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Análise de Riscos Ambientais e Biossegurança

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Disciplina: Gerenciamento de Riscos Ambientais e Biossegurança
Aula 1: Análise de Riscos
Apresentação
Nesta aula, analisaremos o histórico dos riscos, as principais conceituações e o
constante processo de evolução dos diversos sistemas de gerenciamento desses
riscos, abordando as metodologias e as ferramentas preventivas implementadas no
Brasil e no Mundo.
Primeiramente, veremos uma breve evolução histórica da relação do homem com as
atividades de risco. Em seguida, estudaremos a classificação dos riscos, as definições
e as terminologias utilizadas, assim como as principais normas relativas ao processo
de gerenciamento de riscos.
Objetivos
Reconhecer a importância do histórico dos riscos ambientais em âmbito do
gerenciamento;
Identificar as principais definições de riscos e perdas, bem como o entendimento
da gestão dos desvios como medidas preventivas;
Definir como as ferramentas do Gerenciamento de Riscos deverão ser
implementadas para possibilitar as diversas medidas de controle.
HISTÓRICO DOS RISCOS
As atividades inerentes ao ser humano, desde os primórdios, estão
intrinsecamente ligadas ao potencial de riscos. Com relativa frequência, esses
riscos resultam em lesões físicas, perdas temporárias ou permanentes da
capacidade para executar as tarefas e até em morte.
Quando o homem das cavernas se transformou em artesão, descobrindo o
minério e os metais, ele pode facilitar seu trabalho com a fabricação das
primeiras ferramentas. Contudo, surgiram as primeiras doenças do trabalho,
provocadas pelos materiais utilizados para a confecção de artefatos e
ferramentas.
As atividades de caça e pesca, cruciais à sobrevivência do homem primitivo,
por exemplo, sempre foram afetadas pelos acidentes que, muitas vezes,
diminuem a capacidade produtiva devido a lesões físicas.
QUANDO SE PENSOU EM
SEGURANÇA?
A informação mais antiga sobre a necessidade da segurança no trabalho,
alusiva à preservação da saúde e da vida do trabalhador, está registrada em
um documento egípcio, o papiro Anastácio V, que descreve as condições de
trabalho de um pedreiro:
Se trabalhares sem vestimenta, teus braços se gastam e tu te
devoras a ti mesmo, pois, não tens outro pão que os seus
dedos.
Assim, o homem evoluiu para a agricultura e para o pastoreio, alcançou a fase
do artesanato e atingiu a era industrial, sempre acompanhado de novos e
diferentes riscos que afetam sua vida e saúde.
Por isso, conhecer os perigos, encontrar maneiras de controlar as situações de
risco, desenvolver técnicas de proteção, procurar produtos e materiais mais
seguros e aplicar os conhecimentos adquiridos a uma filosofia de preservação,
foram passos importantes que caracterizaram a evolução humana ao longo da
sua existência.

Atenção
A princípio, a necessidade de proteção dominava as preocupações
individuais. Só muito lentamente, em termos históricos, a noção de
proteção individual foi sendo substituída pela da proteção da tribo, da
nação, do país, do grupo étnico ou civilizacional e, só muito mais tarde,
pela proteção da espécie.
Portanto, o conceito de prevenção evoluiu juntamente com a
racionalidade e a capacidade de organização da espécie humana,
desenvolvendo a habilidade da antecipação e reconhecimento dos riscos
das suas atividades.
 
Contribuição de Bernardino Ramazzini e outros
estudiosos
 Bernardino Ramazzini. (Fonte: Wikipedia)
O estudo da relação do homem com o trabalho e os riscos derivados dessa
relação teve início, de forma mais ampla, com o médico italiano Bernardino
Ramazzini, considerado o pai da medicina do trabalho.
Outros estudiosos apresentaram suas contribuições sobre o tema, com o
passar dos anos, levando a uma evolução e mudança de conceitos, ampliando
sua abordagem.
Nesse contexto, os acidentes de trabalho passam de eventos incontroláveis e
aleatórios para tornarem-se eventos indesejáveis e de causas conhecidas e
evitáveis. Modificando, assim, o processo tradicional de segurança, baseado
em trabalhos estatísticos.
 
