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Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 Fernando Lima Gama Junior* O orçamento público atualmente tem forte vinculação com os instru- mentos de planejamento governamental. Diferentemente do que ocorria à época do orçamento tradicional, hoje em dia o foco das leis orçamentárias, calcadas nas modernas técnicas do orçamento programa, é nas coisas que o Governo faz e não nas coisas que o governo compra, de modo que é neces- sário planejar o que será executado para que depois os recursos necessários sejam alocados. Essa integração entre o planejamento e o orçamento pú- blico é essencial para melhorar a eficiência nas despesas públicas, evitando desperdícios e a execução de gastos que não tenham relação com os objeti- vos governamentais. No entanto, uma das características mais marcantes das modernas técni- cas de planejamento, não só do planejamento orçamentário, é a sua flexibili- dade e sua capacidade de se adequar às mudanças que não podem ser pre- vistas à época própria. É que todo planejamento é, na verdade, uma leitura do presente direcionada para a realização de objetivos futuros. No entanto, tanto a leitura do presente como os objetivos futuros podem sofrer altera- ções durante a execução do planejamento inicialmente estabelecido, geran- do a necessidade de alteração dos planos. No âmbito da Administração Pú- blica, como os planos estão totalmente integrados ao orçamento, alterações no planejamento certamente terão impactos nas leis orçamentárias. As leis que estabelecem os orçamentos (Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual) são aprovadas depois da realização de um planejamento que contemple a situação atual e os objetivos do Go- verno, mas que podem sofrer alterações no decorrer da execução. Portanto, as leis do PPA, da LDO e da LOA podem ser alteradas durante a execução orçamentária para contemplar situações que não foram ou não puderam ser planejadas anteriormente. Em razão de os planejamentos governamentais serem aprovados por lei ordinária, apenas esse tipo normativo pode alterá-los. Assim, é necessária lei ordinária para alterar o PPA, a LDO e a LOA. As leis que alteram o PPA e a LDO não possuem nomenclaturas específicas. No entanto, no caso da lei 89 * Auditor Federal de Con- trole Externo do Tribunal de Contas da União em Mato Grosso. Professor de preparatórios para concur- sos nas disciplinas de Con- trole Externo, Orçamento Público, Contabilidade Pública e Legislação Tribu- tária do ICMS. Engenheiro Químico pela Universi- dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2001. Bacharelando em Direito pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 90 Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 orçamentária anual (LOA), a lei que porventura vier a alterá-la tem nome es- pecífico concedido pela Constituição Federal: chama-se Lei de Créditos Adi- cionais (LCA). É que a alteração do planejamento inicialmente estabelecido vai impac- tar, em geral, em dispêndios maiores do que estava consignado na LOA, sendo necessários créditos adicionais para suportá-los. No entanto, em tese, é possível a edição de lei de créditos adicionais para reduzir o montante con- signado na LOA (lei supressora de créditos), mas tal situação não encontra muita aplicabilidade prática. Na imensa maioria das vezes o que ocorre é um aumento das dotações orçamentárias pela inclusão de créditos adicionais. Portanto, créditos adicionais são autorizações de despesas não compu- tadas ou insuficientemente dotadas ou programadas na lei orçamentária, ou seja, são considerados instrumentos de ajustes orçamentários que visam, entre outras coisas, corrigir planejamentos mal formulados e atender situa- ções inesperadas, emergenciais, imprevisíveis, entre outras. Os créditos adicionais se dividem em três espécies/tipos: suplementares, especiais e extraordinários. Os créditos adicionais suplementares visam re- forçar uma dotação já existente, mas que se tornou insuficiente durante a execução orçamentária. Por exemplo, podemos imaginar uma situação em que o Governo pretendia construir um hospital, mas o valor consignado na lei orçamentária não foi suficiente para a conclusão da obra, de modo que se necessita de maiores recursos. Já os créditos adicionais especiais visam à criação de novas dotações or- çamentárias, não originalmente previstas na LOA. Seria o caso ilustrativo em que o Governo decidiu construir escolas em vez de hospitais, diferentemen- te do que havia previsto na LOA, de modo que os recursos para as primeiras ainda não existem. Por fim, os créditos adicionais extraordinários servem também para a cria- ção de dotações orçamentárias novas, não existentes à época da formulação da proposta original. No entanto, para sua utilização é necessária a existência de uma situação de guerra, calamidade pública, comoção ou outros eventos graves e imprevisíveis. Vamos estudar cada um dos créditos adicionais, de modo detalhado, a seguir. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 91 Créditos suplementares Os créditos suplementares têm a finalidade de reforçar o orçamento, isto é, existe orçamento previsto, porém em montante inferior ao necessário. Diferentemente dos outros dois tipos de créditos adicionais (especial e ex- traordinário), o Poder Legislativo pode autorizar a abertura de crédito suple- mentar na própria lei orçamentária, até determinado valor. Isso quer dizer que para algumas despesas e projetos, o Executivo já dispõe de um crédito adicional pré-aprovado para utilizar caso necessite, sem que tenha que solicitar nova autorização ao Poder Legislativo. A lei de orçamento pode contemplar um determinado valor para a construção de uma obra, autorizando a abertura de créditos adicionais suplementares até determinado montante para a sua finalização, caso seja necessário. No entanto, caso alguma dotação tenha se tornado insuficiente, o Poder Executivo ainda pode solicitar a abertura de créditos suplementares por meio de lei especial, a lei de créditos adicionais. Desse modo, há duas possi- bilidades para autorização de créditos suplementares: previsão na própria lei de orçamento, dispensando autorizações pos- � teriores até o montante aprovado; autorização em lei específica de créditos adicionais. � Esse assunto é extremamente importante para quem está estudando para concursos, tendo em vista que as bancas costumam induzir o candi- dato a erro ao afirmar que o Poder Legislativo pode autorizar, na própria LOA, a abertura de crédito especial ou extraordinário, o que não é verdade. Outras questões ainda podem afirmar que o Poder Legislativo pode autori- zar a abertura de créditos adicionais na própria LOA, o que é verdade, tendo em vista que os créditos suplementares são um tipo de crédito adicional. Nunca é demais ressaltar que a única espécie de crédito adicional que pode ter autorização na própria LOA é o suplementar, e ainda assim com limitação de valor, constituindo uma das exceções ao princípio da exclusividade, con- forme artigo 165, §8.º da Constituição Federal. Dessa forma, enquanto existir saldo de autorização na própria LOA para determinada despesa, considerando aí as dotações originais mais as autori- zadas por meio de créditos suplementares, o Poder Executivo, por meio de decreto, pode abri-los1. Apenas depois de esgotado o saldo de créditos (ori- ginais mais os suplementares) é que o Executivo terá que pedir nova autori- zação ao Legislativo. 1 Juridicamente falando a utilização de crédito orça- mentário, seja oriundo da dotação original da LOA ou de créditos adicionais (suplementares, especiais ouextraordinários) passa por duas fases: a) auto- rização e b) abertura. A autorização é concedida pelo Poder Legislativo por meio de lei. Portanto, a aprovação da lei orça- mentária ou de créditos adicionais cumpre a etapa de autorização. No entan- to, mesmo autorizados, os créditos da LOA (dotação inicial) ou os créditos adi- cionais não estão aptos a serem utilizados até que o Poder Executivo promova a abertura dos créditos por meio de decreto do chefe do Executivo. A abertura é etapa jurídica necessária para a utilização de crédi- tos. A diferenciação ganha relevância, tendo em vista que a legislação faz distin- ção dos dois institutos em várias passagens. A título de exemplo, podemos lembrar dos créditos adi- cionais especiais e extra- ordinários que podem ser reabertos no exercício se- guinte pelo saldo, caso o ato de autorização tenha sido promulgado nos últimos quatro meses do exercício (artigo 167, §2.º, da Constituição Federal). Portanto, caso o ato de autorização de créditos especiais e extraordiná- rios seja promulgado no final de agosto e o decre- to tenha aberto os crédi- tos somente em setembro (no período dos últimos quatro meses do exercí- cio), estes não poderiam ser reabertos no exercício seguinte. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 92 Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 Diferentemente dos créditos especiais e suplementares, que em certos casos e condições podem ter o saldo reaberto no exercício seguinte2 (exceção ao princípio da anualidade), o período de vigência dos créditos suplementa- res é adstrito ao exercício financeiro em que forem abertos. Portanto, esse é o único crédito adicional que não pode ser reaberto no exercício seguinte, ainda que aberto nos últimos quatro meses do exercício anterior. O crédito suplementar é autorizado por lei e aberto por decreto do Poder Executivo. A sua abertura depende da indicação dos recursos disponí- veis que sustentarão os respectivos créditos e será precedida de exposição justificativa. Créditos especiais Os créditos especiais são destinados às despesas para as quais não haja dotação ou categoria de programação específica na própria lei orçamentária e visam atender despesas novas, não previstas na LOA, mas