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GERÊNCIA DE RISCOS

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GERÊNCIA DE RISCOS
AULA 1
Gerenciamento de Riscos
CONTEXTUALIZAÇÃO
Diante de um cenário nacional preocupante, onde a estimativa média é que, a cada cinquenta e nove segundos, um trabalhador sofre um acidente de trabalho e, a cada três horas e trinta oito minutos, um trabalhador perde a vida em virtude do trabalho, é de extrema importância e relevância que a Gestão de Riscos de Segurança do Trabalho se torne uma rotina dentro das organizações.
Os dias de trabalho perdidos com afastamentos previdenciários acidentários e os gastos da previdência social com benefícios acidentários crescem assustadoramente. Segundo o observatório digital de saúde e segurança do trabalho, no período de 2012 a 2017, mais de 305 milhões de dias já foram perdidos com afastamentos e mais de 66 bilhões de reais já foram gastos com benefícios acidentários ativos.
Atualmente, observa-se que nos países desenvolvidos, as grandes empresas e muitas pequenas e médias se utilizam, com êxito, da gestão de riscos de segurança do trabalho, pois ela proporciona uma correta proteção dos ativos e do patrimônio dos acionistas, eliminando e/ou reduzindo, efetivamente, a grande maioria dos riscos ocupacionais.
Portanto, a incorporação de práticas de gestão de segurança no trabalho contribui para a proteção contra os riscos presentes no ambiente laboral, prevenindo e reduzindo os acidentes. Dessa forma, os trabalhadores, a empresa e a produtividade do país só têm a ganhar. 
O QUE A ANÁLISE DE RISCOS CONTEMPLA:
Para que o entendimento da análise de riscos aconteça de forma clara, é interessante que o entendimento da gestão de riscos seja definido como sendo a elaboração e a implantação de medidas e procedimentos, técnicos e administrativos, que têm por objetivo prevenir, reduzir e controlar os riscos bem como manter uma instalação operando dentro de padrões de segurança considerados toleráveis ao longo de sua vida útil.
Considerando que o risco é a possibilidade de ocorrência de um evento (acidente) que pode causar danos (consequências) a uma empresa, a redução dos riscos pode ser conseguida por meio da implementação de medidas que visem tanto reduzir a possibilidade de ocorrência do acidente (ações preventivas) como as suas respectivas consequências (ações de proteção). Os danos podem ser humanos, patrimoniais, financeiros, de imagem, dentre outros.
Ao contrário do perigo, o risco pressupõe uma medição da chance desse evento ocorrer e a estimativa da sua gravidade. Por exemplo, um terremoto é um perigo. Já a chance de um terremoto ocorrer em determinada localidade e seus impactos é o risco. Se uma localidade possui prédios adaptados para suportar os tremores da terra, o risco de danos será menor, ainda que o perigo seja o mesmo.
Uma análise de risco bem elaborada consiste na avaliação da probabilidade de um perigo acontecer e na mensuração do seu possível impacto e consequente prejuízo para a organização. Algumas perguntas importantes devem ser respondidas numa análise de riscos de determinada instalação, tais como:
Quais os riscos presentes no ambiente verificado e o que pode acontecer de errado? Qual a probabilidade de ocorrência de acidentes devido aos riscos presentes? Quais os efeitos e as consequências destes acidentes? Como poderiam ser eliminados ou reduzidos estes riscos?
COMO REALIZAR A GESTÃO DE RISCOS?
É necessário que todos os colaboradores estejam comprometidos (operadores, supervisores, técnicos, gerentes, diretores e presidência da organização) para que a gestão e redução de riscos ocorra, pois, desta forma será possível a formação de hábitos seguros e de uma cultura de gerenciamento de riscos exercida por todos da organização.
A inspeção de segurança é um método preventivo de extrema importância, que identifica a possibilidade de eliminação de possíveis acidentes, seja ao patrimônio ou às pessoas. A importância da gestão de risco reflete nos benefícios que ela pode trazer para a empresa, tais como: a preservação de bens e vidas humanas, manutenção do fluxo produtivo e reputação da empresa, funcionários motivados, aumento da produção e competitividade, entre outros.
Uma vez elaborada a análise de riscos, a gestão desse processo deverá ocorrer de forma natural. Segundo a norma OHSAS 18001:2007*, a organização deve estabelecer e manter procedimentos para a contínua identificação de perigos, avaliação de riscos e a implantação de medidas de controle necessárias.
Assim, toda e qualquer empresa que desenvolva atividades que possam acarretar acidentes deve estabelecer um melhor gerenciamento de seus riscos, objetivando prover uma sistemática voltada para o estabelecimento de orientações gerais de gestão, com vistas à prevenção dos acidentes.
O AVANÇO DE LEIS E NORMAS E A CRIAÇÃO DE PROCEDIMENTOS:
Com o passar dos anos as leis concernentes a saúde e segurança do trabalhador têm se tornado cada vez mais rigorosas. Nesse sentido, implantar o gerenciamento de perigos e riscos visando a proteção do colaborador tornou-se uma obrigação das organizações que queiram manter-se corretamente diante da legislação e que também compartilham em seu estatuto, valores ligados à saúde e segurança da sua equipe.
Provavelmente você já deve ter ouvido falar, pelo menos uma vez, algum caso de acidente de trabalho. As chances desse episódio ter ocorrido em uma obra da construção civil são muito grandes. Isso porque segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o ramo da construção civil é o setor onde mais apresenta risco ao trabalhador. Para minimizar casos de acidentes como esses, a Organização Internacional de Normatização (ISO) traz a norma OHSAS 18001 focada na Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional. Assim como a ISO 9001 e a ISO 14001, essa é mais uma norma passível de certificação, ou seja, possibilita às empresas a aquisição do selo.
Um dos principais requisitos da OHSAS 18001 é o gerenciamento de perigos e riscos que uma empresa pode proporcionar ao colaborador. A norma estipula a listagem de todas as ações ou itens da empresa que possam ser classificadas em um destes dois termos. Mas qual a diferença entre o conceito de perigo e risco?
Discutiremos o significado de Perigo e Risco segundo a OHSAS 18001. Perigo, no requisito 3 da OHSAS 18001:2007, é definido como fonte, situação ou ato com potencial para o dano em termos de lesões, ferimentos ou danos para a saúde ou uma combinação destes. Ou seja, de forma simples o termo perigo refere-se a fonte geradora do problema. Alguns exemplos são: andaime de uma construção, a atividade de carga e descarga de uma transportadora; as longas escadas na rotina diária de um pintor.
Já a definição de Risco no trabalho, segundo a OHSAS 18001, consiste na Combinação da Probabilidade da ocorrência de um acontecimento perigoso ou exposição (ões) e da severidade das lesões, ferimentos, ou danos para a saúde, que pode ser causada pelo acontecimento ou pela(s) exposição(ões).
Em linhas gerais, podemos entender o risco como os “efeitos da fonte geradora”. Utilizando-se dos exemplos citados no item perigo, fica mais fácil compreender o que significa risco. Por exemplo, se o andaime é o perigo, a queda do colaborador deste espaço, seria classificado como risco. No caso do pintor, se a escada é o perigo, o acidente com a escada seria denominado o risco. Portanto, o Perigo é a fonte, situação ou Ato, enquanto o Risco é a probabilidade X Gravidade.
É importante destacar que muitos empresários vêem a importância da OHSAS 18001 apenas como um instrumento para evitar acidentes no local de trabalho como a fratura de um braço ou situações mais graves. No entanto, o gerenciamento de perigos e riscos da OHSAS 18001 pode evitar problemas ou doenças devido às ações repetitivas realizadas ao longo dos anos. Citamos como exemplo o ato de digitar incorretamente que pode provocar lesões tanto na coluna quanto nas mãos. Identificando os perigos e avaliando os riscos gerenciamento de perigos e riscos na saúde e segurança do trabalho.
Para tornar o processo de identificação e avaliação o mais eficaz possível. É necessário que sejamobservados e registrados tanto situações corriqueiras no ambiente de trabalho, quanto situações emergenciais ou atípicas. Nesse sentido, as operações como um todo da empresa precisam ser listadas e avaliadas. Recomenda-se que neste processo avaliem-se todas as fontes de perigos da organização, sobretudo aquelas que poderão proporcionar algum tipo de risco aos colaboradores ou pessoas presentes no ambiente.
Para compreender melhor a terminologia, as fontes de perigo são todas aquelas fontes que de alguma maneira apresentem risco ao funcionário ou as outras pessoas presentes no local. Como explicado no tópico anterior, quando se avalia os processos dos riscos, consequentemente serão identificados os perigos, tendo em vista que o perigo é fonte geradora e os riscos são os efeitos da fonte geradora. Há locais de maior atenção no apontamento de perigo, como as das fontes de energia. Para cada empresa exigem-se cuidados e atenções específicas devido a singularidade de cada negócio. Uma dica importante é analisar os riscos segundo a severidade e probabilidade de ocorrência. MELHORIA CONTÍNUA DO SISTEMA DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL PERIGOS E RISCOS CONSTRUÇÃO CIVIL
Toda mudança na empresa deve levar em conta o sistema de gestão de Saúde e Segurança Ocupacional, uma vez que deve ser observado se a mudança poderá apresentar algum perigo ou risco, segundo o levantamento que já foi realizado com a implementação da OHSAS 18001. Dessa maneira, o processo se tornará cada vez mais eficiente, evitando futuros problemas no SGSSO. Outra forma do aperfeiçoamento contínuo do sistema é a criação de novas listas de perigos e avaliação de riscos de tempos em tempos, segundo a necessidade dos processos da organização.