O avanço tecnológico
1
1780
O início da Revolução Industrial.
2
1776
A invenção da máquina a vapor por James Watts.
3
1785
O regulador automático de velocidade alterou profundamente a tecnológica no
mundo.
Foi esse avanço tecnológico que permitiu a organização das primeiras fábricas
modernas, a extinção das fábricas artesanais e o fim da escravatura,
significando uma revolução econômica, social e moral.
Também foi com o surgimento das primeiras indústrias que os acidentes de
trabalho e as doenças profissionais (provocados por substâncias e ambientes
inadequados) se alastraram, tomando grandes proporções. Grande, também,
era o número de mutilados.
 
O movimento prevencionista
Melhoras surgiram quando os trabalhadores se tornaram especializados e
foram treinados para manusear equipamentos complexos que necessitavam
de cuidados especiais para garantir maior proteção e melhor qualidade.
Tentativas isoladas para controlar os acidentes e as doenças ocupacionais até
eram realizadas. Porém, essa situação grave com acidentes e baixas perdurou
até a Primeira Guerra Mundial.
Só após seu término, surgiram as primeiras tentativas científicas de proteção
ao trabalhador, com esforços voltados para o estudo de:
01
Doenças;
02
Condições ambientais;
03
Layout das máquinas, equipamentos e instalações;
04
Proteções necessárias para evitar a ocorrência de acidentes e incapacidades.
Esse movimento prevencionista evolui durante a Segunda Guerra Mundial,
devido à percepção de que a capacidade industrial dos países em luta seria o
ponto crucial para determinar o vencedor.
Essa capacidade seria mais facilmente adquirida com um maior número de
trabalhadores em produção ativa. A partir desse fato, a higiene e a segurança
do trabalho transformaram-se em uma função importante nos processos
produtivos.

Saiba mais
Nos países da América Latina, a preocupação com os acidentes do
trabalho e com as doenças ocupacionais ocorreu mais tardiamente. No
Brasil, os primeiros passos surgiram no início da década de 1930 sem
grandes resultados. Inclusive, na década de 1970, o Brasil foi apontado
como o campeão em acidentes do trabalho.
 
Segurança do trabalho
A segurança do trabalho, para ser entendida como prevenção de acidentes na
indústria, deve preocupar-se com a preservação da integridade física do
trabalhador, mas também precisa ser considerada como fator de produção.
1. Os acidentes, provocando ou não lesão no
funcionário, influenciam negativamente na produção
através da perda de tempo e outras consequências,
como:
✔ Perdas materiais;
✔ Diminuição da eficiência do trabalhador acidentado ao retornar ao trabalho;
✔ Aumento da renovação de mão de obra;
✔ Elevação dos prêmios de seguro de acidente e moral dos trabalhadores
afetados.
2. Portanto, as cifras correspondentes aos acidentes do
trabalho representam um entrave no plano de
desenvolvimento socioeconômico de qualquer país, já
que aparecem sob a forma de gastos com:
✔ Assistência médica e reabilitação dos trabalhadores incapacitados;
✔ Indenizações e pensões pagas aos acidentados ou às suas famílias;
✔ Prejuízos financeiros decorrentes de paradas na produção;
✔ Danos materiais nos equipamentos;
✔ Perdas de materiais;
✔ Atrasos na entrega de produto;
✔ Outros imprevistos que prejudicam o andamento normal do processo
produtivo.
Dessa forma, especialistas dedicam-se ao estudo de novas e melhores formas
de se preservar a integridade física do homem e do meio em que atua, por
meio do controle e da prevenção dos riscos potenciais de acidentes.
Assim, surgiram e evoluíram ações voltadas, inicialmente, à prevenção de
danos causados às pessoas, advindos de atividades laborais. Logo, foram
elaboradas normas e disposições legais com a finalidade social de reparaçãode danos às lesões pessoais.
 
