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Mercado Futuro - I - Livro-Texto - Unidade III

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MERCADO FUTURO I
Unidade III
5 SUBSISTEMA OPERATIVO
Esse subsistema contempla as instituições e os instrumentos voltados à operacionalização das 
funções de entidades componentes do SFN.
É bastante extenso o leque de operações que podem ser realizadas na intermediação entre os agentes 
econômicos superavitários e deficitários na economia.
Podemos, por exemplo, classificar os diferentes produtos que permitem a operacionalização do SFN em:
• Produtos de captação.
• Produtos de empréstimos.
• Financiamentos imobiliários.
• Operações relacionadas com o crédito rural.
• Financiamentos para investimento.
• Operações de leasing.
• Operações de garantia.
• Títulos de capitalização.
• Caderneta de poupança.
• Operações de intermediação.
• Captação de recursos privados no exterior.
 Observação
Para os títulos transacionados nos mercados, utiliza‑se a denominação 
valores mobiliários.
As instituições financeiras do subsistema operativo contam com um expressivo leque de 
produtos/alternativas ‑ que fazem parte de seu conjunto de operações ativas ‑ que materializam 
as variadas alternativas de empréstimos e financiamentos aos agentes econômicos.
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Unidade III
Embora sejam entendidos por muitos como sinônimos, há diferenças entre os conceitos de 
empréstimos e financiamentos. O financiamento é o empréstimo concedido para a compra de algo 
especificado no contrato, com a sua comprovação.
Entre os tipos de financiamentos, podem ser enquadrados, por exemplo, os voltados à aquisição de 
veículos e de imóveis. Os empréstimos, por outro lado, são operações de crédito que, usualmente, não 
especificam objetivos específicos de aquisição de ativos.
Como assevera Assaf Neto (2011, p. 57):
A intermediação financeira desenvolve‑se de forma segmentada, com base 
em quatro [grandes] subdivisões estabelecidas para o mercado financeiro:
• Mercado monetário;
• Mercado de crédito;
• Mercado de capitais;
• Mercado cambial.
Apesar de servirem como referência para o estudo do mercado financeiro, esses segmentos 
sugeridos de mercado muitas vezes se confundem na prática, permitindo que as várias operações 
financeiras interajam por meio de um amplo sistema de comunicações. Apresentam, ainda, uma 
referência comum para as diversas negociações financeiras, como a taxa de juros, entendida como a 
moeda de troca desses mercados.
Não faz parte do escopo deste tópico detalhamento de informações que caracterizam cada um dos 
produtos e serviços relacionados, como as que se relacionam com taxas, limites, prazos e condições 
particulares/especiais.
Essas especificações estão sujeitas às mudanças ditadas pelas forças do mercado e com base em 
regulamentações oficiais, muitas vezes, originadas por determinações de política econômica.
 Saiba mais
Para a obtenção de detalhes das operações realizadas nos vários 
segmentos dos mercados financeiros, consulte:
FORTUNA, E. Mercado financeiro: produtos e serviços. 21. ed. São Paulo: 
Qualytimark, 2011.
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MERCADO FUTURO I
5.1 Mercados financeiros
São constituídos pelos variados tipos de mercados existentes na economia, muitos deles 
desempenhando funções bastante dirigidas, como é o caso do que trata das operações com seguros 
e previdência.
De maneira geral, os autores classificam esses mercados em:
• Mercado Monetário;
• Mercado de Crédito;
• Mercado de Capitais;
• Mercado de Derivativos.
Com o objetivo de melhorar o entendimento sobre o assunto, à medida que apresentarmos 
determinado mercado, vamos, também, já revelando as operações e títulos/contratos essenciais 
nele negociados.
5.2 Instituições bancárias e instituições não bancárias
Essa é uma das primeiras divisões que se faz quando se analisam as instituições operativas do 
mercado monetário.
As instituições bancárias são autorizadas a captar recursos livres, mantendo contas‑correntes (moeda 
escritural) para a movimentação de valores pelos seus clientes. Os bancos comerciais e múltiplos e as 
cooperativas de crédito atendem a esses requisitos e legislação.
Figura 16 – Depósitos em bancos
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Unidade III
As instituições bancárias trabalham com o que se denomina reservas fracionárias (tanto as 
compulsórias quanto as voluntárias) que visam dar‑lhes segurança quanto à manutenção de liquidez 
para cobrir saques não esperados de seus clientes.
Como vimos anteriormente neste livro‑texto, os valores depositados pelos clientes, 
deduzidos da parcela totalizada por essas reservas, podem ser (exceto em condições de proibição 
das autoridades monetárias devido a problemas de conjuntura econômica) emprestados aos 
agentes deficitários do sistema, sejam pessoas físicas (para atender a seus compromissos de 
natureza pessoal, individual), sejam jurídicas (para liquidação de dívidas ou realização de novos 
investimentos, por exemplo).
Essa situação faz com que essas instituições promovam a criação de moeda na economia à disposição 
dos agentes econômicos.
Essa moeda escritural (ou bancária) é formada pelos depósitos à vista, existentes nos bancos ou em 
outras instituições, normalmente movimentados por cheques (e, na atualidade, principalmente, por 
saques eletrônicos, feitos em caixas automáticos (Automatic Teller Machine – ATM) ou movimentações 
comandadas em computadores e outros equipamentos como tablets e smartphones.
Figura 17 – Disponibilidade de caixa automático (ou ATM) para saques, Alaverdi, Armênia
Além dos bancos comerciais, incluímos entre essas instituições as cooperativas de crédito, de 
natureza civil, organizadas para a prestação de serviços aos seus associados, muito similares aos dos 
bancos comerciais e múltiplos.
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MERCADO FUTURO I
As cooperativas são instituições sem fins lucrativos, que podem se originar da associação de 
funcionários de uma mesma empresa ou de um grupo de empresas ou, ainda, de profissionais de um 
determinado segmento ou ramo de atividades.
Elas captam depósitos à vista e a prazo somente de seus associados e recebem empréstimos, repasses 
e refinanciamentos de outras entidades financeiras, além de doações, e aplicam esses recursos no 
mercado financeiro, oriundos também de depósitos interfinanceiros.
À semelhança dos bancos comerciais, atendem também aos associados realizando serviços, como 
cobrança, custódia, recebimentos e pagamentos de terceiros e podem trabalhar com correspondentes 
no País; também concedem créditos e realizam operações especiais, diretamente com os seus associados.
Os cooperados são, ao mesmo tempo, donos e usuários da cooperativa, participando de sua 
gestão e usufruindo de seus produtos e serviços. Abreu e Silva (2017, p. 89), indicam que “o 
Cooperativismo não visa lucros e os direitos e deveres de todos são iguais, sendo a adesão livre 
e voluntária”.
Apresentamos, a seguir, um quadro que mostra diferentes características dos bancos comerciais e 
das cooperativas de crédito.
Quadro 2 – Diferenças entre bancos comerciais e cooperativas de crédito
Instituição Banco Cooperativa de crédito
Formas de investir Depósito a prazo (CDB) Ações Ordinárias Depósito a prazo (RDC) + Cotas do capital social
Onde comprar No próprio banco Bolsa de valores ou Mercado de Balcão Na própria cooperativa
Remuneração Juros Dividendos e controle Juros + dividendosAdaptado de: Abreu e Silva (2017, p. 89).
Há, também, os bancos cooperativos, um tipo de banco comercial que tem como acionistas 
controladores as próprias cooperativas centrais de crédito.
Abreu e Silva (2017, p. 94) comentam que “o banco cooperativo oferece produtos e serviços 
financeiros às cooperativas, ampliando e criando novas oportunidades de negócios e gestão centralizada 
dos recursos financeiros do sistema”.
Os bancos comerciais são a base do sistema monetário e as instituições mais conhecidas na 
sociedade, atuando também, de forma expressiva, como prestadores de serviços, com pagamentos 
de cheques, transferências de fundos, ordens de pagamento, cobranças de títulos, recebimentos de 
impostos e de tarifas públicas, aluguel de cofres, serviços de câmbio etc.
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Unidade III
Além dos depósitos à vista, os bancos comerciais obtêm o funding (recursos financeiros) para suas 
operações de crédito com base e conforme o que segue:
• Recursos obtidos via repasses de valores patrocinados por entidades governamentais e/ou oriundos 
de instituições do exterior.
• Emissão de títulos – pré e pós‑fixados – via CDBs (certificados de depósitos bancários).
• As operações com renda pré‑fixada são uma alternativa de investimento em que o aplicador sabe, 
no momento da aplicação, quanto o seu dinheiro vai render no futuro. Além de ser um produto 
simples de investir e possibilitar a escolha por títulos que rendam algum dinheiro ao investidor no 
curto, no médio e no longo prazos, costuma ser bastante seguro.
• Os títulos pós‑fixados possuem seu valor corrigido por um indexador. Assim, a rentabilidade da 
aplicação depende do desempenho desse indexador (inflação ou juros, por exemplo) e da taxa 
contratada no momento da compra.
• Negociações, caracterizadas nos processos de compra e venda de títulos interbancários – CDI.
