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ALBA 2018 - Técnico Legislativo - Agente de Polícia Legislativa - NOVA CONCURSOS

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Assembleia Legislativa do Estado da Bahia
ALBA
Técnico Legislativo - Agente de Polícia Legislativa
(Feminino e Masculino) 
Edital N° 001 de 26 de Outubro de 2018
OT117-2018
DADOS DA OBRA
Título da obra: Assembleia Legislativa do Estado da Bahia - ALBA
Cargo: Técnico Legislativo - Agente de Polícia Legislativa
(Feminino e Masculino) 
(Baseado no Edital N° 001 de 26 de Outubro de 2018) 
• Língua Portuguesa
• Legislação Institucional
• Noções de Informática
• Raciocínio Lógico-Matemático
Conhecimentos Específicos
• Noções de Direito Constitucional
• Noções de Direito Penal e de Direito Processual Penal
• Noções de Direito Administrativo
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Diagramação/ Editoração Eletrônica
Elaine Cristina
Ana Luiza Cesário
Thais Regis
Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Leandro Filho
Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO
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*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.
Ex: FV054-18
PASSO 3
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Você já pode acessar os conteúdos online.
SUMÁRIO
Língua Portuguesa
Leitura, compreensão e interpretação de textos. ........................................................................................................................................ 01
Estruturação do texto e dos parágrafos. ....................................................................................................................................................... 21
Articulação do texto: pronomes e expressões referenciais, nexos, operadores sequenciais. .................................................... 21
Significação contextual de palavras e expressões. .................................................................................................................................... 01
Equivalência e transformação de estruturas. ............................................................................................................................................... 21
Sintaxe: processos de coordenação e subordinação. .............................................................................................................................. 55
Emprego de tempos e modos verbais. .......................................................................................................................................................... 23
Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................69
Estrutura e formação de palavras. ................................................................................................................................................................... 32
Funções das classes de palavras. ...................................................................................................................................................................... 32
Flexão nominal e verbal. ......................................................................................................................................................................................32
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. ..................................................................................................................... 80
Concordância nominal e verbal. ....................................................................................................................................................................... 72
Regência nominal e verbal. .................................................................................................................................................................................78
Ocorrência de crase. ..............................................................................................................................................................................................78
Ortografia oficial. ....................................................................................................................................................................................................14
Acentuação gráfica. ................................................................................................................................................................................................14
Legislação Institucional
Regimento Interno da ALBA (Resolução nº 1.193/1985, de 17.01.1985). ................................................................................................01
Lei nº 6.677/1994, de 26.09.1994 (Estatuto dos Servidores Públicos da Bahia). ...................................................................................24
Lei nº 8.902/2003, de 18.12.2003. ..............................................................................................................................................................................49
Lei nº 8.971/2004, de 05.01.2004. ..............................................................................................................................................................................51
Lei 13.801/2017. .................................................................................................................................................................................................................58
Lei 13.962/2018. .................................................................................................................................................................................................................62
Ato da Mesa Diretora n° 007/2010 de 24/03/2010 ...........................................................................................................................................67
Ato da Mesa Diretora n° 133/2018 ............................................................................................................................................................................77
Noções de Informática
1. Componentes de um computador: hardware e software. .................................................................................................................. 01
2. Arquitetura básica de computadores: unidade central, memória: tipos e tamanhos. ............................................................. 01
3. Periféricos: impressoras, drivers de disco fixo (Winchester), disquete, CD-ROM. .................................................................... 01
4. Uso do teclado, uso do mouse, janelas e seus botões,diretórios e arquivos (uso do Windows Explorer): tipos de 
arquivos, localização, criação, cópia e remoção de arquivos, cópias de arquivos para outros dispositivos e cópias de 
segurança, uso da lixeira para remover e recuperar arquivos, uso da ajuda do Windows. ...................................................... 01
5. Uso do Word for Windows: entrando e corrigindo texto, definindo formato de páginas: margens, orientação, 
numeração, cabeçalho e rodapé definindo estilo do texto: fonte, tamanho, negrito, itálico e sublinhado, impressão de 
documentos: visualizando a página a ser impressa, uso do corretor ortográfico, criação de textos em colunas, criação 
de tabelas, criação e inserção de figuras no texto. .................................................................................................................................... 28
Raciocínio Lógico-Matemático
Entendimento da estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios. .............. 42
Problemas de raciocínio: deduzir informações de relações arbitrárias entre objetos, lugares, pessoas e/ou eventos 
fictícios dados. ..........................................................................................................................................................................................................42
Compreensão e análise da lógica de uma situação. ................................................................................................................................. 01
Raciocínio verbal, raciocínio matemático e raciocínio sequencial. ...................................................................................................... 01
Orientação espacial e temporal. ....................................................................................................................................................................... 01
Formação de conceitos e discriminação de elementos. ......................................................................................................................... 01
Diagramas lógicos, tabelas e gráficos. ............................................................................................................................................................ 13
SUMÁRIO
Noções de Direito Constitucional
Direitos e garantias constitucionais: art. 5º da Constituição; ................................................................................................................. 01
Direitos sociais; cidadania e direitos políticos. ............................................................................................................................................. 01
Normas Constitucionais relativas à Administração Pública e aos servidores públicos. ............................................................... 33
Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança pública; organização da segurança pública. ..................... 47
Ordem social: base e objetivos da ordem social; seguridade social; educação, cultura e desporto; ciência e tecnologia; 
comunicação social; meio ambiente; família, criança, adolescente e idoso. .................................................................................... 50
Noções de Direito Penal e de Direito Processual Penal
Infração penal: elementos, espécies. Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal. ............................................................. 01
Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade. ....................................................................................................................................... 02
Erro de tipo; erro de proibição. .......................................................................................................................................................................... 03
Imputabilidade penal. ............................................................................................................................................................................................05
Concurso de pessoas. ............................................................................................................................................................................................05
Crimes contra a pessoa. ........................................................................................................................................................................................07
Crimes contra o patrimônio. ...............................................................................................................................................................................08
Crimes contra a Administração Pública. ......................................................................................................................................................... 18
Abuso de autoridade (Lei 4.898/65). ................................................................................................................................................................ 19
Tráfico ilícito de drogas (Lei 11.343/2006). .................................................................................................................................................... 24
Estatuto da Criança e do Adolescente. ........................................................................................................................................................... 39
Estatuto do Desarmamento. ................................................................................................................................................................................93
Inquérito Policial, Notitia Criminis. ..................................................................................................................................................................100
Jurisdição e competência. ..................................................................................................................................................................................103
Prisão em flagrante e prisão preventiva. ......................................................................................................................................................105
Da prova: exame de corpo de delito, interrogatório e testemunhas. ...............................................................................................118
Das citações e intimações. .................................................................................................................................................................................124
Do reconhecimento de pessoas e coisas. ....................................................................................................................................................125
Restituição das coisas apreendidas. ...............................................................................................................................................................126
Prisão especial.........................................................................................................................................................................................................127
Atuação do advogado na fase inquisitiva. ...................................................................................................................................................127
Noções de Direito Administrativo
Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios. .......01
Organização administrativa da União; administração direta e indireta. ....................................................................................................04
Agentes públicos: espécies e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função públicos; .............13
Regime Jurídico: provimento, vacância,remoção, redistribuição e substituição; direitos e vantagens; regime disciplinar; 
responsabilidade civil, criminal e administrativa. .................................................................................................................................................14
Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do 
poder. .....................................................................................................................................................................................................................................49
Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; ..............................................................................................53
Lei 8.112/90 e suas alterações (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União). .............................................................64
Ética profissional. ................................................................................................................................................................................................................64
LÍNGUA PORTUGUESA
1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. ........................................................................................................ 01
2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. ........................................................................................................................................ 05
3 Domínio da ortografia oficial. ........................................................................................................................................................................ 14
3.1 Emprego das letras. .................................................................................................................................................................................. 14
3.2 Emprego da acentuação gráfica. ......................................................................................................................................................... 14
4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. ......................................................................................................................................... 21
4.1 Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos de 
sequenciação textual. ...................................................................................................................................................................................... 21
4.2 Emprego/correlação de tempos e modos verbais. ............................................................................................................................ 23
5 Domínio da estrutura morfossintática do período. ............................................................................................................................... 32
5.1 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. .................................................................................... 55
5.2 Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração. .................................................................................... 55
5.3 Emprego dos sinais de pontuação. ..................................................................................................................................................... 69
5.4 Concordância verbal e nominal. .......................................................................................................................................................... 72
5.5 Emprego do sinal indicativo de crase. ............................................................................................................................................... 78
5.6 Colocação dos pronomes átonos. ....................................................................................................................................................... 80
6 Reescritura de frases e parágrafos do texto. ............................................................................................................................................ 89
6.1 Substituição de palavras ou de trechos de texto. ......................................................................................................................... 89
6.2 Retextualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade. ............................................................................................ 89
7 Correspondência oficial. ...................................................................................................................................................................................95
7.1 Adequação da linguagem ao tipo de documento. ...................................................................................................................... 95
7.2 Adequação do formato do texto ao gênero. ................................................................................................................................... 95
1
LÍNGUA PORTUGUESA
1 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE 
TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS. 