Estudos de Heinrich, Blake e Bird
Na medida em que a preocupação quanto à reparação das lesões se
avolumava, estudiosos, como H. W. Heinrich e R. P. Blake, apontavam outro
enfoque: a importância de ações voltadas para a prevenção dos acidentes
antes dos mesmos se tornarem fato concreto.
Juntamente ao seguro social, desenvolveram-se estudos e técnicas que
propiciaram a evolução do prevencionismo.
O engenheiro H. W. Heinrich chegou ao seguinte resultado proporcional de
1:29:300: isto é, 1 lesão incapacitante para 29 lesões leves e 300 acidentes
sem lesões.
Essa proporção originou a pirâmide de Heinrich:
 Pirâmide de Heinrich.
Ampliando esses estudos, o engenheiro Frank E. Bird Jr. analisou acidentes
ocorridos em 297 empresas, representando 21 grupos de industrias diferentes
com mais de 1.750.000 operários, chegando a uma proporção de
1:10:30:600: 1 lesão incapacitante, 10 lesões leves, 30 acidentes com
danos à propriedade e 600 incidentes.
A partir das relações 1:10:30:600 é possível concluir que o esforço de ação
deve ser dirigido para a base da pirâmide e não apenas para os eventos
resultantes em lesão grave ou incapacitante.
Isso porque as lesões principais são eventos raros e, assim, apresentam-se
como oportunidades para a aprendizagem sobre prevenção disponíveis em
eventos menos graves, principalmente incidentes, primeiros socorros e atos
inseguros.
 Pirâmide de Bird. | Jairo Fonseca Alvarez
 
Erro humano
O comportamento humano nem sempre é constante e racional, por isso não
segue padrões rígidos pré-estabelecidos. Assim, o fator humano pode
influenciar de maneira substancial a confiabilidade de um sistema e as
perdas decorrentes de um acidente.
O erro humano é um desvio anormal em relação a uma norma ou padrão
estabelecido.
Dessa forma, a caracterização do erro humano não é simples e direta, mas
depende de uma definição clara do comportamento ou do resultado esperado.
Os processos de percepção e aceitação do risco e de tomada de decisão
caracterizam-se como os principais catalisadores do erro humano.
O erro humano por falta de atenção é inerente à natureza humana:
✔ Realizar uma tarefa de trabalho esquecendo-se de cumprir o passo anterior;
✔ Abrir duas válvulas que nunca poderiam estar abertas simultaneamente;
✔ Acionar tecla ou botão errado;
✔ Não perceber uma mensagem ou informação;
✔ Errar cálculos que são feitos de forma automática;
✔ Falhar em ter mais cuidado.
O reconhecimento dos riscos em um processo produtivo
ou organizacional é relevante para a identificação e a
correção dos desvios do sistema antes que ocorra a sua
falha, reduzindo-se, dessa forma, a probabilidade de erro
humano.
 
Apesar disso, mesmo que todos os riscos sejam
conhecidos, ainda há a possibilidade de falha humana,
pois cada indivíduo organiza e interpreta as situações de
maneira diferente.
 
Conceituação e definição de termos
A seguir, serão apresentados alguns conceitos relevantes para o
prosseguimento dos estudos sobre o processo de gerenciamento de riscos.
Perigo
Fonte ou situação (condição) com potencial para provocar danos em
termos de lesão, doença, dano à propriedade, dano ao meio ambiente,
ou uma combinação desses. 
 
