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MODOS E TEMPOS VERBAIS Conceito: VERBO é uma palavra variável (pode flexionar-se em número, pessoa, modo, tempo e voz) que indica uma ação, estado ou fenômeno. A classificação dos verbos nos modos verbais depende da relação que o falante tem com aquilo que enuncia – se constata um fato (indicativo); se apresenta uma hipótese, uma suposição (subjuntivo); se faz um pedido (imperativo). Em outras palavras, depende do MODO com que enuncia a ação verbal. São três modos verbais: • INDICATIVO - como sugere o nome, indica um fato real, que pode pertencer ao presente, ao passado ou ao futuro. • SUBJUNTIVO - enuncia um fato hipotético, duvidoso, provável ou possível. • IMPERATIVO - expressa idéias de ordem, pedido, desejo, convite. Enquanto que o modo INDICATIVO situa o fato no plano da realidade, da certeza, o SUBJUNTIVO coloca o fato no plano do que é provável, hipotético, possível, sem a certeza apresentada pelo modo indicativo. O modo SUBJUNTIVO também é bastante usado com determinadas conjunções (embora, caso, conquanto etc.) Perceba a diferença entre as duas orações abaixo. Ele procura um remédio que acaba com a dor de cabeça. Ele procura um remédio que acabe com a dor de cabeça. Na primeira, o sujeito já sabe qual é o medicamento que produz resultado. Vai à farmácia e pede ao balconista, porque sabe o resultado que obterá. O fato situa-se no plano da CERTEZA – modo INDICATIVO - acaba. Na segunda, o sujeito não tem certeza de qual medicamento poderia surtir efeito. Vai ao balcão da farmácia, pede ao farmacêutico uma indicação, mas não tem certeza se irá obter a cura. Por isso, está no plano da possibilidade – modo SUBJUNTIVO - acabe. Os TEMPOS VERBAIS têm a função de indicar o momento em que são enunciados os fatos. No modo INDICATIVO: • PRESENTE – fato ocorre no momento em que se fala (Ouço ruídos na cozinha.); ou fato que é comum de ocorrer (Eu morro de inveja dele. / Chove todos os dias em Belém.); ou apresenta um princípio, um conceito ou um dado (Todos os anos, muitas crianças morrem de desnutrição no Brasil.) • PRETÉRITO PERFEITO – fato ocorrido e perfeitamente concluído antes do momento em que se fala (Todos souberam do assassinato de Celso Daniel.) • PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO – denota continuidade do ato, com início no passado (Eu tenho cometido muitos erros na escolha dos meus namorados.) • PRETÉRITO IMPERFEITO – fato realizado e não concluído (Ele buscava a perfeição antes de morrer.) ou que apresenta uma certa duração (Ele andava pela rua quando foi abordado pelos ladrões.) • PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO – fato realizado antes de outro fato também no passado (Antes de sua morte, ele pedira o perdão aos filhos.) • PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO – forma mais comum de expressar o fato realizado antes de outro fato também no passado (Antes de sua morte, ele tinha pedido perdão aos filhos.) • FUTURO DO PRESENTE – fato posterior certo de ocorrer no futuro (Doarei todo o material de estudo após a minha aprovação.) • FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO – denota futura ocorrência de um fato que se iniciou no presente (Até o próximo ano, terei acumulado quase um milhão de reais em dívidas.) • FUTURO DO PRETÉRITO – esse é um tempo bastante especial, pois apresenta diversas circunstâncias - 1) fato posterior a um fato passado (Você me garantiu [FATO PASSADO] que o nosso amor não morreria [FATO FUTURO EM RELAÇÃO AO FATO PASSADO].); ou 2) fato não chegou a se realizar (Eu iria à suacasa, mas tive um problema.); 3) também pode denotar incerteza (“Acharam um corpo que seria do chefe do tráfico.”), hipóteserelacionada a uma condição (“Se você tivesse comprado o carro [CONDIÇÃO], não teria perdido o dinheiro no jogo [HIPÓTESE].”) ou polidez (“Você poderia me passar o sal?”). • FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO – o mesmo que o Futuro do Pretérito com relação aos dois primeiros aspectos (Ele poderia ter comprado uma casa maior se não tivesse jogado tanto dinheiro fora.). Vamos, agora, analisar como a Fundação Carlos Chagas aborda esse ponto do programa. 1 - (TRT 8ª Região – Técnico Judiciário) “ ... para tudo que se refira ao mundo físico ...” O verbo aparece nos mesmos tempo e modo em que se encontra a forma grifada acima na frase: (A) ... e prossegue, aceleradamente, com o extraordinário desenvolvimento tecnológico ... (B) ... que já nos vem do precedente... (C)) ... que confiram sentido a sua vida. (D) ... para que o objetivo de consumo se fosse convertendo... (E) ... se tornou a motivação central do homem... Gabarito: C Comentário. A forma “refira” é a conjugação do verbo “referir-se” no presente do subjuntivo, a mesma conjugação do verbo “conferir” em “confiram”. A conjugação da 1ª pessoa do singular (eu) do presente do indicativo dá origem a toda a conjugação do presente do subjuntivo, do imperativo negativo e de algumas formas do imperativo afirmativo (estudaremos conjugação do imperativo mais adiante), apresentando alteração apenas na desinência (parte final do verbo, que indica a flexão verbal em número, pessoa, tempo e/ou modo). Exemplo: (Pres.Indicativo) Eu confiro (Pres.Subjuntivo) (que) eu confira / (que) tu confiras / (que) ele confira/ (que) nós confiramos / (que) vós confirais / (que) eles confiram (Imperativo Negativo) - / não confiras / não confira / não confiramos / não confirais / não confiram Vamos verificar o tempo e modo das demais formas: (A) prossegue – presente do indicativo (B) vem – presente do indicativo (D) fosse convertendo – pretérito imperfeito do subjuntivo + gerúndio (E) tornou – pretérito perfeito do indicativo 2 - (TRT 3ª Região – Técnico Judiciário ) ... que parecia suave anjo de voz tranqüila. O verbo de mesmo tempo e modo em que se encontra o verbo grifado acima está na frase: (A)) ... em que se amarrava cachorro com lingüiça ... (B) Só num único e mesmo jornal permaneci mais de vinte anos. (C) Algumas figuras se tornaram sombras ... (D) ... morreu nas masmorras do Chile ... (E) ... que largou o jornalismo ... Gabarito: A Comentário. A forma “parecia” está conjugada no pretérito imperfeito do indicativo, da mesma forma que “amarrava”. Todas as demais formas estão conjugadas no pretérito perfeito do indicativo (permaneci, tornaram, morreu e largou). 3 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário ) ... e vive angustiada num emprego... O verbo está no mesmo tempo e modo daquele grifado acima na frase: (A) No início do século passado acreditava-se que... (B) Ocorreu exatamente o contrário. (C) ... e acrescentaram doses extras de “stress” à vida de todos nós. (D)) ... que ocupam as funções mais banais. (E) Como se não bastasse... Gabarito: D Comentário. A forma “vive” é a conjugação do verbo “viver” no presente do indicativo, assim como “ocupam”. As demais formas estão nos seguintes tempos e modos: (A) acreditava – pretérito imperfeito do indicativo (B) ocorreu – pretérito perfeito do indicativo (C) acrescentaram – pretérito perfeito do indicativo (E) bastasse – pretérito imperfeito do subjuntivo 4 - (TRT 23ª Região – Técnico Judiciário ) Há quem diga que isso não é urbano... O verbo empregado no mesmo tempo e modo que os do verbo grifado acima está na frase: (A) ... que eu criei em 1985... (B) ... em que a ocupação da Amazônia foi uma prioridade. (C) ... a população ia para os núcleos urbanos. (D) Alguns colegas não gostam dessa abordagem... (E)) ... que nossa urbanização seja igual à da Europa... Gabarito: E Comentário. A forma “diga” (do verbo “dizer”) está no presente do subjuntivo, bem como “seja” (do verbo “ser”). Lembre-se da regra de formação das conjugações: a 1ª p.s. pres.indicativo dá origem à formação do presente do subjuntivo (pres.ind.: eu digo / presentesubjuntivo: diga/ digas/ diga ...). As demais formas verbais estão no: (A) criei – pretérito perfeito do indicativo (B) foi – pretérito perfeito do indicativo (C) ia – pretérito imperfeito do indicativo (D) gostam – presente do indicativo 5 - (TRT 8ª Região – Técnico Judiciário ) Embora, é claro, devamos resistir à tentação fácil de elevar e idealizar os favelados, (...) também devemos, como propõe [o filósofo Alain] Badiou, enxergar as favelas... É correto afirmar que o emprego do verbo dever em modos diferentes no segmento que inicia o último parágrafo do texto indica, respectivamente, (A)) possibilidade de ação e fato real. (B) explicação de um fato e dúvida concreta. (C) suavização de uma ordem e repetição de um fato. (D) fato anterior e hipótese futura. (E) situação real e conseqüência imediata. Gabarito: A Comentário. Como vimos no início do nosso estudo, o modo subjuntivo indica fatos que estão no campo da hipótese, incerteza, possibilidade, probabilidade, enquanto que o modo indicativo retrata fatos reais, concretos. Como a forma devamos está no presente do subjuntivo, indica um fato possível (possibilidade), enquanto que devemos, do presente do indicativo, denota um fato real. Está correta a opção de letra (A). 6 - (Assistente de Defesa Agropecuária MA ) Ainda que parte da água possa ser reaproveitada... O emprego da forma verbal grifada indica, considerando-se o contexto, (A) fato concreto. (B))hipótese realizável. (C) ação habitual. (D) ordem imediata. (E) situação pretérita. Gabarito: B Comentário. Mais uma vez, a banca explora o conceito de emprego do modo subjuntivo. A forma “possa” está no presente do subjuntivo que, como vimos, situa no plano da hipótese, possibilidade ou probabilidade os fatos que relata. Por isso, está correta a indicação de ser um caso de hipótese realizável. 