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Assembleia Legislativa do Estado da Bahia ALBA Técnico Legislativo - Agente de Polícia Legislativa (Feminino e Masculino) Edital N° 001 de 26 de Outubro de 2018 OT117-2018 DADOS DA OBRA Título da obra: Assembleia Legislativa do Estado da Bahia - ALBA Cargo: Técnico Legislativo - Agente de Polícia Legislativa (Feminino e Masculino) (Baseado no Edital N° 001 de 26 de Outubro de 2018) • Língua Portuguesa • Legislação Institucional • Noções de Informática • Raciocínio Lógico-Matemático Conhecimentos Específicos • Noções de Direito Constitucional • Noções de Direito Penal e de Direito Processual Penal • Noções de Direito Administrativo Gestão de Conteúdos Emanuela Amaral de Souza Diagramação/ Editoração Eletrônica Elaine Cristina Ana Luiza Cesário Thais Regis Produção Editoral Suelen Domenica Pereira Leandro Filho Capa Joel Ferreira dos Santos APRESENTAÇÃO CURSO ONLINE PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA SUA APROVAÇÃO. A Nova Concursos tem um único propósito: mudar a vida das pessoas. Vamos ajudar você a alcançar o tão desejado cargo público. Nossos livros são elaborados por professores que atuam na área de Concursos Públicos. Assim a matéria é organizada de forma que otimize o tempo do candidato. Afi nal corremos contra o tempo, por isso a preparação é muito importante. Aproveitando, convidamos você para conhecer nossa linha de produtos “Cursos online”, conteúdos preparatórios e por edital, ministrados pelos melhores professores do mercado. Estar à frente é nosso objetivo, sempre. Contamos com índice de aprovação de 87%*. O que nos motiva é a busca da excelência. Aumentar este índice é nossa meta. Acesse www.novaconcursos.com.br e conheça todos os nossos produtos. Oferecemos uma solução completa com foco na sua aprovação, como: apostilas, livros, cursos on- line, questões comentadas e treinamentos com simulados online. Desejamos-lhe muito sucesso nesta nova etapa da sua vida! Obrigado e bons estudos! *Índice de aprovação baseado em ferramentas internas de medição. PASSO 1 Acesse: www.novaconcursos.com.br/passaporte PASSO 2 Digite o código do produto no campo indicado no site. O código encontra-se no verso da capa da apostila. *Utilize sempre os 8 primeiros dígitos. Ex: FV054-18 PASSO 3 Pronto! Você já pode acessar os conteúdos online. SUMÁRIO Língua Portuguesa Leitura, compreensão e interpretação de textos. ........................................................................................................................................ 01 Estruturação do texto e dos parágrafos. ....................................................................................................................................................... 21 Articulação do texto: pronomes e expressões referenciais, nexos, operadores sequenciais. .................................................... 21 Significação contextual de palavras e expressões. .................................................................................................................................... 01 Equivalência e transformação de estruturas. ............................................................................................................................................... 21 Sintaxe: processos de coordenação e subordinação. .............................................................................................................................. 55 Emprego de tempos e modos verbais. .......................................................................................................................................................... 23 Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................69 Estrutura e formação de palavras. ................................................................................................................................................................... 32 Funções das classes de palavras. ...................................................................................................................................................................... 32 Flexão nominal e verbal. ......................................................................................................................................................................................32 Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. ..................................................................................................................... 80 Concordância nominal e verbal. ....................................................................................................................................................................... 72 Regência nominal e verbal. .................................................................................................................................................................................78 Ocorrência de crase. ..............................................................................................................................................................................................78 Ortografia oficial. ....................................................................................................................................................................................................14 Acentuação gráfica. ................................................................................................................................................................................................14 Legislação Institucional Regimento Interno da ALBA (Resolução nº 1.193/1985, de 17.01.1985). ................................................................................................01 Lei nº 6.677/1994, de 26.09.1994 (Estatuto dos Servidores Públicos da Bahia). ...................................................................................24 Lei nº 8.902/2003, de 18.12.2003. ..............................................................................................................................................................................49 Lei nº 8.971/2004, de 05.01.2004. ..............................................................................................................................................................................51 Lei 13.801/2017. .................................................................................................................................................................................................................58 Lei 13.962/2018. .................................................................................................................................................................................................................62 Ato da Mesa Diretora n° 007/2010 de 24/03/2010 ...........................................................................................................................................67 Ato da Mesa Diretora n° 133/2018 ............................................................................................................................................................................77 Noções de Informática 1. Componentes de um computador: hardware e software. .................................................................................................................. 01 2. Arquitetura básica de computadores: unidade central, memória: tipos e tamanhos. ............................................................. 01 3. Periféricos: impressoras, drivers de disco fixo (Winchester), disquete, CD-ROM. .................................................................... 01 4. Uso do teclado, uso do mouse, janelas e seus botões,diretórios e arquivos (uso do Windows Explorer): tipos de arquivos, localização, criação, cópia e remoção de arquivos, cópias de arquivos para outros dispositivos e cópias de segurança, uso da lixeira para remover e recuperar arquivos, uso da ajuda do Windows. ...................................................... 01 5. Uso do Word for Windows: entrando e corrigindo texto, definindo formato de páginas: margens, orientação, numeração, cabeçalho e rodapé definindo estilo do texto: fonte, tamanho, negrito, itálico e sublinhado, impressão de documentos: visualizando a página a ser impressa, uso do corretor ortográfico, criação de textos em colunas, criação de tabelas, criação e inserção de figuras no texto. .................................................................................................................................... 28 Raciocínio Lógico-Matemático Entendimento da estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios. .............. 42 Problemas de raciocínio: deduzir informações de relações arbitrárias entre objetos, lugares, pessoas e/ou eventos fictícios dados. ..........................................................................................................................................................................................................42 Compreensão e análise da lógica de uma situação. ................................................................................................................................. 01 Raciocínio verbal, raciocínio matemático e raciocínio sequencial. ...................................................................................................... 