Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Marketing Social e Político Professora conteudista: Graziella Antunes Pereira Revisora: Lérida G. Malagueta Sumário Marketing Social e Político Unidade I 1 CONCEITOS DO MARKETING E DO MARKETING SOCIAL ....................................................................1 1.1 Como o marketing surgiu? ..................................................................................................................1 1.2 O marketing atual ...................................................................................................................................3 1.3 Maslow e a hierarquia das necessidades .......................................................................................3 2 DEFINIÇÕES DE MARKETING SOCIAL .........................................................................................................4 2.1 De onde surgiu o marketing social ..................................................................................................5 2.2 Marketing social: uma breve introdução .......................................................................................5 2.3 Marketing social x Marketing para causas sociais .....................................................................6 2.4 Marketing social hoje ............................................................................................................................7 3 AS ESTRATÉGIAS DE MARKETING SOCIAL ................................................................................................8 3.1 O que é solidariedade? ..........................................................................................................................8 3.2 Ajudar conforme minha conveniência ...........................................................................................9 3.3 A participação social das empresas .................................................................................................9 Unidade II 4 O TERCEIRO SETOR ......................................................................................................................................... 12 4.1 O conceito ............................................................................................................................................... 13 4.2 O termo .................................................................................................................................................... 13 4.3 A composição do terceiro setor ...................................................................................................... 14 4.4 As entidades beneficentes ................................................................................................................ 14 4.5 Características principais .................................................................................................................. 15 4.6 Lucros ........................................................................................................................................................ 16 4.7 Empresas com responsabilidade social ........................................................................................ 16 4.8 Organizações não governamentais (ONGs) ............................................................................... 17 4.9 A captação de recursos ...................................................................................................................... 17 4.10 A autossustentabilidade do terceiro setor ............................................................................... 18 4.11 A contribuição do setor público ................................................................................................... 19 4.12 Os tipos de financiamentos para o terceiro setor ................................................................ 19 4.13 O mercado de trabalho no terceiro setor ................................................................................. 19 4.14 Os negócios do terceiro setor ....................................................................................................... 20 4.15 A estratégia do terceiro setor ....................................................................................................... 21 Unidade III 5 GESTÃO DO TERCEIRO SETOR E SUAS FASES ....................................................................................... 24 5.1 Gestão do terceiro setor .................................................................................................................... 24 5.2 Transparência (stakeholder accountability) ............................................................................... 