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Profa. Maria Teresa UNIDADE III Práticas do Processo Civil e Processo do Trabalho O processo inicia com a petição inicial em que o autor apresenta fatos e direitos contra o réu, que tem a faculdade de se defender, gerando uma controvérsia. A matéria de fato depende de prova, o que não ocorre com a de direito. A fase instrutória está fundamentada nos princípios constitucionais do devido processo legal, acesso à justiça e ao contraditório (CF, art. 5º, LIV). Cabe às partes comprovar suas alegações por meios de provas, demonstrando a veracidade dos fatos, sobre a qual o juiz tomará como base para sua decisão. Prova é “todo meio retórico, regulado pela lei, e dirigida a, dentro dos parâmetros fixados pelo direito e de critérios racionais, convencer o Estado-juiz da validade das proposições, objeto de impugnação, feitas no processo” (MARINONI; ARENHART; MITIDIERO, 2017, p. 259). Fase instrutória Quanto ao seu objeto, as provas podem ser diretas e indiretas: Prova direta: gera o fato, como: recibo de pagamento ou contrato celebrado. Prova indireta: demonstra outro fato que por indução conclui os fatos alegados, como: testemunha declara estar o autor ou o réu viajando quando do ocorrido. Quanto ao sujeito, as provas podem ser pessoal ou real: Prova pessoal: prestada por uma pessoa sobre o fato, como: depoimento testemunhal ou depoimento pessoal das partes. Prova real: obtida por perícia ou por inspeção judicial da coisa ou local do fato. Quanto à forma, as provas podem ser oral ou escrita: Prova oral: colhida verbalmente, como: depoimentos pessoal e testemunhal. Prova escrita: documentos e laudos periciais. Classificação das provas Fatos notórios: fatos públicos, de conhecimento de todos, como: crise econômica brasileira nos anos de 2016, 2017 e 2018. Fatos afirmados por uma parte e confessados pela outra parte: fato alegado pelo autor e confessado pelo réu ou não impugnado pelo réu, presunção de veracidade. Fatos admitidos como incontroversos: fatos em consenso entre as partes. Fatos em que há em seu favor presunção legal, de existência ou de veracidade: há dois tipos de presunção, a absoluta (juris et de jure) e a relativa (juris tantum): Presunção absoluta: não admite prova em contrário. Presunção relativa: exige prova do fato produzida pelo adversário, uma vez que exclui a produção de prova que foi alegada, exemplo à revelia que gera a presunção de veracidade dos fatos citados pelo autor que, para exigi-la, o réu deve apresentar provas. Fatos que não precisam ser comprovados: Não há obrigatoriedade de produção de provas, mas há consequências negativas. Ônus da prova – Regra: ônus de quem alega determinada ação, correspondendo ao fato constitutivo do direito do autor. Inversão do ônus da prova – Exceção: alegação de fatos impeditivos, modificativos e extintivos. Exemplos: Fato impeditivo: tempo de função superior a dois anos na equiparação salarial; Fato modificativo: transação, novação, compensação; Fato extintivo: prescrição e decadência. Todos os meios de prova têm o mesmo valor probante, o juiz pode valorar mais uma que outra para a formação de sua convicção, para o proferimento da sentença. Prova ilícita: prova obtiva por meio indevido, esta prova é vedada por lei, como a interceptação telefônica. Ônus da prova e inversão do ônus da prova. Hierarquia de provas. Prova ilícita Meios de prova são aqueles usados para provar as alegações das partes no processo, que dependem de demonstração de veracidade, para fins de formação do convencimento e da livre convicção do juiz para o proferimento da sentença. Meios de prova são sete, a seguir: Ata notarial. Depoimento pessoal das partes (autor e réu). Confissão. Prova documental. Prova testemunhal. Prova pericial. Inspeção judicial. Meios de prova (1/3) Ata notarial: atestada ou documentada a existência ou o modo de existir de algum fato por ata lavrada por tabelionato, que goza de fé pública. Depoimento pessoal das partes (autor e réu): prova oral produzida em audiência, a fim de que este seja interrogado sobre os fatos alegados no processo. Confissão: “declaração da parte que reconhece como verdadeiros fatos que são contrários ao seu próprio interesse e favoráveis aos do adversário” (GONÇALVES, 2017, p. 524). Prova documental: prova escrita, conjunto de palavras e expressões em um suporte