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33 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - Unidade IV 5 10 15 20 6 O MARKETING POLÍTICO E SEUS CONCEITOS 6.1 Marketing político É o segmento específico, dentro da comunicação mercadológica, voltado para o ambiente político. Visa estreitar a relação de expectativa de um determinado grupo de pessoas em relação às questões que envolvem seu cotidiano e a materialização da mesma em um candidato a um cargo público no período eleitoral através de suas propostas e projetos.1 É impossível pensar em eleições, nos dias de hoje, sem pensar numa estrutura de marketing atuando em todos os segmentos do eleitorado. Atualmente, nenhuma campanha eleitoral acontece se não estiver apoiada numa estrutura de marketing, já que essas campanhas deixaram de ser simplesmente um ato de panfletagem ou a organização de comícios. Hoje, há todo um estudo científico apoiando as ações a serem desenvolvidas nas campanhas, bem como a realização de sérias pesquisas de opinião pública. 6.2 As pesquisas de opinião Para que seja possível elaborar estratégias de marketing político realmente eficazes, é preciso que se tenha como base informações acerca do público-alvo (eleitores) que se quer atingir. Nesse caso, somente uma pesquisa de opinião realizada com os 1 Disponível em: http://pt.wikepedia.org/wiki/marketing 34 Unidade IV Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - próprios eleitores nos dará respostas para perguntas como: “O que você espera de um candidato?”; “Qual a sua percepção a respeito do político fulano de tal?”; ou ainda, “Quais são suas principais necessidades?”. 6.3 Os objetivos de uma pesquisa de opinião • Selecionar os públicos-alvo para a apresentação das propostas do candidato; • identificar as necessidades e expectativas dos eleitores; • conhecer o nível de satisfação dos eleitores em relação aos candidatos anteriores; • conhecer, detalhadamente, os adversários, suas propostas, forças e fraquezas; • detectar, dentre os eleitores, o que pode ser uma oportunidade ou uma ameaça para a sua candidatura. A pesquisa de mercado procura descobrir o que vai ao encontro dos interesses do eleitor, identificando as suas necessidades, seus desejos e seus valores. Com isso, o candidato pode desenvolver estratégias com uma margem de erro muito menor. Numa campanha eleitoral, devem ser pesquisados o tamanho do mercado e a sua segmentação, o que qualifica o eleitor, o potencial deste mercado com base em padrões históricos de voto, a opinião dos eleitores em torno de assuntos importantes e sobre posições assumidas. O resultado da pesquisa pode determinar o próprio conteúdo da mensagem do candidato. A construção das estratégias de marketing é baseada em informações coletadas por pesquisas, o sentimento popular, 5 10 15 20 25 35 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - as preferências por candidatos, a percepção dos candidatos, as principais preocupações. Há três tipos básicos de pesquisa utilizados durante uma campanha: 1. qualitativa: as candidaturas têm utilizado com frequência um ou mais grupos para conversar sobre determinado tema da campanha, para analisar peças publicitárias ou desempenho dos candidatos nos debates. Sob a orientação de um moderador qualificado, um grupo de foco é formado por seis a dez membros, que ficam por horas reunidos respondendo às perguntas do moderador e aos comentários uns dos outros. A sessão é filmada e depois é analisada pela coordenação da campanha. 2. Quantitativa: essa é baseada em questionários aplicados em amostras do público-alvo. Compõe-se a amostra com base em técnicas estatísticas e chega-se aos indivíduos pessoalmente, por telefone, por fax, por e-mail ou correio convencional. Normalmente, as perguntas do questionário são quantificáveis e codificáveis, de modo a oferecer uma escala de grandeza das opiniões, atitudes e do comportamento dos eleitores. 