que surgiram no decorrer do exercício. Em regra, os créditos adicionais especiais terão vigência dentro do pró- prio exercício financeiro em que forem abertos, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses do exercício, caso em que, reaber- tos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. É considerado, portanto, uma exceção ao princípio da anualidade. A reabertura dos créditos especiais gera um saldo financeiro que pode ser incorporado ao orçamento subsequente como receita extraorçamentá- ria3, uma vez que a receita original já foi considerada como orçamentária no exercício anterior. A abertura do crédito especial é realizada por meio de decreto do Poder Executivo, após prévia autorização legislativa em lei específica, sendo neces- sária a indicação dos recursos que irão suportar os créditos. Crédito extraordinário Os créditos extraordinários são destinados somente a novas dotações orçamentárias para o atendimento de despesas urgentes e imprevisíveis, de- correntes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. O que diferencia 2 O artigo 167, §2.º, da Constituição Federal per- mite a reabertura de cré- ditos especiais e extraor- dinários para o exercício seguinte, desde que o ato de autorização tenha sido promulgado nos últimos quatro meses do exercício, exceção clara ao princípio da anualidade. 3 As receitas, assim como as despesas, podem ser classificadas em orçamen- tárias e extraorçamentá- rias. São orçamentárias as receitas que pertencem à entidade e são conside- radas extraorçamentárias as receitas que apenas transitam pelo caixa, mas que não pertencem à entidade. Por exemplo, é comum a exigência de depósito prévio para as licitações públicas como forma de garantir apenas a participação de empre- sas idôneas e com boa situação financeira. Como apenas uma empresa vai ser contratada, o depó- sito feito pelas demais deve ser devolvido. Dito de outro modo, aquela receita jamais pertenceu ao Estado; apenas tran- sitou pelo caixa. É por esse motivo que ela é classificada como receita extraorçamentária. Depó- sitos, cauções, operações de crédito por ARO são todas chamadas receitas extraorçamentárias. Já a arrecadação de impostos, porquanto seu produto pertence ao Estado arre- cadador é considerada uma receita orçamentá- ria. Dessa forma, não faz sentido o entendimento do senso comum que diz que a diferença entre receitas orçamentárias e extraorçamentárias é que as primeiras encontram- -se listadas no orçamento, enquanto as segundas não. Receitas extraordiná- rias, ainda que não previs- tas no orçamento, irão se classificar como orçamen- tárias se o seu produto pertencer ao ente arreca- dador. A diferença encon- tra-se na propriedade do Estado sobre o produto das receitas. Também é considerada extraorça- mentária a receita que passa do orçamento de um exercício para outro, tendo já sido contabiliza- da no primeiro, evitando a dupla contagem de recei- tas orçamentárias. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 93 o crédito extraordinário em relação aos créditos especiais, além dos trâmites jurídicos diversos, reside no fato, principalmente, de uma situação imprevista e/ou imprevisível que necessita imediata atenção do Poder Público. Por esse motivo é que, no caso dos créditos extraordinários, diferentemente do que ocorre em relação aos créditos suplementares e especiais, não é necessária a indicação dos recursos que irão suportar as futuras despesas. Além disso, a autorização legislativa para a realização dos gastos é feita posteriormente à despesa4, já que o ato de autorização dos créditos extraordinários deve ser feito por medida provisória5, instrumento legislativo típico do chefe do Poder Executivo. Uma vez editada a medida provisória, esta deve ser submetida imediatamente ao Poder Legislativo, por força do artigo 62 da CF. Embora a Constituição Federal traga em seu bojo as regras específicas para a tramitação orçamentária no âmbito da União, os estados também podem instituir créditos extraordinários, mas o instrumento legislativo adequado para isso dependerá do que dispõe a Constituição Estadual. É que o instrumento da medida provisória não está previsto na constituição de todos os estados, já que alguns se utilizam de decretos quando o Poder Executivo necessita legislar. Desse modo, os estados que possuem a figura da medida provisória prevista nas suas constituições podem adotá-la também para a autorização de créditos extraordinários, seguindo a mesma regra estabelecida para o exe- cutivo federal. Nos demais casos a abertura será realizada por decreto. A regra também é válida para os municípios. A grande maioria não dispõe em suas leis orgânicas de competência para edição de medida provisória, embora o Supremo Tribunal Federal já tenha decidido que isso é possível. Assim como no caso dos estados, os municípios que puderem editar medi- das provisórias devem usar esse instrumento legislativo para a