A ideia é que as medidas de proteção se tornem cada vez mais minuciosas e eficientes no controle dos perigos e riscos no local de trabalho. Como criar o próprio sistema de gerenciamento de perigos e riscos? A OHSAS 18001 oferece as diretrizes necessárias para a análise e levantamento dos perigos e riscos. Portanto, é possível seguir as orientações presentes na norma para implantar o gerenciamento.
Todavia, os processos são bastantes minuciosos e exigem atenção extra para interpretação de possíveis ou futuras causas de acidentes. Sendo assim, recomenda-se que o trabalho seja feito por um profissional habilitado que possua experiência na área.
Uma vez que para a implementação da norma com o objetivo da conquista do selo, exige-se que cada um dos requisitos da OHSAS 18001 seja atendido corretamente. Não apenas para contar com o sistema de gerenciamento de perigos e riscos, mas para estar em conformidade com a ISO e com a legislação em vigor, o acompanhamento de uma consultoria profissional é imprescindível.
Atividade Extra
 
O site https://www.venki.com.br/blog/o-que-e-gerenciamento-de-riscos/ tem vários artigos que falam bem sobre o que é a gerência de riscos. Utilize esse site como padrão para criação de um texto crítico no qual você demonstra reconhecer a função do processo e como ele se iniciou.
Aula 2
FUNÇÃO E A ORIGEM DO GERENCIAMENTO DE RISCOS
CONTEXTUALIZAÇÃO
A função do Gerenciamento de Riscos é reduzir perdas e minimizar os seus efeitos. Isso quer dizer que se assume a existência de perdas em todos os processos industriais, como um fato perfeitamente natural. Entretanto, por meio de técnicas, basicamente de inspeções e de análises, procura-se evitar que essas perdas venham a ocorrer com certa frequência, ou reduzir os efeitos dessas mesmas perdas, limitando-as a valores aceitáveis, ou dentro do perfil estipulado pela empresa em seus orçamentos anuais.
Não existe um método único de Gerenciamento de Riscos, ou uma metodologia padrão. Costuma-se confrontar os procedimentos em vigor com procedimentos-padrão para aquele tipo de etapa, analisando as possíveis alterações existentes, através de um amplo conhecimento das várias etapas da atividade analisada.
O Gerenciamento de Riscos é um contínuo processo de busca de defeitos, ou de quase-defeitos, com vistas à sua prevenção. Esses defeitos são chamados riscos. Risco é uma chance de perda e provavelmente, o mais importante degrau no processo de identificação e gerenciamento das perdas.
Com as informações obtidas por intermédio da aplicação das várias técnicas adotadas no Gerenciamento de Riscos e o emprego de metodologias específicas pode-se também quantificar riscos. A partir do momento que se qualifica e quantifica um risco tem-se a sua real magnitude ou sua expressão matemática. A qualificação é a identificação do tipo de risco ou da qualidade, se é que podemos assim dizer a respeito das características dos eventos que podem surgir. Trata-se de um risco de incêndio, ou de um risco de explosão, ou de um risco de danos elétricos, etc.
A quantificação é a determinação do valor da perda, expressa em percentual do valor dos bens ou em valores absolutos, ou do tamanho do prejuízo a se verificar no futuro. O risco, se ocorrer, poderá gerar uma perda que irá afetar 48% do patrimônio da indústria. A perda potencial é de cerca de $500,000. Como veremos adiante, tanto o tipo de risco quanto o valor da perda gerada são bastante importantes para a fixação do custo do risco, ou seja, do valor que a perda, se ocorrida, pode assumir.
Essa informação é muito importante para a execução de um programa de tratamento do risco. Em função do custo do risco, que pode vir a ser razoavelmente calculado por processos simples, consegue-se elaborar um plano de retenção das perdas ou de transferência para uma Seguradora, por intermédio de um contrato de seguros. Se as perdas são pequenas e a probabilidade de virem a ocorrer é baixa, com toda a certeza pode se tratar de um caso de retenção do risco, ou de um auto seguro.
Por outro lado, se a perda tem características de vir a apresentar danos severos, é o momento de se pensar em transferi-la, por intermédio da contratação de uma apólice de seguros. Passaremos a entender que uma transferência de risco não é uma operação isolada. O fato de se transferir um risco não é um pressuposto de que todas as preocupações da empresa serão resolvidas, ou todos os prejuízos serão reembolsados, ou as perdas reparadas. Normalmente existem mecanismos dentro do contrato de seguros que transformam a empresa em corresponsável pelas perdas. Ou seja, se um sinistro vier a ocorrer, a empresa terá que bancar uma parte do mesmo e a seguradora a quem ela transferiu a responsabilidade será responsável pela diferença.
Esse mecanismo de corresponsabilidade é o que denominamos de franquia ou participação obrigatória do segurado (POS). Assim, a empresa por não ter condições técnicas de repassar 100% tem que se preparar para evitar as ocorrências dos eventos. Uma das formas de prevenção se dá por intermédio da aplicação das técnicas corretas de Gerenciamento de Riscos, associada à adoção de mecanismos ou de sistemas de prevenção de perdas. No tocante a esses, destinaremos alguns momentos para tratar desse assunto especificamente.
ORIGEM DO GERENCIAMENTO DE RISCOS
A Gerência de Riscos surgiu como técnica nos Estados Unidos, no ano de 1963, com a publicação do livro Risk Management in the Business Enterprise, de Robert Mehr e Bob Hedges. Seguramente uma das fontes de consulta ou de inspiração dos autores foi um trabalho de Henry Fayol, divulgado na França em 1916. A origem da Gerência de Riscos é a mesma da Administração de Empresas, a qual, por sua vez, conduziu os processos de Qualidade e de Produtividade.
Por ser uma técnica relativamente nova, sua divulgação e adaptação pelos países variou de acordo com as necessidades de momento, das experiências dos técnicos que a difundiram, da fase de desenvolvimento pela qual estava passando o país e outros motivos mais.
No Brasil o seu ingresso deu-se na segunda metade da década de 1970, com aplicação voltada especificamente para a área de seguros, com vistas à prevenção de riscos em bens patrimoniais, segurados pelas empresas do setor.
Desta forma, seus conceitos começaram a se propagar juntamente com os conceitos prevencionistasdo Mercado Segurador Brasileiro, principalmente no que diz respeito ao risco de incêndio. Porém, com o intercâmbio entre os países e a melhor compreensão da técnica vislumbrou-se um melhor futuro para a mesma.
Quase ao final da década de 70, com o desenvolvimento da Engenharia de Confiabilidade de Sistemas, ou a Engenharia de Segurança de Sistemas, alguns conceitos comuns passaram a se mesclar, dando nova configuração à Gerência de Riscos. Nas aulas a seguir faremos uma análise de alguns tipos de processos industriais, com destaque para os seus principais riscos e sugestões de formas ou de maneiras adotadas para o tratamento dos riscos.
Nos deteremos mais no tópico prevenção e combate a incêndios nessas análises, por ser esse o principal risco das empresas, sem, entretanto, descuidarmos da análise e da exemplificação de outros riscos. Existem inúmeros eventos que constantemente ameaçam o patrimônio das empresas. Porém, em linhas gerais, dos eventos geradores de danos que incidem em instalações industriais, tanto no que diz respeito à frequência de ocorrências, como também no tocante à severidade das perdas, o incêndio é o mais comum.
Na ilustração a seguir apresenta-se um gráfico com os percentuais médios, aplicados aos riscos maiores ou geradores das ocorrências, verificados nos acidentes envolvendo indústrias.
Figura 1 - Gráfico com os percentuais médios, aplicados aos riscos maiores ou geradores das ocorrências
Na análise em questão abordaremos desde o conhecimento das características dos agentes extintores até o seu emprego, sempre com vistas à prevenção e ao controle dos riscos. Finalmente, cumpre ressaltar que muitas vezes a Gerência de Riscos é confundida com a Segurança Industrial. Ambas têm caráter preventivo. Entretanto, na Gerência de Riscos procura-se tratar o risco sob o prisma matemático de sua ocorrência, quase que para fins de estudos, enquanto que a Segurança Industrial parte direto para as medidas corretivas.
A linha de trabalho que consideramos ideal é aquela que associa os métodos de análise empregados na Gerência de Riscos com os procedimentos da Segurança Industrial.
Atividade Extra
Acesse o site https://vicenzisantiago.com/quer-conhecer-a-evolucao-da-gestao-de-riscos/ onde podemos verificar as relações iniciais para a gerencia de risco, escolha um dos artigos presentes no site e faça uma resenha crítica do artigo que julgar mais interessante!
Aula 3
FUNDAMENTOS MATEMÁTICOS PARA GERÊNCIA DE RISCO NO TRABALHO
CONFIABILIDADE / PROBABILIDADE: CONCEITOS BÁSICOS
Confiabilidade (C): é a probabilidade de um equipamento ou sistema desempenhar satisfatoriamente suas funções específicas, por um período de tempo determinado.
Probabilidade de falha (P): é a possibilidade de ocorrência de um determinado número de falhas num período de tempo considerado. A probabilidade de falha, até certa data, é denominada “não confiabilidade” e é o complemento de C.
Taxas de falhas (λ): é a frequência com que as falhas ocorrem, num certo intervalo de tempo, e é medida pelo número de falhas para cada hora de operação ou número de operações do sistema.
Tempo médio entre falhas (TMEF): é o recíproco da taxa de falhas.