3. Levantamento de dados: é todo levantamento de dados preexistentes, demográficos, jornalísticos, culturais, fatos ou falhas administrativas, escândalos, etc., assim como as informações fruto da interatividade da campanha com o eleitorado, e-mails, cartas, vistas, telefonemas, etc. 7 MARKETING POLÍTICO X MARKETING ELEITORAL É preciso desfazer a confusão que muitos fazem entre marketing político e marketing eleitoral. A diferença básica está na quantidade de tempo. O marketing político é voltado para a construção de uma imagem de longo 5 10 15 20 25 36 Unidade IV Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - prazo, utiliza as mesmas técnicas do marketing eleitoral, porém, com uma visão mais ampla, e utiliza frequentemente os embates eleitorais para posicionar uma imagem. Já o objetivo do marketing eleitoral é conseguir o maior número de votos para ganhar a eleição. O tempo é demarcado, acaba no dia das eleições e, portanto, é o ativo mais importante. Dinheiro é conseguido, apoiadores são conquistados, bases eleitorais são ampliadas, mas, a cada dia, o tempo diminui. 7.1 Tudo não passa de um processo de troca As ferramentas do marketing político se tornaram indispensáveis para qualquer candidatura. Se tomarmos por base a definição elaborada por Phlip Kotler acerca do marketing, que o define como ”a atividade humana dirigida à satisfação das necessidades e desejos através de um processo de troca”, poderemos aplicá-la ao marketing político. O eleitor apresenta uma necessidade de satisfação de algumas necessidades básicas, como saneamento básico, emprego ou moradia. Os candidatos, em troca, oferecem a possibilidade de suprimento dessas necessidades e recebem os votos. Para se chegar até o voto, as ferramentas do marketing político precisam estar atreladas a três componentes importantes: • componente ideológico: representado pela relação consciente de combinação de pontos de vista a respeito de questões de relevância social; • componente político: nesse caso, a história do candidato e a de seu partido são as maiores responsáveis pela escolha dos eleitores; • componente eleitoral: é o campo de ação das estratégias do marketing político. Representa o esforço de candidatos e assessores na busca pela conquista dos eleitores. Quanto maior o número de eleitores, maiores são as ações a serem executadas. 5 10 15 20 25 30 37 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : B ru no -C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - O político deve ter como meta principal suprir as necessidades daqueles que são os seus eleitores em consonância com as ideias de seu partido e com as ferramentas do marketing político. É possível chamar a atenção destes eleitores e ganhar suas preferências. A maioria dos autores concorda que as técnicas de marketing político não têm a mesma intensidade se não houver um plano de marketing bem elaborado e que respeite os seguintes itens: 1. o candidato: escolhido pela maioria de seu partido, o candidato deve possuir bastante representatividade para despertar a atenção do eleitorado; 2. o eleitorado: representando o público-alvo que se deseja atingir, deve receber tratamento diferenciado, variando de acordo com suas necessidades, pensamentos e ideologias; 3. as oportunidades e ameaças: representam o que está a favor ou contra o candidato no contexto da candidatura. Como no marketing de produtos, as oportunidades devem servir de estímulo e força para a campanha, enquanto que as ameaças devem ser eliminadas e, quando possível, convertidas em oportunidades; 4. a imagem apresentada: representa o tipo de postura e comportamento do candidato no decorrer da campanha, ainda que esse esteja em momento particular. Vale observar que a imagem do candidato não deve ser modificada apenas para fins eleitoreiros; 5. a mensagem a ser emitida: diz respeito a tudo o que será ouvido pelos eleitores. A mensagem deve despertar o interesse de quem vai ouvi-la. Ela deve inspirar verdade e confiança, jamais metas inalcançáveis; 5 10 15 20 25 30 38 Unidade IV Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - 6. definição do cronograma de atividades: deve conter os eventos e suas respectivas datas de realização. Viagens, visitas, entrevistas, gravações, comícios, dentre outras atividades peculiares de candidatos em campanha devem ser contempladas nesse cronograma. 