controlados
 1.1.1 Rec. Obrigatório MCR 6-2 (5,5% a.a.)
 1.1.2 Poupança Rural MCR 6-4 (5,5% a.a.)
 1.1.3 Recursos Próprios (5,5% a.a.) 
 1.1.4 Funcafe (5,5% a.a.)
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 1.1.5 Pronamp Rural (4,5% a.a.) 
 - Banco do Brasil 
 - Bancos Cooperativos e Basa
 - Sistema BNDES
 - Rec. Obrigatório MCR 6-2 - Outros Bancos
 1.1.6 Fundos Constitucionais (3,5% a.a)
 1.1.7 Estocagem de Álcool (7,7% a.a.)
 1.2 Juros livres
 1.2.1 Poupança Rural (MCR 6-4)
 1.2.2 Recursos Livres
 1.2.3 CPR Aval/Compra
 1.2.4 BB-Agroindustrial (MCR 6-4 e LCA)
 1.2.5 Recursos Externos - 63 Rural 
2. Investimento
 2.1 Programas do BNDES
 2.1.1 Moderfrota (5,5% a.a.)
 2.1.2 Moderagro (5,5% a.a.)
 2.1.3 Moderinfra (3,5% e 5,5% a.a.)
 2.1.4 Pograma ABC - (5,0% a.a.)
 - BNDES
 - Banco do Brasil
 2.1.5 Prodecoop (5,5% a.a.)
 2.1.6 Moderfrota Pronamp (5,0% a.a.)
 2.1.7 Procap - Agro (5,5% a.a e 6,5% a.a.)
 2.1.8 PSI-BK (4,5% e 6,0% a.a.)
 - Rural
 - Cerealistas
 2.1.9 PCA (Construção e Ampliação de Armazens) (3,5% a.a.)
 - BNDES
 - Banco do Brasil
 2.1.10 Inovagro (3,5% a.a.)
 2.1.11 Prorenova/Setor Sucro-alcoleiro (5,5% a.a)
 2.2 Demais fontes/programas
 2.2.1 Fundos Constitucionais (3,5% a.a.)
 2.2.2 Pronamp (4,5% a.a.) 
 - Banco do Brasil 
 - Bancos Cooperativos e Basa
 - Rec. Obrigatório MCR 6-2 - Outros Bancos 
 - BNDES
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Unidade II
 2.2.3 Recursos Externos - 63 Rural 
 2.2.4 Rec. Obrigatório MCR 6-2 (5,5% a.a.)
 2.2.5 Poupança Rural (MCR 6-4) Livre
 2.2.6 Recursos Livres 
 2.2.7 Recursos Próprios - Bancoob (5,5% a.a.)
3. Agricultura Empresarial (1+2+3)
4. Agricultura Familiar (Pronaf)
5. Agricultura Total (3+4)
Adaptado de: Brasil (2014).
 Saiba mais
Você pode encontrar as estatísticas e dados do Mapa, divididos por 
segmento, no site:
<http://www.agricultura.gov.br/vegetal/estatisticas>.
7.2 Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)
Visa permitir o acesso dos pequenos produtores aos financiamentos rurais. Um de seus objetivos 
principais é a geração de emprego e de renda, notadamente nos pequenos municípios. O Pronaf é visto, 
também, como um forte gerador de estímulos para o desenvolvimento de políticas públicas para o meio 
rural relacionadas com:
• Assistência técnica.
• Pesquisa, educação e formação profissional.
• Infraestrutura (estradas, comunicação e armazenamento).
• Acesso à terra aos agricultores que não a possuem.
Espera-se, também, que o Pronaf possa financiar atividades que sejam economicamente viáveis e 
ecologicamente sustentáveis.
São incluídos entre os beneficiários do Pronaf os produtores rurais (inclusive aqueles que sejam 
remanescentes de quilombos) e os indígenas, que cumpram os seguintes requisitos:
• Sejam proprietários, posseiros, arrendatários, parceiros ou concessionários de reforma agrária.
• Residam na propriedade ou em local próximo.
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• Detenham, sob qualquer forma, no máximo quatro módulos fiscais de terra, quantificados 
conforme a legislação em vigor, ou no máximo seis módulos fiscais, quando se tratar de 
pecuarista familiar.
• O trabalho familiar seja a base da exploração do estabelecimento.
 Saiba mais
Obtenha mais informações sobre os conceitos relacionados com 
módulos fiscais, que constituem uma unidade de medida rural, consultando 
o artigo a seguir:
O QUE são módulos fiscais. ((o))eco, Rio de Janeiro, 29 jul. 2013. 
Disponível em: <http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/27421-o-
que-sao-modulos-fiscais/>. Acesso em: 12 nov. 2015.
As autoridades governamentais e as associações de classe têm procurado incentivar a opção pelo 
Pronaf, dada a importância estratégica representada pela agricultura familiar no desenvolvimento 
sustentável do País.
“O Pronaf é, essencialmente, um programa de apoio ao desenvolvimento rural, com base em uma 
rede de agências bancárias que reúne o BB, BNB, BASA, Bancos Estaduais e Bancos Cooperativos” 
(FORTUNA, 2008, p. 259).
 
Figura 9 – Capa da Cartilha de Acesso ao Pronaf
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O Pronaf ainda apresenta outro objetivo: a inclusão de mais produtores rurais na relação dos que 
são beneficiados pelo crédito agropecuário. Afinal, sempre foi mais difícil a obtenção de crédito pelos 
pequenos produtores comparativamente aos empreendimentos patronais e agroindústrias. Como 
derivados do Pronaf, podem ser mencionados os programas:
Pronaf Agroindústria
Atendimento à agroindústria de cunho familiar.
Agregar (projeto de agregação de renda da agricultura familiar)
Entre os benefícios trazidos pela agricultura familiar, podemos mencionar, substancialmente, a 
definição de uma política de crédito específica, com medidas que, além da disponibilização de recursos, 
simplificaram e agilizaram todo o processo de concessão dos empréstimos.
