Buscar

Paleontologia e Geologia da Terra

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Paleontologia
Revisão Geologia
Terra
4,5 Bilhões de anos Com profundas transformações lentas e contínuas, característica do planeta
Rochas Sedimentares
Importante para a Paleontologia, são formadas a partir de uma rocha pré-existente (protólito); na superfície da Terra.
 
Etapas Formação Rocha Sedimentar
Erosão; Transporte; Deposição; Diagênese; Litificação. As rochas sedimentares são formadas a partir de restos de outras rochas, seres vivos ou outros materiais transportados pelo vento e pela água e sofrem dois passos na sua formação, a sedimentação, sendo esta o conjunto de processos que levam à formação de sedimentos(meteorização, erosão, transporte e deposição). 
 
O Tempo Geológico E A Evolução Da Vida
Tempo Geológico
Entendimento da amplitude, estruturação, tabela do tempo geológico e calendário dos mais significativos eventos geológicos e biológicos registrados nas rochas
Coluna Geológica do Tempo 
Início de sua construção na Europa. A partir do século XIX esforços de paleontólogos, estratígrafos, geocronologistas de todo mundo, e principalmente a partir de 1945
 
O Homem e a Idade da Terra
No Judaísmo pré-cristão (Antigo Testamento) a idade da Terra era estimada em 6.000 anos
Até o Renascimento (século XIV-XVI) - Homem ocupava posição central e mais importante do mundo. Terra, somente a função de “Cenário” para a existência humana. Idade da Terra compatível com a história das civilizações
Iluminismo – (Século XVIII) - Noção de progresso e conhecimento racional e crítico. Processos naturais interpretados de forma não empírica. Abertura para o entendimento do longo “passado geológico” da Terra
Revolução industrial (1760-1840) - Demanda por recursos naturais da Terra
Idade Média - Século V-XV
James Ussher (1581- 1656), um arcebispo anglicano na Irlanda, fez a cronologia de eventos bíblicos (1650), partindo da criação, passando pelo nascimento de Cristo, até chegar no século XVII. Advento da criação: 23 de outubro de 4004 a.C.
Esta cronologia proposta tornou-se famosa até o início do século XX
 
Europa no século XVII 
Homem como centro do mundo. Aqui começa a surgir a geologia, transição entre o mundo medieval e o moderno, interpretações eruditas da história da Terra.
Grandes descobertas científicas: telescópio, microscópio, a física, o cálculo
Nicolau Steno (1638-1686)primeiro a enunciar essa nova ciência, organizando cronologicamente a história da terra. Ele foi responsável pela introdução dos termos: estrato e sedimento.
Príncipios de Steno (1669)
Princípio da Superposição de Camadas - Numa sequência de estratos, cada camada depositada sobre a outra é mais nova. Este principio foi um pouco alterado, pois pode haver mistura de camadas
Princípio da Horizontalidade Original - Indica que as camadas sedimentares são depositadas horizontalmente.
Princípio da Continuidade Lateral - O estrato tem sempre a mesma idade ao longo de toda sua extensão.
Apesar de simples esses 3 princípios são fundamentais na análise geológica das relações temporais entre corpos rochosos
 
Europa século XVIII
Primeiras tentativas científicas de ordenar a história geológica da Terra ainda eram influenciadas pelo conceito bíblico da criação.
Giovanni Arduino e Joham Lehman
Rochas primárias – Rochas cristalinas;
Rochas secundárias – Rochas sedimentares (formadas a partir de restos de outras rochas), estratificadas, com fósseis;
Rochas terciárias – Rochas sedimentares pouco consolidadas, com fósseis marinhos e intercalações vulcânicas;
Rochas transicional – Rochas intermediárias entre primárias e secundárias.
Desnoyers (geólogo)
Quaternário – termo usado para definir os sedimentos marinhos que recobriam as rochas terciárias da bacia de Paris
2ª metade SÉCULO XVIII
Subdivisão do tempo geológico interpretada à luz dos relatos bíblicos:
Separação das terras e das águas. Quase todas as rochas teriam se formado a partir da precipitação de um mar primordial.
Netunismo – Werner e Steno. Neptunismo, ou wernerismo, foi uma teoria explicativa da formação das rochas e da estrutura e evolução geológica da Terra, hoje obsoleta por ter sido provado que as premissas onde assentava eram falsas.
A partir de relatos bíblicos houve formação das rochas em 4 sequências a partir das águas de um mar primitivo
Georges Cuvier (1769-1832)
Teoria do catastrofismo - O dilúvio de Noé teria sido uma entre uma série de catástrofes que teria ocorrido na Terra, seguida de longos períodos de calmaria
Teoria do Dilúvio para explicar a ocorrência de estranhas formas de vida encontradas nas rochas. “Os seres soterrados seriam aqueles que não teriam sobrevivido ao grande dilúvio”
James Hutton (1726-1797) O uniformitarismo é um princípio científico que originalmente foi proposto por James Hutton, que é considerado um dos precursores da geologia moderna. A teoria uniformitarista baseia-se na reprodução dos dados observáveis em fenómenos geológicos atuais, para a interpretação da ocorrência destes fenómenos no passado.
Teoria da Terra - publicação(1795) - “As forças que geraram e modelaram as rochas continuavam a atuar, não havendo uma separação concreta entre passado e presente”. 
Uniformitarismo - “O presente é a chave do passado” - O Passado é igual ao Presente em intensidade dos processos atuantes na dinâmica interna e externa da Terra. Ele chamou isso de Princípio das causas naturais. Esta certo, excluindo a parte de “mesma intensidade, hoje os processos são mais intensos. 
Todo registro geológico poderia ser explicado pelos mesmos processos que atuam até hoje. “O resultado, portanto, de nossa presente investigação é que não encontramos nenhum vestígio de um começo, nenhuma perspectiva de fim..”
Charles Lyell(1797-1875)
Outro defensor do Uniformitarismo. Publicou em 1830: Princípios de geologia 
Ajuda a consolidar a geologia de processo e a entender que a Terra tinha uma idade muito maior do que se pensava.
 