Leia o texto abaixo de Franz Kafka, O silêncio das sereias:
Prova de que até meios insuficientes - infantis mesmo 
podem servir à salvação:
Para se defender da sereias, Ulisses tapou o ouvidos com 
cera e se fez amarrar ao mastro. Naturalmente - e desde 
sempre - todos os viajantes poderiam ter feito coisa semelhante, 
exceto aqueles a quem as sereias já atraíam à distância; mas 
era sabido no mundo inteiro que isso não podia ajudar em 
nada. O canto das sereias penetrava tudo e a paixão dos 
seduzidos teria rebentado mais que cadeias e mastro. Ulisses 
porém não pensou nisso, embora talvez tivesse ouvido coisas 
a esse respeito. Confiou plenamente no punhado de cera e no 
molho de correntes e, com alegria inocente, foi ao encontro das 
sereias levando seus pequenos recursos.
As sereias entretanto têm uma arma ainda mais terrível 
que o canto: o seu silêncio. Apesar de não ter acontecido isso, 
é imaginável que alguém tenha escapado ao seu canto; mas 
do seu silêncio certamente não. Contra o sentimento de ter 
vencido com as próprias forças e contra a altivez daí resultante 
- que tudo arrasta consigo - não há na terra o que resista.
E de fato, quando Ulisses chegou, as poderosas cantoras 
não cantaram, seja porque julgavam que só o silêncio poderia 
conseguir alguma coisa desse adversário, seja porque o ar de 
felicidade no rosto de Ulisses - que não pensava em outra 
coisa a não ser em cera e correntes - as fez esquecer de todo e 
qualquer canto.
Ulisses no entanto - se é que se pode exprimir assim - não 
ouviu o seu silêncio, acreditou que elas cantavam e que só ele 
estava protegido contra o perigo de escutá-las. Por um instante, 
viu os movimentos dos pescoços, a respiração funda, os olhos 
cheios de lágrimas, as bocas semiabertas, mas achou que tudo 
isso estava relacionado com as árias que soavam inaudíveis 
em torno dele. Logo, porém, tudo deslizou do seu olhar dirigido 
para a distância, as sereias literalmente desapareceram diante 
da sua determinação, e quando ele estava no ponto mais 
próximo delas, já não as levava em conta.
Mas elas - mais belas do que nunca - esticaram o corpo 
e se contorceram, deixaram o cabelo horripilante voar livre 
no vento e distenderam as garras sobre os rochedos. Já 
não queriam seduzir, desejavam apenas capturar, o mais 
longamente possível, o brilho do grande par de olhos de Ulisses.
Se as sereias tivessem consciência, teriam sido então 
aniquiladas. Mas permaneceram assim e só Ulisses escapou delas.
De resto, chegou até nós mais um apêndice. Diz-se que 
Ulisses era tão astucioso, uma raposa tão ladina, que mesmo 
a deusa do destinonão conseguia devassar seu íntimo. Talvez 
ele tivesse realmente percebido - embora isso não possa 
ser captado pela razão humana - que as sereias haviam 
silenciado e se opôs a elas e aos deuses usando como escudo 
o jogo de aparências acima descrito.
(KAFKA, Franz. O silêncio das sereias. In. http://
almanaque.folha.uol.com.br/kafka2.htm)
O que nos diz Franz Kafka a respeito do silêncio das 
sereias? Por que o silêncio seria mais mortal do que o seu 
canto?
Ler um texto é muito mais do que decodificar um 
código, entender seu vocabulário. Isso porque o conjunto 
de palavras que compõem um texto são organizados de 
modo a produzir uma mensagem. Há várias formas de 
se ler um texto. Iniciamos primeiramente pela camada 
mais superficial, que é justamente o início da “tradução” 
do vocabulário apresentado. Compreendidas as palavras, 
ainda nesse primeiro momento, verificamos qual tipo de 
texto se trata: matéria de jornal, conto, poema. Entretanto, 
ainda assim não lemos esse conjunto de palavras em sua 
plenitude, isso porque ler é, antes de mais nada, interpretar.
A palavra interpretação significa, literalmente, explicar 
algo para si e para o outro. E explicar, outra palavra 
importante numa leitura, consiste em desdobrar algo que 
estava dobrado. Assim sendo, podemos entender que ler 
um texto é interpretá-lo, e para tanto se faz necessário 
desdobrar suas camadas, suas palavras, até fazê-las suas, 
para assim chegar a uma camada mais profunda do que a 
inicial – a da mera “tradução” das palavras.
Um texto é sempre escrito por alguém. Um autor, 
quando lança as palavras num papel, faz na intenção de 
passar uma mensagem específica para o leitor. Muitas vezes 
temos dificuldades em captar qual a mensagem ele está 
tentando nos dizer. Entretanto, algo é sempre importante 
lembrar: textos são feitos de palavras, e todas as ferramentas 
para se entender o texto estão no próprio texto, no modo 
como o autor organizou as palavras entre si.
Tudo isso pode ser resumido numa simples frase: texto 
é uma composição estruturada em camadas de sentido. 
Da mesma forma que para conhecer uma casa é preciso 
adentrá-la e entender sua estrutura, compreender um texto 
é decompô-lo, camada a camada, desde o conhecimento da 
autoria até o sentido final. Isso requer uma atitude ativa do 
leitor, e não meramente passiva.
Você já se perguntou por que em concursos públicos e 
vestibulares é sempre exigida interpretação textual? Pense. Não 
basta apenas conhecer as regras gramaticais de uma língua, 
também é importante entender os sentidos que essa língua 
pode expressar. Se não conseguimos interpretar um texto, como 
conseguiremos interpretar o mundo em que vivemos?
Assim sendo, ler o texto se faz da mesma forma que se 
lê o mundo: a partir de suas peculiaridades, ultrapassando 
a camada mais ingênua da vida e do texto, entendo as 
entrelinhas da mensagem, ou seja, o que está subentendido.
Quando falamos de leitura, falamos antes de níveis de 
leitura, pois é a partir desse processo que alcançamos uma 
interpretação efetiva. Vejamos:
1 – Níveis de leitura
a) Primeiro Nível – é o mais superficial e consiste em 
iniciar o aprendizado dos significados das palavras. É o 
próprio ato de decodificação de uma língua. Nesse nível 
ainda não é possível realizar a interpretação de um texto, 
já que não se possui ainda familiaridade com os sentidos 
de uma palavra.
2
LÍNGUA PORTUGUESA
b) Segundo Nível – é o contato mais familiar com um 
texto, através do conhecimento de qual gênero se trata 
(notícia, conto, poema), do seu autor e dos benefícios que 
essa leitura poderia trazer. Imagine você uma livraria. Há 
vários exemplares para escolher. Então você analisa o título 
do livro, o autor, lê rapidamente a contracapa e também 
um trecho do livro. O segundo nível da leitura diz respeito 
a essa primeira familiarização com um texto.
c) Terceiro Nível – é o momento da leitura 
propriamente dita. O primeiro passo é entender em 
qual gênero se encontram as palavras. Se forem textos 
de ficção (como conto, romance) devemos nos atentar 
às falas e ações das personagens. Caso se trate de uma 
crônica ou texto de opinião, é importante prestar atenção 
no vocabulário utilizado pelo autor, pois nestes gêneros as 
palavras são escolhidas minuciosamente a fim de explicitar 
um determinado sentido. Quando se tratar de um poema, 
também é importante analisar o vocabulário do poeta, 
lembrando-se que na poesia a mensagem sempre diz mais 
do que parece dizer.
No momento de interpretar um texto, geralmente 
ultrapassamos o terceiro nível da leitura, chegando ao 
quarto e quinto, quando precisamos reler o material em 
questão, centrando-se em partes específicas. Frente as 
perguntas de interpretação, cuidado com as opções 
muito generalizadoras, estas tentam confundir o leitor, já 
que representam apenas leituras superficiais do assunto. 
Por isso mesmo, sempre muita atenção no momento da 
leitura, para que não caia nas famosas “pegadinhas” dos 
avaliadores.
2) Ideia central
Um texto sempre apresenta uma ideia central e, muitas 
vezes, na primeira leitura não a captamos. Assim, algumas 
estratégias são válidas para atingir esse propósito.
1) Qual o gênero textual?
2) O texto poderia ser resumido numa frase, qual?
3) A frase representa a ideia central, qual é essa ideia?