01 Orientação espacial e temporal. ....................................................................................................................................................................... 01 Formação de conceitos e discriminação de elementos. ......................................................................................................................... 01 Diagramas lógicos, tabelas e gráficos. ............................................................................................................................................................ 13 SUMÁRIO Noções de Direito Constitucional Direitos e garantias constitucionais: art. 5º da Constituição; ................................................................................................................. 01 Direitos sociais; cidadania e direitos políticos. ............................................................................................................................................. 01 Normas Constitucionais relativas à Administração Pública e aos servidores públicos. ............................................................... 33 Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança pública; organização da segurança pública. ..................... 47 Ordem social: base e objetivos da ordem social; seguridade social; educação, cultura e desporto; ciência e tecnologia; comunicação social; meio ambiente; família, criança, adolescente e idoso. .................................................................................... 50 Noções de Direito Penal e de Direito Processual Penal Infração penal: elementos, espécies. Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal. ............................................................. 01 Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade. ....................................................................................................................................... 02 Erro de tipo; erro de proibição. .......................................................................................................................................................................... 03 Imputabilidade penal. ............................................................................................................................................................................................05 Concurso de pessoas. ............................................................................................................................................................................................05 Crimes contra a pessoa. ........................................................................................................................................................................................07 Crimes contra o patrimônio. ...............................................................................................................................................................................08 Crimes contra a Administração Pública. ......................................................................................................................................................... 18 Abuso de autoridade (Lei 4.898/65). ................................................................................................................................................................ 19 Tráfico ilícito de drogas (Lei 11.343/2006). .................................................................................................................................................... 24 Estatuto da Criança e do Adolescente. ........................................................................................................................................................... 39 Estatuto do Desarmamento. ................................................................................................................................................................................93 Inquérito Policial, Notitia Criminis. ..................................................................................................................................................................100 Jurisdição e competência. ..................................................................................................................................................................................103 Prisão em flagrante e prisão preventiva. ......................................................................................................................................................105 Da prova: exame de corpo de delito, interrogatório e testemunhas. ...............................................................................................118 Das citações e intimações. .................................................................................................................................................................................124 Do reconhecimento de pessoas e coisas. ....................................................................................................................................................125 Restituição das coisas apreendidas. ...............................................................................................................................................................126 Prisão especial.........................................................................................................................................................................................................127 Atuação do advogado na fase inquisitiva. ...................................................................................................................................................127 Noções de Direito Administrativo Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios. .......01 Organização administrativa da União; administração direta e indireta. ....................................................................................................04 Agentes públicos: espécies e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função públicos; .............13 Regime Jurídico: provimento, vacância,remoção, redistribuição e substituição; direitos e vantagens; regime disciplinar; responsabilidade civil, criminal e administrativa. .................................................................................................................................................14 Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder. .....................................................................................................................................................................................................................................49 Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; ..............................................................................................53 Lei 8.112/90 e suas alterações (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União). .............................................................64 Ética profissional. ................................................................................................................................................................................................................64 LÍNGUA PORTUGUESA 1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. ........................................................................................................ 01 2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. ........................................................................................................................................ 05 3 Domínio da ortografia oficial. ........................................................................................................................................................................ 14 3.1 Emprego das letras. .................................................................................................................................................................................. 14 3.2 Emprego da acentuação gráfica. ......................................................................................................................................................... 14 4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. ......................................................................................................................................... 21 4.1 Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos de sequenciação textual. ...................................................................................................................................................................................... 21 4.2 Emprego/correlação de tempos e modos verbais. ............................................................................................................................ 23 5 Domínio da estrutura morfossintática do período. ............................................................................................................................... 32 5.1 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. .................................................................................... 55 5.2 Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração. .................................................................................... 