Atualismo
Atualmente é sabido que as intensidades dos processos geológicos variam no tempo. Tem sido empregado nas comparações do presente com o passado
 
Século XIX
Pensamento sobre a idade da Terra na magnitude de centenas de milhões de anos (Ma). O registro de vida mais antigo correspondia a fósseis de cerca de 530 M.a.
Século XX
Idade da Terra cerca de 4,56 bilhões de anos (B.a.). Registros mais antigos de vida (evidências): 3,8 B.a.
 
Organizando o tempo geológico
Feito por “Correlação”, um processo através do qual se estabelecem inter-relações cronológicas entre duas ou várias seções estratigráficas. Na organização tem a aplicação dos princípios de Steno. “Um conjunto de fósseis aparecem sempre na mesma ordem”. Segundo Willian Smith, os fósseis estão distribuídos nas camadas em sequência da base para o topo, e isso se repetia em camadas de outras localidades. “Os mesmos estratos foram encontrados na mesma ordem de superposição e com os mesmos fósseis” (Willian Smith, 1815). Desses pensamentos veio a Sucessão faunística e florística, que reconhece estratos fossilíferos de qualquer localidade por comparação (correlação), datando-as de forma relativa. É possível colocar rochas fossilíferas em ordem cronológica pelo conteúdo fóssil, cada Era, Período, Época ou qualquer outra subdivisão do tempo geológico possui um conjunto particular de fósseis representativos dos organismos viventes naqueles tempos.
Existe dois conceitos da Sucessão faunística e florística:
Catastrofismo (Cuvier) - registro fóssil como resultado de sucessivas extinções cataclísmicas globais, seguida pela recriação de uma nova fauna e flora. Extinções de causas sobrenaturais.
Evolução Biológica (Charles Darwin)- a diversidade do registro fossilífero era resultado da interação entre os seres e o ambiente, com a sobrevivência e sucesso das formas mais bem adaptadas (seleção natural). Extinções representariam eventos naturais.
 
Escala do tempo geológico
Sistema de Rochas – deposição durante um período específico e identificado pelo conjunto de fósseis e designado com um nome. Entendimentoda sucessão faunística e florística, a partir disso é feito a datação relativa da fauna e flora fósseis contidas nas rochas.
O princípio de Sucessão faunística ou princípio da identidade paleontológica, diz que os grupos de fósseis (animal ou vegetal) ocorrem no registo geológico segundo uma ordem determinada e invariável, de modo que, se esta ordem é conhecida, é possível determinar a idade relativa entre camadas a partir de seu conteúdo fossilífero[1]. Esse princípio, inicialmente utilizado como um instrumento prático, foi posteriormente explicado pela teoria da evolução de Charles Darwin. Diversos períodos marcados por extinção de grande parte do conteúdo fossilífero são conhecidos na história da Terra e levaram ao desenvolvimento da teoria do catastrofismo.
Cambriano – Cambria - antigo nome romano da Inglaterra;
Devoniano – Devonshire – Inglaterra;
Jurássico – Monte Jura;
Permiano – Perm – Rússia;
Ordoviciano – Siluriano – tribos do País de Gales
 
Qual a idade da terra?
Os naturalistas do século XIX faziam datação relativa do registro geológico usando a sucessão faunística e florísticaão, mas não tinham ideia de quanto uma rocha era mais velha ou mais nova em relação a outra rocha.
H. Becquerel (1852-1908) descobriu a radioatividade, permitindo a subdivisão do registro geológico. Os poucos fossilífero do pré-cambriano ordenou e calibrou mais precisamente toda a história geológica da terra
Claire Patterson (1956) com o método isotópico (207pb - 208pb) iniciou o estudo dos meteorito e assim a datação precisa da idade da terra.
Preservação dos Fósseis
Fossilização de um organismo é resultado da ação de processos físicos, químicos e biológicos atuantes no ambiente deposicional. São considerados fósseis restos ou vestígios com mais de 11.000 anos (última glaciação) 
Existe uma maior chance de preservação de organismos que possuem partes 
biomineralizadas (partes duras) como partes de carbonatos, fosfatos, silicatos, quitina, celulose. Alguns exemplos: conchas de moluscos e braquiópodes, testas de foraminíferos, carapaças de equinoides, ossos de vertebrados, dentes de vertebrados.
Partes moles também são encontradas no registro geológico.
Ciclo natural da vida
Morte do organismo Processo de decomposição das partes moles (ação de bactérias)
Partes duras sujeitas às condições ambientais destruição total do organismo
Fossilização quebra do ciclo, um fenômeno excepcional.
Tempo geológico
Porcentagem mínima de espécies que um dia habitaram a terra, preservaram-se nas rochas. Hiato no registro paleontológico
 
Fossilização
 Preservação
Soterramento rápido
Ausência de decomposição
Composição química e estrutural do esqueleto
Modo de vida
Condições químicas do meio
Destruição
Aguas percolantes
Agentes erosivos
Vulcanismo
Eventos tectônicos
Metamorfismo
As rochas onde os fósseis são encontrados, indicam as condições que prevaleceram no ambiente onde esses organismos viviam ou para o local onde seus restos foram transportados.
 