4) Como o autor desenvolve essa ideia ao longo do 
texto?
5) Quais as palavras mais recorrentes nesse texto?
Caso você consiga responder essas perguntas 
certamente você terá as ferramentas necessárias para 
interpretar o texto.
Utilizemos como exemplo o texto de Franz Kafka citada 
anteriormente. Leia o texto novamente. Agora responda as 
questões:
1) Qual o gênero textual?
 Trata-se de um conto, ou seja, um texto de ficção.
2) O texto poderia ser resumido numa frase, qual?
Utilizando as palavras do autor: As sereias entretanto 
têm uma arma ainda mais terrível que o canto: o seu silêncio
3) A frase representa a ideia centra, qual é essa ideia?
O autor parece nos dizer que o silêncio é mais mortal 
que a própria fala, ou seja, pode ferir mais.
4) Como o autor desenvolve essa ideia ao longo do 
texto?
a) Muitos já escaparam do canto das sereias, nunca do 
seu silêncio;
b) Quando o herói Ulisses passa pelas sereias, elas não 
cantam, precisam de uma arma maior;
c) Ulisses foi mais astuto que as sereias – frente o 
silêncio mortal que elas lançavam, ele o ignorou, usando a 
mesma arma do inimigo para enfrentá-lo.
5) Quais as palavras mais recorrentes no texto?
Silêncio, canto, sereias, Ulisses, herói, astucioso.
Assim sendo, o texto que inicialmente parecia 
enigmático, após as respostas das perguntas sugeridas, 
parece mais claro. Ou seja, Franz Kafka se utiliza da ficção 
para nos dizer que a indiferença é uma arma mais mortal 
que o próprio enfrentamento.
Analisemos agora um poema, um dos mais conhecidos 
da literatura brasileira, No meio do caminho, de Carlos 
Drummond de Andrade:
No Meio do Caminho – Carlos Drummond de 
Andrade
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
(ANDRADE, Carlos Drummond de. No meio do 
caminho. In. http://www.revistabula.com/391-os-dez-
melhores-poemas-de-carlos-drummond-de-andrade/)
A mensagem parece simples, mas se trata de um 
poema. Quando precisamos interpretar esse tipo de 
gênero, é essencial perceber que as palavras dizem mais do 
que o senso comum, por isso se faz importante interpretá-
las com cuidado. Vamos às perguntas sugeridas:
1) Qual o gênero textual?
Poema
2) O texto poderia ser resumido numa frase, qual?
Tinhauma pedra no meio do caminho
3) A frase representa a ideia central, qual é essa ideia?
Pedra no caminho é uma frase de sentido popular que 
significa dificuldade. O poeta parece usar uma frase banal 
num poema para indicar que pedra é muito mais do que 
pedra, é uma dificuldade.
3
LÍNGUA PORTUGUESA
4) Como o autor desenvolve essa ideia ao longo do 
texto?
Através da repetição da frase “tinha uma pedra no 
meio caminho”. Escrito diversas vezes, soa como uma lição 
a ser aprendida.
5) Quais as palavras mais recorrentes nesse texto?
Pedra, meio, caminho
Quando realizamos essas perguntas, paramos para 
refletir sobre a mensagem do texto em questão. E mais, 
quando precisamos interpretar um texto, após a leitura 
inicial, é necessário ler detalhadamente cada parte (seja 
parágrafo, estrofe) e assim construir passo a passo o 
“desdobramento” do texto.
3) Dicas importantes para uma interpretação de 
texto
- Faça uma leitura inicial, a fim de se familiarizar com o 
vocabulário e o conteúdo;
- Não interrompa a leitura caso encontre palavras 
desconhecidas, tente inicialmente fazer uma leitura geral;
- Faça uma nova leitura, tentando captar as entrelinhas 
do texto, ou seja, a intenção do autor ao escrever esse 
material;
- Lembre-se que no texto não estão as suas ideias, 
e sim as do autor, por isso cuidado para não interpretar 
segundo o seu ponto de vista;
- Nas questões interpretativas, atente para as 
alternativas generalizadoras, as que apresentam palavras 
como sempre, nunca, certamente, todo, tudo, geralmente 
tentem confundir aquele que realiza uma leitura mais 
superficial;
- Das alternativas propostas, haverá uma completamente 
sem sentido (para captar o leitor mais desatento) e duas 
mais convincentes. Para escolher a correta, procure no 
texto indícios que a fundamente.
Exercícios
1. De acordo com o ditado popular “invejoso nunca 
medrou, nem quem perto dele morou”,
a) o invejoso nunca teve medo, nem amedronta seus 
vizinhos;
b) enquanto o invejoso prospera, seus vizinhos 
empobrecem;
c) o invejoso não cresce e não permite o crescimento 
dos vizinhos;
d) o temor atinge o invejoso e também seus vizinhos;
e) o invejoso não provoca medo em seus vizinhos.
2. Leia e responda:
“O destino não é só dramaturgo, é também o seu 
próprio contra-regra, isto é, designa a entrada dos 
personagens em cena, dá-lhes as cartas e outros objetos, e 
executa dentro os sinais correspondentes ao diálogo, uma 
trovoada, um carro, um tiro.”
Assinale a alternativa correta sobre esse fragmento 
de D. Casmurro, de Machado de Assis:
a) é de caráter narrativo;
b) é de caráter reflexivo;
c) evita-se a linguagem figurada;
d) é de caráter descritivo;
e) não há metalinguagem.
3. “Tão barato que não conseguimos nem contratar 
uma holandesa de olhos azuis para este anúncio.”
No texto, a orientação semântica introduzida pelo 
termo nem estabelece uma relação de:
a) exclusão;
b) negação;
c) adição;
d) intensidade;
e) alternância.
Texto para a questão 4.
– Ah, não sabe? Não o sabes? Sabes-lo não?
– Esquece.
– Não. Como “esquece”? Você prefere falar errado? E o 
certo é “esquece” ou “esqueça”? Ilumine-me. Mo
diga. Ensines-lo-me, vamos.
– Depende.
– Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se 
o soubesses, mas não sabes-o.
– Está bem. Está bem. Desculpe. Fale como quiser.
(L. F. Veríssimo, Jornal do Brasil, 30/12/94)
4. O texto tem por finalidade:
a) satirizar a preocupação com o uso e a colocação das 
formas pronominais átonas;
b) ilustrar ludicamente várias possibilidades de 
combinação de formas pronominais;
c) esclarecer pelo exemplo certos fatos da concordância 
de pessoa gramatical;
d) exemplificar a diversidade de tratamentos que é 
comum na fala corrente.
e) valorizar a criatividade na aplicação das regras de 
uso das formas pronominais.
5. Bem cuidado como é, o livro apresenta alguns 
defeitos. Começando com “O livro apresenta alguns 
defeitos”, o sentido da frase não será alterado se continuar 
com:
a) desde que bem cuidado;
b) contanto que bem cuidado;
c) à medida que é bem cuidado;
d) tanto que é bem cuidado;
e) ainda que bem cuidado.
Texto para as questões 6 e 7.
“Eu considerei a glória de um pavão ostentando o 
esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei 
lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não 
existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há 
são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, 
como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
4
LÍNGUA PORTUGUESA
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir 
o máximo de matizes com um mínimo de elementos.
De água e luz ele faz seu esplendor, seu grande mistério 
é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, 
oh minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e 
estremece e delira em mim existem apenas meus olhos 
recebendo a luz do teu olhar. Ele me cobre de glórias e me 
faz magnífico.”
(Rubem Braga, 200 Crônicas Escolhidas)
6. Nas três “considerações” do texto, o cronista preserva, 
como elemento comum, a idéia de que a sensação de 
esplendor:
a) ocorre de maneira súbita, acidental e efêmera;
b) é uma reação mecânica dos nossos sentidos 
estimulados;
c) decorre da predisposição de quem está apaixonado;
d) projeta-se além dos limites físicos do que a motivou;
e) resulta da imaginação com que alguém vê a si 
mesmo.
7. Atente para as seguintes afirmações:
I - O esplendor do pavão e o da obra de arte implicam 
algum grau de ilusão.
II - O ser que ama sente refletir em si mesmo um 
atributo do ser amado.
III - O aparente despojamento da obra de arte oculta os 
recursos complexos de sua elaboração.
De acordo com o que o texto permite deduzir, apenas:
a) as afirmações I e III estão corretas;
b) as afirmações I e II estão corretas;
c) as afirmações II e III estão corretas;
d) a afirmação I está correta;
e) a afirmação II está correta.
Texto para as questões 8 e 9.
“Em nossa última conversa, dizia-me o grande 
amigo que não esperava viver muito tempo, por ser um 
“cardisplicente”.
– O quê?
– Cardisplicente. Aquele que desdenha do próprio 
coração.
Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário.
– “Cardisplicente” não existe, você inventou – triunfei.
– Mas seu eu inventei, como é que não existe? – 
espantou-se o meu amigo.
Semanas depois deixou em saudades fundas 
companheiros, parentes e bem-amadas. Homens de bom 
coração não deveriam ser cardisplicentes.”
8. Conforme sugere o texto, “cardisplicente” é:
a) um jogo fonético curioso, mas arbitrário;
b) palavra técnica constante de dicionários 
especializados;
c) um neologismo desprovido de indícios de significação;
d) uma criação de palavra pelo processo de composição;
e) termo erudito empregado para criar um efeito 
cômico.
9. “– Mas se eu inventei, como é que não existe?”
Segundo se deduz da fala espantada do amigo do 
narrador, a língua, para ele, era um código aberto:
a) ao qual se incorporariam palavras fixadas no uso 
popular;
b) a ser enriquecido pela criação de gírias;
c) pronto para incorporar estrangeirismos;
d) que se amplia graças à tradução de termos científicos;
e) a ser enriquecido com contribuições pessoais.
Texto para as questões 10 e 11.
“A triste verdade é que passei as férias no calçadão do 
Leblon, nos intervalos do novo livro que venho penosamente 
perpetrando. Estou ficando cobra em calçadão, embora deva 
confessar que o meu momento calçadônido mais alegre 
é quando, já no caminho de volta, vislumbro o letreiro do 
hotel que marca a esquina da rua onde finalmente terminarei 
o programa-saúde do dia. Sou, digamos, um caminhante 
resignado. Depois dos 50, a gente fica igual a carro usado, é a 
suspensão, é a embreagem, é o radiador, é o contraplano do 
rolabrequim, é o contrafarto do mesocárdio epidítico, afalta 
da serotorpina folimolecular, é o que mecânicos e médicos 
disseram. Aí, para conseguir ir segurando a barra, vou acatando 
os conselhos. Andar é bom para mim, digo sem muita convicção 
a meus entediados botões, é bom para todos.”
(João Ubaldo Ribeiro, O Estado de S. Paulo, 6/8/95)
10. No período que se inicia em “Depois dos 50...”, o uso 
de termos ( já existentes ou inventados) referentes a áreas 
diversas tem como resultado:
a) um tom de melancolia, pela aproximação entre um 
carro usado e um homem doente;
b) um efeito de ironia, pelo uso paralelo de termos da 
medicina e da mecânica;
c) uma certa confusão no espírito do leitor, devido à 
apresentação de termos novos e desconhecidos;
d) a invenção de uma metalinguagem, pelo uso de 
termos médicos em lugar de expressões corriqueiras;
e) a criação de uma metáfora existencial, pela oposição 
entre o ser humano e objetos.
11. Na frase “Aí, para conseguir ir segurando a barra, vou 
acatando os conselhos...”. Aí será corretamente substituído, 
de acordo com seu sentido no texto, por:
a) Nesse lugar
b) Nesse instante
c) Contudo
d) Em conseqüência
e) Ao contrário
12. A prosopopéia, figura que se observa no verso 
“Sinto o canto da noite na boca do vento”, ocorre em:
a) “A vida é uma ópera e uma grande ópera.”
b) “Ao cabo tão bem chamado, por Camões, de ‘Tormentório’, 
os portugueses apelidaram-no de ‘Boa Esperança’.”
c) “Uma talhada de melancia, com seus alegres caroços.”
d) “Oh! eu quero viver, beber perfumes, Na flor silvestre, 
que embalsama os ares.”
e) “A felicidade é como a pluma...”
5
LÍNGUA PORTUGUESA
13.
Folha: De todos os ditados envolvendo o seu nome, 
qual o que mais lhe agrada?
Satã: O diabo ri por último.
Folha: Riu por último.
Satã: Se é por último, o verbo não pode vir no passado.
(O Inimigo Cósmico, Folha de S. Paulo, 3/9/95)
Rejeitando a correção ao ditado, Satã mostra ter usado 
o presente do indicativo com o mesmo valor que tem em:
a) Romário recebe a bola e chuta. Gooool!
b) D. Pedro, indignado, ergue a espada e dá o brado de 
independência.
c) Todo dia ela fez tudo sempre igual.
d) O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos 
quadrados dos catetos.
e) Uma manhã destas, Jacinto, apareço no 202 para 
almoçar contigo.
14. Reflita sobre o diálogo abaixo:
X – Seu juízo melhorou?
Y – Bom... é o que diz nosso psiquiatra.
Em Y:
(1) Bom não se classifica como adjetivo.
(2) é e diz estão conjugados no mesmo tempo.
(3) o é pronome demonstrativo.
(4) psiquiatra é o núcleo do sujeito.
Somando-se os números à esquerda das declarações 
corretas com referência a Y, o resultado é:
a) 6
b) 7
c) 8
d) 9
e) 10
15. “(...) a gíria desceu o morro e já ganhou rótulo de 
linguagem urbana. A gíria é hoje o segundo idioma do 
brasileiro. Todas as classes sociais a utilizam.”
(Rodrigues, Kanne. Língua Solta. O Povo. Fortaleza, 
30/12/93. Caderno B, p. 6)
Assinale a letra em que não se emprega o fenômeno 
lingüístico tratado no texto.
a) A linguagem tida como padrão, galera, é a das 
classes sociais de maior prestígio econômico e cultural 
b) Gíria não é linguagem só de marginal, como pensam 
alguns indivíduos desinformados.
c) Apesar de efêmera e descartável, a gíria é um barato 
que enriquece o idioma.
d) “A gíria enriquece tanto a linguagem como o poder 
de interação entre as comunidades. Sacou?!”
e) O economista começou a falar em indexação, 
quando rolava um papo super cabeça sobre babados mil.
(Exercícios retirados de http://soldosana.blogspot.com.
br/2012/03/simulado-portugues-iii-20-questoes-com.
html)
Gabarito
01. C
02. B 
03. B
04. A
05. E
06. C
07. D
08. C
09. E
10. B
11. C
12. C
13. E
14. E
15. B
2 RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS 
TEXTUAIS. 
TIPOLOGIA TEXTUAL
Texto, tecelagem ou modo de estruturar as palavras, 
é um artefato usado para a comunicação. Antes de seu 
advento havia apenas a oralidade como ferramenta de 
transmissão e, aqui, o modo mais eficiente de lembrar o 
que deveria ser emitido era a narração em versos, já que era 
mais fácil memorizar através dos ritmos proporcionados.
Com o texto, já não era mais indispensável a presença 
daquele que criava as ideias, pois a textualidade por si só 
já era uma presença material. E, assim, o verso da oralidade 
foi sendo substituído pela linha reta da prosa. Quando a 
escrita foi popularizada, rapidamente foi se diversificando 
o modo de usá-la, através dos gêneros textuais e literários, 
modos externos de se apresentar uma linguagem. Além 
dos gêneros, há uma forma interna de organizar a grafia, 
seja mais livre, impessoal ou argumentativa, e aqui estamos 
falando dos tipos textuais, modos de organização 
interna de um texto. Nesse sentido, frente à variedade 
infinita de gêneros textuais, há apenas cinco tipos de 
textos: a narração, a descrição, a dissertação e a injunção.
1. O texto narrativo
A narrativa é um texto cujo fim é relatar acontecimentos, 
reais ou fictícios, dentro de um espaço e tempo específicos, 
vividos por personagens e estruturado por meio de uma 
voz narrativa.
É através da figura do narrador que os fatos são 
organizados e sua presença é fundamental. Seja num relato 
ficcional ou verídico, no texto narrativo somos apresentados 
aos conflitos e aventuras de seres que representam a 
realidade – as personagens – e geralmente tal tipo de 
texto é marcado por diálogos, fluxos de pensamentos, 
emoções. Diríamos, ainda, que é na narração nossa única 
possibilidade de adentrarmos nos pensamentos de alguém, 
pois pelo enredo apresentado pelo narrador temos acesso 
total ao que as personagens pensam.
6
LÍNGUA PORTUGUESA
A semente da narração está na epopeia clássica, gênero 
em que um aedo – narrador clássico – entretinha multidões 
ao transmitir as aventuras dos grandes heróis. Sua passagem à 
escrita transformou o verso em prosa, entretanto, sua função 
de prender a atenção do leitor/ouvinte é a mesma. Antes do 
cinema e posterior ao teatro, o gênero narrativo contém em 
suas páginas dramas e embates existenciais diversificados 
nos diversos gêneros que o utilizam: narrativa história, conto, 
novela, romance, diários.
