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115 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Unidade II 5 SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS Primeiro, necessitamos conhecer o conceito de segurança do trabalho, que pode ser entendido como o conjunto de medidas adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do funcionário. As medidas destinadas a evitar acidentes e doenças ocupacionais dependem diretamente do tipo de atividade exercida, do ambiente de trabalho, da tecnologia e das técnicas utilizadas, bem como da adoção de uma prática de educação e informação junto aos trabalhadores em seus locais de trabalho. No caso de essas medidas serem inadequadas, desconfortáveis e/ou pouco eficazes, haverá resistência e descrédito quanto à aplicação e adoção. Os trabalhadores devem ter acesso a informações sobre os riscos e cuidados que envolvam sua atividade e participar nas medidas de promoção da saúde e prevenção dos acidentes. Dentre todos os procedimentos de prevenção, os mais importantes referem‑se ao ambiente e à organização do trabalho. Um ambiente confortável propicia mais estímulo ao trabalho e um cuidado maior com as atividades perigosas. Qualquer objeto fora do lugar, por exemplo, logo é percebido. Por sua vez, uma boa organização do trabalho impede ou desestimula as improvisações, diminuindo sobremaneira a ocorrência de acidentes. A prevenção não é apenas um conjunto de ações ou medidas destinadas a evitar uma ocorrência nociva ou indesejável para a saúde de quem trabalha. Não consiste simplesmente na aquisição de materiais protetores, tais como botas de borracha, cadeiras apropriadas ou teclado anatômico de computador. Sem dúvida, tudo isso é importante. Mas precisamos considerar que prevenção pode ser algo bem maior. Lembrete Prevenir‑se contra acidentes de trabalho não é apenas proteger‑se de situações adversas, mas também melhorar as condições de trabalho, inclusive para colegas. Também é necessário conhecer três termos distintos: • Perigo: fonte ou situação com potencial de provocar danos em termos de ferimentos humanos ou problemas de saúde, danos à propriedade e ao ambiente, ou uma combinação destes. 116 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II • Dano: consequência de um determinado evento perigoso. • Risco: a medida da probabilidade e a consequência de ocorrer um evento perigoso podem ser definidas como uma possibilidade de dano, prejuízo ou perda. A análise preliminar de risco tem por objetivo compreender os perigos de uma determinada tarefa e os meios de eliminar, minimizar ou controlar os riscos e é utilizada para conscientizar os empregados da importância de conhecer as implicações do trabalho que realizam. A análise preliminar de risco auxilia a: • Encontrar problemas potenciais que possam resultar em mudanças no produto ou nas etapas do processo. • Avaliar possíveis maneiras para prevenir acidentes, paradas de produção, deficiências na qualidade e reduções no valor do produto. • Conhecer técnicas ocultas de produtividade e qualidade praticadas por operadores. • Identificar abusos cometidos no processo produtivo, de qualidade e segurança realizados por empregados. • Usar todas as informações disponíveis em treinamento para empregados novos ou transferidos. A principal Norma Regulamentadora para Trabalho em Máquinas e Implementos Agrícolas é a n° 31 (BRASIL, 2005), que tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho rural. Aqui vamos destacar seus principais itens. 5.1 Norma Regulamentadora n° 31 (NR 31) A NR 31 afirma no item 31.12.1: As máquinas e implementos devem ser utilizados segundo as especificações técnicas do fabricante e dentro dos limites operacionais e restrições por ele indicados, e operados por trabalhadores capacitados, qualificados ou habilitados para tais funções (BRASIL, 2005). Sem dúvida, a mão de obra qualificada permite, não só atende, a norma, mas é um dos fatores de produtividade da organização agropecuária. O operador deve estar familiarizado com todos os comandos e controles da máquina antes de operá‑la e, antes de trabalhar com implementos, deve fazer uma leitura do manual de instruções fornecido pelo fabricante, pois certos instrumentos requerem técnicas especiais de operação. 117 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Em relação à manutenção: 31.12.3 Os procedimentos de segurança e permissão de trabalho, quando necessários, devem ser elaborados e aplicados para garantir de forma segura o acesso, acionamento, inspeção, manutenção ou quaisquer outras intervenções em máquinas e implementos. [...] 31.12.12 Cabe ao empregador rural ou equiparado manter os sistemas de segurança em perfeito estado de conservação e funcionamento, sendo a retirada ou neutralização total ou parcial destes sistemas que coloquem em risco a integridade física dos trabalhadores considerada risco grave e iminente. [...] 31.12.24 As máquinas de cortar, picar, triturar, moer, desfibrar e similares devem possuir sistemas de segurança que impossibilitem o contato do operador ou demais pessoas com suas zonas de perigo. 31.12.26 As aberturas para alimentação de máquinas ou implementos que estiverem situadas ao nível do ponto de apoio do operador ou abaixo dele devem possuir proteção que impeça a queda de pessoas em seu interior (BRASIL, 2005). Sobre os itens citados, cabe relembrar o que já foi mencionado na parte de manutenção das máquinas: é importante ler o manual de instruções do fabricante das máquinas. Normalmente, os fabricantes têm normas de fabricação e elaboram testes em campo e laboratórios para incluir equipamentos de segurança nas máquinas ou fazer as exigências de equipamentos para seu manuseio. Com a publicação da Portaria MTE nº 2.546 (BRASIL, 2011), o item 12 da NR 31 foi profundamente alterado. As mudanças começam pelo título – passou de “Máquinas, Equipamentos e Implementos” para “Segurança no Trabalho em Máquinas e Implementos Agrícolas” –, que ficou muito mais completo e detalhado que o anterior, oferecendo um instrumento mais eficaz na prevenção de acidentes com máquinas agrícolas e também tornou a sua aplicação nos locais de trabalho mais viável. O item foi inspirado no Anexo 11 da NR 12 – Segurança no Trabalho com Máquinas e Equipamentos (BRASIL, 2010) e teve o Grupo de Trabalho Tripartite (GTT) coordenado por Aida Becker. O Anexo 11 da NR 12, que trata de máquinas agrícolas, foi discutido em conjunto com o item 12 da NR 31. A diferença é que a NR 31 aplica‑se às relações de trabalho rurais, que são regidas pela Lei 118 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II nº 5.889 (BRASIL, 1973), e a NR 12 é de cumprimento obrigatório pelos fabricantes de máquinas. Na essência, é o mesmo texto, com algumas diferenças decorrentes do seu campo de aplicação. O processo de reformulação do novo texto foi, como ocorre com as Normas Regulamentadoras, revisado por meio de discussão tripartite, envolvendo representantes de governo, empregadores e trabalhadores. Também contou com a participação de representantes dos fabricantes de máquinas, que se comprometeram com a implementação do disposto no texto final da Norma. Esse comprometimento é importante, uma vez que o subitem 31.12.2 (BRASIL, 2005), por exemplo, aproxima as relações entre empregadores rurais e fabricantes do maquinário, determinando que asproteções, dispositivos e sistemas de segurança previstos nessa Norma devem integrar as máquinas desde a sua fabricação, não podendo ser considerados itens opcionais para quaisquer fins. O novo texto contou também com um acordo entre os participantes da Comissão Permanente Nacional Rural (CPNR), responsável pela discussão da Norma, fato que não havia ocorrido em 2005, quando a NR 31 foi publicada. Isso representa um grande avanço no processo de diálogo com o setor agrícola e também um salto de qualidade no conteúdo da Norma. Essa alteração, se for cumprida tanto pelos fabricantes como pelas empresas e trabalhadores, irá se tornar um elo entre todos. Acredita‑se que as usinas de açúcar e álcool agrícolas precisarão investir em proteção para se adaptarem às novas diretrizes. A alteração da redação do item 31.12 da NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura afetou as usinas. Aquelas que já vinham descumprindo as normas terão mais dificuldades para sua adequação, uma vez que o grau de exigência aumentou. A alteração traz um detalhamento que visa fixar conceitos básicos de segurança quando se tratar de máquinas agrícolas. Como os profissionais têm certa dificuldade de acesso à informação e, por uma questão cultural, não costumam pesquisar em NRs, resolvemos detalhar mais o texto, mesmo correndo o risco de a Norma se tornar obsoleta em pouco tempo. Quando isso acontecer, adaptaremos o que ficar obsoleto. Esse é o momento da informação. Assim, trouxemos os conceitos que julgamos fundamentais, os mais relevantes, para que sejam fixados. Outro propósito é dar mais transparência para a informação, uma vez que o item detalhado pode diminuir a margem para interpretações equivocadas. Quando for feito algo genérico, haverá risco de cada pessoa entender o texto de forma diferente do que ficou estabelecido pela CPNR, responsável