Representa as condições de uma variável com potencial para causar
danos, como: 
 
Lesões pessoais;
Danos a equipamentos;
Instalações e meio ambiente;
Perda de material em processos ou redução da capacidade
produtiva.
Desvio
Ação ou condição com potencial para conduzir, direta ou indiretamente, a
danos pessoais, patrimoniais ou causar impacto ambiental, em
desconformidade com as normas de trabalho, procedimentos, requisitos
legais ou normativos, requisitos do sistema de gestão ou boas práticas. 
 
O conceito de desvio é similar ao de perigo, contudo desvio está
associado a uma não conformidade com requisitos pré-definidos. 
 
Dessa forma, todo desvio é um perigo, mas nem todo perigo é um
desvio, como perigos naturais, ou aqueles oriundos de mudanças e
processos inovadores, que não estejam padronizados. 
 
Desvios são usualmente evidenciados por inspeções in loco, e são um
importante conceito na auditoria comportamental. 
 
Perigos podem ser identificados tanto in loco quanto por análise a priori
ou técnicas de análises de risco. O encadeamento de perigos ou desvios
normalmente são os causadores de acidentes.
Segurança
Segurança é a garantia de um estado de bem-estar físico e mental,
traduzido por saúde, paz e harmonia. 
 
Já segurança do trabalho é a garantia do estado de bem-estar físico e
mental do empregado no trabalho para a empresa, e, se possível, fora
desse ambiente. É um compromisso acerca de uma relativa proteção da
exposição a perigos.
Dano
Consequência negativa do acidente que gera prejuízo. Gravidade da
perda humana, material ou financeira. 
 
A probabilidade e a exposição podem manter-se inalteradas e, mesmo
assim, existir diferença na gravidade do dano. 
 
Os danos podem ser: 
 
Pessoais – lesões, ferimentos, perturbação mental;
Materiais – danos em aparelhos, equipamentos;
Administrativo – prejuízo monetário, desemprego em massa.
Causa
Origem, de caráter humano ou material, relacionada a evento
catastrófico ou acidente, pela materialização de um perigo, resultando
em danos. 
 
É aquilo que provocou o acidente, sendo responsável por sua ocorrência,
permitindo que o risco se transformasse em dano. Portanto, antes do
acidente existe o risco e após o acidente existe a causa. 
 
Existem três tipos de causas: 
 
Atos inseguros;
Condições inseguras;
Fator pessoal de insegurança.
Sistema
É um arranjo ordenado de componentes que estão inter-relacionados e
que atuam e interagem com outros sistemas, para cumprir uma
determinada tarefa ou função (objetivo) previamente definido, em um
ambiente. 
 
Um sistema pode conter ainda vários outros sistemas básicos, chamados
subsistemas.
Probabilidade
É a chance de ocorrência de uma falha que pode conduzir a um
determinado acidente. Essa falha pode ser de um equipamento ou
componente do mesmo, ou pode ser ainda uma falha humana.
Confiabilidade
É quantitativamente definida como sendo a probabilidade de um
componente, dispositivo, equipamento ou sistema desempenhar
satisfatoriamente suas funções por um determinado espaço de tempo e
sob um dado conjunto de condições de operação.
Sinistro
Prejuízo sofrido por uma organização, com garantia de ressarcimento por
seguro ou por outros meios.
Incidente
Qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar danos,
que, por algum fator, não leva ao acidente. Também denominado de
quase acidente. 
 
Esse evento, muitas vezes, é atribuído ao “anjo da guarda”. 
 
O estudo dos incidentes leva ao conhecimento sobre as causas que
poderiam vir a tornar-se acidentes.
Perdas
As perdas podem ser tangíveis, quando se referem a prejuízos
mensuráveis, ou intangíveis, quando se referem a elementos de difícil
mensuração como a imagem da empresa.
Ato inseguro
É todo ato, consciente ou não, realizado pelo trabalhador ou empresa,
capaz de provocar dano ao trabalhador, a seus companheiros ou a
máquinas, materiais e equipamentos. 
 
Está diretamente relacionado à falha humana. 
 
