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Idealismo - Slides de Aula - Unidade III

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Unidade III 
IDEALISMO
Prof. Renato Bulcão
Kant
 O pensamento de Emanuel Kant é um marco na filosofia 
moderna, sobretudo na teoria do conhecimento. 
 Emanuel Kant nasceu em 1724, em Koenigsberg, 
na Alemanha, onde viveu a maior parte dos seus 
80 anos. 
 Foi o ideólogo da burguesia alemã progressista do século 18. 
Ele procurou conciliar o idealismo e o materialismo, assim 
como a ciência e a religião.
Kant
 O desenvolvimento da filosofia de Kant é dividido 
em dois períodos: o período “pré-crítico” e o período 
chamado “crítico”. 
 Nos dois, Kant tentou conciliar o materialismo e a ciência 
com o idealismo e a religião. 
 No primeiro período de sua atividade filosófica, Kant 
dedicou-se às ciências naturais. 
 Neste período assume uma posição materialista 
em sua filosofia. 
 No segundo período, Kant desenvolveu a teoria do 
conhecimento e foi então que começou a predominar 
a base idealista em sua filosofia.
Kant
 Kant sugeriu que o sistema solar nasceu por via natural, como 
consequência da rotação de uma nebulosa primitiva caótica. 
 Por isso continua se desenvolvendo e no futuro vai acabar. 
 Não havia nenhum impulso divino à força motriz desse 
processo, mas a ação recíproca de forças opostas, através 
de movimentos de atração e repulsão. 
 Para Kant, qualquer matéria seria a unidade dessas forças. 
Kant
 Foram essas ideias que abriram a primeira brecha na 
concepção metafísica do mundo dos séculos 18 e 19. 
 A histórica crença de que a natureza não tem nenhuma 
história no tempo foi questionada pela primeira vez por Kant.
 Para ele, a Terra e todo o sistema solar são coisas situadas 
no tempo e sujeitas à evolução.
 Kant procurava conciliar suas conclusões materialistas 
com as exigências da religião. 
 Assim, a ordem e as leis que regem o universo seriam, 
segundo Kant, a demonstração da existência de Deus.
Kant
 Kant passou da filosofia naturalista para a teoria 
do conhecimento. 
 Pensava que para entender o problema do conhecimento do 
mundo era preciso investigar a própria faculdade que temos 
de conhecer.
 Logo de início ele percebeu que não era possível aceitar a 
separação metafísica entre o processo do conhecimento 
e a coisa que está sendo pesquisada. 
 A crítica de Kant à metafísica e à lógica formal pressupunha 
sua adaptação a novas condições. 
 Essa adaptação foi chamada por ele de sistema 
do idealismo transcendental.
Kant
 Assim como em Platão e em Leibniz, Kant distingue os 
conhecimentos que são adquiridos pela experiência 
daqueles que não dependem da experiência. 
 Os que precisam da experiência são os conhecimentos 
“a posteriori” e os que independem dela são os 
conhecimentos “a priori”. 
 O conhecimento começa na experiência. 
 No mundo objetivo, Kant acreditava que uma “coisa em si” 
(noumenon), mesmo que pudesse existir, não poderia ser 
conhecida pelo ser humano. 
 Para ele, nosso conhecimento limita-se a perceber 
os fenômenos.
Kant
 Mas a experiência nos confere o conhecimento 
de fenômenos singulares. 
 Por isso, a experiência não poderia nos trazer o conhecimento 
universal e necessário que constitui a base de toda a ciência. 
 O mundo dos fenômenos seria caótico em si mesmo. 
 Para Kant é necessário que a nossa consciência estabeleça 
as leis e a relação universal e necessária para organizar 
o caos dos fenômenos. 
 Para isso seriam necessárias também leis universais, 
pensadas com a razão e, portanto, apriorísticas.
Kant
 Isso seria independente da experiência e construiria 
as categorias. 