material, papel, fotografia, gravação eletrônica, CD, DVD, filme etc. Documentos acompanham a petição inicial e a contestação. Novos documentos juntados ao processo, se pertinentes e produzidos à época dos fatos, que por força maior ou caso fortuito não puderam ser juntados no momento adequado. Meios de prova (2/3) Prova testemunhal: prova oral de inquirição das testemunhas do autor e do réu em audiência, para provar fatos alegados das partes. Testemunhas são pessoas físicas, alheias ao processo, que prestam depoimentos com o compromisso de não faltar com a verdade, devendo expor sobre os fatos que presenciaram, viram e ouviram. Não podem depor testemunhas impedidas e suspeitas. Prova pericial: necessária para a comprovação do fato que se exija conhecimento especializado, como conhecimento de medicina, engenharia, contabilidade etc. As espécies de prova pericial são exame, vistoria ou avaliação. Trata-se de prova onerosa e demorada, que poderá ser indeferida pelo juiz. Inspeção judicial: “consiste na percepção sensorial direta do juiz sobre qualidades ou circunstâncias corpóreas de pessoas ou coisas relacionadas com litígio” (THEODORO JR., 2016, p. 1.023). Pode ser determinado de ofício pelo juiz ou a requerimento. Meios de prova (3/3) Fase decisória do processo é a do proferimento da sentença, em que o juiz resolve o conflito de interesse entre as partes, que foi posto à solução pelo Estado, concedendo o direito a quem o tem. Sentença é um dos atos processuais do juiz, que com ou sem resolução do mérito, extingue a fase de conhecimento em primeiro grau de jurisdição ou a execução. Classificação da sentença: sentença terminativa e sentença definitiva. Sentença terminativa: põe fim ao processo sem resolver o mérito. Sentença definitiva: põe fim ao processo com resolução do mérito. Elementos essenciais da sentença, sob pena de nulidade, a seguir: Relatório; Fundamentação; e Dispositivo. Fase decisória – Sentença: Sentença declaratória: declara a existência ou inexistência de um negócio ou ato jurídico ou uma relação jurídica, ou a autenticidade ou falsidade de um documento (CPC, art. 19). Tem eficácia “ex tunc”, retroage ao início da relação jurídica, como: sentença proferida em ação de investigação de paternidade, que declara a relação de paternidade com o pai desde o nascimento. Sentença constitutiva: cria, modifica ou extingue uma relação jurídica, ou constituição ou desconstituição de relação jurídica. Tem eficácia “ex nunc”, a partir do reconhecimento do direito, como: sentença em ação de divórcio, o casamento é considerado desfeito somente após a sentença, transitada em julgada. Sentença condenatória: impõe ao réu uma obrigação de dar ou pagar, fazer ou não fazer. Tem eficácia “ex nunc”, retroage à data da propositura da ação, como: sentença proferida em ação de indenização por danos morais e materiais. Tipos de sentenças Coisa julgada é um dos direitos e garantias fundamentais, uma vez que não poderá retroagir e não poderá ser alterada, conferindo segurança jurídica. Coisa julgada é “uma qualidade dos efeitos da sentença (ou da decisão interlocutória de mérito), que se tornam imutáveis quando contra ela já não cabem mais recursos” (GONÇALVES,2016, Vol. II, p. 119-120). Formas de manifestação da coisa julgada: Coisa julgada formal: imutabilidade dos efeitos da sentença no próprio processo em que foi proferida. Coisa julgada material: imutabilidade dos efeitos da decisão de mérito que ultrapassa o processo. Coisa julgada Em princípio, qualquer pessoa física pode ser testemunha, não se exigindo nenhuma qualificação especial, exceto quanto a restrições relacionadas a três circunstâncias que obstam sua oitiva, quais são elas? a) A profissão, ter presenciado o fato e o parentesco com a parte. b) A capacidade, não ter presenciado o fato e o envolvimento com a parte. c) O interesse na causa, a capacidade e ter presenciado o fato. d) A incapacidade, o impedimento e a suspeição. e) A qualificação, não ter presenciado o fato e o impedimento. Interatividade Fase recursal retrata o inconformismo e a insatisfação da parte vencida com a decisão judicial, pretendendo com o recurso o reexame da matéria pelo órgão jurisdicional superior àquele que proferiu a decisão recorrida, e a reforma desta, conferindo efetividade ao princípio constitucional do duplo grau de jurisdição. Recurso “é o meio processual pelo qual