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Mecanização Agrícola - Livro-Texto - Unidade II

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Unidade II
5 SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS
Primeiro, necessitamos conhecer o conceito de segurança do trabalho, que pode ser entendido como 
o conjunto de medidas adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais, 
bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do funcionário.
As medidas destinadas a evitar acidentes e doenças ocupacionais dependem diretamente do tipo 
de atividade exercida, do ambiente de trabalho, da tecnologia e das técnicas utilizadas, bem como da 
adoção de uma prática de educação e informação junto aos trabalhadores em seus locais de trabalho. 
No caso de essas medidas serem inadequadas, desconfortáveis e/ou pouco eficazes, haverá resistência e 
descrédito quanto à aplicação e adoção.
Os trabalhadores devem ter acesso a informações sobre os riscos e cuidados que envolvam sua 
atividade e participar nas medidas de promoção da saúde e prevenção dos acidentes.
Dentre todos os procedimentos de prevenção, os mais importantes referem‑se ao ambiente e à 
organização do trabalho. Um ambiente confortável propicia mais estímulo ao trabalho e um cuidado 
maior com as atividades perigosas. Qualquer objeto fora do lugar, por exemplo, logo é percebido. 
Por sua vez, uma boa organização do trabalho impede ou desestimula as improvisações, diminuindo 
sobremaneira a ocorrência de acidentes.
A prevenção não é apenas um conjunto de ações ou medidas destinadas a evitar uma ocorrência 
nociva ou indesejável para a saúde de quem trabalha. Não consiste simplesmente na aquisição de 
materiais protetores, tais como botas de borracha, cadeiras apropriadas ou teclado anatômico de 
computador. Sem dúvida, tudo isso é importante. Mas precisamos considerar que prevenção pode ser 
algo bem maior.
 Lembrete
Prevenir‑se contra acidentes de trabalho não é apenas proteger‑se 
de situações adversas, mas também melhorar as condições de trabalho, 
inclusive para colegas. 
Também é necessário conhecer três termos distintos:
• Perigo: fonte ou situação com potencial de provocar danos em termos de ferimentos humanos ou 
problemas de saúde, danos à propriedade e ao ambiente, ou uma combinação destes.
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• Dano: consequência de um determinado evento perigoso.
• Risco: a medida da probabilidade e a consequência de ocorrer um evento perigoso podem ser 
definidas como uma possibilidade de dano, prejuízo ou perda.
A análise preliminar de risco tem por objetivo compreender os perigos de uma determinada tarefa 
e os meios de eliminar, minimizar ou controlar os riscos e é utilizada para conscientizar os empregados 
da importância de conhecer as implicações do trabalho que realizam.
A análise preliminar de risco auxilia a:
• Encontrar problemas potenciais que possam resultar em mudanças no produto ou nas etapas do 
processo.
• Avaliar possíveis maneiras para prevenir acidentes, paradas de produção, deficiências na qualidade 
e reduções no valor do produto.
• Conhecer técnicas ocultas de produtividade e qualidade praticadas por operadores.
• Identificar abusos cometidos no processo produtivo, de qualidade e segurança realizados por 
empregados.
• Usar todas as informações disponíveis em treinamento para empregados novos ou transferidos.
A principal Norma Regulamentadora para Trabalho em Máquinas e Implementos Agrícolas é a n° 31 
(BRASIL, 2005), que tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no 
ambiente de trabalho rural. Aqui vamos destacar seus principais itens.
5.1 Norma Regulamentadora n° 31 (NR 31)
A NR 31 afirma no item 31.12.1:
As máquinas e implementos devem ser utilizados segundo as especificações 
técnicas do fabricante e dentro dos limites operacionais e restrições por 
ele indicados, e operados por trabalhadores capacitados, qualificados ou 
habilitados para tais funções (BRASIL, 2005).
Sem dúvida, a mão de obra qualificada permite, não só atende, a norma, mas é um dos fatores 
de produtividade da organização agropecuária. O operador deve estar familiarizado com todos os 
comandos e controles da máquina antes de operá‑la e, antes de trabalhar com implementos, deve fazer 
uma leitura do manual de instruções fornecido pelo fabricante, pois certos instrumentos requerem 
técnicas especiais de operação.
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Em relação à manutenção:
31.12.3 Os procedimentos de segurança e permissão de trabalho, quando 
necessários, devem ser elaborados e aplicados para garantir de forma 
segura o acesso, acionamento, inspeção, manutenção ou quaisquer outras 
intervenções em máquinas e implementos.
[...]
31.12.12 Cabe ao empregador rural ou equiparado manter os sistemas de 
segurança em perfeito estado de conservação e funcionamento, sendo a 
retirada ou neutralização total ou parcial destes sistemas que coloquem 
em risco a integridade física dos trabalhadores considerada risco grave e 
iminente.
[...]
31.12.24 As máquinas de cortar, picar, triturar, moer, desfibrar e similares 
devem possuir sistemas de segurança que impossibilitem o contato do 
operador ou demais pessoas com suas zonas de perigo.
31.12.26 As aberturas para alimentação de máquinas ou implementos que 
estiverem situadas ao nível do ponto de apoio do operador ou abaixo dele 
devem possuir proteção que impeça a queda de pessoas em seu interior 
(BRASIL, 2005).
Sobre os itens citados, cabe relembrar o que já foi mencionado na parte de manutenção das máquinas: 
é importante ler o manual de instruções do fabricante das máquinas.
Normalmente, os fabricantes têm normas de fabricação e elaboram testes em campo e 
laboratórios para incluir equipamentos de segurança nas máquinas ou fazer as exigências de 
equipamentos para seu manuseio.
Com a publicação da Portaria MTE nº 2.546 (BRASIL, 2011), o item 12 da NR 31 foi profundamente 
alterado. As mudanças começam pelo título – passou de “Máquinas, Equipamentos e Implementos” 
para “Segurança no Trabalho em Máquinas e Implementos Agrícolas” –, que ficou muito mais completo 
e detalhado que o anterior, oferecendo um instrumento mais eficaz na prevenção de acidentes com 
máquinas agrícolas e também tornou a sua aplicação nos locais de trabalho mais viável.
O item foi inspirado no Anexo 11 da NR 12 – Segurança no Trabalho com Máquinas e Equipamentos 
(BRASIL, 2010) e teve o Grupo de Trabalho Tripartite (GTT) coordenado por Aida Becker.
O Anexo 11 da NR 12, que trata de máquinas agrícolas, foi discutido em conjunto com o item 12 
da NR 31. A diferença é que a NR 31 aplica‑se às relações de trabalho rurais, que são regidas pela Lei 
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nº 5.889 (BRASIL, 1973), e a NR 12 é de cumprimento obrigatório pelos fabricantes de máquinas. Na 
essência, é o mesmo texto, com algumas diferenças decorrentes do seu campo de aplicação.
O processo de reformulação do novo texto foi, como ocorre com as Normas Regulamentadoras, 
revisado por meio de discussão tripartite, envolvendo representantes de governo, empregadores e 
trabalhadores. Também contou com a participação de representantes dos fabricantes de máquinas, que 
se comprometeram com a implementação do disposto no texto final da Norma.
Esse comprometimento é importante, uma vez que o subitem 31.12.2 (BRASIL, 2005), por exemplo, 
aproxima as relações entre empregadores rurais e fabricantes do maquinário, determinando que asproteções, dispositivos e sistemas de segurança previstos nessa Norma devem integrar as máquinas 
desde a sua fabricação, não podendo ser considerados itens opcionais para quaisquer fins.
O novo texto contou também com um acordo entre os participantes da Comissão Permanente 
Nacional Rural (CPNR), responsável pela discussão da Norma, fato que não havia ocorrido em 2005, 
quando a NR 31 foi publicada. Isso representa um grande avanço no processo de diálogo com o setor 
agrícola e também um salto de qualidade no conteúdo da Norma.
Essa alteração, se for cumprida tanto pelos fabricantes como pelas empresas e trabalhadores, irá se 
tornar um elo entre todos.
Acredita‑se que as usinas de açúcar e álcool agrícolas precisarão investir em proteção para se adaptarem às 
novas diretrizes. A alteração da redação do item 31.12 da NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, 
Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura afetou as usinas. Aquelas que já vinham descumprindo 
as normas terão mais dificuldades para sua adequação, uma vez que o grau de exigência aumentou.
A alteração traz um detalhamento que visa fixar conceitos básicos de segurança quando se tratar 
de máquinas agrícolas. Como os profissionais têm certa dificuldade de acesso à informação e, por uma 
questão cultural, não costumam pesquisar em NRs, resolvemos detalhar mais o texto, mesmo correndo 
o risco de a Norma se tornar obsoleta em pouco tempo. Quando isso acontecer, adaptaremos o que ficar 
obsoleto. Esse é o momento da informação. Assim, trouxemos os conceitos que julgamos fundamentais, 
os mais relevantes, para que sejam fixados.
