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1 ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL – ESAB LOGÍSTICA EMPRESARIAL Marcelo Mendes Vieira LOGISTICA E COMPEIVIDADE VILA VELHA (ES) 2018 2 RESUMO Com o intuito de melhor compreender as questões analisadas, faz-se necessária a realização, sobretudo, de pesquisas doutrinárias, analisando diferentes visões sobre o assunto, assim como relacionando tais posicionamentos com as realidades de mercado atuais. Consequentemente, recorre-se ao método dialético de análise, a fim de se assimilar as polêmicas e divergências de entendimentos quanto à importância da logística para a competitividade de uma empresa. Assim, por meio do presente trabalho, foi constatado que muitas empresas têm grande dificuldade para se adaptar em um mundo no qual os avanços tecnológicos acontecem constantemente e no qual as trocas comerciais ocorrem muitas vezes de maneira automática, realidade essa que leva à necessidade da logística de uma empresa se adequar às necessidades de agilidade que o mercado exige. Palavras-chave: Competitividade; Concorrência; Inovação; Logística. 1. INTRODUÇÃO Por meio deste trabalho, pretende-se analisar a importância da logística para que uma empresa se mantenha ou se torne competitiva dentro de seu segmento de mercado. Atualmente, tendo em vista a intensa competição que há entre os fatores econômicos, as empresas para permanecer o mercado tem que se atualizar e investir constantemente em tecnologias que aparecem no mercado a todo momento . 1 1 Pós-graduando em Logística Empresarial curso na Escola Superior Aberta do Brasil – ESAB. (Coloque aqui seu endereço eletrônico).2 “A logística é um dos entraves para o crescimento da produção agrícola, industrial, automobilística entre outros setores no Brasil, no entanto mesmo com essa deficiência o país ainda é considerado um grande produtor, estando entre os três principais exportadores agrícolas do mundo, atrás apenas da União Europeia e Estados Unidos. O investimento realizado em infraestrutura não acompanhou o crescimento da produção, gerando gargalos logísticos para seu escoamento. O investimento em infraestrutura comparada com países desenvolvidos foi insignificante há décadas, logo, retrata a nossa atual conjuntura, aliado ao pouco recurso destinado para este fim, soma-se os desvios de recursos oriundos da corrupção no Brasil. O maior problema gerado pela falta de infraestrutura é que esta precariedade eleva o valor dos produtos, fazendo com que os mesmos se tornem menos competitivos no comércio internacional, observamos que o custo de transporte por ora fica mais barato no transporte do Brasil para outros países, do que dentro do próprio território nacional.” (BARBOZA, 2014). 3 Por outro lado a falta de infraestrutura adequada e investimento para resolver os problemas que a empresas passam a área de logistica . Dessa forma, aquelas que não seguem essa tendência consequentemente perdem espaço no mercado e capacidade de convencer o consumidor, uma vez que não conseguem alcançar a mesma eficiência daquelas que compreendem a importância da logística para os dias atuais de um mundo intensamente conectado, no qual as trocas comerciais são muitas vezes imediatas. O exemplo da Amazon é fundamental para se compreender em qual nível está a vanguarda das tecnologias em logística. realidade, levando em conta toda a influência da logística sobre o mercado, levando-se em consideração as dificuldades de muitas empresas em acompanhar os principais avanços em matéria de logística do mundo atual, no qual as conquistas tecnológicas da humanidade são cada vez mais alcançadas em curtos intervalos de tempo, sendo as tecnologias substituídas por novas de maneira muito rápida. 