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Unidade IV AGRICULTURA INTERNACIONAL E O MEIO AMBIENTE Prof. Adilson Camacho Agricultura internacional e o meio ambiente Para início de conversa, no bloco 1: Nossos objetivos gerais são compreender a agricultura mundial em sua relação com o meio ambiente, os conhecimentos necessários sobre logística no agronegócio, funcionamento do comércio exterior e o papel do Brasil. Do que estamos falando? Agropecuária convencional e sustentável. Mercado. Por que? Para mantermos a qualidade dos produtos, das relações de trabalho, modernizarmos os setores agroindustriais e ganharmos terreno no mercado internacional. Como? Conhecendo as condições atuais de produção para incrementá-las. Agricultura internacional e o meio ambiente Nosso roteiro do conteúdo da unidade IV O material de referência é o livro-texto da disciplina: GORNI, F. “Agricultura internacional e o meio ambiente”. São Paulo: Sol, 2016. Bloco 1 – gestão ambiental: produtos verdes, reciclagem. Bloco 2 – segurança alimentar: boas práticas de fabricação – BPF; análise de perigos e pontos críticos de controle – APPCC; os sete princípios do sistema APPCC. Bloco 3 – produtos verdes: organismos geneticamente modificados; as competências da CTNBio; alimentos orgânicos; reciclagem. Bloco 4 – inovação, meio ambiente e competitividade. Agricultura internacional e o meio ambiente 1. Gestão Ambiental: produtos verdes, reciclagem Movimentos ecológicos: conhecimentos, ciência, culturas, produção e demanda diferenciada. Surgimento do “consumidor verde” na década de 1980. O que aconteceu? Pressão de pessoas e ONGs sobre governos para que regulamentassem condutas de preservação diante dos impactos socioambientais. Como diferencial de marcas, as empresas passaram a buscar novas formas de gestão ambiental para competirem no mercado. Agricultura internacional e o meio ambiente Duas visões: 1. Alinhada ao “mercado verde”: “Ecoempreendedor: oportunidades de negócios da revolução ambiental”, de Steven J. Bennett (Makron). 2. Crítica à retórica do segmento “verde”: “A cortina de fumaça: o discurso empresarial verde e a ideologia da racionabilidade econômica”, de Philippe-Pomier Layrargues (AnnaBlume). Agricultura internacional e o meio ambiente “Consciência ecológica”: há o minerador e o ambientalista... Há todo tipo de adeptos da melhoria da qualidade de vida = ambiental! Para cuidar do planeta, não basta fazer compras conscientes, reciclar, economizar energia, água e evitar poluir... A questão é muito mais radical: é necessário saber de onde vêm os problemas! O “consumidor verde” prefere e paga mais por produtos ecológicos, não adquire produtos com empacotamento excessivo, prefere produtos com embalagem reciclável e/ou retornável, evita comprar produtos com embalagens não biodegradáveis, observa os selos verdes, entre outros comportamentos incorporados. Mas há certa iniquidade em certificar, reciclar, desenhar modelos de gestão ambiental. Isso tudo acaba sendo paliativo. Agricultura internacional e o meio ambiente Porém, enquanto estamos distantes da reflexão profunda, é necessário agir com certo pragmatismo. Assim, no Brasil, a tendência é a de autodeclarações ambientais, oferecendo informações relevantes e de fácil entendimento para o consumidor, pois ao empregar estratégias de marketing ambiental, o produtor pode aumentar sua credibilidade e legitimidade, definir sua personalidade, área de atuação e imagem, além de agregar valor à sua marca junto a diversos compradores e fornecedores. A ISO – International Organization for Standardization (em português, Organização Internacional de Normalização) é uma federação mundial de entidades nacionais de normalização (ONGs), representando, praticamente, 95% da produção industrial do mundo (cerca de 160 países), com sede na Suíça. Tem por objetivo criar normas para promover a padronização dos sistemas. Normas mais conhecidas: ISO 9000, para gestão da qualidade, e ISO 14000, para gestão do ambiente. Agricultura internacional e o meio ambiente Cada país possui um órgão responsável por elaborar suas normas. No Brasil, temos a ABNT; na Alemanha, a DIN; no Japão, o JIS etc. A ISO é internacional e, por essa razão, o processo de elaboração de normas é muito lento, pois leva em consideração as características e as opiniões de vários países membros. O objetivo da ISO é publicar documentos que estabeleçam práticas internacionalmente aceitas. Esses documentos são, geralmente, Normas Internacionais, que estabelecem regras a serem seguidas. As Normas Internacionais são aprovadas com o maior nível de consenso internacional possível dentro da ISO. Apesar de nem sempre serem ratificadas como normas nacionais nos países membros da ISO, elas formam a base de muitos aspectos do comércio internacional. Existem cerca de 10.000 Normas Internacionais publicadas pela ISO. Agricultura internacional e o meio ambiente A ISO 14000 – Sistema de Gestão Ambiental estabelece requisitos para as empresas gerenciarem seus produtos e processos para que eles não agridam o meio ambiente, que a comunidade não sofra com os resíduos gerados e que a comunidade seja beneficiada em um aspecto