25 5.3 Sustentabilidade ................................................................................................................................... 27 5.4 Qualidade de serviços ......................................................................................................................... 27 5.5 Capacidade de articulação ............................................................................................................... 27 5.6 O terceiro setor e suas fases ............................................................................................................ 28 Unidade IV 6 O MARKETING POLÍTICO E SEUS CONCEITOS....................................................................................... 33 6.1 Marketing político ................................................................................................................................ 33 6.2 As pesquisas de opinião ..................................................................................................................... 33 6.3 Os objetivos de uma pesquisa de opinião .................................................................................. 34 7 MARKETING POLÍTICO X MARKETING ELEITORAL .............................................................................. 35 7.1 Tudo não passa de um processo de troca .................................................................................. 36 8 O MARKETING PESSOAL COMO ALIADO POLÍTICO ............................................................................ 38 8.1 O marketing pessoal na atividade profissional ........................................................................ 39 8.2 Marketing de relacionamento na política .................................................................................. 40 8.3 As regras de utilização do marketing de relacionamento nas estratégias políticas ............ 42 8.4 As estratégias de marketing de relacionamento no marketing político ....................... 43 9 RESUMO .............................................................................................................................................................. 44 1 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : F er na nd o - Co rr eç ão : F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - Unidade I 5 10 15 20 1 CONCEITOS DO MARKETING E DO MARKETING SOCIAL A partir da exposição dos conceitos fundamentais do marketing, pode‑se compreender melhor o marketing social. Marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm o que necessitam e o que desejam com a criação, a oferta e a livre negociação de produtos e serviços de valor com outros. Conforme a American Marketing Association (AMA), marketing é o processo de planejar e executar a concepção, a determinação do preço, a promoção e a distribuição de ideias, bens e serviços para criar trocas que atendam às metas individuais e organizacionais. 1.1 Como o marketingsurgiu? Sobre esse tema, explica Gracioso (1971): Apesar de encontrarmos suas raízes, ao longo da história da humanidade, o marketing é um campo de estudo novo se comparado com os demais campos do saber. O estudo do marketing surgiu da necessidade dos industriais de administrar a nova realidade proveniente da Revolução Industrial que causou uma transformação de um mercado de vendedores para um mercado de compradores. Neste estágio, o marketing 2 Unidade I Di ag ra m aç ão : F er na nd o - Co rr eç ão : F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - ainda é inseparável da economia e da administração clássica, pois inicialmente sua preocupação era puramente de logística e produtividade, para a maximização dos lucros. Os consumidores não tinham qualquer poder de barganha e a concorrência era praticamente inexistente. A Revolução Industrial Segundo Fausto (2001), A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas, muitas vezes, um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria‑prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) as etapas do processo produtivo. Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria‑prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a obter os lucros. 5 10 15 20 25 30 3 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : F er na nd o - Co rr eç ão : F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - 1.2 O marketing atual Em meados do século XX, os pensadores ocidentais iniciaram seus estudos na busca por compreender o consumidor, bem como seus hábitos de consumo, que haviam sido modificados bruscamente, mas os focos ainda eram o produto e o aumento de suas vendas. Os novos estudos já contemplavam um consumidor, porém, ainda como responsável por uma demanda interessante para o mercado, cuja prioridade para este mercado eram seus argumentos e ferramentas para promover e, posteriormente, vender seus produtos. 