Os atos inseguros são cometidos por imprudência, imperícia ou
negligencia. 
 
Exemplo: 
 
Falta de treinamento;
Excesso de trabalho;
Pressa;
Teimosia;
Curiosidade;
Improvisação;
Autoconfiança.
Condição insegura
Consiste em irregularidades ou deficiências existentes no ambiente de
trabalho que constituem riscos para a integridade física do trabalhador e
para a sua saúde, bem como para os bens materiais da empresa. 
 
A falta de limpeza e ordem no ambiente de trabalho, assim como
máquinas e equipamentos sem proteção ou a segurança improvisada,
são fatores que produzem a condição insegura.Fator pessoal de insegurança
Problema pessoal do indivíduo que pode vir a provocar acidentes, tais
como: 
 
Problemas de saúde;
Problemas familiares;
Dívidas;
Alcoolismo;
Uso de substâncias tóxicas.
Nível de exposição
É relativo à exposição a um risco que favorece a sua materialização como
causa de um acidente e dos danos resultantes. 
 
O nível de severidade varia de acordo com as medidas de controle
adotadas, ou seja: 
 
Acidente
Toda ocorrência não programada que pode produzir danos. Portanto,
trata-se de um acontecimento não previsto ou, se previsto, que não é
possível precisar quando acontecerá. 
 
Há diferentes conceitos para acidente, os principais são: 
 
Conceito legal – ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause morte, perda ou redução permanente ou temporária da
capacidade laboral para o trabalho;
 
Conceito prevencionista – ocorrência não programada,
inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal
de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil, lesões nos
trabalhadores ou danos materiais.
Risco
Risco é uma derivação da antiga língua italiana denominada risicare, que
representa evolução social, científica e tecnológica do ser humano em
“ousar”, que possibilita uma “escolha” do homem e não um destino
divinamente determinado. 
 
Alguns autores costumam definir risco como a possibilidade de um
evento adverso que possa afetar negativamente a capacidade de uma
organização para alcançar seus objetivos. 
 
Nesse contexto, o risco é considerado um evento indesejável. No
N ível de exposição  =   Risco
Medidas de controle adotadas
entanto, ao se apostar na Mega Sena, corre-se o risco de ganhar, o que,
de forma alguma, é algo negativo ou indesejável. 
 
Para esses autores, a possibilidade de um evento conduzir-se a um
resultado favorável é chamada de chance, enquanto a possibilidade de
um evento conduzir-se a um resultado desfavorável chama-se de risco. 
 
O risco poderá ter pelo menos três significados: 
 
Hazard – condições de uma variável com potencial necessário para
causar danos como lesões pessoais, danos a equipamentos e
instalações, danos ao meio-ambiente, perda de material em
processo ou redução da capacidade de produção. A existência do
risco implica na possibilidade de existência de efeitos adversos;
 
Risk – expressa uma probabilidade de possíveis danos de um
período específico de tempo ou número de ciclos operacionais,
podendo ser indicado pela probabilidade de um acidente
multiplicado pelo dano em valores monetários, vidas ou unidades
operacionais;
 
Incerteza – quanto à ocorrência de um determinado acidente.
 
Ferramentas de Gerenciamento de Riscos
A análise de riscos é essencial para o desenvolvimento de um sistema de
gerenciamento de risco eficaz, que poderá reduzir o número de
acidentes/incidentes nas indústrias.
Ela envolve a identificação, avaliação, gerenciamento e comunicação de riscos
ao meio ambiente e à saúde, permitindo antecipar e atuar sobre eventos
danosos, de forma a planejar ações de controle e de capacitação para agir em
emergências.
Assim, o risco é definido como a medida de perda econômica e/ou de danos à
vida humana resultante da combinação entre a frequência de ocorrência de
um evento indesejável e a magnitude das respectivas consequências.
O risco está, portanto, associado à chance de acontecer um evento
indesejado, assim, deve-se entender que o perigo pode ser intrínseco à
operação industrial, mas ele pode ser gerenciado, atuando-se na sua
frequência de ocorrência, nas consequências ou em ambas as variáveis.