55 5.3 Emprego dos sinais de pontuação. ..................................................................................................................................................... 69 5.4 Concordância verbal e nominal. .......................................................................................................................................................... 72 5.5 Emprego do sinal indicativo de crase. ............................................................................................................................................... 78 5.6 Colocação dos pronomes átonos. ....................................................................................................................................................... 80 6 Reescritura de frases e parágrafos do texto. ............................................................................................................................................ 89 6.1 Substituição de palavras ou de trechos de texto. ......................................................................................................................... 89 6.2 Retextualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade. ............................................................................................ 89 7 Correspondência oficial. ...................................................................................................................................................................................95 7.1 Adequação da linguagem ao tipo de documento. ...................................................................................................................... 95 7.2 Adequação do formato do texto ao gênero. ................................................................................................................................... 95 1 LÍNGUA PORTUGUESA 1 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS. Leia o texto abaixo de Franz Kafka, O silêncio das sereias: Prova de que até meios insuficientes - infantis mesmo podem servir à salvação: Para se defender da sereias, Ulisses tapou o ouvidos com cera e se fez amarrar ao mastro. Naturalmente - e desde sempre - todos os viajantes poderiam ter feito coisa semelhante, exceto aqueles a quem as sereias já atraíam à distância; mas era sabido no mundo inteiro que isso não podia ajudar em nada. O canto das sereias penetrava tudo e a paixão dos seduzidos teria rebentado mais que cadeias e mastro. Ulisses porém não pensou nisso, embora talvez tivesse ouvido coisas a esse respeito. Confiou plenamente no punhado de cera e no molho de correntes e, com alegria inocente, foi ao encontro das sereias levando seus pequenos recursos. As sereias entretanto têm uma arma ainda mais terrível que o canto: o seu silêncio. Apesar de não ter acontecido isso, é imaginável que alguém tenha escapado ao seu canto; mas do seu silêncio certamente não. Contra o sentimento de ter vencido com as próprias forças e contra a altivez daí resultante - que tudo arrasta consigo - não há na terra o que resista. E de fato, quando Ulisses chegou, as poderosas cantoras não cantaram, seja porque julgavam que só o silêncio poderia conseguir alguma coisa desse adversário, seja porque o ar de felicidade no rosto de Ulisses - que não pensava em outra coisa a não ser em cera e correntes - as fez esquecer de todo e qualquer canto. Ulisses no entanto - se é que se pode exprimir assim - não ouviu o seu silêncio, acreditou que elas cantavam e que só ele estava protegido contra o perigo de escutá-las. Por um instante, viu os movimentos dos pescoços, a respiração funda, os olhos cheios de lágrimas, as bocas semiabertas, mas achou que tudo isso estava relacionado com as árias que soavam inaudíveis em torno dele. Logo, porém, tudo deslizou do seu olhar dirigido para a distância, as sereias literalmente desapareceram diante da sua determinação, e quando ele estava no ponto mais próximo delas, já não as levava em conta. Mas elas - mais belas do que nunca - esticaram o corpo e se contorceram, deixaram o cabelo horripilante voar livre no vento e distenderam as garras sobre os rochedos. Já não queriam seduzir, desejavam apenas capturar, o mais longamente possível, o brilho do grande par de olhos de Ulisses. Se as sereias tivessem consciência, teriam sido então aniquiladas. Mas permaneceram assim e só Ulisses escapou delas. De resto, chegou até nós mais um apêndice. Diz-se que Ulisses era tão astucioso, uma raposa tão ladina, que mesmo a deusa do destinonão conseguia devassar seu íntimo. Talvez ele tivesse realmente percebido - embora isso não possa ser captado pela razão humana - que as sereias haviam silenciado e se opôs a elas e aos deuses usando como escudo o jogo de aparências acima descrito. (KAFKA, Franz. O silêncio das sereias. In. http:// almanaque.folha.uol.com.br/kafka2.htm) O que nos diz Franz Kafka a respeito do silêncio das sereias? Por que o silêncio seria mais mortal do que o seu canto? Ler um texto é muito mais do que decodificar um código, entender seu vocabulário. Isso porque o conjunto de palavras que compõem um texto são organizados de modo a produzir uma mensagem. Há várias formas de se ler um texto. Iniciamos primeiramente pela camada mais superficial, que é justamente o início da “tradução” do vocabulário apresentado. Compreendidas as palavras, ainda nesse primeiro momento, verificamos qual tipo de texto se trata: matéria de jornal, conto, poema. Entretanto, ainda assim não lemos esse conjunto de palavras em sua plenitude, isso porque ler é, antes de mais nada, interpretar. A palavra interpretação significa, literalmente, explicar algo para si e para o outro. E explicar, outra palavra importante numa leitura, consiste em desdobrar algo que estava dobrado. Assim sendo, podemos entender que ler um texto é interpretá-lo, e para tanto se faz necessário desdobrar suas camadas, suas palavras, até fazê-las suas, para assim chegar a uma camada mais profunda do que a inicial – a da mera “tradução” das palavras. Um texto é sempre escrito por alguém. Um autor, quando lança as palavras num papel, faz na intenção de passar uma mensagem específica para o leitor. Muitas vezes temos dificuldades em captar qual a mensagem ele está tentando nos dizer. Entretanto, algo é sempre importante lembrar: textos são feitos de palavras, e todas as ferramentas para se entender o texto estão no próprio texto, no modo como o autor organizou as palavras entre si. Tudo isso pode ser resumido numa simples frase: texto é uma composição estruturada em camadas de sentido. Da mesma forma que para conhecer uma casa é preciso adentrá-la e entender sua estrutura, compreender um texto é decompô-lo, camada a camada, desde o conhecimento da autoria até o sentido final. Isso requer uma atitude ativa do leitor, e não meramente passiva. Você já se perguntou por que em concursos públicos e vestibulares é sempre exigida interpretação textual? Pense. Não basta apenas conhecer as regras gramaticais de uma língua, também é importante entender os sentidos que essa língua pode expressar. Se não conseguimos interpretar um texto, como conseguiremos interpretar o mundo em que vivemos? Assim sendo, ler o texto se faz da mesma forma que se lê o mundo: a partir de suas peculiaridades, ultrapassando a camada mais ingênua da vida e do texto, entendo as entrelinhas da mensagem, ou seja, o que está subentendido. Quando falamos de leitura, falamos antes de níveis de leitura, pois é a partir desse processo que alcançamos uma interpretação efetiva. Vejamos: 1 – Níveis de leitura a) Primeiro Nível – é o mais superficial e consiste em iniciar o aprendizado dos significados das palavras. É o próprio ato de decodificação de uma língua. Nesse nível ainda não é possível realizar a interpretação de um texto, já que não se possui ainda familiaridade com os sentidos de uma palavra. 2 LÍNGUA PORTUGUESA b) Segundo Nível – é o contato mais familiar com um texto, através do conhecimento de qual gênero se trata (notícia, conto, poema), do seu autor e dos benefícios que essa leitura poderia trazer. Imagine você uma livraria. Há vários exemplares para escolher. Então você analisa o título do livro, o autor, lê rapidamente a contracapa e também um trecho do livro. O segundo nível da leitura diz respeito a essa primeira familiarização com um texto. c) Terceiro Nível – é o momento da leitura propriamente dita. O primeiro passo é entender em qual gênero se encontram as palavras. Se forem textos de ficção (como conto, romance) devemos nos atentar às falas e ações das personagens. Caso se trate de uma crônica ou texto de opinião, é importante prestar atenção no vocabulário utilizado pelo autor, pois nestes gêneros as palavras são escolhidas minuciosamente a fim de explicitar um determinado sentido. Quando se tratar de um poema, também é importante analisar o vocabulário do poeta, lembrando-se que na poesia a mensagem sempre diz mais do que parece dizer. No momento de interpretar um texto, geralmente ultrapassamos o terceiro nível da leitura, chegando ao quarto e quinto, quando precisamos reler o material em questão, centrando-se em partes específicas. Frente as perguntas de interpretação, cuidado com as opções muito generalizadoras, estas tentam confundir o leitor, já que representam apenas leituras superficiais do assunto. Por isso mesmo, sempre muita atenção no momento da leitura, para que não caia nas famosas “pegadinhas” dos avaliadores. 