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Introdução a Administração - Aula 06

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AULA 06 - Monumentos, estradas, acomodações... tudo se acha nos mapas.
Nesse poema, o autor dá a dimensão do mapa como um texto que fala dos lugares. Nele as ruas de Porto Alegre são mostradas ora em seu aspecto real, ora de uma forma simbólica. O destaque dado ao andar pela cidade “cidade do meu andar” mostra também o mapa como um importante elemento de localização.
O mapa é, portanto, um elemento transmissor de informação que ao ser criado leva em conta as características do usuário, o tipo de informação que traz e o efeito que produz.
Todo esse processo é efetuado a partir da conversão do espaço geográfico real, mais ou menos conhecido, numa representação abstrata e fiel de um determinado número de características do espaço, nomeadamente fenômenos da sociedade, da natureza e de outros temas.
A técnica e a ciência de construção dos mapas incluem-se na cartografia.
A cartografia e o turismo: importância
Mario Quintana assim escreveu sobre o mapa da cidade de Porto Alegre.
O Mapa
Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(E nem que fosse o meu corpo!)
Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...
Nesse poema, o autor dá a dimensão do mapa como um texto que fala dos lugares. Nele as ruas de Porto Alegre são mostradas ora em seu aspecto real, ora de uma forma simbólica. O destaque dado ao andar pela cidade “cidade do meu andar” mostra também o mapa como um importante elemento de localização.
O mapa é, portanto, um elemento transmissor de informação que ao ser criado leva em conta as características do usuário, o tipo de informação que traz e o efeito que produz.
Todo esse processo é efetuado a partir da conversão do espaço geográfico real, mais ou menos conhecido, numa representação abstrata e fiel de um determinado número de características do espaço, nomeadamente fenômenos da sociedade, da natureza e de outros temas.
A técnica e a ciência de construção dos mapas incluem-se na cartografia. 
Segundo a Conferência Internacional da ICA/ACI de Budapeste de 1989 o conceito de cartografia é o seguinte:” Organização, apresentação, comunicação e utilização da geo. informação nas formas visual, digital ou tátil que inclui todos os processos de preparação de dados, no emprego e estudo de todo e qualquer tipo de mapa.”
A cartografia, ao longo de sua existência, sofreu várias transformações quanto à concepção, área de abrangência, competência e evolução tecnológica.
Inicialmente a cartografia foi colocada como uma disciplina cujo único objeto era a representação da Terra. Posteriormente, a cartografia foi vista como arte, na qual a estética do mapa era um fator primordial evoluindo posteriormente para a cartografia como técnica, em que a função do cartógrafo ficou restrita a simples confecção do mapa.
Somente em 1996 aparecem as preocupações com o usuário do mapa, a mensagem transmitida e a eficiência do mapa como meio de comunicação. Tudo isso foi ampliado com o uso de computadores e o grande avanço tecnológico em que a cartografia foi inserida, passando a preocupar-se com a visualização cartográfica.
Hoje a comunicação cartográfica é analisada basicamente pelo tripé- cartógrafo, mapa e usuário- daí a referência a teoria geral da comunicação.
A cartografia usa a semiótica e por isso, os signos estão presentes nos mapas. Eles apresentam dois aspectos: o significante e o significado. O significante constitui-se no aspecto concreto do signo- o que é expresso. Já o significado é o aspecto imaterial, conceitual do signo – o conteúdo.
Mapas
As escalas podem ser indicadas de duas maneiras, através de uma representação gráfica ou de uma representação numérica.
A projeção é definida como um tipo de traçado sistemático de linhas numa superfície plana, destinado à representação de paralelos e meridianos da Terra ou de parte dela, sendo a base para a construção dos mapas. A representação da superfície terrestre em mapas, nunca será isenta de distorções. Pois o que se faz nos mapas é passar um espaço esferoide para o plano. Nesse sentido, as projeções cartográficas são desenvolvidas para minimizarem as imperfeições dos mapas e proporcionarem maior rigor científico à cartografia. Mas, mesmo assim elas ainda existem: em muitos mapas na representação dos continentes a Europa apresenta-se maior que a África ou mesmo o Brasil fica menor que a Groenlândia. Há diferentes tipos de projeções da superfície terrestre: Mercador, Peter, Cilíndrica, etc. Identifique-as no seu Atlas.
A orientação de um mapa diz respeito à indicação da posição do espaço representado. Em geral, o leitor encontra ao lado do mapa uma seta com um dos pontos cardeais e/ou colaterais destacados. Isso significa a relação entre posição indicada e o recorte do espaço terrestre representado.