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) deriva dos títulos de mesmo nome emitidos por 
instituições financeiras como os bancos.
Tais títulos funcionam como empréstimos de curtíssimo prazo (um dia) feitos entre as próprias 
instituições financeiras a fim de cobrirem suas carências de caixa.
O Banco Central determina que os bancos precisam encerrar o dia com saldo positivo no caixa, 
recorrendo a empréstimos se isso não ocorrer.
O empréstimo é consumado através de um CDI. A taxa média dos CDIs de um dia tornou‑se padrão 
para a quantificação do custo do dinheiro em todos os tipos de empréstimos. Comenta‑se, então, que 
determinado investimento ou título rende, por exemplo, 110% do CDI.
Conforme o volume e o tipo de negócios, os bancos comerciais podem ser classificados como:
• Varejo: atendem a um grande número de clientes.
• Negócios: realizam operações financeiras de maior porte e complexidade, e contam com um 
número reduzido de clientes, porém com mais alto poder aquisitivo.
• Private bank: atendem a pessoas físicas de elevadíssima renda ou patrimônio.
• Personal bank: tem como clientes as pessoas físicas de alta renda e pequenas e médias empresas.
• Corporate bank: atendem a empresas de grande porte.
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MERCADO FUTURO I
Em sua evolução, houve grande incentivo do Banco Central aos processos de fusões e de 
incorporações desses bancos, acarretando a diminuição do número de sedes bancárias tradicionais 
e incremento na quantidade de agências de atendimento ao público. O objetivo fundamental é 
reduzir o custo operacional e o custo final do dinheiro, elevando a eficiência administrativa e a 
produtividade das instituições.
As instituições denominadas não bancárias são aquelas que não estão autorizadas a captar depósitos 
à vista e, por isso, estão impossibilitadas de efetuar, com a utilização dos recursos assim obtidos, 
empréstimos para os agentes deficitários.
Elas não criam moeda adicional no sistema monetário, fazendo basicamente a atividade de 
transferências de recursos entre diferentes agentes econômicos.
5.3 Operações ativas e passivas
As operações realizadas pelas instituições financeiras podem ser, de modo geral, ativas ou passivas. 
As primeiras determinam mudanças nos bens e direitos da organização, como os empréstimos e 
financiamentos concedidos a pessoas físicas e jurídicas.
Também constituem operações ativas, as relacionadas com aplicações do capital em outras 
instituições e mercados financeiros.
As compras, por exemplo, de certificados de depósitos a prazo, estão incluídas no leque 
das operações dessas instituições. Por outro lado, as operações passivas afetam as dívidas e 
obrigações da empresa (no nosso caso, das instituições financeiras), perante outras pessoas 
físicas e jurídicas.
Entre essas operações, estão incluídas todas as captações de recursos financeiros, sob a forma de 
depósitos, à vista ou a prazo, de seus clientes, que deverão ser ressarcidas, conforme o caso, de forma 
imediata (depósitos à vista) ou em suas maturações/vencimentos.
Também se enquadram entre essas operações as relativas a empréstimos obtidos pelas instituições 
financeiras, por exemplo, junto ao próprio Banco Central.
As instituições financeiras realizam, também, operações classificadas como acessórias, isto é, não 
relacionadas diretamente com os ativos (bens e direitos) ou passivos (dívidas e obrigações) junto a 
outras pessoas físicas e jurídicas.
 Observação
Exemplos dessas operações estão enquadrados na prestação de serviços, 
de cobrança, custódia, recebimentos e pagamentos por conta de terceiros, 
sejam da esfera pública ou privada.
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Unidade III
5.4 Mercado monetário
Envolve as operações de curto e de curtíssimo prazo, permitindo um controle da liquidez da economia, 
e seu parâmetro de referência é a taxa de juros.
 Lembrete
Nos mercados, o dinheiro é uma mercadoria como outra qualquer e, 
portanto, tem o seu preço, que, no tempo, é determinado pela taxa de 
juros. Ele procura compensar a indisponibilidade imediata de liquidez, que 
adia o consumo para o futuro, e um possível risco de não se reaver o valor 
que foi emprestado.
Considerando‑se um mercado livre, sem uma forte interferência estatal ou de monopólios 
e favorecimentos, a taxa de juro é formada com base nas taxas de preferências temporais 
dos agentes econômicos. Se, para um indivíduo, for indiferente obter, agora, R$ 100,00 ou 
aguardar um ano para possuir R$ 113,00, pode‑se entender como sendo de 13% a sua taxa de 
preferência intertemporal.
A teoria propugna a relação do nível da taxa de juros com a situação e perspectivas 
econômicas do País.
Os investimentos dos empresários e, assim, o crescimento dos negócios, serão tanto maior quanto 
menor for a taxa de juros. Os investidores aplicarão em atividades produtivas, geradoras de emprego e de 
aumento do PIB, se os rendimentos destas superarem os de aplicações financeiras, isto é, os propiciados 
pela taxa de juros em vigor na economia.
Uma taxa de juros menor, de outra parte, pode favorecer o surgimento de processos inflacionários, 
com todas as suas indesejáveis ocorrências e problemas em termos de reorganização e distribuição dos 
recursos dentro da economia.
Uma taxa de juros maior poderá promover situações de recessão ou de redução do nível de atividade 
econômica. O controle da taxa básica/primária de juros é uma das principais tarefas desempenhadas 
pelos bancos centrais e autoridades monetárias.
No Brasil, a taxa, de curto prazo, que afeta as operações no mercado de oferta e de demanda de 
moeda é a Selic, definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).
A fixação de um nívelótimo dos juros é atividade de alta complexidade, considerando os objetivos 
muitas vezes conflitantes. São vários os aspectos que precisam ser considerados no processo de 
estabelecimento da taxa de juros:
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• Financiamento das operações e do orçamento do governo.
• Manutenção de um nível adequado de déficit e de dívida pública.
• Controle da inflação.
• Oferecimento de retorno atrativo para os agentes econômicos em suas variadas aplicações.
• Criação de condições para o crescimento ou a estabilização da economia.
Assim, a taxa de juros mede, acima de tudo, o preço do dinheiro na economia (no nosso caso, 
o preço do Real). Nos mercados monetários, são negociados, primordialmente, os papéis emitidos 
pelo Tesouro Nacional, tendo em vista o seu volume e o objetivo de controle da execução do 
orçamento público.
São negociados nesses mercados também os Certificados de depósitos Interbancários (CDIs) e 
os títulos de emissão do setor privado da economia, tais como o Certificado de Depósito Bancário 
(CDB) e as debêntures. As negociações com esses títulos são controladas e custodiadas pelos 
sistemas Selic e Cetip.
O Selic controla as operações de compra e venda de títulos públicos, cabendo ao Cetip o controle 
das operações e custódias de títulos privados e de alguns títulos públicos em poder do setor privado 
da economia.
Participam do sistema Selic, principalmente, as instituições que compõem o SFN, como bancos, 
corretoras, distribuidoras, fundos de investimento, fundos de pensão, companhias de seguro etc.
Tanto o Selic quanto a Cetip publicam suas respectivas taxas de juro, formadas pela média das 
operações. Ela é conhecida por ser livre de risco na economia e é referência para a formação das demais 
taxas de juros do mercado.
As taxas CDI são resultantes da troca de posições financeiras entre os bancos.
5.5 Bancos comerciais e múltiplos
A realização da maior parte das operações do mercado monetário cabe a essas instituições, portanto 
elas são responsáveis pelas operações de curto e médio prazos, com moeda e títulos.
Os bancos múltiplos foram autorizados a operar a partir de 1988, sendo formados com base nas 
carteiras de banco comercial, banco de investimento, sociedade de crédito, financiamento e investimento 
e sociedade de crédito imobiliário.
Para existir, o banco múltiplos deve possuir pelo menos duas das carteiras, obrigatoriamente: 
comercial ou de investimento.
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Unidade III
O estatuto de um banco múltiplo permite que algumas dessas entidades, muitas vezes, empresas 
de um mesmo grupo, se constituam em uma única instituição financeira, com personalidade jurídica 
própria, um único balanço, um único caixa e consequente redução de custos.
Conforme o site do Banco Central do Brasil:
Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas 
que realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas 
instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, 
de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de 
arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. 
Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares 
aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras. 
A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco 
público. O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas 
carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, 
e ser organizado sob a forma de sociedade anônima. As instituições com 
carteira comercial podem captar depósitos à vista. Na sua denominação 
social deve constar a expressão “Banco” (Resolução CMN 2.099, de 1994) 
(BANCO CENTRAL DO BRASIL, [s.d.]b).
5.6 Depósitos à vista ou a prazo
Um banco costuma receber recursos de poupadores em moeda nacional (no nosso caso, o real) 
de forma a obter o funding para as operações de crédito, devendo devolver o principal e os juros, 
quando previstos na respectiva captação imediatamente, se se tratar de depósitos à vista ou no prazo 
contratado, quando se tratar, por exemplo, de CDB.
Normalmente, as taxas cobradas pelos empréstimos e financiamentos são superiores às de captação, 
o que é denominado spread.
