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AMELOGÊNESE Amelogênese é o processo de desenvolvimento do esmalte dentário. O esmalte do dente é uma estrutura que está presente na coroa do dente, fica sobre a dentina, porém só compõe a coroa do dente. A dentina recobre toda a estrutura do dente. Há uma linha que divide a coroa da raiz, essa linha chama- se Junção amelocementária. COMPOSIÇÃO O esmalte é composto por: o 97% de conteúdo inorgânico: cristais de hidroxiapatita (fosfato de cálcio), carbonato, sódio, magnésio, cloreto, potássio, flúor o 1% de conteúdo orgânico: proteínas, carboidratos e lipídeos o 2% de água Por conta da sua composição ser majoritariamente inorgânico, é considerado o tecido mais forte do corpo humano, como ele é mais forte também é mais friável, quebradiço. Por isso o esmalte apoia-se na dentina e esta faz com que o esmalte tenha mais força. ORIGEM O esmalte tem seu início durante a fase de capuz, durante a Odontogênese, tem uma origem ectodérmica. O processo de amelogênese passa por 5 etapas: 1. Morfogenética 2. Diferenciação 3. Secretora 4. Maturação 5. Proteção FASE MORFOGENÉTICA O epitélio interno determina a forma da coroa, na parte central do epitélio interno há uma dobra, a partir de um processo de transformação genética, para ser capaz de produzir esmalte dentário, através da indução reciproca as células laterais também se modificam e fazem essa dobra que irá moldar a coroa do dente. O esmalte começa a ser formado na região cúspide. Relembrando que o processo de diferenciação das células do epitélio interno se dá em: epitélio interno → pré- ameloblastos → ameloblasto. Quando as células se tornam PRE-AMELOBLASTOS, elas ficam um pouco mais alongadas, tomando forma de células cilíndricas altas, com inversão da polaridade nuclear – tendo como direção o polo distal. O complexo de Golgi e Reticulo endoplasmáticas migram para o polo basal. Nesse momento, que aparece o estrato intermediário. As células do epitélio interno têm junções para as deixarem justapostas e bem próximas, no processo de transformação essas junções intercelulares se tornam ainda mais fortes e oclusivas, de forma que impede qualquer passagem de líquidos ou substancias que tente passar entre essas células. Quando se transformam em pré-ameloblastos, essas células liberam enzimas lisossomais que vão degradar a lâmina basal. As células da papila dentária que estão se diferenciando em odontoblastos, têm projeções que são os Processos de odontoblastos que entram em contato com os pré- ameloblasto, uma vez que a lâmina basal fora degradada. Com a indução reciproca, o processo de diferenciação das células do epitélio interno em pré-ameloblastos serve de estimulo para que as células ectomensenquimais da papila se diferenciem em odontoblastos, estes são capazes de produzir a dentina do manto, essa dentina estimula a diferenciação dos pré-ameloblastos em ameloblastos. A DENTINOGÊNESE INICIA ANTES DA AMELOGÊNESE Uma vez que a deposição de dentina do manto que estimula o fim da diferenciação do ameloblasto, pode se concluir que a amelogênese é posterior ao processo de dentinogênese. FASE SECRETORA Início da amelogênese propriamente dita, aqui a célula é colunar, com polaridade do núcleo invertida, o Complexo de Golgi e o RE estão mais próximos do polo basal. Essa matriz orgânica é composta basicamente de proteínas não colagênicas e também lipídeos e carboidratos, tem natureza epitelial do esmalte. Nessa parte os “tights” (junções) são mais desenvolvidos, dessa forma como impede a entrada de qualquer substancia e agentes tem-se a certeza que o esmalte é produzido apenas pelos ameloblastos. O primeiro esmalte produzido nessa fase secretora, tem sua composição basicamente de matriz orgânica (amelogeninas e não amelogeninas), como a enamelina, tufelina, amelina, bainhalina, amelotina e apina. Depois que esse esmalte é secretado, ele passa por um processo de maturação, daí se dá a matriz RER sintetiza proteinas da matriz orgânica do esmalres Complexo de Golgi condensa e empacota o material Liberação do material sobre a dentina do manto inorgânica, com o aparecimento dos cristais de fosfato de cálcio (hidroxiapatita), carbono, sódio, magnésio, cloreto, potássio e flúor. O processo de maturação da matriz se dá de forma gradativa, mas sempre lembrar que primeiro é depositado uma matriz orgânica e que essa, aos poucos, torna-se inorgânica. Quando isso ocorre, inicia-se a mineralização do esmalte, que ocorre imediatamente após a deposição da matriz orgânica. O esmalte