amplo. Agricultura internacional e o meio ambiente Ser “verde”, ou ambientalmente correto na dimensão estritamente econômica, passa por inventar novas embalagens recicláveis, por administrar uma cadeia de ocorrências que envolvem várias etapas, desde fabricação, relação com fornecedores, clientes, empregados, mídia e comunidade. A proeminência da dimensão econômica é um traço do nosso tempo, bem como a subordinação da ecologia como estudo dos recursos. Implantar sistemas de gerenciamento ambiental e investir em projetos ambientais são a base de estratégias de marketing ambiental, que tem início na definição da política de gestão e termina com a divulgação para o mercado de uma empresa verde. Agricultura internacional e o meio ambiente Ainda sobre o ecoempreendedorismo... Ao se traçar uma estratégia de marketing ambiental para uma empresa, é preciso começar pelos modos de produção, fazendo-se alguns questionamentos básicos, como quais materiais podem ser reciclados, o que deve ser feito para garantir mais durabilidade e longevidade aos produtos, que tipos de poluentes podem ser eliminados ou substituídos. O que seria uma ecoempresa? No modelo de desenvolvimento convencional, uma empresa que saiba explorar, com menos insensatez, as riquezas ambientais. No modelo alternativo, ideal, seria algo que validaria ambientalmente o trabalho e as relações de produção, promovendo desenvolvimentos sustentáveis: e o plural é de propósito, posto que se trata da variedade de caminhos econômicos. Interatividade Assinale a alternativa cuja relação entre empreendedor e ambiente esteja alinhada à racionalidade ambiental: a) Empresário agrícola ou pecuarista que abandona progressivamente seus métodos tradicionais, substituindo-as por tecnologias modernas em função das exigências de mercado. b) Ecoempreendedor é o agente inovador em busca da sustentabilidade econômica. c) Ecoempreendedor é o agente econômico que, partindo da dinâmica dos ecossistemas, privilegia os métodos menos agressivos ao ambiente de cultivo e criação. d) Não existe produto verde somente no nome, pois ao ser assim classificado nas cadeias produtivas, significa que apresenta características saudáveis. e) Não existe empresas que façam “propaganda verde”, sem correspondência de sistemas de gestão e produção limpos, de fato. Agricultura internacional e omeio ambiente Segurança alimentar: Boas Práticas de Fabricação – BPF; Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle – APPCC; Os sete princípios do sistema APPCC. Outro ponto a ser considerado é a segurança alimentar. Há preocupação crescente com o tema da qualidade e da garantia de alimentos para as populações, além de maiores cobranças de “qualidade real” da indústria de alimentos e aprimoramento das várias ferramentas de gestão da qualidade que foram criadas (as normas ISO são as mais conhecidas) e têm sido utilizadas na expectativa de atender a exigências legais e outros requisitos de idoneidade em respeito ao consumidor, para oferecer um produto seguro e contemplar as exigências de comercialização, principalmente, as de exportação, nas quais os critérios são bem mais rigorosos. Observação: Vandana Shiva alerta sobre a perversidade das sementes patenteadas e autodestrutivas. Agricultura internacional e o meio ambiente Do ponto de vista econômico, devem ser consideradas que a boa gestão e a implantação de sistemas de qualidade permitem a diminuição de custos, redução de perdas e otimização da produção; que devem ser somados a controle de qualidade ambiental dos processos produtivos. Dos instrumentos disponíveis, podemos citar as Boas Práticas de Fabricação – BPF, que, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, abrangem: Agricultura internacional e o meio ambiente um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indústrias de alimentos a fim de garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos. A legislação sanitária federal regulamenta essas medidas em caráter geral, aplicável a todo o tipo de indústria de alimentos e específico, voltadas às indústrias que processam determinadas categorias de alimentos. Anvisa Fonte: http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Alimentos/Assuntos+de+Interesse/Le gislacao/Boas+Praticas+Regulamentos+Gerais+e+Especificos/4daeb1804fe0df3a93c49333c3398e7d. Acesso em 20.Jul.2015) Agricultura internacional e o meio ambiente A Portaria 1.428 do Ministério da Saúde – MS define Boas Práticas de Fabricação – BPF como normas e procedimentos que visam atender a um determinado padrão de identidade e qualidade de um produto ou serviço e que consiste na apresentação de informações referentes aos seguintes aspectos básicos, segundo a Portaria mencionada: 1. Padrão de Identidade e Qualidade – PIQ: compreende os padrões a serem adotados pelo estabelecimento. 2. Condições ambientais – compreendem as informações das condições internas e externas do ambiente, inclusive as condições de trabalho, de interesse da vigilância sanitária e os procedimentos para controle sanitário de tais condições. 