TIPOS DE FALHAS
A- Falhas prematuras - Ocorrem durante o período de depuração, devido a deficiências nas montagens ou a componentes abaixo do padrão, que falham logo após colocados em funcionamento. As falhas prematuras não são consideradas na análise de confiabilidade porque se admite que o equipamento foi depurado e as peças iniciais defeituosas foram substituídas. Para a maioria dos equipamentos, 200 horas é um período considerado seguro para que haja depuração.
B- Falhas casuais - São falhas que resultam de causas complexas, incontroláveis e, algumas vezes, desconhecidas. Ocorrem durante a vida útil do componente ou sistema.
C- Falhas por desgaste - São falhas que ocorrem após o período de vida útil dos componentes. A taxa de falha aumenta rapidamente, nesse período, devido ao tempo e a algumas falhas casuais.
CURVA DA TAXA DE FALHA X TEMPO (“Curva de Banheira”)
Como podemos ver na Figura 1 abaixo temos diferentes comportamentos para falhas dependendo do período da vida útil do produto, equipamento ou processo.
Figura 1 – Curva da Banheira
CÁLCULO DA CONFIABILIDADE
É dado pela expressão matemática que indica a probabilidade com que os componentes operarão, sem falhas, num sistema de taxa de falhas constante, até a data t.
Onde: C= Confiabilidade; e= 2,718; λ = taxa de falhas, t= tempo de operação e T=tempo médio entre falhas.
SISTEMA DE COMPONENTES EM SÉRIE
A característica principal do sistema de componentes em série é a de que uma falha de qualquer um dos componentes implica na quebra ou paralisação do equipamento ou sistema.
Sejam C1, C2, C3.........Cn, as funções de confiabilidade dos componentes de um equipamento ou sistema:
Figura 2 – Esquema de maquinas ligadas em série
A confiabilidade C do sistema é dada pela expressão: C= C1. C2. C3.............Cn; que é, também, denominada LEI DO PRODUTO DE CONFIABILIDADE. A probabilidade de falha será: P = 1 – C.
SISTEMA DE REDUNDÂNCIA PARALELA
Nesse caso, para que haja a paralisação do sistema é necessário que todos os meios ou componentes do sistema falhem.
Figura 3 – Esquema de máquinas ligadas em paralelo
Sejam P1, P2, P3.......Pn, as probabilidades de falha dos componentes de um equipamento ou sistema. A probabilidade de falha do equipamento ou sistema é dada pela fórmula: P = P1, P2, P3.......Pn; A confiabilidade ou probabilidade de não falhar será: C = 1 – P.
A redundância paralela é uma ferramenta de projeto para aumentar a confiabilidade de um sistema ou equipamento. Essa ferramenta apresenta, entretanto, algumas desvantagens tais como: aumento de custo, peso, volume, complexidade, exigindo maior manutenção.
Atividade Extra
Busque um artigo sobre probabilidade de ocorrência de eventos e realize um fichamento técnico do mesmo, indique autores, referências e conclusões.
Aula 4
OUTROS SIGNIFICADOS DE PROBABILIDADE
CONTEXTUALIZAÇÃO
Pode parecer intuitivamente óbvio o significado de probabilidade, mas a palavra tem, de fato, vários significados. Veremos abaixo, três definições básicas de probabilidade:
CHANCES IGUAIS
Uma definição de probabilidade deriva do princípio da chance igual. Se uma situação tem n chances iguais e efeito mutuamente exclusivo e se nA representa os resultados ou efeitos para o evento A, a probabilidade P(A) do evento A ocorrer, é:P(A) = nA/A             (1)
Essa probabilidade pode ser calculada ou não por intermédio de experiências. O exemplo usualmente dado é o lance de um dado não viciado, o qual apresenta seis possibilidades iguais de chances. A probabilidade de tirarmos o número 1 é de 1/6. Outro exemplo é a retirada de 1 bola de dentro de uma caixa contendo 04 bolas brancas e 2 vermelhas. A chance de retirarmos 1 bola vermelha é dada pela razão 1/3. O princípio das chances iguais também é aplicado ao 2º caso, porque, apesar da possibilidade de retirar uma bola vermelha e uma branca ser desigual, a chance de retirar uma bola é igual. Essa definição de probabilidade é muitas vezes de utilidade limitada na engenharia, principalmente pela dificuldade de definir situações com chances iguais e mutuamente exclusivas nas aplicações práticas.
FREQUÊNCIA RELATIVA – EXPERIMENTAÇÃO
Uma segunda definição de probabilidade é baseada no conceito de frequência relativa. Se uma experiência é executada n vezes e se o evento A ocorre nA vezes nessas ocasiões, então a probabilidade P(A) do evento A ocorrer é P(A) = Lim nA/n                    (2)
Essa probabilidade pode somente ser determinada por experiências. Essa definição de probabilidade é uma das mais largamente usadas em engenharia. Em particular, esta é a definição empregada na estimativa da probabilidade de falha.
PROBABILIDADE PESSOAL
Uma terceira condição de probabilidade é a condição de opinião. Ela é uma medida numérica de confiança na qual uma pessoa tem de que o evento poderá ocorrer. Muitas vezes ela corresponde a frequência relativa do evento.
ALGUMASRELAÇÕES DE PROBABILIDADE
Chegou o momento de apresentarmos as ferramentas básicas para o desenvolvimento das relações de probabilidades. Afinal, é com estas ferramentas que procuramos desvendar os campos da Engenharia de Confiabilidade.
ÁLGEBRA BOOLEANA
Devemos o desenvolvimento de Álgebra Booleana a George Boole, que a criou para aplicação ao estudo da lógica. A mais notável aplicação da lógica booleana, foi na implantação de sistemas eletrônicos digitais que originaram os computadores eletrônicos (Hardware).
Mas não é só na informática que encontramos aplicação para a Álgebra Booleana. Atualmente, além de uma infinidade de sistemas eletrônicos e eletromecânicos, a matéria está sendo empregada nas análises de probabilidade, em estudos que envolvem processos decisórios (Teoria da Decisão) e ou Segurança de Sistemas, principalmente. A principal vantagem da Álgebra Booleana é a simplificação de sistemas complexos, facilitando o seu entendimento e favorecendo a sua análise. A aplicação do assunto fica limitada a sistemas ou processos que puderem assumir dois estados discretos, como por exemplo: Sim ou Não; falso ou verdadeiro; Positivo ou Negativo; Alto ou Baixo; Zero ou 1 (um). Na matéria é utilizado o sistema binário como sistema de numeração e uma notação simbólica específica. O sistema binário, como sabemos, é empregado como linguagem de computação e nos proporciona duas condições apenas. (Ø ou 1).
NOÇÕES DE CONJUNTOS
Por conjunto entendemos qualquer coleção de objetos, elementos, eventos, símbolos, ideias ou entidades matemáticas. A totalidade do conjunto é expressa pela unidade e o conjunto vazio por zero (Ø).
Devemos lembrar que esses valores não são quantitativos, são apenas símbolos. Utiliza-se comumente os diagramas de Venn para identificar os conjuntos. Os desenhos que se seguem representam algumas situações de interações entre conjuntos e o seu significado encontra-se explícito ao lado.
Figura 1 - Representa a união do conjunto A com o conjunto B, A U B ou A+B
Figura 2 - Representa conjuntos mutuamente exclusivos ou disjuntos
Figura 3 - Representa a diferença entre os conjuntos A e B
Figura 4 - Representa o complemento de A, também chamado de Ᾱ ou NÃO.A
Figura 5 - Representa a lei distributiva ou seja A(B+C) = AB +AC
Figura 6 - Representa também a lei distributiva ou seja (A+B).(A+C) = A +BC
Como já foi observado nas explicações anteriores a união e intersecção de conjuntos pode ser escrita respectivamente, através da notação:
C= A U B = A+B    & C= A ÇB = A.B
Atividade Extra
Utilize o site https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/matematica/o-que-e-probabilidade.htm para entender um pouco mais sobre probabilidade. 
Aula 5
ANÁLISE E RISCOS
INTRODUÇÃO
A maioria dos acidentes é devida à falta ou deficiência de algo fundamental na execução das tarefas diárias. A segurança dos empregados nas áreas de risco é função direta do método de trabalho que, infelizmente, não tem recebido o carinho, atenção e respeito que merece! Havendo problema quanto ao método, a segurança sempre falha!... E quando a segurança falha, os resultados são catastróficos:
- São as mortes;
- São as mutilações físicas e/ou mentais;
- São as perdas materiais;
- São as interrupções brutais do trabalho com toda sorte de prejuízo!
Revisaremos alguns conceitos básicos sobre acidente e segurança. Os conceitos sobre acidente são estudados isoladamente apesar de que, na prática, os acidentes ocorrem sempre em cadeia.
Eles são classificados em caráter pessoal, material e administrativo. Gerenciar riscos depende fundamentalmente do claro entendimento desses conceitos.
ACIDENTE
Ocorrência não programada que pode produzir danos. É um acontecimento que não prevemos ou, se prevemos, não sabemos precisar quando vai acontecer.
· Acidentes pessoais: Ocorrência com pessoas. Ex: Queda de pessoa
· Acidente Material: Ocorrência com material Ex: Queda de aparelho de medição
· Acidente Administrativo: Ocorrência com a empresa Ex: Falência, não programada.
ACIDENTE DO TRABALHO
Qualquer evento não programado que interfere negativamente na atividade produtiva e que tem a cobertura da seguradora.
INCIDENTE CRÍTICO:
É uma situação ou condição que se apresenta, mas não manifesta dano. É também chamado de quase-acidente.
DANO
Consequência negativa do acidente. É o produto ou resultado negativo do acidente (prejuízo), seja dano pessoal, lesão, como ferimento no braço, perturbação mental; dano material, como dano em aparelho, equipamento, etc; ou dano administrativo, como o prejuízo monetário e o desemprego em massa.