2) Ideia central Um texto sempre apresenta uma ideia central e, muitas vezes, na primeira leitura não a captamos. Assim, algumas estratégias são válidas para atingir esse propósito. 1) Qual o gênero textual? 2) O texto poderia ser resumido numa frase, qual? 3) A frase representa a ideia central, qual é essa ideia? 4) Como o autor desenvolve essa ideia ao longo do texto? 5) Quais as palavras mais recorrentes nesse texto? Caso você consiga responder essas perguntas certamente você terá as ferramentas necessárias para interpretar o texto. Utilizemos como exemplo o texto de Franz Kafka citada anteriormente. Leia o texto novamente. Agora responda as questões: 1) Qual o gênero textual? Trata-se de um conto, ou seja, um texto de ficção. 2) O texto poderia ser resumido numa frase, qual? Utilizando as palavras do autor: As sereias entretanto têm uma arma ainda mais terrível que o canto: o seu silêncio 3) A frase representa a ideia centra, qual é essa ideia? O autor parece nos dizer que o silêncio é mais mortal que a própria fala, ou seja, pode ferir mais. 4) Como o autor desenvolve essa ideia ao longo do texto? a) Muitos já escaparam do canto das sereias, nunca do seu silêncio; b) Quando o herói Ulisses passa pelas sereias, elas não cantam, precisam de uma arma maior; c) Ulisses foi mais astuto que as sereias – frente o silêncio mortal que elas lançavam, ele o ignorou, usando a mesma arma do inimigo para enfrentá-lo. 5) Quais as palavras mais recorrentes no texto? Silêncio, canto, sereias, Ulisses, herói, astucioso. Assim sendo, o texto que inicialmente parecia enigmático, após as respostas das perguntas sugeridas, parece mais claro. Ou seja, Franz Kafka se utiliza da ficção para nos dizer que a indiferença é uma arma mais mortal que o próprio enfrentamento. Analisemos agora um poema, um dos mais conhecidos da literatura brasileira, No meio do caminho, de Carlos Drummond de Andrade: No Meio do Caminho – Carlos Drummond de Andrade No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra (ANDRADE, Carlos Drummond de. No meio do caminho. In. http://www.revistabula.com/391-os-dez- melhores-poemas-de-carlos-drummond-de-andrade/) A mensagem parece simples, mas se trata de um poema. Quando precisamos interpretar esse tipo de gênero, é essencial perceber que as palavras dizem mais do que o senso comum, por isso se faz importante interpretá- las com cuidado. Vamos às perguntas sugeridas: 1) Qual o gênero textual? Poema 2) O texto poderia ser resumido numa frase, qual? Tinhauma pedra no meio do caminho 3) A frase representa a ideia central, qual é essa ideia? Pedra no caminho é uma frase de sentido popular que significa dificuldade. O poeta parece usar uma frase banal num poema para indicar que pedra é muito mais do que pedra, é uma dificuldade. 3 LÍNGUA PORTUGUESA 4) Como o autor desenvolve essa ideia ao longo do texto? Através da repetição da frase “tinha uma pedra no meio caminho”. Escrito diversas vezes, soa como uma lição a ser aprendida. 5) Quais as palavras mais recorrentes nesse texto? Pedra, meio, caminho Quando realizamos essas perguntas, paramos para refletir sobre a mensagem do texto em questão. E mais, quando precisamos interpretar um texto, após a leitura inicial, é necessário ler detalhadamente cada parte (seja parágrafo, estrofe) e assim construir passo a passo o “desdobramento” do texto. 3) Dicas importantes para uma interpretação de texto - Faça uma leitura inicial, a fim de se familiarizar com o vocabulário e o conteúdo; - Não interrompa a leitura caso encontre palavras desconhecidas, tente inicialmente fazer uma leitura geral; - Faça uma nova leitura, tentando captar as entrelinhas do texto, ou seja, a intenção do autor ao escrever esse material; - Lembre-se que no texto não estão as suas ideias, e sim as do autor, por isso cuidado para não interpretar segundo o seu ponto de vista; - Nas questões interpretativas, atente para as alternativas generalizadoras, as que apresentam palavras como sempre, nunca, certamente, todo, tudo, geralmente tentem confundir aquele que realiza uma leitura mais superficial; - Das alternativas propostas, haverá uma completamente sem sentido (para captar o leitor mais desatento) e duas mais convincentes. Para escolher a correta, procure no texto indícios que a fundamente. Exercícios 1. De acordo com o ditado popular “invejoso nunca medrou, nem quem perto dele morou”, a) o invejoso nunca teve medo, nem amedronta seus vizinhos; b) enquanto o invejoso prospera, seus vizinhos empobrecem; c) o invejoso não cresce e não permite o crescimento dos vizinhos; d) o temor atinge o invejoso e também seus vizinhos; e) o invejoso não provoca medo em seus vizinhos. 2. Leia e responda: “O destino não é só dramaturgo, é também o seu próprio contra-regra, isto é, designa a entrada dos personagens em cena, dá-lhes as cartas e outros objetos, e executa dentro os sinais correspondentes ao diálogo, uma trovoada, um carro, um tiro.” Assinale a alternativa correta sobre esse fragmento de D. Casmurro, de Machado de Assis: a) é de caráter narrativo; b) é de caráter reflexivo; c) evita-se a linguagem figurada; d) é de caráter descritivo; e) não há metalinguagem. 3. “Tão barato que não conseguimos nem contratar uma holandesa de olhos azuis para este anúncio.” No texto, a orientação semântica introduzida pelo termo nem estabelece uma relação de: a) exclusão; b) negação; c) adição; d) intensidade; e) alternância. Texto para a questão 4. – Ah, não sabe? Não o sabes? Sabes-lo não? – Esquece. – Não. Como “esquece”? Você prefere falar errado? E o certo é “esquece” ou “esqueça”? Ilumine-me. Mo diga. Ensines-lo-me, vamos. – Depende. – Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesses, mas não sabes-o. – Está bem. Está bem. Desculpe. Fale como quiser. (L. F. Veríssimo, Jornal do Brasil, 30/12/94) 4. O texto tem por finalidade: a) satirizar a preocupação com o uso e a colocação das formas pronominais átonas; b) ilustrar ludicamente várias possibilidades de combinação de formas pronominais; c) esclarecer pelo exemplo certos fatos da concordância de pessoa gramatical; d) exemplificar a diversidade de tratamentos que é comum na fala corrente. e) valorizar a criatividade na aplicação das regras de uso das formas pronominais. 5. Bem cuidado como é, o livro apresenta alguns defeitos. Começando com “O livro apresenta alguns defeitos”, o sentido da frase não será alterado se continuar com: a) desde que bem cuidado; b) contanto que bem cuidado; c) à medida que é bem cuidado; d) tanto que é bem cuidado; e) ainda que bem cuidado. Texto para as questões 6 e 7. “Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. 4 LÍNGUA PORTUGUESA Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com um mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor, seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz do teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.” (Rubem Braga, 200 Crônicas Escolhidas) 6. Nas três “considerações” do texto, o cronista preserva, como elemento comum, a idéia de que a sensação de esplendor: a) ocorre de maneira súbita, acidental e efêmera; b) é uma reação mecânica dos nossos sentidos estimulados; c) decorre da predisposição de quem está apaixonado; d) projeta-se além dos limites físicos do que a motivou; e) resulta da imaginação com que alguém vê a si mesmo. 7. Atente para as seguintes afirmações: I - O esplendor do pavão e o da obra de arte implicam algum grau de ilusão. II - O ser que ama sente refletir em si mesmo um atributo do ser amado. III - O aparente despojamento da obra de arte oculta os recursos complexos de sua elaboração. De acordo com o que o texto permite deduzir, apenas: a) as afirmações I e III estão corretas; b) as afirmações I e II estão corretas; c) as afirmações II e III estão corretas; d) a afirmação I está correta; e) a afirmação II está correta. Texto para as questões 8 e 9. “Em nossa última conversa, dizia-me o grande amigo que não esperava viver muito tempo, por ser um “cardisplicente”. – O quê? – Cardisplicente. Aquele que desdenha do próprio coração. Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário. – “Cardisplicente” não existe, você inventou – triunfei. – Mas seu eu inventei, como é que não existe? – espantou-se o meu amigo. Semanas depois deixou em saudades fundas companheiros, parentes e bem-amadas. Homens de bom coração não deveriam ser cardisplicentes.” 8. Conforme sugere o texto, “cardisplicente” é: a) um jogo fonético curioso, mas arbitrário; b) palavra técnica constante de dicionários especializados; c) um neologismo desprovido de indícios de significação; d) uma criação de palavra pelo processo de composição; e) termo erudito empregado para criar um efeito cômico. 