Processo de fossilização
Morte de um organismo Acomodação no fundo de um rio, lago, pântano, mar, oceano Desaparecimento das partes moles As partes duras começam a ser recobertas por sedimentos Processo de soterramento do rio, lago, pântano, mar, oceano Compactação e diagênese dos sedimentos Formação de rocha sedimentar Os organismos ficam incorporados à rocha Processos erosivos ou tectônicos desgastam a rocha Exposição dos restos dos organismos fossilizados, preservados pelas rochas.
 Diagênese, em geologia e oceanografia refere-se a qualquer mudança e alteração do sedimento após sua deposição inicial, durante e após a sua litificação, excluindo alteração superficial (desgaste) e metamorfismo. Estas mudanças acontecem em temperatura e pressão relativamente baixas e resultam em alterações mineralógicas que originam rochas. Não há nenhuma fronteira nítida entre diagénese e metamorfismo, mas o último ocorre em temperaturas e pressão mais elevadas.
 
Tipos de fossilização 
Os fósseis podem se preservar de diversos modos, dependendo dos fatores e das 
substâncias químicas que atuaram após a morte do organismo. Os tipos podem ser reunidos em dois grandes grupos:
Restos: alguma parte do organismo ficou preservada.
Vestígios: evidências indiretas do organismo ou de sua atividade.
Restos vegetais sempre se encontram dissociados no registro fóssil. Folhas, caules, sementes, pólens são encontrados separados dificuldade no estudo da planta como um organismo completo.
Composição química das partes duras
Sílica – resistente às intempéries ex: espículas de esponjas.
Carbonato de cálcio ex: conchas de moluscos.
Quitina – polissacarídeo complexo ex: exoesqueleto de inseto.
 
Preservação das partes moles
Evento extraordinário após a morte do organismo, decomposição
dependendo do ambiente não se conservam. Plantas e animais em florestas tropicais, decompõem-se rapidamente, devido a grande quantidade de água e oxigênio disponível no ambiente. Aguas ricas em cálcio neutralizam os ácidos dentro dos sedimento permitindo assim que partes moles como pele, músculos e órgãos internos permaneçam intactos
 
Preservação das partes moles e partes duras
Nódulos de âmbar : insetos, aracnídeos, rãs;
Mamutes lanosos e rinocerontes –sibéria com idade de 45.000 anos
Preguiças – patagônia (mumificação)
Fósseis da formação santana – chapada do araripe - ceará
 
Preservação das partes duras – Processos de fossilização
Incrustação - Transporte pela água (pingos) de substâncias que revestem o organismo preservando as partes duras processo que ocorre normalmente em cavernas.
Permineralização - Tipo mais frequente de fossilização ocorre o preenchimento de poros; canalículos ou cavidade por algum mineral. ex: sílica e carbonato de cálcio
Recristalização - Modificação da estrutura cristalina original do mineral sem modificação da composição química. Exemplo: conversão da aragonita de conchas de moluscos em calcita; mudança no arranjo cristalino da calcita, de micro para macrocristalina aragonita é um polimorfo instável em relação à calcita
Carbonificação - Perda gradual dos elementos voláteis da matéria orgânica liberação de O2, H2 e N2
Substituição - Substituição da substância original por outra. Ex: carbonato de cálcio (conchas) é substituído por: sílica, pirita, limonita.
 
Vestígios
Evidências da existência do organismo ou de suas atividades, impressões deixadas. Pode ser molde interno, molde externo ou contramolde.
Icnofósseis - vestígios das atividades vitais dos organismos (pistas, sulcos, pegadas e tubos)
Outros tipos de fosseis (+/- vestígios)
Coprólitos - Excrementos fossilizados. Revelam vestígios de atividade de nutrição 
Gastrólitos - São seixos (pedrinhas) que as aves e alguns répteis têm no aparelho digestivo para auxiliar na digestão.
Ovos fossilizados - De repteis
Fósseis-vivos ou formas-relíquias:
Ginkgo sp –era mesozóica –período jurássico (200 m.a.)
Lingula sp- era paleozóica-período devoniano (400 m. a.)
Limulus sp- era paleozóica – período cambriano (570 m. a .)
Latimeria chalumnae –(celacanto)
 