pela discussão da NR 31. Isso poderia trazer confusão, tanto para quem aplica quanto para quem fiscaliza a Norma. Observação As Normas Regulamentadoras, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta. 119 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Dados de acidentes do Ministério do Trabalho apontam para uma situação preocupante em nosso país devido ao aumento do índice de acidentes no meio rural em função da mecanização e automação do trabalho rural. O acidente de trabalho agrícola, além de representar um custo elevado em termos de tratamento médico, indenizações, perdas de produção, danos às máquinas, atrasos e outros, traz graves problemas ao acidentado e à sua família, principalmente no meio rural, onde se concentra uma alta taxa de trabalhadores sem registro e, portanto, desassistidos pelos órgãos públicos de assistência social e saúde. Os cuidados necessários para evitar acidentes no trabalho rural, em muitos casos, são práticas simples e de observações do óbvio, como os cuidados pessoais; cuidado no uso de ferramentas e equipamentos; adoção e atenção às medidas agrícolas de segurança, o que não exige de nenhuma das partes, empregado ou empregador, grande dispêndio de energia ou tempo. Mecanização, automatização e uso intensivo de defensivos químicos, como herbicidas e pesticidas, são os principais causadores de acidentes agrícolas no país. E o número, cada vez mais crescente, ainda tende a aumentar caso práticas simples não sejam adotadas tanto por parte dos trabalhadores rurais quanto por parte dos administradores. Como as atividades agrícolas englobam todas as atividades agroeconômicas, desde a produção de gêneros alimentícios até a produção de matérias‑primas para a indústria, elas abrangem um grande número de atividades variadas, que vão desde a limpeza e preparo do solo para o plantio até as operações de manejo da cultura, colheita, transporte e armazenamento. Em paralelo, outras atividades são realizadas, como: tratamentos de sementes e partes vegetativas, abertura de canais de irrigação e drenagem, criação de animais, construção e manutenção de estradas, cercas, estábulos, paiol e outros, controle de doenças e pragas, aplicação de corretivos e adubos, operação de máquinas, eletrificação rural e, em alguns casos, as agroindústrias de beneficiamento. Para a realização de todas essas atividades, é utilizado um grande número de ferramentas manuais, máquinas, implementos, veículos, produtos químicos, substâncias inflamáveis etc. que, se não forem corretamente manejadas, poderão causar inúmeros acidentes graves e comprometer seriamente a saúde do trabalhador. Sendo assim, fatores de prevenção deverão ser considerados para que o trabalhador rural e seu empregador se resguardem contra qualquer tipo de prejuízo, seja ele relativo à saúde física, mental ou financeira. 5.2 Norma Regulamentadora n° 6 (NR 6) Já a NR 6 (BRASIL, 2001) trata dos equipamentos de proteção individual (EPIs), considerados, como todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Como exemplo de EPIs, temos as máscaras, os protetores auriculares, os óculos de segurança, o calçado de segurança, as capas plásticas etc. O uso do EPI nasceu legalmente da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) por meio do Decreto‑lei nº 5.452 (BRASIL, 1943); em seu artigo 160, foi determinado que, em todas as atividades exigidas, o empregador forneceria EPI. 120 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II A empresa é obrigada a fornecer ao empregado, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: • Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças ocupacionais. • Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas. • Para atender situações de emergência. Quanto ao EPI, cabe ao empregador: • Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade. • Exigir o seu uso. • Fornecer ao empregado somente EPIs aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho. • Orientar e capacitar o empregado quanto ao uso adequado, acondicionamento e conservação. • Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado. • Responsabilizar‑se pela higienização e manutenção periódica. • Comunicar ao Ministério do Trabalho qualquer irregularidade observada. • Registrar o fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. Cabe ao empregado, quanto ao EPI: • Utilizar apenas para a finalidade a que se destina. • Responsabilizar‑se pelo acondicionamento e conservação. • Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso. • Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. Os riscos a que os empregados estão sujeitos são: • Riscos físicos – caracterizam‑se pela transferência de energia do agente físico para o trabalhador. Dependendo da quantidade de energia absorvida pelo trabalhador, o organismo poderá sofrer consequências como desenvolver uma doença profissional. Os agentes físicos mais importantes são: 121 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA — Ruído: o ruído elevado poderá produzir uma redução na capacidade auditiva do trabalhador, como um trator funcionando oito horas em um único dia, com um único funcionário. — Vibração: os efeitos de qualquer vibraçãodevem ser entendidos como consequência de uma transferência de energia para o corpo humano, caracterizados em operações com ferramentas manuais elétricas ou características do trabalho a que estão expostos operadores de grandes máquinas colheitadeiras e de tratores, podendo produzir problemas na coluna vertebral, dores lombares e nos rins etc. — Temperaturas anormais (extremas): são condições térmicas rigorosas, em que são realizadas diversas atividades profissionais, como calor intenso responsável por uma série de problemas que afetem a saúde e o rendimento do trabalhador (insolação, desidratação e as cãibras do calor) – por exemplo, um dia inteiro sob o sol arando a terra; ou o frio intenso encontrado em diversos tipos de empresas que utilizam câmaras frigoríficas, ocasionado enregelamentos dos membros, hipotermia (queda da temperatura corporal) e lesões na epiderme conhecidas como ulcerações do frio. • Riscos químicos – estão presentes em quase todos os processos industriais e agrícolas, como produtos para limpeza, processamento, pintura, inseticidas, herbicidas, adubos químicos, lubrificantes etc. Sem o devido cuidado, esses produtos podem ser perigosos para a saúde dos trabalhadores e até mesmo letais. Podem penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou pela natureza da atividade de exposição, e também ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. Figura 65 – Lesões na pele causadas por produto químico • Riscos biológicos – são microrganismos causadores de doença com os quais o trabalhador pode entrar em contato durante suas atividades profissionais. Podem causar doenças de natureza distinta que, em muitos casos, são transmitidas de outros animais ao homem, como as zoonoses. 122 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II Em geral, os maiores riscos biológicos são aqueles ligados à criação e ao cuidado de animais (em estábulos e cavalarias), manipulação de produtos de origem animal (resíduos deteriorados de animais) e serviços de limpeza em unidades de esgotos (galerias e tanques). • Riscos ergonômicos – são aqueles decorrentes da não adaptação ou ajustamento imperfeito do sistema homem‑máquina. A ergonomia tem por objetivo principal a adaptação das condições de trabalho às características físicas e psicológicas do homem, como: a capacidade física, as dimensões corporais, possibilidades de interpretação de informações pelo aparelho sensorial (visão, audição), capacidade de tratamento das informações pelo cérebro em termos de rapidez e complexidade etc. Observação Risco químico é o perigo a que o indivíduo está exposto ao manipular produtos que podem lhe causar danos físicos por exposição química. Eles vão desde irritação, passando por queimaduras leves, podendo até ocasionar a morte. 5.3 Riscos de acidentes Os riscos de acidentes são representados por deficiências nas instalações ou em máquinas e equipamentos responsáveis por uma série de lesões nos trabalhadores, como cortes, fratura, escoriações, queimaduras etc. Exemplos de riscos de acidentes: • arranjo físico inadequado; • máquinas e equipamentos sem proteção; • ferramentas inadequadas ou defeituosas; • iluminação inadequada; • eletricidade; • probabilidade de incêndio ou explosão; • armazenamento inadequado; • animais peçonhentos; • outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes. 123 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Cabe mencionar que as chamadas Normas Regulamentadoras Rurais são cinco: NRR‑1 – Disposições Gerais; NRR‑2 – Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (SEPATR); NRR‑3 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (CIPATR); NRR‑4 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e NRR‑5 – Produtos Químicos. Todas foram revogadas pela Portaria do Ministro de Estado do Trabalho e Emprego nº 191, de 15 de abril de 2008. Saiba mais Todas as normas regulamentadoras emitidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego estão disponíveis no link a seguir: BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Normas regulamentadoras. Brasília, [s.d.]