2 DESENVOLVIMENTO Ao longo do final do último século, com a ascensão da informática no mundo, de maneira geral os empresários foram impulsionados a aumentar a sua competitividade, diferenciando seus modelos de negócio e inovando suas estratégias de logística. Nesse sentido, a estratégia nada mais é do que a busca por um plano de ação para desenvolver e ajustar, continuamente, a vantagem competitiva de uma empresa (SALIM, 2004, p.19). Segundo (CHISTOPHER, 1997, p. 2), a logística deve ser compreendida como: “processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados - e os fluxos de informações correlatas - através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder 4 maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo”234 Especialmente nos anos noventa do século XX no Brasil, com a abertura econômica orquestrada em um momento de fim de um longo período de estagnação econômica, os investimentos em logística foram fundamentais para que as empresas brasileiras fossem capazes de concorrer com empresas estrangeiras cujas estratégias em matéria de logística já se encontravam devidamente otimizadas. No que diz respeito a competitividade, a seguinte definição é deveras extremamente útil: "uma empresa é competitiva quando ela é capaz de oferecer produtos e serviços de qualidade maior, custos menores, e tornar os consumidores mais satisfeitos do que quando servidos por rivais“ (Barbosa, 1999, p.23). Com a atual ascensão da indústria 4.0. e com o nascimento da quarta revolução industrial, essa necessidade se torna então ainda maior, visando-se, primordialmente, a sobrevivência da empresa em um mercado inserido em um contexto de constantes avanços tecnológicos e de concorrência global, tendo em vista as trocas realizadas por meio da rede mundial de computadores e a presença de muitas empresas majoritária ou exclusivamente no ambiente digital, por meio dos denominados e-estabelecimentos.5 Por outro lado, é importante notar que, ao se analisar o poder de aumentar a competitividade de uma empresa corretamente atribuído a investimentos em logística, nota-se que, a médio prazo, ele está relacionado não apenas à otimização da produção e atendimento ao consumidor e maior eficiência da empresa de maneira geral, o que agrada muito o seu público alvo, mas também está relacionado a uma consequente diminuição de custos, tendo em vista que uma empresa que se preocupa com uma logística eficiente 2 Ching (1999, p. 25-26), por sua vez, entende que “a logística exerce a função de responder por toda movimentação de materiais, dentro do ambiente interno e externo da empresa, iniciando pela chegada da matériaprima até a entrega do ponto final ao cliente (...) A logística procura agrupar as diversas atividades da empresa relacionadas aos processos de produção e distribuição de seus produtos aos clientes e consumidores finais. Esse agrupamento vai permitir á empresa melhor controle e maior integração dos diferentes departamentos, que originalmente tinham visão limitada de sua área de atividades. Muitas vezes, prevaleciam os interesses individuais, não importando o envolvimento que cada departamento tinha sobre a distribuição dos produtos finais e conseqüente influência em toda empresa.” 3 Martins et al. (2006, p. 326) afirmam que “a logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor”. 4 “Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagemde produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor” (NOVAES, 2001, p. 36). 5 "A essência da formulação da uma estratégia competitiva é relacionar uma companhia ao seu meio ambiente" (Porter, 1985). 5 racionaliza a sua gestão e, logo evita gastos desnecessários e possivelmente diminui o valor final de seu serviço ou produto. Assim, no que diz respeito a uma postura racional competitiva de uma empresa que priorize boas estratégias de logística, nota-se que: “se a empresa valoriza a agilidade, a coordenação e a redução de custos, a lógica que fundamenta as suas ações é da eficiência; se ela visa à adequação aos padrões de design, produção e distribuição, praticados no exterior, e se especializa em técnicas de comércio exterior, indica que a sua lógica de ação está fundada no propósito de inserção internacional, e assim por diante.” (SILVA; BARBOSA, 2002). Nesse contexto, inclui-se, também, é claro, uma boa gestão dos estoques da empresa6. Ora, a gestão dos estoques naturalmente deve estar relacionada a características de operação de determinada empresa, isto é, deve-se levar em consideração as operações realizadas para se possibilitar a produção, assim como analisar o modelo de distribuição adotado pela empresa, de acordo, é claro, com a realidade do segmento de mercado no qual essa empresa está inserida. Ora, os serviços, é