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Agricultura Internacional e o Meio Ambiente - Livro-Texto - Unidade IV

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AGRICULTURA INTERNACIONAL E O MEIO AMBIENTE
Unidade IV
7 SEGURANÇA ALIMENTAR
Outro ponto a ser considerado é a segurança alimentar. A preocupação crescente que o tema Qualidade 
de Alimentos tem despertado não é segredo para a indústria de alimentos. Assim, várias ferramentas 
de gestão da qualidade foram criadas (as normas ISO são as mais conhecidas) e têm sido utilizadas na 
expectativa de atender a exigências legais e outros requisitos de idoneidade em respeito ao consumidor, 
para oferecer um produto seguro e contemplar as exigências de comercialização, principalmente as de 
exportação, nas quais os critérios são bem mais rigorosos.
Além desses pontos, deve ser considerado que a boa gestão e a implantação de sistemas da qualidade 
permitem a diminuição de custos gerada pela redução de perdas, bem como otimização da produção, 
dentre outros benefícios.
7.1 Boas práticas de fabricação (BPF)
Das ferramentas disponíveis, podemos citar as Boas Práticas de Fabricação (BPF), que, segundo 
a Anvisa,
[...] abrangem um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas 
indústrias de alimentos a fim de garantir a qualidade sanitária e a 
conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos. 
A legislação sanitária federal regulamenta essas medidas em caráter 
geral, aplicável a todo tipo de indústria de alimentos e específico, 
voltadas às indústrias que processam determinadas categorias de 
alimentos (BRASIL, [s.d.]o).
A Portaria nº 1.428/93 do Ministério da Saúde define as BPF como normas e procedimentos que 
visam atender a um determinado padrão de identidade e qualidade de um produto ou serviço e que 
consiste na apresentação de informações referentes aos seguintes aspectos básicos:
1. Padrão de Identidade e Qualidade – PIQ: compreende os padrões a 
serem adotados pelo estabelecimento.
2. Condições Ambientais – compreende as informações das condições 
internas e externas do ambiente, inclusive as condições de trabalho, 
de interesse da vigilância sanitária, e os procedimentos para controle 
sanitário de tais condições.
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3. Instalações e Saneamento – compreende informações sobre a planta 
baixa do estabelecimento, materiais de revestimento, instalações 
elétricas e hidráulicas, serviços básicos de saneamento, e os respectivos 
controles sanitários.
4. Equipamentos e Utensílios – compreende as informações referentes 
aos equipamentos e utensílios utilizados nos distintos processos 
tecnológicos, e os respectivos controles sanitários.
5. Recursos Humanos – compreende as informações sobre o processo de 
seleção, capacitação e de ocupação, bem como o controle da saúde 
do pessoal envolvido com o processo de produção e/ou prestação 
de serviços na área de alimentos e do responsável técnico pela 
implementação da presente norma.
6. Tecnologia Empregada – compreende as informações sobre a tecnologia 
usada para obtenção do padrão de identidade e qualidade adotado.
7. Controle de Qualidade – compreende as informações sobre os métodos 
e procedimentos utilizados no controle de todo o processo.
8. Garantia de Qualidade – compreende as informações sobre a forma 
de organização, operacionalização e avaliação do sistema de controle 
de qualidade do estabelecimento.
9. Armazenagem – compreende as informações sobre a forma de 
armazenamento dos produtos visando garantir a sua qualidade e os 
respectivos controles sanitários.
10. Transporte – compreende as informações referentes ao tipo de 
condições de transporte dos produtos visando garantir a sua qualidade 
e os respectivos controles higiênico-sanitários.
11. Informações ao Consumidor – compreende as informações a serem 
repassadas ao Consumidor capazes de orientá-lo na forma de 
utilização do produto e/ou do serviço.
12. Exposição/Comercialização – compreende as informações sobre as 
normas de exposição do produto e/ou utilização no comércio e o 
necessário controle higiênico-sanitário.
13. Desinfecção/desinfestação – compreende o plano de sanitização 
utilizado e a forma de seleção dos produtos usados pelos 
estabelecimentos (BRASIL, 1993b).
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AGRICULTURA INTERNACIONAL E O MEIO AMBIENTE
 Lembrete
Boas práticas de fabricação são os procedimentos necessários e 
indispensáveis para a obtenção de alimentos inócuos e saudáveis.
A Portaria nº 368 do Mapa (BRASIL, 1997a) aborda especificamente as BPF, aprovando o regulamento 
técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas para estabelecimentos industrializadores 
de alimentos, no qual são estabelecidos os requisitos essenciais de higiene para alimentos destinados ao 
consumo humano.
Por sua vez, a Portaria nº 326 da Anvisa (BRASIL, 1997b), ligada ao Ministério da Saúde, exige para 
estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos o Manual de Boas Práticas de Fabricação e 
sugere os procedimentos-padrão de higiene operacional (PPHO) (do inglês sanitation standard operating 
procedures) para que estes facilitem e padronizem a montagem do manual de BPF – mesma exigência 
que é feita na Portaria 368 nº do Mapa.
Além dos PPHO, há a avaliação de riscos microbiológicos (MRA), o gerenciamento da qualidade, as 
normas da Série ISO, o gerenciamento da qualidade total (TQM) e o Sistema de Análise de Perigos e 
Pontos Críticos de Controle (APPCC). Abordaremos este último a seguir.
7.2 Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC)
Esse sistema tem sido muito recomendado por órgãos de fiscalização e utilizado em toda a cadeia 
produtiva de alimentos por ter como princípios a prevenção, a racionalidade e a especificidade para 
controle dos riscos que um alimento possa oferecer, no que diz respeito à qualidade sanitária, pois os 
micro-organismos estão se tornando cada vez mais resistentes e representam um perigo para crianças, 
idosos e pessoas debilitadas clinicamente.
O sistema APPCC – em inglês, Hazard Analisys and Critical Control Points (HACCP) – teve sua origem 
na década de 1950, em indústrias químicas na Grã-Bretanha, e foi adaptado para a área de alimentos 
pela Pillsbury Company.
 Observação
O sistema APPCC tem base na análise dos modos e efeitos de falha, que 
observa cada etapa do processo, aquilo que pode dar errado e prováveis 
causas e efeitos, estabelecendo mecanismos de controle.
A utilização do sistema APPCC, por este se mostrar altamente preventivo, evita a falsa sensação 
de segurança de produtos que eram, até então, inspecionados lote a lote por análises microbiológicas, 
sendo esta a única garantia dada por outras ferramentas de controle de qualidade.
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As ferramentas de gestão da qualidade, como o 5S, que é assim chamado em razão da primeira 
letra de cinco palavras japonesas – seiri (utilização), seiton (arrumação), seiso (limpeza), shitsuke 
(disciplina) e seiketsu (higiene) –, e de garantia da qualidade, como o BPF e o PPHO, embora de 
caráter genérico, são consideradas pré-requisitos para o sistema APPCC. Já a série ISO 9000 (ISO é 
a sigla da Organização Internacional de Normalização – em inglês, International Organization for 
Standardization), cuja nova versão ISO 9001:2015 foi apresentada em setembro de 2015, é uma 
ferramenta de controle de processos e gestão da qualidade, por isso necessita do sistema APPCC 
como complemento para a segurança sanitária.
Antes da implantação do sistema APPCC, dois pré-requisitos se fazem necessários: as BPFe os 
PPHO, ou Procedimentos Operacionais Padronizados (POP), que são representados por requisitos de BPF 
considerados fundamentais na cadeia produtiva de alimentos.
Para esses procedimentos, recomenda-se a adoção de programas de monitorização, registros, ações 
corretivas e aplicação constante de checklists.
 Observação
Checklist é uma palavra em inglês considerada um americanismo que 
significa lista de verificações.
Os PPHO preconizados pelo Food and Drug Administration (FDA) constituíam, até outubro de 2002, a 
referência para o controle de procedimentos de higiene, até que em 21 de outubro de 2002, a Resolução 
nº 275 da Anvisa criou e instituiu no Brasil os POP, que vão um pouco além do controle da higiene, porém 
não descaracterizam os PPHO, que continuam sendo recomendados pelo Mapa. Inclusive, a Resolução 
Mapa nº 10, de 22 de maio de 2003, institui o programa PPHO a ser utilizado nos estabelecimentos de 
leite e derivados que funcionam sob regime de inspeção federal como etapa preliminar de programas 
de qualidade, como o APPCC.
Às vezes, o que tem sido feito é o acréscimo dos itens que faltam nos PPHO em comparação aos POP, 
para dar suporte à confecção do mesmo manual de boas práticas que é documental:
• Itens PPHO:
— Potabilidade da água.
— Higiene das superfícies de contato com o produto.
— Prevenção da contaminação cruzada.
— Higiene pessoal dos colaboradores.
— Proteção contra contaminação do produto.
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— Agentes tóxicos.
— Saúde dos colaboradores.
— Controle integrado de pragas.
• Itens POP:
— Higienização de instalações, equipamentos, móveis e utensílios.
— Controle da potabilidade da água.
— Higiene e saúde dos manipuladores.
— Manejo dos resíduos.
