Buscar

direito_previdenciario

Prévia do material em texto

Direito Previdenciário 
O Direito Previdenciário está incluído no nosso Ordenamento Jurídico no Direito da Seguridade Social que engloba os direitos relativos à saúde, à previdência Social e à Assistência Social dos cidadãos brasileiros.
A Previdência Social consolida os direitos humanos acima assegurados na medida em que, através de contribuição, tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente (art. 1º, Lei n.º 8.213/91).
	O instituto da previdência se originou com grupos organizados que auxiliavam seus membros em caso de acidentes no trabalho, morte, ou qualquer outra circunstância que impedissem o trabalhador de obter o seu sustento.
	No Brasil, a primeira iniciativa nesse sentido se deu em 1554, com a criação da Santa Casa de Santos, que se inspirou em um modelo utilizado em uma colônia portuguesa na África.
	Vários momentos históricos revelam a preocupação de garantir ao indivíduo o sustento em caso de eventualidades, tais como, a Revolução Francesa, a Revolução Industrial e o advento do socialismo. Em tais situações, a iniciativa privada imbuía-se de prover ao prejudicado condições para subsistência. Posteriormente, o Estado passou a desempenhar esse papel, mediante prévia contribuição daqueles a ele filiados.
	O Brasil, por sua vez, acompanhou essa atitude mundial, sendo a Constituição de 1824 a primeira a consagrar essa preocupação, ao prever que “os socorros púbicos são um dever do Estado para com a comunidade”.
	Em 1919, houve a promulgação da Lei de Acidentes do Trabalho, sendo seguida pela Lei Eloy Chaves de 1923, que traduzia a proteção a uma categoria especial de trabalhadores, quais sejam, os ferroviários.
	Hoje percebe-se inclusive que a lei dos ferroviários evoluiu, abrangendo atualmente toda a categoria de trabalhadores regida pela CLT, com direito a um benefício exclusivo e único com fim de proteção a eventuais acidentes do trabalho (benefícios acidentários).
Seguridade Social é, portanto, o gênero que engloba a Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde.
2 Princípios
São princípios da seguridade social: (a) universalidade da cobertura e do atendimento; (b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; (c) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; (d) irredutibilidade do valor dos benefícios; (e) equidade na forma de participação do custeio; (f) diversidade da base de financiamento; (g) caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com a participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados.
 Custeio
A Seguridade Social é custeada por toda a sociedade de forma direta (contribuições) e indireta (impostos), mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das contribuições dos empregadores, incidentes sobre a folha de salários, o faturamento (PIS e Cofins) e o lucro, dos trabalhadores, da receita de concursos de prognósticos (loteria esportiva, sena, loto, loteria federal etc.) e do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
A arrecadação decorrente das contribuições do PIS-Pasep serve para custear o seguro-desemprego (art. 239 da Constituição).
As contribuições previdenciárias só poderão ser exigidas após decorridos 90 dias da data de publicação da lei que as houver instituído ou modificado (§ 6º do art. 195 da Constituição), não se lhes aplicando o princípio da anterioridade tributária.
A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social (§ 4º do art. 195 da Constituição), desde que mediante lei complementar, não sendo cumulativa nem tendo o mesmo fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição.
A Lei nº 8.212/91 trata do custeio da Seguridade Social.
O Decreto nº 3.048, de 6-5-1999, é o regulamento da Previdência Social, tendo regras de custeio, mas também de benefícios.
4 Previdência Social
A Previdência Social é o segmento da Seguridade Social, composto de um conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social, mediante contribuição, que tem por objetivo proporcionar meios indispensáveis de subsistência ao segurado e a sua família, quando ocorrer certa contingência prevista em lei. A Previdência Social atenderá a: (a) cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (b) proteção à maternidade especialmente à gestante; (c) proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (d) salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (e) pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes (art. 201 da Constituição).
São dependentes da Previdência Social: (a) o cônjuge, a companheira, o companheiro, o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido; (b) os pais; (c) o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido. A existência de dependente de qualquer das classes mencionadas exclui do direito às prestações os das classes seguintes. O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica. A dependência econômica das pessoas indicadas na classe a é presumida e a das demais deve ser comprovada.
Renda mensal inicial é o salário de benefício multiplicado pelo coeficiente de cálculo do benefício. Não poderá ser inferior ao salário mínimo nem superior ao teto de contribuição.