3. Instalações e saneamento – compreendem informações sobre a planta baixa do estabelecimento, materiais de revestimento, instalações elétricas e hidráulicas, serviços básicos de saneamento e os respectivos controles sanitários. Agricultura internacional e o meio ambiente 4. Equipamentos e utensílios – compreendem as informações referentes aos equipamentos e aos utensílios utilizados nos distintos processos tecnológicos e os respectivos controles sanitários. 5. Recursos humanos – compreendem as informações sobre o processo de seleção, capacitação e de ocupação, bem como o controle da saúde do pessoal envolvido com o processo de produção e/ou prestação de serviços na área de alimentos e do responsável técnico pela implementação da presente norma. 6. Tecnologia empregada – compreende as informações sobre a tecnologia usada para obtenção do padrão de identidade e qualidade adotado. 7. Controle de qualidade – compreende as informações sobre métodos e procedimentos utilizados no controle de todo o processo. 8. Garantia de qualidade – compreende as informações sobre a forma de organização, operacionalização e avaliação do sistema de controle de qualidade do estabelecimento. Agricultura internacional e o meio ambiente 9. Armazenagem – compreende as informações sobre a forma de armazenamento dos produtos visando garantir a sua qualidade e os respectivos controles sanitários. 10. Transporte – compreende as informações referentes ao tipo de condições de transporte dos produtos visando garantir a sua qualidade e os respectivos controles higiênicos sanitários. 11. Informações ao consumidor – compreendem as informações a serem repassadas ao consumidor, capazes de orientá-lo na forma de utilização do produto e/ou do serviço. 12. Exposição/comercialização – compreende as informações sobre as normas de exposição do produto e/ou utilização no comércio e o necessário controle higiênico sanitário. 13. Desinfecção – compreende o plano de sanitização utilizado e a forma de seleção dos produtos usados pelos estabelecimentos. Ministério da Saúde - MS, disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1993/prt1428_26_11_1993.html. Acesso em 20.Jul.2015. Agricultura internacional e o meio ambiente A Portaria 368, do MAPA, aborda especificamente as BPF, aprovando o Regulamento Técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de Boas Práticas para industrializadores de alimentos, estabelecidos os requisitos essenciais de higiene dos alimentos. MAPA, disponível em: http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=consultarLegislacaoFederal. Acesso em 20.Jul.2015. A Portaria 326 de 1997, da Anvisa, ligada ao MS exige para produtores de alimentos o manual de BPF com os Procedimentos Padrão de Higiene Operacional – PPHO para que estes facilitem e padronizem a montagem do manual de BPF, a mesma exigência é feita na Portaria 368 do MAPA. Anvisa, disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/cf430b804745808a8c95dc3fbc4c6735/Portaria+SVS- MS+N.+326+de+30+de+Julho+de+1997.pdf?MOD=AJPERES. Acesso em 20.Jul.2015. Agricultura internacional e o meio ambiente Também temos Procedimentos Padrão de Higiene Operacional – PPHO, Avaliação de Riscos Microbiológicos – MRA, Gerenciamento da Qualidade, normas da Série ISO, Gerenciamento da Qualidade Total – TQM e o Sistema Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle – APPCC. Agricultura internacional e o meio ambiente Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle – APPCC A APPCC tem sido muito recomendada por órgãos de fiscalização e utilizada em toda cadeia produtiva de alimentos: prevenção, racionalidade e especificidade para controle dos riscos que um alimento possa oferecer, no que diz respeito à qualidade sanitária, pois os microrganismos estão tornando-se cada vez mais resistentes e representam um perigo para crianças, idosos e pessoas debilitadas clinicamente. O APPCC teve sua origem na década de 1950 em indústrias químicas na Grã Bretanha e foi adaptada para a área de alimentos pela Pillsbury Company. O APPCC evita a falsa sensação de segurança de produtos que eram, até em tão, inspecionados lote a lote por análises microbiológicas, sendo essa a única garantia dada por outras ferramentas de controle de qualidade. Agricultura internacional e o meio ambiente As ferramentas de gestão da qualidade como 5S, que é assim chamado devido à primeira letra de 5 palavras japonesas: Seiri (utilização), Seiton (arrumação), Seiso (limpeza), Shitsuke (disciplina) e Seiketsu (higiene). E de garantia da qualidade (BPF e Procedimentos Padrão de Higiene Operacional – PPHO), embora de caráter genérico, são considerados como pré-requisitos para o sistema Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle – APPCC e a série ISO 9001:2015 é uma ferramenta de controle de processose gestão da qualidade, necessitando do sistema APPCC como complemento da segurança sanitária. Agricultura internacional e o meio ambiente Antes da implantação do sistema APPCC, dois pré-requisitos se fazem necessários: as BPF; os Procedimentos Padrão de Higiene Operacional – PPHO ou Procedimentos Operacionais Padronizados – POP. Agricultura internacional e o meio ambiente Os Procedimentos Padrão de Higiene Operacional – PPHO preconizados pelo Food and Drug Administration – FDA, até 2002, referência para