 Observação
Spread (margem) bancário é a diferença entre o que os bancos pagam 
na captação de recursos e o que eles cobram ao conceder um empréstimo 
para uma pessoa física ou jurídica. No seu valor, que varia de banco para 
banco, estão embutidos também impostos como o Imposto sobre Operações 
Financeiras (IOF).
Sandroni (1999, p. 575) caracteriza o spread como:
Taxa adicional de risco cobrada sobretudo (mas não exclusivamente) no 
mercado financeiro internacional. É variável conforme a liquidez e as 
garantias do tomador do empréstimo e o prazo de resgate. A crise de 
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liquidez que se instalou no mercado financeiro internacional no final 
dos anos 70 e início dos 80, especialmente depois da segunda grande 
elevação dos preços do petróleo em 1979, generalizou o uso do spread, 
o que sobrecarregou a dívida externa de muitos países. O Brasil pagou 
spreads muito elevados no processo de rolagem de sua dívida externa 
durante os anos 80. A expressão aligator spread (spread de crocodilo) é 
utilizada no mercado de opções quando as comissões pelas operações 
de compra e venda de um operador são tão elevadas que, mesmo 
que o mercado corresponda às mudanças previstas (que induziram as 
aplicações), os ganhos serão anulados por esses custos, não havendo 
lucro algum.
Para os bancos, quanto maior o spread, maior é o lucro nas suas operações. O spread bancário 
brasileiro é muito criticado, pois é considerado um dos mais altos do mundo e é alvo frequente das 
preocupações das autoridades financeiras. O esquema a seguir retrata diferenças entre as taxas 
de captação (rendimentos de CBDs) e de aplicação (empréstimos) dos bancos nas operações de 
intermediação financeira.
Taxa de juros
Rendimento 
CDB
Taxa de juros 
empréstimo
Spread 
bancário
$
Figura 18 – Formação do spread bancário
5.7 Intermediação com títulos públicos
Também são fortemente negociados nos mercados monetários os títulos emitidos pelo setor 
público. São emitidos pelo governo para atender às suas necessidades em termos de suporte às políticas 
macroeconômicas ou à cobertura dos seus orçamentos fiscais, voltados ao suporte às despesas de 
manutenção da estrutura do governo e dos investimentos esperados para o crescimento econômico.
Dividem‑se em títulos das dívidas interna e externa, como detalhados nos tópicos a seguir.
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5.8 Principais títulos da dívida interna
Referimo‑nos, aqui, às negociações com títulos de emissão do governo e levados à operação nos 
mercados nacionais, visando:
• atender à execução orçamentária do período;
• servir de instrumento para o controle dos meios de pagamentos à disposição dos agentes econômicos.
Cabe, aqui, uma menção especial ao sistema Tesouro Direto, que pode ser utilizado na internet 
para a realização de operações com títulos da dívida pública interna. Essas transações têm crescido 
em importância, à medida que o público em geral acostuma‑se com essa sistemática de aplicação, 
conforme apregoa o seguinte texto a respeito do Tesouro Direto:
O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em 
parceria com a BM&F Bovespapara venda de títulos públicos federais para 
pessoas físicas, por meio da internet.
Concebido em 2002, esse Programa surgiu com o objetivo de 
democratizar o acesso aos títulos públicos, ao permitir aplicações com 
apenas R$ 30,00. Antes do Tesouro Direto, o investimento em títulos 
públicos por pessoas físicas era possível somente indiretamente, por 
meio de fundos de renda fixa que, por cobrarem elevadas taxas de 
administração, especialmente em aplicações de baixo valor, reduziam a 
atratividade desse tipo de investimento.
O Tesouro Direto contribuiu para a diversificação e complementação das 
alternativas de investimento disponíveis no mercado, ao oferecer títulos com 
diferentes tipos de rentabilidade (prefixada, ligada à variação da inflação 
ou à variação da taxa de juros básica da economia – Selic), de prazos de 
vencimento e de fluxos de remuneração. Com tantas opções, fica fácil achar 
um título indicado para a sua necessidade.
Além de acessível e de apresentar opções de investimento que se encaixam 
aos seus objetivos financeiros, o Tesouro Direto oferece boa rentabilidade e 
liquidez diária, mesmo sendo a aplicação de menor risco do mercado.
Representa, portanto, uma excelente oportunidade para você realizar seu 
planejamento financeiro sem complicação (TESOURO NACIONAL, [s.d.]a).
Entre os atrativos que têm levado à participação dos investidores nesse sistema, estão a garantia 
(afinal, tratam‑se de títulos governamentais), a facilidade de operação, a liquidez e as variadas 
possibilidades de aplicações por exemplo renda fixa, variável.
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MERCADO FUTURO I
 Saiba mais
O site do Tesouro Direto contempla um grande número de informações 
sobre essa modalidade, ampliado com vídeos instrucionais, inclusive 
treinamentos on‑line, em nível básico, intermediário e avançado, e a 
disponibilização de simuladores que visam auxiliar na definição das 
melhores alternativas de investimentos. Acesse:
TESOURO NACIONAL. Tesouro Direito. O tesouro direto possui vantangens 
como nenhum outro. Brasília, [s.d.]c Disponível em: <http://www.tesouro.
gov.br/tesouro‑direto‑vantagens>. Acesso em: 11 fev. 2019
Além das aplicações prefixadas, inclusive as que preveem os pagamentos, em que, desde o 
início, consegue‑se saber o rendimento, há as que têm seu valor corrigido por um indexador, como:
• Taxa básica de juros (Selic).
• Inflação (Índice de Preços ao Consumidor Amplo ‑ IPCA), que é o indicador oficial da inflação no país.
Assim, nesses casos, a rentabilidade da aplicação é composta por uma taxa predefinida no momento 
da compra do título mais a variação de um indexador.
Os títulos disponíveis nessa modalidade são:
• Tesouro Selic (LFT).
• Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN‑B).
• Tesouro IPCA+ (NTN‑B Principal).
Quadro 3 – Características dos títulos disponíveis no Tesouro Direto
Título Rendimento Remuneração do título
Prefixados
Tesouro Prefixado 20XX (LTN) Taxa Contratada Somente no vencimento
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 20XX (NTN‑F) Taxa Contratada Semestral e no vencimento
Pós‑fixados indexados à Inflação
Tesouro IPCA+ 20XX (NTN‑B Principal) IPCA + Taxa Contratada Somente no vencimento
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 20XX (NTN‑B) IPCA + Taxa Contratada Semestral e no vencimento
Pós‑fixados indexados à Taxa Selic
Tesouro Selic 20XX (LFT) Selic + Taxa Contratada Somente no vencimento
Adaptado de: Tesouro Nacional ([s.d.]b).
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Unidade III
As operações no Tesouro Nacional dependem da escolha do investidor operacionalizada através de 
uma corretora especializada e por ele designada para atuar em seu nome.
5.9 Principais títulos da dívida externa
Esses títulos originaram‑se de emissões soberanas, isto é, do governo de um país, em processos 
de negociações ou renegociações de dívidas com credores externos do setor privado e organismos 
financeiros internacionais (FMI e Banco Mundial). As negociações com esses papéis são praticamente 
instantâneas, envolvendo também centros mundiais.
No Brasil, existem os chamados Global Bonds, cujas negociações sofrem variações de preços 
e demanda/oferta, conforme a situação econômica e política do país, isto é, do risco do devedor. 
Os valores desses títulos são comparados com os títulos da dívida norte‑americana, considerados 
de risco zero.
 Saiba mais
Para obter mais detalhes sobre esses títulos, considerando basicamente 
valores, prazos e taxas para aplicação, consulte:
FORTUNA, E. Mercado financeiro: produtos e serviços. 21. ed. São Paulo: 
Qualytimark, 2011.
5.10 Rendimentos dos títulos públicos
Como vimos anteriormente, os títulos públicos, representativos da dívida interna e externa do País, 
podem apresentar rendimentos pré ou pós‑fixados, quando são atrelados a indexadores, como inflação, 
taxa Selic ou taxa de câmbio.
Observamos, também, que o Banco Central determina que as instituições financeiras equilibrem 
os seus débitos e créditos oriundos das transações com quaisquer tipos de títulos, durante o 
expediente diário.
Uma instituição que tenha sobras de caixa transfere (empresta) fundos a outra, em operações 
lastreadas por Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), que é emitido pelas próprias instituições 
financeiras e circula de forma restrita nesse mercado.
As taxas CDI não sofrem normalmente intervenções diretas do governo, revelando as expectativas 
dos mercados com relação ao custo do dinheiro no mercado. Se não for possível fechar a posição de 
caixa, o banco recorre ao Banco Central, obtendo um empréstimo de liquidez.
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De acordo com Assaf Neto (2011, p. 64), “a operação financeira [com o Banco Central] revela um caráter 
mais punitivo, principalmente quando os juros cobrados excederem as taxas cobradas pela instituição 
em suas operações de crédito”. Essa assistência de liquidez, como as operações de redescontos, são 
instrumentos adotados pelas instituições oficiais para o exercício da política monetária e consequente 
controle dos meios de pagamento da economia.