Subfósseis – Restos ou vestígios com menos de 11.000 anos (sambaquis)
Dubiofósseis – Natureza não comprovada; estruturas que podem ser de origem orgânica, mas cuja natureza ainda não foi comprovada
Pseudofósseis –Estruturas comprovadamente inorgânicas, que se assemelham a organismos (dendritos de pirolusita), fazendo um “desenho” que se assemelha a organismos (algas por exemplo). 
Tafonomia: processos e ambientes de fossilização
Tafonomia nasceu da necessidade do paleontólogo de entender como os organismos e seus restos chegaram até a rocha e quais foram os fatores e processos que atuaram na formação das concentrações fossilíferas. Ela é o estudo das “leis” que governam a transição dos restos orgânicos da biosfera para a litosfera. A passagem dos restos orgânicos da Biosfera para a litosfera não poderia ser descrita por “Leis” não existindo certos padrões constantese repetitivos.
Em 2000 foi feita uma nova definição, que dura ate hoje: Tafonimia é a ciência que estuda o processo de preservação dos organismos e como esses processos afetam a qualidade do registro fóssil.
Não existe uma “Teoria Tafonômica Unificadora”.
Diversas disciplinas: geologia, paleontologia, paleontologia de invertebrados e vertebrados, paleobotânica, sedimentologia, petrologia sedimentar.
 
A Natureza do Registro Fóssil
Seilacher (1970) foi o primeiro a tratar os restos orgânicos como partículas sedimentares clásticas (acontece por processos físicos - intemperismo) no ciclo exógeno (formado na parte externa da terra)
 Rochas sedimentares clásticas são compostas por fragmentos de materiais derivados de outras rochas. 
 
Termos Empregados por Seilacher:
Retratos de morte (todesbild):
Tafocenoses – concentração de partículas biogênicas soterradas
Orictocenoses – concentrações fósseis.
Tanatocenose – assembleia de mortos.
 
Retrato de vida (libensbild):
Biocenoses – fonte dos materiais ou restos orgânicos que irão compor as assembleias fósseis.
 
A natureza do registro fóssil 
Normalmente as tafocenoses representam um “retrato” distorcido, repleto de tendenciamentos decorrentes dos diversos processos ou filtros tafonômicos. 
A paleontologia e em especial a paleoecologia, quer compreender os retratos de vida, a partir da identificação e da descrição dos processos tafonômicos, sedimentares e temporais, que atuaram na gênese do registro fóssil, ou seja, no retrato de morte reconhecer e quantificar os tendenciamentos presentes nas tafocenoses (concentração de organismos soterrados; ou seja a fonte dos dados paleontológicos) é a principal motivação para os estudos tafonômicos.
 
Fatores Que Atuam na Formação do Registro Fóssil
Deve-se entender quais são os possíveis fatores que atuam na formação do registro fóssil e como esses fatores introduzem distorções que afetam a sua qualidade.
É consenso que o registro fóssil é incompleto pois fatores intrínsicos (composição e microestrutura do esqueleto) e fatores extrínsicos (taxa de sedimentação, pH da água) atuam contribuindo para aumentar ou diminuir as probabilidades de preservação dos restos orgânicos.
O registro fóssil embora incompleto é muito adequado à maioria dos requisitos da paleontologia, bem como à solução de problemas geológicos (biocorrelação) e
biológicos (evolução).
Pesquisa Tafonômica 
Esteve concentrada em quantificar as probabilidades de preservação de diferentes grupos taxonômicos e determinar a resolução temporal, espacial dos níveis fossilíferos e reconhecer as mudanças seculares dos padrões de fossilização ao longo do fanerozóico.
 
Estratigrafia
Concentrou-se em elucidar questões relativas à identificação e dimensão temporal dos hiatos estratigráficos. Nas últimas duas décadas, os avanços na tafonomia e estratigrafia em muito contribuíram para o entendimento sobre a completude do registro fóssil.
A Estratigrafia é o ramo da geologia que estuda os estratos ou camadas de rochas, buscando determinar os processos e eventos que as formaram. Basicamente segue o princípio da sobreposição das camadas. Princípio da sobreposição das camadas é um princípio da estratigrafia atribuído a Nicolau Steno[1] que afirma que a deposição dos estratos (sedimentação) ocorre sempre por ordem cronológica da base para o topo da coluna estratigráfica. Desta forma, numa sucessão de estratos cuja ordem não foi alterada, cada estrato é mais antigo do que aquele que o cobre e mais recente do que aquele que lhe serve de base. Esta disposição pode ser alterada por movimentos tectônicos.
Parâmetros relativos à natureza do registro fóssil
Expressam a qualidade do registro fóssil
 