o controle de procedimentos de higiene. Daí, em 21/10/02, a Resolução nº 275, da Anvisa, do Ministério da Saúde, criou e instituiu aqui no Brasil os Procedimentos Operacionais Padronizados – POP: Agricultura internacional e o meio ambiente Vão um pouco além do controle da higiene, porém não descaracterizam os PPHO, que continuam sendo recomendados pelo MAPA, inclusive em resolução de maio de 2003 (Resolução nº 10, de 22/05/2003 – MAPA) que institui o programa PPHO a ser utilizado nos estabelecimentos de leite e derivados que funcionam sob regime de inspeção federal, como etapa preliminar de programas de qualidade como o APPCC. Às vezes, o que tem sido feito é o acréscimo dos itens que faltam nos PPHO em comparação aos Procedimentos Operacionais Padronizados – POP, para dar suporte à confecção do mesmo manual de boas práticas que é documental. Agricultura internacional e o meio ambiente Itens Procedimentos Padrão de Higiene Operacional – PPHO: 1. Potabilidade da água; 2. Higiene das superfícies de contato com o produto; 3. Prevenção da contaminação cruzada; 4. Higiene pessoal dos colaboradores; 5. Proteção contra contaminação do produto; 6. Agentes tóxicos; 7. Saúde dos colaboradores; 8. Controle integrado de pragas. Agricultura internacional e o meio ambiente Itens de Procedimentos Operacionais Padronizados – POP: 1. Higienização de instalações, equipamentos, móveis e utensílios; 2. Controle da potabilidade da água; 3. Higiene e saúde dos manipuladores; 4. Manejo dos resíduos; 5. Manutenção preventiva e calibração de equipamentos; 6. Controle integrado de vetores e pragas urbanas; 7. Seleção das matérias-primas, ingredientes e embalagens; 8. Programa de recolhimento de alimentos. Agricultura internacional e o meio ambiente A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa informa que: O sistema APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) tem por objetivo a garantia, a efetividade e a eficácia do controle dos perigos à produção de alimentos. A implantação de APPCC em uma propriedade envolve a aplicação dos sete princípios orientadores do sistema. São eles: 1. Análise de perigos; 2. Identificação do ponto e do controle crítico; Agricultura internacional e o meio ambiente 3. Estabelecimento do limite crítico (ou seja, de valores máximos e/ou mínimos que, quando não atendidos, impossibilitam a garantia da segurança do alimento); 4. Estabelecimento de programa de monitorização do limite crítico; 5. Estabelecimento de ações corretivas quando ocorrem desvios do limite crítico; 6. Registros; 7. Estabelecimento de procedimentos de verificação. Embrapa, disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia22/AG01/arvore/AG01_173_24112005115229.html. Acesso em 20.Jul.2015. Agricultura internacional e o meio ambiente De uma maneira geral, pode-se afirmar que a implementação das Boas Práticas permite a prevenção, a redução ou o controle de alguns perigos. Contudo, somente a partir da implantação do sistema APPCC é que são: identificados os pontos críticos de controle de um determinado perigo; estabelecidos limites críticos; realizados monitoramento e verificação; registrados os procedimentos a fim de subsidiar possíveis ações corretivas. Embrapa, disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia22/AG01/arvore/AG01_173_24112005115229.html. Acesso em 20.Jul.2015. Interatividade Assinale a alternativa correta quanto às Boas Práticas de Fabricação – BPF. a) Apesar das BPF não cobrirem modelos alternativos de produção (desconcentrar e difundir a produção pelos cidadãos, por exemplo), são fundamentais à implantação e à manutenção de qualidade no processo produtivo. b) As BPF abrangem um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indústrias de equipamentos a fim de garantir a qualidade tecnológica e a conformidade dos insumos com os regulamentos técnicos. c) Os Procedimentos Operacionais Padronizados – POP são equivalentes ao Padrão de Higiene Operacional – PPHO, sendo usados indiscriminadamente. d) A EMBRAPA não é uma empresa atuante no cenário produtivo brasileiro. e) Informações sobre o produto são as medidas menos importantes no desenvolvimento dos padrões de consumo. Agricultura internacional e o meio ambiente Produtos verdes. Organismos geneticamente modificados. As competências da CTNBio. Alimentos orgânicos. Reciclagem. O termo “produto verde” e a promessa de atributos “amigos do ambiente” se generalizam. Definir o que é um produto verde ou ecologicamente correto não é tarefa fácil... Assim, procura-se denominar como “verdes” os produtos que causem menos impacto ao meio ambiente do que seus correlatos, ou seja, um produto verde é aquele cujo desempenho ambiental e social é melhor do que os concorrenciais. Apresentam algum diferencial. Por exemplo, economizam energia ou são feitos de materiais menos danosos ao ambiente e, portanto, o que é mais importante às pessoas. Um produto ecológico deve ser concebido para satisfazer as necessidades de preservação ambiental, tendo em conta de que essa é uma necessidade secundária dos consumidores, pois a primária é a satisfação de suas necessidades. Agricultura internacional e o meio ambiente Não existem