Entre os beneficiários do Pronaf, podem ser identificados quatro grupos (A, B, C e D) de agricultoresfamiliares, familiares e trabalhadores rurais que explorem parcelas de terra como proprietários, 
arrendatários, parceiros, posseiros ou beneficiários da reforma agrária.
 Lembrete
Esses beneficiários devem residir na propriedade ou em povoado urbano 
ou rural próximo e não podem possuir área superior a quatro módulos fiscais.
O adequado enquadramento em determinado grupo está relacionado à faixa de renda familiar anual, 
originária ou não da exploração agropecuária.
 Observação
Devem ser consultados os agentes financeiros nas ocasiões de 
solicitação de créditos para a constatação do grupo em que se enquadra 
o beneficiário e, consequentemente, a propósito das taxas e condições 
específicas para o financiamento.
São também beneficiários do Pronaf e se enquadram nos Grupos B, C ou D de acordo com a renda e 
a caracterização da mão de obra utilizada:
• Pescadores artesanais: “dedicam-se à pesca artesanal, com fins comerciais, explorando a 
atividade como autônomos, com meios de produção próprios ou em regime de parceria com 
outros pescadores igualmente artesanais” (BACEN, 2015, p. 111). Formalizam contrato de 
garantia de compra do pescado com cooperativas, colônias de pescadores ou empresas que 
beneficiam o produto.
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• Extrativistas: dedicam-se à exploração extrativista vegetal ecologicamente sustentável.
• Aquicultores: os que se dedicam ao cultivo de “organismos que tenham na água seu normal ou 
mais frequente meio de vida e que explorem área não superior a dois hectares de lâmina d’água 
ou ocupem até 500 m3 de água, quando a exploração se efetivar em tanque-rede” (BACEN, 2015, 
p. 111).
A linha de crédito aberta pelo Pronaf aos estabelecimentos familiares tem a finalidade de suprir as 
necessidades de:
• Capital requerido durante o ciclo produtivo, chamado de custeio da produção.
• Capital para o investimento necessário na terra, que tenha como função viabilizar a 
manutenção, a expansão e a competitividade dos produtos objetos da exploração agropecuária 
pela unidade familiar.
A assistência técnica é facultativa no crédito Pronaf, raramente exigida nas operações de custeio, 
mas frequente em operações de investimento. Os agentes financeiros, bancos e cooperativas, poderão, 
sempre que julgarem necessário, requerer a prestação de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) 
como condição para o financiamento do projeto.
Os serviços de Ater no crédito via Pronaf devem compreender “o estudo técnico, representado pelo 
plano simples, projeto ou projeto integrado e a orientação técnica em nível de imóvel ou agroindústria” 
(BACEN, 2015, p. 103). Devem ainda contemplar, no mínimo, o tempo necessário à fase de implantação 
do projeto, limitado ao máximo de 4 (quatro) anos e, no caso das agroindústrias, os aspectos gerenciais, 
tecnológicos, contábeis e de planejamento.
7.3 Pronaf Infraestrutura Municipal (Pronaf-M)
Trata-se de uma linha de apoio financeiro do Governo Federal com recursos não reembolsáveis. 
Conduzida em parceria com os governos municipais responsáveis pela implementação das prioridades 
do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural, aprovadas pelo Conselho Municipal, nas áreas de:
• Infraestrutura coletiva e/ou pública
• Serviços de apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar.
O objetivo do Pronaf-M é financiar a implantação, ampliação, modernização e realocação de 
infraestrutura necessária ao fortalecimento da agricultura familiar, de forma a dinamizar o setor 
produtivo e assegurar sustentação ao desenvolvimento rural, como:
• Recuperação de solos.
• Manutenção de estradas vicinais e caminhos de acessos.
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• Armazenamento de produtos agropecuários.
• Disponibilização de energia.
• Dispêndios e investimento em comunicação e transporte.
• Manutenção de obras hidro-hidráulicas.
• Atendimentos a pequenas e médias agroindústrias em atividades não agrícolas.
• Ampliação e cobertura de serviços de apoio, como pesquisa agropecuária e assistência técnica.
• Instalação de postos telefônicos comunitários ou serviços de telefonia rural.
• Construção, ampliação ou reaparelhamento de armazéns e silos.
• Promoção de obras relacionadas com saneamento rural.
• Execução de práticas conservacionistas.
• Construção e manutenção de mercados do produtor.
• Construção, ampliação ou recuperação de poços e açudes de uso comunitário.
• Construção ou recuperação de escolas rurais.
• Construção ou recuperação de postos de saúde na área rural.
A aplicação dos recursos no Pronaf-M será pela via indireta, com os recursos repassados às Prefeituras 
Municipais ou às organizações de agricultores familiares para que procedam a suas aplicações. 
Os repassadores são os órgãos governamentais ou agentes financeiros, desde que se trate, nessa 
ordem, de recursos aplicados a fundo perdido ou que exijam reembolso.
Ainda coberta pelo Pronaf-M, há a destinação de recursos visando à capacitação e profissionalização 
de Agricultores Familiares e Técnicos. Por meio dessa linha de ação, o programa se propõe a:
• Proporcionar aos agricultores familiares e suas organizações conhecimentos necessários à 
elaboração de Planos Municipais de Desenvolvimento Rural.
• Proporcionar aos agricultores familiares os conhecimentos, habilidades e tecnologia indispensáveis 
aos processos de produção, beneficiamento, agroindustrialização e comercialização.
• Ampliar as atividades de informação, disseminação e transferência de novas tecnologias.
• Promover intercâmbio e difusão de experiências inovadoras em educação, profissionalização e de 
tecnologias coerentes com as atividades do homem do campo.
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 Saiba mais
Obtenha mais informações em seu município acerca da estruturação 
do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural. Ele é responsável 
pela gestão social do Programa e pela concreta atuação dos principais 
beneficiários. Além disso, é importante conhecer o Plano Municipal de 
Desenvolvimento Rural.