 Por este motivo não seria o nosso conhecimento que deveria 
se adaptar aos objetos, mas ao contrário, são os objetos que 
têm de se acomodar ao nosso entendimento.
 O apriorismo de Kant é a base de sua filosofia idealista. 
 Para ele, a capacidade de introduzir a universalidade e a 
necessidade no caos do mundo dos fenômenos demonstra 
sua separação da experiência concreta. 
Kant
 Para demonstrar esta possibilidade do apriorismo ele 
sugere a existência dos chamados juízos sintéticos. 
 São julgamentos que ampliam e enriquecem 
nossos conhecimentos. 
 Eles nos são fornecidos pela razão como princípios a priori.
 Kant via a matemática pura como um modelo deste apriorismo 
livre de toda a experiência sensível. 
Kant
 Na “Crítica da Razão Pura”, Kant afirmou que a experiência 
fornece o conteúdo ao conhecimento. 
 Este conteúdo se compõe das percepções sensíveis que 
temos quando temos acesso às “coisas em si” através 
dos nossos órgãos dos sentidos. 
 Para ele, só o entendimento seria capaz de estabelecer 
uma relação de causa para conferir alguma unidade aos 
fenômenos da natureza. 
 “O entendimento não extrai suas leis da natureza, mas ao 
contrário, as prescreve”, escreve Kant. 
 Assim se manifesta de forma clara o idealismo subjetivo 
de seu sistema filosófico.
Interatividade
Quando Kant promoveu uma adaptação na sua forma de pensar, 
chamou isto de sistema do idealismo transcendental.
A qual adaptação ele se refere? 
a) Fazer experiências para conferir o conhecimento 
de fenômenos universais. 
b) Fazer leis para fenômenos singulares.
c) Que a ideia das coisas é mais importante do que elas.
d) É necessário que a nossa consciência estabeleça 
as leis e a relação universal e necessária para organizar 
o caos dos fenômenos. 
e) Fazer leis universais, pensadas com a razão 
a partir da experiência.
Kant
 Segundo Kant, para se conhecer uma coisa seriam 
necessárias a sensibilidade, o entendimento e a razão. 
 Por isso, o livro “Crítica da Razão Pura” é dividido em três 
partes principais: a estética transcendental, a analítica 
transcendental e a dialética transcendental.
 A estética transcendental discorre sobre a teoria 
do espaço e do tempo. 
 Para Kant, espaço e tempo só existem na consciência 
do observador. 
 São formas apriorísticas da sensibilidade 
e de toda a intuição visível. 
Kant
 Nossa consciência introduz a ordem no caos das sensações, 
unindo-as em um todo íntegro, utilizando como instrumentos 
as formas a priori que conhecemos de espaço e tempo.
 A analítica transcendental trata da teoria das categorias 
apriorísticas do entendimento. 
 Para Kant era necessário que o entendimento se relacionasse 
com os dados sensíveis. 
 As percepções sensíveis, independentes do entendimento, 
não conseguem conhecer nada. 
 A ação do entendimento é que unifica e põe ordem no 
conteúdo caótico que se percebe com a experiência 
dos sentidos. 
Kant
 Só o entendimento conseguiria ordenar os fenômenos da 
natureza e introduzir neles a unidade e as leis que os regem.
 Assim, Kant organizou uma tabela com 12 categorias 
que estabelecem na natureza as leis que as regem. 
 As principais são as categorias de quantidade, 
qualidade relação e modalidade. Cada uma delas 
tem três outras subcategorias.
 Kant afirmava que essas categorias são apenas 
condições de nossa consciência. 
Kant
 Quando percebemos que um fenômeno aparece como causa 
e outro como efeito, isso não é assim no mundo real.
 Nós entendemos desta forma através da nossa consciência 
porque usamos a categoria causalidade para estabelecer essa 
relação entre os dois fenômenos.
 Mas Kant queria encontrar as leis do entendimento, que 
seriam simultaneamente leis da natureza e, portanto, 
deveriam exibir alguma constância e estabilidade. 
