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Educação para surdos: práticas e perspectivas II

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Nome: Rosineira Pereira Duarte
Curso: Pós-graduação
Disciplina: Educação Especial em Deficiência Auditiva
EDUCAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
INTRODUÇÃO
A presente obra a ser analisada consiste no livro “Educação Para Surdos: Práticas e Perspectivas II” que tem a organização de Maria Cecília De Moura, Sandra Regina Leite De Campos e Sabine Antonialli Arena Vergamini, é um copilado de artigos de vários estudiosos sobre diferentes temas, acerca do processo educacional das pessoas surdas, trazendo questões atuais e reflexões muito pertinentes em diferentes contextos de ensino-aprendizagem e pesquisas, fazendo assim um apanhado geral em diversos vieses e propostas, mas que fundamentalmente visão a inclusão social dos sujeitos e a responsabilidade ética de suscitar o debate destes temas.
ANÁLISE DA OBRA
Inicialmente o primeiro capítulo “Desenvolvimento Bilíngue Intermodal: Implicações para Educação e Interpretação de Línguas de Sinais” de Ronice Müller de Quadros, Diane Lillo-Martin e Deborah Chen Pichlerdo texto aborda o desenvolvimento de pesquisa com crianças que tem pais surdos e estruturam sua linguagem em diferentes línguas, a sinalizada e a língua portuguesa, além disso, estudos com crianças americanas e a Língua de Sinais Americana também fazem parte deste levantamento. Alguns resultados da pesquisa se destacam, como o fato de que as crianças escolhem a língua alvo por afinidade com os interlocutores, o que pode ser entendido através do vínculo de aprendizagem e afetividade destes sujeitos. 
Esta metodologia e pesquisa são muito positivas, no sentido de poder trazer um panorama mais amplo do benefício e dos desafios de se ensinar línguas diversas simultaneamente, fazendo alguns recortes a respeito da possível aprendizagem das crianças e de que forma elas se relacionam com estas diferentes expressões da linguagem
Já no segundo capítulo “Letramento na Língua de Sinais Escrita para Surdos” de Marianne Rossi Stumpf, a autora pontua a a inserção da escrita de sinais através da implementação do ensino da escrita de sinais pelo sistema SignWritting, sendo assim, o Curso de Letras/Libras da Universidade Federal de Santa Catarina, realizado no formato EaD (Educação a Distância) abrangendo 9 pólos, situados nas Universidades Federais de outros estados brasileiros que está formando professores de Libras, profissionais graduados. Tendo como diretriz fundamental a Lei de Libras (língua de sinais dos surdos brasileiros) e da Lei da Acessibilidade, assim, conseguiu expandir através da modalidade EAD para o maior número de profissionais possíveis. 
A questão central de porque esta abordagem na educação é positiva, se dá por lançar mão de uma escolha pela inclusão, em um território de demarcação de direitos das pessoas surdas e a possibilidade de uma verdadeira inclusão, tal medida torna-se fundamental ao passo que os novos profissionais que sairão para o mercado de trabalho têm em si uma nova visão, mais inclusiva e eficiente sobre as diferenças e as possiblidades diversas de aprendizagem.
O terceiro capítulo “Avaliação e Intervenção da Linguagem na Criança Surda em uma Abordagem Bilíngue” de Carina Rebello Cruz, reflete acerca da aquisição da linguagem em crianças surdas, verificando o curso considerado “normal” e pensando reflexões desta linguagem que esperadamente deve ser adquirida. Tem como intuito pensar a partir de uma abordagem bilíngue e centralmente da intervenção fonoaudiológica. 
Tendo como base o desenvolvimento da linguagem falada em crianças, a autora pontua que a aquisição da linguagem falada e a linguagem de sinais em crianças surdas, ocorre por processos muito semelhantes e em idades muito parecidas, sendo assim, ela intui sobre a possibilidade da intervenção fonoaudiologica ser bilíngue, ou seja, não apenas normatizar através do ensinamento da linguagem oral, isso demonstra que pesquisas neste campo devem ser ainda mais fortalecidas, para que as crianças possam ter um desenvolvimento que vise as suas dificuldades e pontencialidades.
O quarto capítulo intitulado “Políticas Linguísticas: O Português como a Segunda Língua dos Surdos” de Mara Lúcia Masutti, tem como enfoque a política linguística e subjetividade, construindo um pensamento que visa problematizar a circulação dos modos de produção de linguagem através de um padrão hegemônico, imbricado com as perspectivas sociais, culturais e políticas. Sendo assim, a autora propõe pensar as diferentes linguagens, incluindo as que não são orais, a partir da multiplicidade das formas de comunicar-se e não necessariamente a partir da deficiência.
Essa visão reflete a possibilidade de pensar as questões discursivas inseridas na produção da norma hegemônica que se consolidam também na linguagem, romper com esta perspectiva e calcar novas formas de pensar a expressão através da construção da linguagem é expandir a visão de mundo e sujeito. 
No último capítulo a ser analisado neste texto, a discussão se pauta em “Escola de Protagonismo” escrito pelas autoras Débora Ferreira Caetano, Cláudia Akemi Nagura e Cristiano Koyama, este capítulo propõe pensar a condição do sujeito que habita a linguagem em si, sua compreensão acerca da vontade de aprender e sua apropriação, para pensar estas questões remontam o passado e as lutas históricas a partir da inclusão de sujeitos com deficiência auditiva.
Assim, o texto ressalta a experiência enquanto ponto de partida e chegada, enquanto método e resultado, é a partir dela que se assimila, aprende, inclui, portanto, propor uma metodologia que inclua os que incluem e os que devem ser incluídos através de práticas e vivências é fundamental, esse percurso deve ser considerado enquanto etapa fundamental da inclusão, considerando a troca e multiplicidade de saberes.
CONCLUSÃO
De forma geral, os capítulos do 1 ao 3 abordam assuntos e temas muito importantes para a aprendizagem da aquisição da linguagem não oral e também problematizam questões vinculadas às pessoas surdas, além disso, embasam propostas diversificadas que auxiliam na compreensão e na aprendizagem. 
Entretanto, é somente no capítulo 4 e 5 que as perspectivas hegemônicas são de fato questionadas, em que se propões reflexões para além da perspectiva capacitista, refletindo acerca da produção de subjetividades e de sujeitos, de sua estruturação na linguagem a partir da experiência e também, da possibilidade e multiplicidades de linguagens, portanto, tornam-se discussões essenciais aqui propostas.

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