Atenção
É importante que o profissional por trás das análises e uso dessas
ferramentas seja suficientemente qualificado e saiba que, muitas vezes,
o emprego de uma só pode não ser o bastante para a tomada da melhor
decisão. Por isso, é importante que essa pessoa tenha o conhecimento
das demais ferramentas para que possa buscar a solução ideal em vários
recursos.
Melhores ferramentas
Veja a seguir algumas das melhores e mais utilizadas ferramentas:
PFMEA
O PFMEA (Process Failure Mode and Effective Analysis) tem como
objetivo reconhecer e avaliar a potencial falha de um processo e seus
respectivos efeitos.
Essa ferramenta também identifica ações que devem ser tomadas para
reduzir ou efetivamente eliminar a probabilidade dessas falhas
ocorrerem. Além disso, identifica e classifica, para cada etapa do
processo, os riscos potenciais de falhas.
Ao indicar as possíveis falhas que possuem o maior número de prioridade
de risco (RPN), a ferramenta cumpre duas funções:
Ajudar a engenharia e o gerenciamento a evitar falhas potenciais,
poupando tempo e dinheiro;
Determinar a melhor maneira de investir o orçamento financeiro e o
tempo disponível.
Essa ferramenta acaba se transformando em um banco de conhecimento
da empresa, uma vez que fornece o registro de todas as falhas que já
foram consideradas e as ações que foram tomadas.
What If
Ferramenta de aplicação simples e de abordagem muito útil no processo
de identificação e de detecção de riscos. É uma técnica que possibilita
esse processo em qualquer fase do projeto.
Para empregar a ferramenta, são feitas reuniões com a equipe que
conhece os processos e são avaliadas questões como o fluxo do processo
e dos subprocessos envolvidos, entradas e saídas.
Baseando-se no conhecimento dos integrantes da equipe, faz-se a
pergunta simples “E se?” (em inglês, What if, nome da ferramenta).
Por exemplo: “E se a pressão nessa válvula for muito alta?”
A partir das respostas, a equipe é capaz de identificar perigos genéricos e
suas causas. Note que as respostas não necessariamente precisam ir a
fundo na identificação das causas, mas podem possibilitar aos envolvidos
que implantem medidas de prevenção ao detectar possíveis riscos.
Check List
Trata-se de uma ferramenta de contribuição, uma vez que precisa que os
riscos já tenham sido identificados anteriormente em outros processos.
O check list serve para verificar a aplicação — ou não — das medidas
recomendadas em processos de análise de risco anteriores. Para essa
verificação, as medidas anotadas anteriormente são listadas e
assinaladas (em um quadrado ao lado de cada uma), divididas nas três
opções:
“Sim”;
“Não”;
“Não Aplicável”.
É muito fácil e simples adotar o uso de check lists, mas para que seja
realmente efetivo, devem ser construídos de forma que sua interpretação
e aplicação sejam tão simples quanto. Por isso, torna-se fundamental
que a diagramação do formulário seja adequada para que seu
preenchimento seja claro.
APR
A Análise Preliminar de Riscos (APR), como o próprio nome já informa, é
uma técnica que deve ser aplicada em fases iniciais de novos projetos ou
de novas atividades. É uma ferramenta utilizada para evitar futuros
acidentes.
Consiste, basicamente, na construção de uma tabela em que são listados
os possíveis perigos a uma atividade, a um sistema ou a um processo e
quais são as causas e consequências desse perigo.
Essas análises são feitas de acordo com o grau de severidade e a
probabilidade de acontecerem, gerando um índice de risco que vai de 1 a
3 (3 sendo o mais grave).
A tabela ainda pode ser acrescida de mais informações e medidas
preventivas ou corretivas.
5 Porquês
Para fazer uso dessa ferramenta, é preciso entender que o conceito
