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FONTES DE DIP

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FONTES DE DIP: 
- São os modos pelos quais o direito se manifesta. 
Fontes Formais: métodos ou processos de criação das normas jurídicas, as diversas técnicas que permitem considerar uma norma como pertencente ao mundo jurídico, vinculando os atores.
Fontes Materiais: conjunto de fatores sociológicos, econômicos, ecológicos, políticas, religiosas, culturais, etc. que condicionam o Estado quando da edição e formalização das fontes jurídicas. 
No DIP, elas equivalem às necessidades que decorrem das relações entre os Estados e as OIs de regulamentarem suas relações recíprocas.
TRATADO
Acordo internacional concluído entre Estados em forma escrita e regulada pelo DIP, consubstanciado em um único instrumento ou em dois ou mais instrumentos conexos qualquer que seja a sua designação específica.
Geralmente, eles são considerados como uma das duas fontes mais importantes do DIP.
As matérias reguladas são muito variadas, o que acresce sua relevância.
Os tratados são considerados a fonte de DIP mais democrática. 
COSTUME
O costume resulta de uma prática geral e consistente por parte dos Estados, seguida por eles como consequência de entendê-la como uma obrigação legal.
Historicamente, o costume era a principal fonte do DIP.
(Guerras, Direito do Mar, diplomacia, etc. )
Ainda hoje, o costume detém grande influência no DIP, tendo em vista a estrutura do sistema internacional. 
O costume tem dois elementos:
(Objetivo (Material): uso coordenado, generalizado e repetido no tempo e no espaço.
Subjetivo (psicológico): duas posições. A primeira é a da “opinio juris vel necessitatis” (convicção da obrigatoriedade da prática), e a segunda é a da aceitação (de uma prática geral) como sendo um novo direito.)
Características dos Costumes
A) Prática Comum: ele resulta da repetição de certos atos na vida internacional;
B) Prática Obrigatória: ele é direito que, em consequência, deve ser respeitado pelos membros da sociedade internacional. 
C) Prática Evolutiva: O costume se adapta às novas circunstâncias sociais. 
FORMAÇÃO DOS COSTUMES: 
Clássica
Contemporânea
Limitações Práticas ao Uso dos Costumes: 
As características do costume tornam difícil saber quando ele passou a ser uma conduta a ser observada por todos.
A prova os costumes pode se dar por cartas diplomáticas, declarações governamentais, etc.
A interpretação do costume é política.
O costume pode ser geral ou particular (precisa ser provado).
TRATADOS vs COSTUMES 
CRIAÇÃO: 
T: Criados por órgãos especializados 
C: Não necessita de órgão para ser criado 
OBRIGATORIEDADE:
T: Em geral, obrigatórios aos contratantes
C: Obrigatório a todos. 
QUANDO PASSAM A SER OBRIGATÓRIOS: 
T: Quando aprovados por um órgão do estado
C: Os atos são repetidos
AGENTES CRIADORES
T: Estados ou quem os representa legalmente
C: Podem ser criados por alguém que não representa os estados na ordem internacional. 
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
São os princípios consagrados nos sistemas jurídicos dos Estados, ainda que não sejam reconhecidos em TODOS os sistemas jurídicos.
A fim de verificar se um Princípio Geral de Direito é fonte de DI deve ser investigada sua extensão. Ademais, a categorização dos princípios gerais do Direito como fonte de DIP é controversa na doutrina, e seu uso cada vez menos acentuado. 
**Exemplos de Princípios Gerais do Direito consagrados na jurisprudência internacional:
proibição do abuso de direito; 
Responsabilidade internacional nascida de atos ilícitos e restituição do que foi adquirido por enriquecimento ilícito;
Boa-fé;
Pacta Sunt Servanda;
Obrigação de reparar danos emergentes e lucros cessantes. 
Os PGDs eliminam eventuais lacunas em casos nos quais não houvesse um tratado ou um costume como fonte.
Constituem um elemento subsidiário ao tratado e ao costume.
ATOS UNILATERAIS
A manifestação de vontade do Estado inequívoca, formulada por uma autoridade com competência para validamente engajá-lo, com a intenção de produzir efeitos jurídicos nas suas relações com outros Estados ou organizações internacionais, com o conhecimento expresso destes ou destas.
Requisitos:
Capacidade do autor do ato: Os Estados possuem capacidade ilimitada e as organizações capacidade limitada, tendo em conta os seus fins.
imputação do ato realizado por um dos órgãos do DIP ao próprio autor.
manifestação de vontade: pública, pode ser explícita ou implícita (tácita). 
Objeto do ato deve ser lícito: não pode violar norma de jus cogens.
	TIPO DE ATO
	OBRIGAÇÕES
	Autonormativos
	Criam obrigações ao declarante
	Heteronormativos
	Criam dir. a outro estado
	Mistos
	Criam obrigações para terceiros
CLASSIFICAÇÃO 
	Nº DE PARTES
	VONTADES
	Unilaterais
	Uma única MV.
	Convencionais
	Um encontro de vontades
DECISÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Esta forma consiste em normas originadas em uma organização internacional que são obrigatórias para todos os estados membros, independentemente de qualquer ratificação de sua parte. É necessário que a norma esteja de acordo com a convenção ou estatuto que gerou a organização. Os Estados geralmente participam ao votarem nos órgãos internos de OIs. 
Exemplos de Leis Internacionais:
Convenções Internacionais do Trabalho;
Convenções em matérias sanitárias da OMS;
Normas erigidas nos órgãos da União Europeia;
Normas da OACI (Organização da Aviação Civil Internacional).
As Resoluções de organizações internacionais podem ser uma resolução-declaração ou uma resolução-incitação. 
As primeiras constituem a soft law.
ERGA OMNES vs SOFT LAW
As obrigações Erga Omnes (que tem efeito ou vale para todos), são como costumes. Já aquelas chamadas de soft laws ainda não tem definição certa, mas pode-se dizer que corresponderiam a obrigações menos impositivas que as tradicionais, além de serem mais flexíveis para a interpretação das partes. Servem, principalmente, para guiar comportamentos futuros. (Ex.: declarações conjuntas, “agendas”). 
JUS COGENS
Normas imperativas do Direito Internacional que não podem ser derrogadas por tratados internacionais. São universais e superiores aos tratados. 
Não há exemplo claro de jus cogens na Convenção de Viena. Exemplos da doutrina: proibição do genocídio; proibição de tráfico de escravos, autodeterminação dos povos. 
JURISPRUDÊNCIA
Podem ser utilizadas as decisões de cortes como Tribunais Internacionais, Tribunais Administrativos Internacionais e por último, os Tribunais Nacionais. No último busca-se a prática do Direito Interno como paradigma. 
DOUTRINA 
Gilbert Gidel no Direito do Mar, Borchard acerca da proteção diplomática de cidadãos no exterior. 
EQUIDADE
Quase nunca é utilizada, mas ocorre quando as partes concordam. Entretanto, se as partes preferirem o “ex aequo et bono”, a CIJ deve respeitar a escolha. 
Corresponde à aplicação dos princípios da justiça em determinado caso concreto quando não há uma norma vigente, ou se há, ela não é eficaz para atingir a justiça. 
ANALOGIA
Consiste na aplicação, a uma determinada situação fática, de uma norma criada para servir um caso parecido ou semelhante. A ausência de referência à analogia no Estatuto da CIJ a faz ter aplicação restrita.

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