 Além disso, elas precisavam ser válidas para todos os seres 
humanos, passados ou presentes. 
 Para isso, Kant inventou em seu sistema o conceito 
da consciência idêntica, única, sempre igual a si 
mesma e individual. 
Kant
 Essa consciência hipotética ele chamou deunidade 
transcendental da percepção. 
 Para ele, a unidade transcendental da percepção confirmaria 
a identidade do “Eu”, da consciência individual. 
 Também serviria como uma suposta garantia 
da universalidade do conhecimento.
 Além disso, Kant estabeleceu metafisicamente uma diferença 
entre o entendimento e a “razão pura”. 
 O entendimento referia-se diretamente 
às representações visíveis. 
Kant
 Já a razão unificaria as diversas formas do entendimento 
em princípios gerais. 
 A razão alcançaria a unidade na experiência de tudo 
o que se pode conhecer.
 Com isso ela seria capaz de alcançar o mundo das 
“coisas em si”. 
 Mas a tentativa constante da razão para julgar as 
coisas em si que são para ela incognoscíveis, 
a conduz à contradição, à antinomia e à ilusão. 
 Kant chamou estas ilusões de dialéticas. 
Concebeu então quatro antinomias da “razão pura”:
Kant – As antinomias, as primeiras 
contradições dialéticas
 “O mundo tem um princípio no tempo e é limitado no espaço; 
O mundo não tem princípio no tempo e é infinito no espaço.”
 “Só existe o simples e o que está composto do simples; 
no mundo não há nada simples.”
 “Existe não só a causalidade de acordo com a lei da natureza, 
mas também a liberdade; Não existe nenhuma liberdade; tudo 
se realiza de acordo com a lei da natureza.”
 “Existe irrecorrivelmente um ser necessário, ou seja, Deus, 
como causa do mundo; Não existe nenhum ser 
absolutamente necessário como causa do mundo.” 
Kant
 Essa teoria abre um novo caminho para a possibilidade do 
conhecer, contrapondo-se ao realismo reinante em sua época.
 Com a razão como guia, o ser humano teria a capacidade 
de seguir seus próprios pensamentos. 
 Mas quando Kant traz o sujeito para o centro de seu sistema, 
não volta ao subjetivismo ou ao relativismo. 
 A Crítica da Razão Pura nos leva a valorizar a capacidade 
que nossa razão tem, sem deixar de lado a experiência 
e o objeto do conhecimento. 
Kant
 Para o idealismo subjetivo, toda realidade eram conteúdos 
da consciência. 
 Já o idealismo objetivo tinha como princípio que a 
consciência objetiva da ciência transcendia, ou seja, 
estava além do indivíduo. Para o idealismo objetivo 
é a ideia o que se conhece apenas como objeto direto 
e imediato do conhecimento. 
 O único problema que poderíamos compreender consistiria 
em saber se o que existe fora do sujeito que conhece está de 
acordo com a ideia que fazemos dele. 
Kant
 O sujeito transcendental de Kant é aquele que tem a 
possibilidade de conhecer, ou seja, é uma pessoa capaz 
de alcançar o entendimento das coisas. 
 É através de sua mente consciente que ele é capaz de 
encontrar as regras para entender como os objetos 
podem ser conhecidos. 
 Não adianta tentar pensar estas regras a partir do mundo 
exterior, pois o sentido das coisas precisa ser organizado. 
 Esta organização não nasce da forma que os sentidos 
apreendem a realidade, mas na forma que pensamos 
a respeito dos fenômenos. 
Interatividade
Para Kant, só o entendimento conseguiria ordenar os 
fenômenos da natureza e introduzir neles a unidade 
e as leis que os regem.
a) Esse entendimento seria sobre as coisas em si.
b) Esse entendimento seria sobre os fenômenos da natureza. 
c) Esse entendimento seria a razão crítica.
d) Esse entendimento não faria parte da consciência.
e) Esse entendimento seria uma série de leis.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 Georg Wilhelm Friedrich Hegel nasceu em 1770 em Stuttgart. 