De forma mais geral, você pode consultar a legislação que dispõe sobre 
o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CNDRS):
BRASIL. Decreto n° 3.508, de 14 de junho de 2000. Dispõe sobre o 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável – CNDRS, e dá 
outras providências. Brasília, 2000. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/decreto/D3508.htm>. Acesso em: 13 nov. 2015.
7.4 Programa Nacional de Crédito Fundiário
Trata-se de um importante instrumento de acesso à terra e uma das ações complementares do Plano 
Nacional de Reforma Agrária, contribuindo para a ampliação e a consolidação da agricultura familiar. 
O programa tem como objetivos a criação de ocupações produtivas permanentes para as famílias 
beneficiadas, bem como o aumento da renda e a melhoria das condições de vida da população rural.
O programa funciona com três diferentes linhas de financiamento, que vão beneficiar:
• Trabalhadores rurais mais pobres.
• Trabalhadores jovens, entre 18 e 24 anos de idade.
• Familiares sem-terra ou com pouca terra.
• Públicos prioritários das políticas de combate à fome e de inclusão social do Governo Federal. 
Todos os investimentos são gerenciados pelas próprias comunidades e podem servir tanto para a 
compra de terras como para o aumento da produção ou, ainda, para realização de projetos que visem à 
melhoria da qualidade de vida da população e ao desenvolvimento local sustentável.
A estimativaé criar, para cada família, mais de três ocupações produtivas permanentes, estimulando 
indiretamente outros setores da economia.
Com esse programa, há a descentralização das ações para os Estados e o incentivo e o fortalecimento 
da participação das comunidades, que detêm o maior poder de decisão. 
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A implantação do programa visa assegurar a participação efetiva e o controle social, com grande 
poder de decisão dos Conselhos de Desenvolvimento Rural. As associações terão ampla autonomia, 
desde a seleção dos participantes até a escolha e negociação de terras. Aos governos estaduais caberá 
prover todo o apoio técnico.
A descentralização na execução do programa se dará por meio de assinaturas de parcerias entre 
Estados e associações dos municípios participantes.
Caberá ao Estado a elaboração e a aprovação do Plano Estadual de Implementação do Programa, 
em que serão definidos os objetivos, as diretrizes, as metas, as regiões prioritárias, o público e a 
estratégia de ação. Esse plano e a estratégia de ordenamento territorial implementada pelo Ministério 
do Desenvolvimento Agrário (MDA) nos Estados deverão estar articulados.
É também na esfera estadual que serão avaliadas e aprovadas as propostas de financiamento dos 
beneficiários potenciais.
A descentralização e a participação efetiva da sociedade civil devem contribuir decisivamente para 
uma maior sinergia com as ações de programas locais de desenvolvimento, como os de: infraestrutura; 
educação; saúde; saneamento; combate à pobreza; e ação social.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf) estabelece, no âmbito 
nacional, as diretrizes globais e as metas do programa, além de aprovar seu Regulamento Operativo e os 
Manuais de Operações, assegurando a harmonia entre estes e os demais programas de reforma agrária 
e de desenvolvimento rural, enquanto avalia sua execução de modo geral.
Os investimentos com recursos do programa poderão ser realizados pelos próprios beneficiários. 
Assim, os recursos para mão de obra dos projetos servirão ao sustento das famílias durante a implantação 
dos projetos.
A verificação da elegibilidade dos imóveis selecionados para aquisição pelos beneficiários e dos 
preços acordados entre as partes envolvidas no negócio cabe aos Estados.
 Saiba mais
Obtenha mais informações em seu município acerca das parcerias entre 
as entidades governamentais relacionadas com esse programa de crédito.
Acesse a legislação nacional sobre o assunto: 
BRASIL. Norma de Execução – NE/PNCF nº 01/2004. Dispõe sobre as 
Diretrizes e Normas para a Prestação de Serviços de Capacitação e Assistência 
Técnica aos Beneficiários do Programa. Brasília, 2004b. Disponível em:
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<http://www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/File/deagro/ne_01_2004.
pdf>. Acesso em: 13 nov. 2015.
BRASIL. Portaria nº 10, de 17 de dezembro de 2004. Brasília, 2004c. 
Disponível em: <http://www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/File/deagro/
ne_03_2004.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2015.
Sintetizando, entre os tipos de financiamento relacionados com o Programa Nacional de Crédito 
Fundiário, podem ser mencionados:
• Financiamento para a aquisição de terras.
• Combate à pobreza rural.
• Nossa Primeira Terra.
• Consolidação da Agricultura Familiar.
7.5 Linhas de Financiamento apoiadas pelo BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) oferece mecanismos de apoio à agricultura e à pecuária. 
Alguns projetos financiáveis dentro do agronegócio são bovinocultura 
de corte, formação ou reforma de pastos, gastos e tratos culturais até a 
primeira colheita/safra, entre outros. A concessão do apoio financeiro é 
condicionada à avaliação dos impactos ambientais, segundo as diretrizes da 
Política Socioambiental do BNDES.
Em articulação com outros órgãos governamentais, o BNDES também 
desenvolve instrumentos de apoio específico à agropecuária. Estes 
programas apresentam condições especiais para investimentos, como, 
por exemplo, aquisição de tratores agrícolas e incentivos à irrigação 
(BNDES, [s.d.]).
O BNDES é a principal instituição voltada aos financiamentos de longo prazo aos agentes econômicos, 
incluindo, naturalmente, os componentes do setor agropecuário. Ele pode, também, subscrever títulos e 
valores mobiliários e prestar garantias com base nos seus diferentes fundos.
Entre os programas do BNDES voltados ao atendimento à agropecuária, podem ser citados:
• BNDES Finem: permite a obtenção de financiamentos de valores superiores a R$ 20 milhões 
voltados a:
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— implantação, modernização e expansão de empresas do setor agropecuário;
— desenvolvimento de projetos de eficiência energética que contribuam para o aumento da 
eficiência global do sistema energético ou que promovam a substituição de combustíveis de 
origem fóssil pelos produzidos com base em fontes renováveis;
— aquisição de bens de capital associada a planos de investimentos apresentados ao BNDES;
— importação de máquinas e equipamentos sem similar nacional, associada a planos de 
investimentos apresentados ao BNDES.