Outro propósito é dar mais transparência para a informação, uma vez que o item detalhado pode diminuir 
a margem para interpretações equivocadas. Quando for feito algo genérico, haverá risco de cada pessoa 
entender o texto de forma diferente do que ficou estabelecido pela CPNR, responsável pela discussão da NR 
31. Isso poderia trazer confusão, tanto para quem aplica quanto para quem fiscaliza a Norma.
 Observação
As Normas Regulamentadoras, relativas à segurança e medicina do 
trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas 
e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta. 
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Dados de acidentes do Ministério do Trabalho apontam para uma situação preocupante em nosso 
país devido ao aumento do índice de acidentes no meio rural em função da mecanização e automação 
do trabalho rural. O acidente de trabalho agrícola, além de representar um custo elevado em termos de 
tratamento médico, indenizações, perdas de produção, danos às máquinas, atrasos e outros, traz graves 
problemas ao acidentado e à sua família, principalmente no meio rural, onde se concentra uma alta taxa 
de trabalhadores sem registro e, portanto, desassistidos pelos órgãos públicos de assistência social e saúde.
Os cuidados necessários para evitar acidentes no trabalho rural, em muitos casos, são práticas simples 
e de observações do óbvio, como os cuidados pessoais; cuidado no uso de ferramentas e equipamentos; 
adoção e atenção às medidas agrícolas de segurança, o que não exige de nenhuma das partes, empregado 
ou empregador, grande dispêndio de energia ou tempo.
Mecanização, automatização e uso intensivo de defensivos químicos, como herbicidas e pesticidas, 
são os principais causadores de acidentes agrícolas no país. E o número, cada vez mais crescente, ainda 
tende a aumentar caso práticas simples não sejam adotadas tanto por parte dos trabalhadores rurais 
quanto por parte dos administradores.
Como as atividades agrícolas englobam todas as atividades agroeconômicas, desde a produção de 
gêneros alimentícios até a produção de matérias‑primas para a indústria, elas abrangem um grande 
número de atividades variadas, que vão desde a limpeza e preparo do solo para o plantio até as operações 
de manejo da cultura, colheita, transporte e armazenamento.
Em paralelo, outras atividades são realizadas, como: tratamentos de sementes e partes vegetativas, 
abertura de canais de irrigação e drenagem, criação de animais, construção e manutenção de estradas, 
cercas, estábulos, paiol e outros, controle de doenças e pragas, aplicação de corretivos e adubos, operação 
de máquinas, eletrificação rural e, em alguns casos, as agroindústrias de beneficiamento.
Para a realização de todas essas atividades, é utilizado um grande número de ferramentas manuais, máquinas, 
implementos, veículos, produtos químicos, substâncias inflamáveis etc. que, se não forem corretamente 
manejadas, poderão causar inúmeros acidentes graves e comprometer seriamente a saúde do trabalhador.
Sendo assim, fatores de prevenção deverão ser considerados para que o trabalhador rural e seu empregador 
se resguardem contra qualquer tipo de prejuízo, seja ele relativo à saúde física, mental ou financeira.
5.2 Norma Regulamentadora n° 6 (NR 6)
Já a NR 6 (BRASIL, 2001) trata dos equipamentos de proteção individual (EPIs), considerados, como 
todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos 
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Como exemplo de EPIs, temos as máscaras, os 
protetores auriculares, os óculos de segurança, o calçado de segurança, as capas plásticas etc.
O uso do EPI nasceu legalmente da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) por meio do Decreto‑lei 
nº 5.452 (BRASIL, 1943); em seu artigo 160, foi determinado que, em todas as atividades exigidas, o 
empregador forneceria EPI.
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A empresa é obrigada a fornecer ao empregado, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito 
estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
• Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de 
acidentes do trabalho ou de doenças ocupacionais.
• Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas.
• Para atender situações de emergência.
Quanto ao EPI, cabe ao empregador:
• Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade.
• Exigir o seu uso.
• Fornecer ao empregado somente EPIs aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de 
segurança e saúde no trabalho.
• Orientar e capacitar o empregado quanto ao uso adequado, acondicionamento e conservação.
• Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado.
• Responsabilizar‑se pela higienização e manutenção periódica.
• Comunicar ao Ministério do Trabalho qualquer irregularidade observada.
• Registrar o fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.
Cabe ao empregado, quanto ao EPI:
• Utilizar apenas para a finalidade a que se destina.
• Responsabilizar‑se pelo acondicionamento e conservação.
• Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso.
• Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
Os riscos a que os empregados estão sujeitos são:
• Riscos físicos – caracterizam‑se pela transferência de energia do agente físico para o trabalhador. 
Dependendo da quantidade de energia absorvida pelo trabalhador, o organismo poderá sofrer 
consequências como desenvolver uma doença profissional. Os agentes físicos mais importantes são:
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— Ruído: o ruído elevado poderá produzir uma redução na capacidade auditiva do trabalhador, 
como um trator funcionando oito horas em um único dia, com um único funcionário.
— Vibração: os efeitos de qualquer vibraçãodevem ser entendidos como consequência de uma 
transferência de energia para o corpo humano, caracterizados em operações com ferramentas 
manuais elétricas ou características do trabalho a que estão expostos operadores de grandes 
máquinas colheitadeiras e de tratores, podendo produzir problemas na coluna vertebral, dores 
lombares e nos rins etc.
— Temperaturas anormais (extremas): são condições térmicas rigorosas, em que são realizadas 
diversas atividades profissionais, como calor intenso responsável por uma série de problemas 
que afetem a saúde e o rendimento do trabalhador (insolação, desidratação e as cãibras do 
calor) – por exemplo, um dia inteiro sob o sol arando a terra; ou o frio intenso encontrado em 
diversos tipos de empresas que utilizam câmaras frigoríficas, ocasionado enregelamentos dos 
membros, hipotermia (queda da temperatura corporal) e lesões na epiderme conhecidas como 
ulcerações do frio.
• Riscos químicos – estão presentes em quase todos os processos industriais e agrícolas, como 
produtos para limpeza, processamento, pintura, inseticidas, herbicidas, adubos químicos, 
lubrificantes etc. Sem o devido cuidado, esses produtos podem ser perigosos para a saúde dos 
trabalhadores e até mesmo letais. Podem penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas 
de poeiras, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou pela natureza da atividade de exposição, e 
também ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Figura 65 – Lesões na pele causadas por produto químico
• Riscos biológicos – são microrganismos causadores de doença com os quais o trabalhador pode 
entrar em contato durante suas atividades profissionais. Podem causar doenças de natureza 
distinta que, em muitos casos, são transmitidas de outros animais ao homem, como as zoonoses. 
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Em geral, os maiores riscos biológicos são aqueles ligados à criação e ao cuidado de animais (em 
estábulos e cavalarias), manipulação de produtos de origem animal (resíduos deteriorados de 
animais) e serviços de limpeza em unidades de esgotos (galerias e tanques).
• Riscos ergonômicos – são aqueles decorrentes da não adaptação ou ajustamento imperfeito do 
sistema homem‑máquina. A ergonomia tem por objetivo principal a adaptação das condições 
de trabalho às características físicas e psicológicas do homem, como: a capacidade física, as 
dimensões corporais, possibilidades de interpretação de informações pelo aparelho sensorial 
(visão, audição), capacidade de tratamento das informações pelo cérebro em termos de rapidez e 
complexidade etc.
 Observação
Risco químico é o perigo a que o indivíduo está exposto ao manipular 
produtos que podem lhe causar danos físicos por exposição química. 
Eles vão desde irritação, passando por queimaduras leves, podendo até 
ocasionar a morte. 
5.3 Riscos de acidentes
Os riscos de acidentes são representados por deficiências nas instalações ou em máquinas e 
equipamentos responsáveis por uma série de lesões nos trabalhadores, como cortes, fratura, escoriações, 
queimaduras etc.
Exemplos de riscos de acidentes:
• arranjo físico inadequado;
• máquinas e equipamentos sem proteção;
• ferramentas inadequadas ou defeituosas;
• iluminação inadequada;
• eletricidade;
• probabilidade de incêndio ou explosão;
• armazenamento inadequado;
• animais peçonhentos;
• outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes.
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Cabe mencionar que as chamadas Normas Regulamentadoras Rurais são cinco: NRR‑1 – Disposições 
Gerais; NRR‑2 – Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (SEPATR); NRR‑3 
– Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (CIPATR); NRR‑4 – Equipamentos de 
Proteção Individual (EPI) e NRR‑5 – Produtos Químicos. Todas foram revogadas pela Portaria do Ministro 
de Estado do Trabalho e Emprego nº 191, de 15 de abril de 2008.
 Saiba mais
Todas as normas regulamentadoras emitidas pelo Ministério do Trabalho 
e Emprego estão disponíveis no link a seguir:
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Normas 
regulamentadoras. Brasília, [s.d.]. Disponível em: <http://www.
mtps.gov.br / seguranca‑e‑saude‑no‑t raba lho/normat izacao/
normas‑regulamentadoras>. Acesso em: 5 ago. 2016.