7 - (Assistente de Defesa Agropecuária MA ) Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase apresentada. Os alimentos devem ser ...... em água limpa para que a população não ...... a ter problemas de saúde. (A) cozinhados - venhe (B) cozinhados - vem (C) cozidos - venhe (D) cozidos - venha (E) cozidos – vêm Gabarito: D Comentário. Denominam-se formas nominais as palavras, de origem verbal, que também podem ser empregadas nas funções próprias de adjetivos, substantivos ou advérbios. São elas: PARTICÍPIO, GERÚNDIO E INFINITIVO. PARTICÍPIO: Ele havia lavado o chão da casa antes do temporal. (verbo) O uniforme lavado ficou todo sujo após o vendaval. (adjetivo) GERÚNDIO: O presidente fica persistindo na argumentação de que nada sabia sobre o valerioduto. (verbo) Persistindo os sintomas, o médico deverá ser consultado.. (advérbio de condição = “Caso persistam os sintomas...”) INFINITIVO: Ele precisa pôr os nomes nos livros. (verbo) O pôr-do-sol é lindo nessa época do ano. (substantivo) Essas formas nominais (particípio, gerúndio e infinitivo) podem também fazer parte de uma locução verbal. Locução verbal é o conjunto semântico de dois ou mais verbos. Forma-se com um verbo principal e um ou mais verbos auxiliares. Às vezes, no meio da locução verbal pode aparecer uma preposição (de, a), como em “comecei a trabalhar”, “hei de vencer” ou “tenho de esquecer”. Enquanto o principal vem sob uma forma nominal (infinitivo, gerúndio ou particípio), seu(s) auxiliar(es) pode(m) vir em uma forma finita (indicativo, subjuntivo, imperativo) ou também nominal. Nessa relação, o que se flexiona é o verbo auxiliar, mas do modo como o verbo principal iria variar. Em outras palavras, o verbo auxiliar faz tudo o que o verbo principal iria fazer se estivesse sozinho. Formam-se locuções verbais em: • construções de voz passiva, principalmente com os verbos auxiliares SER e ESTAR; • tempos compostos, com os verbos auxiliares TER e HAVER. • construções com auxiliares modais, que determinam com mais rigor o modo como se realiza – ou deixa de se realizar - a ação verbal. Expressam circunstâncias de: início ou fim (comecei a estudar, acabei de acordar), continuidade (vai andando), obrigação (tive de entregar), possibilidade (posso escrever), dúvida (parece gostar), tentativa (procura entender) e outras tantas. Como num escritório, onde quem manda é o chefe e quem trabalha é o empregado (ou você já viu algum chefe trabalhando???), na locução verbal, quem exerce a função de “chefe” é o verbo principal – ele fica “paradão”, só mandando, e o pobre do auxiliar se flexiona de acordo com as suas ordens. No particípio, a maior parte dos verbos só apresenta a forma regular (terminadas por “ado” / “ido”). Contudo, existem algumas exceções: alguns verbos apresentam mais de uma forma – a regular (“ado” / “ido”), usada com os verbos ter e haver (tempo composto) e a irregular, ligada aos verbos ser e estar (voz passiva). Dentre eles, estão: • ACEITAR – (ter/haver) aceitado; (ser/estar) aceito • ELEGER – (ter/haver) elegido; (ser/estar) eleito • ENTREGAR - (ter/haver) entregado; (ser/estar) entregue • IMPRIMIR - (ter/haver) imprimido; (ser/estar) impresso • SALVAR – (ter/haver) salvado; (ser/estar) salvo • SUSPENDIDO – (ter/haver) suspendido; (ser/estar) suspenso Outras curiosidades: 1. os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, pôr, ver, vir (e derivados) possuem apenas o particípio irregular (aberto, coberto, dito, escrito, feito, posto, visto e vindo – neste último, coincidem as formas de particípio e gerúndio); 2. alguns verbos aceitam ambas as formas (regular e irregular) para qualquer dois verbos auxiliares: segundo a maioria dos gramáticos, são quatro: pagar, pegar, ganhar e gastar (para memorizá-las, imagine a seguinte situação: no dia do pagamento, você ganha o salário e, no supermercado, pega o produto, paga por ele e gasta o dinheiro – gostou do método mnemônico?); 3. o particípio do verbo CHEGAR é um só – o regular CHEGADO. A forma “chego” é a conjugação de 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (“Eu chego”). Não existe a forma de particípio irregular para esse verbo. Então: “Eu tinha chegado ao escritório bem cedo.”. De volta à questão, o verbo “cozer” muitas vezes se confunde com o correlativo “cozinhar”, mas cada um apresenta uma forma participial: cozinhado (usado basicamente em tempo composto: tinha/havia cozinhado) e cozido (geralmente construído na voz passiva: é/está cozido, mas também empregado em tempo composto: havia/tinha cozido). Na questão, o verbo “cozer” tem como auxiliar o verbo “ser”, figurando, portanto, em voz passiva. A forma correta será: cozidos. Em seguida, como o fato se situa no campo da hipótese, devemos usar o presente do subjuntivo – “para que a população não venha a ter problemas de saúde”., Está correta, pois, a opção (D). Atenção: A questão 8 baseia-se no texto apresentado abaixo. A economia vai devorar o planeta? Para a maioria dos ecologistas, o impacto das atividades humanas sobre anatureza é real. A salvação do planeta passaria necessariamente pelo fim do crescimento de economias e populações, além da adoção de uma economia ecológica − com a reforma dos sistemas de produção de alimentos, materiais e energia. Uma economia ambientalmente sustentável seria movida por fontes renováveis de energia: eólica, solar e geotérmica. A eletricidade eólica seria usada para produzir hidrogênio. As estruturas atuais de gasodutos fariam o transporte do gás que moveria a frota de automóveis. Nesse sistema, a indústria da reciclagem e reutilização substituiria em grande parte as atividades extrativistas. Para se alcançar esse estágio, os sistemas tributários mundiais precisariam ser reformulados, de modo a oferecer subsídios à reciclagem e à geração de energia limpa e renovável e taxar atividadesinsustentáveis, como o uso de combustível fóssil. No entanto, sem estacionar a população mundial, nenhuma mudança terá realmente efeito. Mais pessoas requerem mais comida, mais água, mais espaço, bens, serviços e energia. Ocorre que deter ou até mesmo reduzir o crescimento da população mundial não é tão simples. O tamanho das famílias, em muitos países, está ligado à maneira como os casais encaram o sexo e a virilidade. O tamanho e a complexidade dos sistemas mundiais tornam a adoção da ecoeconomia uma tarefa gigantesca e muito distante de ser realizada. O aumento da temperatura global, a superpopulação e a contaminação dos ecossistemas mundiais estão por toda parte: somente podem-se corrigir os efeitos que eles criam, com medidas de alcance global. Pequenas substituições e correções de rumo em alguns setores não constituem uma solução. Com 6 bilhões de pessoas no mundo, até metas mais óbvias, como deter o nível de desflorestamento, parecem distantes. Revista Superinteressante, maio de 2004, p. 69) 8 - (TRT 22ª Região – Técnico Judiciário ) As estruturas atuais de gasodutos fariam o transporte do gás que moveria a frota de automóveis. O emprego das formas verbais grifadas acima indica, no contexto, (A) incerteza da realização de um fato passado. (B) dúvida real de que um fato se concretize. (C) ação que se realiza habitualmente até o momento presente. (D) fato consumado, anterior a outro, também passado. (E) hipótese que depende de certa condição anterior. Gabarito: E Comentário. No início do estudo, vimos que o futuro do pretérito do indicativo pode denotar incerteza, hipótese relacionada a uma condição ou polidez. Note que, na estrutura apresentada, o fato de o gás mover a frota de automóveis depende da existência de gasodutos que viabilizem o transporte desse gás. Assim, a circunstância representada pelo tempo verbal é o da hipótese que depende de certa condição – a existência dos gasodutos (E). 9 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário ) ... em questões nas quais a vinculação satisfaça objetivos políticos dos governantes. O emprego da forma verbal grifada acima introduz no contexto a mesma noção do verbo empregado na frase: (A) Duas críticas lhe são feitas... (B) Os prazos já existem na lei... (C) ... que lhes permitem intervir no processo... (D)) ... segundo o ritmo que lhes convenha. (E) ... que se está dando um passo à frente. Gabarito: D Comentário. A forma “satisfaça” está no presente do subjuntivo. A outra forma verbal de idêntica conjugação é “convenha”, do verbo “convir”, que é derivado do verbo “vir”. Como veremos adiante, essa banca costuma exigir as formas de conjugação de verbos de terceira terminação (ir), e como ela gosta dos derivados do verbo “vir”! As demais formas estão nos seguintes tempos e modos: (A) são feitas – locução verbal de voz passiva com o verbo auxiliar no presente do indicativo e o verbo principal na forma nominal particípio. (B) existem – presente do indicativo (C) permitem – presente do indicativo (D) está dando – locução verbal, cujo verbo auxiliar está no presente do indicativo e o principal, no gerúndio. 