• BNDES Automático: propicia que se tomem financiamentos de até R$ 20 milhões direcionados ao 
desenvolvimento de projetos de implantação, expansão e modernização de empreendimento.
• BNDES Finame Agrícola: sem limite de valor, a modalidade admite financiamentos para 
a compra isolada de máquinas e equipamentos agrícolas novos, de fabricação nacional, 
credenciados no BNDES.
• BNDES Finame Leasing: opera com financiamentos à aquisição isolada de máquinas e equipamentos 
novos em operações de arrendamento mercantil (leasing).
• BNDES Limite de Crédito: oferece crédito rotativo para o apoio a empresas ou grupos econômicos 
já clientes do BNDES e com baixo risco de crédito.
• BNDES Empréstimo-Ponte: para a obtenção de financiamentos para projetos, concedidos em 
casos específicos, para agilizar a realização de investimentos por meio da concessão de recursos 
no período de estruturação da operação de longo prazo.
• BNDES Project Finance: oferece engenharia financeira com suporte contratual do fluxo de caixa 
de um projeto, tendo como garantia os ativos e recebíveis desse mesmo empreendimento.
• BNDES Fianças e Avais: possibilita a prestação de fiança e avais pelo BNDES com o objetivo de 
diminuir o nível de participação nos projetos financiados.
• BNDES Proaquicultura: fornece apoio aos investimentos para a construção, com finalidade de:
— expansão e modernização de capacidade produtiva dos produtores de pescados e da indústria 
processadora de pescados; 
— obtenção do capital de giro; 
— adoção de iniciativas direcionadas para modernização ou implementação de melhorias na 
estrutura organizacional, administrativa, de gestão, comercialização, distribuição e de logística 
das sociedades atuantes no setor aquícola.
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• BNDES Cerealistas: concede apoio ao desenvolvimento e à modernização do setor de armazenagem 
nacional efetuados por empresas comerciais cerealistas nacionais.
• BNDES Prorenova: apoia o aumento da produção de cana-de-açúcar no País, por meio do 
financiamento à renovação e implantação de novos canaviais.
• BNDES PASS: destinado a financiamento da estocagem de álcool etílico combustível pelas 
empresas do setor sucroalcooleiro.Saiba mais
Para a atualização dos programas, criados periodicamente, com o fito 
de incentivar o desenvolvimento agropecuário de regiões do País, consulte 
o site do BNDES:
<http://www.bndes.gov.br/>.
7.6 Linhas de financiamento apoiadas pelo Banco do Brasil e pela Caixa 
Econômica Federal
Essas duas instituições financeiras públicas atuam de forma importante nas concessões de 
financiamentos para os diferentes setores do agronegócio, em consonância com as políticas e 
orientações governamentais.
Tradicionalmente, o Banco do Brasil (BB) sempre foi conhecido como o Banco da Agricultura, por 
ter sido a primeira instituição fortemente envolvida com os negócios da área. Atualmente, a Caixa 
Econômica Federal (CEF) também vem divulgando programas especiais voltados ao crédito para os 
agentes do agronegócio.
Com o intuito de exemplificar as variadas alternativas de créditos e de linhas de financiamentos 
disponibilizados pelas instituições públicas, o quadro a seguir apresenta alternativas de linhas de 
financiamento do Banco do Brasil voltadas ao agronegócio, empresarial e familiar:
Quadro 2 – Linhas de crédito
Financiamento Características
Pronaf
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), criado em 1995 
pelo Governo Federal, destina-se ao apoio financeiro das atividades agropecuárias e 
não agropecuárias exploradas mediante emprego direto da força de trabalho da família 
produtora rural. Por meio desta, visa à profissionalização dos produtores e familiares e à 
modernização do sistema produtivo e valorização do produtor rural familiar.
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Unidade II
BB – Agronegócio 
Investimento MCR 6-4 
– Controlado e BNDES - 
Moderagro
O produto é uma linha de crédito fixo, destinada a investimentos agropecuários 
com recursos do BNDES. Entre os objetivos, estão: apoiar e fomentar os setores 
de produção, beneficiamento, industrialização e armazenamento de produtos 
da apicultura, aquicultura, avicultura, chinchilicultura, cunicultura, floricultura, 
fruticultura, horticultura, ovinocaprinocultura, pecuária leiteira, pesca, ranicultura, 
sericultura e suinocultura; fomentar ações relacionadas à defesa animal e à 
implementação de sistemas de rastreabilidade animal para alimentação humana; 
apoiar a recuperação dos solos.
Investimento agropecuário 
BB – Investimento 
agropecuário tradicional 
MCR 6-4 – Poupança Ouro 
Não Equalizável
• Apoiar a recuperação dos solos por meio do financiamento para aquisição, transporte, 
aplicação e incorporação de corretivos (calcário, gesso agrícola e adubos para correção).
• Apoiar a recuperação de pastagem por intermédio do financiamento para aquisição de 
insumos, serviços e benfeitorias necessárias.
• Florestamento e reflorestamento.
• Formação de lavouras permanentes.
BB Florestal – BB FCO Rural 
– Pronatureza - ABC
FCO Rural – Linha de Financiamento para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa 
na Agropecuária (Programa ABC) que, entre outros, objetiva: incentivar projetos que 
visem à conservação e à proteção do meio ambiente, à recuperação de áreas degradadas 
ou alteradas e ao desenvolvimento de atividades sustentáveis; propiciar condições 
para expansão de atividade orgânica; disponibilizar recursos para investimentos 
necessários à implantação de sistemas de integração de lavoura-pecuária, lavou-floresta, 
pecuária-floresta ou lavoura-pecuária-floresta.