As prestações da Previdência Social são reguladas na Lei nº 8.213/91. São divididas em benefícios e serviços. Benefícios são os pagamentos em dinheiro feitos ao segurado. Serviços são os bens imateriais prestados ou postos à disposição do segurado. Podem ser classificados da seguinte forma, quanto: aos segurados, aos dependentes e aos segurados e aos dependentes.
Quanto ao segurado os benefícios são os seguintes:
aposentadoria por invalidez
aposentadoria por idade aos 65 anos para o homem e 60 para a mulher, reduzida a idade em cinco anos para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, incluindo o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal
aposentadoria por tempo de contribuição, com 35 anos de contribuição para o homem e 30 para a mulher. O coeficiente de cálculo começa a partir de 70% do salário-de-contribuição;
aposentadoria especial para os casos em que haja prejuízo à saúde ou integridade física do empregado durante 15, 20 ou 25 anos
auxílio-doença para a pessoa que ficar incapacitada para o trabalho por mais de 15 dias, sendo devido a partir do 16% dia de afastamento. 
salário maternidade. É pago por 120 dias pelo INSS. 
auxílio-acidente. É devido como indenização
salário-família para os dependentes do segurado de baixa renda. 
seguro desemprego, em caso de desemprego involuntário
Quanto aos dependentes, os benefícios são divididos em:
pensão por morte. É devida ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não. 
auxílio-reclusão. É devido nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença nem de aposentadoria. 
Quanto ao segurado e ao dependente, os benefícios são os seguintes: (a) serviço social; (b) reabilitação profissional.
	Acidente de trabalho é a contingência que ocorre pelo exercício de trabalho a serviço do empregador ou pelo exercício de trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanenteou temporária, da capacidade para o trabalho. Considera-se também acidente de trabalho a doença profissional ou do trabalho. Considera-se também acidente do trabalho a doença profissional ou do trabalho.
	São benefícios de acidente do trabalho a aposentadoria por invalidez acidentária, o auxílio-doença acidentário e o auxílio-acidente.
	Não há período de carência para os benefícios de acidente do trabalho.
5 Assistência social
	Assistência Social é o conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer uma política social aos hipossuficientes, por meio de atividades particulares e estatais, visando à concessão de pequenos benefícios e serviços, independentemente de contribuição por parte do próprio interessado.
	Tem por objetivos a Assistência Social: (a) a proteção à família, à maternidade, à infância , à adolescência e à velhice; (b) o amparo às crianças e adolescentes carentes; (c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; (d) a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria subsistência ou de tê-la provida por sua família; (e) a garantia de um salário mínimo de benefício à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família (art. 203 da Constituição).
	A Assistência Social é disciplinada pela Lei nº 8.742/93.
	Benefício de prestação continuada é a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovarem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. O benefício é devido ao idoso a partir de 65 anos. Não há período de carência para o referido benefício 
	Benefícios eventuais são os que visam ao pagamento de auxílio por natalidade ou morte às famílias cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.
6 Saúde
	A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
	A Saúde é informada pelos seguintes princípios:
acesso universal e igualitário. Todos têm direito à saúde, de igual modo;
provimento das ações e dos serviços por meio de rede regionalizada e hierarquizada, integrados em sistema único;
descentralização, com direção única em cada esfera de governo (SUS);
atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, como, por exemplo, vacinação;
participação da comunidade na gestão, fiscalização e acompanhamento das ações e dos serviços de saúde;
participação da iniciativa privada na assistência à saúde, obedecidos os preceitos constitucionais.
É regida a Saúde pela Lei nº 8.080/90”
7 Princípios
Princípios Explícitos: Cf/88, art. 194, parágrafo único:
I - universalidade da cobertura e do atendimento: 
	De cobertura: riscos sociais;
De atendimento = universalidade horizontal ou subjetiva = atender a todos os residentes e domiciliados no Brasil. Exceção: Previdência Social.
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais:
	Uniformidade: refere-se aos eventos;
	Equivalência: refere-se às prestações (R$);
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços:
	Seletividade:
	Distributividade: 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios:
	– CF/88, art. 201, § 4º. 
V - eqüidade na forma de participação no custeio:
	Previdência: contribuição
	Assistência: sociedade.
VI - diversidade da base de financiamento – CF/88, art. 195. (decorre do hibridismo)
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite.
Princípios implícitos
 –Irretroatividade Da Lei
 –Retroatividade Benigna
– Solidariedade Social (Cf/88, Art. 3º, I)
– Comutatividade (Compensação De Regimes)
– Precedência Da Fonte De Custeio (Cf/88, Art. 195, § 5º)
 Orçamento Diferenciado (Cf/88, Art. 195, §§ 1º E 2º; 165, § 5º, Iii; 167, Xi)
 Indisponibilidade Dos Direitos Dos Beneficiários (Caráter Alimentar)
� PAGE \* MERGEFORMAT �5�

Continue navegando