10 - (TRE AP – Analista Judiciário) Faça isso com a cabeça de um macaco. É exemplo de emprego do mesmo modo do verbo grifado acima UM dos verbos que aparecem na frase: (A) Não serão aceitas justificativas, quaisquer que sejam os motivos alegados. (B) Saiba que valores devem ser respeitados, em qualquer tempo e lugar. (C) Todo explorador desejaria entender como se reduzem cabeças. (D) É necessária a existência de critério que justifique determinados atos de violência. (E) Espera-se que ele possa entender as razões de certos costumes em determinadas civilizações. Gabarito: B Comentários. Agora, o nosso assunto é a conjugação do IMPERATIVO. Em vez de memorizar várias regras, vamos guardar apenas a exceção. A REGRA: Em se tratando de imperativo, emprega-se o presente do subjuntivo. No imperativo, não há conjugação da 1ª pessoa do singular (a idéia é que ninguém poderia dar uma ordem a si mesmo). São conjugados pelo presente do subjuntivo os verbos em todas as pessoas no imperativo negativo, e nas 3ª pessoas (singular e plural) e 1ª pessoa do plural no imperativo afirmativo. Essa é a regra. Exemplo: “Venha para a Caixa você também” – 3ª pessoa do singular (O comercial estava errado!!!). “Não nos deixeis cair em tentação” – 2ª pessoa do plural (Ao se dirigir ao Pai, usa-se vós.) Essa é a regra. Agora a exceção, que deve ser memorizada, por ser em menor número. A exceção fica por conta das segundas pessoas (tu e vós) no imperativo afirmativo. Nessa conjugação, usa-se o presente do indicativo, sem o “s” final. RESUMO: No imperativo afirmativo, as 2ªs pessoas (singular e plural) buscam a conjugação do presente do indicativo e tiram a letra ‘s’. Todo o restante tem origem no presente do subjuntivo. Exemplo: 1 - “Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és.” - A forma “dize” é a redução do presente do indicativo da 2ª pessoa do singular (dizes – [s] = dize). Detalhe: o verbo “dizer”, assim como todos que têm essa terminação -zer, é um verbo abundante, que admite tanto “dize” como “diz”, no imperativo. 2 – “Fazei de mim um instrumento de vossa paz.” – A forma “fazei” é a conjugação no presente do indicativo da 2ª pessoa do plural (vós fazeis), sem o “s”. Aliás, esse segundo exemplo foi retirado de uma oração – a Oração de São Francisco de Assis, que não é tão conhecida quanto o “Pai Nosso”. No “Pai Nosso”, temos vários exemplos do uso do imperativo, tanto afirmativo quanto negativo. Dá-se a Deus a respeitosa forma de tratamento "vós", que, como já vimos, é da segunda pessoa do plural. Em "Perdoai as nossas ofensas", as pessoas que rezam dirigem-se ao Criador e pedem a Ele que lhes perdoe as ofensas praticadas. É para isso que também serve o imperativo. Além de ordem, essa forma verbal pode expressar também súplica, desejo ardente, que é como são feitos esses pedidos. Na prece, “perdoai" e "livrai" ("perdoai as nossas ofensas"/"livrai-nos do mal") estão no imperativo afirmativo, enquanto que "deixeis" ("não nos deixeis cair em tentação") está no imperativo negativo. "Perdoai" e "livrai" obedecem a um esquema que já vimos. Como são conjugações de 2ª pessoa do plural, essas formas vêm do presente do indicativo, sem o "s" final. Fazem parte da EXCEÇÃO. E "Não nos deixeis cair em tentação"? É da conjugação do imperativo negativo e recai na REGRA GERAL, ou seja, se forma a partir do presente do subjuntivo (que eu deixe, que tu deixes, que ele deixe, que nós deixemos, que vós deixeis, que eles deixem). Na hora da dúvida, mesmo que você não seja católico, comece a rezar o Pai Nosso e veja como se conjugam as formas verbais no Imperativo. Mas, para dar certo, você deve aprender a rezar direito!!!! Voltando à questão (garanto que você já tinha até se esquecido da pobrezinha...), a forma “Faça” é uma ordem e, por isso, está conjugada no imperativo. A outra forma de idêntica conjugação é “Saiba”. As duas formas verbais se dirigem a “você” que, como um pronome de tratamento que se preza, leva o verbo e os pronomes para a 3ª pessoa (singular ou plural). Aliás, essa é uma excelente maneira de lembrar como se usam os pronomes de tratamento – o que acontece com “você” acontece também com todos os demais pronomes (Vossa Excelência, Vossa Senhoria etc.) – o verbo e os pronomes ficam na 3ª pessoa. Exemplo: “Vossa Senhoria terá a obrigação de rever suas decisões.”. Finalmente, (só para encerrar esse assunto) usa-se “vossa” quando se dirige à autoridade e “sua” quando se faz menção a ela. CONJUGAÇÃO VERBAL A partir de agora, o nosso assunto é CONJUGAÇÃO VERBAL, e, para ajudá-lo a resolver essas questões, usamos a técnica do paradigma. Como é isso? Na dúvida com relaçãoà conjugação de determinado verbo regular (geralmente o examinador busca um verbo pouco utilizado no seu dia-a-dia), basta observar a conjugação dos paradigmas clássicos (FALAR – 1ª conjugação, BEBER – 2ª conjugação, PARTIR – 3ª conjugação). Extraia o radical, que é o que sobra do verbo após retirar a terminação “ar”, “er” ou “ir” do infinitivo (exemplo: FAL(AR) = radical FAL-), e empregue as desinências, que são idênticas nos demais verbos regulares de mesma conjugação: Por exemplo: CONSUMAR (verbo regular de 1ª conjugação): Presente do Indicativo: Eu consum.... (???) Presente do Subjuntivo: (que) eu consum... (???) CONSUMIR (verbo regular de 3ª conjug.): Presente do Indicativo: Eu consum.... (???) Presente do Subjuntivo: (que) eu consum... (???) E aí, como você preencheu? Vamos buscar a desinência dos verbos “paradigmas”. Infinitivo Pres.Indicativo Pres.Subjuntivo Falar Eu falo (que) eu fale Consumar Eu consumo (que) eu consume Partir Eu parto (que) eu parta Consumir Eu consumo (igual) (que) eu consuma Se o verbo for irregular, ou seja, apresenta alteração no radical em determinadas conjugações, procure outro verbo, também irregular, de mesma construção. Por exemplo: COMPETIR (3ª conjugação) – Eu comp.... (???) Esse verbo é irregular, ou seja, não mantém o radical nas conjugações. Normalmente não conjugamos esse verbo (pelo menos, não com convicção) fora de uma locução verbal. Mas usamos bastante outro verbo de idêntica estrutura. Já sabe qual é??? REPETIR. Então, como fica a conjugação desse paradigma? Eu repito => Eu compito E “ADERIR”? Como você conjugaria a primeira pessoa do singular do Presente do Indicativo? Está com dúvida? Busque um paradigma. Aceito sugestões.... Lembrou de algum? Eu conheço um – FERIR. Como fica a conjugação do paradigma? Eu firo. Logo, “eu adiro”. Aliás, a banca da Fundação Carlos Chagas simplesmente ADORA os verbos de terceira conjugação, ou seja, os terminados por “IR”. Outros verbos são mais perigosos e não seguem um padrão. Um desses verbos (REQUERER) será assunto uma de nossas próximas questões. 11 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras na frase: (A) Há discussões que chegam a um tal estado de paradoxismo que fica improvável alguma solução que se adeque à expectativa dos contendores. (B) Os candidatos, em suas altercalções num debate, costumam dissiminar mais injúrias um contra o outro do que esclarecimentos ao eleitorado. (C) A democracia, por vezes, constitue uma espécie de campo de provas que poucos candidatos estão habilitados a cruzar prezervando sua dignidade. (D) Se os eleitores fossem mais atentos à inépsia dos candidatos, não se deixariam envolver por tudo o que há de falascioso nos discursos de campanha. (E) Crêem muitos que há obsolescência na democracia, conquanto ninguém se arvore em profeta de algum outro regime que pudesse ser mais bem sucedido. Gabarito: E Comentário. Não, você não está enlouquecendo (ainda...), nós já abordamos essa questão na Aula Zero (demonstrativa), Repetimo-la porque, além dos aspectos ortográficos, devem ser objeto de comentário duas construções verbais inadequadas. A primeira, em relação ao verbo adequar, presente na opção (A). Esse é um verbo defectivo. Mas o que são verbos defectivos? São os que apresentam DEFEITO em alguma conjugação, ou seja, em algum tempo/modo, o verbo não apresenta conjugação completa. Sempre que se falar em defeito verbal, estamos nos referindo à conjugação do PRESENTE DO INDICATIVO e aos tempos dele derivados (Presente do Subjuntivo e Imperativo). O “defeito” existe apenas no presente, não existe no passado nem no futuro. Assim, mesmo defectivo, o verbo poderá ser conjugado inteiramente nos outros tempos e modos verbais, como, por exemplo, no Pretérito do Perfeito do Indicativo, no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo, Futuro do Subjuntivo etc. Há dois tipos de defeitos: 1º) não possuir a 1ª pessoa do singular, apenas. (explodir, abolir, colorir, delinqüir); 2º) só apresentar as conjugações da 1ª e 2ª pessoas do plural (adequar, reaver) – é o caso do verbo “adequar”. No presente do indicativo, só existem as formas “adequamos” (nós) e “adequais” (vós). Quando não existe a 1ª p.s. do presente do indicativo de um verbo, como é o caso do verbo adequar, não existirá, também, nenhuma forma de conjugação do presente do subjuntivo. Assim, está incorreta a construção “se adeque”. Para sair dessa “saia justa”, podemos optar pelo emprego de uma locução verbal – “se deva adequar” ou pela troca do verbo por um sinônimo (na questão, uma boa opção seria “atenda”). Uma última observação sobre verbos defectivos: alguns autores definem como defectivos, também, os verbos que, de acordo com o seu emprego, só podem ser conjugados nas terceiras pessoas, como URGIR (ter urgência), DOER (no sentido de causar dor – “alguma coisa dói.”) e os unipessoais, que representam vozes de animais ou fenômenos da natureza, quando utilizados no sentido original (sentido denotativo, com “d” de “dicionário”; seu oposto é o sentido conotativo, também chamado de figurado, quando a palavra é usada em um significado diferente do original). A segunda construção verbal inadequada se refere à conjugação do verbo constituir (grafada na questão como “constitue”). A forma correta é constitui. Os verbos, como constituir, terminados pelo hiato –UIR, exceto no caso dos defectivos (verbos que não possuem todas as formas de conjugação, como ruir), apresentam duas formas de conjugação: 1ª) O paradigma será POSSUIR (o radical é possu) – De acordo com esta regra, classificam- se praticamente todos os verbos com essa terminação. Nas 2ª e 3ª do singular trocam a letra ‘e’ da conjugação regular (como em ‘partir’) pela letra ‘i’. Mantêm as demais conjugações inalteradas em relação à conjugação do verbo paradigma ‘partir’: possuo, possuis, possui, possuímos, possuís, possuem. Dessa forma, conjugam verbos como OBSTRUIR, AFLUIR, INFLUIR, ANUIR, ARGUIR (respeitada a acentuação), CONCLUIR, DISTRIBUIR, INCLUIR 2ª) CONSTRUIR (o radical é constru) e DESTRUIR (o radical é destru)–São verbos abundantes. Além da forma regular de conjugação (igual à do verbo POSSUIR: construo, construis, construi, construímos, construís, construem), mais comum em Portugal, apresenta também a conjugação irregular, em que as 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo formam o ditongo aberto “ói": construo, constróis, constrói, construimos, construís, constroem, da mesma forma que os verbos terminados em -OER. Assim, vimos que os verbos terminados em –UIR recebem, na 3ª pessoa do singular, a letra “i” – constitui, e não o “e” como apresentado na questão. Vamos analisar outras conjugações especiais. 