9. “– Mas se eu inventei, como é que não existe?” Segundo se deduz da fala espantada do amigo do narrador, a língua, para ele, era um código aberto: a) ao qual se incorporariam palavras fixadas no uso popular; b) a ser enriquecido pela criação de gírias; c) pronto para incorporar estrangeirismos; d) que se amplia graças à tradução de termos científicos; e) a ser enriquecido com contribuições pessoais. Texto para as questões 10 e 11. “A triste verdade é que passei as férias no calçadão do Leblon, nos intervalos do novo livro que venho penosamente perpetrando. Estou ficando cobra em calçadão, embora deva confessar que o meu momento calçadônido mais alegre é quando, já no caminho de volta, vislumbro o letreiro do hotel que marca a esquina da rua onde finalmente terminarei o programa-saúde do dia. Sou, digamos, um caminhante resignado. Depois dos 50, a gente fica igual a carro usado, é a suspensão, é a embreagem, é o radiador, é o contraplano do rolabrequim, é o contrafarto do mesocárdio epidítico, afalta da serotorpina folimolecular, é o que mecânicos e médicos disseram. Aí, para conseguir ir segurando a barra, vou acatando os conselhos. Andar é bom para mim, digo sem muita convicção a meus entediados botões, é bom para todos.” (João Ubaldo Ribeiro, O Estado de S. Paulo, 6/8/95) 10. No período que se inicia em “Depois dos 50...”, o uso de termos ( já existentes ou inventados) referentes a áreas diversas tem como resultado: a) um tom de melancolia, pela aproximação entre um carro usado e um homem doente; b) um efeito de ironia, pelo uso paralelo de termos da medicina e da mecânica; c) uma certa confusão no espírito do leitor, devido à apresentação de termos novos e desconhecidos; d) a invenção de uma metalinguagem, pelo uso de termos médicos em lugar de expressões corriqueiras; e) a criação de uma metáfora existencial, pela oposição entre o ser humano e objetos. 11. Na frase “Aí, para conseguir ir segurando a barra, vou acatando os conselhos...”. Aí será corretamente substituído, de acordo com seu sentido no texto, por: a) Nesse lugar b) Nesse instante c) Contudo d) Em conseqüência e) Ao contrário 12. A prosopopéia, figura que se observa no verso “Sinto o canto da noite na boca do vento”, ocorre em: a) “A vida é uma ópera e uma grande ópera.” b) “Ao cabo tão bem chamado, por Camões, de ‘Tormentório’, os portugueses apelidaram-no de ‘Boa Esperança’.” c) “Uma talhada de melancia, com seus alegres caroços.” d) “Oh! eu quero viver, beber perfumes, Na flor silvestre, que embalsama os ares.” e) “A felicidade é como a pluma...” 5 LÍNGUA PORTUGUESA 13. Folha: De todos os ditados envolvendo o seu nome, qual o que mais lhe agrada? Satã: O diabo ri por último. Folha: Riu por último. Satã: Se é por último, o verbo não pode vir no passado. (O Inimigo Cósmico, Folha de S. Paulo, 3/9/95) Rejeitando a correção ao ditado, Satã mostra ter usado o presente do indicativo com o mesmo valor que tem em: a) Romário recebe a bola e chuta. Gooool! b) D. Pedro, indignado, ergue a espada e dá o brado de independência. c) Todo dia ela fez tudo sempre igual. d) O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos. e) Uma manhã destas, Jacinto, apareço no 202 para almoçar contigo. 14. Reflita sobre o diálogo abaixo: X – Seu juízo melhorou? Y – Bom... é o que diz nosso psiquiatra. Em Y: (1) Bom não se classifica como adjetivo. (2) é e diz estão conjugados no mesmo tempo. (3) o é pronome demonstrativo. (4) psiquiatra é o núcleo do sujeito. Somando-se os números à esquerda das declarações corretas com referência a Y, o resultado é: a) 6 b) 7 c) 8 d) 9 e) 10 15. “(...) a gíria desceu o morro e já ganhou rótulo de linguagem urbana. A gíria é hoje o segundo idioma do brasileiro. Todas as classes sociais a utilizam.” (Rodrigues, Kanne. Língua Solta. O Povo. Fortaleza, 30/12/93. Caderno B, p. 6) Assinale a letra em que não se emprega o fenômeno lingüístico tratado no texto. a) A linguagem tida como padrão, galera, é a das classes sociais de maior prestígio econômico e cultural b) Gíria não é linguagem só de marginal, como pensam alguns indivíduos desinformados. c) Apesar de efêmera e descartável, a gíria é um barato que enriquece o idioma. d) “A gíria enriquece tanto a linguagem como o poder de interação entre as comunidades. Sacou?!” e) O economista começou a falar em indexação, quando rolava um papo super cabeça sobre babados mil. (Exercícios retirados de http://soldosana.blogspot.com. br/2012/03/simulado-portugues-iii-20-questoes-com. html) Gabarito 01. C 02. B 03. B 04. A 05. E 06. C 07. D 08. C 09. E 10. B 11. C 12. C 13. E 14. E 15. B 2 RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS. TIPOLOGIA TEXTUAL Texto, tecelagem ou modo de estruturar as palavras, é um artefato usado para a comunicação. Antes de seu advento havia apenas a oralidade como ferramenta de transmissão e, aqui, o modo mais eficiente de lembrar o que deveria ser emitido era a narração em versos, já que era mais fácil memorizar através dos ritmos proporcionados. Com o texto, já não era mais indispensável a presença daquele que criava as ideias, pois a textualidade por si só já era uma presença material. E, assim, o verso da oralidade foi sendo substituído pela linha reta da prosa. Quando a escrita foi popularizada, rapidamente foi se diversificando o modo de usá-la, através dos gêneros textuais e literários, modos externos de se apresentar uma linguagem. Além dos gêneros, há uma forma interna de organizar a grafia, seja mais livre, impessoal ou argumentativa, e aqui estamos falando dos tipos textuais, modos de organização interna de um texto. Nesse sentido, frente à variedade infinita de gêneros textuais, há apenas cinco tipos de textos: a narração, a descrição, a dissertação e a injunção. 1. O texto narrativo A narrativa é um texto cujo fim é relatar acontecimentos, reais ou fictícios, dentro de um espaço e tempo específicos, vividos por personagens e estruturado por meio de uma voz narrativa. É através da figura do narrador que os fatos são organizados e sua presença é fundamental. Seja num relato ficcional ou verídico, no texto narrativo somos apresentados aos conflitos e aventuras de seres que representam a realidade – as personagens – e geralmente tal tipo de texto é marcado por diálogos, fluxos de pensamentos, emoções. Diríamos, ainda, que é na narração nossa única possibilidade de adentrarmos nos pensamentos de alguém, pois pelo enredo apresentado pelo narrador temos acesso total ao que as personagens pensam. 6 LÍNGUA PORTUGUESA A semente da narração está na epopeia clássica, gênero em que um aedo – narrador clássico – entretinha multidões ao transmitir as aventuras dos grandes heróis. Sua passagem à escrita transformou o verso em prosa, entretanto, sua função de prender a atenção do leitor/ouvinte é a mesma. Antes do cinema e posterior ao teatro, o gênero narrativo contém em suas páginas dramas e embates existenciais diversificados nos diversos gêneros que o utilizam: narrativa história, conto, novela, romance, diários. 1. 1. Elementos estruturais a) Narrador Também chamado de foco narrativo, o narrador é a voz que relata a história. Temos acesso aos acontecimentos por meio do ponto de vista do narrador, que pode se apresentar das seguintes formas: - Narrador Protagonista: aquele que conta a história em primeira pessoa, geralmente o relato de sua vida. Aqui assume duas funções, a de narrador e a de personagem principal. Ex.: Não compreendo o que vi. E nem mesmo sei se vi, já que meus olhos terminaram não se diferenciando da coisa vista. Só por um inesperado tremor de linhas, só por uma anomalia na continuidade ininterrupta de minha civilização, é que por um átimo experimentei a vivificadora morte. A fina morte que me fez manusear o proibido tecido da vida. É proibido dizer o nome da vida. E eu quase o disse. Quase não me pude desembaraçar de seu tecido, o que seria a destruição dentro de mim de minha época. Talvez o que me tenha acontecido seja uma compreensão - e que, para eu ser verdadeira, tenho que continuar a não estar à altura dela, tenho que continuar a não entendê-la. Toda compreensão súbita se parece muito com uma aguda incompreensão. (LISPECTOR, Clarice. Paixão segundo G.H In. http:// www.carlapor tugues.com.br/site/wp-content/ uploads/2013/04/apaixaosegundogh.pdf) - Narrador Testemunha: o narrador relata os acontecimentos em primeira pessoa, mas não é o protagonista, é um personagem secundário que testemunha os fatos vividos pelos protagonistas. Ex.: Encontramo-nos no dia seguinte, conforme o combinado, e fomos ver o apartamento no número 221-B da Baker Street, que consistia em dois confortáveis quartos de dormir e uma espaçosa sala de estar,alegremente mobiliada e iluminada por duas amplas janelas. Ele preenchia tão bem as nossas necessidades e seu preço era tão módico, dividido por dois, que imediatamente o alugamos e recebemos a chave, Nessa mesma tarde mandei vir do hotel as minhas coisas, e na manhã seguinte Sherlock chegou com as suas várias caixas e maletas. Durante um dia ou dois estivemos ocupados com a arrumação dos nossos objetos pessoais. Feito isso, começamos, pouco a pouco, a nos adaptar ao nosso novo ambiente. (DOYLE, Arthur Conan. Um estudo em vermelho. In.http://www.kbook.com.br/livraria/wp-content/files_mf/ umestudoemvermelho.pdf) - Narrador Onisciente: considerado o narrador mais comum, transmite a história em terceira pessoa e não se constitui em personagem no enredo. Sabe de todos os fatos e sentimentos vividos pelas personagens, geralmente narra a história utilizando tempo passado. Ex.: NA PLANÍCIE avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala. Arrastaram-se para lá, devagar, Sinha Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. Os juazeiros aproximaram- se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão. (RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. In. http://www. lettere.uniroma1.it/sites/default/files/528/GRACILIANO- RAMOS-Vidas-secas-livro-completo.pdf) b) Personagem Do latim persona (máscara teatral), a personagem na narrativa é o ser que viverá os acontecimentos organizados pela voz do narrador. O encanto da personagem está em seu caráter verossimilhante, sua aproximação com a vida, e por isso é tão comum nos identificarmos com ela na leitura de um texto. Há as personagens que sofrem ao longo da história, aquelas que nos fazem repensar sobre questões como ética e comportamento, aquelas que cometem os crimes os quais condenamos. E, mais, somente na narrativa podemos ter acesso a seus pensamentos, já que na vida real nunca poderemos, de fato, saber verdadeiramente o que o outro pensa. Devido a sua complexidade, há os seguintes tipos de personagens: - Protagonista: é a personagem mais desenvolvida em uma narrativa e sua experiência é o foco a ser apresentado. - Coadjuvante: personagem secundário, ainda que auxilie no desenvolvimento do enredo. Geralmente possui complexidade limitada pelo espaço ocupado na narrativa. - Antagonista: personagem que traz conflito à história, opondo-se às ações desenvolvidas pelo protagonista, pois possuem objetivos contrário. É o famoso “vilão” da história. c) Tempo O tempo é uma categoria essencial na narrativa, pois situa as personagens dentro de um espaço temporal determinado. Numa narrativa o tempo pode surgir: - Histórico ou cronológico: baseado no ritmo do calendário, esse é o tempo físico e objetivo, cuja função é organizar temporalmente as ações das personagens. 