a parte ou outro legitimado pretende a revisão ou reexame de determinada decisão visando à obtenção de sua reforma ou modificação” (MARTINS, 2015, p. 406). Princípio da proibição da “reformatio in pejus”: vedado o reexame do objeto do processo por meio de recurso para pior, sem pedido do recorrente em recurso. Enquanto houver recurso pendente de exame pelo Tribunal, não ocorre o trânsito em julgado da decisão recorrida, mas esta pode desde logo produzir efeitos, como ser executada provisoriamente. Fase recursal – Recurso: Efeitos dos recursos: a interposição de recurso gera 2 efeitos básicos: Efeito devolutivo: devolve ao juízo recursal o exame da matéria já analisada na decisão recorrida, a qual é impugnada por meio do recurso pelo recorrente, mas não retira da decisão recorrida a sua eficácia, possibilitando o cumprimento provisório da sentença. Essa é a regra do efeito dos recursos. Efeito suspensivo: impede a imediata execução da sentença recorrida. Essa é exceção à regra do efeito dos recursos e depende de requerimento. Juízo de admissibilidade dos recursos: o juiz deve verificar a existência ou não dos pressupostos recursais, se preenchidos os requisitos necessários para que o recurso seja admitido e remetido para reexame pelo órgão superior (Tribunal), que são os pressupostos recursais intrínsecos e extrínsecos. Efeitos dos recursos e juízo de admissibilidade dos recursos Pressupostos intrínsecos são: Cabimento: recursos cabíveis são os previstos em lei. Legitimidade para recorrer: podem recorrer partes, MP, terceiro prejudicado. Interesse recursal: parte que tiver sofrido sucumbência. Pressupostos extrínsecos são: Tempestividade: recurso interposto no prazo legal, em regra, o prazo do recurso civil é de 15 dias e o trabalhista é de 8 dias, exceto embargos de declaração de 5 dias. Preparo: pagamento de custas e despesas processuais. Na insuficiência, o recorrente deve ser intimado para completar a diferença, no prazo de 5 dias, sob pena de deserção. Regularidade formal: apresentados por escrito, compostos de petição de encaminhamento e razões do recurso. Pressupostos intrínsecos e extrínsecos Modos de interposição de recurso: Recurso principal: recursos de apelação, especial e extraordinário. Recurso adesivo: interposto de forma aderida aos recursos de apelação, especial e extraordinário, seguindo a sorte desses recursos que foram interpostos no modo principal pela parte adversária. Requisitos do recurso adesivo são: que tenha havido sucumbência recíproca e que tenha havido recurso do adversário. Admitido no processo do trabalho aderido ao recurso ordinário, agravo de petição, recurso de revista e recurso de embargos ao TST. Remessa necessária: necessidade de reexame da decisão pelo órgão superior em decorrência de decisões insatisfatórias que envolvam pessoas jurídicas de direito público ou a Fazenda Nacional. Modos de interposição de recurso e remessa necessária Apelação (CPC, art. 1.009 e seguintes): Recurso interposto da sentença de 1º grau, que põe fim à fase de conhecimento do processo do procedimento comum, seja decisão definitiva ou extintiva, bem como extingue a execução. Cabível para reexame de matéria de fato e de direito, bem como para reexame das decisões interlocutórias não preclusas. Prazo para interposição é de 15 dias, a contar da publicação da sentença. Interposta a apelação, a parte contrária intimada a apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias. Consiste de petição de encaminhamento e razões do recurso. Há preparo: custas de acordo com a Lei Estadual de Custas. Recursos no processo civil em espécie (1/11) Agravo de instrumento (CPC, art. 1.015 e seguintes): Cabível contra decisões interlocutórias, que versam sobre as seguintes matérias: tutelas provisórias; mérito do processo; rejeição da alegação de convenção de arbitragem; incidente de desconsideração da personalidade jurídica; rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; exibição ou posse de documento ou coisa; exclusão de litisconsorte; rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º; outros casos expressamente referidos em lei. Interposto por escrito diretamente perante o órgão ad quem (órgão competente para apreciação), para apreciação imediata. Recursos no processo civil em espécie (2/11) Agravo de instrumento (CPC, art. 1.015 e seguintes): Interposto por petição de interposição