BB Florestal – Pronaf 
Florestal
Investimentos em projetos que preencham os requisitos definidos pela Secretaria 
da agricultura Familiar/MDA, para: sistemas agroflorestais; exploração extrativista 
ecologicamente sustentável; plano de manejo e manejo florestal, incluindo-se os custos 
relativos a implantação e manutenção do empreendimento; e enriquecimento de áreas 
que já apresentam cobertura florestal diversificada, com o plantio de uma ou mais 
espécies florestais, nativas do bioma.
BNDES – ABC e BB –
Agronegócios Investimento 
MCR 6-4 - Controlado - 
ABC
BNDES – ABC – Programa de Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na 
Agropecuária. Este produto tem como principais objetivos: reduzir as emissões de Gases 
de Efeito Estufa oriundas das atividades agropecuárias; reduzir o desmatamento; e 
estimular a recuperação de áreas degradadas.
Investimento agropecuário 
BB – Investimento 
agropecuário tradicional – 
MCR 6-2
Linha de crédito destinada ao financiamento de máquinas, equipamentos, implementos, 
caminhões, carrocerias, lavouras de cana-de-açúcar, animais, obras de irrigação, 
açudagem, recuperação do solo, formação de pastagens, construção, reformas ou 
ampliação de armazéns, silos, galpões, entre outros itens.
Ourocard Agronegócio
Permite aos seus portadores que acessem suas linhas de crédito rural (custeio e 
investimento) previamente contratadas. O pagamento é feito diretamente ao fornecedor 
conveniado, de forma que garanta a correta aplicação do recurso.
Adaptado de: Banco do Brasil ([s.d.]).
7.7 Financiamentos obtidos junto a terceiros e por meio das instituições do 
Sistema Financeiro Nacional
Além dos programas e recursos possíveis de serem obtidos com o governo ou seus bancos oficiais, o 
produtor e as cooperativas podem recorrer às instituições financeiras operativas do Sistema Financeiro 
Nacional (SFN).
As instituições podem concretizar as operações com base em seus recursos livres (RL) ou obrigatórios 
(RO). Os recursos obrigatórios são calculados com base em percentual sobre o total de depósitos à vista 
confiados pelos clientes às respectivas instituições financeiras, com custos e juros determinados pelo 
Bacen. Os recursos livres são os decorrentes das próprias captações dos bancos, e os juros e custos são 
determinados pelo banco.
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LINHAS DE FINANCIAMENTOS E CRÉDITOS
Os agentes do setor agropecuário vêm, gradativamente, aumentando a sua busca por operações 
transacionadas na BM&F.
Essas operações objetivam a constituição de hedge (proteção) contra variações bruscas de preços 
dos produtos agrícolas, verificados entre os períodos de plantio e de colheita/comercialização.
A respeito de hedge, Sandroni (1999, p. 279) esclarece:
É um mecanismo utilizado por operadores do mercado financeiro e de 
commodities para se resguardarem de uma flutuação de preços.
É comum, por exemplo, que operadores do mercado de commodities atuem 
também no mercado a termo, de tal forma que a baixa de preços num destes 
mercados atue no sentido negativo numa das operações, mas positivo em 
outra. 
7.8 Captação de recursos do exterior
Essa modalidade de obtenção de recursos é regulamentada, atualmente, pela Resolução nº 3.844, de 
23 de março de 2010, do Banco Central do Brasil (BACEN, 2010).
Essa captação pode ser feita pelas instituições financeiras integrantes do Sistema Nacional de 
Crédito Rural (SCR) e os recursos são repassados do País para o financiamento de produtores rurais e 
suas cooperativas, para custeio, investimento ou comercialização agropecuária.
Esses recursos podem, também, ser repassados às empresas, agroindústrias e exportadores para que 
adquiram produtos agropecuários diretamente de produtores rurais.
Conforme indica Fortuna (2008, p. 287):
Os recursos captados no exterior, enquanto não aplicados nas finalidades 
previstas, podem ser utilizados na constituição de depósito em moeda 
nacional ou estrangeira ao BC [Bacen], bem como ser objeto de repasse 
interbancário e aplicação em NTN-D ou NBC-E, ambos os títulos vinculados 
ao dólar [norte-americano].
7.9 Seguro Rural
O Seguro Rural cobre não só atividades agrícolas, mas também as relacionadas com a pecuária,o 
patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para comercialização desses produtos, além do 
seguro temporário de vida dos produtores.
Protege, também, o investimento realizado no plantio e na manutenção da lavoura. Cobre danos 
causados por eventos climáticos, como granizo, geada, chuva excessiva, ventos fortes e seca. A cobertura 
também se estende à lavoura, contra incêndio, inundação e não germinação/não emergência.
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Unidade II
Vale ressaltar, no entanto, que ainda são muito pequenos os percentuais de empreendimentos 
brasileiros atendidos pelo Seguro Rural.
Entre as modalidades cobertas pelo Seguro Rural, podemos considerar:
• Seguro agrícola: faz a cobertura contra perdas decorrentes de fenômenos meteorológicos, doenças 
e pragas.
• Seguro pecuário: garante indenização por morte de animais por acidentes e doenças.
• Seguro de benfeitorias e produtos agropecuários: garante construções, instalações ou 
equipamentos fixos, safras removidas do campo de colheita, produtos pecuários, veículos rurais 
mistos ou de carga, máquinas agrícolas e seus implementos.
• Seguro de crédito para comercialização de produtos agropecuários: prevê coberturas das perdas 
líquidas do segurado.
• Seguro temporário de vida: garante liquidação do saldo devedor financiado em decorrência de 
operações de crédito rural ou de compra de terras para colonização própria no caso de morte do 
produtor rural.
Ainda com relação a esse tema, é importante considerar o Seguro da Agricultura Familiar, exclusivo 
para os agricultores familiares que realizam financiamentos de custeio agrícola no Programa Nacional 
de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
8 TÍTULOS UTILIZADOS NO FINANCIAMENTO DO AGRONEGÓCIO 
Nota Promissória Rural
Este título de crédito é utilizado em:
• Vendas a prazo de bens de natureza agrícola.