1.3 Maslow e a hierarquia das necessidades Abrahan Maslow propôs uma divisão hieráquica de necessidades em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de “escalar” uma hierarquia de necessidades para atingir a sua autorrealização. Abaixo, a pirâmide de Maslow1: Realização Pessoal Estima Relacionamento Segurança Fisiologia Respiração, Comida, Água, Sexo, Sono. Segurança do corpo, do emprego, de recursos, da moralidade, da família, da saúde, da propriedade Moral, criatividade, ausência de preconceito, aceitação dos fatos. Amizade, família, intimidade sexual. Autoestima, confiança, conquista, respeito dos outros. 1Traduzida e adaptada de Maslow, 1970. 5 10 15 4 Unidade I Di ag ra m aç ão : F er na nd o - Co rr eç ão : F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - Data de 1943 a publicação de um dos mais importantes estudos sobre as necessidades humanas, intitulado Motivation and personality, de Abraham Harold Maslow, e que nos fez conhecer a hierarquia das necessidades humanas. Maslow afirma que existem necessidades básicas e que elas podem ser dispostas numa hierarquia de importância e prioridade: as necessidades fisiológicas, segurança, relacionamentos, estima, status e, por fim, as de autorrealização. Com este estudo, Maslow nos proporcionou um mecanismo capaz de identificar e ordenar as necessidades que os consumidores estão tentando suprir no momento da compra. Empresas que vendem seus produtos a organizações sem fins lucrativos (igrejas, fundações, instituições de caridade ou órgãos públicos) precisam determinar seus preços com cuidado, pois essas organizações têm poder de compra limitado. Preços mais baixos abalam as características e a qualidade que o fornecedor pode incluir em sua oferta. 2 DEFINIÇÕES DE MARKETING SOCIAL Segundo Gil Nuno Vaz (1995), Marketing social é a modalidade de ação mercadológica institucional que tem como objetivo principal atenuar ou eliminar os problemas sociais, as carências da sociedade relacionadas principalmente às questões de higiene e saúde pública, de trabalho, educação, habitação, transportes e nutrição. Philip Kotler define marketing social como uma estratégia de mudanças de comportamento. Ele combina os melhores elementos das abordagens tradicionais da mudança social num esquema integrado de planejamento e ação, aproveita os avanços na tecnologia das comunicações e na capacidade de marketing. 5 10 15 20 25 30 5 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : F er na nd o - Co rr eç ão : F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - O Social Marketing Institute (2001) define marketing como “o planejamento e a implementação de programas desenvolvidos para gerar a mudança social, usando conceitos de marketing comercial”. Se nos colocarmos na situação de leigos no assunto, ou somente possuirmos “boas intenções” calcadas em valores como a filantropia para atuar no social, teremos dificuldades para aplicar e até mesmo aceitar esse conceito. Se nos colocarmos na posição de experts em marketing e tivermos os atuais problemas sociais existentes e as possibilidades de lucro, certamente estaremos tentados a investir na difusão de um marketing social, podendo acabar perdido. 2.1 De onde surgiu o marketing social A expressão marketing social surgiu nos Estados Unidos, em 1971, e foi usada pela primeira vez por Kotler e Zaltman, que estudavam aplicações do marketing que contribuíssem para a busca e o encaminhamento de soluções para questões sociais. 2.2 Marketing social: uma breve introdução2 Com o crescimento do Terceiro Setor ‑ tanto em volume de recursos financeiros quanto em relevância social e política ‑ e a sua consequente profissionalização, as modernas técnicas de gestão dos negócios foram, pouco a pouco, sendo incorporadas à área social. Essa área, tradicionalmente, era o reduto onde as ‘senhoras da sociedade’ realizavam ‘obras sociais’, exercitando sua vocação para a benemerência ou filantropia. Hoje, porém, a gerência por (boas) intenções já não encontra mais espaço no mercado.Também no Terceiro Setor, a sociedade espera e cobra resultados concretos e efetivos ‑ realmente capazes de transformar pessoas carentes em cidadãos que exercitam seus direitos humanos fundamentais, ausências e omissões em presenças ativas e participações, interrompendo‑se o ciclo vicioso da exclusão. 