1. 1. Elementos estruturais
a) Narrador
Também chamado de foco narrativo, o narrador é a voz 
que relata a história. Temos acesso aos acontecimentos por 
meio do ponto de vista do narrador, que pode se apresentar 
das seguintes formas:
- Narrador Protagonista: aquele que conta a história em 
primeira pessoa, geralmente o relato de sua vida. Aqui assume 
duas funções, a de narrador e a de personagem principal.
Ex.:
Não compreendo o que vi. E nem mesmo sei se vi, já que 
meus olhos terminaram não se diferenciando da coisa vista. 
Só por um inesperado tremor de linhas, só por uma anomalia 
na continuidade ininterrupta de minha civilização, é que por 
um átimo experimentei a vivificadora morte. A fina morte 
que me fez manusear o proibido tecido da vida. É proibido 
dizer o nome da vida. E eu quase o disse. Quase não me pude 
desembaraçar de seu tecido, o que seria a destruição dentro 
de mim de minha época. Talvez o que me tenha acontecido 
seja uma compreensão - e que, para eu ser verdadeira, tenho 
que continuar a não estar à altura dela, tenho que continuar a 
não entendê-la. Toda compreensão súbita se parece muito com 
uma aguda incompreensão.
(LISPECTOR, Clarice. Paixão segundo G.H In. http://
www.carlapor tugues.com.br/site/wp-content/
uploads/2013/04/apaixaosegundogh.pdf)
- Narrador Testemunha: o narrador relata os 
acontecimentos em primeira pessoa, mas não é o 
protagonista, é um personagem secundário que testemunha 
os fatos vividos pelos protagonistas.
Ex.:
Encontramo-nos no dia seguinte, conforme o combinado, 
e fomos ver o apartamento no número 221-B da Baker Street, 
que consistia em dois confortáveis quartos de dormir e uma 
espaçosa sala de estar,alegremente mobiliada e iluminada 
por duas amplas janelas. Ele preenchia tão bem as nossas 
necessidades e seu preço era tão módico, dividido por dois, 
que imediatamente o alugamos e recebemos a chave, Nessa 
mesma tarde mandei vir do hotel as minhas coisas, e na manhã 
seguinte Sherlock chegou com as suas várias caixas e maletas. 
Durante um dia ou dois estivemos ocupados com a arrumação 
dos nossos objetos pessoais. Feito isso, começamos, pouco a 
pouco, a nos adaptar ao nosso novo ambiente.
(DOYLE, Arthur Conan. Um estudo em vermelho.
In.http://www.kbook.com.br/livraria/wp-content/files_mf/
umestudoemvermelho.pdf)
- Narrador Onisciente: considerado o narrador mais 
comum, transmite a história em terceira pessoa e não se 
constitui em personagem no enredo. Sabe de todos os 
fatos e sentimentos vividos pelas personagens, geralmente 
narra a história utilizando tempo passado.
Ex.:
NA PLANÍCIE avermelhada os juazeiros alargavam 
duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o 
dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente 
andavam pouco, mas como haviam repousado bastante 
na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. 
Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem 
dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados 
da catinga rala. Arrastaram-se para lá, devagar, Sinha 
Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o 
baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a 
tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, 
a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho 
e a cachorra Baleia iam atrás. Os juazeiros aproximaram-
se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a 
chorar, sentou-se no chão.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. In. http://www.
lettere.uniroma1.it/sites/default/files/528/GRACILIANO-
RAMOS-Vidas-secas-livro-completo.pdf)
b) Personagem
Do latim persona (máscara teatral), a personagem na 
narrativa é o ser que viverá os acontecimentos organizados 
pela voz do narrador. O encanto da personagem está em 
seu caráter verossimilhante, sua aproximação com a vida, e 
por isso é tão comum nos identificarmos com ela na leitura 
de um texto. Há as personagens que sofrem ao longo da 
história, aquelas que nos fazem repensar sobre questões 
como ética e comportamento, aquelas que cometem os 
crimes os quais condenamos. E, mais, somente na narrativa 
podemos ter acesso a seus pensamentos, já que na vida 
real nunca poderemos, de fato, saber verdadeiramente o 
que o outro pensa.
Devido a sua complexidade, há os seguintes tipos de 
personagens:
- Protagonista: é a personagem mais desenvolvida em 
uma narrativa e sua experiência é o foco a ser apresentado.
- Coadjuvante: personagem secundário, ainda que 
auxilie no desenvolvimento do enredo. Geralmente possui 
complexidade limitada pelo espaço ocupado na narrativa.
- Antagonista: personagem que traz conflito à história, 
opondo-se às ações desenvolvidas pelo protagonista, pois 
possuem objetivos contrário. É o famoso “vilão” da história.
c) Tempo
O tempo é uma categoria essencial na narrativa, pois 
situa as personagens dentro de um espaço temporal 
determinado. Numa narrativa o tempo pode surgir:
- Histórico ou cronológico: baseado no ritmo do 
calendário, esse é o tempo físico e objetivo, cuja função é 
organizar temporalmente as ações das personagens.
7
LÍNGUA PORTUGUESA
Ex.:
Mais um inverno passara e agora chegava a primavera. 
Lúcio acordou tarde demais, percebeu que já devia passar da 
uma da tarde.
- Psicológico ou metafísico: não mantém nenhuma 
relação com o tempo objetivo, centra-se na descrição 
interna das ações, por isso também é considerado tempo 
interior, o dos sentimentos e dos pensamentos.
Ex.:
Impossível não sentir saudade. As lembranças surgem 
desavisadas, sem pedir permissão. Mais uma vez sua imagem 
vem com seu sorriso frouxo, aquele sorriso que não valeria 
um copo d´água. Por mais que eu saiba de tudo o que viera 
depois: as lágrimas, a humilhação, o abandono, ainda sonho 
encontrá-lo no meio da rua e lhe dizer “olá, como vai”.
d) Espaço
É o lugar físico onde as personagens são situadas. Em 
algumas narrativas o espaço é uma categoria privilegiada 
por meio de extensas descrições, que podem ser naturais 
ou artificiais. No período romântico, os romances eram 
iniciados com belíssimas descrições da natureza, já no 
período moderno as cidades com seu caos estrutural 
passaram a ser alvo das lentes dos autores.
e) Enredo
É o próprio desenrolar dos acontecimentos. Divide-se em:
- Apresentação: início da narrativa em que são apresentadas 
as personagens e algumas circunstâncias da história.
- Complicação: quando os fatos apresentados são 
atravessados por algum conflito, foco central da história.
- Clímax: momento da narrativa em que o conflito 
chega a seu momento mais crítico.
- Desfecho: final da narrativa, quando o conflito é 
solucionado.
2. O texto descritivo
Descrição é um texto que tem como foco a apresentação 
das características de uma pessoa, objeto, lugar, em 
situação estática, sem interferência do tempo. Da mesma 
forma que um pintor desenha com tinta as características 
de uma paisagem, o escritor desenha com palavras as 
mesmas características. O objetivo de uma descrição é 
fazer com que o leitor visualize mentalmente o que está 
sendo descrito, como se estivesse frente ao objeto. Veja o 
exemplo extraído de O Guarani, de José de Alencar:
No ano da graça de 1604, o lugar que acabamos de 
descrever estava deserto e inculto; a cidade do Rio de Janeiro 
tinha-se fundado havia menos de meio século, e a civilização 
não tivera tempo de penetrar o interior.
Entretanto, via-se à margem direita do rio uma casa 
larga e espaçosa, construída sobre uma eminência, e 
protegida de todos os lados por uma muralha de rocha 
cortada a pique. A esplanada, sobre que estava assentado o 
edifício, formava um semicírculo irregular que teria quando 
muito cinquenta braças quadradas; do lado do norte havia 
uma espécie de escada de lajedo feita metade pela natureza 
e metade pela arte.
Descendo dois ou três dos largos degraus de pedra da 
escada, encontrava-se uma ponte de madeira solidamente 
construída sobre uma fenda larga e profunda que se abria 
na rocha. Continuando a descer, chegava-se à beira do rio, 
que se curvava em seio gracioso, sombreado pelas grandes 
gameleiras e angelins que cresciam ao longo das margens.
(ALENCAR, José de. O Guarani. In. http://www.
educacional.com.br/classicos/obras/O_guarani.pdf)
Como podemos perceber no exemplo acima, a 
descrição capta as impressões de modo a representar o 
descrito como numa fotografia. O tempo cronológico não 
é importante aqui, pois a descrição sempre trata de um ser 
em um momento congelado do tempo.
Características da descrição:
- Paisagem verbal;
- Presença de substantivos e adjetivos;
- Utilização de enumeração e comparação;
- Verbos flexionados no presente ou no pretérito;
- Advérbios ou locuções adverbiais localizadores;
- Pronomes demonstrativos.
Tipos de descrição:
- Descrição subjetiva: descrição realizada a partir do 
ponto de vista das personagens, através de suas impressões 
subjetivas.