— Manutenção preventiva e calibração de equipamentos.
— Controle integrado de vetores e pragas urbanas.
— Seleção de matérias-primas, ingredientes e embalagens.
— Programa de recolhimento de alimentos.
Os PPHO ou os POP e as BPF vão dar o suporte necessário para que o sistema APPCC não desvie do 
seu objetivo e possa agir em pontos cruciais nos quais as ferramentas anteriores não conseguiam atuar, 
porém elas vão auxiliar muito na redução de custos e esforços.
Observa-se também que os POP contemplam alguns itens do Manual de Boas Práticas, sendo um pouco 
mais abrangentes que os PPHO. Tanto a Portaria nº 1.428 (BRASIL, 1993b), mencionada anteriormente, 
quanto a nº 46 (BRASIL, 1998) preconizam os mesmos quesitos para BPF, com pequenas diferenças.
De acordo com a Embrapa,
O sistema APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) tem 
por objetivo a garantia, efetividade e eficácia do controle dos perigos à 
produção de alimentos.
A implantação de APPCC em uma propriedade envolve a aplicação dos sete 
princípios orientadores do sistema. São eles:
• Análise de perigos.
• Identificação do ponto e do controle crítico.
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• Estabelecimento do limite crítico (ou seja, de valores máximos e/ou 
mínimos que, quando não atendidos, impossibilitam a garantia da 
segurança do alimento).
• Estabelecimento de programa de monitorização do limite crítico.
• Estabelecimento de ações corretivas quando ocorrem desvios do limite crítico.
• Registros.
• Estabelecimento de procedimentos de verificação.
De uma maneira geral, pode-se afirmar que a implementação das Boas 
Práticas permite a prevenção, redução ou controle de alguns perigos. Contudo, 
somente a partir da implantação do sistema APPCC é que são identificados 
os pontos críticos de controle de um determinado perigo, são estabelecidos 
limites críticos, realiza-se a monitorização e verificação, registrando-se os 
procedimentos a fim de subsidiar possíveis ações corretivas (BRASIL, [s.d.]p).
Uma das ações do projeto é a criação do sistema APPCC, que tem como pré-requisitos as BPF e 
a Resolução RDC nº 275 da Anvisa, de 21 de outubro de 2002. Esses pré-requisitos identificam os 
perigos potenciais à segurança do alimento desde a obtenção das matérias-primas até o consumo, 
estabelecendo em determinadas etapas (pontos críticos de controle, ou PPCs) as medidas de controle e 
monitorização que garantam, ao final do processo, a obtenção de um alimento seguro e com qualidade.
O sistema APPCC contribui para uma maior satisfação do consumidor, torna as empresas mais 
competitivas e amplia as possibilidades de conquista de novos mercados, nacionais e internacionais, 
além de propiciar a redução de perdas de matérias-primas, embalagens e produtos.
Esse sistema é recomendado por organismos internacionais, como a OMC, a FAO, a Organização 
Mundial de Saúde (OMS) (em inglês, World Health Organization, ou WHO) e o Mercosul, e é exigido pela 
Comunidade Europeia e pelos Estados Unidos.
No Brasil, o Ministério da Saúde e o Ministério da Agricultura e Abastecimento já têm ações com o 
objetivo de adoção do sistema APPCC pelas indústrias alimentícias.
7.2.1 Implantação do sistema APPCC
O plano APPCC é um documento formal que reúne as informações-chave contendo todos os detalhes 
do que é crítico para a produção de alimentos seguros. Consiste de 14 etapas, sendo sete os princípios 
do sistema APPCC:
1ª etapa: definição dos objetivos.
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2ª etapa: identificação e organograma da empresa.
3ª etapa: avaliação de pré-requisitos.*
4ª etapa: programa de capacitação técnica.*
5ª etapa: descrição de produto e uso esperado.
6ª etapa: elaboração do fluxograma de processo.
7ª etapa: validação do fluxograma de processo.
*Avaliação de pré-requisitos e programa de capacitação técnica citados nessas etapas são exigências para o Mapa.
7.2.1.1 Os sete princípios do sistema APPCC
O projeto APPCC foi desenvolvido para garantir a produção de alimentos seguros à saúde do 
consumidor. Seus princípios são:
Princípio 1 – Análise de perigos e medidas preventivas
Este princípio visa identificar perigos significativos e estabelecer medidas preventivas cabíveis. Com 
auxílio do histórico dos produtos, os perigos são identificados com atenção aos fatores de qualquer 
natureza que possam representar perigo. Todas as matérias-primas, os ingredientes e as etapas são 
avaliados visando eliminar, prevenir ou reduzir o perigo, por meio de medidas preventivas.
Princípio 2 – Identificação dos pontos críticos de controle
Os PCCs são caracterizados como críticos à segurança. Eles devem ser restritos ao mínimo possível e 
ser identificados e enumerados no fluxograma.
Princípio 3 – Estabelecimento dos limites críticos
São valores máximos e/ou mínimos que caracterizam aceitação para cada medida preventiva a 
ser controlada pelos PCCs, estando associados a medidas como tempo, temperatura, pH etc. Algumas 
empresas adotam os limites de segurança, que são padrões mais rigorosos em relação aos limites críticos, 
adotados como medida para minimizar a ocorrência de desvios.
Princípio 4 – Estabelecimento dos procedimentos de monitorização
O primeiro passo é determinar o que, quando e como monitorar e quem será o responsável pelo 
monitoramento (medição de um PCC relativa a seus limites críticos). Os procedimentos utilizados 
precisam detectar perdas de controle, além de fornecer informações em tempo para correção. Toda 
monitorização gera documento associado a cada PCC e deve ser assinado pelas pessoas que executam 
essa tarefa e pelos supervisores e responsáveis da empresa.
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Princípio 5 – Estabelecimento das ações corretivas
As ações corretivas específicas devem ser desenvolvidas para cada PCC de forma que controle 
um desvio nos limites críticos ou na faixa de segurança e devem garantir novamente a segurança do 
processo. Essas ações vão desde o ajuste na temperatura até a destruição do lote de produto.
Princípio 6 – Estabelecimento dos procedimentos de verificação
Constitui uma fase na qual tudo o que já foi realizado passa por uma revisão de adequação, para 
total segurança do processo. A verificação consiste na utilização de procedimentos adicionais aos de 
monitorização, podendo entrar aqui análises microbiológicas tradicionais que, apesar de demoradas, 
são mais seguras e possuem respaldo da legislação. Essa ação deverá ser conduzida rotineiramente 
ou aleatoriamente: para assegurar que os PCCs estão sob controle e que o plano APPCC é cumprido; 
quando houver eventuais dúvidas sobre a segurança do produto ou de que ele tenha sido implicado 
como veículo de doenças; e para validar as mudanças implementadas no plano original. Em relatórios 
de verificação devem constar todos os registros já efetuados: os de monitorização, de desvios de ações 
corretivas, de treinamento de funcionários, entre outros. A verificação permite também avaliar se 
algumas determinações são muito rigorosas, fora da realidade ou desnecessárias.
Princípio 7 – Estabelecimento dos procedimentos de registro
Todos os documentos ou registros gerados ou utilizados devem ser catalogados e guardados. É 
muito importante que esses papéis estejam organizados e arquivados em local de fácil acesso, para 
que a equipe se sinta envolvida e responsável e possa facilitar uma auditoria. Outros exemplos de 
registros e documentos: relatórios de auditoria do cliente, registros de desvios e ações corretivas 
e registro de treinamentos.
 Saiba mais
Caso deseje conhecer mais informações sobre segurança alimentar, 
recomendamos a verificação do site a seguir:
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Codex alimentarius. [s.d.]. 
Disponível em: <http://www.fao.org/fao-who-codexalimentarius/
codex-home/en/>. Acesso em: 10 ago. 2016.
8 GESTÃO AMBIENTAL: PRODUTOS VERDES, RECICLAGEM
Com o surgimento do consumidor verde, na década de 1980, pessoas e órgãos não governamentais 
passaram a pressionar os governos para que eles regulamentassem condutas relativas ao meio 
ambiente. Em decorrência disso, as empresas passaram a buscar novas formas de gestão ambiental 
para competirem no mercado.
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AGRICULTURA INTERNACIONAL E O MEIO AMBIENTE
Atualmente, a consciência ecológica ganha mais adeptos, mas o que poucos percebem é que, para 
cuidar do planeta, basta fazer compras conscientes, reciclar, economizar energia e água e evitar ao 
máximo a poluição.
O consumidor verde prefere produtos ecológicos e paga mais por eles, não adquire produtos 
com empacotamento excessivo, prefere produtos com embalagem reciclável e/ou retornável, evita 
comprar produtos com embalagens não biodegradáveis e observa os selos verdes, entre outros 
comportamentos incorporados.
No Brasil, a tendência é a utilização cada vez mais ampla das autodeclarações ambientais, buscando 
oferecer informações precisas, relevantes e de fácil entendimento para o consumidor, pois ao empregar 
estratégias de marketing ambiental, o produtor pode aumentar sua credibilidade e legitimidade e definir 
sua personalidade, área de atuação e imagem, além de agregar valor à sua marca junto a diversos 
compradores e fornecedores.