2 Texto disponível em www.portaldemarketing.com.br 5 10 15 20 25 30 6 Unidade I Di ag ra m aç ão : F er na nd o - Co rr eç ão : F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - Num primeiro impulso, entretanto, tenta‑se a transposição dos conceitos vigentes nos setores privado e governamental para o Terceiro Setor. No mais das vezes, ao importar as ferramentas e conceitos de outras áreas para a área social, propõe‑se modificações e adaptações de natureza, sem levar em consideração as origens e a natureza dos problemas que se pretende solucionar. É como se o ‘social’ tivesse entrado no mercado e, por esse motivo, devesse estar subordinado às suas regras. Quando essa é a diretriz prevalente, as definições propostas para o marketing social costumam ser ‑ praticamente ‑ as mesmas que se empregam para o marketing comercial, trocando‑se aqui e ali algumas palavras‑chave. Outros estudiosos, mais atentos, procuram caminhos próprios para definir o marketing social. 2.3 Marketing social x Marketing para causas sociais Comumente, o marketing social — aquele conjunto de esforços de uma determinada instituição para promover algum tipo de mudança de comportamento da sociedade em algum aspecto — é confundido com marketing para causas sociais. Esse último não objetiva promover nenhum tipo de alteração social; ele apenas vincula a marca de uma empresa ou de seu produto/serviço a uma determinada causa, conseguindo, assim, a fidelização daqueles que simpatizam com a causa em questão. Para que isso aconteça, é necessário que haja uma coincidência de preferências. O Mc Donald´s, por exemplo, realiza anualmente, o “Mc dia feliz”, cuja renda total, arrecadada com a venda de um dos seus principais sanduíches, é destinada aos hospitais especializados no tratamento de câncer infantil. Essa iniciativa é classificada como marketing para classes sociais. A diferença também está nos resultados que os dois tipos de marketing proporcionam. Os produtos dos esforços 5 10 15 20 25 30 7 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : F er na nd o - Co rr eç ão : F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - empregados para promover um marketing social estão relacionados às alterações ocorridas na sociedade abordada, ou seja, o resultado é a mudança de comportamento da sociedade. Já o marketing para causas sociais proporciona um retorno financeiro para aquela empresa que vinculou sua imagem a uma causa ou a uma outra empresa ligada a alguma causa social. 2.4 Marketing social hoje Atualmente, o marketing social tem sido identificado como uma metodologia inovadora, capaz de fazer evoluir o modo de tratar com ideias, atitudes, conceitos, ações, comportamentos e/ou práticas, visando promover transformações sociais específicas. Para cumprir seus objetivos, um programa de marketing social deve alcançar uma grande audiência em um curto período, assegurando tanto as mudanças comportamentais planejadas quanto a sua continuidade ao longo do tempo (efetividade). Schiavo e Fontes (1997) analisaram as diversas diretrizes de atuação e apresentaram a seguinte conceituação: Marketing social é a gestão estratégica do processo de mudança social a partir da adoção de novos comportamentos, atitudes e práticas, nos âmbitos individual e coletivo, orientadas por princípios éticos, fundamentados nos direitos humanos e na equidade social. O termo é empregado para descrever o uso sistemático dos princípios e métodos do marketing orientados para promover a aceitação de uma causa ou ideia, que levem um ou mais segmentos populacionais identificados como público‑alvo a mudanças comportamentais quanto à forma de sentir, perceber, pensar e agir sobre uma determinada questão, adotando a respeito novos conceitos e atitudes. 5 10 15 20 25 30 8 Unidade I Di ag ra m aç ão : F er na nd o - Co rr eç ão : F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - 3 AS ESTRATÉGIAS DE MARKETING SOCIAL A solidariedade tornou‑se a única forma inteligente e possível de se viver. (Betinho) 3.1 O que é solidariedade? O Dicionário eletrônico define solidariedade como o (...) laço ou vínculo recíproco de pessoas ou coisas independentes; adesão ou apoio à causa, empresa, princípio, etc. de outrem; sentido moral que vincula o indivíduo à vida, aos interesses e às responsabilidades de um grupo social, de uma nação, ou da própria humanidade; relação de responsabilidade entre pessoas unidas por interesses comuns, de maneira que cada elemento do grupo se sinta na obrigação moral de apoiar o(s) outro(s). A solidariedade é uma daquelas atividades que estão constantemente na nossa vida e pode ser definida como um sentimento ou uma vontade de ajudar ao outro – que, às vezes, é desconhecido – sensibilizados pela causa ou problema deste. No Brasil, ser solidário é quase uma característica. Tal explicação pode ser dada por se tratar de um país predominantemente cristão, cuja base reside no amor ao semelhante. A verdade é que nos últimos anos ficou “chique” ajudar ao próximo. Mas isso não se deu por acaso e sabe‑se que as duas grandes guerras mundiais contribuíram consideravelmente para esse fato. Logo após a Segunda Guerra Mundial, surge uma intensa demanda por reconstruir tudo o que foi destruído. Esse momento triste da história da humanidade despertou um espírito de colaboração muito positivo entre a humanidade, não poupou esforços nem recursos para promover tal missão. Os valores 5 10 15 20 25 9 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : F er na nd o - Co rr eç ão : F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - dispensados por pessoas de todas as partes do mundo, dispostas a ajudar, foram muito altos, motivando a criação de um órgão especial para fazer a gerência e a distribuição dos mesmos. 