Sandroni (1999, p. 514) define redescontos, como:
Operação bancária em que uma instituição financeira desconta títulos 
(duplicatas, promissórias etc.) que já foram anteriormente descontados por 
outra instituição. É uma operação que permite, à primeira casa bancária, fazer 
caixa para novos negócios, sem ficar imobilizada à espera do vencimento 
dos títulos.
5.11 Negociações com precatórios
Salienta Assaf Neto (2011, p. 65): “Um precatório é um documento originado de uma ordem judicial 
que obriga o devedor [o governo], considerado culpado na ação impetrada, a pagar ao credor (impetrante 
da ação) o valor atribuído na causa”.
Há, no Brasil, um mercado secundário de precatórios, em que os devedores do Estado podem liquidar 
seus compromissos contra a entrega desses títulos. Essas operações são atraentes para o mercado 
secundário, considerando que quem adquire um precatório, usualmente, obtém um bom deságio na 
operação, reduzindo os valores de seu passivo/dívida.
Em contrapartida, há o incentivo ao titular de um precatório (que é credor do Estado) em receber 
mais rapidamente seus créditos do governo.
5.12 Mercado de crédito
Crédito é a troca de um bem disponível no momento pela promessa de um pagamento no futuro. O 
suprimento de crédito desempenha um papel de enorme importância no crescimento e desenvolvimento 
do País. E é nesse mercado, talvez mais do que em todos os outros, que fica saliente a grande função 
social dos segmentos financeiros da economia.
Durantemuito tempo, fruto inclusive da instabilidade geral, na qual temos dois grandes 
inimigos: a inflação e a dívida, os agentes econômicos do setor público, bem como do setor privado, 
têm sofrido grandes restrições para a obtenção de créditos, visando ao atendimento das suas 
necessidades de capital de giro e de realização de investimentos, por exemplo, em maquinários e 
outros itens de capital fixo/permanente.
O objetivo fundamental do mercado de crédito é, acima de tudo, o suprimento das necessidades 
de caixa de curto e médio prazos dos vários agentes econômicos, com empréstimos e financiamentos 
liberados às pessoas jurídicas e físicas.
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Sandroni (1999, p. 79) define capital de giro como “parte dos bens de uma empresa representados 
pelo estoque de produtos e pelo dinheiro disponível (imediatamente e no curto prazo). Também chamado 
de capital circulante”.
Sandroni (1999, p. 80) define também capital fixo como:
Em termos da contabilidade de uma empresa, é aquele representado por 
imóveis, máquinas e equipamentos. É também chamado de ativo fixo. 
De acordo com a concepção marxista, é a parte não circulante do capital 
constante, isto é, a parte do capital utilizada em máquinas, equipamentos, 
instalações etc.
A atuação desse mercado tem sido cada vez mais abrangente à medida que realiza, por exemplo, 
financiamentos individuais e, por exemplo, voltados ao consumo de bens e serviços.
Olhando para a estrutura dos mercados financeiros, são várias as instituições que compõem esse 
mercado, basicamente, dependendo fundamentalmente dos prazos em que realizam suas operações. 
E, nele, pode‑se encontrar, também, uma especialização na execução de suas atividades, dado que os 
bancos comerciais e as sociedades financeiras operam com prazos curtos ou médios.
De outra parte, os bancos de investimento operam com prazos mais longos ou indeterminados. São 
os responsáveis pelos créditos de médio e de longo prazos, para financiamentos de capital de giro e fixo 
dos agentes econômicos.
Operam com fianças, avais, administração de carteiras de títulos, etc., contando com recursos de 
CDBs (certificados de depósitos bancários) e de suas operações de empréstimos.
Realizam repasses de recursos oficiais de crédito, de recursos captados no exterior, operações de 
subscrição pública de ações e de debêntures e financiamentos de bens de produção a profissionais 
autônomos. Realizam, também, operações de securitização de recebíveis (transformação de créditos 
das empresas em títulos negociáveis no mercado). Devem orientar, prioritariamente, a aplicação 
dos seus recursos repassados no fortalecimento do capital social das empresas, via subscrição ou 
aquisição de títulos.
Os bancos de investimento realizam, também, operações de Corporate Finance: modernização e 
maior eficiência das empresas (fusões, cisões ou incorporações).
5.13 Créditos livres ou direcionados
É no mercado de crédito que se percebe, também, que parte significativa dos fundos oriundos de 
captação e recursos financeiros pelos bancos deve ser obrigatoriamente destinada a operações especiais, 
de interesse das políticas governamentais, entre os quais podem ser citados o setor agropecuário, de 
infraestrutura e habitacional, entre outros.
Normalmente, tais operações são feitas num regime de prazos e taxas diferenciadas de juros.
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MERCADO FUTURO I
5.14 Desconto de títulos
Sempre que se inicia a apresentação das entidades e, mais especificamente, dos produtos do mercado 
de crédito, há a referência ao papel dos bancos comerciais e uma de suas operações mais simples, que 
é o desconto de títulos.
O desconto de títulos caracteriza‑se por ser um adiantamento de recursos aos clientes, pelo banco, 
sobre valores referenciados em duplicatas de cobrança, notas promissórias ou cheques pré‑datados, 
visando antecipar os seus recebimentos e melhorar o seu fluxo de caixa.
O banco possui o direito de regresso, ou seja, se, no vencimento, o título não é pago pelo sacado 
(devedor da duplicata ou nota promissória), o cedente (isto é, o seu próprio cliente) assume a 
responsabilidade pela liquidação da operação (inclusive multa e/ou juros de mora pelo atraso).
Além dos bancos, tais operações podem ser realizadas através de factorings, cujas operações ocorrem 
entre uma pessoa (sacador) que vende um ativo – normalmente, uma duplicata – e uma casa compradora 
(factor), que fornecerá o dinheiro ao sacador, mediante um deságio sobre o valor de face desse ativo.
Sandroni (1999, p. 232) define factoring como:
Atividade pela qual uma instituição financeira especializada compra 
e administra as duplicatas de outras empresas, ou outros títulos a 
receber, inclusive cheques pré‑datados. Com esse sistema, cria‑se a 
possibilidade de uma redução no custo do dinheiro (ou do crédito) 
das empresas, uma vez que se elimina a intermediação dos bancos 
nos descontos de duplicatas. Ao mesmo tempo, as empresas passam 
a ter maior capital de giro, uma vez que as instituições que operam 
com factoring adiantam os valores das duplicatas […] antes de seus 
vencimentos, cobrando pelo adiantamento menos do que os bancos 
em termos de taxas de juros. O sistema de factoring é adotado 
sobretudo como um serviço a pequenas e médias empresas, ou, no 
comércio internacional, como um serviço aos exportadores. Este tipo 
de atividade está ganhando muito impulso no Brasil, já existindo até 
mesmo uma Associação Nacional de Factoring (Anfac).
5.15 Contas garantidas
Nesse caso, o banco abre uma conta de crédito em nome do cliente (usualmente pessoa jurídica) 
com um valor‑limite, que normalmente é movimentada diretamente pelos clientes com saques, para 
suprir insuficiências na conta‑corrente de livre movimentação.
Os valores são retornados a essa conta de crédito sempre que houver disponibilidade de recursos na 
conta de livre movimentação, mantida pelo próprio cliente no banco.
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Unidade III
Os bancos exercem forte controle dos saldos devedores dessas operações, administrando o 
risco de inadimplência.
As contas correntes, de livre movimentação pelos clientes, são captações consideradas a custo zero 
pelos bancos à medida que não são sujeitas ao pagamento de juros aos depositantes.
Como vimos anteriormente, os bancos devem exercer um controle efetivo mantendo, sempre, um 
numerário, sob a forma de reservas, capaz de atender às retiradas de valores dos clientes quando assim 
o desejarem, evitando problemas de liquidez.
Essas reservas podem ser compulsórias, isto é, determinadas pelo Banco Central, com base, por 
exemplo, nos ditames de uma política macroeconômica, para o controle dos meios de pagamentos 
disponíveis na economia, incidentes sobre os valores depositados.
Além das reservas compulsórias há, também, as voluntárias, que se acrescem às primeiras de forma 
a oferecer maior garantia às possibilidades de atendimento aos saques dos correntistas.
5.16 Créditos rotativos
São linhas de crédito abertas com determinado limite utilizado pela empresa (usualmente pessoa 
jurídica) conforme suas necessidades, ou mediante apresentação ou substituição de garantias em 
duplicatas emitidas contra seus clientes, sendo os encargos (juros e tributos) cobrados conforme a 
utilização dos recursos, tal como nas contas garantidas, mencionadas anteriormente.
A disponibilidade de crédito diminui à medida que os recursos vão sendo utilizados pelo cliente, 
tomador do crédito, e aumenta a partir da liquidação do principal anteriormente utilizado. Quando os 
favorecidos são pessoasfísicas, tal tipo de operação expressa‑se sob a forma de cheque especial.