A International Organization for Standardization (ISO) (em português, Organização Internacional 
de Normalização) é uma federação mundial de entidades nacionais de normalização (organização não 
governamental), representando praticamente 95% da produção industrial do mundo, com sede em 
Genebra, na Suíça. Foi criada em 1946 e tem como associados organismos de normalização de cerca 
de 160 países. A organização tem como objetivo criar normas que facilitem o comércio e promovam 
boas práticas de gestão e o avanço tecnológico, além de disseminar conhecimentos. Suas normas mais 
conhecidas são a ISO 9000, para gestão da qualidade, e a ISO 14000, para gestão do meio ambiente.
Cada país possui um órgão responsável por elaborar suas normas. No Brasil, temos a ABNT; na 
Alemanha, a DIN; no Japão, o JIS etc.
A ISO é internacional e, por essa razão, o processo de elaboração de normas é muito lento, pois leva 
em consideração as características e opiniões de vários países-membros.
O objetivo da ISO é publicar documentos que estabeleçam práticas internacionalmente aceitas. 
Esses documentos são geralmente normas internacionais, que estabelecem regras a serem seguidas, 
e elas são aprovadas com o maior nível de consenso internacional possível dentro da ISO. Apesar de 
nem sempre serem ratificadas como normas nacionais nos países-membros da ISO, elas formam a 
base de muitos aspectos do comércio internacional. Existem cerca de 10 mil normas internacionais 
publicadas pela ISO.
A ISO 14000 – Sistema de Gestão Ambiental estabelece requisitos para as empresas gerenciarem 
seus produtos e processos para que eles não agridam o meio ambiente e para que a comunidade não 
sofra com os resíduos gerados e seja beneficiada num aspecto amplo.
Ser “verde”, ou ambientalmente correto, não se limita a inventar novas embalagens recicláveis, mas 
se estende a administrar uma cadeia de ocorrências que envolvem várias etapas, desde a fabricação até 
a relação com fornecedores, clientes, empregados, mídia e comunidade.
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Implantar sistemas de gerenciamento ambiental e investir em projetos ambientais fazem parte e 
são a base inicial do desenvolvimento e da implantação de uma estratégia de marketing ambiental 
que tem início na definição da política de gestão e termina com a divulgação, para o mercado, de 
uma empresa verde.
Ao se traçar uma estratégia de marketing ambiental para uma empresa, é preciso começar pelos 
modos de produção, fazendo-se alguns questionamentos básicos, como quais materiais podem ser 
reciclados, o que deve ser feito para garantir mais durabilidade e longevidade aos produtos e que tipo 
de poluentes podem ser eliminados ou substituídos.
Quando a empresa se torna uma ecoempresa, ela vende mais do que produtos e serviços: vende uma 
nova alternativa.
8.1 Produto verde
O termo produto verde e a promessa de atributos “amigos do ambiente” generalizam-se. Definir um 
produto verde ou ecologicamente correto não é tarefa fácil, pois não existem métodos comprovados 
capazes de medir eficazmente o impacto ambiental de um produto em comparação com outro.
Assim, procura-se denominar como “verdes” os produtos que causem menos impacto ao meio ambiente 
do que seus correlatos. Um produto verde é aquele cujo desempenho ambiental e social é melhor do que 
os dos concorrenciais. Esses produtos geralmente são tão bons quanto os comuns, mas apresentam algum 
diferencial. Por exemplo, economizam energia ou são feitos de materiais menos danosos à natureza.
Um produto ecológico deve ser concebido para satisfazer as necessidades de preservação ambiental 
de consumidores preocupados com essa questão, tendo em conta que essa é uma demanda secundária 
desses consumidores, pois a primária é a satisfação de suas necessidades.
No entanto, é preciso salvaguardar que não existem produtos totalmente ecológicos, pois o 
desenvolvimento e a produção de qualquer produto geram resíduos durante a sua fabricação e 
distribuição, assim como durante o próprio consumo e na fase em que o consumidor o descarta.
Produtos verdessão aqueles que utilizam recursos renováveis na cadeia produtiva e dispensam o uso de 
matéria-prima tóxica, para diminuir ao máximo o impacto ambiental gerado pelo seu consumo. Eles reutilizam 
ou reciclam materiais em sua produção, usam os recursos locais – evitando as longas distâncias no transporte 
e reduzindo as emissões de gases de efeito estufa – e demoram menos tempo para se decompor na natureza.
Existem quatro dimensões que devem ser consideradas para o processo e o desenvolvimento de 
produtos ecologicamente corretos: aquisição e processamento de matéria-prima considerando os 
resíduos gerados e o uso de energia; produção e distribuição desde o conteúdo do produto; o uso do 
produto e a embalagem; e uso posterior e descarte.
Essas são as características principais dos produtos sustentáveis que agregam a proteção do meio 
ambiente com a promoção social e a rentabilidade econômica.
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Pesquisa: The Regeneration Roadmap, Rethinking Consumption
Os consumidores estão mais interessados em saber as políticas ambientais das 
empresas que fabricam os produtos que escolhem usar em casa, é o que revela a recente 
pesquisa The Regeneration Roadmap, Rethinking Consumption: Consumers and the 
Future of Sustainability.
Um estudo realizado com 6.200 pessoas em seis países (Alemanha, Brasil, China, EUA, Índia 
e Reino Unido), avaliou a atitude de compradores, suas motivações e como se comportam 
diante de um consumo sustentável. As principais conclusões da pesquisa apontam para 
uma preocupação crescente em relação ao que consumir e a pegada ecológica em todo o 
seu processo de produção.
Dos entrevistados (entre setembro e outubro de 2012), 65% dos consumidores disseram 
que se sentem responsáveis por comprar produtos que sejam bons para o meio ambiente. No 
entanto, o que mais chamou a atenção foi o fato de consumidores de países desenvolvidos, 
como Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido, se mostrarem mais conservadores que os 
habitantes de países emergentes.
Metade dos entrevistados nos chamados Brics (sem a Rússia) indicaram comprar produtos 
pelos benefícios sociais e ambientais embutidos na sua fabricação, enquanto apenas 22% 
nos países desenvolvidos afirmaram ter essa preocupação.
Ainda, 60% dos consumidores do mundo emergente dizem que preferem pagar 
mais por produtos sustentáveis, enquanto apenas 26% estão dispostos a isso no 
mundo desenvolvido. Dos entrevistados, 70% dos consumidores em países emergentes 
diriam que encorajam outros a comprar produtos de empresas social e ambientalmente 
responsáveis. E, além disso, dois terços dos consumidores (67%) se dizem interessados 
em compartilhar ideias e experiências com os fabricantes para melhorar e desenhar 
novas soluções para os produtos.
Adaptado de: BBMG, GLOBESCAN AND SUSTAINABILITY (2012).
 Saiba mais
Você pode ler essa pesquisa no documento a seguir (em inglês):
BBMG, GLOBESCAN AND SUSTAINABILITY. The regeneration roadmap, 
rethinking consumption: consumers and the future of sustainability. 2012. 
Disponível em: <http://theregenerationroadmap.com/files/reports/TRR_
Rethinking_Consumption.pdf>. Acesso em: 29 ago. 2016.
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Unidade IV
 Lembrete
Produtos verdes são aqueles que utilizam recursos renováveis na cadeia 
produtiva e que dispensam o uso de matéria-prima tóxica, para diminuir ao 
máximo o impacto ambiental gerado pelo seu consumo.
8.1.1 Organismos geneticamente modificados
Segundo o Mapa (BRASIL, [s.d.]q),
Organismos geneticamente modificados são definidos como toda entidade 
biológica cujo material genético (ADN/ARN) foi alterado por meio de 
qualquer técnica de engenharia genética, de uma maneira que não ocorreria 
naturalmente. A tecnologia permite que genes individuais selecionados 
sejam transferidos de um organismo para outro, inclusive entre espécies não 
relacionadas. Estes métodos são usados para criar plantas geneticamente 
modificadas para o cultivo de matérias-primas e alimentos.
Essas culturas são direcionadas para maior nível de proteção das plantações 
por meio da introdução de códigos genéticos resistentes a doenças causadas 
por insetos ou vírus, ou por um aumento da tolerância aos herbicidas.
Nesta categoria, não se inclui culturas resultantes de técnicas que impliquem 
a introdução direta, em um organismo, de material hereditário, desde 
que não envolvam a utilização de moléculas de ADN/ARN recombinante, 
inclusive fecundação in vitro, conjugação, transdução, transformação, 
indução poliploide e qualquer outro processo natural. Nesse contexto, 
também é importante salientar a definição de termos comumente utilizados 
nessa área:
• Engenharia genética: atividade de produção e manipulação de 
moléculas de ADN/ARN recombinante;
• Ácido desoxirribonucleico (ADN), ácido ribonucleico (ARN): material 
genético que contêm informações determinantes dos caracteres 
hereditários transmissíveis à descendência;
• Derivado de OGM: produto obtido de OGM e que não possua 
capacidade autônoma de replicação ou que não contenha forma viável 
de OGM. Não se inclui na categoria de derivado a substância pura, 
quimicamente definida, obtida por meio de processos biotecnológicos 
e que não contenha OGM, proteína heteróloga ou ADN recombinante;
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De acordo com a legislação, após manifestação da Comissão Técnica 
Nacional de Biossegurança (CTNBio), compete ao Ministério da Agricultura 
a emissão de autorizações e registros, bem como a fiscalização de produtos 
e atividades que utilizem organismos geneticamente modificados e 
seus derivados destinados ao uso animal, na agricultura, na pecuária, na 
agroindústria e áreas afins. Essas atividades estão sob responsabilidade da 
Coordenação de Biossegurança, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento 
Agropecuário (SDA).
