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DIR_AMBIENTAL_AULA_01

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@RAFAEL.MATTHES 
@RAFAEL.MATTHES 
 
1. A Constituição Federal e o Meio Ambiente 
 
Meio ambiente na CFRF/88 
 
 
 
 
 
 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial 
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para 
as presentes e futuras gerações. 
 
Deveres do Poder Público (§1º, art. 225, CF): 
 
a) “Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossis-
temas” – Preservar as unidades de conservação; 
b) “Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à 
pesquisa e manipulação de material genético” – Organismos Geneticamente Modificados; 
c) “Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente 
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que 
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção” – Unidades de Conservação. 
 
 
 
 
 
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e) “controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco 
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente” - Organismos geneticamente modificados; 
 
f) “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação 
do meio ambiente”; 
 
g) “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, 
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade”. 
 
Deveres da Coletividade (§§2º e 3º, art. 225, CF): 
a) “Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com 
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei”; 
 
b) “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou 
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”; 
 
Bens ambientais constitucionalmente protegidos: 
 
§4º - “A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona 
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a 
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais’. 
 
§5º - “São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias 
à proteção dos ecossistemas naturais”. 
 
Regras especiais previstas na CF: 
 
§6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não 
poderão ser instaladas. 
 
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas 
desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Cons-
tituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo 
ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. 
 
2. Competência em Matéria Ambiental: 
 
Competência Administrativa em Matéria Ambiental: 
 
a) Competência comum: 
 
“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
 
 
 
 
 
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III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as 
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, 
artístico e cultural; 
[...] 
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; 
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e 
minerais em seus territórios”. 
 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. 
 
LEI COMPLEMENTAR 140/2011 
 
Art. 5º - O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações administrativas a ele atribuídas 
nesta Lei Complementar, desde que o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a 
executar as ações administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente. 
 
Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto no caput, aquele que possui 
técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações 
administrativas a serem delegadas. 
 
b) Competência exclusiva da União: 
 
“Art. 21. Compete à União: 
 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e 
social; 
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de 
seu uso; 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urba-
nos; 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pes-
quisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus 
derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: 
 
c) Competência exclusiva dos Municípios: 
 
“Art. 30. Compete aos Municípios: 
 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do 
parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal 
e estadual. 
 
Competência Legislativa em Matéria Ambiental: 
 
a) Competência privativa da União: 
 
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
 
I - direito civil, comercial, penal (crimes ambientais, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e 
do trabalho; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
 
 
 
 
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XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias 
relacionadas neste artigo. 
 
Competência Legislativa em Matéria Ambiental: 
 
b) Competência concorrentes: 
 
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
 
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do 
meio ambiente e controle da poluição; 
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico. 
 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender 
a suas peculiaridades. 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que
lhe for con-
trário. 
 
STF = “o espaço de possibilidade de regramento pela legislação estadual, em casos de competência concorrente 
abre-se: (1) toda vez que não haja legislação federal, quando então, mesmo sobre princípios gerais, poderá a legis-
lação estadual dispor; e (2) quando, existente legislação federal que fixe os princípios gerais, caiba complementação 
ou suplementação para o preenchimento de lacunas, para aquilo que não corresponda à generalidade; ou ainda, 
para a definição de peculiaridades regionais”. ADI/MC 2.396, de 26.09.2001. 
 
Princípios Ambientais: 
 
a) Precaução e Prevenção 
PREVENÇÃO (risco certo – certeza científica) 
PRECAUÇÃO (risco incerto – dúvida científica) 
 
b) Desenvolvimento Sustentável 
c) Poluidor- Pagador 
d) Função Sócioambiental da propriedade 
 
Para o STJ, “inexiste direito ilimitado ou absoluto de utilização das potencialidades econômicas de imóvel, pois antes 
até ‘da promulgação da Constituição vigente, o legislador já cuidava de impor algumas restrições ao uso da propri-
edade com o escopo de preservar o meio ambiente’ (EREsp 628.588/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Primeira Seção, 
DJe 9.2.2009), tarefa essa que, no regime constitucional de 1988, fundamenta-se na função ecológica do domínio 
e posse (REsp 1.240.122, de 28/06/2011). 
 
e) Princípio da Informação 
 
Conceito: 
 
(Lei 10.650/03 - acesso público aos dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do Sisnama) 
 
 
 
 
 
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Art. 2º, §1º: Qualquer indivíduo, independentemente da comprovação de interesse específico, terá acesso às infor-
mações de que trata esta Lei, mediante requerimento escrito, no qual assumirá a obrigação de não utilizar as infor-
mações colhidas para fins comerciais, sob as penas da lei civil, penal, de direito autoral e de propriedade industrial, 
assim como de citar as fontes, caso, por qualquer meio, venha a divulgar os aludidos dados. 
 