Nas máquinas agrícolas em geral, dispostos ao longo da sua estrutura, encontram‑se adesivos de 
segurança com palavras tais como: “Atenção”, “Advertência”, “Importante”, “Alerta”, entre outros. A 
seguir as mais comuns:
• Perigo: indica uma situação de perigo imediato que, se não evitada, poderá resultar em morte ou 
em ferimentos graves. A cor associada ao “perigo” é a vermelha.
Figura 66 – Símbolo de perigo, em vermelho, que poderá resultar em morte
• Aviso: indica uma situação de perigo potencial que, se não evitada, poderá resultar em ferimentos 
graves. A cor associada ao “aviso” é a laranja.
Figura 67 – Símbolo de perigo, em laranja, que, se não evitado, poderá resultar em ferimentos graves
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• Cuidado: indica uma situação de perigo potencial que, se não evitada, poderá resultar em 
ferimentos leves ou moderados. Também pode ser usada para alertar contra práticas inseguras. A 
cor associada ao “cuidado” é a amarela.
Figura 68 – Indica uma situação de perigo potencial
Figura 69 – Normas e leis devem ser seguidas
Segundo Monteiro e Albiero (2013, p. 35), no livro Segurança na Operação com Máquinas Agrícolas:
Para executar as operações com o trator na lavoura, em função das distâncias, 
o operador necessita realizar deslocamentos com a máquina, sendo algumas 
vezes necessário transitar por vias públicas para chegar até a área de 
operação. Sendo assim, é necessário por parte dos operadores muita atenção 
e obediência às leis de trânsito na condução dos tratores, com o intuito de 
evitar acidentes. O trator é uma máquina feita para tracionar equipamentos 
agrícolas, desprovidos de sistemas de amortecimento tais como feixes 
de molas ou amortecedores, sendo um veículo de velocidades reduzidas. 
Durante os deslocamentos, deve‑se evitar velocidades excessivas, permitindo 
assim que o operador execute uma condução segura. O conhecimento do 
funcionamento dos controles e instrumentos do trator permite ao operador 
desempenhar o trabalho de forma eficiente e segura. No trator existem dois 
pedais de freios, cada pedal correspondendo a uma das rodas direita ou 
esquerda do trator, estes servem para auxiliar na realização de manobras 
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com o intuito de reduzir o raio de giro. Porém, durante a condução em 
estradas, recomenda‑se o travamento dos pedais de freio para que, quando 
necessário o acionamento dos mesmos, as duas rodas possam ser travadas 
simultaneamente, evitando a perda do controle do trator.
Os mesmos autores complementam:
Com a finalidade de preservar a integridade e a vida das pessoas, alguns 
cuidados devem ser tomados ao circularem com tratores em estradas, 
rodovias e outras vias públicas, seja no meio urbano ou rural. Segundo 
o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), os usuários das vias, ou seja, 
aqueles que utilizam as rodovias, devem evitar situações que possam 
constituir perigo para o trânsito de veículos, de pessoas ou animais, 
causarem danos as propriedades públicas ou privadas. (CTB, art. 26, I 
e II). O CTB define trator como sendo o veículo automotorconstruído 
para realizar trabalho agrícola, de construção e de pavimentação e 
tracionar outros tipos de veículos e equipamentos. No capítulo IX 
Artigo 96 Alínea e, os veículos agrícolas classificam‑se como veículos de 
tração e se dividem em tratores de rodas, tratores de esteiras e tratores 
mistos. Por serem veículos automotores destinados à movimentação de 
cargas para o trabalho agrícola ou com o intuito de tracionar outros 
veículos, os tratores de rodas, tratores de esteiras ou tratores mistos só 
podem ser conduzidos na via pública, por condutores habilitados nas 
categorias C, D ou E, conforme Art. 144 do CTB. As máquinas agrícolas 
têm autorização para transitar em rodovias, mas para isso é necessário 
o registro e licenciamento do Detran – Departamento Estadual de 
Trânsito, recebendo pelo Detran uma numeração especial, de acordo 
com o Art. 115 do CTB. O veículo será identificado externamente 
por meio de placas dianteira e traseira, sendo estas lacradas em sua 
estrutura, obedecidas as especificações e modelos estabelecidos 
pelo Conselho Nacional de Trânsito – Contran (MONTEIRO; ALBIERO, 
2013, p. 39).
No entanto, no site JusBrasil, encontramos a seguinte informação:
O Congresso Nacional analisa a Medida Provisória 646/14, que desobriga 
tratores e demais máquinas agrícolas do licenciamento anual no 
Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Pela proposta, tratores 
fabricados antes de 1º de agosto de 2014 ficam dispensados tanto do 
licenciamento como do registro.
O texto também define a categoria B de habilitação, a mesma de carros de 
passeio, como a necessária para conduzir trator com rodas. Atualmente, 
o trator de roda, de esteira ou o misto precisam ser conduzidos por 
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motorista com carteira C, D ou E, usadas para caminhões, ônibus ou 
veículos de reboque.
Veto
A presidente Dilma Rousseff vetou, em 15 de maio, uma proposta (PL 
3312/12) do deputado Alceu Moreira (PMDB‑RS) que desobrigava os tratores 
e outros veículos para trabalhos agrícolas, como colheitadeiras, tanto do 
licenciamento anual como do registro (MEDIDA..., 2016).
No entanto, conforme consta na Lei nº 13.154, de 2015, o artigo 115, parágrafo 4º, do Código de 
Trânsito Brasileiro passou a vigorar com a seguinte redação:
§ 4º‑A. Os tratores e demais aparelhos automotores destinados a puxar 
ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas, desde 
que facultados a transitar em via pública, são sujeitos ao registro único, 
sem ônus, em cadastro específico do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento, acessível aos componentes do Sistema Nacional de Trânsito.
Art. 129‑A. O registro dos tratores e demais aparelhos automotores 
destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos 
agrícolas será efetuado, sem ônus, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento, diretamente ou mediante convênio (BRASIL, 2015).
Assim, pela nova lei, os tratores e demais aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar 
maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas estão dispensados de licenciamento, mas sujeitos 
ao registro único, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
5.4 Acidentes com tratores
O trator é, sem dúvida, uma das máquinas mais importantes na agricultura moderna. Não são veículos 
de alta velocidade, mas, em geral, necessitam de grande potência e peso para um bom desempenho das 
funções para as quais são destinados. São também uma das máquinas mais perigosas quando não 
utilizadas de forma conveniente e segura.
5.4.1 Segurança do operador
O conceito antigo de “tratorista”, ou seja, aquele que somente dirigia, que somente sabia “tocar” o 
trator, já não tem mais espaço na atualidade. Ha alguns anos atrás, essa filosofia foi transformada e 
evoluiu; hoje, nós atribuímos a este profissional do campo a denominação de “operador de máquinas 
agrícolas”, pois ele tem não somente a função de movimentar o trator, mas, também, fazê‑lo de forma 
correta, consciente, segura, eficiente e de maneira produtiva.
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 Observação
Durante o trabalho diário com o trator, é indispensável o uso de 
equipamentos de proteção individual para a execução das atividades 
com segurança. 
Alguns cuidados devem ser tomados pelo operador de máquinas agrícolas antes de iniciar o 
trabalho, como:
• Não utilizar roupa larga ou camisa de manga comprida, a fim de evitar que a roupa se prenda às 
alavancas ou a outras peças que estejam em movimento.
• Realizar o acesso ao trator sempre pelo lado esquerdo. Isso se deve ao fato de que os controles do 
hidráulico e os freios estarem localizados no lado direito, evitando, assim, encostar acidentalmente 
nos pedais e nas alavancas.
• Não efetuar mudanças de marchas com o trator em movimento, especialmente em descidas e 
tracionando cargas elevadas.
• Não se deve abastecer o tanque com o motor aquecido, em funcionamento ou próximo a chamas.
• Para completar o nível de água do radiador, deve‑se desligar o motor ou deixá‑lo funcionando em 
ponto morto.
• Nunca se deve engraxar as peças próximas ao motor em funcionamento.
• Não ligar o trator em local fechado.
• Antes de movimentar o trator, verificar se não há pessoas ou obstáculos próximos.
• Ajustar corretamente o assento do trator antes de iniciar os trabalhos para que o operador acesse 
os controles com maior facilidade, tornando a jornada menos cansativa e mais segura.
• Ao fazer o acoplamento do implemento ao trator, deve‑se impedir que pessoas fiquem entre as 
máquinas.
• O operador deve segurar firme o volante do trator e jamais dirigir com apenas uma das mãos.
• Nunca conduzir o trator em alta velocidade, pois ele foi projetado para trabalhar a baixas 
velocidades.
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• Ao utilizar o trator para tracionar carretas com cargas pesadas, manter os dois pedais de freio 
ligados pela trava.
• Evitar o transporte de pessoas na plataforma ou na barra de tração.
• Evitar subir ou descer do trator em movimento.
• Não trabalhar com barrancos.
• Os freios devem ser acionados com movimentos suaves. Em caso de deslizamento das rodas, usar 
os freios separadamente e procurar manter o alinhamento do trator.