1. VERBOS TERMINADOS EM HIATO: –OER: As 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo formam o ditongo aberto ‘ói’. As demais pessoas, em todos os outros tempos verbais, seguem o paradigma ‘beber’, respeitadas as devidas acentuações tônicas. Na hora de escolher um exemplo, lembrem que DOER (no sentido de causar dor) e SOER (costumar, ter hábito de) são defectivos e só se conjugam nas terceiras pessoas. Exemplos: MOER (o radical é mo) - môo, móis, mói, moemos, moeis, moem –EAR: recebem a letra ‘i’ nas formas rizotônicas (sílaba tônica no radical). Nas demais, segue o paradigma ‘falar’. Exemplo: pentear (radical pente). A sílaba tônica foi sublinhada. Pres.Indicativo - penteio, penteia, penteia, penteamos, penteais, penteiam Pres.Subjuntivo – penteie, penteies, penteie, penteemos, penteeis, penteiem Pret.Perfeito: penteei, penteaste, penteou, penteamos, penteastes, pentearam –IAR: os verbos dessa terminação são regulares, ou seja, seguem a conjugação do paradigma ‘falar’. Exemplos: ADIAR(radical é adi) – Pres.Indicativo: adio, adias, adia, adiamos, adiais, adiam VARIAR (radical é vari) - Pres.Indicativo: vario, varias, varia... Dessa mesma forma, conjugam-se os verbos ARRIAR, MAQUIAR, VICIAR. Por isso, nada de “VAREIA”, senão “VICEIA”!!! Como vimos, esses verbos são REGULARES. Mas, então, por que será que tanta gente se engana? Porque ocorre uma “contaminação” com os verbos terminados em “EAR”, como “pentear”, apresentado acima. No entanto, há cinco verbos terminados em -IAR que recebem a letra ‘e’ nas formas rizotônicas (formas em que a sílaba tônica recai no radical), ou seja, formas verbais em que a sílaba tônica recai no radical, como no Pres.Indicativo e Pres.Subjuntivo. Suas iniciais formam o anagrama M-A-RI- O: Mediar (e derivados, como intermediar), Ansiar, Remediar, Incendiar, Odiar Pres.Indicativo: intermedeio, intermedeia, intermedeia, intermediamos, intermediais, intermedeiam Para facilitar, lembre-se da conjugação do verbo ODIAR, o mais comum deles. 2. VERBOS “DERIVADOS” DE ÁGUA – DESAGUAR, ENXAGUAR – mantêm a acentuação de “água” na conjugação. Pres.Indicativo: deságuo, deságuas, deságuas, desaguamos, desaguais, deságuam Pres.Subjuntivo: deságüe, deságües, deságüe, desagüemos, desagüeis, deságüem 3. AVERIGUAR, APAZIGUAR, APANIGUAR - Não seguem a regra dos “derivados” de água. Têm a acentuação tônica nas formas rizotônicas (no radical). O radical de averiguar é [averigu-] e segue o paradigma “falar”, ressalvada a acentuação gráfica (especialmente no Pres.Subjuntivo). Pres.Indicativo: averiguo, averiguas, averigua, averiguamos, averiguais, averiguam Pres.Subjuntivo: averigúe, averigúes, averigúe, averigüemos, averigüeis , averigúem (Antes da letra “e”, quando o “u” é pronunciado sem intensidade, leva trema - averigüemos; com intensidade, leva acento agudo - averigúe) 12 - (TRE AP - Técnico Judiciário) Está corretamente flexionada a forma verbal sublinhada na frase: (A) Se alguém propor medidas para economia de energia, que seja ouvido com atenção. (B) Caso uma represa contenhe pouco volume de água, as turbinas da usina desligam-se. (C)) Seria preciso que refizéssemos os cálculos da energia que estamos gastando. (D) Só damos valor às coisas quando elas já escasseiaram. (E) Se não determos os desperdícios, pagaremos cada vez mais caro por eles. Gabarito: C Comentário. O verbo “refazer” é derivado do verbo “fazer”. Como a conjugação deste verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo é fizéssemos, está correta a construção observada na oração. Estão incorretas as demais opções: (A) O verbo “propor” deriva do verbo “pôr” (mas, ao contrário deste, aquele não recebe acento circunflexo – na dúvida, reveja a Aula Zero). Assim, usamos a conjugação deste como paradigma para a construção daquele. A forma verbal do pôr é “Se ele puser”. Então, a construção correta seria “Se alguém propuser”. (B) O verbo “conter” é derivado do verbo “ter”. Se a forma com este verbo seria “Caso uma represa tenha” (presente do subjuntivo), a construção correta seria “Caso uma represa contenha”. (Já podemos perceber que a FCC adora explorar a conjugação de verbos derivados. E você nem imagina quanto! Vamos continuar.) (D) Como vimos na questão anterior, os verbos terminados em –EAR, só recebem a letra “i” nas formas em que a sílaba tônica recai no radical (formas rizotônicas). O radical do verbo escassear é “escasse-”. A sílaba tônica da conjugação da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo recai na desinência: escassearam. Assim, nada de colocar “i” nela, da mesma forma que em passearam, pentearam, cearam (atire a primeira pedra quem não pronunciou um “i” nesse último verbo, pela óbvia influência do substantivo “ceia”!). (E) O verbo deter é derivado do verbo ter (assim como conter, da opção A). Então, a forma correta seria: “Se não detivermos os desperdícios...”. 13 - (TRE AP – Analista Judiciário) Estão corretas ambas as formas verbais sublinhadas na frase: (A) Alguém interviu, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas constitue, para muitos homens, uma prática esportiva. (B)) Alguém interveio, dizendo ao czar que a caça de borboletas constitui, para muitos homens, uma prática esportiva. (C) Alguém interviu, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas constitui, para muitos homens, uma prática esportiva. (D) Alguém interveio, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas constitue, para muitos homens, uma prática esportiva. (E) Alguém interveio, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas constitue-se, para muitos homens, uma prática esportiva. Gabarito: B Comentário O verbo “intervir” é derivado do “vir” – assim, se falamos “alguém veio”, devemos também falar “alguém interveio”. O outro verbo é “repeteco”. “Constituir”, na 3ª pessoa do singular, forma “constitui”, já comentado na questão 11. 14 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário) O verbo flexionado corretamente está grifado na frase: (A) Empresários requiseram licença ambiental para desenvolver seus projetos. (B) Muitos turistas vinherão ao Brasil central, atraídos pelos esportes náuticos. (C) Os investidores disporam-se a desenvolver um turismo ecológico na região. (D)) Sobrevieram alguns contratempos, logo resolvidos, no alojamento dos visitantes. (E) Poucos turistas obteram a licença para permanecer mais tempo na região. Gabarito: D Comentário. Um candidato desatento, que só lesse a forma verbal sublinhada, poderia cair na casca de banana da FCC nessa questão. O primeiro verbo grifado (requiseram) não significa “querer de novo”. “REQUERER” significa “pedir por meio de requerimento ou ação, exigir, pedir, demandar...”. Por isso, ele não é derivado do “querer”. Não obstante, como é irregular, em algumas formas se conjuga de modo idêntico ao “querer” (o que explica – mas não justifica – a confusão). Pres. ind.: requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis, requerem; Pres. subj.: requeira, requeiras, ... Nas outras formas é regular e segue o paradigma “beber”. Assim, a forma correta é (A) “Empresários requereram licença ambiental...”. (B) “Muitos turistas virão ...” (futuro do presente do indicativo do verbo “vir”) [gente, fala sério: o que poderia ser “vinherão”????]; (C) “Os investidores dispuseram-se a desenvolver...” (pretérito perfeito do indicativo do verbo “dispor”, que é derivado do verbo “pôr”); (D) Esta é a resposta correta – sobrevir é derivado do verbo vir, formando a conjugação “sobrevieram”; (E) “Poucos turistas obtiveram a licença...” (pretérito perfeito do indicativo do verbo “obter”, que é derivado do verbo “ter”). 15 - (TRT 22ª Região – Técnico Judiciário / Novembro 2004) O verbo flexionado de forma INCORRETA está grifado na frase: (A) Com base na legislação vigente, os promotores propuseram às autoridades responsáveis as penalidades cabíveis. (B)) Alguns policiais requiseram o cumprimento do dispositivo legal para garantir sua segurança durante as diligências. (C) Estudam-se alterações no conteúdo de certas leis para que elas dêem resultados positivos no controle da violência. (D) Apesar de rígidas, as condições de encarceramento para criminosos ainda não contêm a ocorrência de atos de violência. (E) Ninguém ainda se deteve para analisar os resultados da aplicação rigorosa de penalidades aos detentos. Gabarito: B Comentário. Novamente, a banca explorou o verbo REQUERER, mas agora ficou fácil – você já sabe que a forma correta é “Alguns policiais requereram o cumprimento...”. 