8 O MARKETING PESSOAL COMO ALIADO POLÍTICO O Marketing Pessoal significa projetar uma imagem de marca em relação a você mesmo, tomando a si próprio como se fora um produto ou serviço. Tom Coelho Um dos bens mais importantes para um político é a sua própria imagem, por isso tanta preocupação em preservá-la. Antigamente, os próprios políticos eram responsáveis pela imagem; hoje, a maioria deles destina o trabalho de preservação de sua imagem a empresas especializadas no assunto. Outros destinam parte do seu orçamento para a manutenção de uma assessoria pessoal e exclusiva. Observem o quanto a imagem é importante para um político, e, felizmente para eles, existe uma modalidade do marketing essencial para essa atividade: o marketing pessoal. Mas afinal, o que é marketing pessoal? Marketing pessoal pode ser descrito como o processo encetado por um indivíduo ou por uma organização envolvendo a concepção, o planejamento e a execução de ações que contribuirão para a formação profissional e pessoal de alguém, a atribuição de um valor, que não necessita ser exclusivamente monetário, justo e compatível com o posicionamento de mercado que se queira adquirir, a execução de ações promocionais de valorização pessoal que o coloquem no lugar certo, na hora certa, de tal maneira que as organizações ou pessoas para quem trabalhe ou em que exerça influência, e ele próprio, sintam-se satisfeitos. 5 10 15 20 25 30 39 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - 8.1 O marketing pessoal na atividade profissional Para que possamos ter uma ideia da importância que hoje as empresas dão ao marketing pessoal, a capacidade intelectual de seus colaboradores vem a cada dia perdendo seu posto de requisito mais importante na hora da contratação. Ainda são analisados, com muito cuidado, os currículos e as habilidades profissionais específicas para cada cargo a ser preenchido, porém, nenhuma das características anteriores terá sentido se não houver uma história profissional marcada pelo dinamismo e pela ética, pontos que podem ser comprovados com uma boa dose de marketing pessoal. A capacidade de renovação é também muito exigida pelo mercado de trabalho, por isso os modernos profissionais são vigilantes em divulgar suas capacidades de receber e enfrentar mudanças, sem rotulá-las como dificuldades ou empecilhos. A isso damos o nome de capacidade de adaptação, e vem sendo solicitada em todas as áreas de atuação. Mas como funciona esse processo de adaptação? Para que possamos ter uma ideia do processo de adaptação e, ainda, sua relação com o marketing pessoal, precisamos observar cada uma das fases dessa adaptação: observação, escolha e integração. Uma vez que todo o ambiente foi observado, é chegada a hora de decidir como, com quem e para que mudar. Através de nossas afinidades e preferências, vamos nos aproximar mais de algumas pessoas do que de outras, vamos construindo relações, eleitas de acordo com nossas percepções ou, ainda, de acordo com nossa conveniência. Isso significa dizer que algumas escolhas que nós fazemos são realizadas pela quantidade de benefícios que elas podem nos trazer. No mercado de trabalho, essa é uma prática bastante realizada, principalmente em relação às indicações profissionais. Apesar de ser considerada uma prática pouco 5 10 15 20 25 30 40 Unidade IV Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - ética, muitas pessoas devem suas carreiras profissionais a indicações, popularmente chamadas de apadrinhamentos. Mas muito cuidado, pois algumas pessoas, apesar de grande poder de influência, como é o caso de alguns políticos, podem não estar tão bem na opinião pública. Nesse caso, vincular sua imagem à de pessoas desse tipo pode ser bastante perigoso. Se você liga sua imagem com a de outra cujo respaldo na opinião pública é incontestável, você certamente será muito bem conceituado, consegue vincular sua imagem com a de algum formador de opinião considerado pela opinião como socialmente responsável. Ao contrário, sua imagem certamente ficará abalada caso sua foto, ao lado de um político bastante corrupto, seja publicada em algum jornal de credibilidade. 8.2 Marketing de relacionamento na política A melhor maneira de manter clientes é oferecer-lhes altos níveis de satisfação e valor, que resultam em forte lealdade. Kotler e Armstrong Sabemos que o marketing político preocupa-se muito com elaborar estratégias de encantamento que levem o eleitor, no caso consumidor, a conhecer as propostas políticas doscandidatos e adquiri-los, ou seja, elegê-los. Essa seria a proposta básica do marketing político, porém, essa estratégia não é suficiente, pois ela pode até conseguir ajudar a eleger um candidato, mas é pouco eficaz na hora de fidelizar o eleitor. Por isso o marketing político tem buscado auxílio em uma outra modalidade de marketing, amplamente comentada e utilizada, denominada marketing de relacionamento. Mas o que realmente o marketing de relacionamento pode fazer? Para que possamos entender como ele pode ajudar o marketing político, precisamos conhecer a sua definição. 