 Trabalhou por quase dez anos como professor na 
Universidade de Tübingen. Em 1801 mudou-se para 
Jena, onde conheceu Goethe e Schiller. 
 A filosofia de Hegel é o ápice e o fim do idealismo alemão.
 Precedido por importantes filósofos dos quais foi 
contemporâneo, como Schelling e Fichte.
 Sua filosofia dialoga com a deles e especialmente com 
a filosofia de Kant, indiscutivelmente a maior figura 
da cena filosófica alemã. 
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 Como todo idealismo, está inserido na corrente platônica 
de pensamento. 
 Seu sistema refere-se às ideias e não ao concreto. 
 Contudo, em sua obra há uma concretude manifesta 
que dialoga com as ideias. 
 O caminho de Hegel para construir o sistema conhecido hoje 
em dia como o “Idealismo Absoluto” começou com reflexões 
acerca dos espíritos. 
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 E o primeiro conceito importante foi desenvolvido 
a partir de uma ideia de Schelling. 
 Para Schelling, a obra de arte seria a intuição absoluta, 
conciliadora do objetivo e subjetivo. 
 Hegel transporta essa ideia para uma nova formulação 
e sugere que a vida de um povo seria a intuição absoluta, 
conciliadora do objetivo e subjetivo. 
 Portanto, para Hegel, o indivíduo em si é somente uma 
abstração. O povo seria para ele o universal concreto, 
a expressão do absoluto.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 A estrutura básica de convivência, a família, é um prelúdio 
do povo, mas ainda limitada pela diferença natural. 
 A família seria um componente do povo. A diferença é que um 
povo permite o surgimento de uma realidade ética que não se 
confunde com a Ética filosófica. 
 Essa realidade ética ocorre para um povo quando 
a moralidade perde seu caráter de ideal intangível 
e passa a ser realidade praticada.
 Como a obra de arte para Schelling, para Hegel o povo 
é uma contradição em si, verdadeira, pois é a unidade 
de uma multiplicidade. 
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 Esta ideia já apresenta o caminho dialético que Hegel 
começa a elaborar. 
 Ela ilustra a diferença epistemológica de sua obra com as 
ciências humanas atuais, pois ainda utiliza Kant e Descartes 
para definir sujeito e objeto e assim criar a dicotomia 
indivíduo/sociedade.
 O espírito do povo é, assim, aquilo que reconcilia o dever-ser 
e o ser. É uma realidade histórica que ultrapassa infinitamente 
o indivíduo, mas que lhe permite encontrar-se a si mesmo sob 
uma forma objetiva.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 Há, portanto, neste conceito, uma ruptura com a concepção 
kantiana de virtude. 
 A virtude em Kant se apresenta de maneira individual, numa 
ação que opõe o indivíduo ao povo, pois a moral, no idealismo 
de Kant, é a força corregedora que atua sobre o que não é 
para torná-lo o que deve ser. 
 Hegel discorda, pois pressupõe que para os gregos a virtude 
consistia em viver conforme os costumes de seu povo . 
 Com esta diferente definição de virtude, podemos perceber 
que Hegel pensa que não há que se falar em um puro ideal, 
moral, pois Hegel recusa tanto o ideal estático, como 
a naturalização das ideias. 
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 A religião deve ser pensada historicamente, a partir do 
espírito dos povos, pois é nesta sucessão de diversos povos 
com diversas organizações que a Humanidade exprime seu 
aspecto universal. 
 Aí reside uma contradição hegeliana importante para a 
compreensão de seu idealismo: no interior de um povo 
fechado reside o infinito (absoluto), o aberto.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 Mas em que consiste afirmar que a religião deve ser pensada 
historicamente e que ela exprime, junto com o Estado, 
o espírito de um povo? 
 A imagem mais adequada a ilustrar o peso desta afirmação 
é a pólis grega. 