RISCO
Tudo que pode causar acidente, ou seja, que tem potencial ou probabilidade de causar acidente. De um modo geral, os riscos são mais “visíveis” nas tarefas e podem ser controlados. Por vezes ele está oculto no processo que envolve a realização das tarefas. Podemos descobri-lo preventivamente (através de conhecimento, estudo, pesquisa, testes, etc., o que é sempre difícil) ou corretivamente (após algum acidente). Um exemplo é o defeito de fabricação de um equipamento. Há riscos que nunca são descobertos. Lembre-se da máxima “os inimigos ocultos são os mais perigosos!”
RISCO PESSOAL
É o homem o maior risco da humanidade! Ele pode causar os mais variados acidentes a qualquer instante.
RISCO MATERIAL
Condição insegura é o risco verificado no ambiente, seja em máquinas, equipamentos, ferramentas, a presença (gás tóxico) ou a falta de pessoal treinado em primeiros socorros ou qualquer outra coisa no ambiente de trabalho.
RISCO ADMINISTRATIVO
A administração, a gerência, a supervisão ou quem os representar diretamente. É o risco mais crítico da Empresa. Quando o gerente é competente, o trabalho e a segurança funcionam a contento. Um grande número de acidentes na empresa indica sempre uma supervisão falha ou inexistente.
CAUSA (DE ACIDENTE)
Aquilo que provocou o acidente, que foi responsável por sua ocorrência, que permitiu a transformação do risco em acidente.
Vale ressaltar que a causa só passa a existir após a ocorrência do acidente. A condição insegura (piso escorregadio, por exemplo) é um risco, antes de acontecer o acidente. Após o acidente a condição insegura é a causa do acidente (e continua sendo risco para outros acidentes). A classificação da causa de acidentes é descrita a seguir.
· Causa Pessoal: Ato inseguro, como, por exemplo, não seguir o fluxo padronizado das tarefas.
· Causa Material: Condição Insegura, como, por exemplo, o piso escorregadio.
· Causa Administrativa: Ato inseguro administrativo, como, por exemplo, a diretriz errada, uma ordem errada proveniente da chefia, de gerência, de supervisor.
ATO INSEGURO
Maneira pela qual, consciente ou inconscientemente, a pessoa física ou jurídica: em primeiro lugar se expõe ao risco; em segundo lugar expõe as pessoas (físicas ou jurídicas) e outras coisas ao risco. O ato inseguro (simplesmente) é aquele que é cometido por pessoa física, como por exemplo, o lançamento de cigarro aceso (pontas) pela janela. O ato inseguro administrativo é aquele que é cometido por pessoa jurídica, como, por exemplo, a ordem dada pela chefia para transportar mercadoria com carga superior à capacidade de um caminhão.
CONDIÇÃO INSEGURA, OU CONDIÇÃO AMBIENTE DE INSEGURANÇA
Condição de meio que pode causar ou favorecer a ocorrência de acidentes (risco) ou a condição do meio que causou ou favoreceu o acidente (causa). A condição insegura antes do acidente é risco e após o acidente é causa.
FATOR PESSOAL (DE INSEGURANÇA)
A condição que leva o ser humano a cometer o ato inseguro podendo ser inconsciente ou consciente, inerente ou não ao ser humano. Alguns exemplos são o medo e a insegurança.
EXEMPLOS DE FATORES HUMANOS
Os elementos abaixo são exemplos de fatores humanos que podem causar acidentes ou incidentes em processos.
· Incompetência: física (surdez, daltonismo); mental (intelectual ou psíquico); falta de treinamento ou treinamento inadequados. Todos nós temos muita competência para algumas coisas e pouca competência  para outras.
· Irresponsabilidade: omissão, indisciplina, vício (bebida, tóxico,etc.).
· Excesso de confiança: o “bom geral''.
· Falta de confiança: insegurança, dúvida, medo.
· Problemas pessoais: doenças, falta de dinheiro, preocupação, excesso de dinheiro, fome, doença na família, fadiga.
· Incompatibilidade: Com talento, com chefes, com colegas, com a vida. Bom seria se pudéssemos ter sempre “o homem certo no lugar certo”.
Atividade Extra :
 Acesse o site https://segurancatemfuturo.com.br/, onde podemos verificar as relações entre acidentes, suas causas e formas de evitá-los e fazer uma resenha crítica do artigo que julgar mais interessante!
Aula 6
ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS
EXEMPLOS DE ATOS INSEGUROS
Podemos listar vários elementos como atos inseguros, dentre eles alguns nos parecem intuitivos, outros nos parecem menos comuns, mas precisam fazer parte da preocupação do gestor de segurança e risco. Podemos mencionar alguns atos inseguros, tais como: o não uso ou uso incorreto de EPI; o lançamento de pontas acesas de cigarro; a ligação de chave (elétrica) errada; o ato de dirigir sem habilitação; o ato desligar aparelhos sem conhecer ou seguir instruções; fumar em lugar proibido ou com risco de incêndio; o exercício de função administrativa só pelo cargo ou dinheiro (não tendo competência para exercê-la); o ato de emitir qualquer diretriz inadequada ou errada (chefia); fazer os empregados de cobaias, testando teorias utilizadas em outras civilizações, sem competência e conhecimento profundo do assunto e sem visão para medir consequências futuras; usar o cargo ou a função para impor ideias não aceitas pela totalidade dos empregados.
EXEMPLOS DE CONDIÇÕES INSEGURAS
A condição insegura pode ocorrer com qualquer funcionário desde o operador de chão de fábrica até a alta gerência da empresa. Dentre essas condições, podemos citar: piso defeituoso, escorregadio, com óleo; ambiente com produtos nocivos à saúde; ambiente com temperaturas extremas; ambiente mal iluminado; ambiente mal ventilado; materiais mal posicionados (sem arranjo físico); ferramentas e máquinas perigosas ou defeituosas; substâncias químicas e outros materiais no ar respirável; equipamentos energizados sem proteção e controle; falta de condições essenciais à realização do trabalho.
SEGURANÇA
Podemos dividir o estudo de segurança em alguns tópicos fundamentais, com essa estruturação reduzimos a possibilidade de confusão ou erros na criação de uma linha logica de raciocínio.
SEGURANÇA GERAL
É a garantia de um estado de bem-estar físico e mental traduzido por saúde, paz e harmonia.
SEGURANÇA DO TRABALHO
É a garantia de um estado satisfatório de bem-estar físico e mental do empregado, no trabalho para a empresa e, se possível, fora do ambiente dela (em viagem de trabalho, no lar, no lazer, etc.).
SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO
É a parte do planejamento, organização, controle e execução do trabalho, que objetiva reduzir permanentemente as probabilidades de ocorrência de acidentes (parte de administração com objetivo de reduzir permanentemente os riscos).
LINHA DE ATUAÇÃO PARA ATINGIR A SEGURANÇA
1º) Administração correta (consciente), com pessoas capazes, planejamento, organização e métodos eficazes e eficientes, com supervisão atuante (consciente).
Que acredite em segurança (e no trabalho); que apoie a segurança (e o trabalho).
2º) Conscientização dos empregados (e patrões) quanto à segurança no trabalho, pois como diz a máxima “quando a pessoa acredita naquilo que faz, ela se torna mais produtiva e feliz”.
3º) Atuação na área de risco: identificação de riscos, eliminação de riscos, controle de riscos, proteção do trabalhador (EPC, EPI, Layout, etc.).
4º) Atendimento de acidentados: com os primeiros socorros médico-hospitalares, psicológicos, sociais.
COMO FAZER SEGURANÇA NA ÁREA DE RISCO:
1º) Com prevenção: inspeção de segurança, análise de risco, métodos de Trabalho.
2º) Com correção: investigação de acidente e análise de acidentes
TIPOS DE RISCOS:
A criação de um conceito de tipos de riscos presentes no processo demonstra de maneira clara como os gestores se preocupam com a prevenção desses riscos e como é relevante essa gestão cuidadosa.
CONSTANTES
São aqueles que mantêm suas características de identificação inalteráveis em todos os períodos determinados, como, por exemplo, equipamentos fixos, máquinas de serrar, etc.
VARIÁVEIS
São aqueles que apresentam alterações substanciais por influência de fatores exógenos (que estão à superfície). Alguns exemplos são: incêndios de bosques, de acordo com a estação do ano, bem como acidentes de trânsito, de acordo com faixa de período.
PROGRESSIVOS
São aqueles que apresentam maior potencialidade na medida que transcorre o tempo, como, por exemplo, o risco de morte, o qual aumenta com a idade.
NATUREZA DOS RISCOS:
De onde podem se originar e como podem ser trabalhados os tipos de risco existentes.
ESTÁTICOS (PUROS)
Aqueles que causam somente prejuízos caso ocorram eventos associados.
DINÂMICOS (IMPUROS/ESPECULATIVOS)
Aqueles que podem produzir lucros como prejuízos, na hipótese da ocorrência de eventos relacionados.
Figura 1 - Mapa dos riscos estáticos presentes em uma empresa
Figura 2 - Mapa dos riscos dinâmicos presentes em uma empresa
RISCO x DANO x PERIGO
Podemos definir o RISCO como uma ou mais condições de uma variável, com potencial necessário para causar danos. Já quando partimos para a definição de DANO costumamos caracterizar como a severidade da lesão, perda física, funcional ou econômica, que pode ocorrer, caso o controle sobre um risco seja perdido. Já o PERIGO é expresso como uma exposição a um risco, que favorece a sua materialização em danos.