5 10 15 20 25 30 41 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - Segundo McKeena (1991), “Marketing de relacionamento ou pós-marketing significa construir e sustentar a infraestrutura dos relacionamentos de clientes”. O marketing de relacionamento diz respeito a uma nova postura das empresas para com seus clientes; ele confirma uma mudança de foco que saiu da venda dos produtos para a satisfação das necessidades dos consumidores. São esforços de objetivos de longo prazo. Com esse redirecionamento de foco, as compras imediatas já não são interessantes para as empresas. O que se busca são contatos mais prolongados, capazes de unir ainda mais clientes e empresas independentes do volume de compras realizado pelos primeiros. Para isso, as empresas investem bastante em mecanismos capazes de detectar os desejos e necessidades de seus consumidores e, assim, oferecer- lhes exatamente aquilo que buscam. É nesse ponto que o elo de valor se forma e a antiga relação comercial se transforma em uma relação de amizade. Mas o que isso tem a ver com o marketing político? No marketing político, acontece da mesma forma e por dois motivos: 1. nenhum político pretende possuir apenas um mandato. Uma carreira política se constrói com vários mandatos e, para isso, é necessário que se consiga um número de eleitores fiéis; 2. nenhum eleitor deseja que seu voto seja utilizado apenas para eleger um candidato. Passadas as eleições, é o momento de o candidato colocar em prática todas as promessas feitas em campanha. É exatamente como acontece no marketing de serviços. O eleitor oferece o seu voto a um determinado candidato porque, ao conhecer suas propostas, considerou-as merecedoras de sua 5 10 15 20 25 30 42 Unidade IV Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - confiança. É como assistirmos a um comercial de tv em que várias qualidades de um determinado produto são destacadas. É óbvio que, ao adquiri-lo, faremos questão de que tudo o que foi mostrado no comercial faça parte do produto. Se isso não acontece, estaremos diante de um caso de propaganda enganosa, passiva, inclusive, de processo. Quando um político inicia sua campanha, uma das atividades é relacionar as metas que pretente alcançar caso seja eleito. Como foi visto em módulos anteriores, a escolha das metas a serem alcançadas deverá ser feita de acordo com os interesses de seus eleitores. Primeiramente, é feito um levantamento das necessidades do eleitorado; depois, de acordo com as possibilidades de alcance, são prometidos, aos eleitores, meios para supri-las. O objetivo do marketing político, ao utilizar as estratégias disponíveis no marketing de relacionamento, é manter o eleitor, através da credibilidade e da segurança que ele sente por parte do político. A fidelização do eleitor se dá pela confiança depositada na pessoa e em suas propostas. 8.3 As regras de utilização do marketing de relacionamento nas estratégias políticas Segundo o pensamento de Peter Drucker a respeito da utilização do marketing de relacionamento para se conseguir uma vantagem competitiva, há duas regras básicas para todo e qualquer político que não queira ver sua imagem comparada à de um mero captador de votos; a saber: • o relacionamento com o eleitor é de total responsabilidade do político. Se os eleitores estão insatisfeitos de alguma forma, uma falha de relacionamento está instalada e é de vital importância que o político busque superá-la, imediatamente. Quanto mais demorada for a ação, mais difícil será resgatar a confiança abalada. A satisfação do 5 10 15 20 25 43 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - cliente é diretamente proporcional ao desempenho do candidato; • o cumprimento de compromisso deve ser ponto fundamental na atuação de um político. Isso gera uma maior credibilidade, e o eleitor não necessitará esperar ou cobrar que alguma promessa seja cumprida; • esforços de melhoria no relacionamento devem ser desenvolvidos e aplicados constantemente. Quanto mais o político se mostrar preocupado em melhorar a vida de seus eleitores, mais eles irão enxergá-lo como alguém com quem podem contar na hora de resolver seus problemas. O marketing de relacionamento é um marketing de fidelização. 