Ex.:
Isabel abriu o armário e, por fim, encarou o vestido 
branco. As pérolas irregulares surgiam agora como olhos 
terríveis a mirar o seu fracasso, o véu, outrora símbolo de 
pureza e castidade, silenciava o grito mudo de uma noiva 
abandonada. Toda essa renda, pensava Isabel, toda a 
humilhação contida em cada bordado.
- Descrição objetiva: descrição realizada de forma mais 
concreta, apresenta maior compromisso com a realidade, 
deixando de lado impressões subjetivas.
Ex.:
Entrou um homem no recinto. Cabelos negros, tez clara, 
nariz afilado, lábios cheios. Um pouco baixo, um pouco 
gordo, tinha a testa proeminente e as orelhas finas.
Importante lembrarque a descrição pode ocorrer 
tanto em textos ficcionais (romances, contos, novelas) 
como também em textos não-ficcionais ( jornais, textos 
científicos, etc…).
3) Texto dissertativo
O texto dissertativo é o texto que pretende descrever 
e analisar, de maneira impessoal e objetiva, um tema 
específico obedecendo à seguinte estrutura: introdução, 
desenvolvimento e introdução. Muito utilizado na esfera 
acadêmica e científica, a dissertação visa um olhar analítico 
sobre qualquer questão e não envolve enredo nem 
personagens como requer uma narrativa. Pelo contrário, a 
maior característica desse tipo de texto é a impessoalidade, 
ou seja, o olhar formal daquele que tece as considerações.
8
LÍNGUA PORTUGUESA
Por exemplo, uma aluna do curso de Biologia decide 
apresentar como trabalho de conclusão de curso uma 
dissertação sobre a reprodução das plantas. Certamente 
não apresentará como resultado final uma narrativa ficcional 
sobre o assunto. Antes, fará leituras e pesquisa, buscará 
evidências concretas, realizará experimentos científicos. E o 
texto ideal para a apresentação dos dados é o dissertativo, 
cuja estrutura – introdução, desenvolvimento e conclusão – 
dará conta de todos os passos do processo. Assim sendo, 
o produto final, desprovido de subjetividade, poderá ser 
creditado como um trabalho objetivo, sem interferências 
pessoais do seu autor.
Da mesma forma, se é pedido a um aluno escrever 
uma dissertação sobre a Revolução Francesa, terá ele de 
obedecer à estrutura exigida pela tipologia textual. Não 
poderá escrever em primeira pessoa do singular, nem 
apresentar considerações subjetivas a respeito do assunto. 
Além do mais, terá de analisar o tema, apresentá-lo ao leitor 
de forma clara, desenvolver aspectos pertinentes e lógicos 
do assunto, inserir problematicidade aos fatos e, por fim, 
concluir sua análise de modo a esclarecer a ideia central 
defendida a cada linha.
Muitas pessoas têm receio sobre esse tipo textual, 
considerado difícil. Entretanto, é importante esclarecer que é 
um dos gêneros de mais fácil aprendizado, uma vez que não 
exige criatividade, somente obediência à estrutura. E por 
que tal estrutura é tão específica? Justamente para unificar 
o modo de realizar análises científicas e formais em uma 
esfera acadêmica.
Estrutura do Texto Dissertativo:
- Introdução: apresentação do tema, que pode ser 
exposto por meio de uma contextualização histórica. É uma 
das partes mais importantes de uma dissertação, pois é o 
momento de gerar interesse no leitor no tocante ao assunto 
tratado. Já que uma dissertação pressupõe problematização 
de um tema, pode-se na introdução adiantar alguns aspectos 
que serão tratados ao longo do desenvolvimento.
Ex.:
A cidade e as serras: entre a natureza e a civilização
Desde a origem do conceito de homem e de civilização, o 
ser humano tenta superar suas limitações físicas em direção à 
produção de utensílios que mantivessem sua sobrevivência. A 
partir da pedra lascada, da descoberta do fogo e da invenção 
da linguagem, o homem vai marcando sua passagem da 
natureza à cultura. Podemos dizer que é um processo que 
marca a própria história da vida. Entretanto, quando se 
supera totalmente os vínculos com a natureza, o que resta? 
Parece ser essa questão que Eça de Queiros tenta responder 
em seu livro póstumo A cidade e as Serras (1901). Afinal, pode 
o homem abandonar totalmente seu estado de natureza? 
Qual o limite do excesso de cultura?
No exemplo citado acima a relação entre natureza e 
cultura na literatura é apresentada enquanto um problema 
na introdução. Esse procedimento é importante para 
destacar a validade do tema tratado, além de sugerir 
questões pertinentes que serão desenvolvidas. Percebe-se 
também a contextualização histórica do problema, o que 
demonstra saber formal sobre o assunto.
- Desenvolvimento: as questões apresentadas 
superficialmente na introdução serão desdobradas no 
desenvolvimento. Esse é momento de demonstrar saber 
histórico e filosófico sobre o tema, sem demonstrar 
subjetividade nas considerações. Um mecanismo 
importante no desenvolvimento de uma dissertação é o 
que se denomina de elementos de coesão, conectivos (tais 
como, entretanto, portanto, contudo, além disso, além do 
mais…) que criam uma relação lógica entre as frases do 
texto. Há várias formas de se estruturar o desenvolvimento, 
mas o mais efetivo é organizá-lo por meio do raciocínio 
lógico – causa e consequência, assim, o autor consegue 
criar uma reflexão objetiva traçando o início do problema 
e sua eventual consequência. Por ser um texto de caráter 
acadêmico, é importante demonstrar saber formal através 
da intertextualidade, menção ou citação de autoridades do 
assunto.
Ex.:
Muitos sociólogos vão em direção ao mito do Prometeu, 
aquele que roubou o fogo da inteligência dos deuses a 
fim de ofertá-lo ao homem e manter sua sobrevivência. 
Aliás, como superar as auguras do clima e da fome sem a 
civilização e suas descobertas? O homem existiria ainda 
sem sua tecnologia? Justamente a primeira parte da história 
ocidental, narrada por José Fernandes, parte desse ponto de 
vista. O narrador a cada página vai descrevendo a admiração 
pelas conquistas da humanidade. Seja no projeto de ler 
uma infinita enciclopédia ou na dependência dos artefatos 
da civilização, o príncipe da Grã-Ventura deposita nesses 
valores sua teoria máxima: Suma Felicidade: Suma Ciência 
X Suma Potência. Pode-se considerar essa personagem um 
perfeito representante de uma linha humanística que busca 
a felicidade através da produção de próteses tecnológicas: só 
possui valor o que está fora do homem.
- Conclusão: momento das considerações finais, 
aqui o autor retoma o tema tratado ao longo do texto e 
deve apresentar uma síntese das ideias apresentadas. 
Importante iniciar a conclusão com uma frase que aponta 
para esse momento (Portanto, Enfim, Em virtude dos fatos 
mencionados, Dado o exposto) a fim de preparar o leitor 
para o encerramento da análise.
Ex.:
Diante das questões tratadas anteriormente, pode-se 
afirmar que A cidade e as serras representa justamente um 
acerto de contas do homem com sua história. Se Prometeu 
realmente roubou o fogo dos deuses para salvar o humano, 
mal sabia ele que o homem usaria essa oferta para destruir 
a si mesmo. A civilização é essencial à manutenção da vida, 
entretanto, sem o diálogo com a natureza a vida se esvai 
em reações automáticas e robóticas frente ao tempo. Deve 
ser por isso que o livro se finda com a modernização das 
serras. Se não podemos nos desligar da cultura, que não 
abandonemos nossa essência elementar: a natureza.
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LÍNGUA PORTUGUESA
O texto dissertativo-argumentativo
Modalidade comum em concursos públicos e 
vestibulares, o texto dissertativo-argumentativo tem como 
característica a estrutura e a impessoalidade da dissertação 
e a defesa do ponto de vista da argumentação. Ou seja, 
a exigência de textos assim classificados é defender uma 
ideia, de maneira impessoal, através de uma estrutura 
caracterizada por uma introdução, um desenvolvimento e 
uma conclusão.
4) O texto injuntivo/instrucional
Injunção significa ordem, instrução. O texto injuntivo tem 
por finalidade, assim, orientar o leitor na concretização de 
uma ação, indicando procedimentos para realizar uma ação, 
tal como a montagem de um objeto ou a receita de um bolo.
A linguagem apresentada nesses textos deve ser 
simples e objetiva. E já que a injunção pressupõe instrução, 
os verbos costumam estar no modo imperativo (faça, abra, 
leia…). Veja um exemplo:
Receita de panqueca
1) Bata todos os ingredientes líquidos e o sal no 
liquidificador.
2) Quando estiver homogêneo, acrescente a farinha aos 
poucos e bata mais.