Em meados de julho de 2018, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e alguns bancos comerciais 
alertavam para as mudanças introduzidas no Cheque Especial, visando o seu uso mais consciente e 
responsável pelos correntistas.
• Avisos do banco sempre que o cliente começar a usar os limites de crédito do sistema.
• Caso haja uma dívida no cheque especial e ela superar 15% do limite do correntista, durante 30 
dias, o banco irá oferecer um outro produto de crédito com juros menores e pagamento parcelado, 
para a quitação da dívida.
• No extrato da conta do cliente, o valor do saldo será apartado do limite do cheque especial.
As garantias usualmente oferecidas em empréstimos e financiamentos, de forma geral, podem ser 
expressas em:
• reais: como hipoteca, penhor, alienação fiduciária, caução de títulos, caução de direitos creditórios 
sobre bens/ativos;
• fidejussórias (de confiança); aval e fiança.
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MERCADO FUTURO I
5.17 Linhas de crédito com garantias de recebíveis
As principais vantagens dessas operações para os clientes residem no maior prazo para pagamento, 
menores custos e maior volume de crédito.
Fortuna (2011) comenta, ainda, a vantagem de desoneração do balanço das empresas que recorrem 
a esse tipo de crédito, dado que, ao repassar os seus recebíveis para o banco, como garantia, fica 
desobrigada de contabilizá‑los, reduzindo, assim, o seu nível de endividamento.
Os bancos podem manter consigo o fluxo de recebíveis da empresa‑cliente, podendo executar a 
dívida em caso de inadimplência no pagamento.
Os recebíveis podem também ser utilizados para constituir um Fundo de Investimentos em Direitos 
Creditórios (FIC), cujas cotas são vendidas a investidores qualificados (fundos de investimento, de 
previdência complementar, seguradoras etc.).
Se o banco conhecer adequadamente a qualidade desses recebíveis visando a concessão de créditos 
mais seguros, haverá tendência à redução de custos nessas operações.
5.18 Financiamento de tributos e tarifas públicas
Nessa modalidade de operação, é feito um adiantamento de recursos financeiros às empresas para 
que possam efetuar os pagamentos dos valores que deverão ser recolhidos para pagamento/liquiação 
de seus tributos e outros compromissos fiscais.
Podemos encontrar na melhor administração do fluxo de caixa a vantagem fundamental da obtenção 
dessa modalidade de crédito.
5.19 Empréstimos para capital de giro
São operações tradicionais de empréstimos vinculadas a um contrato específico que estabeleça 
prazo, taxas, valores e garantias necessárias que cubram as necessidades de capital de giro (circulante) 
das empresas.
A amortização do financiamento é estabelecida atendendo aos interesses e às necessidades das 
partes contratuais.
5.20 Hot money
Trata‑se de uma operação de curtíssimo prazo, por um ou alguns dias, cujos custos são vinculados 
à variação do CDI, acrescidos de impostos cobrados na transação financeira, como o Imposto sobre 
Operações Financeiras (IOF).
O IOF, como indica seu nome, é aplicado sobre as operações realizadas nos mercados financeiros, 
destacando‑se sua importância, inclusive para a definição de tomada de dívida pelos agentes econômicos.
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Unidade III
5.21 Vendor
É uma modalidade de financiamento de vendas para a empresa, nas quais quem contrata o crédito 
é o vendedor do bem/produto, mas quem o paga é o comprador.
As empresas vendedoras deixam de financiar diretamente os seus clientes, preservando seus recursos 
próprios e dispensam os financiamentos de capital de giro junto aos bancos.
5.22 Compror
É utilizado para as situações em que pequenas indústrias vendem para grandes lojas comerciais. Esse 
instrumento dilata o prazo de pagamento da compra sem envolver o vendedor (fornecedor do bem/produto).
5.23 Export notes
A export note é uma cessão de crédito feita por uma empresa exportadora em função do embarque 
do produto para o exterior, que será realizado futuramente.
A empresa emite uma nota de exportação com base nessa receita futura, a qual é comprada por um 
investidor. De fato, a empresa obtém um crédito em reais, mas paga ao investidor o principal corrigido 
pela variação do câmbio.
Fortuna (2011, p. 199) cita, adicionalmente:
O aluguel de export notes é um recurso de crédito utilizado por empresas 
não exportadoras como alternativa para a obtenção de crédito de curto 
prazo e moeda nacional, indexada à variação cambial […]
O interesse por esta operação é proporcional à diferença entre o custo do 
crédito em reais, avaliado pela taxa do CDEI, e a correção cambial.
5.24 Operações de intermediação financeira
Nesse caso, há a participação indireta da instituição financeira, visando conciliar os interesses de 
agentes deficitários (tomadores de empréstimos) e superavitários (poupadores) na economia.
Não há como não existir, no exemplo anterior, o envolvimento da instituição financeira com a cessão 
dos recursos financeiros. As instituições financeiras contam com um expressivo leque de produtos/
alternativas (operações ativas) para intermediar empréstimos e financiamentos dos agentes econômicos 
superavitários para os deficitários.
5.25 Intermediação das sociedades de crédito, financiamento e investimento 
(financeiras)
As operações mais tradicionalmente associadas com essas instituições são o crédito pessoal (também 
concedido por bancos comerciais) e o Crédito Direto ao Consumidor (CDC).
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MERCADO FUTURO I
Essas sociedades administram carteiras de títulos e podem, também, repassar recursos 
governamentais. Suas operações são possíveis com base na colocação de letras de câmbio, emitidas 
pelos mutuários dos financiamentos.
São também chamadas de financeiras e podem ser classificadas como:
• Independentes.
• Ligadas a conglomerados financeiros.
• Ligadas a grandes estabelecimentos comerciais e de rede.
• Ligadas a grandes grupos industriais.
5.26 Crédito pessoal
O crédito pessoal é uma forma rápida e fácil de obtenção dos recursos financeiros pelos 
agentes deficitários. Nele, não é preciso que o cliente explicite como pretende utilizar o dinheiro 
do empréstimo, diferentemente do que ocorre com outras operações, notadamente nas de 
financiamentos em que o valor obtido é vinculado, por exemplo, à compra de determinado bem ou 
serviço, como o CDC.
O valor do empréstimo é pago em parcelas periódicas que reembolsam o principal e os juros.
5.27 Crédito direto ao consumidor (CDC, CDCI e Crédito Diretíssimo)
Financia a aquisição de bens ou serviços pelos clientes da instituição financeira, sendo mais comum 
de veículos e eletrodomésticos. O próprio bem transforma‑se em garantia da operação, ficando vinculado 
à financeira pela alienação fiduciária, até que ocorra a liquidação do débito.
O funding (isto é, a obtenção de recursos financeiros) dessas operações é representado pelas letras 
de câmbio colocadas no mercado pela financeira e resgatáveis em seus respectivos vencimentos.
Outra alternativa de funding, que vem se tornando mais comum, nesse caso, é fornecido pela própria 
tesouraria da instituição, com base nos resultados de suas captações via CDB ou CDI.
Há uma modalidade enquadrada no CDC que é o financiamento com interveniência (conhecido como 
CDCI – Crédito Direto ao Consumidor com Interveniência), que identifica os empréstimos concedidos às 
empresas clientes especiais (lojas de departamentos, por exemplo) dos bancos ou financeiras, para que 
possam repassaraos seus próprios clientes, são relativos às aquisições de bens ou serviços.
Tais operações oferecem menor risco à instituição que concede o empréstimo, dado o relacionamento 
e o conhecimento que possui do interveniente.
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Unidade III
Pode‑se mencionar, também, o Crédito Diretíssimo, que é aquele em que o banco (ou a financeira) 
assume a própria carteira dos lojistas e, aí, permanece com os riscos de créditos. O fato limitador 
da concessão desse tipo de financiamento pela instituição financeira é representado pelo grau de 
inadimplência no mercado.
O Serasa disponibiliza hoje em dia o cadastro positivo, que é um banco de dados do comportamento 
financeiro, formado por informações, comportamento e histórico de pagamentos feitos em dia de 
consumidores e empresas para fins de concessão de crédito.
 Observação
O cadastro positivo é uma iniciativa voltada à redução dos graus de 
inadimplência entre os agentes econômicos e, por consequência, faz parte 
do conjunto de esforços para a redução das taxas de juros cobradas no País.
5.28 Operações de penhor
Empréstimo realizado exclusivamente pela CEF, contra o penhor em joias de ouro, prata, platina e 
diamante, ou outro objeto de valor do devedor. O montante do empréstimo é diretamente relacionado 
com o objeto penhorado.
Se não houver o pagamento no vencimento do empréstimo, o objeto passa a pertencer à CEF, sendo 
leiloado para o ressarcimento do crédito concedido. Entretanto, a titularidade dos contratos de penhor 
pode ser transferida, por endosso, a terceiros devidamente identificados.
5.29 Microcrédito
Criado com o objetivo de aumentar a disponibilidade de crédito aos agentes econômicos deficitários 
de pequeno porte. Há várias exigências, por força da legislação, que devem ser cumpridas pelos bancos 
visando a concessão desses créditos.