básico dela é fazer a pergunta “Por quê?” quando um problema for
encontrado.
Não há uma regra que dita que as perguntas devem ser repetidas 5
vezes, mas esse número é bastante usual na aplicação da técnica.
As perguntas geram respostas que tendem a remover as principais
camadas de causas imediatas, aquelas que possivelmente escondem as
causas básicas.
Essa técnica dos 5 porquês tornou-se conhecida por gerar benefícios,
como:
A identificação das causas básicasde um problema;
As relações entre as causas, baixo custo e integração com outras
ferramentas de gestão e análise de risco;
Envolvimento de diversos funcionários.
Tudo isso por ser uma ferramenta de uso simples e prático.
Foco na excelência
Vimos nesta aula que utilizar ferramentas de gestão e de análise de risco em
uma empresa é mais do que priorizar a segurança: é um movimento que
envolve as pessoas relacionadas com as tarefas para que a excelência seja
sempre a meta.
Os esforços devem ser combinados, associando as facilidades das ferramentas
e dos métodos a uma equipe dedicada a minimizar os riscos e a aumentar as
chances de sucesso do negócio.
Outras ferramentas serão apresentadas ao longo de nossa disciplina, como o
Hazzop e a Árvore de Falhas, ampliando seu entendimento sobre
Gerenciamento de Riscos.
 (Fonte: Olivier Le Moal / Shutterstock)
Atividade
1. “É relativo à exposição a um risco que favorece a sua
materialização como causa de um acidente e dos danos
resultantes”. Esta é a definição de:
 a) Incidentes
 b) Risco
 c) Dano
 d) Nível de Exposição
 e) Acidente
2. Marque a única opção abaixo que não corresponde ao erro
humano:
 a) Avaliação errada de informações confusas
 b) Participação efetiva em treinamentos e programas de
conscientização
 c) Arquivo Técnico desatualizado
 d) Falhas na comunicação verbal
 e) Erros nas comunicações em situações críticas
3. O Engenheiro Frank Bird, após seus estudos em diversas
empresas, desenvolveu excelente trabalho prevencionista
baseando-se nos:
 a) Desvios
 b) Danos
 c) Acidentes
 d) Acidentes fatais
 e) Incidentes
Referências
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Normas relativas à
prevenção e combate a incêndios e explosões.
BARALDI, Paulo. Gerenciamento de riscos empresariais: a gestão de
oportunidades, a avaliação de riscos e a criação de controles internos nas decisões
empresariais. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
BRASILIANO, Antônio Celso Ribeiro. Manual de planejamento: gestão de riscos
corporativos. São Paulo: Sicurezza, 2003.
BRITO, Osias Santana. Gestão de riscos: uma abordagem orientada a riscos
operacionais. São Paulo: Savaiva, 2007.
COCURULLO, Antônio. Gestão de riscos corporativos. Riscos alinhados com
algumas ferramentas de gestão: um estudo de caso no setor de celulose e papel. São
Paulo: Scortecci, 2002.
Próximos Passos
Os principais acidentes ocorridos no Brasil;
Ampliação da abordagem sobre riscos e perigos;
Índices de Riscos;
Questões relacionadas à vulnerabilidade de um Sistema com riscos de perdas.
Explore mais
Não deixe de visitar os sites a seguir. Eles contêm informações relevantes e
complementares sobre o tema que acabamos de estudar.
Revista Proteção <http://www.protecao.com.br/home/> ;
Administradora de imóveis e condomínios CIPA
<http://www.cipa.com.br/> ;
Blog sobre segurança SESMT <http://www.sesmt.com.br/> ;
Assista também ao Documentário: Carne e Osso
<https://www.youtube.com/watch?v=887vSqI35i8> e entenda como,
em um determinado seguimento, a ausência de medidas de gerenciamento
poderão gerar riscos para os trabalhadores e para o negócio de forma geral.

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