16 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário) Está correta a flexão de todas as formas verbais na frase: (A) Giscard contrapôs às falas de Mitterrand a impressão de que este se pronunciava como se detera o monopólio do coração. (B) A mãe interviu na discussão, alegando que seu filho eraalérgico a pêlos de animais – razão pela qual se indispusera com a dona do cachorrinho. (C) O autor afirma que sempre se comprazeu em participar de reuniões em que todos envidam esforços na busca de soluções conciliatórias. (D)) Se condissessem com a verdadeira prática democrática, as campanhas eleitorais não dariam lugar ao discurso que inclui arrogância na argumentação. (E) Caso Mitterrand contesse o ímpeto de sua fala, não houvera de argumentar com tamanha simplificação e tão visível autoritarismo. Gabarito: D Comentário. Está correta a forma verbal “condissessem”, que se refere a um dos verbos derivados de dizer (condizer = “dizer com” = estar de acordo, estar em harmonia), no pretérito imperfeito do subjuntivo. Temos agora uma ótima oportunidade de estudar um dos verbos mais difíceis da Língua Portuguesa – COMPRAZER, presente na opção (C). Antes, porém, vamos analisar as demais opções: (A) “Giscard contrapôs às falas de Mitterrand a impressão de que este se pronunciava como se detivesse o monopólio do coração.” – além de não existir a forma “detera" (no pretérito mais- que-perfeito, seria “detivera”), por ser derivado do verbo “ter”, o verbo “deter”, na construção, deve ser conjugado no modo subjuntivo que, como vimos anteriormente, situa o fato no campo da hipótese, suposição, possibilidade. (B) “A mãe interveio na discussão...” – o verbo intervir já foi objeto de comentário na questão 13. A forma “indispusera” (pretérito mais-queperfeito do verbo indispor) está corretamente flexionada. (C) Em relação ao verbo “comprazer”, há divergência doutrinária. Alguns gramáticos afirmam que esse verbo apresenta todas as conjugações (tendo por paradigma o verbo “aprazer”), enquanto outros afirmam ser um verbo defectivo, que só se conjugaria nas 3ªs pessoas, singular e plural (pres.ind.: compraz, comprazem). A questão da prova passou ao largo dessa discussão, por ter apresentado o verbo na 3ª pessoa do singular (“o autor se compr...”). Esse verbo é derivado do verbo “prazer” (este, inquestionavelmente, defectivo). O que torna difícil essa conjugação é que, no pretérito perfeito do indicativo, e nos tempos derivados deste (logo adiante, iremos falar sobre essa derivação), o verbo comprazer se conjuga como o verbo haver, como vimos no exemplo acima: Pret.perf.ind: comprouve / comprouveste / comprouve / comprouvemos / comprouvestes / comprouveram. Pret.mais-que-perf.ind: comprouvera / comprouveras ... Pret.imperfeito subjuntivo: comprouvesse / comprouvesses ... Futuro do subjuntivo: comprouver / comprouveres / comprouver ... A forma correta, portanto, é “O autor afirma que sempre se comprouve em participar de reuniões...”. Em tempo, “comprazer-se” significa “regozijar-se”, “deleitar-se”. Essa foi de matar, hem? (E) “Caso Mitterrand contivesse o ímpeto de sua fala...” – o verbo “conter”, também derivado do verbo “ter”, já foi mencionado na questão 12. Só para não perdermos a oportunidade, veja como se formam os tempos derivados do pretérito perfeito do indicativo. A 3ª pessoa do plural (eles) do pretérito perfeito dá origem às seguintes formas verbais: pretérito mais que perfeito do indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo. Exemplo: Eles vieram (pret.perf.ind) Pret.mais que perf.ind – eu viera / tu vieras / ele viera / nós viéramos / vós viéreis / eles vieram Pret.imperf.subjuntivo – eu viesse / tu viesses ... Futuro do subjuntivo – eu vier / tu vieres / ele vier ... E, para matar a sua curiosidade, veja algumas formas de conjugação do verbo “comprazer” (igual ao aprazer, para os que não o consideram defectivo): Pres.Ind – comprazo / comprazes / compraze / comprazemos / comprazeis / comprazem Pres.Subj – compraza / comprazas ... Fut.Pres.Ind – comprazerei / comprazerás / comprazerá... 17 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário) É preciso corrigir a redação da seguinte frase: (A) Quando se chega a resultados como estes, há que se pensar num reajuste dos parâmetros em que baseamos os nossos cálculos. (B) Os casamentos vêm ocorrendo entre pessoas cada vez menos jovens, o que talvez revele uma preocupação crescente com a assunção desse compromisso. (C) Na televisão norte-americana, a cobertura da guerra no Iraque foi manifestamente patriótica: os repórteres da Fox pareciam liderar a torcida em favor das tropas invasoras. (D)) As conseqüências que advirem da escolha pela qual você optou, são de sua responsabilidade, além do mais porque lhe advertimos sobre os riscos envolvidos. (E) Os bons psicoterapeutas ensinam que, em vez de uma pessoa querer ser outra, é mais interessante que ela busque inventar o que pode fazer com o que já é. Gabarito: D Comentário. Sem dúvida alguma, o verbo advir é campeão nas provas da FCC. Derivado que é do verbo “vir” (significa “vir em resultado, sobrevir”), segue a conjugação deste. Assim, a forma correta da opção (D) é: “As conseqüências que advierem da escolha ...”. 18 - (Analista BACEN ) Estão corretamente flexionadas e articuladas as formas verbais da frase: (A) Para que não sobrevissem maiores violência, seria preciso interferir nesse processo de acumulação, que a tantos destitue das mínimas condições de sobrevivência. (B) O autor do texto e seu colega Elio Gaspari conviram em que os “cidadãos descartáveis” constituíssem o efeito vivo do funcionamento da máquina liberal. (C) Para que se extingua essa expropriação histórica, fazer-se-ia necessário que haja pleno controle do processo de acumulação. (D) Os sonhos que advirem da contínua sedução que sobre nós exerce a máquina neoliberal estariam condenados à insatisfação. (E) Por não terem podido resistir à expropriação de seus pedacinhos de terra, os servos feudais não contiveram um processo que só fez crescer ao longo dos séculos. Gabarito: E Comentário. Vamos começar pelos erros das opções: (A) “sobrevir” é derivado do vir e sinônimo do “advir” (de novo!). Assim, a forma certa é: “Para que não sobreviessem maiores violências” (acho que a falta do “s” foi mais um erro de digitação da prova do que uma incorreção de concordância); (B) “convir” significa “concordar” e segue a conjugação do verbo “vir” – “O autor do texto e seu colega Elio Gaspari convieram em que ...”; (C) Pode parecer horrível aos seus ouvidos, mas o verbo “extinguir” (que não tem trema e, portanto, se pronuncia como “gui” de “guitarra”), na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, apresenta a forma “extingo”. Como vimos, é essa a forma que dá origem a todo o presente do subjuntivo – extinga, extingas, extinga, extingamos, extingais, extinga. Essa conjugação é seguida, também, pelo verbo “distinguir”; (D) Olha o “advir” aí, gente!!! Você já sabe: “Os sonhos que advierem da contínua sedução...”; (E) ESTA FOI A RESPOSTA CORRETA. “Podido” é o particípio (que os antigos chamavam de “particípio passado”, alguém aí se lembra disso?) do verbo “poder”. Curiosidade: você sabia que, segundo a norma culta, o verbo “poder” não admite construção no imperativo? 19 - (Auditor Fiscal BA / - adaptada) Julgue a opção abaixo, em relação à correção gramatical. (E) Na medida em que os dados gerais eram compreendidos, a platéia manifestava um misto de entusiasmo e de vontade de saber mais, por isso adviram perguntas mais complexas. Item INCORRETO Comentário. Agora já perdeu a graça. Foram tantas as vezes que esse verbo apareceu que teríamos um curso completo só com o verbo “advir”. O correto é “por isso, advieram perguntas mais complexas.”. 20 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira ) É preciso corrigir a redação da seguinte frase: (A) Há protestos que são ouvidos somente quando incomodam nossos tímpanos, quando atingem a exacerbação de um grito a que ninguém mais pode se mostrar surdo. (B))Se é praxe do Estado agir apenas quando lhe convir, não se espereque viesse a tomar quaisquer providências somente porque seja do nosso interesse. (C) Medidas repressivas, tomadas em diferentes épocas por diferentes governos, vêm sobejamente demonstrando a ineficácia da força frente às questões sociais. (D) Precisamos nos convencer, de uma vez por todas, de que a economia privada raramente se preocupa com o alcance social das metas pragmáticas que ela se propõe atingir. (E) No início da globalização, muita gente julgava que por meio dela não apenas se multiplicariam, mas também se distribuiriam com justiça os dividendos econômicos. Gabarito: B Comentário. Agora, o verbo em questão é convir, também derivado do verbo “vir”. Após a correção, teríamos: “Se é praxe do Estado agir apenas quando lhe convier...” (futuro do subjuntivo). Relembrando: o futuro do subjuntivo é um tempo derivado da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo (eles vieram – [quando] ele vier / [quando] lhe convier). Um cuidado muito grande que você deve tomar é nas questões de concordância verbal (tema da próxima aula) que abordem verbos derivados do “vir”, do “ter” e terminados de forma nasal (õe / õem), como os derivados do “pôr”. Isso porque não há alteração fonética entre a forma singular e a plural (contém / contêm, dispõe / dispõem, convém / convêm). Isso costuma ser um “prato cheio” para “pegadinhas”, especialmente as da ESAF. Não vamos nos aprofundar aqui no assunto. Teremos uma aula todinha para falar sobre concordância. 