A exigência do símbolo da transgenia nos produtos com organismos geneticamente 
modificados (OGM) é representada no rótulo com um T dentro de um triângulo amarelo. No 
Brasil, o símbolo é regulamentado pela Portaria nº 2.658, de 22 de dezembro de 2003, do 
Ministério da Justiça.
Figura 47 – Símbolo de produtos transgênicos
Desde 2005, a Lei nº 11.105, ou Lei de Biossegurança (BRASIL, 2005b), estabelece de forma clara que 
compete à CTNBio a análise técnica da biossegurança do OGM sob o aspecto de saúde humana, vegetal 
e ambiental. Os demais órgãos fiscalizadores, a exemplo do Mapa, do MMA e do MS, têm representantes 
na comissão cujas decisões são tomadas de maneira democrática e transparente, já que as reuniões são 
públicas e suas atas são divulgadas para toda a sociedade.
Além de algodão, milho e soja, há o feijão transgênico resistente ao vírus do mosaico dourado, 
único produto GM do mundo desenvolvido inteiramente por uma instituição pública de pesquisa, a 
Embrapa. Cabe também ressaltar as 17 vacinas para uso animal e as duas leveduras para produção de 
biocombustíveis também avaliadas e liberadas.
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8.1.2 As competências da CTNBio
A CTNBio é uma instância colegiada multidisciplinar, criada pela Lei nº 11.105, de 24 de março 
de 2005, cuja finalidade é prestar apoio técnico consultivo e assessoramento ao Governo Federal na 
formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança relativa à OGM, bem 
como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e pareceres técnicosreferentes à proteção 
da saúde humana, dos organismos vivos e do meio ambiente, para atividades que envolvam construção, 
experimentação, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo, armazenamento, liberação 
e descarte de OGM e derivados.
Conforme o artigo 14 do Capítulo III da Lei nº 11.105, temos:
Art. 14. Compete à CTNBio:
I – estabelecer normas para as pesquisas com OGM e derivados de OGM;
II – estabelecer normas relativamente às atividades e aos projetos relacionados a OGM 
e seus derivados;
III – estabelecer, no âmbito de suas competências, critérios de avaliação e monitoramento 
de risco de OGM e seus derivados;
IV – proceder à análise da avaliação de risco, caso a caso, relativamente a atividades e 
projetos que envolvam OGM e seus derivados;
V – estabelecer os mecanismos de funcionamento das Comissões Internas de 
Biossegurança – CIBio, no âmbito de cada instituição que se dedique ao ensino, à pesquisa 
científica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção industrial que envolvam OGM ou 
seus derivados;
VI – estabelecer requisitos relativos à biossegurança para autorização de funcionamento 
de laboratório, instituição ou empresa que desenvolverá atividades relacionadas a OGM e 
seus derivados;
VII – relacionar-se com instituições voltadas para a biossegurança de OGM e seus 
derivados, em âmbito nacional e internacional;
VIII – autorizar, cadastrar e acompanhar as atividades de pesquisa com OGM ou derivado 
de OGM, nos termos da legislação em vigor;
IX – autorizar a importação de OGM e seus derivados para atividade de pesquisa;
X – prestar apoio técnico consultivo e de assessoramento ao CNBS na formulação da 
PNB de OGM e seus derivados;
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XI – emitir Certificado de Qualidade em Biossegurança – CQB para o desenvolvimento 
de atividades com OGM e seus derivados em laboratório, instituição ou empresa e enviar 
cópia do processo aos órgãos de registro e fiscalização referidos no art. 16 desta Lei;
XII – emitir decisão técnica, caso a caso, sobre a biossegurança de OGM e seus derivados 
no âmbito das atividades de pesquisa e de uso comercial de OGM e seus derivados, inclusive 
a classificação quanto ao grau de risco e nível de biossegurança exigido, bem como medidas 
de segurança exigidas e restrições ao uso;
XIII – definir o nível de biossegurança a ser aplicado ao OGM e seus usos, e os respectivos 
procedimentos e medidas de segurança quanto ao seu uso, conforme as normas estabelecidas 
na regulamentação desta Lei, bem como quanto aos seus derivados;
XIV – classificar os OGM segundo a classe de risco, observados os critérios estabelecidos 
no regulamento desta Lei;
XV – acompanhar o desenvolvimento e o progresso técnico-científico na biossegurança 
de OGM e seus derivados;
XVI – emitir resoluções, de natureza normativa, sobre as matérias de sua competência;
XVII – apoiar tecnicamente os órgãos competentes no processo de prevenção e 
investigação de acidentes e de enfermidades, verificados no curso dos projetos e das 
atividades com técnicas de ADN/ARN recombinante;
XVIII – apoiar tecnicamente os órgãos e entidades de registro e fiscalização, referidos 
no art. 16 desta Lei, no exercício de suas atividades relacionadas a OGM e seus derivados;
XIX – divulgar no Diário Oficial da União, previamente à análise, os extratos dos pleitos e, 
posteriormente, dos pareceres dos processos que lhe forem submetidos, bem como dar ampla 
publicidade no Sistema de Informações em Biossegurança – SIB a sua agenda, processos 
em trâmite, relatórios anuais, atas das reuniões e demais informações sobre suas atividades, 
excluídas as informações sigilosas, de interesse comercial, apontadas pelo proponente e 
assim consideradas pela CTNBio;
XX – identificar atividades e produtos decorrentes do uso de OGM e seus derivados 
potencialmente causadores de degradação do meio ambiente ou que possam causar riscos 
à saúde humana;
XXI – reavaliar suas decisões técnicas por solicitação de seus membros ou por recurso 
dos órgãos e entidades de registro e fiscalização, fundamentado em fatos ou conhecimentos 
científicos novos, que sejam relevantes quanto à biossegurança do OGM ou derivado, na 
forma desta Lei e seu regulamento;
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Unidade IV
XXII – propor a realização de pesquisas e estudos científicos no campo da biossegurança 
de OGM e seus derivados;
XXIII – apresentar proposta de regimento interno ao Ministro da Ciência e Tecnologia.
§ 1º Quanto aos aspectos de biossegurança do OGM e seus derivados, a decisão técnica 
da CTNBio vincula os demais órgãos e entidades da administração.
§ 2º Nos casos de uso comercial, dentre outros aspectos técnicos de sua análise, os 
órgãos de registro e fiscalização, no exercício de suas atribuições em caso de solicitação 
pela CTNBio, observarão, quanto aos aspectos de biossegurança do OGM e seus derivados, 
a decisão técnica da CTNBio.
§ 3º Em caso de decisão técnica favorável sobre a biossegurança no âmbito da atividade 
de pesquisa, a CTNBio remeterá o processo respectivo aos órgãos e entidades referidos no 
art. 16 desta Lei, para o exercício de suas atribuições.
§ 4º A decisão técnica da CTNBio deverá conter resumo de sua fundamentação técnica, 
explicitar as medidas de segurança e restrições ao uso do OGM e seus derivados e considerar 
as particularidades das diferentes regiões do País, com o objetivo de orientar e subsidiar os 
órgãos e entidades de registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, no exercício de 
suas atribuições.
§ 5º Não se submeterá a análise e emissão de parecer técnico da CTNBio o derivado cujo 
OGM já tenha sido por ela aprovado.
§ 6º As pessoas físicas ou jurídicas envolvidas em qualquer das fases do processo de 
produção agrícola, comercialização ou transporte de produto geneticamente modificado 
que tenham obtido a liberação para uso comercial estão dispensadas de apresentação do 
CQB e constituição de CIBio, salvo decisão em contrário da CTNBio.
Fonte: Brasil (2005b).
 Observação
Em 2005, foi criada a Lei da Biossegurança (Lei nº 11.105/05), que 
permite o uso de organismos transgênicos e também estabelece regras 
gerais a respeito da pesquisa de biotecnologia no país.
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8.1.3 Alimentos orgânicos
O alimento orgânico não é somente sem agrotóxicos, como se veicula normalmente. Alimento 
orgânico é aquele isento de qualquer tipo de contaminante que ponha em risco a saúde ambiental ou 
humana, seja dos produtores, seja dos consumidores. Por ser produzido livre de insumos artificiais, como 
os adubos químicos, os agrotóxicos, as drogas veterinárias, os aditivos químicos sintéticos (corantes, 
aromatizantes e emulsificantes), os hormônios e os antibióticos, e de organismos geneticamente 
modificados, ele é considerado mais saudável.