Completude do registro biológico - refere-se à representatividade de um táxon ou grupo taxonômico no registro sedimentar.
10% das espécies existentes (viventes) já foram descritas. Se todas as espécies já tivessem sido descritas, representariam cerca de 3% a 5% de todas as espécies que viveram no fanerozóico. O registro de espécies viventes é igualmente incompleto, tendencioso e ainda pouco conhecido.
Táxons diferentes, possuem distintas probabilidades de preservação o registro paleontológico não é completo. Táxons com partes biomineralizadas estão melhor representados no registro fóssil (ex: moluscos e cnidários medusóides)
50% das espécies de corais escleractíneos, 75% dos equinoides, 90% dos moluscos encontrados vivos possuem representantes mortos nas tanatocenoses locais.
Mistura Temporal (time average ou temporal mixing) - refere-se à mistura de partículas bioclásticas (restos esqueletais) de diferentes idades (horas a milhões de anos) em uma única acumulação.
Bioturbação dos sedimentos, compactação e retrabalhamento dos substratos por agentes hidráulicos: tempestades e ondas, sob regime de baixa sedimentação.
Na maioria dos ambientes sedimentares, o retrabalhamento e a deposição dos sedimentos, por eventos de alta energia (tempestades – ambiente marinho; inundações – ambiente fluvial) não ocorrem periodicamente no dia a dia são eventos episódicos no tempo.
As taxas de sedimentação do dia a dia não são, em geral, suficientementes altas, para individualizar camadas contendo as diferentes gerações que já existiram de uma dada população. As tanatocenoses compreendem, em geral, acumulações de restos esqueletais de indivíduos de diferentes gerações, que nunca estiveram juntos.
Mistura Espacial ou Condensação Ambiental - refere-se à mistura de partículas biogênicas de organismos que ocupam diferentes ambientes sedimentares em uma única acumulação bioclástica, assim como a mistura temporal a mistura espacial confunde e dificulta a habilidade dos paleontólogos de reconstruir e interpretar as antigas comunidades e paleoambientes.
Organismos com partes duras biomineralizadas têm maior potencial de preservação. A preservação dos restos orgânicos é favorecida por rápido soterramento, especialmente por sedimentos finos (pouca turbulência), na ausência de organismos decompositores. Perda de informação por processos tafonômicos em ambiente marinho raso, resulta, tipicamente da fragmentação, dissolução e bioerosão. Perda de informação por processos tafonômicos, no ambiente continental, terrestre e fluvial, resulta do transporte, desarticulação, retrabalhamento e quebra (fratura), por agentes hidráulicos (água) e biológicos (predação, pisoteio). Organismos com distribuição vertical (temporal) e horizontal (geográfica) restrita tem menor probabilidade de preservação.
 
O Processo de Fossilização da Biosfera à Litosfera
Processos necrológicos
Morte
Morte seletiva (morte natural) - Indivíduos jovens ou idosos 
Morte não seletiva(catastrófica) - Enchentes, tempestades, secas, erupções vulcânicas.
Decomposição (necrólise)
 
Processos bioestratinômicos –
Desarticulação
Transporte/retrabalhamento
Soterramento final
Processos diagenéticos
Fossildiagênese
 
Processos necrológicos
É a primeira fase do processo de fossilização, envolve a morte e a decomposição dos tecidos de conexão orgânica por ação bacteriana.
Decomposição é um processo contínuo que leva de horas a anos para se processar, dependendo das condições ambientais. Na decomposição se tem a ocorrência de alterações físicas nos indivíduos mortos características morfológicas (vert x invert) hábitos de vida (infauna x epifauna) ambientes de morte e decomposição exercem influência no processo de necrólise 
Esqueletonização - processo de remoção dos tecidos moles
Exemplo - Vertebrado Terrestre - Após sua morte permanecerá na superfície do solo por um período prolongado de tempo (1 ano) sem recobrimento por sedimentos. 
A decomposição iniciará ate 3 dias após a morte do organismo. O organismo sem alteração física externa, internamente tem ação das bactérias, que começam a digerir o intestino. Entre 4 e 10 dias após a morte, produzindo de gases intestinais (metano, gás sulfídrico). Entre 10 e 20 dias após a morte ha o consumo e o rompimento dos tecidos e escape dos gases.Entre 20 a 50 dias após a morte todos os tecidos moles serão removidos havendo ressecamento da carcaça. Até 360 dias após a morte a decomposição será muito lenta se presentes (pelos e cabelos) irão desaparecer restando somente os ossos.
 
Processos Bioestratinômicos
Ocorrem após ou concomitantemente à necrólise. A modificação pós-morte dos restos esqueletais é função de susceptibilidade à ação dos processos tempo de exposição. Os processos bioestratinômicos atuam principalmente sobre as partes duras dos organismos
Transporte e Reorientação
Os processos ocorrem em sequência, a reorientação e a desarticulação ocorrem
rapidamente após a morte do organismo, a seguir a fragmentação e a corrosão
se os restos esqueletais sofrerem prolongada exposição na interface de água, sedimento ou superfície do solo.
Desarticulação
Separação dos restos esqueletais após a necrólise. Desarticulação, transporte e soterramento em invertebrados. Desarticulação em invertebrados depende do tipo de esqueleto, energia do meio e taxa de sedimentação.
 
Energia do Meio
Ambiente marinho - A desarticulação diminui com o decréscimo da energia do meio. Exemplo: ambientes de plataforma aberta, a proporção de valvas articuladas de moluscos bivalves é maior que nos ambientes de água rasa.
 
Soterramento Rápido
Condições de anoxia e baixa energia do meio, podem ser condições para a ocorrência de restos esqueletais articulados.
 
Speyer & Brett (1986); Brett & Seilacher (1991), destacam que espécimes articulados podem ocorrer preferencialmente nos ambientes caracterizados frequentemente por soterramento catastrófico, baixas temperaturas e anoxia. Estas condições inibem ou diminuem a ação de organismos necrófagos da infauna ou epifauna. O curto período de tempo entre a morte e o soterramento impede que as 
carapaças dos invertebrados se desarticulem.
 