produtos totalmente ecológicos, pois o desenvolvimento e a produção de qualquer produto geram resíduos durante a sua fabricação e a distribuição durante o próprio consumo e na fase em que o consumidor o descarta. Produtos verdes são aqueles que utilizam recursos “renováveis” (alguns dizem que, do ponto de vista sistêmico, isso não existe!) na cadeia produtiva, dispensam o uso de matéria-prima tóxica, para diminuir ao máximo o impacto gerado pelo consumo destes, que reutilizam ou reciclam materiais em sua produção, usam os recursos locais, evitando as longas distâncias no transporte, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa, demoram menos tempo para se decompor na natureza. Agricultura internacional e o meio ambiente Existem quatro dimensões que devem ser consideradas para o processo e o desenvolvimento de produtos ecologicamente corretos: aquisição e processamento de matéria-prima considerando os resíduos gerados e o uso de energia; produção e distribuição desde o conteúdo do produto; o uso do produto e da embalagem; além do uso posterior e do descarte. Essas são as principais características dos produtos sustentáveis que agregam proteção ambiental com promoção social e lucro. Agricultura internacional e o meio ambiente Os consumidores estão mais interessados em saber as políticas ambientais das empresas que fabricam os produtos que escolhem usar em casa, é o que revela pesquisa online feita pela The Regeneration Roadmap, Rethinking consumption: Consumers and the Future of Sustainability. The Regeneration Roadmap, Rethinking consumption: Consumers and the Future of Sustainability, disponível em: http://theregenerationroadmap.com/files/reports/TRR_Rethinking_Consumption.pdf, acesso em 11.Jul.2015.Agricultura internacional e o meio ambiente Organismos geneticamente modificados. Para Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MAPA: Organismos geneticamente modificados são definidos como toda entidade biológica cujo material genético (ADN/ARN) foi alterado por meio de qualquer técnica de engenharia genética, de uma maneira que não ocorreria naturalmente. A tecnologia permite que genes individuais selecionados sejam transferidos de um organismo para outro, inclusive entre espécies não relacionadas. Esses métodos são usados para criar plantas geneticamente modificadas para o cultivo de matérias-primas e alimentos. Essas culturas são direcionadas para maior nível de proteção das plantações por meio da introdução de códigos genéticos resistentes a doenças causadas por insetos ou vírus, ou por um aumento da tolerância aos herbicidas. Controvérsias. Agricultura internacional e o meio ambiente Nessa categoria, não se incluem culturas resultantes de técnicas que impliquem a introdução direta, em um organismo, de material hereditário, desde que não envolvam a utilização de moléculas de ADN/ARN recombinante, inclusive fecundação in vitro, conjugação, transdução, transformação, indução poliploide e qualquer outro processo natural. Nesse contexto, também é importante salientar a definição de termos comumente utilizados nessa área: Agricultura internacional e o meio ambiente Engenharia genética: atividade de produção e manipulação de moléculas de ADN/ARN recombinante. Ácido desoxirribonucleico (ADN), ácido ribonucleico (ARN): material genético que contém informações determinantes dos caracteres hereditários transmissíveis à descendência. Derivado de OGM: produto obtido de OGM e que não possua capacidade autônoma de replicação ou que não contenha forma viável de OGM. Não se inclui na categoria de derivado a substância pura, quimicamente definida. Agricultura internacional e o meio ambiente De acordo com a legislação, após manifestação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), compete ao Ministério da Agricultura a emissão de autorizações e registros, bem como a fiscalização de produtos e atividades que utilizem organismos geneticamente modificados e seus derivados destinados ao uso animal, na agricultura, na pecuária, na agroindústria e áreas afins. Essas atividades estão sob responsabilidade da Coordenação de Biossegurança, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário (SDA). Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, disponível em: http://www.agricultura.gov.br/vegetal/organismos-geneticamente-modificados, acesso em 11.Jul.2015. Agricultura internacional e o meio ambiente A exigência do símbolo da transgenia nos rótulos dos produtos com organismos geneticamente modificados (OGM) é representada no rótulo com um “T” dentro de um triângulo amarelo. No Brasil, o símbolo é regulamentado pela Portaria nº 2658, de 22 de dezembro de 2003, do Ministério da Justiça. Símbolo de produtos transgênicos. T Agricultura internacional e o meio ambiente Fonte: GORNI (2016) Agricultura internacional e o meio ambiente Desde 2005, a Lei de Biossegurança (11.105/05) estabelece de forma clara que compete à CTNBio a análise técnica da biossegurança do OGM sob o aspecto de saúde humana, vegetal e ambiental. Os demais órgãos fiscalizadores, a exemplo do MAPA, o MMA e o MS, têm representantes na comissão cujas decisões são tomadas de maneira democrática e transparente, já