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ESMALTE O esmalte é o tecido mais mineralizado do organismo. Quando totalmente formado e após a erupção do dente, é completamente acelular, isto é, não mantém relações com as células que o formaram. A extrema dureza do esmalte deve-se ao seu alto conteúdo inorgânico, representado por cristais de hidroxiapatita. Apesar de sua dureza, é um tecido extremamente friável. É a dentina subjacente que confere sustentação e reduz a possibilidade de fratura durante a mastigação. Quanto maior o grau de mineralização do esmalte, maior é sua natureza cristalina e, portanto, sua translucidez. Isso influencia na cor do dente, já que quanto mais translucido, mais se vê a cor amarelada da dentina. AMELOGÊNESE As células do epitélio interno do órgão do esmalte diferenciam-se em ameloblastos, mas só completam sua diferenciação após a deposição da primeira camada de dentina. As fases que envolvem o processo completo de amelogênese são: morfogenética, de diferenciação, secretora, de maturação e protetora. FASE MORFOGENÉTICA Corresponde ao início do estágio de campânula Quando nas regiões dos vértices das futuras cúspides (ou borda incisal) as células do epitélio interno do órgão do esmalte param de se dividir, determinando a forma da coroa do dente pela dobra desse epitélio. As células são cúbicas, com núcleo ovóide, grande e central ou próximo a lâmina basal; o citoplasma tem numerosos ribossomos livres e complexo de Golgi pouco desenvolvido. FASE DE DIFERENCIAÇÃO Após o período de divisão, as células do epitélio interno do órgão do esmalte alongam-se. As células que inicialmente eram cúbicas passam a ser cilíndricas. Duas ou três camadas de células achatadas aparecem nitidamente localizadas entre as células do epitélio interno e o reticulo estrelado, constituindo o estrato intermediário. Ocorre a inversão da polaridade: o núcleo localiza-se ao lado da célula, próximo ao recém- formado estrato intermediário, formando o novo polo proximal. Nesse estágio, as células são chamadas de pré-ameloblastos. Os pré-ameloblastos induzem a diferenciação das células da periferia da papila dentária. Enquanto isso, o processo de diferenciação dos futuros ameloblastos continua gradualmente, completando-se a diferenciação somente após a formação da primeira camada de matriz orgânica de dentina do manto. Começa a liberação de enzimas lisossomais pelo polo distal, que degradam e tornam continua a lâmina basal. Ao mesmo tempo desenvolvem-se numerosos e curtos processos na superfície distal, que se projetam para a matriz de dentina. Esses processos dos pré-ameloblastos formam contatos com processos de odontoblastos. FASE SECRETORA No início desta fase, o órgão do esmalte é constituído pelo epitélio externo, reticulo estrelado, estrato intermediário e os ameloblastos recém-diferenciados nas regiões de futuros vértices de cúspides e bordas incisais. A fase secretora marca o início da amelogênese propriamente dita: os ameloblastos já tem todas as características ultraestruturais das células sintetizadoras e secretoras de proteína. djthy_000 Caixa de texto INÍCIO DA FASE DE COROA djthy_000 Caixa de texto FASE DE COROA djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar O reticulo endoplasmático rugoso, inicia a síntese de proteínas da matriz orgânica do esmalte. Seguem-se a condensação e empacotamento do material no complexo de Golgi, sendo observados, posteriormente, grânulos de secreção contendo material orgânico. Rapidamente esses grânulos migram para o polo distal e são liberados nos espaços intercelulares e sobre a dentina do manto. A composição da matriz do esmalte é basicamente proteica, contendo carboidratos e lipídios. Costumam ser reconhecidos dois grupos de proteínas na matriz de esmalte recém-secretada: as amelogeninas e suas isoformas e as enamelinas (são fosfoproteínas glicosiladas acídicas). A mineralização do esmalte começa imediatamente após o início da secreção da matriz orgânica. Nesse estágio, as moléculas de amelogenina se agregam, formando pequenos glóbulos, denominados nanosferas; estas se alinham helicoidalmente, orientando o crescimento dos cristais de mineral . Como consequência da deposição da primeira camada de esmalte, os ameloblastos afastam-se em direção ao estrato intermediário, desenvolvendo uma curta projeção cônica a partir de seu citoplasma distal, o processo de Tomes. O aparecimento dessa nova estrutura no polo distal dos ameloblastos inicia a segunda parte da fase secretora, em razão dessas projeções passarem a comandar a orientação do esmalte em formação. Enquanto a camada de ameloblastos secreta ativamente e apresenta, no conjunto, sua porção distal com aspecto serrilhado, em razão do processo de Tomes, os outros componentes do órgão do esmalte sofrem também algumas modificações. O órgão do esmalte, na região correspondente a matriz em formação, sofre colapso, tornando possível a aproximação entre a camada de ameloblastos e o epitélio externo e, portanto, entre os ameloblastos e o folículo dentário. Assim, o folículo apresenta a única fonte de nutrição, pois a dentina calcificada impede a passagem de nutrientes provenientes dos vasos sanguíneos da papila dentária. Após o desenvolvimento dos processos de Tomes, os ameloblastos formam um esmalte estruturalmente diferente, constituído pelo arranjo dos cristais de mineral em unidades características chamadas de prismas. É por meio de pequenas reentrâncias formadas em sua face plana secretora (superfície S) que ocorre a liberação dos grânulos que contem a matriz orgânica do esmalte. Com o avançar da secreção, os outros componentes do órgão do esmalte (estrato intermediário, reticulo estrelado e epitélio externo) completam seu colapso, passando a compor uma só estrutura de duas ou três camadas de células pavimentosas. A formação do esmalte continua até a deposição das últimas camadas; após, não há mais processo de Tomes. Entretanto, mais algumas camadas podem ser ainda depositadas, estabelecendo o esmalte aprismático superficial. FASE DE MATURAÇÃO Após a deposição da fina camada superficial de esmalte aprismático, os ameloblastos reduzem sua altura, diminuindo sua síntese e secreção. Os ameloblastos mostram-se nesta fase, como células cilíndricas baixas. Além disso, nesta fase, o alto conteúdo inicial de amelogeninas é reduzido pela degradação. Esse evento parece ser importante para o aumento do componente mineral, já que as amelogeninas inibem o crescimento de cristais. A fase de maturação também ocorre de modo centrifugo. Assim, esta fase inicia-se nas camadas mais profundas, na região da junção amelodentinária (JAD), e termina quando a superfície externa é completamente mineralizada. FASE DE PROTEÇÃO Os ameloblastos perdem a ondulação da sua superfície distal, que se torna definitivamente lisa, reaparecendo a camada basal. A altura das células diminui ainda mais, o que as transforma em cúbicas. Externamente a esta camada de células, outros componentes do órgão do esmalte, que já na fase de maturação mostravam- se francamente reduzidos, nesta fase. Estabelece-se assim, com a camada de ameloblastos protetores, o epitélio reduzido do órgão do esmalte, estrutura que reveste a coroa do dente até sua djthy_000 Caixa de texto ENTRE FASE DE COROA E RAIZ djthy_000 Caixa de texto FASE DE RAIZ djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacardjthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar djthy_000 Destacar erupção na cavidade oral. Esse epitélio reduzido contribui para a formação do epitélio juncional da gengiva. Com a exposição do esmalte na cavidade oral e o avançar da idade, ocorrem modificações químicas e estruturais. Essas modificações incluem perda de água, diminuição do conteúdo orgânico e aumento da cristalinidade. djthy_000 Destacar
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