Organizações sociais, como as Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) e as 
Sociedade de Crédito ao Microempreendedor (SCMs), além dos bancos, podem atuar na execução 
desses financiamentos.
5.30 Empréstimos em consignação
Esses empréstimos têm suas parcelas liquidadas com base em débitos nas folhas de pagamentos dos 
beneficiários e, por isso, são oferecidos a taxas menores que as das operações tradicionais, dado o menor 
risco de inadimplência.
O assalariado só pode comprometer um determinado percentual sobre o total de seu salário líquido (isto 
é, já descontado das contribuições ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e imposto de renda na fonte).
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MERCADO FUTURO I
Os prazos para ressarcimentos e a taxa de juros a ser cobrada na operação são estabelecidos a 
partir de negociações entre os representantes dos funcionários (empresas, sindicatos, centrais) e o 
sistema bancário.
Verbas indenizatórias do contrato de trabalho entre o empregado e o empregador também podem 
ser usadas, obedecidos os limites da legislação, como garantia do abatimento da dívida. E os bancos 
devem definir seguros para a cobertura de situações especiais, como afastamento por acidente ou 
doença ou desligamento do funcionário.
Fortuna (2011, p. 205) aponta, ao tratar do risco de inadimplência desse tipo de operação:
Um dos principais componentes do risco embutido na concessão de 
empréstimos com desconto em folha de pagamento […] é a taxa de 
rotatividade da mão de obra de cada setor econômico. O turnover terá 
influência direta na rentabilidade da operação, pois se a taxa de determinado 
setor for superior à média, a margem da instituição precisa aumentar para 
compensar o risco de inadimplência.
5.31 Cessão de créditos
Tratam‑se de operações realizadas entre iguais tipos de instituições financeiras, que trocam, entre si, 
responsabilidade por determinada operação, em função de terem atingido limites de contingenciamento 
de créditos, conforme determinações do Banco Central (ou mesmo devido aos Acordos de Basileia, que 
serão posteriormente abordados).
Fortuna (2011, p. 206) comenta:
Quanto maior o mercado secundário de cessão de crédito, maior o ajuste aos 
limites do Acordo de Basileia e maior o giro das carteiras de crédito e, em tese, 
menores as taxas de juros, num círculo virtuoso para o segmento crédito.
É possível a instituição financeira ceder uma parcela de sua carteira de crédito, repassando ao 
comprador uma parte ou praticamente todo o spread cobrado do cliente. Se ela vende os créditos com 
coobrigação, caso haja inadimplência do financiado, há apenas o repasse de parte do spread cobrado 
sobre a operação.
Os empréstimos consignados realizados por bancos de porte médio representam uma parcela 
significativa do mercado de cessão de crédito destes para os grandes bancos.
Entre as instituições que costumam ceder carteiras de créditos, pela maior dificuldade de funding 
para as operações, estão:
• Empresas de cartão de crédito.
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Unidade III
• Financeiras independentes.
• Lojas de departamentos.
5.32 Leasing (arrendamento mercantil)
Operação firmada por um contrato entre pessoas jurídicas e/ou físicas em que o proprietário 
do bem (arrendador) concede a quem o utiliza (arrendatário) o direito de sua utilização por 
determinado prazo.
Entre as vantagens reconhecidas nessa operação, podemos indicar:
• Financiamento total do bem.
• Liberação de capital de giro.
• Possibilidade de atualização do equipamento durante a vigência do contrato.
• Prazo da operação compatível com a amortização econômica do bem.
• Flexibilidade nos prazos de vencimentos.
• Aceleração da depreciação, propiciando eficiência fiscal.
• Melhoria dos índices financeiros.
Há diferentes modalidades de leasing. O leasing financeiro é uma espécie de locação particular, 
de médio a longo prazo, de bens móveis ou imóveis, em que intervém uma empresa de leasing 
(arrendador), a empresa produtora do bem objeto do contrato (fornecedor) e a empresa que necessita 
utilizá‑lo (arrendatária).
Equivale a um financiamento de médio a longo prazo que, ao final da vigência deste, dá ao 
arrendatário o direito de escolher entre renovar o contrato pelo valor estabelecido ou adquirir o bem 
pelo valor estabelecido. Nesse caso, o arrendatário, conforme contrato, pode exercer a opção de compra 
por um valor residual garantido ou o em vigor no mercado. O arrendatário também pode devolver o 
bem ao arrendador.
O leasing operacional é praticado diretamente, por contrato entre o produtor de bens (arrendador) 
e seus usuários (arrendatários), podendo o arrendador responder pela manutenção do bem ou pela sua 
assistência técnica para seu adequado funcionamento. Diferentemente do financeiro, o arrendatário 
poderá rescindir o contrato a qualquer tempo.
Fortuna (2011, p. 295) esclarece que:
Na prática, as operações de leasing operacional funcionam quase como um 
aluguel. Se o arrendatário quiser adquirir o bem ao final do contrato, terá de 
negociar com a empresa de leasing, e a aquisição não deve ultrapassar 90% 
do bem arrendado.
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MERCADO FUTURO I
O lease back é uma variante do leasing financeiro, em que uma pessoa jurídica vende bens do seu 
ativo imobilizado a uma empresa de leasing e, simultaneamente, os arrenda de volta com a opção de 
compra, que pode ser exercida após o término do prazo contratual.
Podemos mencionar também o leasing imobiliário, realizado com pessoa jurídica, visto que 
o imóvel deve, obrigatoriamente, destinar‑se à atividade econômica daempresa. Ele pode ser 
utilizado em compra de imóvel num processo equivalente ao do financeiro ou em casos de 
construção de edifícios.
Finalmente, menciona‑se o lease back imobiliário, que propicia a aquisição de imóveis usados com 
variação cambial.
5.33 Aval e fiança bancária
São obrigações assumidas pelo banco para garantir o pagamento de um título de crédito de um 
cliente preferencial.
A fiança é uma obrigação escrita em que o banco garante o cumprimento da obrigação de seu cliente 
junto a um credor em favor do qual a obrigação deve ser cumprida. Há regras prudenciais, principalmente 
estabelecidas pelo Banco Central, que restringem esse tipo de operação pelas instituições financeiras.
6 OUTROS SEGMENTOS DO SUBSISTEMA OPERATIVO DO SISTEMA FINANCEIRO 
NACIONAL (SFN)
6.1 Mercados de capitais
Além dos mercados monetários e de crédito, anteriormente mencionados, os agentes econômicos 
podem recorrer a alternativas de aplicação nos mercados de capitais.
Muitas vezes, os agentes econômicos necessitam recorrer a fontes externas para aumentar sua 
capacidade de capital visando atender aos seus compromissos e investimentos.
Assim, se procurarmos estabelecer um panorama das fontes de obtenção de capitais pelas empresas, 
devemos ter em mente as seguintes alternativas de financiamentos de que dispõe:
• Fontes externas: obter recursos que irão compor o seu passivo circulante ou o exigível a longo prazo.
• Fontes próprias: capital selecionado a partir de aportes dos sócios atuais ou novos (em aberturas, 
com ações preferenciais e ordinárias).
• Lucros retidos.
Recorremos a Pinheiro (2007, p. 125):
Quando uma empresa precisa fortalecer sua base de capital próprio, nem 
sempre os atuais acionistas são capazes de subscrever as ações de uma nova 
emissão. Nesse caso, é preciso que mais gente se associe à empresa. Diante 
dessa necessidade, surge o prestador de serviço financeiro que converterá 
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os poupadores em investidores por meio da operação de Underwriting no 
mercado primário de ações. Dessa forma, o mercado primário cumpre seu 
papel de obter novos sócios e canalizar seus recursos para execução de 
projetos de investimentos.
Uma das vantagens para a obtenção de capital nesse mercado se deve à possibilidade de a empresa 
utilizar suas próprias ações ou debêntures (de sua emissão), não incorrendo no desembolso de dinheiro 
de seu caixa.
Outras vantagens podem ser enumeradas com a colocação de suas próprias ações, visando a 
negociação com terceiros, como:
• Não determinam a ocorrência de um posterior encargo fixo e periódico.
• Representam uma garantia contra perdas para os credores da empresa.
• Propiciam ao investidor uma melhor barreira contra a inflação, dado que a propriedade da empresa 
é valorizada ao longo do tempo.
Mas podemos, também, lembrar de desvantagens, expressas em:
• A venda de novas ações ordinárias estende o direito de voto ou controle aos novos compradores;
• Essas vendas dão aos novos proprietários os direitos de participação nos lucros.
É, pois, de grande valia que a empresa faça um adequado balanço de suas necessidades de 
capital, contrabalançando as possibilidades e conveniências de obtenção de capital próprio e/ou 
de terceiros.
Qualquer que seja a modalidade escolhida, a empresa objetiva constituir funding (obter capitais) para:
• realização de investimentos (instalações, definição de produtos etc.);
• reestruturação financeira, para a composição/enquadramento de ativos e de passivos;
• reestruturação jurídica/societária;
• profissionalização da gestão;
• melhoria da imagem institucional etc.