Para que o mapa seja simples de ler e facilmente compreensível, várias cores e símbolos são utilizados. Eles compõem a legenda. Não é possível representar no mapa todas as características e objetos do terreno, senão teria demasiados pormenores e tornar-se-ia difícil de ler. Os símbolos são os seus substitutos Existem mapas desenhados para as mais variadas utilizações, desde atividades recreativas até aos mapas específicos para fins militares, meteorológicos, geológicos ou levantamentos. Uma boa regra quando se observa um novo mapa, é começar por estudar a legenda, que contém os símbolos utilizados e sua descrição. A simbologia existente na legenda dos mapas, permite que qualquer pessoa, independentemente do seu país de origem, possa lê-lo. Os símbolos, cores, escalas, espessura das linhas, etc., respeitam uma norma mundial. Esta simbologia é determinada pela Federação Internacional de Orientação.
A cartografia temática - cartografia para o turismo
A cartografia temática desenvolveu-se a partir do florescimento e sistematização dos diferentes ramos de estudos operados com a divisão do trabalho científico (Positivismo), no fim do século XVII e início do século XIX. Marcou a passagem da representação das coisas apenas vistas, para a representação de certas propriedades dos objetos geográficos. O mapa passou a ser a representação do raciocínio de seu autor diante da realidade está apreendida a partir de um determinado ponto de vista: a sua opção de entendimento do mundo.
Essa mudança deu-se primeiramente, quando o mapa deixou de apresentar somente um inventário e descrição exaustiva de todos os objetos que podiam ser recenseados à superfície da Terra, para ressaltar um desses elementos, com vistas à maior e compreensão e controle do espaço.
Nesse processo vários métodos cartográficos foram introduzidos, dentre eles o uso de cores diferenciadas para indicar distintas rubricas e suas áreas de manifestações; do mesmo modo, passou-se a registrar no próprio mapa, nos lugares de ocorrência as quantidades referentes à população, à economia, e à produção, extraídas das estatísticas oficiais. As curvas de nível, com ampla difusão no início do século XX ajudaram na representação mais concreta do relevo em pequenos espaços. Outro método foi o de figuras geométricas, geralmente em círculos com áreas proporcionais aos valores absolutos que quantificam determinado aspecto, lançados nos locais dos acontecimentos.
Em 1850 a cartografia temática contemplou como formas de representação tanto mapas como gráficos, abarcando, além das representações estatísticas as demais formas gráficas, inclusive aquelas eminentemente topográficas. Disso tudo resultou a ideia da força comunicativa dos mapas temáticos.
A produçãocartográfica de mapas temáticos para o turismo precisa ser feita em condições especiais, pois requer o uso de imagens, textos e marcas dos patrocínios que acompanham os mapas e guias. Ele deve servir para o turista planejar e preparar as suas atividades nos lugares visitados, mas também ser esteticamente prazeroso de ler. 
O conteúdo dos mapas turísticos varia de informações gerais sobre os lugares, chegando aos dados específicos como a malha rodoviária, o fluxo aéreo, a quantidade de restaurantes dos lugares etc. O uso dessas modalidades vai depender da finalidade.
Caso seja para o turista, como dissemos no texto anterior terá que contar com uma comunicação cartográfica muito eficiente para atender satisfatoriamente a todas as classes sociais de usuários.
Nesse caso uma modalidade que muito se presta é o mapa pictórico. Esse mapa apresenta-se numa linguagem simples, sendo capaz de atingir um grande público através de formas criativas que muitas vezes não obedecem a escala e a proporcionalidade dos símbolos, mas que comunicam intensamente.
Ao contrário, os mapas feitos para os planejadores e gestores do turismo terão detalhes que muitas vezes precisam recorrer à base topográfica. Através deles serão feitas correções e apresentadas soluções para os problemas no desenvolvimento dessa atividade.
Concluindo, podemos constatar que a importância da cartografia para a atividade turística é muito grande. A demanda hoje, é tão intensa que a produção de mapas dessa modalidade está acelerada. Já se faz necessária a presença de turismólogos nas equipes de cartografia para que estes contribuam com as informações específicas.
As noções de geoprocessamento aplicado ao turismo
A revolução tecnológica operada de forma mais incisiva na passagem do final do século XX para o início do século XXI trouxe a facilidade do uso de satélites, fotos aéreas e radares sofisticando as informações e permitindo o mapeamento mais preciso do planeta.
O avanço dessa tecnologia, principalmente depois da II Guerra Mundial, deveu-se especialmente às disputas que marcaram a Guerra Fria. Com o final desse período, muitas técnicas e equipamentos, até então exclusivos do setor militar, foram apropriados pela sociedade e pela economia Os instrumentos e técnicas utilizados pelas potências durante a Guerra Fria servem agora para monitorar, informar e interligar os diversos pontos do planeta, como ocorre com a internet.
Parte dessa sofisticada tecnologia convergiu também para a ciência cartográfica, criando novas possibilidades de mapeamento dos territórios. Seus elementos deram a cartografia maior agilidade e barateamento na obtenção de seus produtos. Somado a isso ocorreu um acréscimo qualitativo que permitiu interações com incontestável incremento na compreensão de uma gama de assuntos.
Mais informações: http://estacio.webaula.com.br/Cursos/GRA294/docs/02GGAT_aula06_doc03.pdf

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