autorização de créditos extraordinários; caso contrário, o decreto é o instrumento a ser utilizado. Assim, para fins de concursos tem sido considerada correta a afir- mação de que prefeitos e governadores abrem créditos extraordinários por meio de decreto. Em qualquer caso, seja utilizando medidaprovisória ou decreto, o ato de autorização deve ser submetido ao Poder Legislativo respectivo para a verificação dos pressupostos de urgência e relevância. Eventualmente, uma medida provisória (ou decreto) pode não ser confirmada pelo Legislativo, quando perderá a validade jurídica6. No entanto, mesmo que a medida provisória (ou decreto) não tenha sido ainda apreciada pelo Congresso Na- cional (no caso da União), o governo pode iniciar a realização dos gastos necessários. 4 Diferentemente do que ocorre com os demais cré- ditos, que devem ser au- torizados pelo Legislativo antes de sua utilização. 5 Quando da edição da Lei 4.320/64, não existia ainda em nosso ordena- mento jurídico a figura da medida provisória, razão pela qual a lei diz que os créditos extraordinários podem ser autorizados por decreto, o instru- mento de que se utiliza o Poder Executivo para legislar. Desse modo não podem ser consideradas erradas questões que afir- mem que nos termos da Lei 4.320/64 a autorização para a utilização de crédi- tos extraordinários possa ser feita por decreto. 6 Nesse caso, cabe ao Con- gresso Nacional, no caso da União, regulamentar os efeitos jurídicos dos atos que foram respaldados na medida provisória. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 94 Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 Cumpre ressaltar, por outro lado, que embora a medida provisória ou o de- creto que autoriza os créditos extraordinários sejam instrumentos do chefe do Poder Executivo, ainda assim, não fica dispensada a realização do ato de aber- tura, por decreto, a exemplo do que ocorre em relação a todos os outros crédi- tos. Desse modo, para a utilização dos créditos extraordinários haverá a edição de dois atos do Poder Executivo: o primeiro, a medida provisória, autorizando a instituição dos créditos, e um segundo, o decreto, abrindo os créditos. A vigência dos créditos extraordinários, a exemplo do que ocorre em rela- ção aos créditos especiais, será dentro do exercício financeiro. No entanto, se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses do exercício financeiro, poderão ser reabertos pelos seus saldos no próximo exercício. Quadro sinótico dos créditos adicionais Créditos suplementares Créditos especiais Créditos extraordinários Reforço de dotação orçamentá- ria que se tornou insuficiente. Atender a despesas não con- templadas no orçamento. Atender despesas imprevistas e urgentes. Depende de prévia autoriza- ção na LOA ou em lei especial. Depende de prévia autoriza- ção em lei especial. Independe de prévia autori- zação em lei especial, poden- do ser autorizado por medida provisória, no caso da União e de estados e municípios que possuem esse instrumento normativo, e por meio de de- creto do Poder Executivo, nos demais casos. Aberto por decreto do Poder Executivo. Aberto por decreto do Poder Executivo. Aberto por decreto do Poder Executivo. Obrigatória a indicação de re- cursos. Obrigatória a indicação de re- cursos. Independe de indicação de recursos. Vigência dentro do exercício financeiro. Vigência em regra no exercício em que for aberto. Vigência em regra no exercício em que for aberto. Não podem ser reabertos no exercício subsequente. Podem ser reabertos no exer- cício seguinte, desde que o ato de autorização tenha sido pro- mulgado nos últimos quatro meses do exercício. Podem ser reabertos no exer- cício seguinte, desde que o ato de autorização tenha sido pro- mulgado nos últimos quatro meses do exercício. Fontes de recursos para abertura de créditos adicionais Como visto anteriormente, a autorização para a instituição de créditos adicionais depende, regra geral, da indicação de recursos disponíveis para Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 95 suportar as futuras despesas. Apenas no caso de autorização para abertu- ra de créditos extraordinários é que a obrigatoriedade na indicação dos recursos fica dispensada. No entanto, ainda nesse caso, é possível, caso o governante deseje, indicar os recursos disponíveis para fazer frente aos cré- ditos extraordinários. No caso dos créditos especiais e suplementares, não há outra solução: é necessário indicar claramente de onde virão os recursos para fazer frente às novas despesas. A Lei 4.320/64 traz um rol (relação) de fontes de recursos que estão dis- poníveis aos governantes para a instituição de créditos suplementares e es- peciais. Infelizmente para aqueles que vão fazer provas de concurso a lista é grande e frequentemente utilizada pelas bancas. As fontes disponíveis são: o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício � anterior; o excesso de arrecadação; � os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do pro- � jeto de lei orçamentária anual, ficam sem despesas correspondentes, desde que haja prévia e específica autorização legislativa; os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias � ou de créditos adicionais, autorizados em lei; o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridica- � mente possibilite ao Poder Executivo realizá-las; os resultantes da reserva de contingências, estabelecidos na LOA. � Superávit financeiro O superávit financeiro é a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de créditos a eles vinculadas. Para simplificar a explicação, podemos dizer que o ativo financeiro é o conjunto de bens e direitos que uma entidade tem e cuja disponibilidade é imediata7, tais com dinheiro em caixa, em bancos ou em aplicações financei- ras. Já o passivo financeiro integra as obrigações financeiras de curto prazo. A seguir, um esquema resumido da estrutura de um balanço patrimonial: 7 Para quem já estudou contabilidade geral, o ativo financeiro é o equi- valente à parte financeira do ativo circulante. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 96 Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 Ativo (bens e direitos) Passivo (obrigações) Ativo financeiro Passivo financeiro Ativo permanente Passivo permanente Saldo líquido O balanço patrimonial, como o próprio nome indica, representa o estado dos bens, direitos e obrigações de determinada entidade, ou seja, de seu pa- trimônio. Na contabilidade pública, os bens de natureza financeira (dinheiro em caixa, em bancos, em aplicações financeiras, cauções, depósitos etc.) são classificados no ativo financeiro, ao passo que os bens e direitos não finan- ceiros (direitos, créditos a receber, bens móveis e imóveis, mercadorias) são classificados no ativo permanente8. Ao fim de cada exercício são apurados os demonstrativos contábeis de todas as entidades públicas. Por lei, cada entidade pública deve apresentar à sociedade quatro demonstrativos: o balanço patrimonial; � o balanço financeiro; � o balanço orçamentário; � a demonstração das variações patrimoniais. � No caso do balanço patrimonial, caso o ativo financeiro venha a superar o passivo financeiro, dizemos que existe um superávit financeiro. Portanto, é importante notar que o superávit ou déficit financeiro é apurado no balanço patrimonial. Os examinadores costumam afirmar que o superávit é apurado no balanço financeiro, acabando por confundir o candidato. Outro detalhe que muitas vezes pode passar despercebido é o fato do superávit financeiro, que pode ser utilizado como fonte para a abertura de créditos suplementares e especiais, ser apurado no balançopatrimonial do exercício anterior. Desse modo, ao fim de cada exercício temos um balan- ço patrimonial, demonstrando a situação patrimonial de cada ente no dia 31/12. Se nesse balanço patrimonial houver mais ativos financeiros do que passivos financeiros, este saldo, chamado de superávit financeiro poderá ser usado no exercício seguinte.9 8 Também conhecido co- mo ativo não financeiro. 9 E não no mesmo exercí- cio, como alguns exami- nadores tentam induzir os candidatos a erro. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 97 Vamos supor, por exemplo, que no balanço patrimonial de um determi- nado ente público tenha sido apurado um superávit financeiro em 31/12/X1. Desse modo, haverá saldo para abertura de créditos especiais e suplementa- res para utilização em X2. Por fim, é muito importante destacar que o superávit financeiro, apura- do em balanço patrimonial do exercício anterior, quando for utilizado como fonte para a abertura de créditos suplementares e especiais, deve conjugar, ainda, os saldo dos créditos extraordinários e especiais transferidos e as ope- rações de crédito a eles vinculadas10. Créditos extraordinários e especiais transferidos são aqueles que vieram do exercício anterior, em razão de terem sido instituídos nos últimos quatro meses do ano fiscal. É a hipótese, já discutida anteriormente, que permite a reabertura, sob algumas condições, dos créditos extraordinários e especiais, exceção ao princípio da anualidade. A transferência de créditos extraordinários e especiais de um exercício fi- nanceiro para outro, embora possível, impacta negativamente a disponibili- dade para a abertura de novos créditos especiais e suplementares que possam ser abertos com base no superávit financeiro. É que a reabertura desses cré- ditos (especiais e extraordinários) tem efeito contábil semelhante à abertura de créditos novos, de modo que a disponibilidade financeira fica reduzida pelo valor transferido de um orçamento para outro. Por outro lado, se houver operações de crédito vinculada11 a esses crédi- tos especiais e extraordinários reabertos e ainda não utilizados, a Lei 4.320/64 manda adicioná-las ao saldo do superávit financeiro para fins de apuração do valor disponível para abertura de créditos suplementares e especiais nessa fonte. É que a contabilidade pública nacional contabiliza as operações de crédito como receitas, embora elas não possuam essa natureza contábil12. Sendo assim, as operações de crédito vinculadas a créditos especiais e extraordinários reabertos, e que ainda não foram utilizadas, devem ser adi- cionadas ao saldo disponível para a abertura de créditos adicionais suple- mentares e especiais. 