 A noção de indivíduo não existe na pólis, uma vez que ele 
se encontra em harmonia e feliz, perfeitamente pertencente 
a uma realidade supraindividual que ali se configura.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 Hegel já tinha declarado o fim desta harmonia grega, 
que aconteceu com o surgimento do cristianismo.
 O cristianismo teria sido uma revolução sutil, pois inaugurou 
uma religião privada.
 A característicaprincipal dessa religião privada, inaugurada 
essencialmente pela figura de Jesus, é sua configuração 
como religião positiva. 
 O cristianismo impõe a lei exterior à vontade do homem 
e sua razão. 
 Cristo inaugura a positividade cristã, pois ele 
é a individualidade concreta. Sob a sua figura são 
postuladas novas exigências para a razão prática.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 Como decorrência desta revolução sutil, a liberdade 
transformou-se em livre arbítrio. 
 Isto criou limites teóricos, pois a liberdade tornou-se, 
desde Santo Agostinho, um conjunto de possibilidades 
de ação do indivíduo. 
 Por isso pensamos a liberdade até hoje a partir da expressão 
individual, tanto de pensamento, como a da mobilidade, 
e todas as demais formas contemporâneas de liberdade. 
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 Mas Hegel não estava investigando, nesta transição 
de religiões, a liberdade individual. 
 Para ele, o cidadão antigo trabalhava para uma ideia de pátria, 
que era a finalidade última do seu mundo. 
 Portanto, era homem livre porque obedecia às leis que criou; 
sacrificaria sua propriedade e paixões por uma realidade que 
era a sua liberdade e isto significava a integração do homem 
em seu todo.
Interatividade
Uma contradição hegeliana importante para a compreensão 
de seu idealismo é: no interior de um povo fechado reside 
o infinito (absoluto), o aberto. Isto significa que:
a) É o espírito do povo que reconcilia o dever-ser e o ser.
b) O espírito do povo é aberto ao ser. 
c) É o espírito do povo que organiza e reconcilia o dever-ser.
d) O espírito do povo é a razão do ser.
e) O espírito do povo é sua religião. 
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 Com isso, a positividade que imperou posteriormente, 
derivada do cristianismo, gerou um Estado que o cidadão 
não reconhece como fruto de seu trabalho. 
 Então, o cidadão passou a trabalhar para si e perdeu a antiga 
consciência, realizada enquanto ação e sentimento. 
 A atividade do agora indivíduo encontra limites claros, 
pois é sempre referida ao próprio indivíduo.
 Para exemplificar, podemos pensar no soldado que é 
forçosamente enviado para uma guerra receoso de morrer, 
pois não acredita que haja algo neste evento que valha 
o sacrifício de sua vida. 
 Seu individualismo supera o ideal.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 Com essa forma de individualidade, o indivíduo agora 
busca tudo que lhe traga prazer.
 É o gosto pela propriedade privada que traduz 
esta transformação. 
 Cada um trabalha para si ou, por força de um 
constrangimento, para um outro indivíduo.
 A consequência disso foi o desenvolvimento do direito, 
que substituiu a ética da vida na cidade moderna.
 É o direito à segurança da propriedade, pois a propriedade 
agora é o limite do mundo do indivíduo.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 Hegel diz que o homem moderno tem uma consciência infeliz.
 Ele encontra separado o que nas religiões antigas existia 
como uma só forma: o finito e o infinito. 
 A morte para o sujeito moderno é aterrorizante, pois nada 
de si permanece vivo; o faz desaparecer por completo. 
 Em oposição, o homem antigo sabia que sua pátria 
e sua cidade sobreviveriam.
 Daí a necessidade do homem moderno querer se perpetuar 
na memória dos homens através da política, da arte ou 
do conhecimento.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 A consciência infeliz, em Hegel, chegará até nós com o 
nome de “angústia humana”, sempre relacionada à condição 
moderna do sujeito.
 Para a construção que leva o indivíduo à consciência infeliz, 
Hegel pensa no escravo cristão, que pela falta de valor social, 
está essencialmente excluído e se vê isolado. 