• Quando o conjunto mecanizado (trator + implemento) for travado por algum obstáculo, acionar 
o freio, colocar o motor em ponto morto ou desligá‑lo antes de descer do trator.
• Ao rebocar outro trator, utilizar sempre a barra de tração e nunca o engate do braço superior (3° 
ponto).
• Quando o trator estiver acionando um implemento através da tomada de potência, não ficar 
perto da TDP. Os fabricantes recomendam o uso de proteção para a tomada de potência.
• Ao estacionar o trator, dar preferência a terrenos planos, usar sempre os freios de mão e de pé e 
não se esquecer de retirar a chave do contato.
• Quando o trator estiver estacionado, os implementos acoplados no SLH devem ser abaixados.
• Ao trocar pneus, não usar macacos ou cavaletes improvisados.
• O trabalho noturno só deverá ser feito em terrenos conhecidos.
Temos milhares de tratores e máquinas, ainda em uso no campo, que não dispõem de estrutura de 
proteção na capotagem, não propiciam qualquer conforto ao operador, apresentam freios e sinalização 
em mau estado (quando apresentam) têm motores com problemas que requerem manutenção frequente, 
provocando gastos extras. Máquinas nesse estado de conservação apresentam baixo rendimento, 
consomem muito mais combustível e emitemalto índice de gases poluentes.
Hoje em dia, existe uma grande variedade de modelos de tratores com 
diferentes sistemas de rodados, diversos órgãos com funções bastante 
específicas, além de acessórios para fornecer maior conforto para o operador, 
que pode usufruir de banco com assento estofado e amortecedores 
pneumáticos, cabines com ar condicionado, som ambiente e computadores 
de bordo e, mais importante que isso, dispõe também de sistemas de 
segurança tais como: estrutura de proteção ao capotamento (EPC), cinto de 
segurança, proteção das partes móveis, alarmes, bloqueadores eletrônicos, 
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dispositivos de segurança para partida do motor, sinalizadores de direção e 
de emergência (MONTEIRO; ALBIERO, 2013, p. 15).
O operador de máquinas agrícolas, durante a sua jornada de trabalho diária, é exposto à radiação 
em diferentes níveis. Nas horas mais quentes do dia, a pele e a visão sofrem mais com a incidência solar, 
e o operador também sofre um desconforto térmico que interfere no desempenho da atividade, pois 
a vestimenta do operador é projetada apenas para a sua segurança com relação à máquina, e não à 
condição ambiental da região onde se encontra.
Embora os ventos amenizem a sensação térmica, o calor excessivo e a exposição prolongada ao sol 
podem causar doenças como queimaduras, câncer de pele, catarata e envelhecimento precoce, bem 
como também ocasionarão fadiga, desconforto e falta de atenção. Esses fatores combinados podem 
contribuir para um possível acidente de trabalho.
Um operador trabalhando em uma temperatura de 40 °C dificilmente terá a mesma concentração e 
rendimento do que um mesmo profissional fazendo a operação em uma cabine com ar condicionado, 
com uma temperatura ao redor de 20 °C. Como as máquinas dependem desse fator humano, um 
operador que trabalhe em 100% de suas condições é essencial.
Em relação aos tratores, algumas das ofertas atuais do mercado para gerar maior conforto operacional 
incluem a troca de marcha em câmbios automáticos, substituindo as transmissões localizadas em meio 
às pernas do operador.
Por sua tecnologia avançada, alguns itens que propiciam conforto também podem gerar economia 
de combustível. É o caso de algumas transmissões automáticas que são capazes de selecionar 
automaticamente a marcha com a melhor relação entre economia e desempenho.
Assim, além de facilitar a vida do operador, o sistema automático de câmbio ainda diminui gastos 
com combustível, maximizando os ganhos na lavoura. Nesse sentido, o conforto operacional tem cada 
vez mais importância pela facilidade de operação.
No caso de máquinas e tratores agrícolas, podemos identificar os seguintes problemas que podem 
acarretar acidentes durante atividades envolvendo trator ou colheitadeiras:
• incapacidade e ignorância em operar os equipamentos;
• velocidade excessiva;
• falta de atenção do tratorista ou do operador;
• inexperiência e falta de treinamento do tratorista ou do operador;
• causas terceiras, como dar caronas a outras pessoas.
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Entre as causas mais comuns de acidentes envolvendo tratores, destacam‑se:
• quedas ou tombamentos laterais e/ou capotagem para trás;
• aprisionamento por peças móveis;
• empinamento ou queda para trás;
• queda do tratorista;
• choque com outros veículos;
• erros operacionais com os implementos.
O operador pode ainda estar sujeito a adquirir doenças como perda auditiva, devido ao ruído 
excessivo do trator, problemas de coluna, em decorrência da inadequação do posto de operação, ou 
problemas gastrointestinais, pela exposição excessiva a vibrações verticais.
Esses acidentes ocorrem devido a erros humanos, como excesso de velocidade, uso incorreto de freios, 
riscos em manobras, atolamento, trabalhos inadequados ou em situações de risco, acoplamento incorreto 
de implementos e carretas e transporte de pessoas. Essas falhas põem em perigo não a vida do tratorista e 
operadores de máquinas acopladas, mas também a dos trabalhadores que estiverem próximos.
O tombamento é resultado da perda de estabilidade do trator, o que está relacionado à distância entre 
eixos e à bitola utilizada. Assim, o uso de tratores estreitos oferece maior risco que os tratores convencionais.
O tombamento lateral pode ocorrer em trabalhos realizados em terrenos inclinados, queda de roda 
em buraco no terreno, afundamento das rodas traseiras na lama, deslocamento e frenagem brusca em 
alta velocidade, presença de pedras e outros obstáculos que se encontrem no percurso do trator.
Já o tombamento para trás normalmente ocorre quando são tracionados implementos fora da barra de 
tração ou utilizados pontos de engate muito elevados, quando são feitas tentativas de puxar tocos ou outros 
objetos fixos com marcha para frente e em casos de carga acima do peso do trator. O tombamento para trás 
ocorre de forma tão rápida que o condutor muitas vezes não consegue evitá‑lo. Tais situações são potencializadas 
quando os tratores são desprovidos de requisitos de segurança e apresentam precária manutenção, por 
exemplo: problema no sistema de freio e estrutura de proteção na capotagem (EPC) danificada.
Cuidados durante a operação do trator são fundamentais para prevenir acidentes, entretanto, 
o trator é uma máquina naturalmente perigosa, sendo, às vezes, difícil evitar o acidente por 
tombamento. Para essa eventualidade, pode‑se pelo menos minimizá‑lo com a presença da 
estrutura de proteção na capotagem.
A EPC é uma estrutura montada sobre o trator com a finalidade de proteger o condutor em caso de 
capotagem do trator durante a sua utilização normal, garantindo um espaço seguro para o operador. 
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Assim, ela deve ser construída de maneira que resista ao impacto do tombamento sem sofrer deformações 
que atinjam a zona de segurança destinada ao operador.
Apesar de não existirem estatísticas sistemáticas da ocorrência de acidentes, deve ser expressivo o 
índice de acidentes com tratores.
 Saiba mais
De acordo com o artigo 2º da Lei nº 6.367 (BRASIL, 1976): “Acidente do 
trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, 
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou 
perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. 
Você pode acessar todo o conteúdo desta lei através do link:
BRASIL. Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976. Dispõe sobre o seguro de 
acidentes do trabalho a cargo do INPS e dá outras providências. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6367.htm>. Acesso em: 1º 
ago. 2016.
O que fazer para retirar do campo as máquinas obsoletas, muito inseguras e tão poluentes? Uma 
ideia seria de que os proprietários disponibilizassem para o desmanche seus tratores com mais de 15 
anos de fabricação e colheitadeiras com mais de 10 anos.
A consequência é melhorar a segurança e as condições de trabalho dos operadores, aumentar a 
eficiência energética através do maior rendimento e menor consumo de combustíveis, reduzindo o 
impacto ambiental, e promover a introdução de tratores e máquinas mais adequados para atender às 
necessidades da agricultura.
O conforto operacional do operador de máquinas agrícolas vem tendo sua importância cada vez 
mais reconhecida. Um operador trabalhando em condições ideais rende mais do que alguém operando 
em uma máquina desconfortável.
Tipos de EPC
São três os tipos de EPC:
• EPC de dois pontos de fixação ou dois pilares – tambémdenominada “arco de segurança”, 
constitui‑se de um elemento estrutural fixo ao trator em dois pontos resistentes no chassi, à 
frente ou atrás do operador.
• EPC de quatro pontos de fixação ou quatro pilares – constitui‑se de um conjunto de barras 
resistentes que se fixam à frente e atrás do operador em quatro pontos de apoio no trator.
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• Cabine de segurança – conjunto de elementos resistentes semelhantes à EPC de quatro 
pontos, sobre os quais são feitos recobrimentos para proteger o operador de sol, poeira, 
chuva, calor e frio.
