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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS SANDRO DIAS DINELLY Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas, como requisito final para a obtenção do título de licenciado em pedagogia – Habilitação Magistério de 1° ao 5° ano do Ensino Fundamental. Manaus – 2011 1 JUSTIFICATIVA Dificuldades de concentração e de convivência, não cumprimento de regras, baixa auto-estima e queda de rendimento são situações corriqueiras nas escolas municipais de Manaus. A solução que encontramos para amenizar este quadro surgiu através da utilização do xadrez como tema transversal, que enriquece a aprendizagem e permeia sua prática educativa pelas disciplinas curriculares. Do ponto de vista pedagógico, o xadrez pode ser desenvolvido a partir da ludicidade que poderá estimular cinco capacidades cognitivas: (a) raciocínio para buscar os meios para alcançar seus objetivos; (b) organização de elementos que contribuam para uma finalidade; (c) imaginação de situações que possam ocorrer; (d) previsão de possíveis consequências para os próprios atos ou alheios; (e) tomada de decisões com base na resolução de problemas. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM 2 REFERENCIAL TEÓRICO A primeira iniciativa em favor do ensino do xadrez nas escolas públicas do Brasil data de 1935, em uma escola paulista. Em 1967 Efremoff introduziria o xadrez no ensino fundamental de Araraquara. Na década de 1980 a Fundação Educacional do Estado do Paraná (FUNDEPAR) e a Federação Paranaense de Xadrez (FEXPAR) criaram um programa para o ensino do xadrez nas escolas de Curitiba. Em 1993 o Ministério da Educação e Cultura (MEC) distribuiu cartilhas para 500 municípios do Brasil. Em 2004 o MEC implantou em Belo Horizonte, Campo Grande, Recife e Teresina o Xadrez nas Escolas. Dando continuidade a este projeto o MEC ofereceu em 2005 um curso de capacitação para 50 professores. Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), permitiu à promoção do desporto no ensino básico e, por conseguinte, a utilização do xadrez escolar. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Refletir sobre a práxis educativa do xadrez como atividade periescolar e propor alternativas para o seu aprimoramento pedagógico. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Utilizar o xadrez escolar como tema transversal durante o processo de ensino-aprendizagem das disciplinas curriculares, sem deixar de enfocar os seus aspectos lúdicos, sociais e desportivos. Possibilitar ao aluno, durante o ano letivo, a participação em eventos lúdicos, sociais e desportivos no âmbito escolar ou fora dele. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM 4 METODOLOGIA 4.1 PÚBLICO-ALVO O Pro-Xadrez destina-se aos alunos do 5° ano do ensino fundamental. 4.2 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Em razão da complexidade do tema, serão abordados apenas os princípio mais elementares para a compreensão da atividade. QUADRO 1: CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Natureza e Objetivo do Xadrez Escolar Posição Inicial das Peças no Tabuleiro Movimento das Peças Ato de Mover as Peças Término da Partida UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM 4.3 PROCEDIMENTOS DE ENSINO O conteúdo deverá ser ministrado de forma integrada. Para isso serão empregadas: (a) as aulas expositivas dialogadas; (b) as atividades orais e manuscritas; e (c) desenhos sobre temas correlatos. 4.4 RECURSOS DIDÁTICOS Para selecionar os recursos didáticos levou-se em conta o critério de: (a) quantidade (média de alunos por sala); (b) ensino (necessidade de cada recurso para a execução das atividades); e (c) custo do material. QUADRO 2: RECURSO DIDÁTICOS QUANT. VALOR Jogo de Peça Espaço X de poliestileno (rei 9 cm.) 15 R$ 19,00 Tabuleiro Xadrez Magistral de napa dobrável (casas 5x5 cm.) 15 R$ 4,00 Relógio Analógico Jaehrig de plástico (com pinos de metal) 1 R$ 78,00 Tabuleiro Mural Xadrez Magistral de napa dobrável (casas 7,5x7,5 cm.) 1 R$ 37,00 CALLEROS, Carlos. Xadrez: Introdução à Organização e à Arbitragem. 