3) Pegue uma concha da mistura e despeje em uma 
frigideira média em fogo médio. Espalhe virando a frigideirapara que fique uma massa fina.
4) Quando um lado estiver dourado, vire e doure o 
outro. Sirva com qualquer molho e recheio.
(http://gshow.globo.com/receitas-gshow/receita/massa-
de-panqueca-facil-51008c054d3885489100004e.html)
No exemplo acima percebemos os verbos flexionados 
no modo imperativo, apresentando uma linguagem direta e 
simples. Outro exemplo de texto injuntivo muito comum é a 
bula de remédios, cuja função é também orientar seu leitor 
a realizar corretamente o procedimento.
Muitos linguistas diferenciam o texto injuntivo do 
prescritivo, devido o caráter coercitivo do segundo. 
Enquanto os textos injuntivos apenas orientam, tal 
como vemos em bulas e receitas, os textos prescritivos 
asseguram uma obrigação no respeito aos procedimentos 
apresentados, como em editais de concursos e contratos.
GÊNEROS TEXTUAIS
A palavra texto significa tecido, meio pelo qual se 
imprime uma letra e estabelece a comunicação escrita. O 
advento da escrita remonta desde a pré-história, quando os 
homens desenhavam caracteres nas paredes das cavernas, 
no desejo de fazer lembrar algum fato real ou místico. 
Entretanto, foi a partir do século XVI, com a invenção da 
imprensa, por Gutemberg, que a grafia se tornou algo mais 
popular entre os homens, já que com a gráfica era mais fácil 
reproduzir documentos em larga escala.
Devido a sua materialidade na página, o ato de escrever 
foi adquirindo várias modalidades, poderia ser mais poético, 
mais realista, mais ficcional ou informativo. Para tanto, o 
conteúdo do que se quer escrever deve se adequar a um 
gênero textual, uma forma específica de se escrever um 
texto, utilizando uma linguagem correspondente.
Há os gêneros literários, formas ligadas à arte de 
escrever (romance, poesia, conto); tipos textuais, forma com 
um texto se apresenta (narrativo, dissertativo, descritivo) e 
os gêneros textuais, com os mais variados tipos.
CLASSIFICAÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS
1. CARTA PESSOAL
Gênero epistolar utilizado entre indivíduos próximos, 
caracterizado por uma linguagem mais íntima e familiar, 
além de ser originalmente apresentado em manuscrito.
Ex.:
Florianópolis, 17 de julho de 1990
Querida Júlia,
Depois de algum tempo sem te escrever, hoje, nessa 
tarde chuvosa, comprei papel decorado para te fazer um 
agrado. Como você vai, querida? Aqui no sul chove há dias, 
ando sem vontade de acordar cedo e Antônio não se oferece 
para me levar ao trabalho. Estou tão insatisfeita com esse 
relacionamento! Não sei como me livrar dessa.
Daqui a um mês iniciam minhas férias, pensei em te 
visitar no Rio. O que você acha?
Saudade sincera,
Patrícia
2. CARTA COMERCIAL
Gênero epistolar usado no âmbito empresarial, exige 
linguagem formal e impessoal, sem indícios de familiaridade.
Florianópolis, 17 de julho de 1990
Prezada Sra. Júlia Almeida,
Após auditoria nas contas da empresa Detalhe & 
Co.confirma-se os dados apresentados e o agendamento 
para a entrevista fiscal no dia primeiro de agosto de 2017, 
às 14hs.
Lembramos ser necessário o porte de todos os documentos 
originais.
Segue, anexada, a lista de instruções.
Atenciosamente
Patrícia Garcia
Auxiliar de Correspondência
3. MANUAL DE INSTRUÇÕES
Gênero cuja função consiste em apresentar 
procedimentos que auxiliam na utilização de um 
equipamento. Dotado de linguagem clara, muitas vezes 
vem acompanhado de imagens instrutivas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Ex.:
Precauções de Segurança
3.1 Informações importantes de segurança
• Mantenha sempre as crianças e os animais longe do 
fogão, pois durante o uso ele torna-se quente. Cuidados devem 
ser tomados para evitar o contato com as partes quentes do 
fogão. Use luvas térmicas de proteção no manuseio ou na 
retirada de alimentos do forno. • Utilize sempre panelas com 
fundo plano e com os cabos virados para dentro (f g.1).
• Não utilize panelas com fundo curvo (convexo) ou em anel.
• Esquente os alimentos com as embalagens abertas, pois 
nas totalmente fechadas o calor aumenta a pressão interna, 
podendo causar acidentes. Ao sentir cheiro de gás dentro de 
casa, tome as seguintes providências:
1.) Não mexa em interruptores elétricos;
2.) Abra as janelas e as portas, permitindo maior ventilação 
do ambiente;
3.) Feche o regulador de pressão de gás no botijão;
4.) Não acenda qualquer tipo de chama;
5.) Entre em contato com o Serviço Autorizado de Fábrica 
para verificar o problema.
( h t t p : / / w w w . c o l o m b o . c o m . b r /
produtos/228152/228152_1447765103336.pdf)
5. RECEITAS CULINÁRIAS
Conjunto de orientações que auxiliam no processo de 
preparo de um alimento.
Ex.:
Receita de pudim de leite condensado
Ingredientes: 
2 latas de leite condensado
2 latas (leite condensado) de leite
5 ovos
2 xícaras (de chá) de açúcar
2 1/2 xícaras (de chá) de água
1 pedaço de canela em pau
MODO DE PREPARO
1. Coloque os ovos um a um no liquidificador e bata-os 
por 10 minutos. Acrescente o leite condensado e a medida do 
leite e deixe bater por mais 10 minutos.
2. Para fazer a calda coloque o açúcar e a canela em 
pau no caneco de alumínio, leve ao fogo e vá mexendo até 
dourar. Assim que esteja dourado, acrescente as duas xícaras 
e meia de água e deixe ferver até dissolver o açúcar. Vire a 
calda na forma de pudim e em seguida vire o conteúdo do 
liquidificador. Cubra a forma com papel alumínio. Coloque-a 
dentro da forma retangular, que estará preenchida com um 
litro de água. Leve ao forno, em banho maria, á 280 graus por 
uma hora meia. Depois retire o papel alumínio e deixe dourar 
por mais meia hora. Desligue o forno e deixe esfriar, colocando 
em seguida na geladeira. Depois de gelado, desenforme-o 
em um prato grande e sirva-o.
(http://gshow.globo.com/receitas-gshow/receita/pudim-de-
leite-condensado-da-magda-568286414d3885754700003f.html)
6. E-MAIL
Modalidade disponível na internet, o e-mail possibilita 
o envio e o recebimento de mensagens de forma eletrônica. 
A linguagem depende a identidade do receptor e hoje é o 
substituto das cartas pessoais e comerciais.
7. EDITAL
Comunicado oficial por meio do qual são anunciadas 
regras, determinações e avisos a pessoas interessadas ou 
de conhecimento geral.
Ex.:
EDITAL Nº 01 / SCONC, DE 28 DE ABRIL DE 2017
CONCURSO DE ADMISSÃO À ESCOLA PREPARATÓRIA 
DE CADETES DO EXÉRCITO
O Comandante da Escola Preparatória de Cadetes do 
Exército (EsPCEx), devidamente autorizado pelo Comando 
do Exército – por intermédio do Departamento de Educação 
e Cultura do Exército (DECEx) – amparado na Lei nº 9.786, 
de 8 de fevereiro de 1999 – Lei de Ensino no Exército, faz 
saber que estarão abertas, no período de 01 de maio a 20 de 
junho de 2017, as inscrições para o Concurso de Admissão à 
EsPCEx, observadas as seguintes instruções:
CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º. O presente concurso será regido pelas Instruções 
Reguladoras do Concurso de Admissão e da Matrícula na 
EsPCEx (IRCAM/EsPCEx – EB60-IR-15.001 - Port. nº 95/
DECEx, de 26 de abril de 2017) e pela Port. nº 96/DECEx, de 
26 de abril de 2017.
Art. 2º. O concurso destina-se a selecionar candidatos 
para o preenchimento de 400 (quatrocentas) vagas para o 
sexo masculino e 40 (quarenta) vagas para o sexo feminino, 
destinadas à matrícula no curso de Formação e Graduação 
de Oficiais de Carreira da Linha de Ensino Militar Bélico, em 
conformidade com o prescrito no Capítulo VIII deste Edital.
(http://www.espcex.eb.mil.br/downloads/Edital_
CA_2017_Publ_Internet.pdf)
8. CURRICULUM VITAE
Currículo, em português, consiste num histórico 
escolar e profissional em que se apresenta uma síntese das 
qualificações e aptidões de um candidato, além de dados 
pessoais.