21 - (TRT 22ª Região – Analista Judiciário ) Todas as formas verbais estão adequadamente flexionadas na frase: (A) Os jovens que proviram do Sudão assustar-se-ão com a quantidade de casuísmos a que deverão se submeter em sua nova experiência de vida. (B) Por vezes, uma comparação da nossa cultura com a de outros povos restitue-nos o desejo de uma sociedade em que nada obstrui o caminho natural da justiça. (C) Se viajar de avião já constitui, para essa leva de jovens, uma experiência assombrosa, imagine-se o assombro deles quando haverem de entrar em contato com nossas leis. (D) Em suas tribos, os jovens sudaneses entretiam-se com as práticas da vida concreta, sem a preocupação de atentarem para intermináveis códigos de leis casuísticas. (E)) Deveríamos agir segundo valores com os quais reouvéssemos o sentido do que é social, e não sob a pressão de códigos que advieram de uma progressiva indigência moral. Gabarito: E Comentário. (A) O verbo “provir” é derivado de vir e indica a procedência. Assim, “Os jovens que provieram do Sudão...”; (B) Já estudamos os verbos terminados em –UIR (questão 11) e vimos que, ao contrário dos outros verbos de 3ª conjugação, esses recebem a letra “i” na 3ª pessoa do singular – “... uma comparação... restitui-nos...”; (C) Há impropriedade na forma “quando haverem de entrar em contato...”. Deve ser empregado o futuro do subjuntivo do verbo “haver” – “quando houverem de entrar...”, uma vez que indica um fato hipotético referente ao futuro. “Haverem” é a forma do infinitivo flexionado na 3ª pessoal do plural, inadequada à passagem; (D) O verbo “entreter” é derivado do “ter” e como ele se conjuga – “... os jovens sudaneses entretinham-se ...”; (E) RESPOSTA CORRETA. Vale a pena observar a correta conjugação do verbo defectivo reaver. Este verbo é derivado do verbo “haver” (significa possuir novamente, recuperar, “haver” de novo), mas só se conjuga nas formas em que o verbo “haver” apresentar a letra “v”. Assim, no presente do indicativo, só possui as formas de 1ª e 2ª pessoas do plural: reavemos, reaveis. Conseqüentemente, não possui presente do subjuntivo nem imperativo. Nos demais tempos, conjuga-se como o verbo “haver”, por exemplo: “Ele reouve o relógio roubado.”, “Eu reaverei cada tostão que ele me roubou” ou, como apresentado na questão “reouvéssemos”. 22 - (TRT 24ª Região – Analista Judiciário) Está correta a flexão de todas as formas verbais na frase: (A) Ao longo do tempo, os corruptos nem sempre se desaviram com as instituições; pelo contrário, muitos souberam usá-las em benefício próprio. (B)) Em respeito à ética, se os interesses particulares se contrapuserem aos públicos, devem prevalecer estes, e não aqueles. (C) Caso não detêssemos boa parte dos nossos ímpetos destrutivos, nenhuma sociedade conheceria um momento sequer de estabilização. (D) Quando os estados nacionais não intervêem nas instituições corrompidas, a ordem social tende a fragilizar-se cada vez mais. (E) Se tivessem prevalecido as boas causas pelas quais nossos antepassados haveram de lutar, estaríamos hoje numa sociedade mais justa. Gabarito: B Comentário. (A) A forma “desavir” significa “suscitar desavença” (essa palavra você deve conhecer – significa “discórdia”, “discussão”, “briga”). Apesar de não ser derivado do verbo “vir”, segue sua conjugação – “os corruptos nem sempre se desavieram com instituições...”; (C) O verbo “deter” é derivado do “ter” – “Caso não detivéssemos...”; (D) O verbo “intervir” é derivado do “vir” – “Quando os estados nacionais não intervêm nas instituições corrompidas...”; (E) Mais uma vez, observa-se o uso inapropriado do verbo “haver”; em “Se tivessem prevalecido as boas causas pelas quais nossos antepassados haveriam de lutar,...”, o verbo auxiliar “haver”, que forma uma locução verbal com o principal “lutar”, se reporta a um fato hipotético, devendo ser conjugado no futuro do pretérito do indicativo. CORRELAÇÃO VERBAL CORRELAÇÃO VERBAL consiste na articulação entre as formas verbais no período. Os verbos estabelecem, assim, uma correspondência entre si. Esse tipo de questão, normalmente, o candidato consegue acertar usando o “ouvido”. Observe que alguma coisa parece estar errada na construção: “Se você se acomodasse com a situação, ela se tornará efetiva.”. Isso acontece porque não houve correlação entre a forma verbal da primeira oração (acomodasse) – que indica hipótese, possibilidade - com a da segunda (tornará) – que indica certeza. A título de curiosidade (e somente com esse propósito – nada de ficar decorando listas), seguem alguns exemplos de construções corretas sob o aspecto de correlação verbal: a) “Exijo que me diga a verdade.” Presente do Indicativo + Presente do Subjuntivo b) “Exigi que me dissesse a verdade.” – Pret.Perf.Indicativo + Pret.Imperf.Subjuntivo. c) “Espero que ele tenha feito uma boa prova.” - Presente Indic.+ Pret.Perf.Comp.Subjuntivo. d) “Gostaria que ele tivesse vindo.” – Fut.Pretérito.Ind.+ Pret.Mais-queperf. Comp.Subjuntivo e) “Se você quiser o material, eu o trarei.” – Futuro do Subjuntivo + Fut.Presente Indicativo f) “Se você quisesse o livro, eu o traria.” - Pret.Imperf.Subj.+ Fut.Pretérito do Indicativo g) “Quando puder, lerei o seu material.” - Futuro Subj.+ Fut.Presente Indicativo 23 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário) É adequada a articulação entre os tempos verbais na frase: (A))Mais se respeitasse a democracia, mais se deveria lutar contra as falácias dos discursos dos candidatos. (B) O que tem ficado implícito na simplificação sistemática da realidade foi o desrespeito aos eleitores que a prezassem. (C) Não houvéssemos ultrapassado as dimensões das comunas medievais, poderemos ter decisões que não dependeriam do sistema representativo. (D) Vindo a ocorrer a insultuosa infantilização dos votantes, reagissem estes, negando-se a votar em quem os subestimava. (E) Seria possível que chegassem a um acordo a dona do cachorrinho e a mãe da criança asmática, desde que se disponham a ponderar a razão de cada uma. Gabarito: A Comentário. Na opção correta, vemos um exemplo de relação entre um verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo (respeitasse) e outro no futuro do pretérito (deveria) – caso f. Note que as orações reproduzem fatos que se situam no plano da hipótese, o que justificao emprego dessa relação verbal. Quanto às demais construções, uma opção de conjugação verbal que respeitaria a correlação entre os verbos seria: (B) “O que tem ficado implícito na simplificação sistemática da realidade é o desrespeito aos eleitores que a prezam.” – todos os verbos, nessa opção, apresentam conceitos, devendo ser conjugados no presente do indicativo. (C) “Não houvéssemos ultrapassado as dimensões das comunas medievais, poderíamos ter decisões que não dependeriam do sistema representativo.”. Esse período reproduz a relação verbal apresentada corretamente na opção A – verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo (houvéssemos) combinado com verbos no futuro do pretérito do indicativo (poderíamos / dependeriam). (D) “Vindo a ocorrer a insultuosa infantilização dos votantes, reagiriam estes, negando-se a votar em quem os subestimava.” – a forma de gerúndio “vindo” apresenta uma condição, equivalendo ao verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo – “se viesse a ocorrer...”, o que levaria o verbo subseqüente ao futuro do pretérito (reagiriam). (E) “Seria possível que chegassem a um acordo a dona do cachorrinho e a mãe da criança asmática, desde que se dispusessem a ponderar a razão de cada uma.” – essa construção estava correta até que se conjugou indevidamente o verbo da oração condicional. Por estabelecer essa circunstância, o verbo deveria estar no pretérito imperfeito do subjuntivo. 24 - (CEAL – Advogado ) Os tempos e os modos verbais apresentam-se adequadamente articulados na frase: (A) Fôssemos todos atores, o culto das aparências será a chave que nos libertasse do nosso destino. (B) Os atores sempre nos enganarão, a cada vez que encarnarem os personagens de que costumam se fantasiar. (C) Enquanto o culto das aparências for a chave do sucesso, estaríamos todos preocupados com o papel que desempenhemos. (D) Desde idos tempos os atores gozariam de uma admiração que só não será maior por conta da desconfiança que temos de todo fingimento. (E) O autor estaria convencido de que nosso vizinho seja capaz de fingir tão bem quanto um ator, quando tivesse desfilado com um carro que não é seu. Gabarito: B Comentário. Na opção correta, o verbo “enganar” no futuro do presente do indicativo (enganarão) estabelece um nexo com o verbo “encarnar” no futuro do subjuntivo (encarnarem). Na seqüência, o verbo “costumar” indica um fato que é usual de acontecer. Estariam corretas as seguintes construções: (A) “Fôssemos todos atores, o culto das aparências seria a chave que nos libertaria do nosso destino.” – Situações hipotéticas devem ser apresentadas em construções cujos verbos estejam no pretérito imperfeito do subjuntivo (fôssemos) combinados com verbos no futuro do pretérito do indicativo (seria / libertaria). (C) “Enquanto o culto das aparências for a chave do sucesso, estaremos todos preocupados com o papel que desempenhamos.” – a forma verbal “for” (futuro do subjuntivo) leva a situação para o futuro, o que exige a forma verbal correspondente também nesse tempo – “estaremos” (futuro do presente). Como o verbo “desempenhar” indica uma situação real, poderia ser conjugado no presente do indicativo. (D) “Desde tempos idos os atores gozam de uma admiração que só não é maior por conta da desconfiança que temos de todo fingimento.” – como o fato narrado é continuado e se reflete ainda no momento atual, os verbos das orações devem estar conjugados no presente do indicativo (gozam / é / temos). (E) “O autor estaria convencido de que nosso vizinho era capaz de fingir tão bem quanto um ator, quando tivesse desfilado com um carro que não era seu.” – está correta a relação entre o futuro do pretérito do indicativo (estaria) e o pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo (tivesse desfilado). O problema está na conjugação das duas passagens do verbo “ser”, que apresenta um fato real situado também no passado. 