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Astronomia de posição (II) Gastão B. Lima Neto Vera Pereira-Jatenco IAG/USP AGA 210 – 1° semestre/2015 www.astro.iag.usp.br/~aga210 Sistema de coordenadas horizontal, equatorial, eclíptico e galáctico. Determinação de distâncias (métodos clássicos): Eratostenes, Hiparco, Aristarco e Copérnico Grau, minuto e segundo (de arco) 10 = 1/360 da circunferência 1´ = 1/60 do grau 1" = 1/60 do minuto d = 2 cm ≈ 70 m 1' d = 2 cm ≈ 4 km 1" d = 2 cm ≈ 1 m 10 Moeda de 10 centavos (ângulos fora de proporção, apenas ilustrativo) Sistema de coordenadas horizontais Nadir z = Distância zenital A = Azimute h = Altura Sistema de coordenadas equatoriais • Projeção do equador terrestre na esfera celeste. • Prolongamento do eixo de rotação da Terra. • Ângulos α (ascensão reta) e δ (declinação). • Origem: equinócio vernal ou ponto de Áries. Sistema de coordenadas equatoriais • Ascensão reta é tradicionalmente medido em horas: – 1 hora = 15 graus => 24h = 360° • Durante um ano, a ascensão reta do Sol aumenta. • As coordenadas equatoriais das estrelas praticamente não se alteram. – mudança secular devido à precessão, movimento próprio – mudanças periódicas, p. exemplo, devido à nutação. Sistema de coordenadas equatoriais • O sistema de coordenadas gira (praticamente) como as estrelas ao longo do dia. • Extrapolação do eixo terrestre: pólos celestes. – A altura (h) do pólo celeste é igual ao valor absoluto da latitude do observador. – EXEMPLO: São Paulo: lat = 23,5° S � hPSC = 23,5°. Paris: lat = 48,8° N � hPNC = 48,8° Note a diferença de hemisfério. Sistema de coordenadas equatoriais • Os astros nascem na direção aproximada do Leste e se põem no Oeste; • Existem astros que nunca se põe: Circumpolares… • …e astros que nunca aparecem em uma dada latitude. • Altura máxima de um astro depende da latitude do observador e da declinação do astro. Movimento diário dos astros (hemisfério Sul) Sistema de coordenadas equatoriais • Trajetória do Sol ao longo do ano. • Estações do ano (hemisfério Sul): – início do outono : α� = 0 h, δ� = 0° – início do inverno : α� = 6 h, δ� = +23,44° – início da primavera: : α� = 12 h, δ� = 0° – início do verão : α� = 18 h, δ� = –23,44° Sistema de coordenadas eclípticas • Coordenadas λλ e β, medidos em graus. • Círculo principal é a eclíptica (trajetória aparente do Sol); inclinação da eclíptica em relação ao equador celeste é ε e vale 23°26’21’’ (é a inclinação do eixo de rotação da Terra) • Origem no ponto vernal (como no sistema equatorial). • Utilizada principalmente em estudos relacionados ao Sistema Solar. Sistema de coordenadas eclíptica • Latitude eclíptica do Sol é sempre igual a zero. • Longitude do Sol aumenta com o tempo, durante um ano. • Início das estações do ano (hemisfério Sul): – Outono : λ� = 0° – Inverno : λ� = 90° – Primavera : λ� = 180° – Verão : λ� = 270° Sistema de coordenadas galácticas • A Galáxia tem a forma de um disco. • Podemos definir um plano na esfera celeste com a Via Láctea, o Equador Galáctico NGC 7331 Sistema de coordenadas galácticas • A Galáxia tem a forma de um disco. • Podemos definir um plano na esfera celeste com a Via Láctea, o Equador Galáctico NGC 7331 Imagen da Via Láctea vista da Terra Crédito: Axel Mellinger Sistema de coordenadas galácticas • Podemos definir um plano na esfera celeste com a Via Láctea. • Coordenadas l (longitude) e b (latitude galáctica). • Origem no centro da Via Láctea. Comparação dos sistemas de coordenadas Determinação de distâncias • A partir de escalas conhecidas, obtemos escalas ou distâncias maiores: “escada de distâncias” • Determinação de distâncias no Sistema Solar – Métodos clássicos – Primeiro passo determinar o tamanho da Terra • Hipótese de trabalho: a Terra é esférica (redonda). Tamanho da Terra • Método utilizado por Eratóstenes (~ 240 a.C.). • Observações: – ao meio dia, no início do verão, o Sol atinge o fundo de um poço em Siena (hoje Assuã, Egito); – Neste mesmo dia, o Sol produz uma sombra em um gnômon vertical em Alexandria (Egito). gnômon em um relógio de Sol ggnôô um de S Tamanho da Terra • Observações: – ao meio dia, no início do verão, o Sol atinge o fundo de um poço em Siena (Assuã, Egito); – Neste mesmo dia, o Sol produz uma sombra em um gnômon vertical em Alexandria (Egito). Alexandria Siena raios de Sol Tamanho da Terra • Método criado por Eratóstenes (~ 240 a.c.). • Observações: – ao meio dia, no início do verão, o Sol atinge o fundo de um poço em Siena (Assuã, Egito); – Neste mesmo dia, o Sol produz uma sombra em um gnômon vertical em Alexandria (Egito). • Interpretação: – Em Siena, o Sol se encontra no zênite; – Em Alexandria, o Sol está a ~ 7,2° do zênite (7,2° = 1/50 de circunferência) Circunferência da Terra ( Eratóstenes, séc. IV a .C. ) Raios de Sol 7,2° d Alexandria Siena R Terra 7.2° Meio-dia do solstício de Verão no Hemisfério Norte (início do Verão) Circunferência da Terra • Usando regra de três: – Circunferência da Terra => 360° – distância entre Siena e Alexandria => 7,2° • Distância entre Siena e Alexandria ≈ 5000 stadia Siena Alexandria Circunferência e raio da Terra • Usando regra de três: – Circunferência da Terra => 360° – distância entre Siena e Alexandria => 7,2° • Distância entre Siena e Alexandria ≈ 5000 stadia • Logo: Circ. da Terra ==> 360° 5000 ==> 7,2° (o valor de Eratóstenes foi de 252.000 stadia) • Assumindo que 1 stadium = 600 pés = 158 metros Circ. da Terra = 39.700 km (valor real é de 39.940,6 km) => Raio polar da Terra = 6318 km (valor real é de 6357 km) } ==> 5000 x 360/7,2 = 250.000 stadia Distância Terra–Lua • Método de Hipárco (~ 150 a.C.). • Baseado na observação da duração de um eclipse total da Lua. Distância Terra–Lua raio aparente do Sol raio da Terra • Método de Hipárco (~ 150 a.C.). • Baseado na observação da duração de um eclipse total da Lua. sen θ = cateto oposto hipotenusa Distância Terra–Sol • Método de Aristarco (~ 260 a.C.). • Baseado na observação da Lua no quarto-crescente (ou minguante). Distância Terra–Sol • Medida de Aristarco: 87° => Sol 19,1 × mais distante que a Lua • Atualmente (média): 89°51' => Sol 382 × mais distante que a Lua cos θ = cateto adjacente hipotenusa Distância de planetas internos (ou inferiores) • Planetas inferiores: Mercúrio e Vênus. • Método de Copérnico • Observação na máxima elongação – planeta está bem brilhante e fácil de ser observado por estar “distante” (distância angular) do Sol. sen θ = cateto oposto hipotenusa Distância de planetas exteriores (ou superiores) • Método de Copérnico • 2 observações: – I) durante oposição do planeta (planeta está alinhado com a Terro e o Sol). O planeta está mais brilhante na oposição. – II) quadratura (visto da Terra, o planeta e o Sol estão a 90° um do outro). • Basta determinar quanto a Terra e o planeta percorrem durante o intervalo de tempo entre t1 e t2. • Conhecendo-se os períodos siderais da Terra e dos planetas superiores (isto é, a duração do ano), pode-se determinar λp e λT. Assim, determinamos o ângulo β. Distância de planetas exteriores(ou superiores) • Método de Copérnico • 2 observações: – I) durante oposição do planeta (planeta está alinhado com a Terro e o Sol). O planeta está mais brilhante na oposição. – II) quadratura (visto da Terra, o planeta e o Sol estão a 90° um do outro).
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