8.4 As estratégias de marketing de relacionamento no marketing político Programa de reconhecimento Uma das estratégias de marketing de relacionamento mais utilizadas pelo marketing político são os chamados Programas de Reconhecimento. Neles, os políticos podem reconhecer a importância do eleitor no sucesso de sua eleição. Cartões de agradecimentos e pequenos brindes como chaveiros e calendários são muito utilizados. Alguns candidatos, ao distribuírem seus brindes, sacolas plásticas com suas fotos, aproveitam para lembrar os eleitores sua responsabilidade socioambiental. Essas sacolas devem ser utilizadas para evitar que lixo seja jogado das janelas dos carros ou para incentivar a limpeza das praias. Programa de prestação de contas Muitos políticos, ao final de suas campanhas, enviam aos seus eleitores uma espécie de prestação de contas dos gastos de 5 10 15 20 25 44 Unidade IV Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - sua campanha, em que são descritas as origens das verbas, bem como de que forma foram gastas. Outros políticos, ao final de seus mandatos, fazem questão de enviar para seus eleitores um resumo de todas as suas ações realizadas. A transparência sempre foi um bom aliado para os políticos, e os eleitores confiam mais quando sabem como estão os gastos públicos. Programa de relacionamento direto Uma das maiores queixas dos eleitores é que, durante a campanha, o político está sempre disposto a escutá-lo, porém, passada a eleição, o contato é quase impossível. Manter algum tipode relação com os eleitores, agora, fica a cargo de sua assessoria. Para tentar acabar esse tipo de queixa, alguns políticos disponibilizam meios diretos de contatos com seus eleitores. Telefones, correio eletrônico e até mesmo visitas pessoais são utilizados para aumentar a comunicação com seus eleitores. Outro tipo de programa de relacionamento muito utilizado no momento é o desenvolvimento de websites ou blogs pessoais, em que o político abre espaço para discussões, realiza pesquisas de opinião e até disponibiliza sua agenda de compromissos como forma de deixar o eleitor a par de todas as suas atividades. 9 RESUMO Segundo Philip Kotler, marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros. O marketing surgiu da necessidade dos industriais de administrarem a nova realidade, proveniente da Revolução 5 10 15 20 25 45 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - Industrial, o que causou uma transformação de um mercado de vendedores para um mercado de compradores. Com isso, a Revolução Industrial causou mudanças tecnológicas, com profundo impacto no processo produtivo, em nível econômico e social. Os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Abraham Harold Maslow, que nos fez conhecer a Hierarquia das necessidades humanas, propôs que existem necessidades básicas e que estas podem ser dispostas numa hierarquia de importância e prioridade: as fisiológicas, de segurança, de relacionamentos, de estima e status e, por fim, as de autorrealização. Os seres humanos necessitam de todas para sua própria existência. Segundo Gil Nuno Vaz (1995), marketing social é a modalidade de ação mercadológica institucional que tem como objetivo principal atenuar ou eliminar os problemas sociais, as carências da sociedade relacionadas principalmente às questões de higiene e saúde pública, de trabalho, educação, habitação, transportes e nutrição. A expressão marketing social surgiu nos Estados Unidos, em 1971, e foi usada pela primeira vez por Kotler e Zaltman, que estudavam aplicações do marketing que contribuíssem para a busca e o encaminhamento de soluções para as diversas questões sociais. Com o crescimento do terceiro setor − tanto em volume de recursos financeiros quanto em relevância social e política − e a sua consequente profissionalização, as modernas técnicas de gestão dos negócios foram, pouco a pouco, sendo incorporadas à área social. 5 10 15 20 25 30 46 Unidade IV Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - A diferença também está nos resultados que os dois tipos de marketing proporcionam. Os produtos dos esforços empregados para promover um marketing social estão relacionados às alterações ocorridas na sociedade abordada, ou seja, o resultado é a mudança de comportamento da sociedade. Já o marketing para causas sociais proporciona um retorno financeiro para aquela empresa que vinculou sua imagem a uma causa ou a uma outra empresa ligada a alguma causa social, a qual conhecemos como o terceiro setor. O termo surgiu para tentar denominar, de forma unificada, as tantas instituições particulares que desenvolvem