preciso frisar, devem estar sempre integrados, a fim de que as consequências de possíveis acidentes sejam facilmente contornadas. É importante frisar, entretanto, que tal preocupação é muito semelhante àquela dos empresários europeus dos anos cinquenta do século XX, período no qual era de extrema importância a diminuição de custos para possibilitar a manutenção da empresa em um momento no qual o continente se recuperava da segunda guerra mundial, atravessando uma intensa recessão. Assim, ao se analisar a empresa como um todo, constata-se que a logística é consequentemente parte do know how da empresa, ou seja, agrega à empresa valor intangível, de extrema importância para a comercialização de seus produtos e serviços ou em uma possível futura fusão ou aquisição. 6 “quanto maior o estoque maior a área necessária, maior o custo de aluguel ou depreciação e maior o custo de capital investido, além do que estoques altos geram diversos tipos de custos que devem ser previstos, tais como: aumento de avaria ou vencimento, aumento das chances de roubo e aumento do número de pessoas necessárias para manutenção e manuseio.” (ROSA; OLIVEIRA, 2010). 6 Atualmente os valores intrínsecos do produto são muitas vezes menos importantes em relação aos extrínsecos, tendo em vista uma realidade na qual as empresas apresentam ao mercado produtos cujas principais tecnologias agregadas estão em patamares deveras muito próximos.7 Ora, sendo estratégias em matéria de logística fundamentais para haver uma administração consciente de uma empresa, incluindo-se sua matéria-prima, equipamentos e, sobretudo, estoque e armazenamento, demonstra-se fundamental haver um excelente controle das informações operacionais da empresa para se evitar desperdícios e faltas que levem a compras emergenciais inevitavelmente mais caras, devendo-se monitorar todas as operações da empresa, a fim de que as informações colhidas sejam úteis e reflitam a realidade da empresa. Assim, para que isso ocorra, as empresas precisam investir em softwares modernos de logística, sempre incluindo dados relevantes em tais sistemas e os atualizando quando surgir uma nova versão. Muitas vezes é até preciso desenvolver softwares apenas para as necessidades de uma determinada empresa. Logo, o empresário não deve evitar tais gastos, uma vez que eles se demonstram fundamentais para que a empresa possa deveras alcançar um padrão de competitividade que reflita de maneira apropriada a realidade do seu respectivo segmento de mercado e os anseios do mercado consumidor. Mediante tecnologia infraestrutura interna apropriada, uma determinada empresa pode criar meios para diminuis seus gastos com logística, ou seja, com recebimento de matéria-prima, armazenamento, separação da produção e distribuição dos seus produtos. Assim, garante-se um planejamento atrelado aos principais avanços tecnológicos em matéria de gestão, evitando-se desperdício de dinheiro e tempo e a perda de respeito junto ao mercado consumidor. Toda empresa preza pela sua credibilidade, sendo essa a consequência da valorização por parte do consumidor das atividades exercidas pela empresa, além da valorização das qualidades intrínsecas dos produtos disponibilizados ao mercado por determinada empresa. Atualmente, no qual o comércio global e informatizado é uma realidade mundial, essas diferenças de eficiência e postura ativa da empresa são extremamente importantes 7 Apesar dos expressivos exemplos de reduções de custos que a logística proporciona, o mais excitante da logística é como selecionar e reforçar as competências de uma empresa para ganhar vantagem competitiva. (Bowersox, 1996). 