Segundo definição do International Fresh-Cut Produce Association ([s.d.]):
Produtos minimamente processados e saudáveis são convenientemente 
prontos para uso, como frutas e vegetais frescos. Estes produtos são definidos 
como qualquer fruta ou vegetal ou uma sua combinação fisicamente alterada 
a partir da sua forma original, mas que permanecem num estado fresco. 
Estas frutas e legumes podem ser aparados, descascados, lavados e cortados 
em 100% do produto utilizável que é ensacado ou pré-embalado para 
oferecer aos consumidores alta nutrição, conveniência e valor, mantendo o 
frescor (INTERNATIONAL FRESH-CUT PRODUCE ASSOCIATION, [s.d.]).
Cabe salientarque danos mecânicos são práticas geradoras de perdas quantitativas e qualitativas, 
o que é causado pelo corte ou descascamento, sendo um dos maiores obstáculos na conservação dos 
produtos minimamente processados.
Mais que isso, para ser considerado como orgânico, o alimento deve ser produzido sob os 
princípios da agricultura orgânica ou agricultura biológica, isto é, num ambiente de produção 
sustentável, que contempla o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos 
naturais, respeitando as relações sociais e culturais. A agricultura orgânica está relacionada ao 
desenvolvimento sustentável.
Figura 48 – Alimentos orgânicos devem ser certificados
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Esse sistema de produção tem como objetivo a autossustentação da propriedade agrícola ao longo 
do tempo, a maximização dos benefícios sociais para o agricultor, a minimização da dependência de 
energias não renováveis na produção e a oferta de produtos saudáveis e de elevado valor nutricional. A 
agricultura orgânica é uma forma de agricultura que se baseia em técnicas como rotação de culturas, 
adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas.
 Observação
Quando o produto é certificado, o produtor pode vendê-lo não só 
em feiras, mas, também para supermercados, lojas, restaurantes, hotéis 
e indústrias, na internet etc.
Os métodos empregados na agricultura orgânica são aplicados e regulados em muitos países, com 
base, em grande parte, nas normas estabelecidas pela Federação Internacional dos Movimentos de 
Agricultura Orgânica (Ifoam), uma organização internacional que reúne organizações de agricultores 
orgânicos ao redor do mundo desde 1972. De acordo com a organização, 88 países, incluindo o Brasil, 
contam com leis sobre a produção de alimentos orgânicos.
Os produtores de orgânicos utilizam o rodízio de culturas e a diversificação de espécies entre os 
canteiros e dentro deles. Nas lavouras são aplicados cordões de contorno com plantas diversas, que 
ajudam a proteger a plantação de pragas e doenças, servem como quebra-vento e protegem o solo 
da erosão.
Praticam o plantio direto, caracterizado pelo cultivo em cima do resíduo da cultura anterior, sem que 
o trator limpe o solo. Outras técnicas, como a adubação verde, também contribuem para o enriquecimento 
do solo, fornecendo o equilíbrio necessário para a geração de alimentos saudáveis. O solo é enriquecido 
com adubo orgânico, que promove o desenvolvimento da vida nesse solo, como minhocas, bactérias e 
fungos benéficos, que contribuem para o equilíbrio do sistema.
Adubação verde é o plantio de plantas, geralmente leguminosas, simultaneamente ou em processo 
alternado com o plantio de culturas de interesse econômico. Quando cortados, os adubos verdes são 
misturados ao solo e deixam esses nutrientes disponíveis para o produto orgânico que será cultivado. 
Também protegem o solo da erosão e podem ser repelentes naturais de pragas e doenças.
A procura de alimentos livres de aditivos químicos tem aumentado na mesma proporção da busca 
de saúde e qualidade de vida. O mercado de alimentos orgânicos cresce rapidamente: em 1999, 
movimentava 15,2 bilhões de dólares em todo o mundo; em 2012, atingiu 63,8 bilhões. A demanda 
tem impulsionado um aumento semelhante em terras agrícolas voltadas para produção orgânica que 
triplicaram em extensão, ao atingirem aproximadamente 37,5 milhões de hectares em todo o mundo, o 
que representa 0,87% do total das terras agrícolas no mundo.
A produção e a comercialização de alimentos orgânicos no Brasil foram aprovadas pela Lei nº 10.831, 
de 23 de dezembro de 2003, e regulamentadas em 27 de dezembro de 2007, com a publicação do 
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Decreto nº 6.323/07. Além da Lei nº 10.831/03, temos ainda as Instruções Normativas (Mapa): nº 19/09 
(mecanismos de controle e formas de organização); nº 18/09, alterada pela IN nº 24/11 (processamento); 
nº 17/09 (extrativismo sustentável orgânico); nº 50/09 (selo federal do SisOrg); nº 46/11 (produção 
vegetal e animal); nº 37/11 (cogumelos comestíveis); nº 38/11 (sementes e mudas orgânicas); e nº 28/11 
(produção de organismos aquáticos).
Mesmo os produtores estrangeiros, para que possam comercializar seus produtos no Brasil como 
orgânicos, devem ser certificados por uma certificadora credenciada junto ao Mapa e atender às 
normativas específicas brasileiras. Produtos certificados por normas internacionais (como NOP, EU, 
JAS) não são reconhecidos automaticamente como orgânicos, devendo ser certificados conforme 
a norma BR.
De acordo com a legislação, para ter o nome “orgânico” ou “produto orgânico” no rótulo, o produto 
deve conter, no máximo, 5% de ingredientes não orgânicos. Produtos que tenham uma porção maior de 
ingredientes não orgânicos serão identificados como “produtos com ingredientes orgânicos”, uma vez 
que a parte orgânica deve ser de, no mínimo, 70%. Aqueles que estiverem abaixo desse percentual não 
podem ser comercializados como de qualidade orgânica.
Para que possam comercializar seus produtos como orgânicos, os produtores devem se regularizar 
por meio de uma certificação por um Organismo da Avaliação da Conformidade Orgânica (OAC) 
credenciado junto ao Mapa, ou se organizar em grupo e se cadastrar junto ao Mapa para realizar a 
venda direta sem certificação. A diferença está no fato de que o produtor sem certificação só pode 
realizar vendas diretas ao consumidor (feiras), enquanto o produtor certificado poderá comercializar 
seus produtos (que receberão selo atestando a qualidade de orgânico) em feiras, supermercados, lojas, 
restaurantes, hotéis, indústrias e internet.
A certificação de produtos orgânicos é o procedimento pelo qual uma certificadora, devidamente 
credenciada pelo Mapa e “acreditada” (credenciada) pelo Inmetro, assegura por escrito que determinado 
produto, processo ou serviço obedece às normas e práticas da produção orgânica.
8.2 Reciclagem
Existem vários processos que beneficiam o meio ambiente e garantem uma destinação adequada ao 
lixo. Entre essas medidas, podemos destacar a reciclagem e o reúso de materiais, como plástico, vidro, 
borracha e papel.
O termo reciclagem refere-se ao processo no qual itens e componentes são usados para criar algo 
novo. Garrafas de plástico são recicladas e transformadas em roupas, tapetes, e bancos. Vidro e alumínio 
são materiais reciclados de maneira em geral: produtos de alumínio voltam ao setor produtivo como 
latas e perfis, e vidros de garrafas voltam em novas garrafas, embalagens ou vidros de janelas.
A reciclagem representa forma técnica de reutilização, mas se refere especificamente aos itens 
descartados e divididos em matérias-primas. Empresas de reciclagem convertem o item original e depois 
vendem o material utilizável.
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A diferença fundamental entre a reciclagem e o reúso está no processo e no resultado. Na reciclagem, 
o lixo é transformado em outro tipo de material, ou seja, o material é processado e transformado. Por 
exemplo: a borracha pode ser reciclada e misturada ao concreto.
A reciclagem é um processo em que determinados materiais, reconhecidos como lixo, são reutilizados 
como matéria-prima para a fabricação de novos produtos. Além de se apresentarem com propriedades 
físicas diferentes, possuem uma nova composição química.
Esse processo é importante nos dias de hoje, pois transforma aquilo que iria ou já se encontra no lixo 
em novos produtos, reduzindo resíduos que seriam lançados na natureza, ao mesmo tempo que poupamatérias-primas, muitas vezes oriundas de recursos não renováveis, e energia. Para produzir alumínio 
reciclado, por exemplo, utilizam-se apenas 5% da energia necessária para fabricar o produto primário.
Dessa forma, é importante separar esses materiais, para que não sejam encaminhados com o lixo que 
não é reciclável e possam ter outro destino que não seja ocupar espaço nos aterros sanitários e lixões.
No Brasil, quase a totalidade de latinhas descartáveis (97,9%, segundo dados da Associação Brasileira 
do Alumínio) e garrafas PET é reciclada. O plástico reciclado serve para as aplicações mais diversas, podendo 
ser usado puro ou misturado com resina virgem e até com outros materiais. As aplicações mais comuns 
são feitas em embalagens, utensílios domésticos, caixas d’água, tubos e conexões, torneiras, piscinas, 
telhas, peças de calçados, sacos plásticos, peças automotivas, componentes para eletrodomésticos, 
revestimentos, roupas, cabides, edredons (forro) e moletons, cordas de varal, vassouras, réguas, relógios, 
porta-lápis e canetas, e muitos outros.
