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3 Psicoterapia infantil fenomenológica existencial

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Psicoterapia infantil fenomenológica existencial 
Aqui é necessário que deixemos de lado as “teorias tradicionais acerca do desenvolvimento, da personalidade, da aprendizagem da criança”, (Feijoó, pp. 91) que postulam a chegada de um bebê ao mundo como um ser autocentrado e/ou encapsulado. 
Ou seja, é necessário realizar uma epoché de pressupostos já presentes no nosso entendimento científico e/ou do senso comum, é de extrema importância compreender que a Psicologia-Fenomenológica é um método que abomina qualquer pré-concepção, pré-conceito sobre a EXISTÊNCIA do DASEIN, do ser, seja este criança, adulto, jovem ou idoso. 
Façamos uma epoché:
Uma vez que teorias significam aqui toda e qualquer espécie de pré-concebimento que já nos digam o que uma coisa é, deve ser ou será. 
Nas investigações devemos nos manter rigorosamente afastado de pré-definições: "As teorias entram em nossa esfera apenas como fatos de nosso mundo circundante, não como unidades de validez, efetivas ou supostas."(HUSSERL, 2006, p. 77). Esse modo de ver já introduz o pensar fenomenológico, assim faz necessário o uso da epoché.
A epoché é uma atitude que se caracteriza pela abertura da consciência à experiência. Por isso é preciso ter o cuidado de não se fazer uma epoché no sentido positivista, não se trata de uma ciência livre de teoria ou livre de metafísica, quer pela redução ou outro meio. Assim, como assegura Husserl (2006, p. 78-79; 81) é preciso "tirar de circuito", "pôr entre parênteses "nossa atitude natural:
“Tiro, pois, de circuito todas as ciências que se referem a esse mundo natural, por mais firmemente estabelecidas que sejam para mim, pro mais que as admire, por mínimas que sejam as objeções que pense lhes fazer: eu não faço absolutamente uso de suas validades. Não me aproprio de uma única proposição sequer delas, mesmo que de inteira evidência, nenhuma é aceita por mim, nenhuma me fornece um alicerce – enquanto, note-se bem, for entendida tal como nessas ciências, como uma verdade sobre realidades deste mundo. Só posso admiti-la depois de lhe conferir parênteses. Quer dizer: somente na consciência modificante que tira o juízo de circuito, logo, justamente não da maneira em que é proposição na ciência, uma proposição que tem pretensão à validez, e cuja validez eu reconheço e utilizo.”
O importante é o existir e as possibilidades que estão diante do dasein. Para a fenomenologia-existencial o ser-aí da criança já se constitui como um Dasein. 
O nascimento biológico do ser humano delimita a inauguração da existência e, portanto, da condição de estar lançado no mundo. Assim, o ser-aí da criança é entendido enquanto um ente com caráter indeterminado, lançado no mundo tendo de ser; 
Para aprofundar a compreensão do ser-aí da criança é necessário retomar a noção de intencionalidade proposta por Husserl. 
Nela a consciência é considerada em sua imanência, ou seja, se realiza enquanto uma ação de dirigir-se a... e constitui a cooriginalidade de homem e mundo. Todo ato é tido como intencional, incluindo os atos de sugar, chorar e dormir do bebê que podem ser, equivocadamente, entendidos enquanto reflexos. 
Com isso, afastamo-nos das determinações biológicas ou sociais e aproximamo-nos da ideia que o mundo oferece possibilidades para a criança ser do seu modo. 
O ser-aí do bebê é marcado pela quietude, calor, alimentação e estado de sono. Porém, o ato de assustar-se com algum barulho já evidencia a articulação do bebê com o espaço, pois é um modo de responder ao que lhe solicita na abertura de mundo que ela é. 
O sentido desse gesto acontece no ser-no-mundo-com-outros, tal como descrito por Critelli em Historiobiografia (2012)
Para Husserl, o homem somente se torna consciente e existente a partir do momento em que é concebido, pois a sua consciência deixa de ser neutra para se tornar parte das possibilidades do mundo externo (relação objeto-consciência); Para Heidegger o ser também somente se torna um DASEIN após sua concepção, pois é quando há uma relação eu-tu, ser-no-mundo, ser-com-os-outros; 
Por fim, temos que considerar que a responsabilidade e liberdade são dimensões constitutivas do ser-aí para a psicologia fenomenológico-existencial, porém, na vida das crianças, tais dimensões estão sob tutela temporária dos adultos responsáveis por elas. 
Esta peculiaridade do modo de ser da criança estabelece objetivos claros para o atendimento psicológico infantil, pois a psicoterapia, neste contexto, deve oferecer espaço para que a criança possa preencher com seus significados e experimentar na sessão sua responsabilidade para ser, sendo acompanhada no desenrolar do processo. 
Desse modo, a criança pode experimentar as dimensões ontológicas e cuidar de si.
 Neste sentido, o atendimento psicológico infantil não deve ser confundido com psicodiagnóstico ou trabalho pedagógico como reforço escolar. 
O psicólogo não deve ocupar o lugar dos pais ou da escola que assumem a tutela temporária das responsabilidades da criança, pois esta ainda não pode assumi-las por completo.
Assim como em psicoterapia com adultos o psicólogo apenas é um FACILITADOR, deixando o sentido aberto ao próprio dasein, mas sempre tendo em vista os seus limites; 
Segundo Feijooó (2011, p. 189): 
"Em síntese, a clínica psicológica infantil com fundamentos existenciais requer primeiramente uma postura fenomenológica [...] Em segundo lugar, cabe dizer que liberdade e responsabilidade na perspectiva existencial dizem respeito ao caráter de indeterminação da existência e ao fato de que, qualquer que seja a etapa da vida, cada um tem de cuidar de sua existência. [...] E, por fim, para pensar em uma clínica fenomenológico-existencial infantil, é preciso partir da ideia de que desde o início a criança é este ente que, por se constituir pela indeterminação, exposto, jogado, lançado para fora dele, livre de determinações, é marcada pelo caráter de poder ser e ter de ser."

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