10 Artigo 43, §2.º, da Lei 4.320/64. 11 Como visto, os crédi- tos adicionais podem ser abertos com origem em diversas fontes de recur- sos: superávit financeiro, excesso de arrecadação, anulação de despesa, operações de crédito etc. Quando o Governo não dispõe de superávit finan- ceiro em balanço patrimo- nial, não tem excesso de arrecadação e não quer remanejar ou anular des- pesas, é comum a aber- tura de créditos suple- mentares e especiais com fonte em operações de crédito. Essas operações de crédito aumentam a disponibilidade de caixa e permitem a utilização dos créditos adicionais. Nesse caso, chamamos esses créditos adicionais de “créditos vinculados a operações de crédito”. 12 Analogia pode ser feita com o assalariado que considera o cheque espe- cial no banco como parte de seu salário e não como uma dívida. Do ponto de vista da ciência da con- tabilidade, operações de crédito não são receitas; no entanto, na Contabi- lidade Pública nacional, como a contratação de empréstimos gera fluxo de caixa, as operações de crédito são contabilizadas como receitas. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 98 Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 SUPERÁVIT FINANCEIRO = (ATIVO FINANCEIRO – PASSIVO FINANCEIRO) – CAR + OCV Onde: CAR – créditos adicionais especiais e extraordinários reabertos. OCV – operações de créditos vinculados aos “CAR” e ainda não utilizadas. Exemplo: Vamos supor que determinado ente estatal disponha em seu balanço patrimonial de X1, o valor R$100,00 em ativo financeiro e de R$80,00 em passivo financeiro. Houve, ainda, a transferência de R$5,00 em créditos adi- cionais especiais de X1 para X2, que foram reabertos. Em X2 também houve a reabertura de R$7,00 em créditos adicionais extraordinários de X1. As ope- rações de crédito vinculadas a esses créditos somam R$5,00. Qual o valor do superávit financeiro disponível para abertura de créditos especiais e suple- mentares em X2? Superávit financeiro = Ativo Financeiro (R$100) – Passivo Financeiro (R$80) – Créditos Reabertos (R$5 + R$7) + Operações de Crédito Vinculadas aos “CAR” (R$5) = R$13,00. Deste modo, o montante de créditos adicionais especiais e extraordiná- rios que ainda podem ser abertos em X2 cuja fonte é superávit financeiro é R$13,00. Excesso de arrecadação Quando a lei orçamentária anual é aprovada, dizemos que a despesa é fixada e a receita é prevista. Isso porque a despesa, por sua própria natureza, é algo mais previsível e fácil de controlar. Se determinado valor de despe- sa estabelecido em lei for atingido, é fácil verificar essa situação e impedir novos gastos. No entanto, no caso da receita, a situação é um pouco diversa. A receita é mais imprevisível, pois é difícil estimar, antes de sua ocorrência, o valor exato das transações tributárias que serão realizadas pelos contribuin- tes ou o valor dos serviços que serão remunerados por taxa. Por esse motivo, a receita é estimada, prevista e não fixada em um valor exato qualquer. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 99 Desse modo, como a receita é uma estimativa de um valor real que só será conhecido durante a execução orçamentária, é possível que a receita real seja maior, igual ou menor do que a estimada. Caso a receita realizada seja maior do que a receita que foi prevista, estamos diante de um excesso de arrecadação. Caso contrário, se a receita prevista for maior do que a reali- zada, temos uma insuficiência de arrecadação. Evidentemente uma insuficiência de arrecadação é um sinal de que as coisas não vão muito bem. Ou houve uma superestimativa da receita ou, por algum motivo, a receita prevista não está sendo realizada da forma planeja- da. Pode ser que o momento econômico não seja dos melhores, que o país esteja atravessando uma crise, ou outras coisas do gênero. Nessa situação, não é possível a abertura de créditos suplementares ou especiais com base em excesso de arrecadação, embora seja possível a abertura desses créditos com base em outras fontes. Por outro lado, caso tenhamos um excesso de arrecadação, esse valor positivo entre as receitas realizadas e previstas pode ser utilizado como fonte para abertura de créditos especiais e suplementares. No entanto, é preciso que se verifique se esse excesso de arrecadação é uma tendência do exercício ou se houve apenas um caso ou outro isolado em que a arreca- dação realizada superou as previsões. Assim, chamamos de excesso de ar- recadação o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. Como visto