. Disponível em: <http://www. mtps.gov.br / seguranca‑e‑saude‑no‑t raba lho/normat izacao/ normas‑regulamentadoras>. Acesso em: 5 ago. 2016. Nas máquinas agrícolas em geral, dispostos ao longo da sua estrutura, encontram‑se adesivos de segurança com palavras tais como: “Atenção”, “Advertência”, “Importante”, “Alerta”, entre outros. A seguir as mais comuns: • Perigo: indica uma situação de perigo imediato que, se não evitada, poderá resultar em morte ou em ferimentos graves. A cor associada ao “perigo” é a vermelha. Figura 66 – Símbolo de perigo, em vermelho, que poderá resultar em morte • Aviso: indica uma situação de perigo potencial que, se não evitada, poderá resultar em ferimentos graves. A cor associada ao “aviso” é a laranja. Figura 67 – Símbolo de perigo, em laranja, que, se não evitado, poderá resultar em ferimentos graves 124 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II • Cuidado: indica uma situação de perigo potencial que, se não evitada, poderá resultar em ferimentos leves ou moderados. Também pode ser usada para alertar contra práticas inseguras. A cor associada ao “cuidado” é a amarela. Figura 68 – Indica uma situação de perigo potencial Figura 69 – Normas e leis devem ser seguidas Segundo Monteiro e Albiero (2013, p. 35), no livro Segurança na Operação com Máquinas Agrícolas: Para executar as operações com o trator na lavoura, em função das distâncias, o operador necessita realizar deslocamentos com a máquina, sendo algumas vezes necessário transitar por vias públicas para chegar até a área de operação. Sendo assim, é necessário por parte dos operadores muita atenção e obediência às leis de trânsito na condução dos tratores, com o intuito de evitar acidentes. O trator é uma máquina feita para tracionar equipamentos agrícolas, desprovidos de sistemas de amortecimento tais como feixes de molas ou amortecedores, sendo um veículo de velocidades reduzidas. Durante os deslocamentos, deve‑se evitar velocidades excessivas, permitindo assim que o operador execute uma condução segura. O conhecimento do funcionamento dos controles e instrumentos do trator permite ao operador desempenhar o trabalho de forma eficiente e segura. No trator existem dois pedais de freios, cada pedal correspondendo a uma das rodas direita ou esquerda do trator, estes servem para auxiliar na realização de manobras 125 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA com o intuito de reduzir o raio de giro. Porém, durante a condução em estradas, recomenda‑se o travamento dos pedais de freio para que, quando necessário o acionamento dos mesmos, as duas rodas possam ser travadas simultaneamente, evitando a perda do controle do trator. Os mesmos autores complementam: Com a finalidade de preservar a integridade e a vida das pessoas, alguns cuidados devem ser tomados ao circularem com tratores em estradas, rodovias e outras vias públicas, seja no meio urbano ou rural. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), os usuários das vias, ou seja, aqueles que utilizam as rodovias, devem evitar situações que possam constituir perigo para o trânsito de veículos, de pessoas ou animais, causarem danos as propriedades públicas ou privadas. (CTB, art. 26, I e II). O CTB define trator como sendo o veículo automotorconstruído para realizar trabalho agrícola, de construção e de pavimentação e tracionar outros tipos de veículos e equipamentos. No capítulo IX Artigo 96 Alínea e, os veículos agrícolas classificam‑se como veículos de tração e se dividem em tratores de rodas, tratores de esteiras e tratores mistos. Por serem veículos automotores destinados à movimentação de cargas para o trabalho agrícola ou com o intuito de tracionar outros veículos, os tratores de rodas, tratores de esteiras ou tratores mistos só podem ser conduzidos na via pública, por condutores habilitados nas categorias C, D ou E, conforme Art. 144 do CTB. As máquinas agrícolas têm autorização para transitar em rodovias, mas para isso é necessário o registro e licenciamento do Detran – Departamento Estadual de Trânsito, recebendo pelo Detran uma numeração especial, de acordo com o Art. 115 do CTB. O veículo será identificado externamente por meio de placas dianteira e traseira, sendo estas lacradas em sua estrutura, obedecidas as especificações e modelos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Trânsito – Contran (MONTEIRO; ALBIERO, 2013, p. 39). No entanto, no site JusBrasil, encontramos a seguinte informação: O Congresso Nacional analisa a Medida Provisória 646/14, que desobriga tratores e demais máquinas agrícolas do licenciamento anual no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Pela proposta, tratores fabricados antes de 1º de agosto de 2014 ficam dispensados tanto do licenciamento como do registro. O texto também define a categoria B de habilitação, a mesma de carros de passeio, como a necessária para conduzir trator com rodas. Atualmente, o trator de roda, de esteira ou o misto precisam ser conduzidos por 126 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II motorista com carteira C, D ou E, usadas para caminhões, ônibus ou veículos de reboque. Veto A presidente Dilma Rousseff vetou, em 15 de maio, uma proposta (PL 3312/12) do deputado Alceu Moreira (PMDB‑RS) que desobrigava os tratores e outros veículos para trabalhos agrícolas, como colheitadeiras, tanto do licenciamento anual como do registro (MEDIDA..., 2016). No entanto, conforme consta na Lei nº 13.154, de 2015, o artigo 115, parágrafo 4º, do Código de Trânsito Brasileiro passou a vigorar com a seguinte redação: § 4º‑A. Os tratores e demais aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas, desde que facultados a transitar em via pública, são sujeitos ao registro único, sem ônus, em cadastro específico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, acessível aos componentes do Sistema Nacional de Trânsito. Art. 129‑A. O registro dos tratores e demais aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas será efetuado, sem ônus, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, diretamente ou mediante convênio (BRASIL, 2015). Assim, pela nova lei, os tratores e demais aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas estão dispensados de licenciamento, mas sujeitos ao registro único, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 5.4 Acidentes com tratores O trator é, sem dúvida, uma das máquinas mais importantes na agricultura moderna. Não são veículos de alta velocidade, mas, em geral, necessitam de grande potência e peso para um bom desempenho das funções para as quais são destinados. São também uma das máquinas mais perigosas quando não utilizadas de forma conveniente e segura. 5.4.1 Segurança do operador O conceito antigo de “tratorista”, ou seja, aquele que somente dirigia, que somente sabia “tocar” o trator, já não tem mais espaço na atualidade. Ha alguns anos atrás, essa filosofia foi transformada e evoluiu; hoje, nós atribuímos a este profissional do campo a denominação de “operador de máquinas agrícolas”, pois ele tem não somente a função de movimentar o trator, mas, também, fazê‑lo de forma correta, consciente, segura, eficiente e de maneira produtiva. 127 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Observação Durante o trabalho diário com o trator, é indispensável o uso de equipamentos de proteção individual para a execução das atividades com segurança. Alguns cuidados devem ser tomados pelo operador de máquinas agrícolas antes de iniciar o trabalho, como: • Não utilizar roupa larga ou camisa de manga comprida, a fim de evitar que a roupa se prenda às alavancas ou a outras peças que estejam em movimento. • Realizar o acesso ao trator sempre pelo lado esquerdo. Isso se deve ao fato de que os controles do hidráulico e os freios estarem localizados no lado direito, evitando, assim, encostar acidentalmente nos pedais e nas alavancas. • Não efetuar mudanças de marchas com o trator em movimento, especialmente em descidas e tracionando cargas elevadas. • Não se deve abastecer o tanque com o motor aquecido, em funcionamento ou próximo a chamas. • Para completar o nível de água do radiador, deve‑se desligar o motor ou deixá‑lo funcionando em ponto morto. • Nunca se deve engraxar as peças próximas ao motor em funcionamento. • Não ligar o trator em local fechado. • Antes de movimentar o trator, verificar se não há pessoas ou obstáculos próximos. • Ajustar corretamente o assento do trator antes de iniciar os trabalhos para que o operador acesse os controles com maior facilidade, tornando a jornada menos cansativa e mais segura. • Ao fazer o acoplamento do implemento ao trator, deve‑se impedir que pessoas fiquem entre as máquinas. • O operador deve segurar firme o volante do trator e jamais dirigir com apenas uma das mãos. • Nunca conduzir o trator em alta velocidade, pois ele foi projetado para trabalhar a baixas velocidades. 