Dos três tipos, o mais eficiente é a cabine de segurança, pois, além da segurança, oferece conforto 
ao operador. A EPC de dois pontos de fixação, geralmente utilizada em tratores estreitos ou de pequeno 
porte, é a que tem merecido maior desenvolvimento tecnológico para adequar o uso do trator às 
necessidades particulares, como em parreirais cultivados em caramanchão (estrutura leve construída 
em madeira, que pode cobrir‑se de vegetação), pomares e edificações para confinamento de animais.
Figura 70 – Tratores e colheitadeiras oferecem uma grande opção de cabines de segurança, incluindo ar condicionado e GPS
Alguns projetos de EPC de dois pontos são constituídos de barras dobráveis de modo que, ao operar 
em culturas de baixo vão livre, o operador tenha a opção de abaixá‑la. É uma alternativa interessante 
para ser adaptada em tratores velhos que permitam este tipo de EPC.
O que acontece, entretanto, é que muitos operadores não retornam a estrutura à posição original 
quando executam outras tarefas ou deslocam‑se em estradas. Dessa forma, ficam expostos à gravidade 
de um acidente por tombamento.
Para evitar este problema, há o AutoROPS, que consiste de uma estrutura telescópica que fica 
normalmente abaixada e está ligada a um sensor que monitora o ângulo de operação do trator. Se uma 
condição de tombamento for detectada pelo sensor, a EPC retraída se estenderá e travará na posição 
vertical antes de tocar o solo.
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É preciso ressaltar, porém, que qualquer que seja o tipo de EPC utilizada, a proteção do operador 
só será garantida com o uso de cinto de segurança, que também deve estar presente no trator que 
disponha de EPC.
5.5 Acidentes com ferramentas manuais
As ferramentas manuais, em geral, também causam os chamados acidentes graves, pois podem 
trazer incapacidade parcial ou permanente conforme o caso. Por isso, é bom tomar certas precauções, 
já que algumas delas podem ser causa contínua de acidentes.
Atualmente, existem muitos casos registrados de mortes causadas por acidentes com equipamentos 
manuais portáteis, o que na prática são ferramentas manuais mecânicas ou motorizadas, como as 
motosserras. Portanto esses equipamentos são merecedores de total atenção por parte dos usuários, 
evitando‑se, assim, maiores transtornos e avarias.
Os acidentes de trabalho mais comuns na área rural são os cortes, dilacerações e contusões. Por 
causa da dificuldade de obter primeiros socorros imediatos, esses ferimentos podem infeccionar e ficar 
graves. Daí a necessidade de ter uma caixa de primeiros socorros em cada posto de trabalho.
As ferramentas manuais de uso no campo devem ser transportadas em lugares especialmente 
preparados para tal finalidade, nunca espalhadas e soltas nas carrocerias ou nas cabines dos caminhões. 
Certos tipos de ferramentas precisam utilizar estojo protetor ou bainhas, como machado, foice, facão e 
outras ferramentas de corte, assim evitam‑se ferimentos.
Deve‑se escolher um local específico para a instalação de uma ferramentaria, espaço utilizado para 
guardar ferramentas, facilitando a organização e o controle delas. Quando houver uma grande variedade 
e quantidade de ferramentas, seria ideal que houvesse no local um quadro de ferramentas, minimamente 
organizado por tipo e função. Esse quadro pode ser adquirido no comércio ou construído na propriedade.
Figura 71 – Cada ferramenta deve estar preparada para o uso ao qual se destina
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Cada ferramenta deve estar preparada para o uso ao qual se destina. Os instrumentos cortantes, 
por exemplo, devem estar bem afiados, para evitar maior esforço do trabalhador e para conservá‑los 
em boas condições de uso. Mesmo durante o trabalho, as ferramentas devem ficar onde não ofereçam 
perigo a ninguém e, nas oficinas, devem estar em caixas de ferramentas ou em quadros fixos.
Certas ferramentas manuais exigem do trabalhador a utilização da proteção individual, como luvas, 
perneiras e botas. Deve‑se, também, manter certa distância entre os trabalhadores para evitar que eles 
sejam atingidos na movimentação das ferramentas.
É importante, também, que um trabalhador nunca jogue uma ferramenta para o companheiro pegar, 
o correto é entregá‑la nas mãos, diretamente.
5.5.1 Cuidados básicos na utilização de motosserra
Infelizmente, qualquer acidente com uma motosserra é grave. Por essa razão, segue um elenco de 
medidas de segurança para operar uma motosserra:
• Ler com atenção o manual do fabricante antes de iniciar as atividades no manuseio da motosserra.
• Usar as roupas protetoras, incluindo: capacetes de segurança com viseira ou óculos; calçados de 
segurança; luvas; protetor auricular tipo concha.
• Não fumar quando estiver operando ou abastecendo a motosserra (movida a gasolina).
• Não operar a motosserra quando estiver sozinho.
• Não dar partida com a motosserra sobre a perna ou o joelho.
• Manter o corpo e vestimenta longe da motosserra para dar partida e operá‑la.
• Antes de dar partida, assegurar‑se que a motosserra não esteja encostando em nada.
• Quando a motosserra estiver ligada, segurar firmemente com ambas as mãos e prestar atenção no 
que estiver cortando.
• Os rebotes, quando a motosserra pula para cima e para trás, podem ser causados quando:
— a ponta da corrente bater acidentalmente em galhos ou outros objetos;
— a corrente encontrar metal, cimento ou outro material duro que esteja perto ou dentro da madeira;
— a velocidade do motor for insuficiente no início ou durante o corte;
— a corrente estiver cega e/ou solta;
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— a motosserra for operada acima do ombro;
— o operador descuidar‑se ao segurar ou guiar a motosserra durante o corte.
• Não cortar árvores ou galhos se estiver ventando forte.
• Não colocar a motosserra quente em locais onde haja produtos inflamáveis.
• Recomenda‑se não operar a motosserra em cima de árvores, escadas ou qualquer outra superfície 
instável. Se for necessário operar a motosserra nessas condições, lembrar‑se de que elas são 
extremamente perigosas.
• Não usar a motosserra quando estiver em posição incorreta: desequilibrado, braços esticados, 
segurando com uma mão etc.
• Ao cortar um galho tencionado (vergado), cuidando para não ser atingido por ele quando terminar 
o corte.
• Muito cuidado ao cortar materiais finos: eles podem ricochetear na direção do operador ou fazê‑lo 
perder o equilíbrio.
• Evitar a operação prolongada da motosserra se as mãos começarem a adormecer e inchar ou ficar 
tensas. Essas condições podem diminuir a capacidade de controlar a motosserra.
• Ter cuidado com a fumaça do escapamento e não operar a motosserra (operada por combustível) 
em locais fechados ou de pouca ventilação.
• Observar os regulamentos locais referentes à prevenção contra incêndios.• Não transportar a motosserra pela alavanca de acionamento do freio da corrente, transportar 
somente pelo pegador manual.
• Desligar a motosserra quando transportá‑la de um corte para outro. Transportar sempre a 
motosserra com o motor desligado, a barra voltada para trás e o silencioso longe do corpo 
do operador.
• Não tocar com as mãos na corrente em movimento.
• Não permitir a presença de outras pessoas ou animais perto da motosserra em movimento ou 
quando estiver cortando árvores.
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Figura 72 – Utilização de motosserras exige muito cuidado
6 IMPACTO DA MANUTENÇÃO NO MEIO AMBIENTE
A vida útil das máquinas depende da realização da manutenção e do modo de operá‑las.
Novamente vamos aqui relembrar alguns itens de segurança. Antes de realizar a manutenção, é 
necessário, primeiro, que as máquinas sejam compreendidas, através da leitura atenta do manual do 
proprietário ou de manutenção do fabricante, para que o processo de manutenção possa ser realizado 
com todos os cuidados necessários a fim de não ocorrerem acidentes e também de não causar danos ao 
trator devido a práticas erradas ou, ainda, ao meio ambiente.
Quando a máquina estiver em movimento, nunca realizar manutenções, ajustes e lubrificações.
Tenha em mente antes de realizar a manutenção:
• desengatar todas as fontes de potência;
• operar os controles para aliviar a pressão;
• baixar o equipamento até o solo;
• desligar o motor;
• remover a chave;
• permitir que a máquina arrefeça (esfrie).
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 Lembrete
Antes de realizar a manutenção, parar a máquina, pois nunca se deve 
realizar manutenção com a máquina em movimento. 
Somente após esses passos, iniciar a manutenção da máquina, implemento ou ferramenta manual.
Figura 73 – Permita sempre que a máquina arrefeça
6.1 Manutenção do sistema hidráulico
Um trator com manutenção adequada terá alguns anos a mais de vida útil. No entanto, há algumas 
diferenças básicas na manutenção de um trator, se comparado a outros veículos. Pelo fato de existirem 
muitos modelos e marcas distintos, não há um guia de manutenção abrangente aplicável a todos os 
tipos de tratores, mas seguir os passos expostos poderá ajudar.