Entretanto, plásticos, latas de aço, vidro, dentre outros materiais, são pouco considerados nesse 
processo, reforçando as estatísticas apontando que somente 11% de tudo o que se joga na lata de lixo 
em nosso país é, de fato, reciclado.
Cabe ainda salientar que a reciclagem, no Brasil, embora divulgada, não é considerada como 
consciência ecológica, pois os catadores de lixo usam a coleta como sobrevivência.
Cada cor está associada a um tipo de material. Esse sistema facilita o processo de quem deposita o 
lixo e de quem o coleta. Veja cada uma delas:
• Azul: papel/papelão.
• Vermelho: plástico.
• Verde: vidro.
• Amarelo: metal.
• Preto: madeira.
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• Laranja: resíduos perigosos.
• Branco: resíduos de hospitais e serviço de saúde.
• Roxo: lixo radioativo.
• Marrom: lixo orgânico.
Figura 49 – Alguns modelos de lixeiras para reciclagem
Reutilizar um item significa utilizá-lo e depois usá-lo outra vez. O objetivo da reutilização é prolongar 
a vida do item ou material. No caso do reúso, o lixo não passa por nenhum processo de transformação, ele 
apenas é empregado com uma utilidade diferente da proposta inicial – ou seja, uma garrafa de refrigerante 
pode ser transformada numa luminária mediante técnicas de artesanato. A reutilização também é chamada 
de reaproveitamento, que seria o caso de se utilizar a garrafa de refrigerante para guardar água.
Embora a reciclagem represente ferramenta valiosa, as pessoas precisam ter mais atenção ao 
reaproveitamento. Essa atividade impede os materiais de irem para o fluxo de resíduos e com frequência 
eles podem ser usados mais vezes antes de serem transformados em algo novo.
Há ainda outras razões pelas quais a reutilização deve ser feita antes da reciclagem. A atividade 
também reduz a quantidade de resíduos perigosos, cria novos negócios (revenda de produtos usados) e 
oportunidades de emprego e ainda fornece produtos acessíveis aos consumidores.
Segundo dados do site Ambiente Brasil ([s.d.]):
[...] no Brasil, a cada ano são desperdiçados R$ 4,6 bilhões porque não se 
recicla tudo o que poderia. O Brasil é considerado um grande “reciclador” de 
alumínio, mas ainda reaproveita pouco os vidros, o plástico, as latas de ferro 
e os pneus que consome.
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A cidade de São Paulo produz mais de 12.000 toneladas de lixo por dia, com 
este lixo, em uma semana dá para encher um estádio para 80.000 pessoas.
Somente 37% do papel de escritório é realmente reciclado, o resto é 
queimado. Por outro lado, cerca de 60% do papel ondulado é reciclado 
no Brasil.
Menos de 50% de produção nacional de papel ondulado ou papelão é 
reciclado atualmente, o que corresponde a cerca de 720 mil toneladas de 
papel ondulado. O restante é jogado fora ou inutilizado.
Pesquisas indicam que cada ser humano produz, em média, um pouco mais 
de 1 quilo de lixo por dia. Atualmente, a produção anual de lixo em todo o 
planeta é de aproximadamente 400 milhões de toneladas.
Perfil do lixo produzido nas grandes cidades brasileiras:
1. 39%: papel e papelão
2. 16%: metais ferrosos
3. 15%: vidro
4. 8%: rejeito
5. 7%: plástico-filme
6. 2%: embalagens longa vida
7. 1%: alumínio (AMBIENTE BRASIL, [s.d.]).
Dados da Associação Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA, 2010) indicam que no Brasil, em 
2010, 45,5% do papel que foi fabricado foi reciclado. Esses dados se baseiam na informação sobre o 
volume de aparas recuperadas no país dividido pelo consumo aparente de papel.
Já os dados da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL, 2013) a respeito da relação entre sucata 
recuperada e consumo doméstico em 2012 é de 35,3%. Já em latas de alumínio, o índice de reciclagem 
é de 97,9%.
Quanto aos vidros, a Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (ABIVIDRO, 
[s.d.]) informa dados de 2007 com 49% de reciclagem dos vidros produzidos no Brasil.
Por sua vez, a Associação Brasileira da Indústria do PET (ABIPET, 2013), a partir de dados de 2012, 
indica 331.000 toneladas recicladas, com índice de reciclagem de 58,9%.
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Já na agricultura,
O Brasil continua sendo líder na destinação de embalagens vazias de 
produtos agrotóxicos. Atualmente, o Instituto Nacional de Processamento 
de Embalagens Vazias (inpEV), ONG responsável pela destinação final do 
material, recolhe 94% do total descartado. Nos últimos 13 anos foram 
mais de 246 mil toneladas de embalagens recicladas. Somente em 2012, 
foram encaminhadas 37.379 t. A quantidade representa um crescimento de 
9% quando comparada a 2011. A expectativa para 2013 é destinar 40 mil 
toneladas de embalagens vazias.
De acordo com o coordenador de Agrotóxicos do Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento (Mapa), Luís Eduardo Rangel, o principal objetivo 
é dar a destinação correta para as embalagens vazias dos agrotóxicos 
e diminuir o risco para a saúde das pessoas e de contaminação do meio 
ambiente. “A fiscalização é rígida pelas leis de agrotóxicos e de crimes 
ambientais. As multas podem chegar a R$ 20 mil no caso de não cumprimento 
da legislação”, alerta.
Os estados líderes na devolução de recipientes de agrotóxicos, segundo o 
(inpEV), são Mato Grosso, Paraná, São Paulo e Goiás. De janeiro a dezembro 
de 2012, os produtores rurais do Mato Grosso devolveram 8,6 mil toneladas 
(t) de embalagens vazias de agrotóxicos. No Paraná, no mesmo período, 
foram recolhidas 4,8 mil t, em São Paulo 3,7 mil t e em Goiás foram 3,5 mil t. 
Os países que mais encaminharam para destinação final, neste mesmo 
período, foram Alemanha (76%) Canadá (73%) França (66%) Japão (50%) 
Polônia (45%) Espanha (40%) Austrália (30%) e Estados Unidos (30%).
As embalagens de agrotóxicos são obrigatoriamente recolhidas desde 2002. 
A nova legislação federal determinou a responsabilidade da destinação final 
de embalagens vazias para o agricultor, o fabricante e o revendedor. Cada 
elo da cadeia tem a sua função. Antes da legislação, as embalagens eram 
enterradas ou queimadas, de acordo com a nova regra, o produtor deve 
lavá-las e perfurá-las para evitar a reutilização. Esse recipiente pode ficar 
armazenado na propriedade por no máximo um ano. O revendedor tem a 
obrigação de indicar os postos de recolhimento na nota fiscal e o fabricante 
de recolher e dar a destinação final ao material (BRASIL, [s.d.]r).
No entanto, há um contrassenso na leibrasileira: obrigar o produtor a lavar as embalagens significa 
poluir as águas com os resíduos tóxicos que ainda permanecerem nas embalagens.
Na indústria alimentícia, um dos fatos marcantes foi a substituição das caixas de ovos que eram 
feitas de isopor, material não reciclável, frágil e não reutilizável, por caixas de papelão reciclado, embora 
ainda encontremos algumas de isopor ou de plástico.
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Unidade IV
Figura 50 – Caixa de ovos
8.3 Inovação, meio ambiente e competitividade
Uma extensa literatura tem se ocupado das mudanças pelas quais passou a agropecuária brasileira 
nas últimas décadas, com especial atenção à chamada modernização da agricultura. Contrariando 
previsões dos analistas das décadas de 1950 e 1960, o setor agrícola, a partir do fim da década de 1960, 
absorveu quantidades crescentes de crédito agrícola, incorporou os chamados “insumos modernos”, 
como fertilizantes químicos e agrotóxicos, ao seu processo produtivo, mecanizando a produção, e 
integrou-se aos modernos circuitos de comercialização, via bolsas de mercadorias, por exemplo.
O aumento da produtividade permitiu o aumento da produção de matérias-primas e alimentos para 
a exportação e mesmo para o mercado interno. Mesmo a produção de alimentos para abastecimento 
das cidades, apesar de dificuldades que teriam a ver com orientações da política econômica, teria sido, 
no entender de alguns estudiosos, “bastante razoável” (GRAZIANO DA SILVA, 1978, p. 25).
Segundo o autor,
[...] o sentido das transformações capitalistas é elevar a produtividade 
do trabalho. Isso significa fazer cada pessoa ocupada no setor agrícola 
produzir mais, o que só se consegue aumentando a jornada e o ritmo 
de trabalho das pessoas, e intensificando a produção agropecuária. E 
para conseguir isso o sistema capitalista lança mão dos produtos da sua 
indústria: adubos, máquinas, defensivos etc. Ou seja, o desenvolvimento 
das relações de produção capitalistas no campo se faz “industrializando” 
a própria agricultura. Essa industrialização da agricultura é exatamente 
o que se chama comumente de penetração ou “desenvolvimento do 
capitalismo no campo”. O importante de se entender é que é dessa 
maneira que as barreiras impostas pela Natureza à produção agropecuária 
vão sendo gradativamente superadas. Como se o sistema capitalista 
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AGRICULTURA INTERNACIONAL E O MEIO AMBIENTE
passasse a fabricar a natureza que fosse adequada à produção de maiores 
lucros. Assim, se uma determinada região é seca, tome lá uma irrigação 
para resolver a falta de água; se é um brejo, lá vai uma draga resolver o 
problema do excesso de água; se a terra não é fértil, aduba-se e assim por 
diante (GRAZIANO DA SILVA, 1981, p. 6).