7 para se agregar valor ao produto final, dar status à empresa e, consequentemente, aumentar a competitividade da empresa. Logo, tais investimentos em planejamento logístico são importantes neste início de século XXI, no qual toda a empresa pode ser criticada e valorizada pela internet por qualquer consumidor que avaliam as empresas pelas redes sociais e outros meios de comunicação . Dessa forma, investir em novas estratégias e planejamentos logísticos, assim como adequar a empresa à sua realidade de mercado, oferecendo ao mercado consumidor agilidade e um atendimento de alta qualidade, acima do que é esperado dentro de determinado nicho mercadológico, leva empresas a crescerem exponencialmente, muitas vezes do dia para a noite, tendo em vista a possibilidade de se conquistar clientes de todo o mundo por meio da internet. Nesse sentido: “A ineficiência sistêmica da cadeia de suprimentos penaliza o produto e sua qualidade diante do consumidor final. Isto chama a atenção para as perdas relacionadas a retrabalhos e refugos na produção. Mas olhando para a cadeia como um todo, percebese que não basta buscar apenas a excelência operacional. Todas as interfaces departamentais e todos os estágios da cadeia devem buscar a mesma eficiência.” (PINTO; FERREIRA, 2007). Sobretudo no que diz respeito às empresas varejistas, é fundamental prezar pela melhora das estratégias de logística, a fim de haver giro de estoque, assim como otimização da distribuição, o que leva a uma margem de lucro maior para a empresa, prezando-se concomitantemente por preços competitivos. O giro de estoque é muito importante para as empresas varejistas, sendo o aumento da produtividade via investimento em logística uma estratégia muito importante atualmente . Apesar de tal realidade, o Brasil ainda se encontra muito atrasado no que diz respeito a desenvolvimento de estratégias de logística compatíveis com as melhores praticadas em economias mais desenvolvidas. Dessa forma, uma racionalização do sistema tributário levaria as empresas brasileiras a se sentirem mais confortáveis para também intensificar a racionalização de suas estratégias de logística. No que diz respeito a empecilhos tributário, o ponto mais 8 relevante é a dificuldade que as empresas têm em recolher de maneira apropriada o ICMS (impostosobre circulação de mercadorias e serviços) devido aos estados da federação. Dessa forma, constata-se que o sistema tributário brasileiro já alcançou um patamar no qual sua complexidade gera problemas muitas vezes intransponíveis para o empresariado e empreendedores, se tornando um sistema insustentável. As empresas constantemente inclusive, acumulam créditos que são muito difíceis de retornar aos cofres da empresa. Dessa forma, uma reforma tributária no Brasil é urgente para que o aumento da competitividade não se torne uma tarefa impossível de ser alcançada e o país continue em uma estagnação econômica sem prognóstico de fim ou estratégias bem estabelecidas de solução dentro do intervalo de uma geração. Além disso, as inúmeras isenções fiscais dadas pelo poder público no Brasil, em todas as suas esferas, impossibilita o surgimento de estratégias de logística mais eficazes, uma vez que as chamadas guerras fiscais levam empresas a rever sua estratégia de sua logística para atender a requisitos previsto para que se possa gozar de tais incentivos, em uma verdadeira guerra fiscal (sobretudo no que diz respeito a desvio das rotas mais racionais de transporte de cargas).8 Essa realidade também leva a uma realidade na qual falta mão-de-obra especializada e logística no Brasil, ou seja, a formação de engenheiros que possam ser chamados de engenheiros logísticos. A solução para tal realidade seria a capacitação interna, sobretudo no que diz respeito a processos logísticos, assim como o investimento em benefícios ligados ao aumento da eficiência logística da empresa, sendo esse um incentivo para o trabalhador aprender mais via um aprimoramento ininterrupto sobre logística e alcançar as metas internas para conquistar tais benefícios. Assim, a capacitação profissional pode ser um fundamental para o desenvolvimento organizacional da empresa, valorizando-se o trabalhador e alcançando níveis maiores de competitividade. É importante notar então que o Brasil não se encontra apenas atrasado e comparação a países desenvolvido, mas também a países emergentes, que em sua grande 8 Segundo (Keedi; Mendonça, 2000), o principal empecilho que há no que diz respeito ao transporte de mercadorias no Brasil diz respeito à distribuição da produção, ou seja, o percurso feito entre a fábrica e o cliente. Assim, esses empecilhos criados para se percorrer esses trajetos devem ser devidamente observados e estudados, uma vez que afetam toda a sociedade, sendo as soluções para se alcançar um bom trajeto muito complexas, tendo-se em vista todas as opções a ser analisadas, no que diz respeito ao modal a ser utilizado, a melhor rota pela qual se pode optar (analisada levando-se em conta custos e infraestrutura existente). 