e razões, havendo necessidade da formação do instrumento, com cópias do processo (cópias obrigatórias e facultativas), indispensáveis para a compreensão do pedido, se este não for eletrônico. Prazo de interposição de 15 dias, contados da publicação de intimação da decisão interlocutória. Parte contrária intimada para contrarrazões no prazo de 15 dias. Há preparo: custas de acordo com a Lei Estadual de Custas. Recursos no processo civil em espécie (3/11) Agravo interno (CPC, art. 1.021 e parágrafos): Cabível contra decisões monocráticas do relator (CPC, art. 932), como: dirigir e ordenar o processo no Tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do Tribunal; não conhecer recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; negar provimento a recurso que for contrário à súmula do STF, STJ ou do próprio Tribunal, acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos, entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o Tribunal. Recursos no processo civil em espécie (4/11) Agravo interno (CPC, art. 1.021 e parágrafos): Prazo de interposição é de 15 dias, contados da intimação da decisão monocrática relacionada, e o agravado será intimado para contrarrazoar no mesmo prazo. Relator pode exercer o juízo de retratação. Recurso será examinado pela mesma turma julgadora ou órgão colegiado a quem caberia julgar o recurso no qual foi proferida a decisãomonocrática do relator. Recurso inadmissível ou improcedente em votação unânime, o Tribunal condenará o agravante ao pagamento de multa, na proporção entre 1% a 5% do valor corrigido da causa, em favor do agravado. Cabível o agravo interno contra decisões do Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal de ordem que indeferir o processamento de recurso extraordinário ou recurso especial. Recursos no processo civil em espécie (5/11) Qual é o recurso cabível contra sentença de primeiro grau, condenatória, constitutiva e declaratória, para reexame de matéria de fato e de direito, bem como para reexame das decisões interlocutórias não preclusas? a) Recurso ordinário. b) Agravo de instrumento. c) Agravo interno. d) Embargos de declaração. e) Apelação. Interatividade Embargos de declaração (CPC, art. 1.022 e seguintes): Cabíveis na omissão, obscuridade ou contradição ou correção de erro material na decisão judicial, tendo por objetivo completar ou aclarar ou corrigir a decisão recorrida. Obscuridade: decisão não está clara, incompreensível, ininteligível, ambígua e dúbia, necessitando ser aclarada. Contradição: decisão não há coerência e incompatibilidade da decisão, necessitando ser esclarecida. Omissão: juiz deixou de se pronunciar sobre um ponto que devia ter se manifestado, necessitando ser completado. Erro material: decisão pode ser corrigida de ofício ou por embargos de declaração. Recursos no processo civil em espécie (6/11) Embargos de declaração (CPC, art. 1.022 e seguintes): Opostos contra qualquer tipo de decisão judicial, como: interlocutória, sentença e acórdão, de qualquer grau de jurisdição, em fase de conhecimento ou de execução, e de jurisdição contenciosa ou voluntária. Apresentados por petição perante o juízo ou Tribunal que prolatou a decisão embargada. Prazo de 5 dias, a contar da data da intimação da decisão. Não há preparo. Embargado intimado a contraminutar no prazo de 5 dias, somente se resultar modificação da decisão. Oposição interrompe o prazo para a interposição de outros recursos para as partes, ainda que não sejam admitidos. Recursos no processo civil em espécie (7/11) Embargos de declaração (CPC, art. 1.022 e seguintes): Efeito devolutivo. Oposição com intuito protelatório, de má-fé, será imposta multa ao embargante, na proporção de 2% do valor atualizado da causa. Em caso de reiteração, a multa será de 10%, e a interposição de qualquer outro recurso fica condicionada ao recolhimento da multa. Cabíveis para fins de prequestionamento da matéria/tese com o intuito de interposição de recurso especial e extraordinário. Efeito modificativo no caso da oposição por omissão ou contradição. Recursos no processo civil em espécie (8/11) Recurso ordinário (CPC, art. 1.027 e seguintes): Cabível para reexame de decisões de competência originária dos Tribunais, prazo de 15 dias, ao relator do acórdão recorrido, e o mesmo para contrarrazoar. Dirigido ao STF recursos de decisão em única instância dos Tribunais