Atividade Extra
No site https://www.segurancadotrabalho.ufv.br/analise-preliminar-de-riscos/ existem algumas análises preliminares de risco. Escolha um exemplo e faça um texto narrando seu entendimento sobre a mesma.
Aula 7
PREVENÇÃO E CONTROLE DE PERDAS
Neste momento começaremos a analisar um tipo mais novo de engenharia, a engenharia de controle de perdas, a “irmã mais nova” da engenharia de segurança do trabalho.
ENGENHARIA DE PREVENÇÃO E CONTROLE TOTAL DE PERDAS 1970 - JOHN A. FLETCHER (ENGENHEIRO CANADENSE) CONCEITO:
É uma das especialidades da engenharia, cuja finalidade é prevenir todos os fatos negativos, que distorcem um processo de trabalho, impedindo que se cumpra o programado, e que podem provocar danos e/ou perdas às pessoas e aos elementos materiais.
Figura 1 – Causa e consequência de problemas com perdas
Na figura 1, podemos ver uma analogia causa e consequência de problemas com perdas. Esse modelo deixa clara a necessidade dessa análise complexa, afinal, o objetivo sempre será reduzir ou eliminar todos os acidentes que possam interferir ou paralisar um sistema.
 
DIRETRIZES DA PREVENÇÃO E CONTROLE DE PERDAS
As diretrizes da prevenção e controle de perdas são: eliminar ações e condições inseguras, que, por sua vez, poderão ser causas de acidentes com lesões, o que permitirá também fortalecer a ação de preservação dos recursos humanos da empresa; reconhecer a importância desta ação para melhorar a qualidade dos produtos e evitar os atrasos na produção; assegurar o financiamento de qualquer atividade preventiva relacionada a custos dos acidentes com danos humanos e/ou materiais; reconhecer a importância da participação dos especialistas na prevenção, para lograr a melhor utilização dos recursos disponíveis e, portanto, para tornar mais eficiente a ação da empresa; constituir uma ferramenta dinâmica para medir e avaliar as possibilidades reais da redução no custo dos danos materiais, visando despertar o interesse da administração.
ANÁLISE E PREVENÇÃO DE PERDAS
Estrutura o conceito de perda de forma que o passo a passo da análise se torne mais simples e elegante.
CONCEITO DE PERDA
Para as finalidades deste opúsculo, consideramos perda e desperdício como sinônimos, embora o desperdício seja uma questão de comportamento e a perda tenha várias causas. Daremos atenção às perdas, suas possíveis causas e aos meios de as identificar, eliminar e prevenir.
Nesse contexto, conceituamos perda como sendotoda e qualquer inutilização de bens materiais e imateriais que direta ou indiretamente causa prejuízos de qualquer natureza para os indivíduos, para as organizações e para a sociedade.
Nenhuma definição de perda é abrangente o bastante para incluir todas as suas formas e todas as suas causas nos diversos ramos de atividades. Para se ter uma ideia do significado econômico e social das perdas, eis alguns pontos para ponderar: A FAO, organismo da ONU encarregado dos problemas de produção de alimentos no mundo, calcula que a safra mundial de grãos sofre uma perda média de 15% entre a colheita e o consumo, por problemas na colheita, armazenagem e transporte.
O governo do Paraná elaborou, na década de 1980, um levantamento das perdas provocadas por normas burocráticas inúteis. Chegaram à conclusão de que os paranaenses pagavam 2,5% do orçamento estadual para lubrificar a máquina burocrática, sem que disso lhes resultasse benefício algum.
Quanto custa à nação a perda de um emprego? Quem perde o emprego perde de imediato o salário, mas a nação perde muito mais, pelos impostos e taxas que deixa de recolher, pelo consumo que deixa de ser realizado etc. Neste opúsculo nossa análise ficará restrita às perdas cuja produção, eliminação e prevenção, com o fim de buscar a redução de custos desnecessários para as organizações empresariais.
CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS
Todas as perdas podem ser divididas em dois grupos: perdas inevitáveis e perdas evitáveis. Isso não significa, entretanto, que devamos nos contentar com essa identificação simples. Identificando as perdas como inevitáveis e evitáveis, aceitaremos aquelas e só nos preocuparemos com estas. Nada mais falso. As perdas inevitáveis podem ser sempre reduzidas, as perdas evitáveis podem ser também reduzidas, mas, às vezes, com mais dificuldades do que as perdas inevitáveis.
PERDAS INEVITÁVEIS
Quando um alfaiate confecciona um terno, ele é obrigado a cortar partes do tecido em pedaços tão pequenos que não possam ser utilizados na confecção de outro vestuário. Esses pedaços são os retalhos. Eles são jogados fora ou usados na confecção de tapetes de retalhos.
Na indústria metalúrgica, as chapas de aço são compradas em tamanhos padronizados e, para a confecção do produto final, essas chapas são cortadas e perfuradas. Os restos obtidos constituem retalhos e recortes. Os retalhos não aproveitáveis e os recortes são classificados como sucata.
As perdas acima são exemplos de perdas inevitáveis. Elas são previsíveis e decorrentes de um imperativo perfeitamente conhecido, que é o desbaste da matéria-prima para se obter o produto acabado. Tais perdas podem ser reduzidas a um valor mínimo e não podem ser configuradas como desperdícios. O perigo das perdas inevitáveis reside no fato de poderem mascarar desperdícios. Por exemplo: ao recrutar candidatos para uma vaga na empresa, todos eles preenchem um formulário de solicitação de emprego. O índice de perdas inevitáveis nesse caso será igual ao total de formulários preenchidos, menos um. Mas há desperdício quando o formulário é entregue para ser preenchido por candidatos sem as condições essenciais para o cargo, ou que é muito comum. Um exemplo disso é quando o formulário é preenchido por candidatos a cargos ou funções de que a empresa não tem necessidade.
PERDAS EVITÁVEIS
Embora certas perdas sejam classificadas como evitáveis, isso não significa necessariamente que elas sejam facilmente identificadas, eliminadas ou, pelo menos, reduzidas. Muitas vezes uma perda evitável ocorre simplesmente porque vem mascarada por um fenômeno de perda inevitável. Para ilustrar esse fato, consideremos os pneumáticos de um veículo. Todos os pneumáticos desgastam-se pelo uso. Esse desgaste é uma perda inevitável. A vida útil de um pneumático é medida em quilômetros rodados. Essa vida útil, no entanto, pode ser drasticamente reduzida por inadequada pressão do ar no interior do pneumático, por patinação, por atrito com a pavimentação em freadas bruscas, excesso de carga sobre os pneumáticos etc. Todos esses fatores poderão passar despercebidos se os critérios de controle dos pneumáticos forem somente os olhos e a memória.
Um exemplo doméstico e muito interessante de perda evitável mascarada sob o manto de perda inevitável é o do aquecimento da água num fogão de gás. Para aquecer a água até a ebulição a dona-de-casa coloca a água em fogo alto.
Atingida a ebulição, ela pode ser mantida nesse estado em fogo baixo. O que vemos normalmente é a água continuar a ferver em fogo alto, num gesto de evidente perdularismo (consequência do desconhecimento de alguns princípios básicos de economia doméstica, para não dizer de Física).
Uma determinada empresa pretendia contratar os serviços de confecção de um audiovisual, que consistia na projeção de filmes fixos sincronizados com um texto gravado em fita. O produto final deveria constituir cerca de cem imagens. As firmas que se candidataram para realizar o serviço apresentaram orçamentos díspares. Dos cinco orçamentos apresentados, o mais barato apresentava um valor igual a um terço do mais caro. Ao procurar saber por que os orçamentos diferiam tanto, a empresa descobriu, entre outras coisas, que um orçamento previa a necessidade de fazer 500 fotos, enquanto outro considerava suficiente fazer 200. Além disso, um orçamento previa que a contratante fornecesse uma descrição detalhada das fotografias que deveriam ser feitas e dos locais em que elas deveriam ser obtidas, enquanto o outro previa o acompanhamento do fotógrafo por pessoas da contratante, capazes de dizer quais as fotografias que deveriam ser feitas para ilustrar que parte do texto. Isto é, os métodos de trabalho das firmas especializadas diferem tanto de uma para a outra, que o cliente potencial não tinha condições de fazer uma escolha sem antes discutir não só o que deveria ser feito, mas também como deveria ser feito. Dessa maneira foi possível obter o audiovisual a um custo razoável, reduzindo ao mínimo as perdas evitáveis em trabalhos dessa natureza. Só podemos falar em perdas evitáveis se soubermos quais são as suas causas e quais os meios por que essas causas podem ser eliminadas, ou ter pelo menos sua ação bastante restringida. Por isso, vamos subdividir as perdas evitáveis em algumas categorias que facilitam a análise. As perdas evitáveis podem ser: visíveis invisíveis de segurança tecnológicas.
PERDAS VISÍVEIS
Toda e qualquer perda evitável é inadmissível e inaceitável. Algumas perdas evitáveis são visíveis, isto é, perceptíveis, evidentes, indiscutíveis. O surpreendente é que, pela frequência com que ocorrem, contudo, acabam sendo admitidas como naturais e aceitáveis. Algumas têm até mesmo padrões estabelecidos de ocorrência e de aceitação, como se fossem perdas inevitáveis. Alguns exemplos disso são as garrafas de bebidas que se quebrarão no transporte, entre a fábrica e o revendedor; o número de peças que não irão atender às especificações do comprador; a quantidade de embalagens que conterão o produto em peso ou volume inferior ao declarado no rótulo; a quantidade de sacos de leite que se perderão nos supermercados, etc.