25 - (TRE MG – Analista Judiciário) É inadequada a articulação entre os tempos verbais na seguinte frase: (A) Para que se possa entender o de que vou aqui tratar não é necessário ter muita informação acerca da teoria dos buracos negros. (B) Para que se venha a entender o de que aqui tratarei não será necessário ter muita informação acerca da teoria dos buracos negros. (C) Não foi necessário que se tenha muita informação acerca da teoria dos buracos negros para que se viesse a entender o de que aqui estivera tratando. (D) Não seria necessário que se tivesse muita informação acerca da teoria dos buracos negros para que se entendesse o de que lá eu tratava. (E) Para que se pudesse entender o de que aqui trataria, não seria necessário ter muita informação acerca da teoria dos buracos negros. Gabarito: C Comentário. Uma possibilidade de construção seria: “Não seria necessário que se tivesse muita informação acerca da teoria dos buracos negros para que se viesse a entender o de que aqui estivera tratando.”. Isso porque, mais uma vez, os verbos retratam situações hipotéticas. 26 - (TRT 24ª Região – Analista Judiciário) Atentando-se para a adequada articulação entre os tempos e os modos verbais, completa-se a frase Caso não fossem necessárias as instituições com o seguinte segmento: (A) haverão os homens de tê-las criado? (B) por que os homens as haverão de criar? (C))tê-las-íamos criado? (D) ainda assim as teremos criado? (E) tê-las-emos criado? Gabarito: C Comentário. Para relacionar-se com o verbo que situa o fato no campo da possibilidade, a forma verbal seguinte deve estar no futuro do pretérito do indicativo. O que poderia dificultar a identificação deste verbo é a colocação pronominal. Como veremos em uma das próximas aulas, é proibido empregar o pronome oblíquo após um verbo no futuro do indicativo (tanto futuro do presente como do pretérito). São duas opções de colocação deste pronome: antes do verbo (próclise), desde que não inicie período (outro caso de proibição) ou no meio do verbo (mesóclise). É essa a forma de “tê-las-íamos”, que equivale a “teríamos + a”. A grafia dessa forma verbal também nos possibilita comentar sua acentuação. O pronome acabou por separar o verbo em duas partes: “te / íamos”. Cada “pedacinho” do verbo foi acentuado como se formasse uma unidade lingüística própria. O segmento “tê” recebeu o acento circunflexo por ser um monossílabo tônico, enquanto que “íamos” foi acentuado segundo a regra das proparoxítonas (í-a-mos). É assim que se faz. Por isso, a forma “seqüestrá-la-íamos”, apresenta dois acentos agudos – o primeiro, em virtude de “seqüestrá” formar uma palavra oxítona terminada em a (a sílaba tônica foi sublinhada); o segundo, de acordo com a regra dasproparoxítonas (í-a-mos). VOZES VERBAIS O verbo pode ser flexionado em vozes: ativa, passiva, reflexiva e, segundo Evanildo Bechara, recíproca. Por enquanto, só nos interessam as duas primeiras. 1 – VOZ ATIVA O sujeito é o agente da ação verbal. 2 – VOZ PASSIVA O sujeito recebe ou sofre a ação verbal. Divide-se em : 2.1 – VOZ PASSIVA ANALÍTICA – O que é maior: uma análise ou uma síntese? Certamente, uma análise. Assim, a construção oracional em voz passiva analítica apresenta mais elementos do que na sintética, porque são empregadas locuções verbais, com os verbos auxiliares ser / estar acompanhados do particípio de certos verbos ativos (sou visto, estava abatido), além de apresentar, muitas vezes, a figura do agente da passiva. 2.2 – VOZ PASSIVA SINTÉTICA – Para “sintetizar” a construção, é eliminado o agente da passiva e, em vez de uma locução verbal de cunho passivo, o verbo (ou uma outra locução) é acompanhado do pronome “se”, que recebe o nome de pronome apassivador. Iremos estudar, em concordância, uma forma simples de identificar essa construção de voz passiva sintética e saber diferenciá-la de sujeito indeterminado.Por enquanto, iremos nos ater a estudar a transposição das vozes verbais, objeto de muitas questões da Fundação Carlos Chagas. 3 – VOZ REFLEXIVA O sujeito, ao mesmo tempo, pratica e sofre a ação verbal. 4 – VOZ RECÍPROCA O sujeito é expresso por mais de um agente e a ação é praticada por todos, uns em relação aos outros. São muitas as questões em provas da Fundação Carlos Chagas que abordam a transposição da voz ativa para a passiva, ou vice-versa. Por isso, vamos verificar o procedimento necessário para essa transformação. O termo que exercia a função sintática de objeto direto na voz ativa será o sujeito da voz passiva. No lugar de um verbo (ou uma locução verbal), teremos uma locução verbal com idéia de passividade (inclusão do verbo ser/estar). O elemento que exercia a função de sujeito da voz ativa será, na voz passiva analítica, o agente da passiva. Não há alteração nos demais complementos, como objeto direto, predicativo do objeto ou complementos adverbiais, que continuarão a exercer as mesmas funções. 27 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira ) Não admite alteração na voz verbal a frase: (A) Tantos carros incendiados nas ruas estão dando um recado claro. (B)) Que papel caberá, enfim, ao deus Mercado? (C) A globalização vem favorecendo a concentração de renda. (D) E esse Primeiro Mundo, que exibe agora sua população de humilhados? (E) Os jovens das periferias urbanas não estão vendo futuro algum em suas vidas. Gabarito: B Comentário. Para a construção de voz passiva, é necessário que haja, na construção de voz ativa, um objeto direto. Isso porque esse termo exercerá, na voz passiva, o papel de sujeito paciente. Por isso, os verbos deverão ser TRANSITIVOS DIRETOS OU TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS. Na questão, o verbo do item B é transitivo indireto – “O papel (SUJEITO) caberá ao deus Mercado (OBJETO INDIRETO).”. Não existe objeto direto. Nas demais opções, os termos que exercem a função de objeto direto são: (A) “um recado claro”; a locução “estão dando” apresenta o verbo “dar”como principal. Este verbo, na construção, é transitivo direto. (C) “a concentração de renda”; a locução verbal “vem favorecendo” tem como verbo principal “favorecer”, que é transitivo direto também. (D) “sua população de humilhados”; o verbo “exibir” é transitivo direto. (E) “futuro algum”; novamente, uma locução verbal (“estão vendo”) apresenta um verbo principal transitivo direto (ver). 28 - (TRE AP Técnico Judiciário) Transpondo-se para a voz passiva a frase Ele gasta dinheiro que nem água, a forma verbal resultante será (A) será gasta. (B) foi gasta. (C) está sendo gasto. (D) será gasto. (E))é gasto. Gabarito: E Comentário. Quando se fala em transposição de voz verbal, devemos tomar dois cuidados: 1 – manter a conjugação verbal no mesmo tempo e modo da construção anterior; 2 – identificar o objeto direto da voz ativa, pois será este o sujeito da construção passiva, com quem o verbo irá fazer a concordância. Como vimos, o objeto direto da voz ativa será o sujeito da voz passiva. Assim, na construção original, dinheiro exerce a função de complemento verbal direto. Como o verbo está no presente do indicativo (gasta), a forma passiva correta será: “Dinheiro é gasto por ele que nem água.” 29 - (TRT 13ª Região Analista Judiciário) NÃO é possível a transposição para a voz passiva do segmento sublinhado da frase: (A) Aprecio uma reunião em que há o esforço de inventar possíveis de convivência. (B) O processo eleitoral parece ser o desmentido da humildade necessária para o exercício da democracia. (C) Mitterrand perdeu as eleições por conta de uma declaração infeliz. (D) As reuniões de moradores não obteriam êxito caso eles agissem como candidatos numa eleição. (E) As promessas mirabolantes e a retórica vazia vêm alimentando o discurso da maioria dos candidatos. Gabarito: B Comentário. O que irá gerar essa impossibilidade de transposição de vozes é a ausência de um objeto direto na construção de voz ativa, termo que exerce a função de sujeito da voz passiva. Assim, devemos identificar qual dos verbos grifados NÃO É transitivo direto ou transitivo direto e indireto. (A) Em “Aprecio uma reunião”, o verbo é transitivo direto (“uma reunião” – objeto direto); (B) Em “parece ser o desmentido”, estamos diante de uma locução verbal e, para identificar a transitividade da locução, devemos analisar o verbo principal. Em “parece ser”, o verbo principal é “ser”, que, na construção, é um verbo de ligação. A expressão “o desmentido” exerce a função sintática de predicativo do sujeito. Assim, não é possível a transposição para voz passiva dessa construção. (C) O verbo “perder” é transitivo direto, sendo “as eleições” o seu complemento. (D) O vocábulo “êxito” é o objeto direto do verbo “obter”. (E) Na locução “vêm alimentando”, o verbo principal (“alimentar”) é, na construção, transitivo direto, apresentando, como complemento “o discurso da maioria dos candidatos”. 30 - (Procurador TCE AM / Fevereiro 2006) NÃO é possível a transposição para a voz passiva da seguinte frase: (A) O autor do texto estabelece uma distinção entre dois tipos de economistas. (B) Toda medida econômica deveria pressupor um padrão ético de base. (C)) A um economista ético não ocorrem soluções meramente técnicas. (D) A defesa da identidade nacional refrearia o ritmo do desenvolvimento? (E) Os economistas éticos costumam enfrentar os desafios da modernidade. Gabarito: C Comentário. Na construção, “ocorrer” é um verbo transitivo indireto – “Soluções meramente técnicas não ocorrem a um economista ético.”, não sendo possível, portanto, a construção de voz passiva. Nas demais formas, o objeto direto é: (A) “uma distinção entre dois tipos de economistas”; (B) “um padrão ético de base”; (D) “o ritmo do desenvolvimento”; (E) “os desafios da modernidade”. 