• Atividades extrativas ou pastoris, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por 
suas cooperativas.
• Recebimentos, pelas cooperativas, de produtos da mesma natureza, entregues pelos seus cooperados.
• Entregas de bens de produção ou de consumo feitas pelas cooperativas aos seus associados. 
O devedor que utiliza esse tipo de título é, geralmente, pessoa física. A Nota Promissória Rural deve 
prever os seguintes itens:
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LINHAS DE FINANCIAMENTOS E CRÉDITOS
Quadro 3 – Modelo de Nota Promissória Rural
Vencimento:
Valor (R$):
Relação de itens ou mercadorias, que são objeto da comercialização:
Dados da nota fiscal de entrada – número e local de emissão:
_________________________
Assinatura do emitente da nota
Duplicata Rural
Semelhante à Nota Promissória Rural, esse título é emitido pelo vendedor. O vendedor entregará o 
título ao comprador, que o devolverá, após assiná-lo (aceitá-lo). Neste caso, o devedor é, geralmente, 
pessoa jurídica.
A Duplicata Rural deve prever os seguintes itens:
Quadro 4 – Duplicata Rural
Vencimento:
Valor (R$):
Relação de itens ou mercadorias, que são objeto da comercialização:
Dados da nota fiscal de entrada – número e local de emissão:
____________________
Assinatura do comprador
Cédula Rural Pignoratícia (CRP)
Segundo a Cetip (2012a), a CRP possui larga utilização na concessão de crédito rural, principalmente 
pelas instituições financeiras oficiais.
A CRP é uma modalidade de cédula de crédito rural com promessa de 
pagamento em dinheiro. É emitida por pessoa física ou jurídica tomadora 
do financiamento rural.
É extraída com base no penhor rural e passa a valer como título de crédito 
autônomo e negociável (CETIP, 2012a). 
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Unidade II
A CRP deve prever os seguintes itens:
Quadro 5 – Cédula Rural Pignoratícia
Vencimento:
Valor (R$):
Juros devidos pela operação:
Dados da nota fiscal de entrada – número e local de emissão:
____________________
Assinatura do comprador
Cédula Rural Hipotecária (CRH)
Esse título, como os indicados anteriormente, é regulamentado pelo Decreto-Lei nº 167: “Art. 21. São 
abrangidos pela hipoteca constituída as construções, respectivos terrenos, maquinismos, instalações e 
benfeitorias”. (BRASIL, 1967)
O modelo da Cédula Rural Hipotecária deve prever:
Quadro 6 – Cédula Rural Hipotecária
Vencimento:
Valor (R$):
Juros devidos pela operação:
Dados da nota fiscal de entrada – número e local de emissão:
____________________
Assinatura do comprador
Cédula de Produto Rural (CPR)
Segundo Savoia (2009, p. 80):
O crédito tornou-se escasso [pela menor intervenção direta do governo, 
devido à abertura da economia e às dificuldades de cunho fiscal] e com taxas 
positivas de juros, forçando os agentes do agribusiness a buscar alternativas 
que propiciassem o financiamento privado das safras.
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Foi nesse contexto que, por meio da Lei nº 8.929, publicada em 22 de agosto 
de 1994, criou-se a Cédula de produto Rural, comumente conhecida por CPR.
A CPR é um ativo financeiro e foi definida pelo Banco do Brasil e pelo Mapa, visando:
• Comercialização antecipada da safra.
• Troca de insumos por produtos, que era uma prática de mercado na ocasião de criação do título.
• Incorporação do Certificado de Mercadoria com Emissão Garantida (CMG), negociado entre 1993 
e 1995 na Bolsa de Cereais de São Paulo.
Entre os objetivos de criação do título, podem ser indicados:
• Aumentar os recursos para o financiamento agropecuário.
• Tornar mais simples os procedimentos das operações de financiamento.
• Reduzir os custos operacionais das operações de financiamento.
• Arregimentar recursos de outros setores econômicos para o agropecuário.
Fundamentalmente, a CPR, de emissão exclusiva do produtor rural, é uma promessa de entrega do 
produto, observadas as suas condições de qualidade e quantidade.
Outra importante característica é tratar-se de um título que pode ser negociado tanto em bolsa 
quanto em balcão.
Podem ser caracterizadas as modalidades:
• CPR Física.
• CPR Financeira.
• CPR Exportação.
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Unidade II
Quadro 7 – Exemplo de Cédula de Produto Rural com liquidação física
N. ......................................... Vencimento: ..../..../.....
Aos..........dias do mês de ...................., entregarei(emos) ao .......................................... CNPJ/
CPF n. ............................, ou à sua ordem, nos termos da Lei n. 8929, de 22.08.1994 e do 
regulamento da Cédula de Produto Rural avalizada pelo Banco ......................, registrado no 
Cartório de Registro de Títulos e Documentos, em (local) ..........................., sob o n. ..............., 
que fica fazendo parte integrante deste título, para fins e efeitos do art. 3º, parágrafo 1º 
da lei n. 8929, o seguinte:
Produto: ........................................................... Safra: ....................................................................
Padrão: ...........................................................................................................................................
Quantidade: ..................................................... UF da produção: ..................................................
Especificação e condições de entrega: ...........................................................................................Local de entrega: ............................................................................................................................
Imóvel: ............................................................. Município: ........................................... UF: ..........
Garantias: (descrever) ....................................................................................................................
Inadimplência: (cláusula) ................................................................................................................
Foro: é da praça de emissão deste título.
Local da emissão: .............................................Data da emissão: ..................................................
Nome do emitente/coobrigado: .....................................................................................................
Qualificação: ...................................................................................................................................
Assinatura: ......................................................................................................................................
Fonte: Savoia (2009, p. 117).