É necessário estudar o manual do proprietário. O fabricante traz instruções específicas para os 
cuidados básicos do equipamento, com conhecimento técnico para informar sobre a melhor forma de 
fazê‑los. Eis alguns itens que deverá encontrar no manual do proprietário:
• Tabela de manutenção – irá indicar a frequência para a manutenção de rotina, incluindo 
lubrificação do chassi, motor, transmissão, troca do óleo hidráulico, trocas de filtro e outros itens 
de manutenção.
• Especificações – deverá descrever o tipo de fluído para a transmissão, sistema hidráulico, freios e 
líquido para arrefecimento do motor, assim como suas quantidades. Pressão de inflação do pneu, 
torque dos parafusos e outras informações podem ser encontradas nas especificações ou em 
outras seções do manual.
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• Pontos de lubrificação (pontos de engraxe) – sondas de verificação de fluído ou visores e instruções 
sobre a limpeza dos filtros de ar e de combustível.
• Instruções básicas de operação e outras informações específicas referentes ao trator.
Figura 74 – Mangueiras do sistema hidráulico devem ser verificadas periodicamente
6.2 Risco de vazamento de óleo
Toda manutenção implica em riscos, sejam de acidentes, sejam de vazamentos de fluídos das 
máquinas. E como é a limpeza de uma área atingida por vazamento de óleo?
Quando escapar óleo de uma máquina agrícola, as equipes de limpeza deverão tentar agir rápido. 
Para diminuir o impacto do acidente, elas atuam de duas maneiras: primeiro, cercando a mancha de 
óleo para evitar que o vazamento se espalhe; depois, iniciando a recuperação da área. No final, o óleo 
recolhido é separado da água ou da areia e, depois de armazenado em local seguro, poderá ser enviado 
para ser reprocessado. Mesmo que seja cercada de cuidados, o vazamento de óleo é considerado uma 
atividade de alto risco ambiental.
Rapidez é fundamental para conter o derramamento e retirar a sujeira do local. Alguns procedimentos 
devem ser lembrados:
• Quando ocorrer um vazamento, a primeira ação das equipes de limpeza será tentar diminuir o 
estrago do acidente. Para isso, os técnicos devem usar barreiras flutuantes que cerquem a mancha 
de óleo. Além de conter o vazamento, as barreiras tornam o óleo mais concentrado, facilitando a 
remoção da mancha e barrando a entrada da sujeira em regiões de preservação, como rios e lagos.
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• A etapa seguinte é a retirada do produto que vazou. Como óleo e água têm densidades diferentes 
e não se misturam, o líquido derramado geralmente forma uma mancha de poucos centímetros 
de espessura na superfície.
• Quando já tiver sido retirada boa parte do óleo e a mancha estiver menos espessa, os técnicos 
lançarão na água substâncias químicas, chamadas de dispersantes, que quebram a mancha de 
óleo em partes menores. Como alguns desses produtos podem ser tóxicos à fauna e à flora, seu 
uso só é permitido com autorização dos órgãos ambientais.
O lançamento acidental de quantidades significativas de combustível no solo pode ocorrer devido 
aos seguintes eventos:
• Vazamentos nos sistemas subterrâneos de armazenamento existentes na propriedade, em 
decorrência de:
— corrosão dos tanques ou das tubulações fabricados em aço;
— defeitos de fabricação dos tanques;
— instalação defeituosa dos tanques, das tubulações ou dos equipamentos de abastecimento.
• Transbordamentos ou derramamentos que acontecem durante as operações de descarga de 
combustível, ou na sua substituição.
Esses últimos podem ser de pequena duração e de pouca intensidade, enquanto os primeiros podem 
ocorrer durante meses a fio sem que sejam percebidos, podendo resultar na liberação de uma grande 
quantidade de combustível no solo. No entanto, ambos podem impactar significativamente a qualidade 
da água subterrânea nas adjacências do local de origem da contaminação ou mesmo a distâncias de 
dezenas a centenas de metros daquele local.
Figura 75 – Sempre acondicione os fluídos usados em recipientes
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6.3 Contaminação do solo
O solo é a camada de material orgânico e inorgânico que cobre a superfície rochosa da terra. A 
porção orgânica, derivada da decomposição de animais e plantas, concentra‑se na parte superior do 
solo. A parte inorgânica é formada por fragmentos de rochas. Outros componentes do solo são a água 
e o ar, que variam de acordo com a ocorrência de chuvas.
A contaminação do solo é um dos principais problemas ambientais da atualidade. Durante séculos, 
o homem pouco se preocupou com o descarte de lixo, produtos químicos e resíduos industriais. O 
resultado disso foi uma grande quantidade de terrenos contaminados que são inviáveis para a prática 
da agricultura. É também um enorme prejuízo para o meio ambiente.
A poluição ou contaminação do solo é causada pela introdução de químicos ou alteração do 
ambiente do solo pela ação do homem. Essas substâncias químicas levam à poluição do solo e, direta ou 
indiretamente, à poluição da água e do ar. Entre esses químicos,os mais comuns são os hidrocarbonetos 
de petróleo, metais pesados (como o chumbo, cádmio, mercúrio, cromo e arsênio), pesticidas e solventes.
Produtos químicos, combustíveis, metais pesados e outros elementos são descartados no solo das 
propriedades. Esses elementos, com o tempo, penetram no solo, contaminando‑o. Essas áreas ficam 
impróprias para a agricultura ou pecuária, pois os contaminantes do solo podem provocar doenças nas 
pessoas, nos animais e nas plantas. O tratamento desses solos é possível, porém demanda a utilização 
de muitos recursos, além de ser um processo demorado.
Outro problema grave provocado por esse tipo de resíduo é a contaminação da água. Uma vez no 
solo, esses resíduos podem atingir lençóis freáticos, contaminando a água.
6.4 Incêndio
As queimadas e incêndios florestais no Brasil alcançam todos os anos dimensões gigantescas, mas 
não é o assunto que abordamos aqui. O importante é tratar de incêndio nas máquinas agrícolas, mas se 
ocorrer no meio do pasto ou de uma floresta.
Assim, não se deve provocar qualquer tipo de faísca próximo à bateria quando da manutenção 
da máquina, pois a reação química existente dentro da bateria libera gases que são inflamáveis e, em 
contato com as faíscas, podem entrar em combustão. Os gases desprendidos pela solução da bateria 
pegam fogo com facilidade.
A colocação de objetos metálicos sobre a bateria pode provocar curto‑circuito e/ou explosão.
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Figura 76 – Incêndios florestais no Brasil alcançam, todos os anos, dimensões gigantescas
Evite sempre o contato da solução da bateria com as roupas e com a pele, pois a solução pode gerar 
queimaduras graves. Sempre desligue a bateria pelo polo negativo, depois o positivo, e, quando for ligar 
novamente, ligue primeiro o positivo e depois o negativo.
Lembre‑se ainda de que o diesel é inflamável. Quando da limpeza dos tanques de combustível, da 
drenagem deles, ter sempre um recipiente de coleta e armazenar em local seguro. Também não se deve 
armazenar todos os fluídos em um único recipiente, misturando óleo diesel com óleos lubrificantes e 
graxas, mantendo cada tipo em um recipiente separado e em locais ventilados e devidamente identificados.
Algumas máquinas, como tratores agrícolas, colhedoras de grãos, enfardadoras e carretas de transbordo, 
podem apresentar algum tipo de risco de fogo, causando grandes estragos e prejuízos econômicos.
As condições climáticas (calor, clima seco, ventos, raios), o ambiente de palha seca e a presença 
de líquidos inflamáveis potencializam a inflamação e a proliferação do fogo. A fumaça pode causar 
problemas à saúde dos moradores locais e reduzir a visibilidade em rodovias.
No caso de máquinas agrícolas, os maiores riscos de incêndio estão relacionados ao abastecimento 
de combustível e ao sistema elétrico. Derramamento ou vazamento de combustível sobre partes quentes 
da máquina podem gerar fogo quando da realização de serviço de manutenção ou vistoria do sistema 
de combustível.
Há quem pense que óleo diesel não é inflamável, o que é equivocado. O abastecimento do tanque 
próximo de faíscas ou de chamas descobertas, ou enquanto alguém estiver fumando, pode causar fogo.
Para diminuir a possibilidade de incêndio com máquinas agrícolas, a regra geral é fazer a manutenção 
preventiva, que, além de reduzir o risco de incêndio, prolonga a vida útil da máquina. As práticas mais 
recomendadas são:
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• checar a fiação elétrica substituindo os fios descascados;
• desligar os cabos da bateria antes de consertar ou revisar o sistema elétrico;
• nunca colocar objeto metálico sobre a bateria, o que poderá provocar um curto‑circuito 
e/ou explosão;
• manter a área em torno do motor e de partes quentes da máquina livre do acúmulo de palha e de 
combustível derramado;
• observar se há vazamento nas mangueiras de combustível, reparando‑os;
• reabastecer a máquina com o motor desligado;
• checar e manter limpos os elevadores e transportadores de grãos, eixos sem fim, correias e polias 
de colhedoras automotrizes, evitando o acúmulo de palha;
• não fumar em locais de abrigo de máquinas agrícolas ou nas proximidades de depósitos de 
combustível;
• não fumar próximo à bateria, pois ela contém ácido sulfúrico e gases explosivos;
• reparar ou substituir componentes do sistema de exaustão de gases de escape que estejam 
danificados ou desgastados;
• verificar semanalmente a carga dos extintores de incêndio presentes na máquina agrícola;
• verificar o nível da solução da bateria com o motor frio e manter o terminal positivo sempre protegido;
• não estacionar veículo próximo à vegetação alta, pois o alto calor do sistema de exaustão pode 
inflamá‑la.