que as reuniões são públicas e suas atas são divulgadas para toda a sociedade. Agricultura internacional e o meio ambiente Além de algodão, milho e soja; há também o feijão transgênico resistente ao vírus do mosaico dourado, único produto GM do mundo desenvolvido inteiramente por uma instituição pública de pesquisa, a Embrapa. Cabe também ressaltar as 17 vacinas para uso animal e as duas leveduras para produção de biocombustíveis também avaliadas e liberadas. Agricultura internacional e o meio ambiente As competências da CTNBio A CTNBio é uma instância colegiada multidisciplinar, criada pela Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, cuja finalidade é prestar apoio técnico consultivo e assessoramento ao Governo Federal na formulação, na atualização e na implementação da Política Nacional de Biossegurança relativa a OGM, bem como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e pareceres técnicos referentes à proteção da saúde humana, dos organismos vivos e do meio ambiente, para atividades que envolvam a construção, a experimentação, o cultivo, a manipulação, o transporte, a comercialização, o consumo, o armazenamento, a liberação e o descarte de OGM e derivados. Agricultura internacional e o meio ambiente Alimentos orgânicos O alimento orgânico não é somente “sem agrotóxicos” como se veicula normalmente. Alimento orgânico é isento de qualquer tipo de contaminante que ponha em risco à saúde ambiental ou humana, seja dos produtores ou dos consumidores. Por ser produzido livre de insumos artificiais como adubos químicos, agrotóxicos, drogas veterinárias, aditivos químicos sintéticos (corantes, aromatizantes e emulsificantes), hormônios, antibióticos e de organismos geneticamente modificados, é considerado mais saudável. Agricultura internacional e o meio ambiente Produtos minimamente processados e saudáveis são convenientemente prontos para uso, como frutas e vegetais frescos. São definidos como qualquer fruta ou vegetal ou uma sua combinação fisicamente alterada a partir da sua forma original, mas que permanecem num estado fresco. Essas frutas e legumes podem ser aparados, descascados, lavados e cortados em 100% do produto utilizável que é ensacado ou pré-embalados para oferecer aos consumidores alta nutrição, conveniência e valor, mantendo a frescura. International Fresh-Cut Produce Association, disponível em: http://www.creativew.com/sites/ifpa/about.html, em inglês. Acesso em 20.Jul.2015. Agricultura internacional e o meio ambiente Cabe salientar que os danos mecânicos são práticas geradoras de perdas quantitativas e qualitativas, é causado pelo corte ou descascamento e é um dos maiores obstáculos na conservação dos produtos minimamente processados. Mais que isso, para ser considerado como orgânico, o alimento deve ser produzido sob os princípios da agricultura orgânica ou agricultura biológica, isto é, em um ambiente de produção sustentável, que contempla o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais. A agricultura orgânica está relacionada ao desenvolvimento sustentável. Agricultura internacional e o meio ambiente De acordo com a legislação, para ter o nome “orgânico” ou “produto orgânico” no rótulo, o produto deve conter, no máximo, 5% de ingredientes não orgânicos. Para comercializar seus produtos como “Orgânicos”, os produtores devem se regularizar por meio de uma certificação por um Organismo da Avaliação da Conformidade Orgânica (OAC) credenciado junto ao MAPA; ou se organizar em grupo e se cadastrar junto ao MAPA para realizar a venda direta sem certificação. O produtor sem certificação só pode realizar vendas diretas ao consumidor (feiras), enquanto que o produtor certificado poderá comercializar seus produtos (que receberão selo que atesta a qualidade de orgânico) em feiras, supermercados, lojas, restaurantes, hotéis, indústrias, internet. Agricultura internacional e o meio ambiente A certificação é o procedimento pelo qual uma certificadora, devidamente credenciada pelo MAPA e“acreditada” (credenciada) pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), assegura por escrito que determinado produto, processo ou serviço obedece às normas e às práticas da produção orgânica. Agricultura internacional e o meio ambiente Reciclagem Existem vários processos que beneficiam o meio ambiente e garantem uma destinação adequada ao lixo. Entre essas medidas, podemos destacar a reciclagem e o reúso de materiais como plástico, vidro, borracha e papel. O termo reciclagem refere-se ao processo no qual item e componentes são usados para criar algo novo. Garrafas de plástico são recicladas e transformadas em roupas, tapetes, caminhos e bancos. Vidro e alumínio são materiais reciclados de maneira em geral e voltam ao setor produtivos como latas e perfis, vidros de garrafas voltam em novas garrafas e embalagens ou vidros de janelas. Reciclagem apresenta forma técnica de reutilização, mas se refere especificamente aos itens descartados e divididos em matérias- primas. Empresas de reciclagem convertem o item original e depois vendem o material utilizável. Agricultura internacional e o meio ambiente A diferença fundamental entre a reciclagem e o reúso