Superiores em “habeas corpus”, Mandado de Segurança, “habeas data” e Mandado de Injunção, quando a decisão for denegatória (CF, art. 102, II). Dirigido ao STJ recursos de decisão em única ou última instância em “habeas corpus” dos TRF ou Tribunais dos Estados, do DF e Territórios, quando a decisão for denegatória; de decisão em única instância em Mandado de Segurança dos mesmos Tribunais, quando decisão for denegatória; causas de Estado estrangeiro ou organismo internacional de um lado e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no Brasil (CF, art. 105, II). Recursos no processo civil em espécie (9/11) Recurso extraordinário e especial (CPC, art. 1.029 e seguintes): Finalidade de impedir que as decisões judiciais contrariem a CF ou as leis federais. Prazo de 15 dias, e, se houver matéria, ambos os recursos poderão ser interpostos no prazo legal simultaneamente, sob pena de preclusão consumativa. Há preparo e porte de remessa e retorno para a interposição dos recursos. Há pressupostos recursais de admissibilidade dos recursos comuns, e mais: esgotados os recursos nas vias ordinárias; recursos são interpostos contra a decisão de única ou última instância; cabíveis nas hipóteses da CF, arts. 102, III, e 105, III; cabível somente contra decisões judiciais e sobre matéria já suscitada nas instâncias anteriores. Efeito devolutivo. Procedimento do recurso extraordinário é o mesmo do recurso especial. Recursos no processo civil em espécie (10/11) Embargos de divergência em recurso especial e em recurso extraordinário (CPC, art. 1.043 e seguintes): Cabimento em recurso extraordinário ou em recurso especial, que divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo Tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito; em recurso extraordinário ou em recurso especial, que divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo Tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecimento do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia. Objetiva evitar divergências de natureza material e processual no âmbito do STF e do STJ, uniformizando a jurisprudência. Prazo de 15 dias, contados da publicação da decisão embargada. Recursos no processo civil em espécie (11/11) Decisão Interlocutória: Irrecorribilidade de imediato, cabendo recorrer sobre a matéria na sentença, se tiver sofrido prejuízo, por meio de recurso ordinário. Exceção: recorríveis as decisões interlocutórias terminativas que põem fim ao processo sem apreciar o mérito, que geram o exaurimento da jurisdição da vara, como: resolução do processo sem julgamento de mérito por incompetência em razão do local ou quando o juiz se julga incompetente em razão da matéria, em que caberá recurso (CLT, art. 799, § 2º). Dissídios de Alçada ou Instância Única ou Rito Sumário: Processo cujo valor da causa não excede 2 salários- mínimos, não cabe recurso da sentença. Exceção: recorrível sobre matéria constitucional. Recursos no processo do trabalho em espécie (1/14) Recurso ordinário (RO) (CLT, art. 895 e parágrafos): Cabível para rever matéria de fato e de direito. Cabível contra decisão definitiva que extingue o processo com julgamento de mérito, contra decisão da VT ou juiz de direito, que acolher ou rejeitar matéria de fato e de direito, ainda que parcialmente; decisão definitiva do TRT, em processos de sua competência originária (dissídio coletivo, ação rescisória, mandado de segurança, “habeas corpus”); contra decisão sobre decadência ou prescrição. Cabível contra decisão terminativa que extingue o processo sem julgamento de mérito, que exaure a jurisdição da VT, como: exceção de incompetência em razão da matéria ou em razão do local etc. Prazo de 8 dias, a contar da intimação da decisão. Efeito devolutivo, não impede a execução provisória por carta de sentença, até a penhora. Recursos no processo do trabalho em espécie (2/14) Recurso ordinário (RO) (CLT, art. 895 e parágrafos): Interposto por simples petição. Apresentado ao juiz da vara ou juiz de direito por petição de encaminhamento e razões de recurso, dirigidas ao Tribunal. Há preparo: recorrente (trabalhador) custas no valor de 2% sobre o valor da condenação; recorrente (empresa) custas e depósito recursal. Admitido o RO, recorrido intimado para contrarrazoar, no prazo de 8 dias. Processamento do RO interposto de sentença em processo de rito sumaríssimo no TRT é mais