É fácil associar esse direcionamento da poupança, como um todo, isto é, voltado ao atendimento 
às empresas como diretamente relacionado com o crescimento e desenvolvimento econômicos do País.
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É reconhecido que países desenvolvidos possuem mercados de capitais fortes e vice‑versa.
A poupança global de uma nação é, de forma global, obtida por:
• Captação das entidades do setor privado da economia.
• Superávits governamentais, em termos de receitas (arrecadações) e gastos.
• Obtenção de recursos/capitais externos.
É Pinheiro (2007, p. 126‑127) quem indica:
Se analisarmos os mercados de dinheiro, entendidos aqui como aqueles 
que realizam operações que envolvem crédito, esses, apesar de canalizarem 
os recursos dos ofertadores para oportunidades de negócios, como 
ativos financeiros, possibilitam o crescimento da economia, mas não 
seu desenvolvimento. Isso porque a forma como canalizam os recursos 
por meio de aplicação financeira para os superavitários e crédito para as 
empresas representa um aumento em endividamento e, consequentemente, 
comprometimento de resultados futuros com credores financeiros. Já a 
canalização de recursos por meio do mercado de capitais dá‑se pela busca 
de novos sócios para os empreendimentos que a empresa necessita fazer.
Portanto o mercado de capitais exerce uma importante função para que se obtenha o desenvolvimento 
econômico de um país, considerando que:
• aumenta as alternativas de financiamentos para as empresas;
• reduz o custo global de financiamentos;
• diversifica e distribui o risco entre os aplicadores;
• democratiza o acesso ao capital.
Para se ter uma ideia do desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil, recorremos às 
seguintes informações:
Antes da década de [19]60, os brasileiros investiam principalmente em 
ativos reais, fugindo de investimentos em títulos públicos ou privados. 
A um ambiente econômico de inflação crescente – principalmente a partir 
do final da década de 1950 – se somava uma legislação que limitava em 
12 % ao ano a taxa máxima de juros, a chamada Lei da Usura, também 
limitando o desenvolvimento de um mercado de capitais ativo.
Essa situação começa a se modificar quando o Governo que assumiu o 
poder em abril de 1964 iniciou um programa de grandes reformas na 
economia nacional [...].
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Unidade III
Entre aquelas que tiveram maior importância para o mercado de capitais 
podemos citar a Lei nº 4.537/64, que instituiu a correção monetária, através 
da criação das ORTN [Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional; além 
de outras medidas e leis, dentro da chamada Reforma Bancária alterou as 
formas de intermediação entre os agentes econômicos].
[...]
Ao longo do tempo, vários outros incentivos foram adotados visando 
incentivar o crescimento do mercado, tais como: a isenção fiscal dos 
ganhos obtidos em bolsa de valores, a possibilidade de abatimento no 
imposto de renda.
[...]
A partir de meados da década de 1990, com a aceleração do movimento 
de abertura da economia brasileira, aumenta o volume de investidores 
estrangeiros atuando no mercado de capitais brasileiro [...].
Algumas iniciativas institucionais e governamentais foram implementadas 
nos últimos anos com o objetivo de assegurar melhorias das práticas de 
governança corporativa das empresas brasileiras, das quais destacamos: a 
aprovação da Lei nº 10.303/01 e a criação do Novo Mercado e dos Níveis 1 
e 2 de governança corporativa pela Bolsa de Valores [...] (HISTÓRIA..., [s.d.]).
Um outro aspecto a considerar é a ainda grande concentração de empresas atuando no 
mercado de capitais.
Novamente, recorremos a Pinheiro (2007, p. 130) quando comenta que: “todos os países desenvolvidos 
ou em acelerado processo de desenvolvimento ostentam elevadas taxas de poupança e sofisticados 
mercados de capitais”.
6.2 Estrutura do mercado decapitais
Esse mercado é formado por um conjunto de instituições e instrumentos que permitem as 
operações com títulos e valores mobiliários, objetivando a transferência de recursos entre os 
agentes econômicos.
Entre os títulos negociados no mercado de capitais brasileiro, podemos elencar:
• debêntures (inclusive as convertíveis em ações);
• notas promissórias comerciais (comercial papers);
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• bônus de subscrição;
• certificados de depósitos de valores mobiliários;
• índices representativos de carteira de ações;
• opções de compra e venda de valores mobiliários;
• direitos de subscrição;
• quotas de fundos imobiliários;
• certificados de investimento audiovisual;
• contratos de parceria para a engorda de animais;
• certificados representativos de contratos mercantis de compra e venda a termo de energia elétrica;
• depositary receipts (recibos de depósitos), utilizados na colocação de ações de companhias 
brasileiras no exterior;
• certificado de recebíveis imobiliários (CRI).
Outra importante contribuição para o entendimento dos benefícios oferecidos pelo mercado de 
capitais é encontrada em Pinheiro (2007, p. 131): “o surgimento do mercado de capitais ocorreu quando 
o mercado de crédito deixou de atender às necessidades da atividade produtiva, no sentido de garantir 
um fluxo de recursos nas condições adequadas em termos de prazos, custos e exigibilidades”.
Entre as entidades que fazem parte do sistema de distribuição e prestação de serviços materializado 
no mercado de capitais do Brasil, mencionamos:
• corretoras;
• distribuidoras;
• bancos de investimento;
• bancos de desenvolvimento;
• empresas de liquidação e custódia de valores.
 Observação
No País, todos os negócios realizados em bolsas de valores devem ser 
praticados, em nome do cliente final, por entidades corretoras.
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Unidade III
As negociações no mercado de balcão são menos reguladas, ocorrendo diretamente entre a empresa 
e o investidor. Outras negociações em bolsas são supervisionadas pelo CMN, BCB e CVM.
Lembra Pinheiro (2007, p. 131):
Além dos controles realizados pela CVM, existem também os executados 
pelas próprias bolsas de valores que garantem e protegem os clientes que 
acompanham o mercado. Um exemplo é o sistema do Circuit Breaker, que 
interrompe o pregão sempre que ocorrem oscilações bruscas nos preços das 
ações… permitindo o amortecimento e o rebalanceamento das ordens de 
compra e venda.
O quadro a seguir exemplifica inciativas do setor público e do privado (B3) visando o desenvolvimento 
do mercado de capitais brasileiro:
Quadro 4 – Iniciativas para o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro
Iniciativas do setor público Iniciativas do setor privado
Reforma da Lei das sociedades por ações. Novo sistema operacional Megabolsa (1997)
Aprimoramento dos padrões contábeis das empresas abertas e exigência 
de transparência para empresas fechadas a partir de certo tamanho. Criação da CBLC (Clearing independente) – 1997
Regulamentação da previdência privada complementar para os setores 
público e privado, incentivando hábitos de poupança a longo prazo. Introdução do sistema Home Broker (1999)
Revisão da lei de Falências, visando favorecer a realocação eficiente do 
custo do crédito. Início das operações After Market (1999)
Novo Mercado (2011)
Adaptado de: Pinheiro (2007, p. 133).
É possível classificar os investidores no mercado de capitais em:
• particulares ou individuais: pessoas físicas;
• empresas ou pessoas jurídicas;
• institucionais: pessoas jurídicas que são responsáveis por grandes movimentações de capital.
Os investidores institucionais são pessoas jurídicas que dispõem de vultosos recursos mantidos de forma 
estável, para a cobertura de reservas de risco ou manutenção de renda patrimonial, deles fazendo parte:
• Seguradoras: são obrigadas pela Susep a destinar investimento para a cobertura de sinistros.
• Entidades de previdência privada: os agentes institucionais são formados por segmentos 
corporativos (públicos e privados), obrigados a investir em determinados tipos de papel a provisão 
matemática destinada a pagamentos futuros de planos de aposentadoria e pecúlio.
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MERCADO FUTURO I
• Sociedades de capitalização: obrigadas por lei a destinar um percentual da provisão matemática 
constituída para pagamento do montante a ser restituído ao investidor em aplicações financeiras 
de renda fixa ou variável, em títulos públicos ou privados.
• Clubes de investimento em ações: associações voluntárias de investidores que se consorciam 
com a finalidade de operar no mercado de capitais, contando com assistência de instituições 
especializadas (bancos de investimento, corretoras etc.).
Quadro 5 – Diferenças entre as aplicações com fundos e clubes de investimento
Diferenças
Fundo Clube
Aceita aplicadores de pessoas jurídica e física São exclusivos para pessoa física
Não há limite máximo de cotistas Mínimo 3 cotistas e máximo 150 cotistas 
Há obrigatoriedade de patrimônio mínimo Não há obrigatoriedade de patrimônio mínimo
Há limite mínimo de aplicação Não há limite mínimo de aplicação
Obrigatoriedade de publicação de balanços Não há obrigatoriedade de publicação de balanços
Não pode ser administrado pelos próprios sócios, e sim por 
empresas habilitadas
Pode ser administrado pelos próprios sócios ou 
por corretoras
Fundos externos de investimento: carteiras de títulos (notadamente ações), formadas por corretoras 
e bancos de investimento, no Brasil, com recursos originados das poupanças de investidores externos.