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LINHAS DE FINANCIAMENTOS E CRÉDITOS
Quadro 8 – Exemplo de Cédula de Produto Rural com liquidação física
N. ......................................... Vencimento: ....../....../...... Valor de resgate R$: ........................
Aos..........dias do mês de .............., entregarei(emos) ao ........................................ CNPJ/CPF n. 
....................., ou à sua ordem, nos termos da Lei n. 8929, de 22.08.1994 e do regulamento 
da Cédula de Produto Rural avalizada pelo Banco ......................, registrado no Cartório de 
Registro de Títulos e Documentos, em (local) ....................., sob o n ..............., que fica fazendo 
parte integrante deste título, para fins e efeitos do art. 3º, parágrafo 1º da lei n. 8929, em 
moeda corrente, o valor de resgate acima especificado, corresponde à multiplicação do 
preço unitário pela quantidade do produto abaixo descrito:
Produto: ........................................................... Safra: ....................................................................
Padrão: ...........................................................................................................................................
Quantidade: ...................................................... UF da produção: .................................................
Preço unitário: ................................................................................................................................
Especificação e condições de entrega: ..........................................................................................
Local de entrega: ............................................................................................................................
Imóvel: ............................................................... Município: ........................................ UF: ...........
Garantias: (descrever) ....................................................................................................................
Inadimplência: (cláusula) ................................................................................................................
Inadimplência: (cláusula) ................................................................................................................
Foro: é da praça de emissão deste título.
Local da emissão: ...............................................Data da emissão: ................................................
Nome do emitente/coobrigado: .....................................................................................................
Qualificação: ...................................................................................................................................
Assinatura: ......................................................................................................................................
Fonte: Savoia (2009, p. 118).
Trata-se de financiamentos para a geração de produtos que, necessariamente, serão exportados para 
compradores externos.
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Apoia, pois, os produtores rurais e as respectivas cooperativas nos processos de venda antecipada de 
produtos voltados à exportação.
Produtor rural Investidor*
1. Emite CPR
2. Entrega recursos financeiros
3. Devolve recursos financeiros
corrigidos e liquida a CPR
*A figura do investidor pode ser: banco, empresa de insumo, trading, ou um investidor tradicional
Figura 10 – Fluxo da CPR com liquidação financeira
A operacionalização da CPR pode obedecer a vários modelos, mais ou menos complexos, 
conforme o número de intervenientes no processo e derivações. As figuras a seguir ilustram três 
alternativas de modelos, desde o mais simplificado até o mais complexo, que leva em consideração 
a existência de mercado secundário para o título.
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Produto
Recursos
Título
Instituição financeira
Produtor ou 
cooperativa
Exportador
Beneficiador
Atacadista
Figura 11 – Diagrama de Negociação de CPR – Modelo simplificado
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Instituição financeira
Produtor ou 
cooperativa
Indústria de 
insumos ou 
máquinas
Investidor 
ou fundo de 
investimento
Exportador/Comerciante
Figura 12 – Diagrama de Negociação de CPR
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RecursosRecursos
Recursos RecursosRecursos
CPRCPR
CPR CPRCPR
Produto
Produto
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Instituição 
financeira
Instituição 
financeira
Exportador 
comerciante
Indústria de 
insumos e 
máquinas
Beneficiador
Atacadista
Investidor 
ou fundo de 
investimento
Figura 13 – Diagrama de Negociação de CPR – Modelo mais complexo
De acordo com Savoia (2009, p. 96):
A CPR [ainda] não conseguiu atingir o mercado de capitais de forma 
significativa, pois sua negociação, quando registrada, ainda se concentra 
em poucos bancos, sendo o Banco do Brasil o principal.
Outro fator que limita a ampla negociação da CPR é a restrição de sua 
emissão ao produtor rural ou à Cooperativa.
Os agentes que participam da cadeia produtiva do agronegócio (fornecedores 
e tradings) estão familiarizados com esses emissores e seu risco de crédito, 
porém isso não acontece com o mercado investidor em geral.
Certificado de Mercadoria Garantido (CMG)
Título emitido por um produtor agrícola, com emissão garantida por instituição financeira. Trata-se 
do compromisso físico de compra ou venda futura, que será feito com entrega mercantil. É transacionado 
em Bolsa de Mercadorias e Futuros.
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Unidade II
Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
São títulos emitidos por empresas especializadas, possuindo como garantia valores a receber de 
empresas do setor. Como indica Fortuna (2008, p. 255): “As empresas compram os recebíveis e emitem 
os CRAs, que podem ser adquiridos por empresas do setor rural, investidores e fundos de investimento.”
Os Certificados de Recebíveis do Agronegócioforam criados com a Lei n° 11.076, de 30 de dezembro 
de 2004, que diz: “O Certificado de Recebíveis do Agronegócio – CRA é título de crédito nominativo, 
de livre negociação, representativo de promessa de pagamento em dinheiro e constitui título executivo 
extrajudicial.” (BRASIL, 2004a)
Certificado de Depósito Agropecuário (CDA)
Esses papéis são lastreados por produtos e emitidos por armazéns no instante em que o produtor 
entrega as mercadorias. Representam, pois, a promessa de entrega dos produtos e podem ser negociados 
ou usados como garantias de empréstimos pelo produtor. Também foi criado com a Lei n° 11.076.
Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA)
São emitidos por agroindústrias e fabricantes de máquinas agrícolas. Podem ser emitidos também 
por cooperativas e outros que participem da cadeia produtiva do agronegócio e oferecem garantias às 
vendas a prazo. Este certificado também foi criado pela Lei n° 11.076/2004.
 Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)
São emitidos exclusivamente por instituições financeiras autorizadas, com garantias de empréstimos 
concedidos ao setor rural.
 Saiba mais
Você pode consultar, por exemplo, o regulamento do Programa de 
Emissão da Letra de Crédito do Agronegócio do Sicoob, um sistema 
financeiro cooperativo:
SICOOB. Regulamento do Programa de Emissão da Letra de Crédito 
do Agronegócio: LCA Sicoob. Brasília, [s.d.]. Disponível em: <http://www.
sicoob.com.br/documents/10180/9502808/RegulamentoLCA21x28cm.
pdf/5bb3340e-7742-43c3-acaa-2a50ea8c6857>. Acesso em: 17 nov. 2015.