1 R$ 33,00 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM Os recursos didáticos disponibilizados pela escola também serão importantes para a execução do xadrez escolar. São eles: quadro branco, pincel, Lápis de cor, giz de cera, papel ofício e data show. 4.5 CARGA HORÁRIA A estrutura curricular do Pro-Xadrez compreende cinco temáticas que deverão ser repassadas num período não superior a 3 horas-aula. O conteúdo a ser ministrado será distribuído conforme o quadro abaixo: QUADRO 3: DISTRIBUIÇÃO DO TEMPO EM SALA DURAÇÃO PREPARAÇÃO DOS RECURSOS 5 min. TEMPO DE EXECUÇÃO DA INSTRUÇÃO 50 min. Introdução do Tema 5 min. Desenvolvimento do Conteúdo 40 min. Conclusão da Atividade 5 min. RECOLHIMENTO DO MATERIAL 5 min. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM 5 INFRA-ESTRUTURA 5.1 INSTALAÇÕES E APROVEITAMENTO DO ESPAÇO Não existe um padrão ideal para uma sala de xadrez. Entretanto a Federação Internacional de Xadrez (FIDE), recomenda que seja confortável para os alunos e apropriado para o andamento normal de um evento. Em relação ao espaço físico é importante que a sua iluminação e ventilação estejam bem reguladas a fim de evitar oscilações bruscas que possam interferir nas atividades. As mesas de xadrez devem ser posicionadas de modo que os alunos da primeira fileira não atrapalhem os da segunda. A distância entre as mesas deve permitir que os alunos levantem-se das cadeiras, sem que esbarrem nas mesas ou nas cadeiras mais próximas. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM 6 PLANO DE AULA SUGERIDO A fim de facilitarmos a inclusão do Pro-Xadrez dentro do plano de aula do professor, sugerimos o seguinte esquema: QUADRO 4: ESQUEMA PARA O PLANO DE AULA TEMA CENTRAL O emprego do jogo de xadrez como atividades periescolar. OBJETIVO GERAL Refletir sobre a práxis educativa do xadrez como atividade periescolar e propor alternativas para o seu aprimoramento pedagógico. CONTEÚDO DA DISCIPLINA Natureza e objetivo do xadrez escolar. Posição inicial das peças no tabuleiro. Movimento das peças. Ato de mover as peças. Término da partida. PROCEDIMENTOS DE ENSINO RECURSOS DIDÁTICOS FORMAS DE AVALIAÇÃO - aulas expositivas dialogadas; - atividades orais e Manuscritas; - desenho de temas correlatos. - quadro branco e pincel; - Lápis de cor e giz de cera; - papel ofício e data show. - resolução de problemas. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM 7 NORMAS DO XADREZ ESCOLAR 7.1 NATUREZA E OBJETIVO DO XADREZ ESCOLAR O xadrez escolar ocorre através da utilização do jogo de xadrez como ferramenta pedagógica; volta-se para o desenvolvimento educacional pleno da criança, sem descurar dos atributos necessários para o desenvolvimento global e sistematizado do indivíduo, seja ele direcionado para o sistema de ensino-aprendizagem, seja relativo a fatores de ordem psicológica e social (REZENDE, 2005). É também uma atividade periescolar onde dois alunos movem suas peças, alternadamente, sobre um tabuleiro denominado tabuleiro de xadrez. O aluno com as peças brancas deve começar a atividade. O objetivo de cada aluno é atacar o rei adversário de tal forma que não haja qualquerlance que evite a sua captura. Àquele que alcançar esse objetivo diz-se que deu xeque-mate (FIDE apud CALLEROS, 2006). UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM 7.2 POSIÇÃO INICIAL DAS PEÇAS NO TABULEIRO O tabuleiro deve ser colocado, entre os alunos de forma que a casa do canto direito de cada indivíduo seja branca (Diagrama 1). No início cada bando contará com 16 peças nas cores clara e escura. Essas peças são: um rei branco, uma dama branca, dois bispos brancos, dois cavalos brancos, duas torres brancas, oito peões brancos; um rei preto, uma dama preta, dois bispos pretos, dois cavalos pretos, duas torres pretas, oito peões pretos (Diagrama 2). Conforme as leis do xadrez se entende por coluna: uma sequência de oito casas dispostas verticalmente; por fileira: uma sequência de oito casas dispostas horizontalmente; e por diagonal: uma sequência de casas da mesma cor, dispostas no mesmo sentido (Diagrama 3). UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM Diagrama 1 Diagrama 2 Diagrama 3 7.3 MOVIMENTO DAS PEÇAS No xadrez não é permitido mover uma peça para uma casa já ocupada por qualquer outra peça de mesma cor. Se uma peça for movida para uma casa que já esteja sendo ocupada por uma peça de outra cor, esta última será capturada e retirada do tabuleiro, como parte do mesmo movimento (FIDE apud CALLEROS, 2006). De acordo com a FIDE (apud CALLEROS, 2006), o bispo pode ser movido para qualquer casa ao longo da diagonal na qual se encontre (Diagrama 4); a torre pode ser movida para qualquer casa ao longo da coluna ou fileira na qual se encontre (Diagrama 5); a dama pode ser movida para qualquer casa ao longo da coluna, fileira ou diagonal na qual se encontre (Diagrama 6). É importante ressaltar que ao fazerem os seus movimentos estas peças (bispo, torre e dama) não poderão saltar sobre outras peças que estejam em seus caminhos. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM Diagrama 4 Diagrama 5 Diagrama 6 O cavalo pode ser movido para uma das casas mais próximas em relação à casa que este ocupa. É importante destacar que as casas as quais o cavalo pode ser movido não se encontram na mesma coluna, fileira ou diagonal dele (Diagrama 7). Em seu primeiro lance o peão poderá avançar até duas casas numa mesma coluna, desde que ambas estejam desocupadas. Poderá, também, ser movido para uma casa ocupada por uma peça de outra cor desde que esta esteja em uma coluna adjacente a sua (Diagrama 8). Quando um peão alcança a última casa de sua coluna este será substituído por qualquer peça da mesma cor (promoção). Para a FIDE (apud CALLEROS, 2006), o en passant ocorre no seguinte contexto: um peão atacando uma casa atravessada pelo peão do oponente que acaba de avançar duas casas num único lance, vindo de sua casa inicial, pode interceptar, capturando este peão oponente como se este tivesse se movido apenas uma casa (Diagrama 9). UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM Diagrama 7 Diagrama 8 Diagrama 9 Há duas formas de mover o rei: (a) para uma casa vizinha que não esteja sendo atacada por peças de outra cor (Diagrama 10); ou (b) rocando: movimento efetuado pelo rei e uma das torres, da mesma cor e da mesma fileira. Ocorre da seguinte forma: o rei é levado duas casas em direção à torre, em seguida, a torre é transferida para a casa a que o rei acabou de atravessar (Diagrama 11-12). Perde-se o direito de rocar quando: (a) o rei ou a torre, utilizada para o movimento do roque, já foram movidos; (b) a casa que o rei ocupa, ou a casa pela qual ele passará, estiver sendo atacada por uma ou mais peças do oponente; (c) se houver qualquer peça entre o rei e a torre que efetuarão o roque. Diz-se que o rei está em xeque se estiver sendo atacado “[...] por uma ou mais peças do oponente mesmo que tais peças estejam cravadas, ou seja, impedidas de sair daquela casa, porque deixariam ou colocariam o seu próprio rei em xeque [...]” (FIDE HANDBOOK apud CALLEROS, 2006, p. 22). UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM Diagrama 10 Diagrama 11 Diagrama 12 7.4 ATO DE MOVER AS PEÇAS Segundo a FIDE (apud CALLEROS, 2006): (a) cada lance deve ser feito somente com uma das mãos; (b) desde que manifeste sua intenção aquele que tem a vez de jogar, poderá arrumar uma ou mais peças em suas respectivas casas; (c) se o aluno, que tem a vez de jogar, tocar uma ou mais peças do tabuleiro, deverá jogar a primeira peça tocada que possa ser movida; (d) quando uma peça for solta numa casa, ela não poderá, no mesmo momento , ser movida para outra casa. 7.5 TÉRMINO DA PARTIDA A partida é vencida por aquele que der xeque mate no rei oponente ou quando um dos alunos declara que abandona. Haverá empate quando: (a) aquele que tiver a vez de jogar não dispor de nenhum movimento (afogamento); (b) surgir uma posição em que nenhum dos alunos possa dar xeque mate (posição morta); (c) nos últimos 50 lances não ocorrer movimento de peão ou captura de qualquer outra peça; (d) houver acordo entre os alunos . UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM 8 REFERÊNCIAS CALLEROS, C. Xadrez: Introdução à Organização e à Arbitragem. 3. ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda., 2006. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2008. PILETTI, C. Didática Geral. 23. ed. São Paulo: Ática, 2007. REZENDE, S. Xadrez na escola: Uma abordagem didática para principiantes. Rio de Janeiro. Editora Ciência Moderna Ltda., 2002. ______. Xadrez pré-escolar: uma abordagem pedagógica para o professor. Rio de Janeiro. Editora Ciência Moderna Ltda., 2005. SANTOS, P. S. O que é xadrez. São Paulo: Brasiliense, 2004. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM
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