atividades de caráter público, pois sua atuação específica exigia que essas fossem identificadas de forma diferenciada das demais. O primeiro setor é o governo, responsável pelas questões sociais; o segundo setor é o privado, responsável pelas questões individuais. Com a falência do Estado, o setor privado começou a ajudar nas questões sociais, através das inúmeras instituições que compõem o chamado terceiro setor. Ou seja, o terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais cujo objetivo é gerar serviços de caráter público. Elas representam mais de 90% das instituições que formam o terceiro setor e são as entidades que, de fato, realizam, pessoalmente, o trabalho social. Elas atuam nos mais variados campos, como cuidado com crianças e idosos abandonados, preservação ambiental, proteção aos animais, prevenção de doenças, doação de órgãos, violência contra a mulher, exploração sexual, dentre outros. As principais características do terceiro setor são: ter caráter privado; ausência de fins lucrativos; objetivos sociais (entendendo-se social o mais amplo possível), ambiental e, ainda, congregação de pessoas idealistas. 5 10 15 20 25 30 47 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - A maioria das empresas, principalmente as de médio e grande porte, vai além das responsabilidades com sua atividade principal e atua diretamente na sociedade. É interessante observar que a própria sociedade já exige das empresas essa postura socialmente responsável. Os consumidores, hoje, preferem comprar de empresas que estejam ligadas a algum movimento social. Eles alegam que, dessa forma, estão ajudando, indiretamente, e tornando-se corresponsáveis socialmente, juntamente com a empresa. Toda e qualquer ONG caracteriza-se por ser uma entidade de natureza particular, independente do governo e sem fins lucrativos. A formação de uma ONG se dá, normalmente, pela reunião de algumas pessoas dispostas a lutar por um objetivo em comum. A formação de uma ONG é importante para legalizar a atuação desse tipo de organização. O Brasil é considerado pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe como o país latino-americano que mais investe na minimização de problemas sociais, embora seja o maior país em termos de população e extensão territorial. Hoje, os investimentos do Estado no terceiro setor giram em torno de 46% de todo o gasto público. O crescimento do terceiro setor foi tão expressivo que, hoje, as empresas, ao fazerem a planificação das suas ações, já a fazem com base em dois aspectos: sob o ponto de vista ético e sob o ponto de vista da responsabilidade social. Em relação aos pontos em que elas se opõem, podemos destacar a diversidade de relacionamentos que o terceiro setor é capaz de construir, inclusive, com instituições fora de sua área de atuação. 5 10 15 20 25 48 Unidade IV Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - ONGs IndústriasÓrgãos PúblicosBancos Igrejas Toda essa abrangente rede de relacionamentos gera uma necessidade de desenvolvimento de estratégias de relacionamento personalizada para cada parceiro, termo dado aos investidores do terceiro setor, antes chamados de doadores. O terceiro setor no Brasil passa, a partir dos anos 90, a ganhar bastante força no cenário econômico do país. De um lado, as empresas despertam para a responsabilidade que possuem para com a sociedade na qual e para qual atuam. Por outro lado, aflora um senso de cidadania e responsabilidade na sociedade civil, que se transforma em ações de solidariedade e voluntariado. Tal comportamento é cobrado das empresas privadas, uma vez que o setor público não dava conta de suas obrigações, mas, até chegarmos a esse nível, passamos por uma grande evolução. Marketing político é o segmento específico, dentro da comunicação mercadológica, voltado para o ambiente político. Visa estreitar a relação de expectativa de um determinado grupo de pessoas em relação às questões que envolvem seu cotidiano e a materialização da mesma em um candidato a um cargo público no período eleitoral através de suas propostas e projetos. 5 10 15 20 49 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - Para que seja possível elaborar estratégias de marketing político realmente eficaz, é preciso que se tenha como base informações acerca do público-alvo (eleitores) que se quer atingir. Nesse caso, somente uma pesquisa de opinião realizada com os próprios eleitores nos dará respostas para perguntas do tipo “O que você espera de um candidato?”; “Qual a sua percepção a respeito do político fulano de tal?”; ou ainda, “Quais são suas principais necessidades?”