128 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II • Ao utilizar o trator para tracionar carretas com cargas pesadas, manter os dois pedais de freio ligados pela trava. • Evitar o transporte de pessoas na plataforma ou na barra de tração. • Evitar subir ou descer do trator em movimento. • Não trabalhar com barrancos. • Os freios devem ser acionados com movimentos suaves. Em caso de deslizamento das rodas, usar os freios separadamente e procurar manter o alinhamento do trator. • Quando o conjunto mecanizado (trator + implemento) for travado por algum obstáculo, acionar o freio, colocar o motor em ponto morto ou desligá‑lo antes de descer do trator. • Ao rebocar outro trator, utilizar sempre a barra de tração e nunca o engate do braço superior (3° ponto). • Quando o trator estiver acionando um implemento através da tomada de potência, não ficar perto da TDP. Os fabricantes recomendam o uso de proteção para a tomada de potência. • Ao estacionar o trator, dar preferência a terrenos planos, usar sempre os freios de mão e de pé e não se esquecer de retirar a chave do contato. • Quando o trator estiver estacionado, os implementos acoplados no SLH devem ser abaixados. • Ao trocar pneus, não usar macacos ou cavaletes improvisados. • O trabalho noturno só deverá ser feito em terrenos conhecidos. Temos milhares de tratores e máquinas, ainda em uso no campo, que não dispõem de estrutura de proteção na capotagem, não propiciam qualquer conforto ao operador, apresentam freios e sinalização em mau estado (quando apresentam) têm motores com problemas que requerem manutenção frequente, provocando gastos extras. Máquinas nesse estado de conservação apresentam baixo rendimento, consomem muito mais combustível e emitemalto índice de gases poluentes. Hoje em dia, existe uma grande variedade de modelos de tratores com diferentes sistemas de rodados, diversos órgãos com funções bastante específicas, além de acessórios para fornecer maior conforto para o operador, que pode usufruir de banco com assento estofado e amortecedores pneumáticos, cabines com ar condicionado, som ambiente e computadores de bordo e, mais importante que isso, dispõe também de sistemas de segurança tais como: estrutura de proteção ao capotamento (EPC), cinto de segurança, proteção das partes móveis, alarmes, bloqueadores eletrônicos, 129 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA dispositivos de segurança para partida do motor, sinalizadores de direção e de emergência (MONTEIRO; ALBIERO, 2013, p. 15). O operador de máquinas agrícolas, durante a sua jornada de trabalho diária, é exposto à radiação em diferentes níveis. Nas horas mais quentes do dia, a pele e a visão sofrem mais com a incidência solar, e o operador também sofre um desconforto térmico que interfere no desempenho da atividade, pois a vestimenta do operador é projetada apenas para a sua segurança com relação à máquina, e não à condição ambiental da região onde se encontra. Embora os ventos amenizem a sensação térmica, o calor excessivo e a exposição prolongada ao sol podem causar doenças como queimaduras, câncer de pele, catarata e envelhecimento precoce, bem como também ocasionarão fadiga, desconforto e falta de atenção. Esses fatores combinados podem contribuir para um possível acidente de trabalho. Um operador trabalhando em uma temperatura de 40 °C dificilmente terá a mesma concentração e rendimento do que um mesmo profissional fazendo a operação em uma cabine com ar condicionado, com uma temperatura ao redor de 20 °C. Como as máquinas dependem desse fator humano, um operador que trabalhe em 100% de suas condições é essencial. Em relação aos tratores, algumas das ofertas atuais do mercado para gerar maior conforto operacional incluem a troca de marcha em câmbios automáticos, substituindo as transmissões localizadas em meio às pernas do operador. Por sua tecnologia avançada, alguns itens que propiciam conforto também podem gerar economia de combustível. É o caso de algumas transmissões automáticas que são capazes de selecionar automaticamente a marcha com a melhor relação entre economia e desempenho. Assim, além de facilitar a vida do operador, o sistema automático de câmbio ainda diminui gastos com combustível, maximizando os ganhos na lavoura. Nesse sentido, o conforto operacional tem cada vez mais importância pela facilidade de operação. No caso de máquinas e tratores agrícolas, podemos identificar os seguintes problemas que podem acarretar acidentes durante atividades envolvendo trator ou colheitadeiras: • incapacidade e ignorância em operar os equipamentos; • velocidade excessiva; • falta de atenção do tratorista ou do operador; • inexperiência e falta de treinamento do tratorista ou do operador; • causas terceiras, como dar caronas a outras pessoas. 130 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II Entre as causas mais comuns de acidentes envolvendo tratores, destacam‑se: • quedas ou tombamentos laterais e/ou capotagem para trás; • aprisionamento por peças móveis; • empinamento ou queda para trás; • queda do tratorista; • choque com outros veículos; • erros operacionais com os implementos. O operador pode ainda estar sujeito a adquirir doenças como perda auditiva, devido ao ruído excessivo do trator, problemas de coluna, em decorrência da inadequação do posto de operação, ou problemas gastrointestinais, pela exposição excessiva a vibrações verticais. Esses acidentes ocorrem devido a erros humanos, como excesso de velocidade, uso incorreto de freios, riscos em manobras, atolamento, trabalhos inadequados ou em situações de risco, acoplamento incorreto de implementos e carretas e transporte de pessoas. Essas falhas põem em perigo não a vida do tratorista e operadores de máquinas acopladas, mas também a dos trabalhadores que estiverem próximos. O tombamento é resultado da perda de estabilidade do trator, o que está relacionado à distância entre eixos e à bitola utilizada. Assim, o uso de tratores estreitos oferece maior risco que os tratores convencionais. O tombamento lateral pode ocorrer em trabalhos realizados em terrenos inclinados, queda de roda em buraco no terreno, afundamento das rodas traseiras na lama, deslocamento e frenagem brusca em alta velocidade, presença de pedras e outros obstáculos que se encontrem no percurso do trator. Já o tombamento para trás normalmente ocorre quando são tracionados implementos fora da barra de tração ou utilizados pontos de engate muito elevados, quando são feitas tentativas de puxar tocos ou outros objetos fixos com marcha para frente e em casos de carga acima do peso do trator. O tombamento para trás ocorre de forma tão rápida que o condutor muitas vezes não consegue evitá‑lo. Tais situações são potencializadas quando os tratores são desprovidos de requisitos de segurança e apresentam precária manutenção, por exemplo: problema no sistema de freio e estrutura de proteção na capotagem (EPC) danificada. Cuidados durante a operação do trator são fundamentais para prevenir acidentes, entretanto, o trator é uma máquina naturalmente perigosa, sendo, às vezes, difícil evitar o acidente por tombamento. Para essa eventualidade, pode‑se pelo menos minimizá‑lo com a presença da estrutura de proteção na capotagem. A EPC é uma estrutura montada sobre o trator com a finalidade de proteger o condutor em caso de capotagem do trator durante a sua utilização normal, garantindo um espaço seguro para o operador. 131 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Assim, ela deve ser construída de maneira que resista ao impacto do tombamento sem sofrer deformações que atinjam a zona de segurança destinada ao operador. Apesar de não existirem estatísticas sistemáticas da ocorrência de acidentes, deve ser expressivo o índice de acidentes com tratores. Saiba mais De acordo com o artigo 2º da Lei nº 6.367 (BRASIL, 1976): “Acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. Você pode acessar todo o conteúdo desta lei através do link: BRASIL. Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976. Dispõe sobre o seguro de acidentes do trabalho a cargo do INPS e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6367.htm>. Acesso em: 1º ago. 2016. O que fazer para retirar do campo as máquinas obsoletas, muito inseguras e tão poluentes? Uma ideia seria de que os proprietários disponibilizassem para o desmanche seus tratores com mais de 15 anos de fabricação e colheitadeiras com mais de 10 anos. A consequência é melhorar a segurança e as condições de trabalho dos operadores, aumentar a eficiência energética através do maior rendimento e menor consumo de combustíveis, reduzindo o impacto ambiental, e promover a introdução de tratores e máquinas mais adequados para atender às necessidades da agricultura. O conforto operacional do operador de máquinas agrícolas vem tendo sua importância cada vez mais reconhecida. Um operador trabalhando em condições ideais rende mais do que alguém operando em uma máquina desconfortável. Tipos de EPC São três os tipos de EPC: • EPC de dois pontos de fixação ou dois pilares – tambémdenominada “arco de segurança”, constitui‑se de um elemento estrutural fixo ao trator em dois pontos resistentes no chassi, à frente ou atrás do operador. • EPC de quatro pontos de fixação ou quatro pilares – constitui‑se de um conjunto de barras resistentes que se fixam à frente e atrás do operador em quatro pontos de apoio no trator. 