Essa modernização, que se fez sem que a estrutura da propriedade rural fosse alterada, teve, no 
dizer dos economistas, “efeitos perversos”: a propriedade tornou-se mais concentrada, as disparidades 
de renda aumentaram, o êxodo rural acentuou-se, aumentou a taxa de exploração da força de trabalho 
nas atividades agrícolas, cresceu a taxa de autoexploração nas propriedades menores e piorou a 
qualidade de vida da população trabalhadora do campo. Por isso, os autores gostam de usar a expressão 
“modernização conservadora”.
Graziano da Silva (1981) nos dá um exemplo interessante e bastante ilustrativo das transformações 
que o sistema capitalista provoca na produção agropecuária, como o da avicultura, que reproduzimos 
a seguir:
Antigamente as galinhas, e os galos também, eram criados soltos nas 
fazendas e sítios. Ciscavam, comiam minhocas, restos de alimentos e às 
vezes até mesmo um pouco de milho. Punham uma certa quantidade de 
ovos – uma ninhada de doze, quinze – e depois iam chocá-los durante 
semanas seguidas. Mesmo que os ovos fossem retirados, periodicamente 
as galinhas paravam de botar, obedecendo ao instinto biológico da 
procriação e punham-se em “choco”. Mas, logo se descobriu que essa 
parte do processo de procriação das aves podia ser feita pela incubadora 
(ou chocadeira) elétrica. E com maior eficiência que a própria galinha, 
uma vez que permitia controlar melhor a temperatura e evitar quebra 
dos ovos. Tornou-se necessário então fabricar uma galinha que não 
perdesse tempo chocando, isto é, que se limitasse a produzir ovos todo 
o tempo de sua vida útil. Evidentemente, uma produção assim mais 
intensiva não era possível ser conseguida com galinhas que ciscassem 
e se alimentassem à base de engolir minhocas e restos de comida. Foi 
preciso fabricar uma nova alimentação para essas galinhas – as rações – 
que possibilitassem sustentar essa postura. Além de melhor alimentação, 
as aves foram confinadas em pequenos cubículos metálicos, para 
que não desperdiçassem energia ciscando. Estava constituída uma 
verdadeira “fábrica avícola”: de um lado entra ração, a matéria-prima; 
do outro saem ovos, o produto. Tudo padronizado, lado a lado umas das 
outras nas suas prisões. Nessas alturas os galos que não botavam ovos 
e só faziam barulho e arrumavam encrenca! Claro que alguns poucos 
– será que privilegiados? – foram preservados para a procriação. Mas 
esta atividade passou a ser outro ramo distinto: a produção de ovos 
se separou da produção de pintinhos. E a avicultura se tornou tão 
especializada que a produção de matrizes – quer dizer dos pais e das 
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mães dos pintinhos – passou a ser outro ramo também especializado. 
Quer dizer que: quem produz ovos, compra os pintinhos; quem produz 
os pintinhos, compra as matrizes. Mas, por que uma galinha que não 
choca, presa numa gaiola, comendo ração é mais adequada ao sistema 
capitalista que a outra que ciscava nos terrenos das fazendas em busca 
de minhocas? Ora, além de produzir mais ovos que a outra em sua vida 
útil, a galinha que não choca dá lucros também ao produtor da ração, ao 
que fabrica as gaiolas, ao dono das chocadeiras elétricas, aos que vendem 
pintinhos etc. Ou seja, a produção de ovos com essa “fábrica avícola” 
criou o mercado para a indústria de ração, de gaiolas, de chocadeiras, de 
pintinhos, das matrizes, Por sua vez, a indústria de ração dá lucros para 
o fabricante de medicamentos, ao comerciante do milho, à indústria 
de gaiolas, ao fabricante de arames galvanizado e chapas metálicas e 
assim sucessivamente. Tudo isso porque uma galinha come minhocas e 
a outra não? E, seria o caso perguntar, quem ganha com isso? A resposta 
é óbvia. Os donos das indústrias de ração, das gaiolas, de chocadeiras. O 
pequeno produtor, que cria os pintinhos e vende os ovos, esse não. Ele 
tem que comprar ração, gaiolas, medicamentos, pintinhos, tudo vindo 
de grandes companhias. Então, é lógico que se paga caro essas coisas, 
porque o seu poder de barganha é nulo frente a essas grandes empresas. 
Na hora de vender é a mesma coisa: são grandes compradores, e há 
muito ovo (lembre-se que essas galinhas vivem apenas para botar ovos), 
então o preço é baixo, tão baixo, que ele precisa cuidar de milhares 
de galinhas para conseguir garantir a sua sobrevivência como pequeno 
produtor. Em resumo, ele trabalha mais e ganha relativamente menos. 
A questão está justamente aí: o sistema todo foi feito para que ganhem 
os grandes capitais e não os pequenos produtores. Então diriam certos 
“anarquistas ecológicos” hoje vestidos com a roupagem da proteção 
ambiental: vamos voltar a produzir galinhas que ciscam nos terreiros 
e comem minhocas, porque além de combater o sistema capitalista, 
estaríamos produzindo ovos mais saudáveis e poupando milho para 
alimentar osseres humanos. É claro que ninguém defende que os ovos 
devam conter resíduos de DDT ou coisa semelhante, mas essa posição 
não é apenas utópica, mas também profundamente elitista, ela reduziria 
drasticamente a produção de ovos, o que elevaria brutalmente seus 
preços, além de condenar milhares de trabalhadores empregados nesse 
“complexo avícola” (GRAZIANO DA SILVA, 1981, p. 6-7).
Ao analisar esse exemplo, podemos chegar à conclusão de que a questão não é a galinha em si, mas 
o sistema que a orienta: a tecnologia adotada é apropriada aos interesses do grande capitalista contra 
os dos pequenos produtores.
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Figura 51 – A criação de galinhas
É importante lembrar que o objetivo das transformações capitalistas na agricultura (como em toda 
a economia) é o de aumentar a produtividade do trabalho, isto é, fazer cada pessoa poder produzir mais 
durante o tempo em que está trabalhando.
Isso não é privilégio da agricultura. As máquinas de escrever obrigaram várias secretárias a fazer um 
curso de datilografia, pois nem sempre as letras escritas por elas (ou por seus chefes) eram inteligíveis. 
Isso melhorou a apresentação de cartas e memorandos, mas com o advento do computador, surgiram 
os cursos de digitação, o que melhorou a produtividade, e muito, pois a elevação da produtividade do 
trabalho é fundamental em qualquer sociedade.
No entanto, como secretárias custam caro, as empresas procuraram sistemas integrados, 
desenvolvidos por outras empresas, que possibilitassem ao administrador tomar conta do seu negócio 
sem interferência de qualquer outra pessoa, e demitiram as secretárias.
Segundo o Manual de Oslo:
Uma inovação tecnológica de produto (e processos) é a implantação 
ou comercialização de um produto com características de desempenho 
melhoradas, tais como a prestação de serviços objetivamente novos ou 
melhorados para o consumidor. A inovação de processo tecnológico é 
a implantação ou adoção de novos processos de produção ou emprego 
de melhores métodos. Pode incluir mudanças de equipamento, 
recursos humanos, métodos de trabalho ou uma combinação destes. 
[...] Inovações TPP (technological product and process) envolvem 
uma série de atividades tecnológicas, organizacionais, financeiras e 
comerciais. A empresa inovadora em TPP é aquela que implementou 
tecnologicamente novos produtos ou processos significativamente 
melhorados tecnologicamente (ORGANISATION FOR ECONOMIC 
CO-OPERATION AND DEVELOPMENT, 1997).
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A partir da década de 1990, amplia-se no mundo todo o debate sobre as relações entre o meio 
ambiente e o desenvolvimento científico e tecnológico. Isso decorre do alerta sobre o estado de 
degradação ambiental e suas consequências negativas para a sobrevivência da população, assim como 
a crescente percepção dos impactos ambientais associados às atividades agrícolas e industriais.
A partir do momento em que se reforça a preocupação com a influência que a conservação e a 
recuperação ambiental devem ter sobre a evolução das tecnologias, inicia-se a abertura de espaços para 
a internalização desses processos de inovação.
Assim como nos demais setores, na agricultura a variável ambiental passou a exercer um peso 
relativamente importante no processo de inovação a partir da década de 1990. Há um conjunto 
formado por seis grupos principais: empresas privadas fornecedoras de insumos e equipamentos para 
a agricultura, empresas privadas processadoras de produtos agrícolas, instituições públicas de pesquisa 
e universidades, organizações coletivas não orientadas ao lucro (cooperativas e associações), setor de 
serviços (por exemplo, de assistência técnica) e unidades produtivas (agropecuária).