7 LÍNGUA PORTUGUESA Ex.: Mais um inverno passara e agora chegava a primavera. Lúcio acordou tarde demais, percebeu que já devia passar da uma da tarde. - Psicológico ou metafísico: não mantém nenhuma relação com o tempo objetivo, centra-se na descrição interna das ações, por isso também é considerado tempo interior, o dos sentimentos e dos pensamentos. Ex.: Impossível não sentir saudade. As lembranças surgem desavisadas, sem pedir permissão. Mais uma vez sua imagem vem com seu sorriso frouxo, aquele sorriso que não valeria um copo d´água. Por mais que eu saiba de tudo o que viera depois: as lágrimas, a humilhação, o abandono, ainda sonho encontrá-lo no meio da rua e lhe dizer “olá, como vai”. d) Espaço É o lugar físico onde as personagens são situadas. Em algumas narrativas o espaço é uma categoria privilegiada por meio de extensas descrições, que podem ser naturais ou artificiais. No período romântico, os romances eram iniciados com belíssimas descrições da natureza, já no período moderno as cidades com seu caos estrutural passaram a ser alvo das lentes dos autores. e) Enredo É o próprio desenrolar dos acontecimentos. Divide-se em: - Apresentação: início da narrativa em que são apresentadas as personagens e algumas circunstâncias da história. - Complicação: quando os fatos apresentados são atravessados por algum conflito, foco central da história. - Clímax: momento da narrativa em que o conflito chega a seu momento mais crítico. - Desfecho: final da narrativa, quando o conflito é solucionado. 2. O texto descritivo Descrição é um texto que tem como foco a apresentação das características de uma pessoa, objeto, lugar, em situação estática, sem interferência do tempo. Da mesma forma que um pintor desenha com tinta as características de uma paisagem, o escritor desenha com palavras as mesmas características. O objetivo de uma descrição é fazer com que o leitor visualize mentalmente o que está sendo descrito, como se estivesse frente ao objeto. Veja o exemplo extraído de O Guarani, de José de Alencar: No ano da graça de 1604, o lugar que acabamos de descrever estava deserto e inculto; a cidade do Rio de Janeiro tinha-se fundado havia menos de meio século, e a civilização não tivera tempo de penetrar o interior. Entretanto, via-se à margem direita do rio uma casa larga e espaçosa, construída sobre uma eminência, e protegida de todos os lados por uma muralha de rocha cortada a pique. A esplanada, sobre que estava assentado o edifício, formava um semicírculo irregular que teria quando muito cinquenta braças quadradas; do lado do norte havia uma espécie de escada de lajedo feita metade pela natureza e metade pela arte. Descendo dois ou três dos largos degraus de pedra da escada, encontrava-se uma ponte de madeira solidamente construída sobre uma fenda larga e profunda que se abria na rocha. Continuando a descer, chegava-se à beira do rio, que se curvava em seio gracioso, sombreado pelas grandes gameleiras e angelins que cresciam ao longo das margens. (ALENCAR, José de. O Guarani. In. http://www. educacional.com.br/classicos/obras/O_guarani.pdf) Como podemos perceber no exemplo acima, a descrição capta as impressões de modo a representar o descrito como numa fotografia. O tempo cronológico não é importante aqui, pois a descrição sempre trata de um ser em um momento congelado do tempo. Características da descrição: - Paisagem verbal; - Presença de substantivos e adjetivos; - Utilização de enumeração e comparação; - Verbos flexionados no presente ou no pretérito; - Advérbios ou locuções adverbiais localizadores; - Pronomes demonstrativos. Tipos de descrição: - Descrição subjetiva: descrição realizada a partir do ponto de vista das personagens, através de suas impressões subjetivas. Ex.: Isabel abriu o armário e, por fim, encarou o vestido branco. As pérolas irregulares surgiam agora como olhos terríveis a mirar o seu fracasso, o véu, outrora símbolo de pureza e castidade, silenciava o grito mudo de uma noiva abandonada. Toda essa renda, pensava Isabel, toda a humilhação contida em cada bordado. - Descrição objetiva: descrição realizada de forma mais concreta, apresenta maior compromisso com a realidade, deixando de lado impressões subjetivas. Ex.: Entrou um homem no recinto. Cabelos negros, tez clara, nariz afilado, lábios cheios. Um pouco baixo, um pouco gordo, tinha a testa proeminente e as orelhas finas. Importante lembrarque a descrição pode ocorrer tanto em textos ficcionais (romances, contos, novelas) como também em textos não-ficcionais ( jornais, textos científicos, etc…). 3) Texto dissertativo O texto dissertativo é o texto que pretende descrever e analisar, de maneira impessoal e objetiva, um tema específico obedecendo à seguinte estrutura: introdução, desenvolvimento e introdução. Muito utilizado na esfera acadêmica e científica, a dissertação visa um olhar analítico sobre qualquer questão e não envolve enredo nem personagens como requer uma narrativa. Pelo contrário, a maior característica desse tipo de texto é a impessoalidade, ou seja, o olhar formal daquele que tece as considerações. 8 LÍNGUA PORTUGUESA Por exemplo, uma aluna do curso de Biologia decide apresentar como trabalho de conclusão de curso uma dissertação sobre a reprodução das plantas. Certamente não apresentará como resultado final uma narrativa ficcional sobre o assunto. Antes, fará leituras e pesquisa, buscará evidências concretas, realizará experimentos científicos. E o texto ideal para a apresentação dos dados é o dissertativo, cuja estrutura – introdução, desenvolvimento e conclusão – dará conta de todos os passos do processo. Assim sendo, o produto final, desprovido de subjetividade, poderá ser creditado como um trabalho objetivo, sem interferências pessoais do seu autor. Da mesma forma, se é pedido a um aluno escrever uma dissertação sobre a Revolução Francesa, terá ele de obedecer à estrutura exigida pela tipologia textual. Não poderá escrever em primeira pessoa do singular, nem apresentar considerações subjetivas a respeito do assunto. Além do mais, terá de analisar o tema, apresentá-lo ao leitor de forma clara, desenvolver aspectos pertinentes e lógicos do assunto, inserir problematicidade aos fatos e, por fim, concluir sua análise de modo a esclarecer a ideia central defendida a cada linha. Muitas pessoas têm receio sobre esse tipo textual, considerado difícil. Entretanto, é importante esclarecer que é um dos gêneros de mais fácil aprendizado, uma vez que não exige criatividade, somente obediência à estrutura. E por que tal estrutura é tão específica? Justamente para unificar o modo de realizar análises científicas e formais em uma esfera acadêmica. Estrutura do Texto Dissertativo: - Introdução: apresentação do tema, que pode ser exposto por meio de uma contextualização histórica. É uma das partes mais importantes de uma dissertação, pois é o momento de gerar interesse no leitor no tocante ao assunto tratado. Já que uma dissertação pressupõe problematização de um tema, pode-se na introdução adiantar alguns aspectos que serão tratados ao longo do desenvolvimento. Ex.: A cidade e as serras: entre a natureza e a civilização Desde a origem do conceito de homem e de civilização, o ser humano tenta superar suas limitações físicas em direção à produção de utensílios que mantivessem sua sobrevivência. A partir da pedra lascada, da descoberta do fogo e da invenção da linguagem, o homem vai marcando sua passagem da natureza à cultura. Podemos dizer que é um processo que marca a própria história da vida. Entretanto, quando se supera totalmente os vínculos com a natureza, o que resta? Parece ser essa questão que Eça de Queiros tenta responder em seu livro póstumo A cidade e as Serras (1901). Afinal, pode o homem abandonar totalmente seu estado de natureza? Qual o limite do excesso de cultura? No exemplo citado acima a relação entre natureza e cultura na literatura é apresentada enquanto um problema na introdução. Esse procedimento é importante para destacar a validade do tema tratado, além de sugerir questões pertinentes que serão desenvolvidas. Percebe-se também a contextualização histórica do problema, o que demonstra saber formal sobre o assunto. - Desenvolvimento: as questões apresentadas superficialmente na introdução serão desdobradas no desenvolvimento. Esse é momento de demonstrar