132 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II • Cabine de segurança – conjunto de elementos resistentes semelhantes à EPC de quatro pontos, sobre os quais são feitos recobrimentos para proteger o operador de sol, poeira, chuva, calor e frio. Dos três tipos, o mais eficiente é a cabine de segurança, pois, além da segurança, oferece conforto ao operador. A EPC de dois pontos de fixação, geralmente utilizada em tratores estreitos ou de pequeno porte, é a que tem merecido maior desenvolvimento tecnológico para adequar o uso do trator às necessidades particulares, como em parreirais cultivados em caramanchão (estrutura leve construída em madeira, que pode cobrir‑se de vegetação), pomares e edificações para confinamento de animais. Figura 70 – Tratores e colheitadeiras oferecem uma grande opção de cabines de segurança, incluindo ar condicionado e GPS Alguns projetos de EPC de dois pontos são constituídos de barras dobráveis de modo que, ao operar em culturas de baixo vão livre, o operador tenha a opção de abaixá‑la. É uma alternativa interessante para ser adaptada em tratores velhos que permitam este tipo de EPC. O que acontece, entretanto, é que muitos operadores não retornam a estrutura à posição original quando executam outras tarefas ou deslocam‑se em estradas. Dessa forma, ficam expostos à gravidade de um acidente por tombamento. Para evitar este problema, há o AutoROPS, que consiste de uma estrutura telescópica que fica normalmente abaixada e está ligada a um sensor que monitora o ângulo de operação do trator. Se uma condição de tombamento for detectada pelo sensor, a EPC retraída se estenderá e travará na posição vertical antes de tocar o solo. 133 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA É preciso ressaltar, porém, que qualquer que seja o tipo de EPC utilizada, a proteção do operador só será garantida com o uso de cinto de segurança, que também deve estar presente no trator que disponha de EPC. 5.5 Acidentes com ferramentas manuais As ferramentas manuais, em geral, também causam os chamados acidentes graves, pois podem trazer incapacidade parcial ou permanente conforme o caso. Por isso, é bom tomar certas precauções, já que algumas delas podem ser causa contínua de acidentes. Atualmente, existem muitos casos registrados de mortes causadas por acidentes com equipamentos manuais portáteis, o que na prática são ferramentas manuais mecânicas ou motorizadas, como as motosserras. Portanto esses equipamentos são merecedores de total atenção por parte dos usuários, evitando‑se, assim, maiores transtornos e avarias. Os acidentes de trabalho mais comuns na área rural são os cortes, dilacerações e contusões. Por causa da dificuldade de obter primeiros socorros imediatos, esses ferimentos podem infeccionar e ficar graves. Daí a necessidade de ter uma caixa de primeiros socorros em cada posto de trabalho. As ferramentas manuais de uso no campo devem ser transportadas em lugares especialmente preparados para tal finalidade, nunca espalhadas e soltas nas carrocerias ou nas cabines dos caminhões. Certos tipos de ferramentas precisam utilizar estojo protetor ou bainhas, como machado, foice, facão e outras ferramentas de corte, assim evitam‑se ferimentos. Deve‑se escolher um local específico para a instalação de uma ferramentaria, espaço utilizado para guardar ferramentas, facilitando a organização e o controle delas. Quando houver uma grande variedade e quantidade de ferramentas, seria ideal que houvesse no local um quadro de ferramentas, minimamente organizado por tipo e função. Esse quadro pode ser adquirido no comércio ou construído na propriedade. Figura 71 – Cada ferramenta deve estar preparada para o uso ao qual se destina 134 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II Cada ferramenta deve estar preparada para o uso ao qual se destina. Os instrumentos cortantes, por exemplo, devem estar bem afiados, para evitar maior esforço do trabalhador e para conservá‑los em boas condições de uso. Mesmo durante o trabalho, as ferramentas devem ficar onde não ofereçam perigo a ninguém e, nas oficinas, devem estar em caixas de ferramentas ou em quadros fixos. Certas ferramentas manuais exigem do trabalhador a utilização da proteção individual, como luvas, perneiras e botas. Deve‑se, também, manter certa distância entre os trabalhadores para evitar que eles sejam atingidos na movimentação das ferramentas. É importante, também, que um trabalhador nunca jogue uma ferramenta para o companheiro pegar, o correto é entregá‑la nas mãos, diretamente. 5.5.1 Cuidados básicos na utilização de motosserra Infelizmente, qualquer acidente com uma motosserra é grave. Por essa razão, segue um elenco de medidas de segurança para operar uma motosserra: • Ler com atenção o manual do fabricante antes de iniciar as atividades no manuseio da motosserra. • Usar as roupas protetoras, incluindo: capacetes de segurança com viseira ou óculos; calçados de segurança; luvas; protetor auricular tipo concha. • Não fumar quando estiver operando ou abastecendo a motosserra (movida a gasolina). • Não operar a motosserra quando estiver sozinho. • Não dar partida com a motosserra sobre a perna ou o joelho. • Manter o corpo e vestimenta longe da motosserra para dar partida e operá‑la. • Antes de dar partida, assegurar‑se que a motosserra não esteja encostando em nada. • Quando a motosserra estiver ligada, segurar firmemente com ambas as mãos e prestar atenção no que estiver cortando. • Os rebotes, quando a motosserra pula para cima e para trás, podem ser causados quando: — a ponta da corrente bater acidentalmente em galhos ou outros objetos; — a corrente encontrar metal, cimento ou outro material duro que esteja perto ou dentro da madeira; — a velocidade do motor for insuficiente no início ou durante o corte; — a corrente estiver cega e/ou solta; 135 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA — a motosserra for operada acima do ombro; — o operador descuidar‑se ao segurar ou guiar a motosserra durante o corte. • Não cortar árvores ou galhos se estiver ventando forte. • Não colocar a motosserra quente em locais onde haja produtos inflamáveis. • Recomenda‑se não operar a motosserra em cima de árvores, escadas ou qualquer outra superfície instável. Se for necessário operar a motosserra nessas condições, lembrar‑se de que elas são extremamente perigosas. • Não usar a motosserra quando estiver em posição incorreta: desequilibrado, braços esticados, segurando com uma mão etc. • Ao cortar um galho tencionado (vergado), cuidando para não ser atingido por ele quando terminar o corte. • Muito cuidado ao cortar materiais finos: eles podem ricochetear na direção do operador ou fazê‑lo perder o equilíbrio. • Evitar a operação prolongada da motosserra se as mãos começarem a adormecer e inchar ou ficar tensas. Essas condições podem diminuir a capacidade de controlar a motosserra. • Ter cuidado com a fumaça do escapamento e não operar a motosserra (operada por combustível) em locais fechados ou de pouca ventilação. • Observar os regulamentos locais referentes à prevenção contra incêndios.• Não transportar a motosserra pela alavanca de acionamento do freio da corrente, transportar somente pelo pegador manual. • Desligar a motosserra quando transportá‑la de um corte para outro. Transportar sempre a motosserra com o motor desligado, a barra voltada para trás e o silencioso longe do corpo do operador. • Não tocar com as mãos na corrente em movimento. • Não permitir a presença de outras pessoas ou animais perto da motosserra em movimento ou quando estiver cortando árvores. 136 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II Figura 72 – Utilização de motosserras exige muito cuidado 6 IMPACTO DA MANUTENÇÃO NO MEIO AMBIENTE A vida útil das máquinas depende da realização da manutenção e do modo de operá‑las. Novamente vamos aqui relembrar alguns itens de segurança. Antes de realizar a manutenção, é necessário, primeiro, que as máquinas sejam compreendidas, através da leitura atenta do manual do proprietário ou de manutenção do fabricante, para que o processo de manutenção possa ser realizado com todos os cuidados necessários a fim de não ocorrerem acidentes e também de não causar danos ao trator devido a práticas erradas ou, ainda, ao meio ambiente. Quando a máquina estiver em movimento, nunca realizar manutenções, ajustes e lubrificações. Tenha em mente antes de realizar a manutenção: • desengatar todas as fontes de potência; • operar os controles para aliviar a pressão; • baixar o equipamento até o solo; • desligar o motor; • remover a chave; • permitir que a máquina arrefeça (esfrie). 