9 maioria já entenderam a importância que a logística tem para o desenvolvimento econômico. Soma-se a esses fatores a ausência de infraestrutura no Brasil, o que leva ao aumento de gastos básicos com logística, já que pequenas operações adquirem caráter grandioso de verdadeiras odisseias, tendo em vista as enormes lacunas e precariedades encontradas pelas empresas. Em momento de grave crise econômica no Brasil a solução para tais problemas se encontra, então, ainda mais distante, embora iniciativas no sentido de dar concessões a terceiros para, por exemplo, administrar estradas, são muito importantes para o combate a tais problemas que inevitavelmente atrapalham a eficiência das empresas9 e aumentam o preço do produto para o consumidor final. Nessa realidade, a dificuldade para se fazer transporte de longas distâncias em um país de tamanho continental e com uma malha ferroviária fraca, transporte fluvial ainda quase insignificante e rodovias com sérios problemas de manutenção se consubstancia no principal entrave para o desenvolvimento de estratégias de logística eficiente e que fortaleçam a competitividade das empresas atuantes em solo brasileiro. Assim, se esses gargalos já são notados na região sudeste brasileira, a mais rica no Brasil, nas regiões norte e nordeste, onde se espera que ocorra grandes projetos de desenvolvimento nos próximos anos, após o fim da atual recessão. Em razão do tamanho continental do país, as distâncias que se deve percorrer para alcançar o consumidor final são, muitas vezes, de mais de mil quilômetros, atravessando estradas ruins que encarecem a viagem em razão do desgaste gerado aos automóveis, assim como tal precariedade das rodovias leva o tempo para a realização do percurso ser muito maior do que seria se houvesse uma constante manutenção das estradas de todo o Brasil. Por outro lado, acidentes de caminhões são muito mais comuns em relação a acidentes ferroviários, o que leva à adição de mais um risco, que, inevitavelmente, é passado ao consumidor final No caso da produção agrícola, tais problemas podem, inclusive, fazer com que toneladas de alimentos pereçam. 9 “A vantagem competitiva de uma empresa, pode estar na forma de distribuir, na maneira com que faz o produto chegar 8 rapidamente à gôndola, na qualidade do seu transporte e na eficiência de entrega de um material a um fabricante”. (Bertaglia, 2003, p. 170). 10 Ora, nota-se no Brasil ainda uma grande falta de uma cultura focada na criação de equipes dedicadas integralmente à logística, criando-se planejamentos de logística de caráter deveras sistêmico, ou seja, pensando-se em todos os departamentos de uma empresa, que, inevitavelmente, estão interligados e descontroles pontuais podem gerar um efeito avalanche que descontrole toda a logística da empresa. No que diz respeito então a planejamentos estratégicos em empresas, os seguintes ensinamentos de (ROBBINS, 2017, p.116) são de extrema importância para o presente trabalho: “Planejamento compreende a definição das metas de uma organização, o estabelecimento de uma estratégia global para alcançar essas metas e o desenvolvimento de uma hierarquia de planos abrangentes para integrar e coordenar as atividades.”10 Outro grande entrave é a grande burocracia que há no Brasil para se importar e exportar, sendo o transporte de caráter marítimo no Brasil ineficiente, apesar de uma estrutura portuária relativamente boa. Seria de grande utilidade para o fortalecimento de boas estratégias de logística no Brasil o desenvolvimento de um planejamento integrado entre o poder público e a iniciativa privada, a fim de se focar nas lacunas em infra - estrutura e problemas de regulamentações eficientes de forma racional, prezando-se pelo benefício de toda a economia, seja no que diz respeito ao crescimento econômico, seja no que diz respeito a criação de empregos, tendo como foco empresas capazes de se adequar às exigência de um mercado global informatizado, como já previa no final do último século (Motta,1995). Por fim, estratégias de logística dentro das empresas são