9. TEXTO DE OPINIÃO
Gênero dissertativo-argumentativo no qual o autor 
apresenta seu posicionamento crítico frente um tema atual 
ou de interessa da sociedade.11
LÍNGUA PORTUGUESA
Ex.:
Ao comentar as mortes de crianças nos frequentes 
massacres nos Estados Unidos, o presidente Obama foi às 
lágrimas. O homem mais poderoso do mundo revelava 
seu lado sensível e compaixão, provocando admiração e 
solidariedade. Afirmou que “não podemos deixar que esses 
massacres se tornem normais”. Denunciou a chantagem da 
indústria de armas sobre o Congresso, que se recusa a votar 
o controle de armas, mas advertiu que “o povo não será 
mantido refém” da indústria. De fato, 85% da população 
é a favor de que as autoridades chequem os antecedentes 
de quem quer comprar arma. Obama pretende avançar no 
controle, tímido pelos padrões internacionais, através de 
decretos, proibindo a venda de armas de guerra para civis e 
criando bancos de dados sobre os proprietários .
(h t tp : / /www.gazetadopovo .com.br /op in iao/
a r t i g o s / a s - a r m a s - e - o - e r r o - d e - a v a l i a c a o -
e4lzkaye9rc5zo5h7940yglww)
10. RESUMO
Síntese de um acontecimento ou documento com a 
finalidade de apresentar ideias gerais sobre seu sentido. 
Geralmente é finalizado com a apresentação de algumas 
palavras chaves que norteiam o assunto.
Ex.:
RESUMO: Pretende-se neste artigo abordar aspectos 
teóricos que norteiam o Projeto Educação Patrimonial, 
além de apresentar a forma como o mesmo vem sendo 
trabalhado nos últimos seis anos. Em 2010 o mesmo 
recebeu a denominação “Projeto Educação Patrimonial VI: 
Memórias da Rua”, contando com apoio da Diretoria de 
Patrimônio da Secretaria Municipal de Cultura de Londrina-
PR e financiamento do Programa Municipal de Incentivo a 
Cultura – PROMIC. Esta iniciativa vem sendo desenvolvida, 
ininterruptamente, desde 2005, demonstrando o interesse 
público pelo tema, garantindo ações educacionais e culturais 
em conjunto com a população de Londrina. Na sua sexta 
edição, o projeto visa dar continuidade a valorização e 
divulgação do patrimônio histórico-cultural do município 
a partir de ações que venham contribuir para a construção 
de uma consciência voltada para sua preservação. É uma 
proposta que parte das reflexões dos projetos anteriores, 
garantindo a continuidade de algumas ações e a uma 
reavaliação e redirecionamento de outras. Este texto está 
dividido em três partes: na primeira é apresentado alguns 
aspectos conceituais relativos a educação patrimonial. Na 
segunda, tem-se um pequeno histórico do projeto, com sua 
dinâmica e seus resultados e, na terceira, é abordada sua fase 
atual. PALAVRAS-CHAVE: Educação Patrimonial, Patrimônio 
Cultural, PROMIC
(http://web.unifil.br/eventos/psicologia/pdf/resumo-
simples.pdf)
12. RESENHA
Tal como o resumo, a resenha consiste numa 
apresentação breve e sucinta de determinado 
acontecimento ou documento. O que difere do outro 
gênero é que na resenha o autor apresenta também uma 
avaliação crítica do material resumido, de modo a guiar o 
leitor sobre o assunto em questão.
Ex.:
O diabo veste Prada – Por Ana Lucia Santana
Este filme revela de forma genial os bastidores do 
universo fashion, particularmente os mecanismos que regem 
os editoriais de moda. Em O Diabo Veste Prada, inspirado 
na obra de Lauren Weisberger, o enredo gira em torno da 
arrogante Miranda Priestly, alterego da poderosa Anna 
Wintour, editora de moda da Revista Vogue americana.
Na trama, Miranda, interpretada magistralmente por 
Meryl Streep, trabalha na Revista Runway, submetendo e 
humilhando suas funcionárias e todos que, no mundo da 
moda, a temem e se submetem a ela, uma vez que a editora 
parece comandar, de cima de seu trono Prét-à-Porter, os 
destinos de grifes e estilistas, do próprio mercado fashion.
Andrea, vivida por Anne Hathaway, é a jornalista 
recém-formada em busca de uma oportunidade de trabalho. 
Trazendo em sua bagagem inúmeras expectativas e um total 
desconhecimento da esfera da moda, ela vai para Nova York 
e, sem imaginar o que a aguarda, é contratada para atuar 
na Runway.
(http://www.infoescola.com/cinema/o-diabo-veste-
prada/)
13. NOTÍCIA
Gênero textual de cunho jornalístico em que se 
transmite informações e fatos diários a um público de larga 
escala. Por isso a linguagem deve ser objetiva e impessoal, 
destituída de subjetividade.
Ex.:
CIDADE DO PANAMÁ — Dezenas de banhistas em 
uma praia na Flórida, nos Estados Unidos, formaram uma 
corrente humana para resgatar nove pessoas, sendo seis 
de uma mesma família, no último sábado, em uma área 
muito afastada da costa. Aproximadamente 80 pessoas 
contribuíram para o salvamento do grupo.
— Eu honestamente pensei que iria perder minha 
família naquele dia — afirmou Roberta Ursrey ao jornal 
“The Panama City News Herald”. — Eu estava, tipo, “Ah, meu 
Deus, é assim que vou morrer”.
Ela contou que ficou preocupada quando viu os dois 
filhos nadando em uma área muito afastada da praia, já 
gritando por socorro. A mãe, então, entrou na água para 
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LÍNGUA PORTUGUESA
salvá-los, junto com o pai deles, um primo, a avó e mais 
três pessoas que se solidarizaram. No entanto, os nove 
começaram a também pedir socorro, pois, uma vez que 
alcançaram os garotos, não conseguiram mais sair e ficaram 
submersos a 4,5 metros da superfície.
Nesse momento de desespero, as pessoas que estavam 
na praia de Panama City começaram a se mobilizar para 
salvar a família. Com isso, formaram uma corrente humana 
que ia desde a areia até a localidade do grupo à deriva, 
localizado a 100 metros da costa. Uma mulher sofreu um 
infarto e precisou ser hospitalizada. Duas filhas de Roberta 
também estavam na corrente.
Quando a americana Jessica Simmons percebeu que 
havia um grupo se afogando, ela foi em direção a eles com 
o marido e outras pessoas se uniram a eles para formar a 
corrente humana que salvou os nove banhistas.
— Eu automaticamente pensei que eles tivessem visto 
um tubarão — contou Jessica. — Eu corri de volta para a 
areia e meu marido veio ao meu encontro. Foi então que vi 
que alguém estava se afogando.
(https://oglobo.globo.com/sociedade/corrente-
humana-de-80-banhistas-salva-familia-em-praia-na-
florida-21576121)
14. POEMA
Composição em versos, caracterizado pelo trabalho 
aprimorado com a linguagem, notadamente lírico.
Ex.:
Amor é fogo que arde sem se ver – Luís de Camões
Amor é um fogo que arde sem se ver; 
É ferida que dói, e não se sente; 
É um contentamento descontente; 
É dor que desatina sem doer. 
É um não querer mais que bem querer; 
É um andar solitário entre a gente; 
É nunca contentar-se e contente; 
É um cuidar que ganha em se perder; 
É querer estar preso por vontade; 
É servir a quem vence, o vencedor; 
É ter com quem nos mata, lealdade. 
Mas como causar pode seu favor 
Nos corações humanos amizade, 
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
15. FÁBULA
Composição literária curta, cujos personagens são 
geralmente animais com características humanas. Enquanto 
narrativa figurada, a fábula está sempre sustentada por 
uma lição de moral, apresentada ao fim da história.
Ex.:
A Cigarra e a Formiga
Num dia soalheiro de Verão, a Cigarra cantava feliz. 
Enquanto isso, uma Formiga passou por perto. Vinha 
afadigada, carregando penosamente um grão de milho que 
arrastava para o formigueiro. - Por que não ficas aqui a 
conversar um pouco comigo, em vez de te afadigares tanto? 
– Perguntou-lhe a Cigarra. - Preciso de arrecadar comida 
para o Inverno – respondeu-lhe a Formiga. – Aconselho-
te a fazeres o mesmo. - Por que me hei-de preocupar com 
o Inverno? Comida não nos falta... – respondeu a Cigarra, 
olhando em redor. A Formiga não respondeu, continuou o 
seu trabalho e foi-se embora. Quando o Inverno chegou, a 
Cigarra não tinha nada para comer. No entanto, viu que as 
Formigas tinham muita comida porque a tinham guardado 
no Verão. Distribuíam-na diariamente entre si e não tinham 
fome como ela. A Cigarra compreendeu

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