saber histórico e filosófico sobre o tema, sem demonstrar subjetividade nas considerações. Um mecanismo importante no desenvolvimento de uma dissertação é o que se denomina de elementos de coesão, conectivos (tais como, entretanto, portanto, contudo, além disso, além do mais…) que criam uma relação lógica entre as frases do texto. Há várias formas de se estruturar o desenvolvimento, mas o mais efetivo é organizá-lo por meio do raciocínio lógico – causa e consequência, assim, o autor consegue criar uma reflexão objetiva traçando o início do problema e sua eventual consequência. Por ser um texto de caráter acadêmico, é importante demonstrar saber formal através da intertextualidade, menção ou citação de autoridades do assunto. Ex.: Muitos sociólogos vão em direção ao mito do Prometeu, aquele que roubou o fogo da inteligência dos deuses a fim de ofertá-lo ao homem e manter sua sobrevivência. Aliás, como superar as auguras do clima e da fome sem a civilização e suas descobertas? O homem existiria ainda sem sua tecnologia? Justamente a primeira parte da história ocidental, narrada por José Fernandes, parte desse ponto de vista. O narrador a cada página vai descrevendo a admiração pelas conquistas da humanidade. Seja no projeto de ler uma infinita enciclopédia ou na dependência dos artefatos da civilização, o príncipe da Grã-Ventura deposita nesses valores sua teoria máxima: Suma Felicidade: Suma Ciência X Suma Potência. Pode-se considerar essa personagem um perfeito representante de uma linha humanística que busca a felicidade através da produção de próteses tecnológicas: só possui valor o que está fora do homem. - Conclusão: momento das considerações finais, aqui o autor retoma o tema tratado ao longo do texto e deve apresentar uma síntese das ideias apresentadas. Importante iniciar a conclusão com uma frase que aponta para esse momento (Portanto, Enfim, Em virtude dos fatos mencionados, Dado o exposto) a fim de preparar o leitor para o encerramento da análise. Ex.: Diante das questões tratadas anteriormente, pode-se afirmar que A cidade e as serras representa justamente um acerto de contas do homem com sua história. Se Prometeu realmente roubou o fogo dos deuses para salvar o humano, mal sabia ele que o homem usaria essa oferta para destruir a si mesmo. A civilização é essencial à manutenção da vida, entretanto, sem o diálogo com a natureza a vida se esvai em reações automáticas e robóticas frente ao tempo. Deve ser por isso que o livro se finda com a modernização das serras. Se não podemos nos desligar da cultura, que não abandonemos nossa essência elementar: a natureza. 9 LÍNGUA PORTUGUESA O texto dissertativo-argumentativo Modalidade comum em concursos públicos e vestibulares, o texto dissertativo-argumentativo tem como característica a estrutura e a impessoalidade da dissertação e a defesa do ponto de vista da argumentação. Ou seja, a exigência de textos assim classificados é defender uma ideia, de maneira impessoal, através de uma estrutura caracterizada por uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. 4) O texto injuntivo/instrucional Injunção significa ordem, instrução. O texto injuntivo tem por finalidade, assim, orientar o leitor na concretização de uma ação, indicando procedimentos para realizar uma ação, tal como a montagem de um objeto ou a receita de um bolo. A linguagem apresentada nesses textos deve ser simples e objetiva. E já que a injunção pressupõe instrução, os verbos costumam estar no modo imperativo (faça, abra, leia…). Veja um exemplo: Receita de panqueca 1) Bata todos os ingredientes líquidos e o sal no liquidificador. 2) Quando estiver homogêneo, acrescente a farinha aos poucos e bata mais. 3) Pegue uma concha da mistura e despeje em uma frigideira média em fogo médio. Espalhe virando a frigideirapara que fique uma massa fina. 4) Quando um lado estiver dourado, vire e doure o outro. Sirva com qualquer molho e recheio. (http://gshow.globo.com/receitas-gshow/receita/massa- de-panqueca-facil-51008c054d3885489100004e.html) No exemplo acima percebemos os verbos flexionados no modo imperativo, apresentando uma linguagem direta e simples. Outro exemplo de texto injuntivo muito comum é a bula de remédios, cuja função é também orientar seu leitor a realizar corretamente o procedimento. Muitos linguistas diferenciam o texto injuntivo do prescritivo, devido o caráter coercitivo do segundo. Enquanto os textos injuntivos apenas orientam, tal como vemos em bulas e receitas, os textos prescritivos asseguram uma obrigação no respeito aos procedimentos apresentados, como em editais de concursos e contratos. GÊNEROS TEXTUAIS A palavra texto significa tecido, meio pelo qual se imprime uma letra e estabelece a comunicação escrita. O advento da escrita remonta desde a pré-história, quando os homens desenhavam caracteres nas paredes das cavernas, no desejo de fazer lembrar algum fato real ou místico. Entretanto, foi a partir do século XVI, com a invenção da imprensa, por Gutemberg, que a grafia se tornou algo mais popular entre os homens, já que com a gráfica era mais fácil reproduzir documentos em larga escala. Devido a sua materialidade na página, o ato de escrever foi adquirindo várias modalidades, poderia ser mais poético, mais realista, mais ficcional ou informativo. Para tanto, o conteúdo do que se quer escrever deve se adequar a um gênero textual, uma forma específica de se escrever um texto, utilizando uma linguagem correspondente. Há os gêneros literários, formas ligadas à arte de escrever (romance, poesia, conto); tipos textuais, forma com um texto se apresenta (narrativo, dissertativo, descritivo) e os gêneros textuais, com os mais variados tipos. CLASSIFICAÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS 1. CARTA PESSOAL Gênero epistolar utilizado entre indivíduos próximos, caracterizado por uma linguagem mais íntima e familiar, além de ser originalmente apresentado em manuscrito. Ex.: Florianópolis, 17 de julho de 1990 Querida Júlia, Depois de algum tempo sem te escrever, hoje, nessa tarde chuvosa, comprei papel decorado para te fazer um agrado. Como você vai, querida? Aqui no sul chove há dias, ando sem vontade de acordar cedo e Antônio não se oferece para me levar ao trabalho. Estou tão insatisfeita com esse relacionamento! Não sei como me livrar dessa. Daqui a um mês iniciam minhas férias, pensei em te visitar no Rio. O que você acha? Saudade sincera, Patrícia 2. CARTA COMERCIAL Gênero epistolar usado no âmbito empresarial, exige linguagem formal e impessoal, sem indícios de familiaridade. Florianópolis, 17 de julho de 1990 Prezada Sra. Júlia Almeida, Após auditoria nas contas da empresa Detalhe & Co.confirma-se os dados apresentados e o agendamento para a entrevista fiscal no dia primeiro de agosto de 2017, às 14hs. Lembramos ser necessário o porte de todos os documentos originais. Segue, anexada, a lista de instruções. Atenciosamente Patrícia Garcia Auxiliar de Correspondência 3. MANUAL DE INSTRUÇÕES Gênero cuja função consiste em apresentar procedimentos que auxiliam na utilização de um equipamento. Dotado de linguagem clara, muitas vezes vem acompanhado de imagens instrutivas. 10 LÍNGUA PORTUGUESA Ex.: Precauções de Segurança 3.1 Informações importantes de segurança • Mantenha sempre as crianças e os animais longe do fogão, pois durante o uso ele torna-se quente. Cuidados devem ser tomados para evitar o contato com as partes quentes do fogão. Use luvas térmicas de proteção no manuseio ou na retirada de alimentos do forno. • Utilize sempre panelas com fundo plano e com os cabos virados para dentro (f g.1). • Não utilize panelas com fundo curvo (convexo) ou em anel. • Esquente os alimentos com as embalagens abertas, pois nas totalmente fechadas o calor aumenta a pressão interna, podendo causar acidentes. Ao sentir cheiro de gás dentro de casa, tome as seguintes providências: 1.) Não mexa em interruptores elétricos; 2.) Abra as janelas e as portas, permitindo maior ventilação do ambiente; 3.) Feche o regulador de pressão de gás no botijão; 4.) Não acenda qualquer tipo de chama; 5.) Entre em contato com o Serviço Autorizado de Fábrica para verificar o problema. ( h t t p : / / w w w . c o l o m b o . c o m . b r / produtos/228152/228152_1447765103336.pdf) 5. RECEITAS CULINÁRIAS Conjunto de orientações que auxiliam no processo de preparo de um alimento. Ex.: Receita de pudim de leite condensado Ingredientes: 2 latas de leite condensado 2 latas (leite condensado) de leite 5 ovos 2 xícaras (de chá) de açúcar 2 1/2 xícaras (de chá) de água 1 pedaço de canela em pau MODO DE PREPARO 1. Coloque os ovos um a um no liquidificador e bata-os por 10 minutos. Acrescente o leite condensado e a medida do leite e deixe bater por mais 10 minutos. 2. Para fazer a calda coloque o açúcar e a canela em pau no caneco de alumínio, leve ao fogo e vá mexendo até dourar. Assim que esteja dourado, acrescente as duas xícaras e meia de água e deixe ferver até dissolver o açúcar. Vire a calda na forma de pudim e em seguida vire o conteúdo do liquidificador. Cubra a forma com papel alumínio. Coloque-a dentro da forma retangular, que estará preenchida com um litro de água. Leve ao forno, em banho maria, á 280 graus por uma hora meia. Depois retire o papel alumínio e deixe dourar por mais meia hora. Desligue o forno e deixe esfriar, colocando em seguida na geladeira. Depois de gelado, desenforme-o em um prato grande e sirva-o. (http://gshow.globo.com/receitas-gshow/receita/pudim-de- leite-condensado-da-magda-568286414d3885754700003f.html) 6. E-MAIL Modalidade disponível na internet, o e-mail possibilita o envio e o recebimento de mensagens de forma eletrônica. A linguagem depende a identidade do receptor e hoje é o substituto das cartas pessoais e comerciais. 