de extrema importância para o desenvolvimento econômico do país, assim como para o desenvolvimento de cada ator econômico, uma vez que por meio de uma logística bem desenvolvida se pode desenvolver uma capacidade competitiva ímpar via diminuição de gastos e aumento do valor agregado do produto final, todavia os motivos mais importantes que levam uma empresa a desenvolver uma boa estratégia de logística visam a manutenção da empresa no mercado atual, que é cada dia mais competitivo, globalizado e digitalizado, tendo-se 10 “Um planejamento eficaz deve levar em consideração não apenas as ações e reações dos concorrentes diretos, mastambém os papéis de fornecedores e clientes, e produtos alternativos que satisfaçam a mesma necessidade básica e a previsão de que recém-chegados.” (MCGEE 1994, p. 27) 11 como principal exemplo os avanços e logística obtidos pela estadunidense Amazon , que está na vanguarda em tal matéria, buscando sempre aplicar as novas tecnologias (que surgem constantemente) aos seus problemas cotidianos. No entanto, cabe destacar que tais esforços devem ser encabeçados por toda a sociedade, incluindo-se, é claro, o poder público, uma vez que os entraves em matéria de infraestrutura (sendo alguns no Brasil atualmente crônicos)11 são enormes empecilhos para a otimização da logística das empresas, sobretudo em comparação com outros países em desenvolvimento e, em especial, em comparação com os outros membros do chamado BRICS. 3. CONCLUSÃO Desenvolver estratégias eficientes de logística no Brasil ainda é uma prática razoavelmente pouco difundida entre as empresas, entretanto, tendo-se em vista a realidade do comércio cada vez mais global em plena quarta revolução industrial, o valor agregado pela eficiência em logística se demonstra um fator de aumento de competitividade que hoje deve ser buscado por toda a empresa que pretende se manter em um mundo de constantes mudanças tecnológicas. Ou seja, o público alvo naturalmente valoriza mais serviços e produtos provindos de empresas que, além de levar ao mercado tecnologias em viveis próximos aos dos concorrentes, possam se diferenciar por meio da eficiência, boa gestão de estoque e bom atendimento. 11 “O maior problema gerado pela falta de infraestrutura é que esta precariedade eleva o valor dos produtos, fazendo com que os mesmos se tornem menos competitivos no comércio internacional, observamos que o custo de transporte por ora fica mais barato no transporte do Brasil para outros países, do que dentro do próprio território nacional. O País se torna refém do transporte rodoviário, que também não escapa das más condições de pavimentação das vias, isto quando as mesmas são pavimentadas, este modal já é caro se compararmos com outros modais, como ferroviário utilizado com alternativa para escoar produtos commodities em vários países, o fato de o modal rodoviário ter um valor mais alto, aliado a problemas de pavimentação e falta de estradas pavimentadas acaba por tornar este modal com valor ainda mais elevado. De uma forma geral, é possível afirmar que, para solucionar os gargalos físicos, de investimento e institucionais é fundamental uma maior atenção por parte do Governo Federal no que se refere também ao modal ferroviário. Para viabilizar a modernização e o crescimento da malha serão necessários, além de incentivos à participação da iniciativa privada, planejamento e comprometimento do ente estatal no que se refere tanto aos investimentos públicos quanto à garantia de estabilidade institucional.” (BARBOZA, 2014). 12 Busca-se, assim, é claro, também a diminuição do custo de produção, visando o aumento do lucro da empresa, que deve inevitavelmente ser parcialmente investido em inovação. REFERÊNCIAS BARBOSA, F. V. Competitividade: conceitos gerais. In: RODRIGUES, S. B. (Org.). Competitividade, alianças estratégicas e gerência internacional. São Paulo: Atlas, 1999. BARBOZA, Maxwell, A. M.. A ineficiência da estrutura logística do Brasil. In: Revista Portuária Economia e Negócio, setembro de 2014. Disponível em: http://www.revistaportuaria.com.br/noticia/16141 (acessado em 24/08/2018). BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. São Paulo: Saraiva 2003. 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