simplificado e mais célere: recebido no TRT e imediatamente distribuído; relator libera o processo para julgamento no prazo máximo de 10 dias (não há revisor);decisão mantida por certidão e, se reformada, acórdão terá fundamentação e dispositiva. Recursos no processo do trabalho em espécie (3/14) Qual é o recurso trabalhista cabível contra decisão definitiva proferida em primeira instância que extingue o processo com julgamento de mérito, julgando a ação procedente, procedente em parte ou improcedente, para reexame de matéria de fato ou de direito? a) Recurso ordinário. b) Recurso de revista. c) Embargo de declaração. d) Agravo de instrumento. e) Agravo de petição. Interatividade Recurso de revista (RR) (CLT, arts. 896 a 896-C): Cabível em face de acórdãos proferidos pelos TRTs para rever matéria de direito. Recurso técnico, demonstrar divergência de interpretação quando o TRT der: Interpretação diversa ao mesmo dispositivo de lei federal da que tiver sido dada por outro Tribunal, por meio do Pleno ou de Turmas, ou pela Sessão de Dissídio Individual do TST; Interpretação diversa a um mesmo dispositivo de lei estadual, de convenção coletiva de trabalho, de acordo coletivo de trabalho, sentença normativa ou regulamento de empresa de observância em área territorial que exceda a jurisdição do TRT prolator da decisão, com interpretação divergente da que tiver sido dada por outro Tribunal, por meio do Pleno ou de Turmas, ou pela Sessão de Dissídio Individual do TST. Recursos no processo do trabalho em espécie (4/14) Recurso de revista (RR) (CLT, arts. 896 a 896-C): Recurso técnico, demonstrar violação literal ou contrariedade, ocorre por: Contrariedade à súmula de jurisprudência uniforme do TST ou súmula vinculante do STF; Decisão proferida com violação literal de dispositivo de lei federal; ou Decisão proferida que afronta direta ou literalmente a Constituição da República. Tipos de acórdãos paradigmas que podem servir de base à interposição de RR: Divergência entre acórdãos de diferentes TRTs, cabendo ao TST a uniformização; Divergência entre decisões dos TRTs ou de suas turmas e decisões de SDI do TST; Divergência entre decisões dos TRTs ou de suas turmas e acórdão do pleno do TST. Recursos no processo do trabalho em espécie (5/14) Recurso de revista (RR) (CLT, arts. 896 a 896-C): Pressupostos extrínsecos e intrínsecos de cabimento, sob pena de não conhecimento: Pressupostos extrínsecos: Petição técnica. Pagamento das custas e depósito recursal, se interposto pelo reclamado. Demonstração de divergência de interpretação de lei ou violação de lei ou CF. Pressupostos intrínsecos: Legitimidade: partes, terceiro interessado e o MP, quando fiscal da lei. Interesse: parte sucumbente, de forma total ou parcial. Prequestionamento: provocação do TRT sobre tese jurídica a respeito, por meio de embargos declaratórios. Recursos no processo do trabalho em espécie (6/14) Recurso de revista (RR) (CLT, arts. 896 a 896-C): Demonstração da transcendência da causa com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica, a ser examinada pelo TST. Prazo de RR e de contrarrazões de 8 dias. Apresentado ao Presidente do TRT recorrido, e suas razões são dirigidas à Turma do TST, órgão que irá julgar o RR. Efeito devolutivo. Procedimento sumaríssimo tem cabimento mais restrito, cabimento: Contrariar a súmula da jurisprudência uniforme do TST; e Violar diretamente a Constituição Federal. Recursos no processo do trabalho em espécie (7/14) Embargos no TST (CLT, art. 894; Lei nº 7.701/88): Recurso extraordinário, cabível exclusivamente no âmbito do TST. Cabível contra decisão da Turma do TST, de divergência das turmas em RR: Embargos de divergência: interpostos para a SDI, em última instância, quando se trata de jurisprudência divergente de decisões de turmas do TST, ou destas com decisão da SDI, ou com súmula da jurisprudência uniforme do TST. Embargos de nulidade: interpostos para a SDI, em última instância, no caso de violação de preceito de lei federal ou da CF. Embargos infringentes: interpostos para a SDC, em última instância, contra decisão não unânime proferida em dissídio coletivo da competência originária do TST, por se tratar de conflito coletivo que ultrapassa a esfera de mais de um TRT, como dissídio coletivo Banco do Brasil, Petrobrás. Recursos no processo do trabalho em espécie (8/14) Embargos no TST (CLT, art. 