7. EDITAL Comunicado oficial por meio do qual são anunciadas regras, determinações e avisos a pessoas interessadas ou de conhecimento geral. Ex.: EDITAL Nº 01 / SCONC, DE 28 DE ABRIL DE 2017 CONCURSO DE ADMISSÃO À ESCOLA PREPARATÓRIA DE CADETES DO EXÉRCITO O Comandante da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), devidamente autorizado pelo Comando do Exército – por intermédio do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx) – amparado na Lei nº 9.786, de 8 de fevereiro de 1999 – Lei de Ensino no Exército, faz saber que estarão abertas, no período de 01 de maio a 20 de junho de 2017, as inscrições para o Concurso de Admissão à EsPCEx, observadas as seguintes instruções: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º. O presente concurso será regido pelas Instruções Reguladoras do Concurso de Admissão e da Matrícula na EsPCEx (IRCAM/EsPCEx – EB60-IR-15.001 - Port. nº 95/ DECEx, de 26 de abril de 2017) e pela Port. nº 96/DECEx, de 26 de abril de 2017. Art. 2º. O concurso destina-se a selecionar candidatos para o preenchimento de 400 (quatrocentas) vagas para o sexo masculino e 40 (quarenta) vagas para o sexo feminino, destinadas à matrícula no curso de Formação e Graduação de Oficiais de Carreira da Linha de Ensino Militar Bélico, em conformidade com o prescrito no Capítulo VIII deste Edital. (http://www.espcex.eb.mil.br/downloads/Edital_ CA_2017_Publ_Internet.pdf) 8. CURRICULUM VITAE Currículo, em português, consiste num histórico escolar e profissional em que se apresenta uma síntese das qualificações e aptidões de um candidato, além de dados pessoais. 9. TEXTO DE OPINIÃO Gênero dissertativo-argumentativo no qual o autor apresenta seu posicionamento crítico frente um tema atual ou de interessa da sociedade.11 LÍNGUA PORTUGUESA Ex.: Ao comentar as mortes de crianças nos frequentes massacres nos Estados Unidos, o presidente Obama foi às lágrimas. O homem mais poderoso do mundo revelava seu lado sensível e compaixão, provocando admiração e solidariedade. Afirmou que “não podemos deixar que esses massacres se tornem normais”. Denunciou a chantagem da indústria de armas sobre o Congresso, que se recusa a votar o controle de armas, mas advertiu que “o povo não será mantido refém” da indústria. De fato, 85% da população é a favor de que as autoridades chequem os antecedentes de quem quer comprar arma. Obama pretende avançar no controle, tímido pelos padrões internacionais, através de decretos, proibindo a venda de armas de guerra para civis e criando bancos de dados sobre os proprietários . (h t tp : / /www.gazetadopovo .com.br /op in iao/ a r t i g o s / a s - a r m a s - e - o - e r r o - d e - a v a l i a c a o - e4lzkaye9rc5zo5h7940yglww) 10. RESUMO Síntese de um acontecimento ou documento com a finalidade de apresentar ideias gerais sobre seu sentido. Geralmente é finalizado com a apresentação de algumas palavras chaves que norteiam o assunto. Ex.: RESUMO: Pretende-se neste artigo abordar aspectos teóricos que norteiam o Projeto Educação Patrimonial, além de apresentar a forma como o mesmo vem sendo trabalhado nos últimos seis anos. Em 2010 o mesmo recebeu a denominação “Projeto Educação Patrimonial VI: Memórias da Rua”, contando com apoio da Diretoria de Patrimônio da Secretaria Municipal de Cultura de Londrina- PR e financiamento do Programa Municipal de Incentivo a Cultura – PROMIC. Esta iniciativa vem sendo desenvolvida, ininterruptamente, desde 2005, demonstrando o interesse público pelo tema, garantindo ações educacionais e culturais em conjunto com a população de Londrina. Na sua sexta edição, o projeto visa dar continuidade a valorização e divulgação do patrimônio histórico-cultural do município a partir de ações que venham contribuir para a construção de uma consciência voltada para sua preservação. É uma proposta que parte das reflexões dos projetos anteriores, garantindo a continuidade de algumas ações e a uma reavaliação e redirecionamento de outras. Este texto está dividido em três partes: na primeira é apresentado alguns aspectos conceituais relativos a educação patrimonial. Na segunda, tem-se um pequeno histórico do projeto, com sua dinâmica e seus resultados e, na terceira, é abordada sua fase atual. PALAVRAS-CHAVE: Educação Patrimonial, Patrimônio Cultural, PROMIC (http://web.unifil.br/eventos/psicologia/pdf/resumo- simples.pdf) 12. RESENHA Tal como o resumo, a resenha consiste numa apresentação breve e sucinta de determinado acontecimento ou documento. O que difere do outro gênero é que na resenha o autor apresenta também uma avaliação crítica do material resumido, de modo a guiar o leitor sobre o assunto em questão. Ex.: O diabo veste Prada – Por Ana Lucia Santana Este filme revela de forma genial os bastidores do universo fashion, particularmente os mecanismos que regem os editoriais de moda. Em O Diabo Veste Prada, inspirado na obra de Lauren Weisberger, o enredo gira em torno da arrogante Miranda Priestly, alterego da poderosa Anna Wintour, editora de moda da Revista Vogue americana. Na trama, Miranda, interpretada magistralmente por Meryl Streep, trabalha na Revista Runway, submetendo e humilhando suas funcionárias e todos que, no mundo da moda, a temem e se submetem a ela, uma vez que a editora parece comandar, de cima de seu trono Prét-à-Porter, os destinos de grifes e estilistas, do próprio mercado fashion. Andrea, vivida por Anne Hathaway, é a jornalista recém-formada em busca de uma oportunidade de trabalho. Trazendo em sua bagagem inúmeras expectativas e um total desconhecimento da esfera da moda, ela vai para Nova York e, sem imaginar o que a aguarda, é contratada para atuar na Runway. (http://www.infoescola.com/cinema/o-diabo-veste- prada/) 13. NOTÍCIA Gênero textual de cunho jornalístico em que se transmite informações e fatos diários a um público de larga escala. Por isso a linguagem deve ser objetiva e impessoal, destituída de subjetividade. Ex.: CIDADE DO PANAMÁ — Dezenas de banhistas em uma praia na Flórida, nos Estados Unidos, formaram uma corrente humana para resgatar nove pessoas, sendo seis de uma mesma família, no último sábado, em uma área muito afastada da costa. Aproximadamente 80 pessoas contribuíram para o salvamento do grupo. — Eu honestamente pensei que iria perder minha família naquele dia — afirmou Roberta Ursrey ao jornal “The Panama City News Herald”. — Eu estava, tipo, “Ah, meu Deus, é assim que vou morrer”. Ela contou que ficou preocupada quando viu os dois filhos nadando em uma área muito afastada da praia, já gritando por socorro. A mãe, então, entrou na água para 12 LÍNGUA PORTUGUESA salvá-los, junto com o pai deles, um primo, a avó e mais três pessoas que se solidarizaram. No entanto, os nove começaram a também pedir socorro, pois, uma vez que alcançaram os garotos, não conseguiram mais sair e ficaram submersos a 4,5 metros da superfície. Nesse momento de desespero, as pessoas que estavam na praia de Panama City começaram a se mobilizar para salvar a família. Com isso, formaram uma corrente humana que ia desde a areia até a localidade do grupo à deriva, localizado a 100 metros da costa. Uma mulher sofreu um infarto e precisou ser hospitalizada. Duas filhas de Roberta também estavam na corrente. Quando a americana Jessica Simmons percebeu que havia um grupo se afogando, ela foi em direção a eles com o marido e outras pessoas se uniram a eles para formar a corrente humana que salvou os nove banhistas. — Eu automaticamente pensei que eles tivessem visto um tubarão — contou Jessica. — Eu corri de volta para a areia e meu marido veio ao meu encontro. Foi então que vi que alguém estava se afogando. (https://oglobo.globo.com/sociedade/corrente- humana-de-80-banhistas-salva-familia-em-praia-na- florida-21576121) 14. POEMA Composição em versos, caracterizado pelo trabalho aprimorado com a linguagem, notadamente lírico. Ex.: Amor é fogo que arde sem se ver – Luís de Camões Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se e contente; É um cuidar que ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? 15. FÁBULA Composição literária curta, cujos personagens são geralmente animais com características humanas. Enquanto narrativa figurada, a fábula está sempre sustentada por uma lição de moral, apresentada ao fim da história. Ex.: A Cigarra e a Formiga Num dia soalheiro de Verão, a Cigarra cantava feliz. Enquanto isso, uma Formiga passou por perto. Vinha afadigada, carregando penosamente um grão de milho que arrastava para o formigueiro. - Por que não ficas aqui a conversar um pouco comigo, em vez de te afadigares tanto? – Perguntou-lhe a Cigarra. - Preciso de arrecadar comida para o Inverno – respondeu-lhe a Formiga. – Aconselho- te a fazeres o mesmo. - Por que me hei-de preocupar com o Inverno? Comida não nos falta... – respondeu a Cigarra, olhando em redor. A Formiga não respondeu, continuou o seu trabalho e foi-se embora. Quando o Inverno chegou, a Cigarra não tinha nada para comer. No entanto, viu que as Formigas tinham muita comida porque a tinham guardado no Verão. Distribuíam-na diariamente entre si e não tinham fome como ela. A Cigarra compreendeu
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