está no processo e no resultado final. Na reciclagem, o lixo é transformado em outro tipo de material, ou seja, o material é processado e transformado. Por exemplo: a borracha pode ser reciclada e misturada ao concreto. A reciclagem é um processo em que determinados materiais, reconhecidos como lixo, são reutilizados como matéria-prima para a fabricação de novos produtos. Além de se apresentarem com propriedades físicas diferentes, eles também possuem uma nova composição química. Agricultura internacional e o meio ambiente Esse processo é importante nos dias de hoje, porque transforma aquilo que iria ou já se encontra no lixo em novos produtos, reduzindo resíduos que seriam lançados na natureza, ao mesmo tempo em que poupa matérias-primas, muitas vezes oriundas de recursos não renováveis, e energia. Para produzir alumínio reciclado, por exemplo, utiliza-se apenas 5% da energia necessária para fabricar o produto primário. Dessa forma, é importante separar esses materiais para que não sejam encaminhados juntamente com o lixo que não é reciclável. Agricultura internacional e o meio ambiente No Brasil, quase toda a totalidade de latinhas descartáveis (97,9%, segundo dados da Associação Brasileira do Alumínio) e garrafas PET são recicladas. O plástico reciclado serve para as aplicações mais diversas, podendo ser usado puro, misturado com resina virgem e até com outros materiais. As aplicações mais comuns são: embalagens, utensílios domésticos, caixas d’água, tubos e conexões, torneiras, piscinas, telhas, peças de calçados, sacos plásticos, peças automotivas, componentes para eletrodomésticos, revestimentos, roupas, cabides, edredom (forro), moletons, cordas de varal, vassouras, réguas, relógios, porta-lápis, canetas e muitos outros. Agricultura internacional e o meio ambiente Entretanto, plásticos, latas de aço, vidro, dentre outros materiais são pouco considerados nesse processo, reforçando as estatísticas que apontam que somente 11% de tudo o que se joga na lata de lixo, em nosso país, é, de fato, reciclado. E cabe ainda salientar que a reciclagem no Brasil, embora divulgada, não é considerada como consciência ecológica, pois os catadores de lixo usam a coleta como sobrevivência. Agricultura internacional e o meio ambiente Cada cor está associada a um tipo de material. Esse sistema facilita o processo de quem deposita o lixo e de quem o coleta. Confira cada uma delas: Azul: papel/papelão. Vermelho: plástico. Verde: vidro. Amarelo: metal. Preto: madeira. Laranja: resíduos perigosos. Branco: resíduos de hospitais e serviço de saúde. Roxo: lixo radioativo. Marrom: lixo orgânico. Interatividade Assinale a alternativa correta. a) Reciclagem é a grande solução dos problemas ambientais. b) Sem reciclagem, a ampliação das cadeias produtivas tende a exaurir os ecossistemas. c) A reciclagem pode ser vista como um conjunto de paliativos que não resolvem os problemas ambientais, porém amenizam impactos negativos. d) As propostas e as práticas de reciclagem propõem uma profunda reflexão sobre os processos produtivos em sua totalidade, desde a extração de riquezas até o consumo. e) Reciclar onera as cadeias produtivas e é contra os interesses das indústrias, como as de embalagens, por exemplo. Agricultura internacional e o meio ambiente Inovação, meio ambiente e competitividade Mudanças na agropecuária brasileira nas últimas décadas, com a chamada modernização da agricultura. Na verdade, contrariando previsões dos analistas das décadas de 1950 e 1960, o setor agrícola, a partir de finais dos anos 1960, absorveu quantidades crescentes de crédito agrícola, incorporou os chamados “insumos modernos”, como fertilizantes químicos e agrotóxicos ao seu processo produtivo, mecanizando a produção e integrou-se aos modernos circuitos de comercialização, via Bolsas de Mercadorias, por exemplo. O aumento da produtividade permitiu o aumento da produção de matérias-primas e alimentos para a exportação e mesmo para o mercado interno. Mesmo a produção de alimentos para abastecimento das cidades, apesar de dificuldades que teriam a ver com orientações da política econômica, teria sido, no entender de alguns estudiosos, “bastante razoável” (SILVA, Graziano da. 1987, p. 25). Agricultura internacional e o meio ambiente Segundo Graziano, as transformações capitalistas elevam a produtividade do trabalho. Isso significa fazer cada pessoa ocupada no setor agrícola produzir mais, o que só se consegue aumentando a jornada e o ritmo de trabalho das pessoas e intensificando a produção agropecuária. Para conseguir isso, o sistema capitalista lança mão dos produtos da sua indústria: adubos, máquinas, defensivos etc.; ou seja, o desenvolvimento das relações de produção capitalistas no campo se faz “industrializando” a própria agricultura. Agricultura internacional e o meio ambiente Essa industrialização da agricultura é exatamente o que se chama comumente de penetração ou “desenvolvimento do capitalismo no campo”. O importante de se entender é que é dessa maneira que as barreiras impostas pela natureza à produção agropecuária vão sendo gradativamente superadas. Como se o sistema capitalista passasse a fabricar a natureza que fosse adequada à produção de maiores lucros. Assim, se uma determinada região é seca, tome lá uma irrigação para resolver a falta de água; se é um brejo, lá vai uma draga resolver o problema do excesso de água; se terra não é fértil, aduba-se e assim por diante. (GRAZIANO. 