6.5 Preparo do solo
Uma das formas de maior utilização da mecanização é no preparo do solo, que tem como objetivo 
oferecer ambiente adequado para o crescimento e desenvolvimento das plantas, permitindo produção 
econômica e evitando a degradação do solo.
O preparo do solo é definido como a manipulação física, química ou biológica do solo para otimizar as 
condições para a germinação e emergência das sementes, assim como o estabelecimento das plântulas.
A escolha de determinado sistema de preparo deve levar em consideração as respostas da cultura 
e do solo, visando diminuir perdas do solo por erosão, controle de plantas invasoras, capacidade de 
retenção e movimentação de água e também a recuperação física do solo.
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O preparo periódico do solo diz respeito a diversas operações agrícolas de mobilização do solo, 
realizadas antes da implantação periódica de culturas. Esse tipo de preparo pode ser feito em três 
sistemas principais:
• convencional – aração, gradeações em toda a área a ser cultivada;
• cultivo mínimo – em que as operações mecanizadas são reduzidas ao mínimo necessário;
• plantio direto – em que a mobilização do terreno só ocorre localizadamente, ou seja, apenas na 
fileira de semeadura.
Existem vários tipos de máquinas para mobilização do solo, sendo estas diferenciadas, basicamente, 
em função de seus efeitos no corpo do solo após serem utilizadas. Há quatro maneiras típicas de 
mobilização, tendo em vista os objetivos de preparo periódico do solo:
• a mobilização por inversão de camadas, típica dos arados de aivecas ou discos;
• a mobilização por deslocamento lateral‑horizontal, típica das grades de discos e de dentes;
• a mobilização por desagregação subsuperficial, típica de subsolador, escarificador;
• a mobilização por revolvimento rotativa, típica das máquinas que possuem um rotor com 
facas ou pás, acionado pela tomada de potência dos tratores (enxada rotativa).
Figura 77 – A aragem do solo é um dos métodos utilizados para mobilização do solo
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6.5.1 Corretivos
A acidez do solo é um dos principais responsáveis pela baixa produtividade dos solos do Brasil. Na 
grande maioria, nossos solos contêm baixos teores de cálcio e magnésio e teores tóxicos de alumínio 
e, em alguns casos, de manganês. Para que esses problemas possam ser corrigidos, é necessário aplicar 
calcário ao solo.
Os corretivos são destinados a neutralizar o excesso de acidez do solo, quando, e se, necessário. 
Quando, porém, juntarmos ao solo, com esse objetivo, calcário calcítico, que contém carbonato de cálcio, 
ou calcário dolomítico, no qual encontramos carbonatode cálcio e de magnésio, estaremos, também, 
incorporando a ele dois elementos importantes para as plantas: o cálcio e o magnésio. Portanto, os 
corretivos são, ao mesmo tempo, corretivos e fertilizantes.
Essa prática, conhecida como calagem, é fundamental para aumentar a produtividade das culturas, 
uma vez que:
• corrige a acidez do solo, aumentando a disponibilidade da maioria dos nutrientes;
• melhora o ambiente radicular, permitindo maior eficiência das plantas na absorção de água e 
nutrientes;
• diminui as perdas de bases cálcio (Ca), magnésio (Mg) e potássio (K) por lixiviação;
• diminui a fixação do fósforo (P);
• diminui os teores excessivos de alumínio e manganês;
• fornece cálcio e magnésio às plantas;
• favorece a fixação simbólica do nitrogênio;
• melhora as propriedades físicas e biológicas do solo.
A recomendação da calagem deve ser feita com base na análise de solo, efetuada em amostras de 
solo coletadas, em geral, de 0‑20 cm de profundidade e também de 20‑40 cm para culturas perenes.
Por isso uma boa análise de solo pode trazer boas condições de solo e melhores lucratividades. É 
necessário fazer a análise de três em três anos.
6.5.2 Plantio ou semeadura
Para a semeadura do campo, temos dois sistemas que podem ser adotados: plantio direto ou plantio 
convencional.
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Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, sobre plantio direto:
Os princípios do sistema de plantio direto seguem a lógica das florestas. Assim 
como o material orgânico caído das árvores se transforma em rico adubo 
natural, a palha decomposta de safras anteriores macro e microorganismos, 
transformando‑se no “alimento” do solo. As vantagens são a redução no 
uso de insumos químicos e controle dos processos erosivos, uma vez que a 
infiltração da água se torna mais lenta pela permanente cobertura no solo. 
O Brasil é líder mundial no uso do sistema, que ocupa mais da metade de 
sua área plantada.
O Sistema de Plantio Direto na Palha (SPDP) contribui para que o solo 
não seja levado pelas erosões e armazene mais nutrientes, fertilizantes e 
corretivos. A quantidade de matéria orgânica triplica, de uma concentração 
de pouco mais de 1% para acima de 3%. A viabilidade econômica do sistema 
se assegura no crescimento – em muitos casos na duplicação – da produção 
e da produtividade (BRASIL, [s.d.]).
Segundo a revista A Granja:
Em algumas regiões do Brasil o Sistema Plantio Direto é conhecido há muito 
tempo, pois a técnica foi introduzida no país no início dos anos 1970, na 
Região Sul. Desde então, a adoção por parte dos agricultores tem sido cada 
vez mais crescente, alastrando‑se até a região dos Cerrados. No SPD não 
se usam os implementos denominados de arado e grade que são comuns 
na agricultura tradicional onde se utiliza preparo do solo para semeadura. 
Deve‑se entender que a manutenção de restos de culturas comerciais 
(milho, trigo) ou adubos verdes (milheto, braquiária, leguminosas, aveia) na 
superfície do solo é importantíssimo para o sucesso do plantio direto, ou 
seja, a superfície do solo deve ficar coberta com palha (DÖWICH, [s.d.]).
O sistema plantio direto é a semeadura, na qual a semente é colocada no solo não revolvido 
(não se usam os implementos denominados arado e grade leve niveladora, que são comuns na 
agricultura brasileira e no preparo do solo antes da semeadura), usando‑se semeadeiras especiais. 
Um pequeno sulco, ou cova, é aberto com profundidades e larguras suficientes para garantir a 
adequada cobertura e contato da semente com o solo.
Uma vez adotado o plantio direto, ele não deve ser utilizado intercalado com arado, grade 
niveladora e grade aradora. Devemos entender que a manutenção de restos de culturas comerciais 
(por exemplo: trigo e milho) ou adubos verdes (por exemplo: aveia e milheto) na superfície do 
solo é importantíssima para o sucesso do plantio direto. Ou seja, a superfície do solo deve ficar em 
grande parte coberta com palha.
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Esse requisito estando atendido, implementos sulcadores (por exemplo: escarificador) podem 
ser utilizados para quebrar eventuais camadas de solo compactadas. Assim, o termo plantio direto 
é mais apropriado que o preparo zero, ou ainda outros termos pelos quais o sistema é conhecido, 
como: semeadura direta, sistema plantio direto, plantio direto na palha, cultivo zero, plantio sem 
preparo, sistema de nenhum preparo.
O plantio convencional, preparo do solo para a semeadura, basicamente, trata‑se de aração e 
gradagem. Um dos maiores benefícios do arado é o controle de plantas daninhas, por possibilitar o 
revolvimento do solo, permite a eliminação de plantas que cobrem uma área e, assim, possibilitar 
a semeadura e o crescimento de uma determinada planta de interesse para o cultivo (por exemplo, 
milho e trigo), livre de concorrência por água e nutrientes com outra planta não desejável 
(normalmente denominada planta daninha, erva daninha, ou mato).
O solo arado fica livre de plantas daninhas, mas, ao mesmo tempo, fica livre de qualquer 
cobertura vegetal. Numa região tropical, onde se tem chuvas fortes e concentradas num período 
do ano, essa situação fica sujeita à ocorrência da erosão, pois o impacto da gota da chuva num solo 
descoberto forma a enxurrada que carrega solo, semente e adubo para rios e lagos.
No plantio direto, o uso de herbicidas e uma semeadora específica são possíveis sem necessidade 
de preparar o solo, sem aração e gradagem. Para ter uma ideia do procedimento, na época de 
plantio, o agricultor aplica um herbicida e espera que as plantas que ocupam a área sequem. Com 
o auxílio de um trator, passa‑se um rolo‑faca ou uma roçadeira para espalhar a palha seca. Em 
seguida, com uma semeadora de plantio direto, semeia‑se determinada cultura, por exemplo, a 
soja, “rasgando‑se” em linha a palha que cobre o terreno e depositando a semente e o adubo no 
pequeno sulco. Grande parte do terreno fica coberto de palha (cobertura morta) e protegido da 
erosão, pois, se houver uma chuva forte, o impacto da gota da chuva será amortecido pela palha 
antes de atingir a superfície do solo.