Há perdas visíveis que lesam o consumidor ou o usuário final, enquanto outras prejudicam a própria empresa. As mais frequentes dessas últimas ocorrem por rejeições no controle de qualidade, quando o produto final não é aprovado para a venda, ou é recusado no controle de recepção do comprador e devolvido. O relatório de um fabricante de louças sanitárias revelou que em uma de suas fábricas o índice de rejeição no controle de qualidade chegou a atingir 50% da produção de um trimestre.
Para que uma perda visível possa ser aceita, é necessário elaborar criterioso balanço entre o custo da perda e o custo de evitar a perda. As companhias distribuidoras de gasolina e álcool carburante sabem que uma parte não desprezível do produto (entre 2% a 6%) se evapora no transporte.
Essa perda poderia ser evitada em grande parte se o transporte fosse feito à noite. Mas, uma cidade como São Paulo, por exemplo, entraria em colapso se talmedida fosse adotada. O prejuízo provocado pela falta de combustíveis - tanto para o país quanto para a companhia distribuidora - será muitas vezes superior ao valor do combustível que se perde por evaporação. Em alguns casos, mesmo com o balanço aparentemente favorável à ocorrência das perdas, uma pequena modificação em algum critério pode resultar em grandes economias.
Numa empresa fabricante de componentes eletrônicos, o custo médio da embalagem dos produtos representava 0,5% do custo de produção e isso era relativamente desprezível. Uma análise do processo de embalagem permitiu, contudo, reduzir o custo em 16% e, adicionalmente, eliminar alguns problemas crônicos que existiam entre a empresa e alguns clientes. Nesse caso, não existia uma perda no sentido que descrevemos no início deste opúsculo. Mas havia custos desnecessários que não traziam benefícios maiores do que os proporcionados por um custo menor. Ora, custo que não traz benefício é perda.
Um exemplo de redução de perdas visíveis foi dado pelo engenheiro-chefe dos serviços gerais de uma empresa petroquímica. Ele verificou que a quantidade de água consumida nas instalações sanitárias da empresa era excessiva. Os cartazes solicitando economia não produziam o resultado desejado. Observando o comportamento das pessoas no uso das instalações sanitárias, o engenheiro descobriu que a maioria delas tinha maus hábitos que não poderiam ser eliminados com cartazes ou aplicações verbais. Pensando sobre o assunto, um dia ocorreu-lhe uma ideia. Sem dizer nada a ninguém, o engenheiro começou a reduzir a vazão da água nas instalações sanitárias, diminuindo gradativamente a abertura do registro geral. Em um mês, a vazão estava reduzida à metade. O consumo de água diminuiu em 25% e um terço no mês seguinte. O engenheiro chegou à conclusão de que uma redução maior da vazão seria contraproducente, mas podia apresentar um bom resultado: vazão pela metade, consumo diminuído em um terço.
PERDAS INVISÍVEIS
De todas as perdas evitáveis, existem algumas que, numa primeira análise, não se configuram como perdas, daí o nome de perda invisível. Eis um exemplo de identificação e eliminação de perda invisível: numa empresa fabricante de painéis de equipamentos elétricos, um dos modelos vinha sendo fabricado havia mais de dez anos. Ao longo desse tempo, esse modelo sofreu uma série de modificações internas, para adaptá-lo a finalidades diferentes do original. Ao se fazer uma análise do modelo, descobriram-se algumas coisas que poderiam ser mudadas. O painel tinha três partes fabricadas em chapa de aço. As chapas eram requisitadas separadamente para cada uma das partes. Uma das partes provocava uma perda de quase 20% da chapa de que era confeccionada. Duas peças do painel eram feitas com o mesmo material e com as mesmas dimensões externas, diferindo apenas em algumas dimensões internas. Essa diferença de dimensões internas exigia o emprego de duas ferramentas diferentes para confeccionar as peças. Cada painel usava quatro porcas especiais e exclusivas, diferentes das porcas padronizadas existentes no mercado. Essas porcas faziam parte de um complexo sistema de fixação que dificultava a montagem de equipamentos no interior do painel.
Quando foram realizadas as modificações possíveis no painel, seu custo de fabricação diminuiu em 18%. Os investimentos necessários para implantar das modificações se pagaram com a economia proporcionada por 10% da produção de um ano.
O exemplo anterior ilustra um tipo de perda invisível provocada por análise insuficiente do projeto e do processo de fabricação. Perdas invisíveis ocorrem, contudo, em muitas outras circunstâncias, como na compra de materiais com especificações acima das mínimas necessárias para determinada necessidade; no conserto de equipamentos obsoletos, em vez de os substituir por equipamentos novos; também quando da compra de produtos para uso imediato em embalagens destinadas a conservá-los durante meses.
As perdas invisíveis de natureza material cedo ou tarde são descobertas e, havendo disposição e vontade, rapidamente são passíveis de serem eliminadas. Existem, contudo, perdas invisíveis de natureza comportamentais, mais difíceis de se descobrir e muito mais difíceis de se eliminar: elas estão ligadas aos hábitos das pessoas, à maneira dessas pessoas de analisar problemas e tomar decisões, à administração que elas fazem do seu tempo etc. Essas perdas são danosas, porque contribuem para a deterioração da eficácia organizacional e da competência dos recursos humanos. Elas podem, no entanto, ser descobertas e eliminadas, desde que se implante na organização um clima de confiança e de abertura que estimule as pessoas a revelar suas deficiências sem temor nem desconfiança.
PERDAS DE SEGURANÇA
Denominamos de perda de segurança a decorrente da mobilização de recursos superiores aos necessários para alcançar um resultado. Um exemplo de perda de segurança ocorre nos estoques de segurança. Uma empresa mantinha em estoque um material em quantidade suficiente para suprir suas necessidades durante cinco meses. Esse material, contudo, era abundante na praça, podendo ser facilmente adquirido em quantidades pequenas, visto que quantidades maiores tinham um prazo de entrega máximo de cinco dias.
Um tipo muito comum de perda de segurança é a mobilização de uma dúzia de pessoas para fazer um trabalho que pode ser feito por meia dúzia delas. Não se deve confundir perdas de segurança e gastos com segurança. A manutenção de um corpo de bombeiros que passa meses e meses sem trabalhar, a instalação de um sistema de prevenção e combate de incêndios que nunca é ativado não são perdas. Para eles, vale o que se diz do exército de um país: ele pode passar um século sem combater, mas não pode ficar um minuto sem estar preparado. Nesses casos, só existe perda se, por exemplo, o corpo de bombeiros falhar quando tiver que agir, ou caso os soldados fujam em vez de enfrentar o inimigo etc.
As perdas da segurança são, em geral, provocadas por uma necessidade de se garantir contra possíveis problemas futuros, tais como: escassez do material ou dificuldades na sua aquisição, suposição de que no futuro a empresa não permita contratação de pessoal especializado etc. O erro grave que se comete nesses casos é tentar resolver um possível problema futuro agora e com as dificuldades do presente, em vez de tomar medidas que incluam o futuro e evitem que os problemas venham a ocorrer. As perdas de segurança são como as refeições: almoçar hoje não evitará que eu sinta fome amanhã.
Contratar pessoal supérfluo hoje - só porque há facilidade para contratá-lo - não me impedirá de solicitar mais pessoas amanhã, para compensar a baixa eficiência do pessoal que foi contratado ontem e ficou sem fazer nada durante esse tempo todo
PERDAS TECNOLÓGICAS
Existe perda tecnológica quando uma necessidade é satisfeita pelo uso de um recurso, sem levar em conta a possibilidade de outro às vezes mais aceitável e barato, tão ou mais eficiente quanto o recurso atualmente em uso. As perdas tecnológicas podem ser dos seguintes tipos: perdas de reciclagem, perdas de ociosidade, perdas de substituição
O emprego do resíduo de um processo como insumo de outro processo é geralmente chamado de reciclagem. Quando este aproveitamento não se faz, temos obviamente as perdas de reciclagem. Nem todo resíduo não aproveitado representa naturalmente perda de reciclagem. Esta existe somente quando, havendo necessidade de um insumo e a possibilidade técnica e econômica de sua obtenção a partir de um resíduo, esse aproveitamento não é feito.
Todos os processos industriais e todas as rotinas de administração e de serviços produzem resíduos que não têm utilidade no processo ou na rotina. Uma máquina operatriz desbasta peças, corta chapas e produz, desse modo, cavacos e retalhos metálicos. Estes cavacos são reaproveitados por outras indústrias.
Existem casos em que os resíduos não têm condições de aproveitamento – os gases liberados pelo escapamento dos automóveis, por exemplo - e outros, contudo, em que osresíduos poderiam ser aproveitados com excelentes resultados, mas não o são, como por exemplo, o lixo e os esgotos. Mas há exemplos menos conhecidos e muito importantes do ponto de vista econômico.
Eis um deles: no Brasil, o gás carbônico para diferentes finalidades industriais é obtido a partir da queima da BPF, um derivado de petróleo. Por outro lado, o Brasil produz álcool a partir da cana-de-açúcar. A fermentação da qual resulta o álcool produz gás carbônico. Pois bem, anualmente, a produção de álcool no Brasil produz uma quantidade média de gás carbônico igual a mais de quinze vezes as necessidades industriais do mesmo. Essa quantidade toda é jogada fora.
As perdas de ociosidade são provocadas em geral pelo uso de um recurso escasso e caro no lugar de um recurso abundante e barato. Um exemplo de perda de ociosidade é o uso de energia elétrica ou de gás para aquecimento de água de uso residencial no lugar de energia solar. Outro exemplo é a construção de uma rodovia entregue às moscas, ao longo da margem de um rio navegável em ambos os sentidos.