137 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Lembrete Antes de realizar a manutenção, parar a máquina, pois nunca se deve realizar manutenção com a máquina em movimento. Somente após esses passos, iniciar a manutenção da máquina, implemento ou ferramenta manual. Figura 73 – Permita sempre que a máquina arrefeça 6.1 Manutenção do sistema hidráulico Um trator com manutenção adequada terá alguns anos a mais de vida útil. No entanto, há algumas diferenças básicas na manutenção de um trator, se comparado a outros veículos. Pelo fato de existirem muitos modelos e marcas distintos, não há um guia de manutenção abrangente aplicável a todos os tipos de tratores, mas seguir os passos expostos poderá ajudar. É necessário estudar o manual do proprietário. O fabricante traz instruções específicas para os cuidados básicos do equipamento, com conhecimento técnico para informar sobre a melhor forma de fazê‑los. Eis alguns itens que deverá encontrar no manual do proprietário: • Tabela de manutenção – irá indicar a frequência para a manutenção de rotina, incluindo lubrificação do chassi, motor, transmissão, troca do óleo hidráulico, trocas de filtro e outros itens de manutenção. • Especificações – deverá descrever o tipo de fluído para a transmissão, sistema hidráulico, freios e líquido para arrefecimento do motor, assim como suas quantidades. Pressão de inflação do pneu, torque dos parafusos e outras informações podem ser encontradas nas especificações ou em outras seções do manual. 138 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II • Pontos de lubrificação (pontos de engraxe) – sondas de verificação de fluído ou visores e instruções sobre a limpeza dos filtros de ar e de combustível. • Instruções básicas de operação e outras informações específicas referentes ao trator. Figura 74 – Mangueiras do sistema hidráulico devem ser verificadas periodicamente 6.2 Risco de vazamento de óleo Toda manutenção implica em riscos, sejam de acidentes, sejam de vazamentos de fluídos das máquinas. E como é a limpeza de uma área atingida por vazamento de óleo? Quando escapar óleo de uma máquina agrícola, as equipes de limpeza deverão tentar agir rápido. Para diminuir o impacto do acidente, elas atuam de duas maneiras: primeiro, cercando a mancha de óleo para evitar que o vazamento se espalhe; depois, iniciando a recuperação da área. No final, o óleo recolhido é separado da água ou da areia e, depois de armazenado em local seguro, poderá ser enviado para ser reprocessado. Mesmo que seja cercada de cuidados, o vazamento de óleo é considerado uma atividade de alto risco ambiental. Rapidez é fundamental para conter o derramamento e retirar a sujeira do local. Alguns procedimentos devem ser lembrados: • Quando ocorrer um vazamento, a primeira ação das equipes de limpeza será tentar diminuir o estrago do acidente. Para isso, os técnicos devem usar barreiras flutuantes que cerquem a mancha de óleo. Além de conter o vazamento, as barreiras tornam o óleo mais concentrado, facilitando a remoção da mancha e barrando a entrada da sujeira em regiões de preservação, como rios e lagos. 139 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA • A etapa seguinte é a retirada do produto que vazou. Como óleo e água têm densidades diferentes e não se misturam, o líquido derramado geralmente forma uma mancha de poucos centímetros de espessura na superfície. • Quando já tiver sido retirada boa parte do óleo e a mancha estiver menos espessa, os técnicos lançarão na água substâncias químicas, chamadas de dispersantes, que quebram a mancha de óleo em partes menores. Como alguns desses produtos podem ser tóxicos à fauna e à flora, seu uso só é permitido com autorização dos órgãos ambientais. O lançamento acidental de quantidades significativas de combustível no solo pode ocorrer devido aos seguintes eventos: • Vazamentos nos sistemas subterrâneos de armazenamento existentes na propriedade, em decorrência de: — corrosão dos tanques ou das tubulações fabricados em aço; — defeitos de fabricação dos tanques; — instalação defeituosa dos tanques, das tubulações ou dos equipamentos de abastecimento. • Transbordamentos ou derramamentos que acontecem durante as operações de descarga de combustível, ou na sua substituição. Esses últimos podem ser de pequena duração e de pouca intensidade, enquanto os primeiros podem ocorrer durante meses a fio sem que sejam percebidos, podendo resultar na liberação de uma grande quantidade de combustível no solo. No entanto, ambos podem impactar significativamente a qualidade da água subterrânea nas adjacências do local de origem da contaminação ou mesmo a distâncias de dezenas a centenas de metros daquele local. Figura 75 – Sempre acondicione os fluídos usados em recipientes 140 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II 6.3 Contaminação do solo O solo é a camada de material orgânico e inorgânico que cobre a superfície rochosa da terra. A porção orgânica, derivada da decomposição de animais e plantas, concentra‑se na parte superior do solo. A parte inorgânica é formada por fragmentos de rochas. Outros componentes do solo são a água e o ar, que variam de acordo com a ocorrência de chuvas. A contaminação do solo é um dos principais problemas ambientais da atualidade. Durante séculos, o homem pouco se preocupou com o descarte de lixo, produtos químicos e resíduos industriais. O resultado disso foi uma grande quantidade de terrenos contaminados que são inviáveis para a prática da agricultura. É também um enorme prejuízo para o meio ambiente. A poluição ou contaminação do solo é causada pela introdução de químicos ou alteração do ambiente do solo pela ação do homem. Essas substâncias químicas levam à poluição do solo e, direta ou indiretamente, à poluição da água e do ar. Entre esses químicos,os mais comuns são os hidrocarbonetos de petróleo, metais pesados (como o chumbo, cádmio, mercúrio, cromo e arsênio), pesticidas e solventes. Produtos químicos, combustíveis, metais pesados e outros elementos são descartados no solo das propriedades. Esses elementos, com o tempo, penetram no solo, contaminando‑o. Essas áreas ficam impróprias para a agricultura ou pecuária, pois os contaminantes do solo podem provocar doenças nas pessoas, nos animais e nas plantas. O tratamento desses solos é possível, porém demanda a utilização de muitos recursos, além de ser um processo demorado. Outro problema grave provocado por esse tipo de resíduo é a contaminação da água. Uma vez no solo, esses resíduos podem atingir lençóis freáticos, contaminando a água. 6.4 Incêndio As queimadas e incêndios florestais no Brasil alcançam todos os anos dimensões gigantescas, mas não é o assunto que abordamos aqui. O importante é tratar de incêndio nas máquinas agrícolas, mas se ocorrer no meio do pasto ou de uma floresta. Assim, não se deve provocar qualquer tipo de faísca próximo à bateria quando da manutenção da máquina, pois a reação química existente dentro da bateria libera gases que são inflamáveis e, em contato com as faíscas, podem entrar em combustão. Os gases desprendidos pela solução da bateria pegam fogo com facilidade. A colocação de objetos metálicos sobre a bateria pode provocar curto‑circuito e/ou explosão. 141 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Figura 76 – Incêndios florestais no Brasil alcançam, todos os anos, dimensões gigantescas Evite sempre o contato da solução da bateria com as roupas e com a pele, pois a solução pode gerar queimaduras graves. Sempre desligue a bateria pelo polo negativo, depois o positivo, e, quando for ligar novamente, ligue primeiro o positivo e depois o negativo. Lembre‑se ainda de que o diesel é inflamável. Quando da limpeza dos tanques de combustível, da drenagem deles, ter sempre um recipiente de coleta e armazenar em local seguro. Também não se deve armazenar todos os fluídos em um único recipiente, misturando óleo diesel com óleos lubrificantes e graxas, mantendo cada tipo em um recipiente separado e em locais ventilados e devidamente identificados. Algumas máquinas, como tratores agrícolas, colhedoras de grãos, enfardadoras e carretas de transbordo, podem apresentar algum tipo de risco de fogo, causando grandes estragos e prejuízos econômicos. As condições climáticas (calor, clima seco, ventos, raios), o ambiente de palha seca e a presença de líquidos inflamáveis potencializam a inflamação e a proliferação do fogo. A fumaça pode causar problemas à saúde dos moradores locais e reduzir a visibilidade em rodovias. No caso de máquinas agrícolas, os maiores riscos de incêndio estão relacionados ao abastecimento de combustível e ao sistema elétrico. Derramamento ou vazamento de combustível sobre partes quentes da máquina podem gerar fogo quando da realização de serviço de manutenção ou vistoria do sistema de combustível. Há quem pense que óleo diesel não é inflamável, o que é equivocado. O abastecimento do tanque próximo de faíscas ou de chamas descobertas, ou enquanto alguém estiver fumando, pode causar fogo. Para diminuir a possibilidade de incêndio com máquinas agrícolas, a regra geral é fazer a manutenção preventiva, que, além de reduzir o risco de incêndio, prolonga a vida útil da máquina. As práticas mais recomendadas são: 142 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II • checar a fiação elétrica substituindo os fios descascados; • desligar os cabos da bateria antes de consertar ou revisar o sistema elétrico; • nunca colocar objeto metálico sobre a bateria, o que poderá provocar um curto‑circuito e/ou explosão; • manter a área em torno do motor e de partes quentes da máquina livre do acúmulo de palha e de combustível derramado; • observar se há vazamento nas mangueiras de combustível, reparando‑os; • reabastecer a máquina com o motor desligado; • checar e manter limpos os elevadores e transportadores de grãos, eixos sem fim, correias e polias de