	FEIÇÕES BIOESTRATINÔMICAS 
	IMPLICAÇÕES PALEOAMBIENTAIS
	Agrupamento de conchas preservadas com as valvas articuladas fechadas, em posição de vida.
	Soterramento instantâneo (in situ) de conchas de braquiópodes ou bivalves gregários
	Biválvio escavador preservado com a concha articulada fechada em posição de vida.
	Soterramento rápido, sem resposta de escape.
	Biválvio preservado com a concha artculada aberta.
	Soterramento rápido, porém não instantâneo
	Carapaças de equinodermas articuladas ou pouco desarticuladas.
	Soterramento rápido,episódico.
	Trilobitas intactos, enrolados.
	Soterramento episódico associado a uma resposta do organismo (enrolamento) a um distúrbio ambiental
Transporte
Transporte seletivo de carapaças de invertebrados marinhos dependerá do tamanho, forma, densidade do esqueleto e energia do agente transportador.
Exemplo: o transporte acentuado (dezenas de metros/ quilômetros) de conchas está associado a eventos de alta energia (tempestades) quando animais bentônicos da infauna de ambientes de água rasa são exumados e transportados por correntes de tempestades e, posteriormente redepositados em ambientes plataformais especialmente as conchas pequenas e delgadas.
 
Fragmentação
Pode ter origem física (hidráulica), química (corrosão) ou biológica (predação).
Exemplos
Ondas e correntes atuando sobre substratos duros (areia, cascalho) são os agentes mais efetivos na fragmentação de carapaças de organismos marinhos.
Correntes turbulentas - as conchas pequenas e finas podem ser colocadas em suspensão, sendo transportadas “flutuando” acima do substrato, com menor grau de fragmentação que as conchas maiores, que serão transportadas junto ao substrato.
 
Desarticulação, transporte e soterramento em vertebrados
Sequência normal de desarticulação em vertebrados (Toots, 1965):
Desconexão do crânio; Desencaixe da mandíbula; Desconexão das cinturas pélvicas e escapular; Desconexão dos membros em ossos isolados; Desencaixe das costelas; Desarticulação da coluna vertebral.
Em vertebrados terrestres sob clima árido a sequência é prejudicada devido à 
mumificação (preservação das partes moles por desidratação).
Outros fatores como a ação de necrófagos, pisoteio (no caso de vertebrados terrestres) podem contribuir para a desarticulação esqueletal.
Grupo de Voorhies (1969)
Classificação dos elementos esqueletais de vertebrados de acordo com a transportabilidade hidráulica em 3 grupos:
Grupo I - Elementos removidos quase imediatamente: falanges, carpais, tarsais ossos porosos (esterno) e vertebras sacrais.
Grupo II - Restos removidos por saltação e rolamento. Como fêmures, úmeros, tíbias, fíbulas e costelas.
Grupo III – Restos que compõem os chamados “depósitos residuais”, que incluem os elementos pesados e pouco transportáveis como crânio e mandíbula.
 
Desarticulação, Transporte e Soterramento em Plantas Vasculares
O registro fóssil é composto por órgãos isolados, somente em condições particulares de preservação, órgãos articulados são encontrados. A desarticulação é um dos processos tafonômicos que mais afeta os restos macroscópicos de plantas vasculares.
Outros processos bioestratinômicos
Abrasão - desgaste mecânico das partículas bioclásticas. Ocorrendo primeiramente nas partículas que permanecem expostas à interface água/sedimento, por prolongados períodos de tempo sob condições de alta energia. Em condições de águas muito rasas, agitadas , a abrasão é o principal agente físico de desgaste do esqueleto de invertebrados.
O processo de abrasão não atua tão intensamente nos ambientes de águas mais profundas, de fundo argiloso.
Bioerosão - Envolve diversos processos corrosivos causados por agentes biológicos que levam a degradação das partes duras esqueletais de indivíduos vivos ou mortos.
Ocorre a perfuração nas carapaças (conchas) constituídas por carbonato de cálcio por fungos, esponjas, anelídeos. Em braquiópodes descritos da plataforma continental, o processo de bioerosão se iniciou em vida.
Dissolução - Refere-se ao desgaste químico dos restos esqueletais. utiliza-se também o termo corrosão para as feições de desgaste origindas conjuntamente pelos processos de abrasão, bioerosão ou dissolução.
Classificação das concentrações fossilíferas
Não existe consenso, a classificação pode ser meramente descritiva, fundamentada em critérios genéticos
 combinando feições tafonômicas com 
 feições sedimentológicas e estratigráficas.
 
Assembléia Fóssil
Qualquer acumulação relativamente densa de partes duras esqueletais, independente de sua composição taxonõmica, estado de preservação ou grau de modificação pós- morte
Assembléia autóctone - Composta por fósseis derivados de uma comunidade local e preservados em posição de vida.
Assembléia parautóctone - Formada por espécimes autóctones que não foram transportados para fora do seu habitat original.
Assembléia alóctone - Composta por espécimes transportados para fora de seu habitat de vida.
O ponto final desse estudo é entender como esse individuo viveu e morreu.
Fossildiagênese
Mecanismos naturais que ajudam preservar a grande maioria dos registros fósseis
Morte de um Organismo
Processo de decomposição de seus tecidos, iniciando pelos mais frágeis até os mais resistentes, pois a dinâmica dos processos naturais na superfície da terra. Ambiente de terra firme, marinhos, água doce são naturalmente destrutivos.
A grande maioria dos restos de organismos mortos é totalmente degradada em alguns anos ou, no caso de serem mais resistentes em algumas décadas porém... 
Dinâmica da Natureza
Determina mecanismos, sob certas condições que ao invés de levar à destruição das carcaças ou de seus elementos dissociados, operam de forma a protege-los da decomposição e reforçam sua resistência e durabilidade.
 