 Seu senhor pagão vê-se inserido na universalidade 
à qual o escravo cristão não pertence. 
 Este escravo se vê agora como uma particularização 
do universal (através da percepção da Trindade, quando 
o Espírito Santo o alcança).
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 O segundo deslocamento do indivíduo escravo para dentro 
de si está na desvinculação com seu lugar geográfico e social.
 Longe das suas raízes, percebe-se liberto da sua condição 
de apoiador de um paganismo que desde seu nascimento 
estabelecia o destino da sua vida através da sua função 
e da sua condição social. 
 O escravo nasce sempre em condição de igualdade, pois não 
encontra no percurso da vida nenhuma posição, mas com a 
aspiração de um mundo após a vida, percebe que seu lugar 
não depende da vontade dos homens.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 Nessa condição, o escravo se sujeita somente ao seu Deus 
e não ao patrão ao qual está preso materialmente. 
 Por outro lado, a libertação após a morte não o liberta, pois 
embora depois da morte se encontre igualado ao patrão diante 
de Deus, ele será eterno escravo deste Deus.
 Logo, ele é escravo em si, por si e de si mesmo, e sua única 
possibilidade de libertação é libertar-se de si próprio, 
deixando de ser o que é.
 Portanto, está dada a sentença ao escravo. Ele é escravo em 
vida, inclusive por sua fé nesse senhor externo absoluto. Mas 
também é escravo dessa fé na religião cristã, que o sujeita 
enquanto escravo. Mas esta escolha de crença foi causada 
por uma escolha dele próprio. 
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 Hegel não concebia o direito natural como um sistema 
racional, universal e igualitário. 
 Estes adjetivos frequentemente atribuídos ao direito, 
fundamentam uma visão liberal que o próprio direito 
construiu para conviver com o Estado. 
 Nessas características está presente o espírito científico, 
que, a seu modo, transforma o sistema jurídico em um 
maquinário de apoio ao Estado.
 A expressão última desse sistema seria o próprio direito das 
pessoas, atomizado, cujo principal alicerce seria o Estado. 
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 O Estado seria assim reduzido à única e importante função 
de garantir o exercício desse direito absoluto individual. 
 É deste Estado erguido por indivíduos e para indivíduos que 
está construída a ideia de Estado democrático servidor: ele 
existe para nós, mas nós não existimos para ele.
 Portanto, teoricamente, o direito racionalista estará 
construído sobre as limitações propostas por Kant, 
pois este constantemente separa, com seu pensamento 
crítico, os juízos da realidade. 
 Kant constrói um saber sobre os saberes em si mesmo 
e isto promove um afastamento do objeto do direito. 
Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
 Sua posição é clara: a prática não é suficiente para 
exprimir-se em razão na forma de um conceito absoluto. 
 Essa afirmação sugere que quando pretendemos teorizar com 
base nas experiências empíricas acerca da vida dos homens e 
de seus costumes, somos enganados pela generalização ou 
mesmo pela artificialidade da explicação e do modelo.
 A distância normalmente atribuída à moral, opondo o que é 
ao que deveria ser, também não pode ser válida pelo mesmo 
motivo da generalização ou pela artificialidade do modelo 
de explicação. 
 Hegel afirma que apenas um estado social e histórico 
pode se constituir no Estado em suas diversas formas.
Interatividade
Segundo Hegel, não se pode separar a moral de povo nem 
pensá-la de maneira isolada, como se pudesse anteceder 
ou preceder um povo. Porque:
a) Pode-se separar a moral de povo e pensá-la de maneira 
isolada como se não pudesse anteceder um povo.
b) Não se pode separar a moral de povo, mas ela pode anteceder 
ou preceder um povo.
c) Pode-se separar a moral de povo e pensá-la de maneira 
isolada.
d) A moral é construída pela cultura de um povo, portanto, sua 
moral espelha sua cultura.
e) Pode-se separar a moral de povo e pensá-la para que ela 
possa preceder um povo.ATÉ A PRÓXIMA!

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