colhedoras automotrizes, evitando o acúmulo de palha; • não fumar em locais de abrigo de máquinas agrícolas ou nas proximidades de depósitos de combustível; • não fumar próximo à bateria, pois ela contém ácido sulfúrico e gases explosivos; • reparar ou substituir componentes do sistema de exaustão de gases de escape que estejam danificados ou desgastados; • verificar semanalmente a carga dos extintores de incêndio presentes na máquina agrícola; • verificar o nível da solução da bateria com o motor frio e manter o terminal positivo sempre protegido; • não estacionar veículo próximo à vegetação alta, pois o alto calor do sistema de exaustão pode inflamá‑la. 6.5 Preparo do solo Uma das formas de maior utilização da mecanização é no preparo do solo, que tem como objetivo oferecer ambiente adequado para o crescimento e desenvolvimento das plantas, permitindo produção econômica e evitando a degradação do solo. O preparo do solo é definido como a manipulação física, química ou biológica do solo para otimizar as condições para a germinação e emergência das sementes, assim como o estabelecimento das plântulas. A escolha de determinado sistema de preparo deve levar em consideração as respostas da cultura e do solo, visando diminuir perdas do solo por erosão, controle de plantas invasoras, capacidade de retenção e movimentação de água e também a recuperação física do solo. 143 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA O preparo periódico do solo diz respeito a diversas operações agrícolas de mobilização do solo, realizadas antes da implantação periódica de culturas. Esse tipo de preparo pode ser feito em três sistemas principais: • convencional – aração, gradeações em toda a área a ser cultivada; • cultivo mínimo – em que as operações mecanizadas são reduzidas ao mínimo necessário; • plantio direto – em que a mobilização do terreno só ocorre localizadamente, ou seja, apenas na fileira de semeadura. Existem vários tipos de máquinas para mobilização do solo, sendo estas diferenciadas, basicamente, em função de seus efeitos no corpo do solo após serem utilizadas. Há quatro maneiras típicas de mobilização, tendo em vista os objetivos de preparo periódico do solo: • a mobilização por inversão de camadas, típica dos arados de aivecas ou discos; • a mobilização por deslocamento lateral‑horizontal, típica das grades de discos e de dentes; • a mobilização por desagregação subsuperficial, típica de subsolador, escarificador; • a mobilização por revolvimento rotativa, típica das máquinas que possuem um rotor com facas ou pás, acionado pela tomada de potência dos tratores (enxada rotativa). Figura 77 – A aragem do solo é um dos métodos utilizados para mobilização do solo 144 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II 6.5.1 Corretivos A acidez do solo é um dos principais responsáveis pela baixa produtividade dos solos do Brasil. Na grande maioria, nossos solos contêm baixos teores de cálcio e magnésio e teores tóxicos de alumínio e, em alguns casos, de manganês. Para que esses problemas possam ser corrigidos, é necessário aplicar calcário ao solo. Os corretivos são destinados a neutralizar o excesso de acidez do solo, quando, e se, necessário. Quando, porém, juntarmos ao solo, com esse objetivo, calcário calcítico, que contém carbonato de cálcio, ou calcário dolomítico, no qual encontramos carbonatode cálcio e de magnésio, estaremos, também, incorporando a ele dois elementos importantes para as plantas: o cálcio e o magnésio. Portanto, os corretivos são, ao mesmo tempo, corretivos e fertilizantes. Essa prática, conhecida como calagem, é fundamental para aumentar a produtividade das culturas, uma vez que: • corrige a acidez do solo, aumentando a disponibilidade da maioria dos nutrientes; • melhora o ambiente radicular, permitindo maior eficiência das plantas na absorção de água e nutrientes; • diminui as perdas de bases cálcio (Ca), magnésio (Mg) e potássio (K) por lixiviação; • diminui a fixação do fósforo (P); • diminui os teores excessivos de alumínio e manganês; • fornece cálcio e magnésio às plantas; • favorece a fixação simbólica do nitrogênio; • melhora as propriedades físicas e biológicas do solo. A recomendação da calagem deve ser feita com base na análise de solo, efetuada em amostras de solo coletadas, em geral, de 0‑20 cm de profundidade e também de 20‑40 cm para culturas perenes. Por isso uma boa análise de solo pode trazer boas condições de solo e melhores lucratividades. É necessário fazer a análise de três em três anos. 6.5.2 Plantio ou semeadura Para a semeadura do campo, temos dois sistemas que podem ser adotados: plantio direto ou plantio convencional. 145 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, sobre plantio direto: Os princípios do sistema de plantio direto seguem a lógica das florestas. Assim como o material orgânico caído das árvores se transforma em rico adubo natural, a palha decomposta de safras anteriores macro e microorganismos, transformando‑se no “alimento” do solo. As vantagens são a redução no uso de insumos químicos e controle dos processos erosivos, uma vez que a infiltração da água se torna mais lenta pela permanente cobertura no solo. O Brasil é líder mundial no uso do sistema, que ocupa mais da metade de sua área plantada. O Sistema de Plantio Direto na Palha (SPDP) contribui para que o solo não seja levado pelas erosões e armazene mais nutrientes, fertilizantes e corretivos. A quantidade de matéria orgânica triplica, de uma concentração de pouco mais de 1% para acima de 3%. A viabilidade econômica do sistema se assegura no crescimento – em muitos casos na duplicação – da produção e da produtividade (BRASIL, [s.d.]). Segundo a revista A Granja: Em algumas regiões do Brasil o Sistema Plantio Direto é conhecido há muito tempo, pois a técnica foi introduzida no país no início dos anos 1970, na Região Sul. Desde então, a adoção por parte dos agricultores tem sido cada vez mais crescente, alastrando‑se até a região dos Cerrados. No SPD não se usam os implementos denominados de arado e grade que são comuns na agricultura tradicional onde se utiliza preparo do solo para semeadura. Deve‑se entender que a manutenção de restos de culturas comerciais (milho, trigo) ou adubos verdes (milheto, braquiária, leguminosas, aveia) na superfície do solo é importantíssimo para o sucesso do plantio direto, ou seja, a superfície do solo deve ficar coberta com palha (DÖWICH, [s.d.]). O sistema plantio direto é a semeadura, na qual a semente é colocada no solo não revolvido (não se usam os implementos denominados arado e grade leve niveladora, que são comuns na agricultura brasileira e no preparo do solo antes da semeadura), usando‑se semeadeiras especiais. Um pequeno sulco, ou cova, é aberto com profundidades e larguras suficientes para garantir a adequada cobertura e contato da semente com o solo. Uma vez adotado o plantio direto, ele não deve ser utilizado intercalado com arado, grade niveladora e grade aradora. Devemos entender que a manutenção de restos de culturas comerciais (por exemplo: trigo e milho) ou adubos verdes (por exemplo: aveia e milheto) na superfície do solo é importantíssima para o sucesso do plantio direto. Ou seja, a superfície do solo deve ficar em grande parte coberta com palha. 146 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II Esse requisito estando atendido, implementos sulcadores (por exemplo: escarificador) podem ser utilizados para quebrar eventuais camadas de solo compactadas. Assim, o termo plantio direto é mais apropriado que o preparo zero, ou ainda outros termos pelos quais o sistema é conhecido, como: semeadura direta, sistema plantio direto, plantio direto na palha, cultivo zero, plantio sem preparo, sistema de nenhum preparo. O plantio convencional, preparo do solo para a semeadura, basicamente, trata‑se de aração e gradagem. Um dos maiores benefícios do arado é o controle de plantas daninhas, por possibilitar o revolvimento do solo, permite a eliminação de plantas que cobrem uma área e, assim, possibilitar a semeadura e o crescimento de uma determinada planta de interesse para o cultivo (por exemplo, milho e trigo), livre de concorrência por água e nutrientes com outra planta não desejável (normalmente denominada planta daninha, erva daninha, ou mato). O solo arado fica livre de plantas daninhas, mas, ao mesmo tempo, fica livre de qualquer cobertura vegetal. Numa região tropical, onde se tem chuvas fortes e concentradas num período do ano, essa situação fica sujeita à ocorrência da erosão, pois o impacto da gota da chuva num solo descoberto forma a enxurrada que carrega solo, semente e adubo para rios e lagos. No plantio direto, o uso de herbicidas e uma semeadora específica são possíveis sem necessidade de preparar o solo, sem aração e gradagem. Para ter uma ideia do procedimento, na época de plantio, o agricultor aplica um herbicida e espera que as plantas que ocupam a área sequem. Com o auxílio de um trator, passa‑se um rolo‑faca ou uma roçadeira para espalhar a palha seca. Em seguida, com uma semeadora de plantio direto, semeia‑se determinada cultura, por exemplo, a soja, “rasgando‑se” em linha a palha que cobre o terreno e depositando a semente e o