jovem ou aprismático é depositado de forma perpendicular à dentina do manto, ainda com composição basicamente orgânico. Os ameloblastos que antes apresentavam uma porção proximal, passam a apresentar uma estrutura chamada de Processo de Tomes, de forma que permite a deposição do esmalte de forma obliqua, esse esmalte é chamado de esmalte prismático, este irá passar pelo processo de maturação para que possa virar inorgânico. Os prismas são as barras ou colunas cilíndricas que se estendem desde a camada mais interna de esmalte aprismático até a superfície. A região entre prismas são as Regiões interprismaticas, que estão ente um ameloblasto e outro. Os prismas são constituídos por agrupamentos de cristais de hidroxiapatita, que formam unidades estruturais em forma de barra. Esses prismas só existem devido aos Processos de Tomes. Essas partes circulares são os prismas e o espaço entre eles a Região interprismática. Com a presença do esmalte formado, há uma involuação dos elementos do orgao do esmalte - epitelio externo, estrato intermediario e reticulo estrelado - e há uma aproximação dos ameloblastos do foliculo dentario. Com essas mudanças, os ameloblastos vão perdendo os processod de Tomes, e esse polo basal torna- se reto, com isso há uma finalização da superficie com o esmalte aprismático, justamente por haver uma involução, ele é capaz de ainda produzir esmalte, mas só os aprimasticos. FASE DE MATURAÇÃO Há uma redução da altura dos ameloblastos/superfície proximal ondulada – apesar do desparecimento dos processos de Tomes -, vão voltando as estruturas de células epiteliais. Começam alguns eventos cíclicos, com a remoção de elementos orgânicos e começa o influxo de íons, justamente por que aqui há a maturação em matriz orgânica para inorgânica, o que ocorre aqui é o rápido crescimento de cristais de hidroxiapatita. Ocorre o aumento do componente mineral. O processo de maturação inicia-se nas camadas mais profundas (junção amelodentinária), o primeiro esmalte a ser depositado (colado na dentina) será o primeiro a ser maturado. Essa maturação termina na superfície externa, quando está completamente mineralizada. Essa maturação do centro para a periferia é chamada de Maturação pré-eruptiva, pois o dente ainda não erupcionou na cavidade, a erupção só ocorre quando o esmalte for totalmente maturado. FASE DE PROTEÇÃO Os ameloblastos já estão bem pequenos, poliédricos, tornam-se cúbicos com a superfície proximal lisa, secretando material semelhante ao da lâmina basal sobre o esmalte recém formado, dessa forma há a formação e estabelecimento do epitélio reduzido do órgão do esmalte. Esse epitélio reduzido reveste a coroa do dente até sua erupção, tem função de proteção do dente até a fase de erupção na cavidade oral, essa proteção ocorre por que, devido a aproximação dos ameloblastos ao folículo dentário, este ficaria vulnerável a degradação que folículo dentário poderia fazer no esmalte dentário. Quando o epitélio reduzido entra em contato com o epitélio oral, no momento da erupção, esse epitélio reduzido desaparece. OBSERVAÇÕES Durante a amelogênese há alguns períodos de repousos, onde os ameloblastos produzem esmalte e descansam um pouquinho, devido a esses intervalos há o aparecimento de estrias ou linhas incrementaisde Retzius. Quando essas linhas são observadas na superfície, são chamadas de Periquimácias. Quando são observadas nos vértices ou cúspides, nota-se um esmalte nodoso, pois é mais irregular, devido ao entrecruzamento dos prismas. Os TUFOS, LAMELAS e FUSOS, são estruturas sempre encontradas no esmalte originadas em diversas fases da amelogênese (mais especificamente na fase de maturação). Lamelas: regiões hipomineralizadas que atingem a superfície. Parecem rachaduras no esmalte. Tufos: áreas hipomineralizadas. Se originam na região amelodentinária e atinge no máximo um terço da espessura do esmalte, não atravessam todo o epitélio. Fusos: prolongamentos dos odontoblastos que se estendem até o esmalte. Encontram-se ao nível da junção amelodentinária. PELÍCULA ADQUIRIDA E BIOFILME Posteriormente quando o dente erupciona e o esmalte encontra outras substancias presentes na cavidade oral, algumas macromoléculas presentes na saliva aderem nesse esmalte, isto é a PELÍCULA ADQUIRIDA, que é uma composição normal. Por outro lado, há a presença de Biofilmes – estrutura que possui bactérias, polissacarídeos, moléculas do sangue e saliva e íons. Esse biofilme se deposita e se agarra na película adquirida.
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