Dinâmica físico-química da terra
Ocorre na superfície e da sub-superfície da terra. Estão envolvidas com a maioria dos tipos de conservação natural de restos orgânicos.
Superfície da terra + Atmosfera = Grande destilador natural de água.
Evaporação leva a grandes altitudes uma enorme quantidade de água, dissociando-a das substâncias pesadasnela dissolvidas quando essas águas se encontravam em estado líquido sobre a litosfera. Como consequência a água das chuvas, ao se precipitarem trazem gases dissolvidos como O2 e CO2, mas estão mais puras.
A água da chuva (água meteórica) infiltra no solo e subsolo, tem a incorporação de substâncias em solução, com isso decomposição e transporte de minerais.
Exemplo: Solos ricos em matéria orgânica a água dissolve substâncias químicas cáusticas, podendo aumentar o poder de decomposição das substâncias minerais presentes na crosta terrestre.
Este mecanismo responde por um dos processos mais importantes da fossildiagênese, que é a disponibilização de compostos químicos do solo e subsolo, em solução, para posteriores eventos de precipitação dos mesmos.
Ambientes de Terra Firme
As chuvas se concentram em um determinado período do ano, acumulando na superfície e na sub-superfície grande quantidade de água que promove uma extensiva dissolução de matéria orgânica e substâncias inorgânicas.
No período de estiagem ocorre a evaporação da água assim, uma variedade de substâncias precipitam-se, formando acúmulos dos mais variados compostos químicos: Sílica, Ferro, Manganês e Cálcio.
Mesmo nos períodos de chuva, pode ocorrer a formação desses minerais (sílica, manganês, ferro), se a água se tornar supersaturada e/ou adquirir características físico-químicas que induzem à precipitação.
Exemplos em outros ambientes: Lagos salgados ou mares confinados e rasos são sujeitos a intensa evaporação da água com consequente precipitação de substâncias minerais a quantidade relativa de água disponível e substâncias químicas dissolvidas pode oscilar em um ano.
Praticamente todos os processos de preservação de restos orgânicos dependem em algum grau, direta ou indiretamente, da quantidade e dos tipos de substâncias dissolvidas na coluna de água ou na águas que percolam os sedimentos.
 na maioria das vezes é o processo de precipitação de compostos minerais que promove a fossilização dos organismos
 
Fossildiagênese
É o efeito do processo de diagênese das rochas sedimentares sobre os bioclastos nelas incorporados.
 
Documentário Fossilífero
Coincide com o desenvolvimento no período cambriano (540 m.a.) de esqueletos mineralizados maiores e mais resistentes nos invertebrados marinhos, com isso, a utilização pelos organismos vivos de substâncias resistentes e mais estáveis é sempre um fator de vantagem para a fossilização
Compostos Químicos de Origem Orgânica
Carbonato de cálcio - na forma de calcita ou aragonita – invertebrados
Fosfato de cálcio - no esqueleto dos vertebrados e de alguns invertebrados
Sílica - protistas e invertebrados
A evolução biológica desenvolveu substâncias à base de complexos compostos orgânicos que sob determinadas condições (desidratação e ausência de oxigênio) podem manter-se estáveis por tempo indeterminado
Esporopolenina – dos esporos e pólens
Exoesqueletos quitinosos – artrópodes
Terpenóides – polimerizam na resina de algumas árvores, formando nódulos de âmbar.
Processos Fossildiagenéticos
Podem variar em natureza e intensidade sob um controle físico-químico determinado por fatores como a química da água, temperatura, natureza do substrato rochoso por onde a água percola, presença de matéria orgânica e de microorganismos. 
A profundidade de soterramento e a temperatura da água podem influir decisivamente nos caminhos fossildiagenéticos
Mecanismos Fossildiagenéticos
Dissolução e precipitação; Silicificação; Recristalização; Incrustação; Concreções
Mecanismos fossildiagenéticos que ocorrem sob baixas profundidades podem ser influenciados pela atividade de organismos endobentônicos ou pela atividade radicular em solos que aumentam a porosidade e consequentemente a penetrabilidade da água e da matéria orgânica.
 