adubo no pequeno sulco. Grande parte do terreno fica coberto de palha (cobertura morta) e protegido da erosão, pois, se houver uma chuva forte, o impacto da gota da chuva será amortecido pela palha antes de atingir a superfície do solo. Muitos agricultores que plantam milho, soja, trigo, feijão e arroz estão adotando o plantio direto porque apresenta uma série de vantagens, como: • controle da erosão – como a palha fica em cobertura no solo, há uma maior infiltração da água da chuva e um menor carregamento de terra e perda de nutrientes, e há melhor retenção de umidade, havendo maiores rendimentos em anos secos; • umidade – devido à cobertura vegetal rente ao solo, há uma maior umidade e aumento da água armazenada no solo; • redução da temperatura do solo; • aumento da atividade microbiana do solo; • melhoria da estrutura do solo; 147 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA • aumento da fertilidade do solo; • econômicas – economia de combustível, de fertilizantes e de mão de obra; • ambientais – diminuição no uso de combustíveis e redução da perda de solo. Mas, como tudo tem os dois lados da moeda, pode haver desvantagens no plantio direto, como: • aumento da incidência de pragas; • menor adaptação de máquinas e equipamentos; • maior uso de agrotóxicos; • menor germinação das sementes nos períodos úmidos. No plantio convencional, temos algumas vantagens: • faz bom controle de inços; • deixa o solo com boa aeração na camada arável; • deixa o solo bem destorroado para o plantio das sementes; • permite controlar melhor algumas pragas. E há desvantagens noplantio convencional, como: • o solo fica descoberto de palhas e aumenta a erosão; • formação de camada superficial compactada (crosta superficial); • formação de camada subsuperficial compactada; • maior perda de água do solo; • maior amplitude térmica no interior do solo; • utiliza mais mão de obra; • maior custo com máquinas e implementos. No plantio convencional, é possível semear três a seis dias após uma chuva forte; já no plantio direto, é possível semear seis a doze dias após uma chuva, resultando no aproveitamento de melhores 148 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II épocas de plantio e no plantio de maior área no mesmo espaço de tempo, principalmente quando ocorrerem chuvas esparsas. Devido aos aspectos de implantação, o plantio direto é considerado de maior custo em curto prazo (até quatro anos), em que os custos resultantes do maior consumo de herbicidas podem superar a economia obtida pelo menor consumo de combustíveis e uso de horas‑máquina. Entretanto, não consideram fatores que poderiam reverter esse quadro. No plantio convencional, normalmente, há operações de replantio: novo preparo de solo, gastos em combustíveis, sementes, adubos, assim como também a perda de produção devido ao plantio fora da época. Embora seja de custo relativamente mais alto nos primeiros quatro anos de implantação, é possível administrar esse alto custo sem levar o empreendimento rural à bancarrota, sendo que o segredo reside na forma como o plantio direto é adotado. Outro aspecto importante é o fato de o plantio direto diminuir o consumo de herbicida com o passar dos anos, principalmente combinando plantio direto com rotação de culturas. Enquanto isso, o plantio convencional mantém sempre o mesmo consumo, exceto quando há replantio que, nesse caso, pode aumentar o consumo. Devemos considerar no plantio direto que: • O agricultor deve adquirir uma semeadeira de plantio direto e se informar sempre sobre o sistema que, pelo fato de semear sem prévio revolvimento do solo, exigirá profundo conhecimento sobre o emprego de processos integrados de controle de plantas daninhas e manejo da palha. • A adequação da fertilidade química consiste em, antes de iniciar o plantio direto, fazer a correção da acidez do solo de metade da quantidade necessária de calcário, através da aração, e da outra metade, através da gradagem. • Devem ser realizados cálculos de vazão e regulagem do pulverizador de herbicidas, além da escolha de bicos apropriados. • A colheitadeira deve ter um picador e distribuidor de palha. 6.5.3 Tratos culturais O manejo do solo constitui‑se de práticas simples e indispensáveis ao bom desenvolvimento das culturas e compreende um conjunto de técnicas que, utilizadas racionalmente, proporcionem alta produtividade, mas, se mal utilizadas, podem levar à destruição dos solos em curto prazo, podendo chegar à desertificação de áreas extensas. As técnicas de manejo do solo a serem aplicadas em determinada área dependem de vários fatores. Cada área rural tem suas peculiaridades e requer decisão própria. 149 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Para cada caso, serão definidas as técnicas, de acordo com a textura do solo, o grau de infestação de invasoras, os resíduos vegetais que se encontram na superfície, a umidade do solo, a existência de camadas compactadas, pedregosidade e riscos de erosão e máquinas; para isso, o estudo do perfil do solo torna‑se primordial. Contudo, vale a pena lembrar que, sempre que possível, deve‑se decidir pelos manejos conservacionistas e, mesmo quando da impossibilidade de um manejo conservador, deve‑se eleger os preparos que provoquem o menor revolvimento do solo. Quando a camada do solo ou a quantidade de húmus for diminuindo devido à erosão ou às plantações feitas nele, ou a ambos, só há uma forma de evitarmos o seu enfraquecimento: a adubação. Adubação Através da adubação, fazemos a reposição que o solo perdeu. Há dois tipos de adubação: a química, com o emprego de adubos químicos, fabricados pelo homem; ou naturais, por ele extraídos de minas e adubos orgânicos compostos por matérias animais ou vegetais, inclusive estercos de animais como coelhos, aves etc., depois de decompostos. Tipos de fertilizantes Existem dois grandes grupos de fertilizantes: os inorgânicos e os orgânicos. Ambos podem ser naturais ou sintéticos. Os inorgânicos mais comuns levam nitrogênio, fosfatos, potássio, magnésio ou enxofre, e a maior vantagem desse tipo de fertilizante está no fato de conter grandes concentrações de nutrientes que podem ser absorvidos quase que instantaneamente pelas plantas. Já os fertilizantes orgânicos são feitos a partir de produtos naturais, como húmus, farinha de osso, torta de mamona, algas e esterco. Uma das grandes vantagens da produção de composto orgânico na propriedade rural está na simplicidade da instalação, já que não envolve gastos com instalações e pode ser feita próximo ao local onde será utilizado ou dos resíduos e dos dejetos de animais. Porém, a escolha do local é extremamente importante: deve ser uma área plana, se possível, protegida de ventos e insolação direta, com água disponível e de fácil acesso para a carga e descarga do material. Cabe deixar bem claro que o local deve estar longe de fontes de água ou de lençóis freáticos. Os estercos devem ser curtidos antes de aproveitados como adubos, para evitar que, fermentando, “queimem” as plantas. Os valores nutrientes dos estrumes variam de acordo com os animais que os produzem, dependendo da sua composição. Além disso, o adubo orgânico melhora as condições físicas do solo, tornando‑o mais solto e arejado. 150 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 08 /1 6 Unidade II Queremos chamar a atenção para o fato de que o adubo orgânico exerce três funções: como fertilizante, como corretivo e como melhorador ou condicionador do solo. É um fertilizante, embora de baixa concentração, sendo necessário usá‑lo em maiores quantidades, mas contém nitrogênio, cálcio, fósforo, potássio, magnésio e enxofre, além dos micronutrientes boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco. Quanto à adubação mineral, serve para devolver à terra os elementos minerais que dela foram retirados ou para incorporá‑los ao solo, corrigindo‑o quando este for pobre nesses elementos. Os fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertilizantes são insumos básicos que, empregados de forma correta, aumentam a produção agrícola. O Ministério da Agricultura fiscaliza a produção e o comércio de fertilizantes, corretivos e inoculantes, conforme disposto na Lei nº 6.894 (BRASIL, 1980), regulamentada pelo Decreto nº 4.954 (BRASIL, 2004). Os estabelecimentos que produzem, importam, exportam e comercializam insumos devem ser registrados no Ministério da Agricultura, assim como os produtos fabricados ou importados. Os principais elementos para a adubação química são chamados de macroelementos relacionados a seguir: • nitrogênio (N): que atua na cor e desenvolvimento das plantas, nos seus grãos e no seu teor de proteína; • fósforo (P): influi, principalmente, na floração, produção dos frutos de sementes; • potássio(K): contribui para maior resistência das plantas, inclusive a doenças. Como fontes de nitrogênio, temos ureia, salitre do Chile e sulfato de amônio; de fósforo, as farinhas de ossos e ostras; e de potássio, sulfato e cloreto de potássio e cinzas. Naturalmente, eles só devem ser incorporados ao solo quando necessário, nas quantidades certas e guardando uma proporção entre eles. Os adubos vendidos no comércio
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