. É preciso desfazer a confusão que se faz entre marketing político e marketing eleitoral. A diferença básica está na quantidade de tempo. O marketing político é voltado para a construção de uma imagem de longo prazo, utiliza as mesmas técnicas do marketing eleitoral, mas com uma visão mais ampla e utilizam de forma frequente os embates eleitorais para posicionar uma imagem. As ferramentas do marketing político se tornaram indispensáveis para qualquer candidatura. Se tomarmos por base a definição elaborada por Phlip Kotler acerca do marketing, que o define como ”a atividade humana dirigida à satisfação das necessidades e desejos através de um processo de troca”, poderemos aplicá-la ao marketing político. O eleitor apresenta uma necessidade de satisfação de algumas necessidades básicas, como saneamento básico, emprego ou moradia. Os candidatos, em troca, oferecem a possibilidade de suprimento dessas necessidades e recebem os votos. Necessidade dos eleitores Promessa dos candidatos Voto Para se chegar até o voto, as ferramentas do marketing político precisam estar atreladas a três componentes importantes: • componente ideológico; 5 10 15 20 25 50 Unidade IV Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - • componente político; • componente eleitoral. Um dos bens mais importantes para um político é a sua própria imagem, por isso tanta preocupação em preservá-la. Antigamente, os próprios políticos eram responsáveis pela imagem; hoje, a maioria deles destina o trabalho de preservação de sua imagem a empresas especializadas no assunto. Outros destinam parte do seu orçamento para a manutenção de uma assessoria pessoal e exclusiva. Sabemos que o marketing político preocupa-se muito com elaborar estratégias de encantamento que levem o eleitor, no caso consumidor, a conhecer as propostas políticas dos candidatos e adquiri-los, ou seja, elegê-los. Essa seria a proposta básica do marketing político, porém, essa estratégia não é suficiente, pois ela pode até conseguir ajudar a eleger um candidato, mas é pouco eficaz na hora de fidelizar o eleitor. Por isso o marketing político tem buscado auxílio em uma outra modalidade de marketing, amplamente comentada e utilizada, denominada marketing de relacionamento. As estratégias de marketing de relacionamento no marketing político: • programa de reconhecimento; • programa de prestação de contas; • programa de relacionamento direto. Outro tipo de programa de relacionamento muito utilizado no momento é o desenvolvimento de websites ou blogs pessoais, em que o político abre espaço para discussões, realiza pesquisas de opinião e até disponibiliza sua agenda de 5 10 15 20 25 51 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - compromissos como forma de deixar o eleitor a par de todas as suas atividades. Bibliografia básica ALMEIDA, Jorge. Marketing político: hegemonia e contra-hegemonia. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002. CAMARGO, F. Mariângela; SUZUKI, Fabiana Mayumi; UEDA, Mery. Gestão do 3º setor. 3. ed. São Paulo: Futura, 2001. FREEMAN, R. Edward; REED, David L. Stockholders and stakeholders: a new perspective on corporate governance. 3.ed. California Management Review, v. 25, 1984. SALAMON, L.M.; ANHEIER, H.K. Defining the nonprofit sector. Baltimore: John Hopkins University Press, 1997. SAVAGE, G. T., NIX, T.W., WHITEHEAD, C. J.; et al. Strategies for assessing and managing organizational stakeholders. Academy of Management Executive, v. 5, n. 2, 1991. VAZ, Gil Nuno. Marketing institucional: o mercado de ideias e imagens. São Paulo: Pioneira, 1995. Bibliografia complementar KEEGAN, Warren; GREEN, Mark C. Princípios do marketing global. São Paulo: Saraiva, 2000. KOTABE, M. ; HELSEN, K. Administração de marketing global. São Paulo: Atlas, 2000. KOTLER, P. ; JATUSRIPITAK, S. ; MAESINCEE, S. O marketing das nações: uma abordagem estratégica para construir as riquezas nacionais. São Paulo: Futura, 1997. 52 Unidade IV Di ag ra m aç ão : B ru no - C or re çã o: F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 C or re çã o: C la ria na - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - PORTER, Michael E. A vantagem competitiva das nações. Rio de Janeiro: Campus, 1993.
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