1981, p. 6) Agricultura internacional e o meio ambiente Essa modernização que se fez sem que a estrutura da propriedade rural fosse alterada e teve, no dizer dos economistas, “efeitos perversos”: a propriedade tornou-se mais concentrada, as disparidades de renda aumentaram, o êxodo rural acentuou-se, aumentou a taxa de exploração da força de trabalho nas atividades agrícolas, cresceu a taxa de autoexploração nas propriedades menores, piorou a qualidade de vida da população trabalhadora do campo. Por isso, os autores gostam de usar a expressão “modernização conservadora”. Agricultura internacional e o meio ambiente José Graziano da Silva, em seu livro “O que é Questão Agrária?”, dá-nos um exemplo interessante, bastante ilustrativo das transformações que o sistema capitalista provoca na produção agropecuária,como o da avicultura, contando as experiências tradicionais de alimentação das galinhas em sítios. Ao analisar esse exemplo, podemos chegar à conclusão de que a questão não é a galinha em si, mas o sistema que a orienta: a tecnologia adotada é apropriada aos interesses do grande capitalista contra aos dos pequenos produtores. Agricultura internacional e o meio ambiente A partir do momento em que se reforça a preocupação sobre a influência que a conservação e a recuperação ambiental devem ter sobre a evolução das tecnologias, inicia-se a abertura de espaços para a internalização desses processos de inovação. Mas, o que é inovação? O que a diferencia de uma simples novidade? Agricultura internacional e o meio ambiente A partir da constituição dos ramos industriais no país, a agricultura brasileira teve que criar um mercado consumidor para esses novos meios de produção. Para garantir a ampliação desse mercado, o Estado implementou um conjunto de políticas agrícolas destinadas a incentivar a aquisição dos produtos desses novos ramos da indústria, acelerando o processo de incorporação de modernas tecnologias pelos produtores rurais. Ocorre, assim, a industrialização da agricultura brasileira. A agricultura apresenta uma história de produção de novidades. Por meio dos séculos, agricultores têm produzido pequenas e grandes mudanças no processo de produção, combinando elementos naturais, culturais e econômicos. Agricultura internacional e o meio ambiente De fato, há um acréscimo de consumo, reflexo da onda de novas demandas pelos chamados “produtos naturais” no mundo todo. Isso desperta o interesse da produção em larga escala de uma diversidade de produtos de alto valor agregado como: Medicamentos fitoterápicos – os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que inclui na sua composição substâncias ativas isoladas, sintéticas ou naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais. Agricultura internacional e o meio ambiente Cosméticos – há, ainda, os fitoterápicos manipulados, os produtos cadastrados na ANVISA como alimentos ou cosméticos, além dos produtos artesanais e a planta medicinal in natura, utilizados amplamente na medicina popular. Produtos de higiene pessoal, como gel de linhaça (condicionador); óleo de rícino, óleo de jojoba, ou óleo de gergelim (limpeza e esfoliação para o rosto); cravo e canela (como adstringentes e antibacterianos). Variados tipos de bebidas e alimentos. Agricultura internacional e o meio ambiente A tendência é que a indústria e as grandes redes varejistas segmentem os consumidores de acordo com o nível de renda que possuem. Alguns, particularmente aqueles que possuem níveis de renda altos, poderiam pagar um preço mais elevado pelos alimentos em virtude de incorporar alguns atributos relacionados ao tipo de produção (origem, cuidado com o meio ambiente). Agricultura internacional e o meio ambiente Para outros, no entanto, aqueles que possuem níveis de renda baixos, o padrão de consumo seria definido pelo próprio varejo e pelas grandes agroindústrias, pois o atributo que possui maior peso é o preço baixo em detrimento de outros, em virtude da alta participação dos alimentos na composição dos custos de manutenção familiar. A questão de fundo que aqui se coloca é da capacidade das campanhas que fazem apelo à consciência ambiental e social em modificar o próprio consumo. Mas a agropecuária apresentou muitas inovações nas últimas décadas. Máquinas e insumos agrícolas marcaram a modernização da agricultura, mas na atual fase do processo destaca-se para parte do setor do agronegócio o consumo intensivo de capital. Interatividade Assinale a alternativa correta. a) Inovação é equivalente à novidade. b) Ocorre inovação quando algo novo se torna uma alternativa incorporada à vida social, ao mercado e, então, exigido pela demanda. c) Inovação é o mesmo que mudança. d) Inovação está sempre associada à modernização tecnológica, com produtos de ponta. e) Inovação é o contrário de culturas e instrumentos tradicionais. ATÉ A PRÓXIMA!
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