3.2 Ajudar conforme minha conveniência Quando se começou abordar responsabilidade social, muitas pessoas entenderam a mensagem e passaram a se ver realmente com a “obrigação moral” de fazer algo mais por sua sociedade, então começaram a colaborar com algumas questões que, de alguma forma, estavam afetando seu modo de viver. Por exemplo, se em determinado bairro o número de assaltos estava preocupando os moradores, estes se reuniam e buscavam soluções para o problema que os estava afetando diretamente. As ações eram sempre com vistas à melhoria dos envolvidos. Hoje, esse tipo de ação não é mais considerado como uma ação solidária. A solidariedade, atualmente, possui um sentido bem maisabrangente; suas ações devem ser executadas de forma que possam atingir a maior abrangência possível. Assim, quando colaboramos com campanhas de desarmamento ou prevenção da AIDS, estamos tentando tornar o mundo menos violento e mais saudável. Da mesma forma, os ativistas ambientais que protestam contra as ações responsáveis pelo aquecimento global lutam por um planeta mais habitável. As pessoas estão bem mais solidárias e somente no Brasil, segundo a ONU, são aproximadamente quinze milhões de voluntários nas mais diversas causas sociais. Mas as pessoas também estão bastante exigentes como consumidores e estão preferindo adquirir seus produtos de empresas que estejam desempenhando alguma ação de cunho social. 3.3 A participação social das empresas O aumento no número de empresas e, consequentemente, o aumento no número de concorrentes, foi motivado 5 10 15 20 25 10 Unidade I Di ag ra m aç ão : F er na nd o - Co rr eç ão : F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - especialmente pela globalização. Esse fato pressionou os empresários a buscarem uma estratégia que pudesse ser fortemente eficaz ao ponto de fidelizar seus clientes. Segundo Paulo Silveira3, “O Marketing Social tem como fator diferenciador a adoção de uma estratégia social como elemento aglutinador, elaborado especificamente para atender aos interesses dos envolvidos (empresas e seus stakeholders) ”. Freeman define stakeholders como “(...) qualquer grupo, entidades, instituições ou indivíduo que possa afetar ou ser afetado pela realização dos objetivos de uma empresa”. Os stakeholders podem ser divididos em: • econômicos: representados pelos que, de alguma forma, influenciam a cadeia de valor da organização, como os funcionários, os fornecedores e os clientes; • sociais: ao contrário dos stakeholders econômicos, os stakeholders sociais não fazem parte da cadeia de valor das empresas, porém, sua influência é muito grande, podendo até ser responsável indireta por ganhos e perdas organizacionais. As ONG´s, os sindicatos, o governo e as diferentes mídias podem ser classificados como stakeholders sociais. A tabela a seguir nos apresenta uma relação dos interesses dos stakeholders em suas organizações: Stakeholders econômicos Funcionários Bons salários, melhores benefícios, possibilidade de ascensão. Fornecedores Pagamentos e pedidos regulares. Clientes Bons produtos, preços justos, promoções e garantias. Stakeholders sociais ONGs Apoio institucional e doações. Sindicatos Garantia de cumprimento de acordos e permanência de direitos adquiridos. Governo Mais empregos, pagamento de impostos e tributos e serviços sociais. 3 Disponível em www.mundodomarketing.com.br 5 10 15 20 11 MARKETING SOCIAL E POLÍTICO Di ag ra m aç ão : F er na nd o - Co rr eç ão : F er na nd o - pa ra 2 ° Re vi sã o - Re vi so ra : A ng el a - 25 /0 1/ 20 08 - -| |- - Re vi sã o: A na : C or re çã o: L éo 2 1/ 05 /0 9 - Segundo Andrea Goldschmidt4 As organizações do terceiro setor, da mesma maneira, podem utilizar as ferramentas de comunicação com diversas finalidades: podemos buscar novos parceiros e doadores, recrutar voluntários, informar conselheiros e outros parceiros sobre o andamento das atividades, aumentar o envolvimento dos beneficiários e de suas famílias, prestar contas à sociedade sobre como estamos investindo os recursos que recebemos. 4 Disponível em http://integracao.fgvsp.br/ano6/08/financiadores. htm 5
Compartilhar