Dissolução e Precipitação
A decomposição da matéria orgânica soterrada podem formar compostos que influenciam o pH das águas percolantes, favorecendo a dissolução ou precipitação de compostos minerais.
Regiões em constante subsidência – o afundamento das camadas afasta as camadas com restos orgânicos da influência dos fatores operantes em superfície e subsuperfície, submetendo estas camadas a progressivo aumento da pressão e temperatura – modificando as condições que controlam a fossildiagênese.
Situações inversas podem ocorrer, se movimentos tectônicos elevarem as camadas para níveis superficiais.
A longo prazo a fossildiagênese operante em um determinado nível sedimentar , tem seu controle modificado em função de movimentos da crosta terrestre.
Silicificação
Processo comum de preservação da sílica, que é uma substância abundante. 
Processo de remobilização e precipitação da sílica ocorre sob condições de temperatura e pressão de superfície.
Organismos recentemente mortos podem sofrer silicificação logo após o soterramento.
Exemplo: troncos fossilizados – detalhes histológicos preservados em sílica.
Recristalização
Um processo comum em determinados minerais sem a ocorrência de alteração de sua composição isso acontece pois muitos compostos têm várias opções de organização cristalina umas menos e outras mais estáveis.
Mecanismo é desencadeado pela passagem de água de subsuperfície com capacidade de dissolução. Depois da desagregação das moléculas na forma instável ocorre a reprecipitação do composto possivelmente na forma cristalina estável isso pode ocorrer tanto no sedimento como no bioclasto.
Incrustação
O mecanismo de dissolução e precipitação podem levar à deposição progressiva de minerais sobre uma estrutura sólida (bioclasto) que esteja enterrada no sedimento formando uma camada resistente protetora.
Concreções
Processo fossildiagenético especial e raro desencadeado logo após o soterramento das carcaças terá liberação de compostos pela decomposição de tecidos do organismo morto, depois ocorre uma modificação química local das águas percolantes, promovendo a agregação de partículas em torno da carcaça originando uma concreção que envolve e protege o corpo, também pode ocorrer antes de qualquer desarticulação ou decomposição significativa, o material em decomposição serve como um núcleo de agregação inicial. 
Processo diagenético levou à formação de concreções que encerram em seu interior:
peixes, invertebrados aquáticos, crocodilos, quelônios e partes esqueletais de dinossauros. 
Concreções calcárias de depósitos fossilíferos: formação santana e chapada do Araripe
Fossilização em Ambientes Estagnados 
Alguns dos melhores modos de preservação são encontrados nos fundos de mares profundos, lagos, pântanos. Fatores operam separada ou integralmente, favorecendo a formação de fósseis excepcionais
Má circulação de água, causando deposição dos sedimentos em suspensão, os sedimentos mais finos (argilas) decantam por último, criando um fundo lamoso e moldável, dificultando a decomposição de carcaças que afundam nesse fundo lamoso.
A limitada circulação de água provoca uma não renovação do oxigênio dissolvido, esse déficit dificulta a ação das bactérias aeróbias causando maior acúmulo de matéria orgânica morta, maior déficit de oxigênio – caráter redutor, assim maior a resistência das carcaças à decomposição.
Fator tempo, opera em favor da fossilização pois permite que a lama fina recubra os restos orgânicos adentrando nos espaços vazios do organismo este processo pode levar à fossilização de tecidos moles: vertebrados, organismos sem partes duras, organismos conchíferos.Exemplos: Mesossauros da formação irati (Período Permiano); Insetos, folhas e peixes da Formação Tremembé (Oligoceno)
Ambiente redutor, contem restos orgânicos não decompostos, com a liberação de elementos voláteis da matéria orgânica ocorre a concentração de resíduos ricos em carbono (lâmina) causando a fossilização por carbonificação, que favorecem a decomposição de matéria orgânica e preservar detalhes anatômicos pormenorizados.
 
Minerais de Ferro
Disponível para o processo fossildiagenético na forma de íon ferroso (fe+2) em condições redutorasos óxidos de ferro estão envolvidos em processos de permineralização, produzindo fósseis com um bom grau de fidelidade das estruturas originais.
 
Fosfatização
Disponibilizado em ambientes ricos em matéria orgânica precipitado na forma de fosfato de cálcio (apatita) ou fosfato férrico a precipitação do fosfato é facilitada pela acidez do meio – consequência da decomposição da matéria orgânica
Exemplo - nas concreções da bacia do araripe – ocorrem tecidos moles substituídos por fosfato – fibras musculares de peixes detalhadamente preservados.
Fraturas e Deformações
Alterações físicas decorrentes da pressão do sedimento sobrejacente em áreas de constante subsidência e sedimentação. É progressivamente constante
Um peso da coluna sedimentar causam fraturas que facilita a penetração de águas percolantes e a entrada de minerais dissolvidos na estrutura em processo de fossilização
Ambar
Fossilização de certas resinas produzidas em dutos internos ou glândulas especializadas de coníferas e angiospermas.
 
Cinzas Vulcânicas
Os derrames de material vulcânico na superfície da terra. Atuam indireta nos processos diagenéticos. Importante fonte de minerais canalizados – via dissolução. Para os mecanismos fossildiagenéticos de subsuperfície. Solos que recebem deposição de cinzas vulcânicas, recebem compostos químicos excelentes, que facilitam o processo de fossilização
 
Considerações Finais
Um determinado horizonte sedimentar com bioclastos em processo de fossilização pode experimentar modificações acentuadas nos fatores que controlam a fossildiagênese em função das atividades geológicas que ocorrem na superfície e que influenciam as camadas mais profundas sob determinadas condições físico – químicas ocorrência de mais de um processo fossildiagenético pode ocorrer simultaneamente e os bioclastos envolvidos na mesma matriz rochosa podem variar em natureza química, textural ou estrutural.
 
Melhor lugar para ter fósseis é na subsuperficie, não muito profundo para não ter muita interferência de temperatura e pressão, mas é bom ter interferência de compostos químicos (físico-químico) da superfície

Continue navegando