AULA 6 - tentativa, desistência voluntária, arrependimento eficaz, arrependimento posterior

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AULA 6:
CONSUMAÇÃO = ART. 14, CP. PARA O AGENTE CHEGAR À CONSUMAÇÃO DO CRIME DEVE SER PERCORRIDO UM CAMINHO = ITER CRIMINIS.
	ITER CRIMINIS: 4 ETAPAS
		A) COGITAÇÃO: AGENTE IDEALIZA O CRIME, IMAGINA O CRIME. EVIDENTEMENTE QUE ISSO NÃO CARACTERIZA QUALQUER DELITO
		B) ATOS PREPARATÓRIOS: VIA DE REGRA NÃO SÃO PUNÍVEIS. NÃO CONSTITUI CRIME.
			EXCEÇÕES (ATO PREPARATÓRIO PREVISTOS AUTONOMAMENTE COMO CRIME): 
Associação Criminosa
Art. 288, CP.  Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes (SÓ O FATO DE SE ASSOCIAR JÁ É CRIME, NEM PRECISA DE FATO COMETER OS CRIMES.
Petrechos para falsificação de moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda (SÓ O FATO DE POSSUIR MAQUINÁRIO DESTINADO À FALSIFICAÇÃO JÁ CARACTERIZA, AINDA QUE NÃO FABRIQUE AS MOEDAS FALSAS)
LEI Nº 13.260, DE 16 DE MARÇO DE 2016. Art. 5o  Realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco de consumar tal delito:
		C) INÍCIO DA EXECUÇÃO DO DELITO. JÁ HÁ CRIME, PELO MENOS NA MODALIDADE TENTATADA. AGENTE PRATICA QUALQUER AÇÃO DESCRITA NO NUCLEO DO TIPO.
		D) CONSUMAÇÃO. Art. 14 - Diz-se o crime:  I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal.
TENTATIVA: ART. 14, II, CP. Tentativa: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
	TENTATIVA = AGENTE DEU INÍCIO À EXECUÇÃO DO DELITO (SAI DOS ATOS PREPARATÓRIOS E INICIA A EXECUÇÃO) E NÃO OCORREU A CONSUMAÇÃO POR CIRCUNSTÂNCIAS ALHEIAS À VONTADE DO AGENTE. O AGENTE QUER O RESULTADO MAS NÃO CONSEGUE.
QUAL O EFEITO DA TENTATIVA? CAUSA DE DIMINUIÇÃO DA PENA. 1 A 2/3.  Pena de tentativa:  Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
		QUANTO MAIS DISTANTE DA CONSUMAÇÃO, MAIOR A REDUÇÃO DA PENA PELA TENTATIVA.
A ESMAGADORA MAIORIA DOS CRIMES ADMITEM A TENTATIVA. ALGUMAS INFRAÇÕES PENAIS NÃO ADMITEM A TENTATIVA OU ELA NÃO FERA PUNÍVEL.
	CRIME CULPOSO (RESULTADO É INVOLUNTÁRIO – IMPRUDENCIA, NEGLIGÊNCIA, IMPERÍCIA) NÃO ADMITE TENTATIVA. NA TENTATIVA O SUJEITO QUER O RESULTADO, MAS NÃO CONSEGUE. POR ISSO O CRIME CULPOSO NÃO ADMITE TENTATIVA.
		ESTOU DIRIGINDO DE FORMA IMPRUDENTE E, POR CIMA, ATROPELO ALGUÉM QUE NÃO MORRE. RESPONDO POR LESÃO CORPORAL CULPOSA CONSUMADA E NÃO TENTATIVA DE HOMICÍDIO CULPOSO.
NA CONTRAVENÇÃO PENAL, A TENTATIVA NÃO É PUNÍVEL. ART. 4º, DECRETO LEI 3688/41. Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.
CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS NÃO ADMITEM TENTATIVA = OU VOCÊ DEIXA DE PRESTAR A ASSISTÊNCIA A ALGUEM FERIDO E CONSUMA O CRIME OU VOCÊ PRESTA A ASSISTÊNCIA. NÃO HÁ COMO FRACIONAR.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA É DIFERENTE DE ARREPENDIMENTO EFICAZ: AMBOS ART. 15, CP: AGENTE DA INÍCIO À EXECUÇÃO DO DELITO MAS NÃO HÁ CONSUMAÇAO POR VONTADE PRÓPRIA. OCORREM ANTES DO RESULTADO, DA CONSUMAÇÃO DO DELITO.
	DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA: INICIA A EXECUÇÃO DO DELITO E INTERROMPE OS ATOS EXECUTÓRIOS, OU SEJA, NÃO ESGOTA A SUA POTENCIALIDADE LESIVA. PODE SEGUIR EM DIANTE MAS CESSA OS ATOS EXECUTÓRIOS.
	ARREPENDIMENTO EFICAZ: O SUJEITO ESGOTA A SUA POTENCIALIDADE LESIVA, OS ATOS EXECUTÓRIOS. FAZ TUDO QUE ESTÁ A SEU ALCANCE PARA A CONSUMAÇAO DO DELITO, MAS ANTES DA PRODUÇÃO DO RESULTADO (CONSUMAÇÃO), O AGENTE IMPEDE O RESULTADO (POSTURA ATIVA)
AINDA QUE A DESISTÊNCIA TENHA SIDO INCENTIVADA POR OUTRA PESSOA E O AGENTE DESISTE, A DESISTÊNCIA É VOLUNTÁRIA. O MESMO VALE PARA O ARREPENDIMENTO EFICAZ.
 Art. 15, CP: - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
E QUAIS AS CONSEQUENCIAS DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA/ARREPENDIMENTO EFICAZ, EM QUE A CONSUMAÇÃO NÃO OCORR POR VONTADE PROPRIA? EFEITO = RESPONDE PELO ATOS JÁ PRATICADOS, E NÃO PELA TENTATIVA, SE OS ATOS PRATICADOS FOREM TÍPICOS.
	E SE O RESULTADO É PRODUZIDO, OU SEJA, SE CONSUMA = RESPONDE PELO CRIME CONSUMADO, MAS O JUIZ PODE UTILIZAR ISSO COMO ATENUANTE (TENTEI DIMINUIR AS CONSEQUENCIAS).
	ARREPENDIMENTO EFICAZ/DESISTENCIA VOLUNTÁRIA EXCLUI A POSSIBILIDADE DA MODALIDADE TENTADA
ARREPENDIMENTO POSTERIOR (ART. 16, CP):  Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
	OCORRE O ARREPENDIMENTO POSTERIOR APÓS A CONSUMAÇAO DO DELITO. SÓ PARA CRIMES PRATICADOS SEM VIOLENCIA OU GRAVE AMEAÇA À PESSOA. O AGENTE TEM QUE EXTERIOZAR O ARREPENDIMENTO = REPARAÇÃO DO DANO OU RESTITUIÇÃO DA COISA. E ISSO DEVE SER OBSERVADO ATÉ O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA.
	ARREPENDIMENTO POSTERIOR É CAUSA DE DIMINUIÇÃO DA PENA DE 1 A 2/3.
	A REPARAÇÃO DO DANO/RESTITUIÇÃO DA COISA, EM DETERMINADOS CRIMES, PODE ATÉ MESMO EXTINGUIR A PUNIBILIDADE DO AGENTE. EX: PECULATO CULPOSO (ART. 312, §3), SUMULA 554, STF.
 Peculato culposo
        § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
        § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
ART. 171 - Fraude no pagamento por meio de cheque
        VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
Súmula 554
O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.
	E SE O PAGAMENTO FOR ANTES DO RECEBIMENTO DA DENUNCIA? EXTINGUE A PUNIBILIDADE!
CRIME IMPOSSÍVEL: ART. 17, CP:  Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. (FATO ATÍPICO = NÃO CONSTITUI CRIME)
	INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO = MEIO UTILIZADO PELO AGENTE É ABSOLUTAMENTE INEFICAZ. EX: QUERER MATAR POR ENVENENAMENTO DANDO SUBSTANCIA QUE NÃO TEM EFEITO NO ORGANISMO.
	IMPROPRIEDADE ABSOLUTA DO OBJETO: CONDUTA DO SUJEITO VAI RECAIR COISA OU PESSOA IMPROPRIA À CONSUMAÇÃO DO DELITO. EX: QUERER MATAR ALGUÉM JÁ MORTO.