Estudos estão sendo conduzidos pelas autoridades financeiras e governamentais visando alterar ou 
até eliminar a isenção tributária sobre as LCA. Com essa isenção, tais títulos, lastreados em financiamentos 
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LINHAS DE FINANCIAMENTOS E CRÉDITOS
imobiliários, revelam excelente apelo para os investidores, notadamente quando são restritas às outras 
opções nos mercados de títulos e valores mobiliários.
 Resumo
Tratamos das várias alternativas de realização de empréstimos e 
financiamentos pelos agentes da extensa cadeia do agronegócio.
Além dos subsídios governamentais, do apoio de entidades nacionais e 
do exterior, das operações junto às instituições financeiras dos mercados 
monetários e de crédito, cada vez mais o agricultor, pecuarista ou qualquer 
outro agente que participa do Agronegócio têm recorrido às transações 
nas Bolsas de Valores e de Mercadorias, comprando e vendendo contratos 
futuros de compra e venda de commodities, principalmente.
O que o agente procura é realizar um hedge de suas operações, de forma 
a poder cobrir as incertezas e os riscos da atividade agropecuária. Uma 
operação de hedge (proteção) visa salvaguardar os pagamentos de dívidas 
e manutenção da capacidade de solvência dos agricultores, pecuaristas e 
outros agentes agropecuários.
A chamada venda a futuro de um contrato de comercialização de soja, 
por exemplo, sob a ótica do produtor, propicia a garantia de preços capazes 
de lhe gerar resultado positivo com o seu empreendimento.
Essa proteção se justifica, no meio rural, dados os grandes riscos 
de “intempéries”, não só pelas ocorrências da natureza como de 
comportamentos não favoráveis dos preços nos mercados e os reflexos 
de políticas públicas internas ou eventos e crises internacionais.
Vimos também as especificidades do crédito à agricultura familiar, de 
grande importância para o desenvolvimento do País, econômica e socialmente.
Destacamos os aspectos relacionados com o Seguro Rural, ainda 
incipiente no Brasil, mas que vem se desenvolvendo à medida que aumenta 
a importância do agronegócio no PIB brasileiro.
Por fim, abordamos as características de vários títulos que suportam as 
operações de financiamentos e de créditos, tanto para o lado empresarial 
quanto familiar do agronegócio.
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Unidade II
 Exercícios
Questão 1. Você é consultor e estuda o mercado de esmagamento de soja no Brasil. Os produtos 
comercializados nesse mercado são farelo de soja e óleo vegetal. As plantações de soja estão espalhadas 
por todo o interior do País. A margem de lucro dos produtos é muito pequena e a logística é um custo 
significativo da operação. O transporte é feito via modal rodoviário e o volume de soja colhida é muito 
superior ao volume somado de farelo e óleo. 
Para ter um desempenho sustentável em longo prazo, é necessário que as empresas tenham:
I – Grande volume de esmagamento.
II – Proximidade de centros de plantação de soja.
III – Frota de transporte próprio.
IV – Localização perto de uma grande capital metropolitana.
Estão corretas somente as afirmativas:
A) I e III.
B) II e III.
C) I e II.
D) III e IV.
E) I e IV.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das alternativas:
I – Afirmativa correta.
Justificativa: a operação de esmagamento de soja é de baixa variedade e de alto volume: ela teria 
sustentabilidade somente com grandes volumes de esmagamento. O processo de esmagamento de soja 
é uma operação contínua, característica de altos volumes. Com margens de lucro pequenas, é necessário 
alto volume para a empresa ter desempenho sustentável.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: o beneficiamento de produtos agrícolas é típica operação que deve estar próxima das 
fontes de suprimento. O volume do insumo tende a ser muito maior do que do produto final, como está 
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LINHAS DE FINANCIAMENTOS E CRÉDITOS
explicitado na questão. Transportar soja implicaria um custo muito maior do que transportar o farelo 
e o óleo vegetal, devido ao volume e à natureza do transporte. O transporte de grãos é muito mais 
trabalhoso e dispendioso do que o transporte de farelo e óleo, pela própria natureza das embalagens.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a opção de se ter transporte próprio seria justificada no caso em que se agregasse 
valor à compra de transporte. Ocorre que, para empresas de esmagamento de soja, ou similares, a 
sua competência central não é o transporte. Empresas especializadas em transporte provavelmente 
acrescentarão maior valor ao processo. Além disso, como as plantações estão espalhadas pelo País, uma 
operação de transporte próprio não permitiria ganhos de escala. O custo de transporte, parte importante 
do custo com a logística e vital nesse negócio, tenderá a ser mais baixo se terceirizado.
IV – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a localização próxima do mercado consumidor, uma grande capital metropolitana, é 
adequada quando se gera conveniência para o cliente, coisa que dificilmente ocorre em operações de 
manufatura, na qual os produtos podem ser ofertados aos consumidores sem que haja necessidade 
de alto contato ou de visibilidade. 
Questão 2. A Cia. Laranja Paulista, seguindo seu planejamento estratégico, terceiriza os serviços de 
limpeza e segurança de suas unidades administrativas e comerciais. No início do ano, após minuciosa 
cotação de preços e realização de um empréstimo bancário, contrata a empresa Serviços Fazenda 
Segura Ltda., por 3 anos, pagando, na ocasião da assinatura do contrato, o valor de R$1.200.000,00 
correspondente ao montante total dos serviços contratados.
Na empresa prestadora de serviços, no momento da assinatura e do recebimento total do contrato, 
qual o procedimento contábil para o registro dessa operação?
A) Reconhecer como Receita Operacional do período o valor total recebido.
B) Registrar como conta de Passivo o valor contratado.
C) Lançar o valor

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