Um dos mais gritantes exemplos de perda de ociosidade é a queima de óleo diesel para gerar energia elétrica na região amazônica. O potencial hidrelétrico dos rios da região poderia ser aproveitado por usinas especiais, que a burocracia, entretanto, impede que sejam construídas.
As perdas de substituição ocorrem quando um recurso adequado para determinadas situações e circunstâncias substitui, em outras situações e circunstâncias, os recursos que seriam mais adequados para elas. Embora essa substituição em si não seja prejudicial, podendo até mesmo parecer benéfica, ela traz consequências que podemos considerar perdas. Um exemplo triste é a substituição do fogão e do forno de lenha nas áreas rurais por fogões de gás, em vez de se estimular o uso de fogões e fornos de lenha construídos, para melhor aproveitamento da combustão da madeira.
Nas empresas industriais e organizações de serviços a ocorrência de perdas tecnológicas se dá de maneira muitas vezes sutil e insidiosa. Vamos a exemplo: a secretária datilografa uma carta e, em seguida, tira duas cópias xerográficas, em vez de datilografar a carta e, simultaneamente, fazer as duas cópias com papel carbono. Outro exemplo: uma empresa adquiriu um computador de grande capacidade, que em pouco tempo estava com a capacidade saturada.
Por sugestão da gerência do centro de processamento de dados, a empresa adquiriu um novo computador com maior capacidade, mas durante dois anos ambos os computadores deverão trabalhar em paralelo, para que os programas do computador antigo sejam transferidos para o novo. Os problemas que se quiseram resolvidos com a aquisição de um novo computador acabaram se agravando, quando a solução mais simples poderia ter sido alcançada através da instalação de microcomputadores ou terminais “inteligentes”.
Mais um exemplo: uma empresa apresentava elevada taxa de substituição de pessoal em determinada área, na qual trabalhava grande número de especialistas, em geral engenheiros com pós-graduação. Quando um profissional pedia demissão, a contratação de um substituto demorava meses, para tudo recomeçar dois anos a dois anos e meio depois. Uma análise das demissões demonstrou que todos os profissionais com experiência de trabalho em alguma empresa tinham maiores probabilidades de pedir demissão do que o profissional recém-saído da universidade e sem experiência em empresas. Não se pesquisou a causa disso, mas a taxa de substituição de pessoal caiu sensivelmente e a produtividade da área cresceu nos quatro anos seguintes à adoção do critério de aumentar o quadro de pessoal somente com recém-formados.
Atividade Extra Em 2016 os autores Vanessa Nobrega da silva, Suelyn Fabiana Aciole Morais, Antônio Carlos de Queiroz Santos & Ivanildo Fernandes Araújo, publicaram no 36º congresso de engenharia de produção ENEGEP, o artigo com título: ANÁLISE DAS PERDAS PRODUTIVAS SEGUNDO OS SETE DESPERDÍCIOS DE TAIICHI OHNO: UM ESTUDO DE CASO. Busque esse trabalho online, faça uma leitura crítica e resuma seus principais elementos.
Aula 8
PLANOS DE EMERGÊNCIA
SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
Ninguém espera uma emergência, principalmente no ambiente de trabalho. No entanto, a verdade simples é que emergências e acidentes podem acontecer com qualquer pessoa, a qualquer hora e em qualquer lugar.
No Brasil, os acidentes de trabalho matam mais que muitas doenças: o número de óbitos por acidentes no trabalho é seis vezes maior do que por dengue, por exemplo. Entre 2007 e 2013, a doença matou 3.331 pessoas, enquanto 19.478 trabalhadores foram vítimas fatais de acidentes no trabalho – dados do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
Grande parte destas estatísticas são impulsionadas pela falta de prevenção e da correta orientação e treinamento dos trabalhadores. Por isso, qualquer empresa precisa adotar medidas para garantir a saúde e a segurança do trabalhador. Neste sentido, a sinalização é uma das formas utilizadas para alertar às pessoas de que elas devem estar atentas em locais determinados, seja em um ambiente industrial, em um escritório, locais públicos e etc. Consiste em marcar, apontar, assinalar, indicar ou mostrar uma situação, a fim de prestar informações importantes a quem por ali passar.
A sinalização é uma das mais importantes medidas de segurança para ambientes de trabalho em que os riscos de acidentes são iminentes como, por exemplo, na construção civil, transporte, hospitais e indústrias que lidam com máquinas e equipamentos pesados (seja na montagem, instalação, ajuste, operação, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmonte).
Neste sentido, a sinalização de segurança pode ter três funções diferentes: prestar orientação (como rota de fuga e o mapa de riscos, por exemplo), promover a segurança (alertar sobre situações perigosas e equipamentos de proteção necessários para evitar acidentes em determinada atividade) e dirigir situações de emergência (indicam as ações que devem ser feitas caso ocorram eventos não programados e que possam expor à acidentes).
O USO DE EPIs e EPCs
Entre as medidas de proteção previstas pela NR-12, estão as medidas de proteção coletiva (EPCs), as medidas administrativas ou de organização do trabalho e de proteção individual (EPIs), tais como luvas, protetores auriculares, capacetes, botas, dentre outros.
Os EPCs, dispositivos instalados e utilizados no ambiente de trabalho para a proteção coletiva, englobam as medidas possíveis de sinalização, as quais vamos enumerar a seguir. Mas, antes, é importante entender que os EPCs são muito importantes, pois não dependem da atitude do funcionário para que sejam eficazes, devendo qualquer empresa ter as medidas de proteção coletiva como prioridade.
A empresa também deve seguir a NR-26, adotando placas para indicar e advertir sobre os riscos e utilizando recursos como cores, a fim de identificar equipamentos de segurança, delimitar áreas, alertar sobre tubulações que conduzem líquidos e gases e advertir contra qualquer tipo de risco.
Como complemento à NR-26, é importante incluir as orientações da NBR-7195, regulamentada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Esta norma fixa as cores que devem ser usadas para a prevenção de acidentes, já que são empregadas para identificar e advertir contra riscos existentes no ambiente de trabalho.
CONHEÇA A APLICAÇÃO DE ALGUMAS CORES
Vermelha: serve para identificar e distinguir equipamentos de proteção e combate a incêndio e sua localização (portas de saída de emergência, por exemplo). Também é utilizada em sinais de parada obrigatória, de proibição e em botões interruptores para paradas de emergência.
Alaranjada: é empregada para indicar “perigo”.
Amarela: indica “cuidado” e deve ser utilizada em escadas portáteis (exceto as de madeira), corrimãos, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que apresentem riscos, etc. Verde: é utilizada para indicar “segurança”, com aplicação em caixas de equipamentos de primeiros socorros, caixas contendo equipamentosde proteção individual (EPIs), chuveiros de emergência e lava-olhos, locais de macas, etc.
Azul: indica uma ação obrigatória, como, por exemplo, o uso de EPI (“Use protetor auricular”) e impedir a movimentação ou energização de equipamentos (“Não ligue esta chave”).
Branca: em faixas para demarcar passadiços, passarelas e corredores pelos quais circulam exclusivamente pessoas, setas de sinalização de sentido e circulação.
O uso dos EPCs também está previsto em outras normas regulamentadoras como NR-4, NR-10 e NR-33. Em cada uma delas estão descritas as medidas de proteção coletiva que devem ser tomadas de acordo com a atividade, a fim de garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.
TIPOS DE SINALIZAÇÃO
Neste ponto faremos a identificação e explicação dos tipos de sinalização de segurança além dos seus usos mais comuns, conforme segue.
Cavaletes: geralmente usados de forma temporária, por exemplo, durante a limpeza de um piso.
Alertas luminosos: que direcionam os funcionários em situações de riscos como, por exemplo, em casos de incêndio. Podem ser vistos no escuro e indicam rotas de fuga (tais como "saída de emergência"), botões de emergência ou a localização de equipamentos de combate a incêndio.
Alertas sonoros: também chamam a atenção em situações programadas ou não, quando é preciso alertar para alguma ocorrência.
Etiquetas de sinalização: na tarefa de manutenção de máquinas e equipamentos, por exemplo, alguns cuidados preventivos são fundamentais, como a colocação de uma etiqueta de sinalização. Além de bloquear os dispositivos de energia (por meio de cadeados ou garras de bloqueio) para impedir a reenergização durante o processo de manutenção, o operador precisa sinalizar que a máquina está em manutenção. Servem para avisar sobre a inspeção do equipamento e trazem informações como horário e a data do bloqueio, o motivo da manutenção, o nome do responsável e alerta do bloqueio.
Placas de sinalização: servem para alertar os funcionários sobre como evitar os riscos no ambiente de trabalho, orientar sobre a forma segura de operação dos equipamentos e máquinas e etc. Para chamar a atenção, devem estar afixadas em local de destaque, ter indicação de cores, figuras geométricas e até bordas zebradas. O importante é chamar atenção e alertar quanto aos riscos existentes no ambiente. Assim, são responsáveis pelo deslocamento dos trabalhadores no espaço de trabalho, tornando possível a tomada de decisão segura.
TIPOS DE PLACAS DE SINALIZAÇÃO
Placas de aviso: servem para reforçar regras de segurança e procedimentos no ambiente de trabalho. Podem conter texto, cores e símbolos gráficos para facilitar na compreensão da mensagem pelos trabalhadores.
Placas de atenção: têm o objetivo de alertar os trabalhadores sobre uma situação de risco, orientando sobre condutas corretas ou procedimentos, sobre o isolamento de áreas e exigindo o uso de determinados tipos de EPIs. Podem conter texto, cores e símbolos gráficos.