Exemplos: 
 
Art. 4º. Deverão ser publicados em Diário Oficial e ficar disponíveis, no respectivo órgão, em local de fácil acesso 
ao público, listagens e relações contendo os dados referentes aos seguintes assuntos: 
 
I - pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão; 
II - pedidos e licenças para supressão de vegetação; 
III - autos de infrações e respectivas penalidades impostas pelos órgãos ambientais; 
V - lavratura de termos de compromisso de ajustamento de conduta; 
V - reincidências em infrações ambientais; 
VI - recursos interpostos em processo administrativo ambiental e respectivas decisões; 
VII - registro de apresentação de estudos de impacto ambiental e sua aprovação ou rejeição. 
 
Art 9º (Lei 6938/81): 
 
São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: (...) VII - o sistema nacional de informações sobre o meio 
ambiente- SINIMA. 
 
Art. 6º (Lei 12.305/10): 
São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos: (...) X - o direito da sociedade à informação e ao controle 
social 
 
f) Princípio da ubiquidade: 
 
Princípio da ubiquidade visa garantir a proteção ao meio ambiente, considerando-o como um fator relevante a ser 
estudado antes da prática de qualquer atividade, de forma a preservar a vida e a sua qualidade. 
 
SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
 
Lei 9.985/00 
 
 DOS CONCEITOS: 
 
Unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com ca-
racterísticas naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites 
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. 
 
 DA CRIAÇÃO, REDUÇÃO OU EXTINÇÃO: 
 
Criação ou redução – A CRIAÇÃO pode ser por DECRETO, mas para serem EXTINTAS ou REDUZIDAS dever ser 
por meio de LEI (ordinária) – art. 225, §1º, III da CF. 
 
Podem ser criadas em áreas públicas ou privadas, neste caso, constituindo desapropriação, deverá o particular ser 
indenizado. 
 
*Criação: DECRETO Nº 4.340, DE 22 DE AGOSTO DE 2002 
 
CRIAÇÃO: 
 
Forma: as unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público 
 
 
 
 
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Formalidade: a criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta 
pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade. 
 
Consulta: no processo de consulta, o Poder Público é obrigado a fornecer informações adequadas e inteligíveis à 
população local e a outras partes interessadas. 
 
Ressalva: criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigatória a consulta. 
 
Transformação: unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total ou parcial-
mente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que 
criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta. 
 
Ampliação: a ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites originais, 
exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou 
a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta. 
 
REDUÇÃO POR MEIO DE MP: 
 
Caso Limite dos Parques Nacionais da Amazônia, dos Campos Amazônicos e Mapinguari, das Florestas Nacionais 
de Itaituba I, Itaituba II e do Crepori e da Área de Proteção Ambiental do Tapajós 
 
VOTO: "A supressão ou redução de uma unidade de conservação ambiental, como regra geral, não constituirá 
providência de urgência capaz de preencher os requisitos do artigo do caput do art. 62 da CF. É possível, em tese, 
e por exceção, que o poder executivo seja capaz de superar o ônus argumentativo da demonstração da urgência“ 
– STF – ADIN 4717 – 05/08/2018. 
 
 DAS MODALIDES E ESPÉCIES: 
 
Grupos: 
 
a) Unidades de Proteção Integral ou 
b) Unidades de Uso Sustentável; 
 
Unidades de Proteção Integral – deverá ser observada a manutenção dos ecossistemas livres de alterações causa-
das por interferência humana, se admitindo, em regra, apenas o uso indireto dos atributos naturais. 
 
Unidades de Uso Sustentável – dar-se-á a exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos 
ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, 
de forma socialmente justa e economicamente viável. 
 
 
 
 
 
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 DAS REGRAS GERAIS: 
 
Zona de amortecimento – as UC terão uma zona de amortecimento para a sua proteção, exceto a APA e a Reserva 
Particular do Patrimônio Natural. Nesse entorno, as atividades humanas estarão sujeitas a normas e restrições 
específicas, visando preservar o espaço especialmente protegido; 
 
Taxa de visitação – poderá ser cobrada taxa de visitação quando se tratar de unidade de conservação de proteção 
integral, cujos recursos deverão ser aplicados nas áreas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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