31 - (Advogado CEAL / Junho 2005) Está corretamente indicada entre parênteses a forma verbal resultante da transposição da seguinte frase para a voz passiva: (A) (...) os eleitores consideram os políticos profissionais uma espécie daninha. (é considerada) (B) (...) os mesmos cidadãos também menosprezam o homem comum. (são menosprezados) (C) a candidatura do cidadão comum nos incomoda. (é incomodada) (D)) queremos justificar nossa preguiça cívica. (seja justificada) (E) a chave que nos liberta do nosso destino. (é libertado) Gabarito: D Comentário. Lembrem-se de seguir os dois passos para realizar a transposição de vozes: 1 – observar a conjugação verbal original (tempo/modo) e mantê-la na locução verbal de voz passiva; 2 – identificar o objeto direto da voz ativa, que será o responsável pela flexão verbal (concordância) na voz passiva. (A) “Os eleitores consideram os políticos profissionais uma espécie daninha”. Temos, aqui, uma construção que apresenta um objeto direto e um predicativo de objeto direto. Esse verbo “considerar”, nessa construção, é chamado de verbo transobjetivo, pois requer como complemento, não só o objeto, mas também o predicativo do objeto. Note que somente o complemento não atenderia à exigência verbal: “Os eleitores consideram os políticos profissionais...” – você logo perguntaria: “consideram o quê?”. A resposta será o termo que exerce a função de predicativo do objeto direto (uma espécie daninha – ou seja, o que se declara a respeito do objeto – qualidade, situação, estado...). Na transposição para a voz passiva, o objeto direto (políticos profissionais) exercerá a função de sujeito paciente. Não se esqueça de observar a conjugação do verbo – “consideram” está no presente do indicativo. Então a construção de voz passiva seria: “os políticos profissionais são considerados pelos eleitores uma espécie daninha”. Não foi à toa que abanca sugeriu “é considerada”. Tentava confundir o candidato e levá-lo a considerar “espécie daninha” o objeto direto da oração em voz ativa. Ainda bem que você já sabia que esse termo é o predicativo do objeto, não é mesmo? (B) Vamos seguir o “passo a passo” da transposição? Então: 1 – conjugação verbal: “menosprezam” – presente do indicativo; 2 – objeto direto da voz ativa: “o homem comum”; Então: “O homem comum é menosprezado pelos mesmos cidadãos.” (C) “a candidatura do cidadão comum nos incomoda “ - Desta vez, o objeto direto do verbo “incomodar” está representado no pronome “nos”. Sabemos que é transitivo direto ao substituir o pronome por um nome (não adianta trocar o “nos” por “a nós”, uma vez que os pronomes “ele, ela, nós, vós, eles, elas”, quando oblíquos, são SEMPRE regidos por preposição). Então, a construção-teste poderia ser: “alguém incomoda o menino.”. Viu? O complemento ligou-se diretamente ao verbo. Logo, “incomodar” é transitivo direto e “nos” é o objeto direto. Como o verbo está no presente do indicativo, a construção de voz passiva seria: “Nós somos incomodados pela candidatura do cidadãocomum.”. (D) Em “queremos justificar nossa preguiça cívica”, há duas orações. A primeira é “queremos”. A segunda, subordinada à primeira, é “justificar nossa preguiça cívica”, em que “preguiça cívica” exerce a função de objeto direto de “justificar”. Assim, há duas formas possíveis de transposição – oração reduzida de infinitivo (“ser nossa preguiça cívica justificada”) ou desenvolvida em uma oração subordinada objetiva direta (“que nossa preguiça cívica seja justificada”) – ESTÁ CORRETA A OPÇÃO. (E) Em “a chave que nos liberta do nosso destino”, o verbo “libertar” tem dois complementos: objeto direto (nos) e objeto indireto (do nosso destino). Como o verbo está no presente do indicativo, a forma passiva seria: “nós somos libertados do nosso destino [pela chave]”. 32 - (Procurador BACEN / Janeiro 2006) É um fator a mais a favor da conveniência de se acelerar a política de redução dos juros. Julgue a proposição feita em relação ao segmento grifado acima: I. Substituindo-se a política de redução dos juros por os empréstimos, a frase passaria a ser de se acelerarem os empréstimos. Item CORRETO. Comentário. O pronome “se”, em construções com verbos transitivos diretos ou diretos e indiretos, é pronome apassivador (construção de voz passiva). Assim, em “a conveniência de se acelerar a política...”, o sujeito paciente da forma verbal “acelerar” é “política”, equivalendo a “a conveniência de que a política seja acelerada...”. Se houver a substituição de “política” por “empréstimos”, este elemento, que é o sujeito da forma verbal, exige a flexão do infinitivo – “de se acelerarem os empréstimos”, o que seria equivalente a “de que os empréstimos sejam acelerados”. 33 - (TCE SP - Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005) Uma das contribuições desse tratado foi o deslocamento do conceito de virtude, que Maquiavel passa a compreender não mais em seu sentido moral, mas como discernimento político. Analise a proposição abaixo. (C) A opção pela forma passiva de passa a compreender levaria a passam a ser compreendidos. Item INCORRETO. Comentário. Na transposição para a voz passiva, o elemento que, na voz ativa, exerce a função de objeto direto passaria a ser o sujeito da voz passiva. Feita a substituição do pronome relativo “que” pelo termo antecedente, na voz ativa, teremos: “Maquiavel passa a compreender o conceito de virtude.” A locução verbal “passa a compreender”, na voz passiva, recebe o verbo “ser”, sendo registrada como “passa a ser compreendido”, no masculino para concordar com o núcleo do sujeito paciente – o conceito de virtude (termo que era o objeto direto da voz ativa). A nova construção, na voz passiva, seria, então: O conceito de virtude passa a ser compreendido por Maquiavel. 34 - (Auditor Fiscal da Bahia / Julho 2004 - adaptada) Os últimos anos têm sido marcados por um milenarismo invertido, segundo o qual os prognósticos, catastróficos ou redencionistas, a respeito do futuro foram substituídos por decretos sobre o fim disto ou daquilo (o fim da ideologia, da arte, ou das classes sociais; a “crise” do leninismo, da socialdemocracia, ou do Estado do bem-estar etc.); em conjunto, é possível que tudo isso configure o que se denomina, cada vez mais freqüentemente, pós- modernismo. Com relação ao fragmento acima transcrito, julgue as seguintes afirmações, indique V (verdadeira) ou F (falsa) e marque a opção que apresenta a ordem correta: I - têm sido marcados constitui uma forma verbal que denota continuidade da ação. II - se a frase grifada fosse iniciada com decretos, seria mantido o sentido original com o emprego da forma verbal “tinham substituído”. III - a forma passiva analítica foram substituídos corresponde à sintética “substitui-se”. (A) V – F - V (B) F – V - F (C) F – F - V (D) V – F - F (E) V – V – F Gabarito: D Comentário. Analisaremos cada uma das assertivas: I – VERDADEIRO. A locução verbal de tempo composto têm sido, apresentada no item “a”, indica uma ação que apresentou certa continuidade no tempo. Em uma construção com somente o verbo ser (“os últimos anos são marcados”), haveria tão-somente a indicação de um fato estático notempo. II – FALSO. Em “os prognósticos, catastróficos ou redencionistas, a respeito do futuro foram substituídos por decretos”, o termo “decreto” exerce a função de agente da passiva. Ele, no início de uma frase, ou seja, na função de sujeito, levaria a construção para a voz ativa. Devemos, então, observar a conjugação verbal da voz passiva. Em “foram substituídos”, o verbo principal está no pretérito perfeito do indicativo. Assim, a forma de voz ativa seria: “Decretos substituíram os prognósticos, catastróficos ou redencionistas, a respeito do futuro.”. III – FALSO. Na construção passiva analítica “os prognósticos foram substituídos por decretos”, o sujeito paciente está representado por “os prognósticos”. A forma passiva sintética correspondente seria, portanto, “substituíram-se os prognósticos”, devendo o verbo se flexionar no plural para concordar com o núcleo do sujeito: “prognósticos”. Está INCORRETA a proposição. A ordem, portanto, é V – F – F. 35 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004) ... e os integrantes da advocacia pública são favorecidos por regras... Transpondo a frase acima para a voz ativa, a forma verbal passará a ser (A))favorecem. (B) favoreceu. (C) tinha favorecido. (D) estava favorecendo. (E) estavam sendo favorecidos. Gabarito: A Comentário. Primeiramente, deve-se observar atentamente a conjugação do verbo auxiliar da locução verbal presente na oração de voz passiva. Em “são favorecidos”, o verbo auxiliar “ser” está no presente do indicativo, devendo o verbo “principal” ser conjugado da mesma forma. O segundo passo é verificar qual elemento exerce a função de objeto direto da voz ativa. Este é o termo que, na voz passiva, exerce a função de sujeito – os integrantes da advocacia pública. Finalmente, o elemento que, na voz passiva analítica, estiver exercendo a função sintática de agente da passiva será o sujeito da voz ativa: regras. Assim, a construção passiva será: “Regras favorecem os integrantes da advocacia pública.”. 36 - (TRT 24ª Região - Analista Judiciário / Março 2006) Transpondo-se para a voz passiva o segmento instituições macabras que os homens – lamentavelmente – criam contra sua própria humanidade, a forma verbal resultante será (A) estão sendo criadas. (B))são criadas. (C) foram criadas. (D) têm criado. (E) têm sido criadas. Gabarito: B Comentário. Vamos fazer o “passo a passo”. Em “instituições macabras que os homens –lamentavelmente – criam contra sua própria
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