Placas de perigo: são utilizadas para alertar sobre riscos de ferimentos graves ou de morte.
O PLANO DE EMERGÊNCIA
Em virtude do grande número de vítimas que os incêndios têm causado nos locais de maior concentração humana, principalmente edifícios e, tendo como causas principais à falta de conhecimento dos melhores locais de saída.
Para evitar pânico, correria, que ocasionam quedas e pisoteamentos, pessoas retidas em elevadores e outras falhas; se faz necessário o planejamento e a execução de exercícios de abandono de emergência.
OBJETIVO
Preparar os funcionários para um rápido e eficiente abandono do edifício, fábrica, escolas, hospitais etc, em caso real de incêndio ou qualquer outra emergência. Definir o atendimento e as potenciais situações de emergência conforme plano vigente e as considerações do departamento de segurança.
RAZÕES PARA A ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE EMERGÊNCIA
O plano de emergência estabelece a possibilidade de acidentes conforme o ambiente e os riscos encontrados, definindo as diretrizes, os princípios e as normas para atuação, tendo em consideração os cenários possíveis de um acidente. Também organiza as formas de socorro e prevê as atribuições que competem a cada um dos membros da equipe de ação, bem como organiza ações que visam diminuir as consequências do sinistro. Evita confusões, erros, atropelos e atuações duplicadas, que em uma emergência podem ter consequências até mesmo fatais.
Organiza antecipadamente, prevendo a atuação no procedimento de evacuação, permitindo desenvolver uma rotina e uma lista de procedimentos, os quais poderão ser testados, através de exercícios de simulação. Desde a constatação da situação de emergência, o acionamento do alarme, o procedimento de evacuação, devemos ter o menor espaço temporal possível. Isso só é possível quando tem-se um treinamento efetivo.
Alguns outros aspectos relevantes são descritos a seguir.
Kit de primeiros socorros: O kit de primeiros socorros é um item cujo objetivo consiste em proporcionar cuidados imediatos a alguém ferido no ambiente de trabalho, de forma a assegurar um atendimento básico e emergencial até que o profissional competente tome o controle da situação.
Derramamento de produtos químicos no chão: Saiba o que o seu setor precisa ter disponível para enfrentar esta situação de emergência e como agir para normalizar a situação.
Derramamento de produtos químicos no corpo: Saiba o que o seu setor precisa ter disponível para enfrentar esta situação de emergência e como agir para normalizar a situação.
Incêndio: Saiba o que o seu setor precisa ter disponível para enfrentar esta situação de emergência e como agir para normalizar a situação.
Vazamento de gases tóxicos: Os gases tóxicos podem ser classificados em irritantes, anestésicos e asfixiantes
PLANO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIA (PAE)
Determina as ações de resposta durante emergências, tais como: vazamentos, incêndios e acidentes com produtos perigosos. O PAE é o documento onde são estabelecidas as possíveis emergências e deve conter o detalhamento de procedimentos técnicos e organizacionais para reduzir os efeitos e danos às pessoas, propriedade, e ao meio ambiente. Além disso, possibilita que se tenha uma pronta resposta mais eficiente.
Atividade Extra
Acesso o site https://www.verzani.com.br/blog/plano-de-seguranca/  e escolha um artigo relacionado a planificação de risco e segurança. Crie um resumo sobre o mesmo.
Aula 9
ADOÇÃO DE RISCOS E AUTOSSEGURO. TRANSFERÊNCIA DE RISCOS
TEORIA GERAL DO SEGURO - NOÇÕES BÁSICAS
“O Seguro é uma operação pela qual, mediante o pagamento de uma pequena remuneração, uma pessoa se faz prometer para si ou para outrem, no caso da efetivação de um evento determinado, uma prestação de uma terceira pessoa que, assumindo um conjunto de eventos determinados, os compensa de acordo com as leis da estatística e o princípio do mutualismo (MENARD)".
Em outras palavras:
“Seguro é uma operação pela qual, mediante o pagamento de uma pequena remuneração, o prêmio, uma pessoa, o segurado, se faz prometer para si ou para outrem, o beneficiário, no caso da efetivação de um evento determinado risco/ sinistro), uma prestação (indenização) por parte de uma terceira pessoa (o segurador) que, assumindo um conjunto de eventos determinados, os compensa de acordo com as leis da estatística e o princípio do mutualismo”. As leis da estatística e o princípio do mutualismo são as “Técnicas Básicas” utilizadas na operação de seguro
FINALIDADE E CARACTERÍSTICA DO SEGURO
A morte de uma pessoa deixa desamparados aqueles que dependem de suas atividades, ou promove a destruição de coisas e bens, fazendo desaparecer ou reduzir-se o patrimônio. Por intermédio de uma instituição, o homem tenta reparar tais acontecimentos. Nesse sentido, o Seguro foi o organismo que se criou e que, progressivamente, vem se aperfeiçoando para restabelecer o equilíbrio perturbado.
Qualquer que seja sua modalidade, o seguro apresenta três características básicas: previdência, incerteza e mutualismo.
CONTRATO DE SEGURO
A operação de seguro é efetivada através de um contrato. Na formulaçãodo contrato do seguro são utilizados dois instrumentos: a proposta, a qual representa a vontade do segurado e a apólice, que, por sua vez, representa a concretização do contrato e é emitida pelo segurador.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTRATO DE SEGURO
Em todo contrato de seguro deverão estar presentes os elementos essenciais a esta operação, são eles: risco, o segurado, o segurador, o prêmio, a indenização.
O risco é o elemento fundamental do contrato de seguro, que caracteriza cada uma das modalidades ou ramos de seguro. Assim, no ramo incêndio o risco é a probabilidade de incêndio, no ramo acidentes pessoais, o risco é a probabilidade de acidente pessoal, no ramo agrícola, o risco é o acontecimento capaz de produzir dano à lavoura, como o granizo, por exemplo.
Para ser segurável, o risco deverá satisfazer às seguintes condições, simultaneamente: ser possível; ser futuro; ser incerto; independente da vontade das partes contratantes; deve resultar de sua ocorrência, prejuízo de ordem econômica.
O segurador é a pessoa jurídica que assume o risco e paga indenização no caso de ocorrência de um sinistro. O segurado é a pessoa física ou jurídica perante a qual o segurador assume a responsabilidade de determinado risco. O prêmio, também elemento essencial do contrato de seguro, constitui o pagamento feito pelo segurado ao segurador, ou seja, é o preço do seguro para o segurado.
Os parâmetros gerais para calcular o prêmio são: o prazo do seguro, a importância segurada e a exposição ao risco. Normalmente o prazo do seguro é de 1 ano ou 12 meses. Nada impede que seja calculado o prêmio a prazos inferiores (prazo curto) ou superiores a 1 ano (prazo longo).
FRANQUIA
Dizemos que franquia é o valor inicial da importância segurada até o qual o segurado é o segurador de si próprio. Ou seja, se dizemos que em um seguro há uma franquia de R$ 20.000,00, isto significa que prejuízos até R$ 20.000,00 serão suportados pelo segurado. Em outras palavras, esta última é a parte inicial que fica sob sua responsabilidade.
Há dois tipos de franquia: a franquia dedutível, cujo valor é reduzido de todos os prejuízos, sendo a mais utilizada; a franquia simples, em que, no momento em que o prejuízo ultrapassa o seu valor, ela deixa de ser deduzida, sendo pouco utilizada.
SEGUROS PROPORCIONAIS E NÃO PROPORCIONAIS
Na maioria dos seguros de coisas, os seguros são proporcionais, ou seja, você só recebe o valor total do prejuízo se seu seguro estiver suficiente. Este é o princípio da cláusula de rateio.
Já nos seguros não proporcionais não se cogita o valor em risco para o cálculo de indenização. O Segurador paga pelos prejuízos ocorridos até o limite da importância segurada sem aplicar o rateio.
PULVERIZAÇÃO DE RESPONSABILIDADES
A técnica das operações de seguro baseia-se em vários princípios, dentre os quais, a pulverização de responsabilidade, que é o princípio técnico da distribuição das responsabilidades decorrentes dos negócios segurados.
Figura 1 - Organograma do sistema nacional de seguros privados
O CONSEGURO
É o seguro relativo ao mesmo bem, ou a riscos relativos ao mesmo bem, feito por dois ou mais seguradores cotizantes.
O RESSEGURO
É a operação onde o excedente de responsabilidade sobre um determinado bem é transferido ao órgão ressegurador.
NOMENCLATURA UTILIZADA EM RESSEGURO
Dentre todo o mercado de seguro, algumas nomenclaturas são comuns, as quais são descritas a seguir.
Segurador cedente: Segurador que coloca um resseguro.
Segurador direto: Segurador que aceita o risco diretamente do proponente, perante o qual é responsável pela responsabilidade assumida. Pelas suas definições acima, notamos que as duas figuras se confundem numa única figura. A diferença de nomenclatura refere-se ao relacionamento, com o segurado (direto) e com o ressegurador (cedente).
Cessão: Quantidade dada por meio de seguro e, portanto, a quantidade aceita pelo ressegurador.
Ressegurador: Segurador que aceita um resseguro do segurador cedente.
Pleno: Parte do risco que o segurador direto retém por conta própria. No mercado brasileiro é utilizado mais comumente o termo retenção.
Retrocessão: Resseguro de um resseguro, que pode ser efetuado quando o ressegurador deseja limitar sua responsabilidade com relação ao negócio aceito.
Atividade Extra
Acesso o site https://blog.juntoseguros.com/ e escolha um dos artigos relacionados a seguros empregados nas empresas modernas. Monte um exemplo da sua utilização com base na leitura que você realizou

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