O importante é que a partir da constituição dos ramos industriais no país, a agricultura brasileira 
teve de criar um mercado consumidor para esses novos meios de produção. Para garantir a ampliação 
desse mercado, o Estado implementou um conjunto de políticas agrícolas destinadas a incentivar a 
aquisição dos produtos desses novos ramos da indústria, acelerando o processo de incorporação de 
modernas tecnologias pelos produtores rurais. A industrialização da agricultura brasileira entrava assim 
numa outra etapa.
A trajetória da agricultura é uma história de produção de novidades. Através dos séculos, agricultores 
têm produzido pequenas e grandes mudanças no processo de produção, combinando elementos naturais, 
culturais e econômicos, em um cenário geralmente imprevisível e muito diverso.
De fato, há um acréscimo de consumo, reflexo da onda de novas demandas pelos chamados “produtos 
naturais” no mundo todo. Isso desperta o interesse na produção em larga escala de uma diversidade de 
produtos de alto valor agregado, como:
• Medicamentos fitoterápicos, ou seja, os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas 
ativas vegetais. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que inclui na sua composição 
substâncias ativas isoladas, sintéticas ou naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais.
• Cosméticos, havendo ainda os fitoterápicos manipulados e os produtos cadastrados na Anvisa 
como alimentos ou cosméticos, além dos produtos artesanais e da planta medicinal in natura, 
utilizados amplamente na medicina popular.
• Produtos de higiene pessoal, como gel de linhaça (condicionador), óleo de rícino, óleo de 
jojoba, óleo de gergelim (limpeza e esfoliação para o rosto), cravo e canela (como adstringentes 
e antibacterianos).
• Variados tipos de bebidas e alimentos.
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AGRICULTURA INTERNACIONAL E O MEIO AMBIENTE
A tendência é que a indústria e as grandes redes varejistas segmentem os consumidores 
de acordo com o nível de renda que possuem. Alguns, particularmente aqueles que possuem 
níveis de renda altos, poderiam pagar um preço mais elevado pelos alimentos em virtude de 
incorporarem alguns atributos relacionados ao tipo de produção (origem, cuidado com o meio 
ambiente). No entanto, para outros – aqueles que possuem níveis de renda baixos –, o padrão 
de consumo seria definido pelo próprio varejo e pelas grandes agroindústrias, pois o atributo 
que possui maior peso é o preço baixo em detrimento de outros, em virtude da alta participação 
dos alimentos na composição dos custos de manutenção familiar. A questão de fundo que aqui 
se coloca é a capacidade das campanhas que fazem apelo à consciência ambiental e social de 
modificar o próprio consumo.
A agropecuária apresentou muitas inovações nas últimas décadas. Máquinas e insumos agrícolas 
marcaram a modernização da agricultura, mas na atual fase do processo destaca-se para parte do setor 
do agronegócio o consumo intensivo de capital intelectual (que congrega uma série de habilidades, 
competências, informações, conhecimentos, bancos de dados e técnicas).
Destacam-se, na área, por exemplo: uso de irrigação; municípios com 50% e mais da área colhida 
com uso de semente certificada e transgênica; municípios com 50% e mais dos estabelecimentos 
agropecuários com acesso a assistência técnica; aplicação de plantio direto, entre outros. Na pecuária 
bovina, destacam-se estabelecimentos com transferência de embriões; rastreamento; uso de rações 
industriais; confinamento; e inseminação artificial.
Temos ainda a introdução do plantio direto no sistema de preparo do solo e o uso de sementes 
transgênicas na cultura de grãos. A tecnologia da agricultura de precisão possibilita a organização e 
a manutenção do banco de dados da variabilidade espacial e temporal dosistema de produção das 
culturas, o que é importante para o desenvolvimento de técnicas que procuram o uso racional de 
recursos naturais e insumos agrícolas.
Assim, os tratores e colheitadeiras são fatores de produção fundamentais para o desenvolvimento da 
atividade rural, pois são utilizados na maior parte das culturas para a produção agrícola. Portanto, são 
bens necessários para que o produtor rural possa desenvolver sua atividade. Efetuando os cálculos entre 
os hectares utilizados pela agricultura e o número de tratores no Brasil, temos 65 milhões de hectares 
e 607.634 tratores, o que nos dá um índice de mecanização médio de um trator para aproximadamente 
106,97 hectares, número abaixo de muitos outros países, como Inglaterra (relação de 1:19), França (1:13) 
e Nova Zelândia (1:7).
Arados, colheitadeiras e tratores, entre outros, são as grandes ferramentas de trabalho da agricultura 
moderna. O trator é o símbolo da mecanização na agricultura, ou mais que um símbolo, poderíamos dizer, 
pois é o principal ponto de referência para os índices de mecanização do campo. Um país ou uma região 
são considerados mais ou menos mecanizados de acordo com o número de tratores em funcionamento. 
Já a qualidade da mecanização é medida pela idade da frota de tratores, ou seja, se grande parte da 
frota de tratores de uma determinada região ou de um país for muito antiga, poder-se-á dizer que os 
investimentos na agricultura estão em baixa ou são insuficientes.
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Sem mecanização, tratores, máquinas agrícolas etc., as atuais produções em grande escala seriam 
virtualmente impossíveis, pois com o trabalho manual, mesmo com grande quantidade de mão de obra, 
a qualidade e a quantidade da produção agrícola estariam definitivamente comprometidas.
 Resumo
Nesta unidade, vimos a gestão ambiental, abordando os produtos 
verdes, a reciclagem, os organismos geneticamente modificados (OGM) 
e os alimentos orgânicos. Também verificamos a segurança alimentar, 
item fundamental não só para o produtor agropecuário, mas também 
para a agroindústria.
Verificamos alguns indicadores de reciclagem de alguns dos produtos 
que são utilizados como embalagens, já que a agropecuária em si e 
seus produtos não podem ser reciclados e reutilizados, mas podem 
ser descartados. A razão disso é que ninguém compraria um produto 
alimentício depois do prazo de validade vencido nem o utilizaria para 
outros fins que não a alimentação. O fim dos resíduos de todo produto da 
agropecuária é o descarte.
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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
PLOW-1534517_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2016/07/22/10/13/plow-1534517_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 7
WHEAT-175960_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2013/08/26/09/26/wheat-175960_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 10
MAN-58092_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2012/09/26/22/25/man-58092_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 11
BOOKKEEPER-1016299_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2015/10/31/21/31/bookkeeper-1016299_960_720.jpg/>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 12
WOOD-1209632_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2016/02/19/11/18/wood-1209632_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 13
FISH-1387829_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2016/05/12/13/38/fish-1387829_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 14
COW-1357865_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2016/04/27/23/43/cow-1357865_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 15
PIG-68610_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2012/12/04/07/23/pig-68610_960_720.jpg/>. Acesso em: 1º set. 2016.
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Figura 16
HORSE-1342233_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2016/04/20/22/11/horse-1342233_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 17
WATER-BUFFALO-1458907_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2016/06/15/13/28/water-buffalo-1458907_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 18
GOATS-984284_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2015/10/12/15/12/goats-984284_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 19
ROOSTER-966434_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2015/10/01/04/00/rooster-966434_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 20
QUAIL-354040_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2014/05/25/22/56/quail-354040_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 21
NATURE-1428586_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2016/06/01/08/40/nature-1428586_960_720.jpg/>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 22
TURKEY-726460_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2015/04/17/01/54/turkey-726460_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 25
MEAT-1030729_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2015/11/07/11/00/meat-1030729_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 26
VEGETABLES-1348155_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2016/04/23/20/03/vegetables-1348155_960_720.jpg/>. Acesso em: 1º set. 2016.
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Figura 27
GARBAGE-525125_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2014/11/10/07/10/garbage-525125_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 28
BURNING-GRASS-1165823_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2016/01/28/05/55/burning-grass-1165823_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 29
POWER-STATION-374097_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2014/06/21/20/11/power-station-374097_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 48
ORGANIC-1463294_960_720.PNG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2016/06/17/12/49/organic-1463294_960_720.png>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 49
RECYCLING-BINS-373156_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2014/06/20/13/31/recycling-bins-373156_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 50
EGG-1504992_960_720.PNG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2016/07/08/18/18/egg-1504992_960_720.png>. Acesso em: 1º set. 2016.
Figura 51
CHICKEN-14428_960_720.JPG. Disponível em: <https://pixabay.com/static/uploads/
photo/2012/02/17/15/24/chicken-14428_960_720.jpg>. Acesso em: 1º set. 2016.
REFERÊNCIAS
Textuais
3 DÚVIDAS sobre a criação de cavalos. Globo Rural, São Paulo, 1º set. 2014. Disponível em: <http://
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AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS (ANTAQ). Anuário Estatístico Aquaviário. 2014. 
Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/anuario/>. Acesso em: 10 jul. 2015.
ALMEIDA, L. T. As interações entre comércio e meio ambiente. In: BRAGA, S. B.; MIRANDA, L. C. (Org.) 
Comércio e meio ambiente: uma agenda para a América Latina e Caribe. Brasília: MMA/SDS,

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