• Fundos mútuos de investimento: entidades financeiras que emitem títulos de investimento 
próprios, (que serão detalhadas posteriormente), concentrando capitais e vários investidores, que 
aplicam os recursos em carteiras diversificadas de títulos e valores mobiliários.
6.3 Fundos de investimento
Tais entidades devem, fundamentalmente, aplicar recursos dos seus associados em ativos do mercado 
de capitais.
Há um grande número de alternativas de aplicações em fundos de investimentos, com variadas 
opções de riscos, montantes de aplicação, prazos e volume de negócios.
Os fundos podem aplicar os recursos captados através de aplicações com:
• títulos de renda fixa públicos e privados;
• títulos de renda variável;
• commodities;
• índices de mercado etc.
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Diz Pinheiro (2007, p. 136):
Em virtude do risco que o aplicador assume no ato de seu ingresso no Fundo, 
é obrigação do administrador prestar‑lhe todas as informações necessárias, 
entregando‑lhe cópia do Regulamento do Fundo, para sua opção de aplicar 
ou não naquele fundo.
A escolha sobre em qual fundo aplicar envolve a análise de aspectos como:
• estratégia e objetivo do fundo;
• composição da carteira do fundo;
• custos;
• rentabilidade × risco;
• rotatividade dos gestores do fundo;
• liquidez;
• volatilidade (risco em relação à taxa);
• regulamento do fundo.
Entre as modalidades de fundos, podemos indicar os que não permitem alavancagem, como:
• referenciados;
• não referenciados.
Há fundos que permitem alavancagem. Sandroni (1999, p. 19‑20) caracteriza alavancagem como:
Termo usado no mercado financeiro para designar a obtenção de recursos 
para realizar determinadas operações. Num sentido mais preciso, significa 
a relação entre endividamentode longo prazo e o capital empregado por 
uma empresa. Assim, o quociente Endividamento de Longo Prazo/Capital 
Total Empregado reflete o grau de alavancagem aplicado. Quanto maior for 
o quociente, maior será o grau de alavancagem.
Entre as classes, os fundos dividem‑se em:
• referenciados (DI, câmbio e outros);
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• de renda fixa (entre os quais multi‑índices e alavancados);
• de multimercados sem alavancagem;
• de multimercados com alavancagem;
• de ações (com e sem alavancagem, setoriais etc.).
• de capital protegido;
• de investimento no exterior.
6.4 Ações e bolsas de valores
Para atuar nesse mercado, as empresas precisam cumprir uma série de exigências que tornam mais 
transparentes a sua situação financeira e a forma como se relacionam com os seus acionistas.
As ações são partes constituintes do capital social de uma empresa.
Fundamentalmente, as bolsas de valores visam propiciar liquidez aos títulos negociados, com a 
definição de um preço justo, formado pela interação da oferta e da demanda do mercado.
Atuam com vários tipos de mercados:
• À vista: quando as operações são realizadas com liquidação financeira imediata.
• A termo/futuros: em que as partes fixam um preço para a entrega e a liquidação das ações.
• De opções: no qual as partes negociam o direito de comprar/vender a ação a um preço e prazo futuro.
• Balcão: em que são efetivadas, por meio eletrônico, as operações com títulos e papéis que não 
possuem registros em Bolsa de Valores.
As ações e outros papéis (debêntures, por exemplo) transacionadas no mercado de balcão têm menor 
liquidez do que as negociadas em bolsas e, portanto, estão mais sujeitas a oscilações de preços.
Em geral, as ações das companhias mais tradicionais são negociadas em bolsas, e as de companhias 
novas, no mercado de balcão.
Os títulos da dívida ou de crédito são documentos em que uma pessoa, firma comercial ou instituição, 
se compromete a pagar a outra (nomeada ou simplesmente o portador) certo valor ou mercadoria. São 
títulos de crédito, as letras de câmbio, notas promissórias, conhecimentos de transporte, conhecimentos 
de depósito, cheques, duplicatas, apólices, títulos de dívida pública, debêntures etc.
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Unidade III
Pública
Os títulos de propriedade, como as ações, permitem que o investidor se torne sócio ou proprietário 
da empresa emissora.
As ações ditas ordinárias dão direito à participação no lucro e/ou voto nas assembleias deliberativas 
da empresa.
A efetividade nos votos depende da proporção de ações que o acionista possui, comparativamente 
ao capital total da empresa.
Os direitos à participação nos lucros são ressaltados/priorizados nas ações ditas preferenciais, seja 
na distribuição de resultados periódicos quanto em casos de reembolso de capital, por exemplo, em 
liquidações da empresa.
A participação nos lucros é paga sob a forma de dividendos, que dependem dos resultados de 
cada companhia e de sua política de distribuição de lucros, o que identifica a ação como um título 
de renda variável.
As empresas que emitem ações e as têm negociadas no mercado (notadamente em bolsas, 
no secundário) devem informar todas as decisões tomadas por assembleias gerais, ordinárias ou 
extraordinárias, e qualquer fato relevante que possa alterar os seus preços e as expectativas para o 
futuro, dada a gestão dos negócios.
Outros aspectos a ressaltar são:
• Direito de preferência na subscrição de novas ações emitidas pelas empresas.
• Direito de retirada (recesso) dos acionistas minoritários de, se discordarem de deliberações da Assembleia 
Geral, nas hipóteses previstas em lei, retirar‑se da empresa, recebendo o valor de suas ações.
• Direito de transmissão, em caso de liquidação da sociedade, conforme o percentual que 
possui do capital da empresa, as ações poderão ser transmitidas sempre que se encontre 
um comprador para elas.
As ações são distinguidas por:
• empresa que as emite;
• espécie (consoante os direitos e vantagens oferecidos aos acionistas);
• forma de circulação (nominativas, ao portador e escriturais);
• classe (ordinária ou preferencial).
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MERCADO FUTURO I
Um importante direito é o de tag along, quando ficar caraterizada a alienação de controle da 
empresa, situação em que o novo controlador tem a obrigação de realizar oferta pública para comprar 
as ações que pertençam a acionistas minoritários, conforme a legislação em vigor.
Destaca Pinheiro (2007, p. 140) que:
Os elementos que tornam obrigatória a realização da oferta pública para 
aquisição das ações pertencentes aos acionistas minoritários são:
• que os integrantes do bloco de controle cedam suas ações para terceiro 
e este assuma posição dominante na empresa, isto é, que o resultado 
da operação leve à presença de um novo acionista controlador ou 
grupo de controle; e
• que a transparência do controle apresente caráter menos oneroso, ou 
seja, que os antigos controladores recebam algum pagamento pela 
cessão das ações que compõem o bloco de controle.
As ações podem ser divididas em classes, (A, B, C etc.) dados os objetivos específicos que se propõem 
ou restrições quanto à sua posse. Elas possuem códigos que as identificam na Bolsa de Valores, compostos 
de quatro letras maiúsculas que costumam representar o nome da empresa.
Como exemplos, podemos mencionar:
• BVMF3 – ações da BM&F Bovespa;
• PETR4 – ações da Petrobrás;
• BBDC4 – ações do Banco Bradesco.
Em seguida às letras, há um número que representa o tipo de ação que está sendo negociada.
Quadro 6 – Tipos de Ações
Código Tipo Exemplo
3 Ordinárias NATU3
4 Preferenciais PETR4
5 Preferenciais Classe A VALE5
6 Preferenciais Classe B ELET6
11 BDRs, ETFs e Units SANB11, BOVA11
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Unidade III
Cada número identifica um tipo de ação:
• 3: ações ordinárias;
• 4: ações preferenciais;
• 5: preferenciais classe A;
• 6: ações preferenciais classe B;
• 11: geralmente representa os recibos de ações de empresas estrangeiras negociadas na bolsa 
brasileira, Brazilian Deposits Receipts (BDRs), ou ativos compostos por mais de um tipo de ação, 
como os fundos de índices, conhecidos como Exchange Traded Funds (ETFs).
6.5 Valor de uma ação
Há uma série de definições relacionadas com o valor de uma ação particular, como:
• Valor nominal: valor de face (explícito/impresso) do título, estabelecido nos estatutos da empresa 
emissora, sendo calculado pelo total do capital social dividido pelo número de ações emitidas.
• Valor patrimonial: calculado pela divisão do patrimônio líquido do exercício social dividido pelo 
número de ações emitidas.
• Valor contábil: valor lançado nos estatutos da empresa emissora, podendo servir de referencial 
para o exercício de direitos do acionista.
• Valor de liquidação: avaliado no caso de encerramento das atividades da empresa.
• Valor intrínseco: valor real avaliado no processo de análise fundamentalista.
• Valor de subscrição: preço fixo determinado em subscrições para aumento de capital.
• Valor de mercado: é aquele que os compradores aceitam pagar e os vendedores, receber, conforme 
as leis de oferta e procura dos títulos.
Tal cotação não precisa, necessariamente, coincidir com o valor nominal, contábil, de liquidação da 
empresa e, muitas vezes, é estabelecida pela conjuntura econômica, política ou social.
6.6 Ganhos, além dos dividendos

Outros materiais