anteriormente, os créditos extraordinários não precisam que se indique os recursos para a sua abertura. No entanto, eventual compen- sação desse fato é feita quando da abertura de créditos suplementares eespeciais, quando a fonte dos recursos é o excesso de arrecadação. É que caso tenham sido abertos créditos extraordinários sem indicação da fonte de recursos, no momento de apurar o excesso de arrecadação, esses créditos abertos no período devem ser descontados do cálculo. EXCESSO DE ARRECADAÇÃO = RECEITA REALIZADA – RECEITA PREVISTA – CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS ABERTOS NO EXERCÍCIO Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 100 Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 Veto, emenda e rejeição do projeto de lei orçamentária Enquanto ainda não é lei, e está tramitando no Poder Legislativo, a LOA é chamada de projeto. Apenas enquanto permanece nessa condição de pro- jeto (ou seja, antes de ser aprovada) é que a LOA (e as demais leis orçamen- tárias também) pode receber emendas parlamentares. O termo “emenda” é utilizado exclusivamente para se referir às alterações feitas por parlamenta- res ao projeto de lei13. A Constituição Federal estabeleceu vários requisitos para que as emen- das parlamentares sejam aprovadas; a principal delas é a de que a emenda deva indicar a fonte de recursos, sendo admitida apenas a proveniente de anulação de despesas. Embora, na maioria das vezes, é isso que acontece, uma despesa é subs- tituída por outra no seio do parlamento, teoricamente é admissível a utili- zação de emendas supressivas, ou seja, aquelas que reduzem o montante gasto sem apontar outra despesa em seu lugar. Nesse caso, teremos o que a Constituição Federal chama de “recursos sem despesas correspondentes em razão de emenda”. Esses recursos estavam previstos no orçamento, mas foram cancelados por emenda parlamentar. Portanto, podem ser, depois de aprovada a lei, utilizados como fonte para abertura de créditos adicionais suplementares e especiais. Caso semelhante ocorre quando do veto presidencial a alguma despesa consignada na lei orçamentária. É que, depois de aprovada no parlamen- to, a lei orçamentária anual segue para sanção presidencial. O presidente da República pode vetar alguns dispositivos da lei (inclusive, despesas) ou ela toda. Este último caso, que chamamos de rejeição do projeto de lei orçamen- tária, é a situação de veto total. Tanto em um caso como no outro teremos recursos disponíveis que fica- ram sem as despesas correspondentes. Nessas situações, os recursos podem ser utilizados mediante créditos adicionais especiais e extraordinários. 13 Como visto, depois de aprovada, a LOA em vigor ainda pode receber alterações, por meio da lei de créditos adicionais. No entanto, nesse caso a iniciativa é exclusiva do chefe do Poder Executivo, não se podendo mais falar em “emendas”. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 101 Recursos resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias A anulação de uma despesa para a realização de outra é o caso mais clás- sico e comum para a criação de créditos adicionais. O governante pode, por exemplo, anular a dotação relativa à construção de um hospital para criar outra dotação de valor equivalente para a construção de duas escolas. Na verdade, a anulação parcial ou total de dotações orçamentárias são fatos meramente permutativos, onde se anulam total ou parcialmente determina- das despesas previstas no orçamento, remanejando os recursos para outra dotação, desde que tais remanejamentos sejam permitidos na LDO. Operações de crédito Quando o governante não dispõe de superávit financeiro ou de excesso de arrecadação, e não pode ou não quer cortar as despesas para executar outras, ele ainda pode realizar operações de crédito para instituir os créditos adicionais suplementares e especiais. As operações de crédito são, portanto, uma forma rápida de gerar fluxo de caixa imediato, com a desvantagem de haver cobrança de juros, algo inexistente nas outras opções. A Contabilidade Pública nacional divide as operações de crédito em dois tipos: de longo prazo; � de curto prazo. � As operações de crédito de longo prazo necessitam de autorização orça- mentária (legislativa) tanto para a sua contratação como para a sua amortiza- ção. Já as operações de curto prazo independem de autorização legislativa, a exemplo do que ocorre com as operações de crédito por antecipação de receita orçamentária. Em ambos os casos é possível utilizá-las para a abertu- ra de créditos adicionais especiais e suplementares. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 102 Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 Reserva de contingência A reserva de contingência é uma dotação orçamentária que, diferen- temente de todas as outras, está consignada globalmente, em exceção ao princípio da especificação. A reserva de contingência é, basicamente, uma poupança destinada a atender situações imprevistas ou imprevisíveis, à época da elaboração do orçamento, não especificada ou destinada a órgão, fundo ou despesa. No entanto, caso seja necessária a sua utilização, ela pode ser feita dire- tamente ou por meio de créditos adicionais suplementares ou especiais. Na verdade, o que acaba acontecendo no segundo caso é uma situação parti- cular de anulação de despesa, vista anteriormente. O orçamento consigna uma despesa chamada reserva de contingência que, uma vez anulada, serve de fonte para a autorização de créditos suplementares e especiais. Por esse motivo, as reservas de contingência também são consideradas, inclusive por força de lei, como fonte apta para abertura de créditos adicionais. Atividades 1. (Cespe) Créditos adicionais são autorizações de despesas não compu- tadas ou insuficientemente dotadas ou programadas na lei orçamen- tária anual. A esse respeito, julgue os itens a seguir utilizando verda- deiro (V) ou falso (F). O superávit financeiro, apurado bimestralmente no balanço )( patrimonial do exercício, é fonte de recursos para abertura de crédito adicional. O crédito adicional especial deverá ser empregado em casos de )( calamidade pública. 2. (Cespe) O orçamento público é o planejamento feito pela administra- ção pública para atender, durante determinado período, aos planos e programas de trabalho por ela desenvolvidos. Com relação às carac- terísticas e ao tratamento a ser dado aos créditos adicionais, julgue os itens a seguir. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 103 I. As autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na lei de orçamento são denominadas créditos adicionais. II. Os créditos adicionais são classificados em créditos suplementa- res, créditos especiais e créditos extraordinários. III. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível. IV. A abertura de créditos extraordinários depende de autorização prévia, que pode ser incluída na própria lei de orçamento ou em lei especial. V. Os créditos especiais são destinados a despesas urgentes e impre- visíveis, como em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública. Estão certos os itens: a) I, II e III. b) I, II e V. c) I, III e IV. d) II, IV e V. e) III, IV e V. 3. (Cespe) Com base na Lei de Diretrizes Orçamentárias, assinale a opção correta em relação aos créditos orçamentários e adicionais. a) Os créditos adicionais devem ser aprovados pelo Congresso Na- cional e abertos mediante decreto do presidente da República. b) Projetos de lei relativos a créditos adicionais encaminhados pelo Poder Judiciário devem conter parecerde mérito emitido pelo STF. c) Créditos suplementares autorizados na lei orçamentária e solicita- dos no âmbito do Poder Judiciário mediante compensação de re- cursos devem ser abertos por ato dos presidentes dos respectivos tribunais superiores. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 104 Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 d) A reabertura de saldo de crédito especial autorizado nos últimos quatro meses do exercício financeiro anterior, se necessária, deve ser efetuada por meio de decreto do presidente da República. e) Caso o projeto de lei orçamentária não seja sancionado até 31 de dezembro, os créditos orçamentários propostos estarão automati- camente abertos. 4. (Cespe) Os créditos extraordinários são destinados a despesas urgen- tes e imprevistas. Quanto aos requisitos para sua abertura e vigência, julgue os itens utilizando verdadeiro (V) ou falso (F). A abertura de créditos extraordinários depende da existência de )( recursos e deve ser precedida de justificativa. Se a autorização para a abertura dos créditos extraordinários )( for promulgada nos quatro últimos meses do exercício esses créditos poderão ser reabertos nos limites dos seus saldos, sendo incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. Dicas de estudo Tem-se percebido que muitos alunos gostam de estudar a parte escrita dos materiais, mas quando adicionamos números às aulas, muitos simples- mente, “pulam” o assunto. No entanto, cada vez mais, as provas de orçamento público têm surpreendido alunos solicitando a realização de contas simples, mas que a maioria deixou de estudar por simples negligência. Não faça isso: aprenda a fazer as contas para calcular o superávit financeiro disponível para a abertura de créditos adicionais suplementares e especiais. Especial aten- ção também deve ser dada ao cálculo do excesso de arrecadação. Ambas são contas simples de se executar e podem fazer a diferença na sua aprovação. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Créditos adicionais – Lei 4.320/64, artigos 40 ao 46 105 Referências GAMA JR, Fernando Lima. Fundamentos de Orçamento Público e Direito Fi- nanceiro. São Paulo: Campus, 2009. Gabarito 1. F, F 2. A 3. D 4. F, V Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
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