Muitos agricultores que plantam milho, soja, trigo, feijão e arroz estão adotando o plantio 
direto porque apresenta uma série de vantagens, como:
• controle da erosão – como a palha fica em cobertura no solo, há uma maior infiltração da água 
da chuva e um menor carregamento de terra e perda de nutrientes, e há melhor retenção de 
umidade, havendo maiores rendimentos em anos secos;
• umidade – devido à cobertura vegetal rente ao solo, há uma maior umidade e aumento da água 
armazenada no solo;
• redução da temperatura do solo;
• aumento da atividade microbiana do solo;
• melhoria da estrutura do solo;
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• aumento da fertilidade do solo;
• econômicas – economia de combustível, de fertilizantes e de mão de obra;
• ambientais – diminuição no uso de combustíveis e redução da perda de solo.
Mas, como tudo tem os dois lados da moeda, pode haver desvantagens no plantio direto, como:
• aumento da incidência de pragas;
• menor adaptação de máquinas e equipamentos;
• maior uso de agrotóxicos;
• menor germinação das sementes nos períodos úmidos.
No plantio convencional, temos algumas vantagens:
• faz bom controle de inços;
• deixa o solo com boa aeração na camada arável;
• deixa o solo bem destorroado para o plantio das sementes;
• permite controlar melhor algumas pragas.
E há desvantagens noplantio convencional, como:
• o solo fica descoberto de palhas e aumenta a erosão;
• formação de camada superficial compactada (crosta superficial);
• formação de camada subsuperficial compactada;
• maior perda de água do solo;
• maior amplitude térmica no interior do solo;
• utiliza mais mão de obra;
• maior custo com máquinas e implementos.
No plantio convencional, é possível semear três a seis dias após uma chuva forte; já no plantio 
direto, é possível semear seis a doze dias após uma chuva, resultando no aproveitamento de melhores 
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épocas de plantio e no plantio de maior área no mesmo espaço de tempo, principalmente quando 
ocorrerem chuvas esparsas.
Devido aos aspectos de implantação, o plantio direto é considerado de maior custo em curto prazo 
(até quatro anos), em que os custos resultantes do maior consumo de herbicidas podem superar a 
economia obtida pelo menor consumo de combustíveis e uso de horas‑máquina.
Entretanto, não consideram fatores que poderiam reverter esse quadro. No plantio convencional, 
normalmente, há operações de replantio: novo preparo de solo, gastos em combustíveis, sementes, 
adubos, assim como também a perda de produção devido ao plantio fora da época.
Embora seja de custo relativamente mais alto nos primeiros quatro anos de implantação, é possível 
administrar esse alto custo sem levar o empreendimento rural à bancarrota, sendo que o segredo reside 
na forma como o plantio direto é adotado.
Outro aspecto importante é o fato de o plantio direto diminuir o consumo de herbicida com o passar 
dos anos, principalmente combinando plantio direto com rotação de culturas. Enquanto isso, o plantio 
convencional mantém sempre o mesmo consumo, exceto quando há replantio que, nesse caso, pode 
aumentar o consumo.
Devemos considerar no plantio direto que:
• O agricultor deve adquirir uma semeadeira de plantio direto e se informar sempre sobre o sistema 
que, pelo fato de semear sem prévio revolvimento do solo, exigirá profundo conhecimento sobre 
o emprego de processos integrados de controle de plantas daninhas e manejo da palha.
• A adequação da fertilidade química consiste em, antes de iniciar o plantio direto, fazer a correção 
da acidez do solo de metade da quantidade necessária de calcário, através da aração, e da outra 
metade, através da gradagem.
• Devem ser realizados cálculos de vazão e regulagem do pulverizador de herbicidas, além da 
escolha de bicos apropriados.
• A colheitadeira deve ter um picador e distribuidor de palha.
6.5.3 Tratos culturais
O manejo do solo constitui‑se de práticas simples e indispensáveis ao bom desenvolvimento das 
culturas e compreende um conjunto de técnicas que, utilizadas racionalmente, proporcionem alta 
produtividade, mas, se mal utilizadas, podem levar à destruição dos solos em curto prazo, podendo 
chegar à desertificação de áreas extensas.
As técnicas de manejo do solo a serem aplicadas em determinada área dependem de vários fatores. 
Cada área rural tem suas peculiaridades e requer decisão própria.
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Para cada caso, serão definidas as técnicas, de acordo com a textura do solo, o grau de infestação 
de invasoras, os resíduos vegetais que se encontram na superfície, a umidade do solo, a existência de 
camadas compactadas, pedregosidade e riscos de erosão e máquinas; para isso, o estudo do perfil do 
solo torna‑se primordial.
Contudo, vale a pena lembrar que, sempre que possível, deve‑se decidir pelos manejos 
conservacionistas e, mesmo quando da impossibilidade de um manejo conservador, deve‑se eleger os 
preparos que provoquem o menor revolvimento do solo.
Quando a camada do solo ou a quantidade de húmus for diminuindo devido à erosão ou às plantações 
feitas nele, ou a ambos, só há uma forma de evitarmos o seu enfraquecimento: a adubação.
Adubação
Através da adubação, fazemos a reposição que o solo perdeu. Há dois tipos de adubação: a química, 
com o emprego de adubos químicos, fabricados pelo homem; ou naturais, por ele extraídos de minas 
e adubos orgânicos compostos por matérias animais ou vegetais, inclusive estercos de animais como 
coelhos, aves etc., depois de decompostos.
Tipos de fertilizantes
Existem dois grandes grupos de fertilizantes: os inorgânicos e os orgânicos. Ambos podem ser 
naturais ou sintéticos.
Os inorgânicos mais comuns levam nitrogênio, fosfatos, potássio, magnésio ou enxofre, e a maior 
vantagem desse tipo de fertilizante está no fato de conter grandes concentrações de nutrientes que 
podem ser absorvidos quase que instantaneamente pelas plantas.
Já os fertilizantes orgânicos são feitos a partir de produtos naturais, como húmus, farinha de osso, 
torta de mamona, algas e esterco.
Uma das grandes vantagens da produção de composto orgânico na propriedade rural está na 
simplicidade da instalação, já que não envolve gastos com instalações e pode ser feita próximo ao local 
onde será utilizado ou dos resíduos e dos dejetos de animais. Porém, a escolha do local é extremamente 
importante: deve ser uma área plana, se possível, protegida de ventos e insolação direta, com água 
disponível e de fácil acesso para a carga e descarga do material.
Cabe deixar bem claro que o local deve estar longe de fontes de água ou de lençóis freáticos.
Os estercos devem ser curtidos antes de aproveitados como adubos, para evitar que, fermentando, 
“queimem” as plantas. Os valores nutrientes dos estrumes variam de acordo com os animais que os 
produzem, dependendo da sua composição. Além disso, o adubo orgânico melhora as condições físicas 
do solo, tornando‑o mais solto e arejado.
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Queremos chamar a atenção para o fato de que o adubo orgânico exerce três funções: como 
fertilizante, como corretivo e como melhorador ou condicionador do solo. É um fertilizante, embora de 
baixa concentração, sendo necessário usá‑lo em maiores quantidades, mas contém nitrogênio, cálcio, 
fósforo, potássio, magnésio e enxofre, além dos micronutrientes boro, cloro, cobre, ferro, manganês, 
molibdênio e zinco.
Quanto à adubação mineral, serve para devolver à terra os elementos minerais que dela foram 
retirados ou para incorporá‑los ao solo, corrigindo‑o quando este for pobre nesses elementos.
Os fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertilizantes são insumos básicos que, empregados de 
forma correta, aumentam a produção agrícola. O Ministério da Agricultura fiscaliza a produção e o 
comércio de fertilizantes, corretivos e inoculantes, conforme disposto na Lei nº 6.894 (BRASIL, 1980), 
regulamentada pelo Decreto nº 4.954 (BRASIL, 2004).
Os estabelecimentos que produzem, importam, exportam e comercializam insumos devem ser 
registrados no Ministério da Agricultura, assim como os produtos fabricados ou importados.
Os principais elementos para a adubação química são chamados de macroelementos relacionados 
a seguir:
• nitrogênio (N): que atua na cor e desenvolvimento das plantas, nos seus grãos e no seu teor de 
proteína;
• fósforo (P): influi, principalmente, na floração, produção dos frutos de sementes;
• potássio(K): contribui para maior resistência das plantas, inclusive a doenças.
Como fontes de nitrogênio, temos ureia, salitre do Chile e sulfato de amônio; de fósforo, as farinhas 
de ossos e ostras; e de potássio, sulfato e cloreto de potássio e cinzas. Naturalmente, eles só devem ser 
incorporados ao solo quando necessário, nas quantidades certas e guardando uma proporção entre eles.
Os adubos vendidos no comércio

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