894; Lei nº 7.701/88): Cabíveis no procedimento sumaríssimo, pois não há vedação legal. Regido pelo Regimento Interno do TST. Petição dirigida ao Presidente da Turma que julgou o RR e razões para apreciação da SDI. Na SDC, a petição e as razões são dirigidas ao Presidente da seção. Prazo para interposição e contrarrazões: 8 dias. Havendo empate na votação dos embargos, prevalecerá o acórdão embargado, sendo que o Presidente do Tribunal não votará. Recursos no processo do trabalho em espécie (9/14) Embargos declaratórios (ED) (CLT, art. 897-A): Cabimento: Obscuridade, contradição ou omissão da decisão. Prequestionamento a evitar preclusão sobre tema abordado pela decisão. Modificativo: casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco dos pressupostos extrínsecos, como deserção, intempestividade etc. Erro material corrigido de ofício ou a requerimento da parte, como troca de nome, letras etc. Apresentados por petição escrita e fundamentada. Não há preparo. Endereçados a juiz/relator da sentença ou acórdão. Parte contrária não é intimada dos ED, nem oferece contrarrazões. Recursos no processo do trabalho em espécie (10/14) Embargos declaratórios (ED) (CLT, art. 897-A): Prazo de 5 dias e o mesmo para contrarrazões se tiver efeito modificativo. Julgados pela autoridade que redigiu a sentença ou acórdão. Interrompem o prazo do recurso que segue (prazo total originário). Recebidos no efeito suspensivo, exceto se intempestivos ou não conhecidos por representação irregular. Considerados protelatórios: Juiz ou Tribunal pode condenar o embargante a pagar ao embargado multa de até 1% do valor da causa. Na reiteração, a multa elevada a 2% do valor da causa, depósito condiciona o recurso, sob pena de ser negado seguimento ao recurso. Multas não são cumuladas, mas ampliativas. Recursos no processo do trabalho em espécie (11/14) Agravo de instrumento (CLT, art. 897, “a”): Cabimento contra despacho que: Nega seguimento ao RO, RR, AP e Rextr., por descumprir pressupostos recursais. O TST nega prosseguimento ao recurso, quando o pedido do recorrente contraria súmula de jurisprudência uniforme do TST compendiada. Impede o pedido de revisão do valor da causa. Interposto por petição ao juiz que proferiu despacho de inadmissibilidade recursal. Processado em autos apartados, com peças obrigatórias e facultativas à formação do instrumento. Preparo: depósito recursal de 50% do valor de depósito do recurso a destrancar. Prazo de 8 dias para interposição e contrarrazões. Recursos no processo do trabalho em espécie (12/14) Agravo de instrumento (CLT, art. 897, “a”): Efeito devolutivo. Provido o agravo, a turma poderá deliberar sobre o julgamento do recurso principal, observando-se o procedimento relativo ao recurso. Agravo de petição (CLT, art. 897, “a”): Cabível em fase de execução contra decisão proferida em execução de sentença, como decisões de embargos à execução, embargos de terceiro etc. Apresentado perante o juiz da execução. Prazo de 8 dias e o mesmo para contrarrazões. Delimitar as matérias e os valores impugnados, facultando a execução das verbas e valores incontroversos até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença. Recursos no processodo trabalho em espécie (13/14) Agravo de petição (CLT, art. 897, “a”): Efeito suspensivo quanto à matéria objeto da controvérsia deduzida no apelo. Garantia do juízo pela penhora ou depósito judicial. Da decisão do Tribunal não cabe RR, salvo ofensa direta e literal à CF. Agravo regimental (CLT, art. 709, § 1º; Regimento Interno do TST): Previsto nos regimentos internos dos TRTs. Cabíveis contra decisões monocráticas dos relatores das turmas dos TRTs e TST que negarem seguimento ao recurso, e também do juiz corregedor nas correições parciais. Recursos no processo do trabalho em espécie (14/14) Qual recurso trabalhista é cabível em face de acórdão proferido pelo TRT para rever matéria de direito, por meio de demonstração de divergência de interpretação, quando o TRT julgador der interpretação diversa ao mesmo dispositivo de lei federal da que tiver sido dada por outro TRT, por meio do Pleno ou de Turmas, ou pela Sessão de Dissídio Individual do TST? a) Recurso ordinário. b) Recurso de revista. c) Embargo de declaração. d) Agravo de instrumento. e) Agravo de petição. Interatividade ATÉ A PRÓXIMA!
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