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Civil III - Promessa de Fato de Terceiro

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Direito Civil III- II GQ – Aula 09 – Artigos 944-946
Da Indenização
Caso1: "A" tem um cão de guarda, viaja e deixa o animal protegendo a casa. No período da viagem, um ladrão entra na casa e, ao sair, deixa o portão aberto. Nessa situação, o cachorro sai e morde um transeunte. De quem seria a responsabilidade? Como o dono do cachorro, pelo fato de tê-lo, assume o risco sobre os danos pelo cachorro causados, ele deve responder pela indenização. Ressalta-se a responsabilidade objetiva do proprietário, haja vista que não há culpa, mas há a obrigação de reparar. Lembrar do exemplo do cardíaco da aula passada. 
No artigo 944 temos alguns critérios que determinam como se dará o cálculo da indenização. Em algumas circunstâncias, o dano material é avaliado sem maiores dificuldades, porém, em outras situações, principalmente em determinados atos ilícitos, o legislador optou por estabelecer quais as verbas que seriam compreendidas na indenização, estabelecendo uma enumeração dos atos ilícitos e, em cada uma dessas situações, o que seria abrangido pela indenização. 
Já vimos que a reparação do dano é de responsabilidade de quem causou o ilícito ou nas situações compreendidas em lei, em que a responsabilidade é atribuída a um terceiro – responsabilidade por fato de terceiro.
A finalidade da indenização é reparar o patrimônio atingido em função do dano sofrido; tornar a vítima incólume. A reparação deve ser correspondente à perda sofrida. Indenização não é motivo de enriquecimento. 
Hoje em dia, temos quase uma indústria de indenização, principalmente no que tange à indenização por danos morais. Existem disciplinas que estão sendo interpretadas como uma afronta à pessoa. Ex.: Obrigação de indenizar milionária instituída a uma empresa de call Center que estabeleceu limite de 15 minutos de permanência dos empregados no banheiro, tendo em vista que, muitas vezes, iam para mexer no telefone.
Foi a Constituição de 1988 que, legitimamente, reconheceu o dano moral. 
Indenização é uma justa recomposição não plano fático do dano causado. Quando se trata de um patrimônio físico não há maiores dificuldades para saber quanto vai ser essa reparação. Ex.: Batida de carro. É só levar na oficina que haverá um orçamento. Indenização é, assim, o estabelecimento de um ressarcimento na justa medida do ato praticado.
O CC determina dois parâmetros para o cálculo da indenização. O primeiro está no capital do 944, enquanto que o segundo está no parágrafo único do mesmo artigo.
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Qual foi o dano, o prejuízo sofrido pela vítima. Calcula-se o dano e terá o valor da indenização.
É forçoso reconhecer que nesse critério há certa subjetividade: houve mais ou menos culpa? A culpa foi mais ou menos grave? Ex.: Alguém que é atacado por um animal feroz. Haveria mais ou menos culpa se o ataque fosse motivado pelo fato de que o animal estava com muita fome, em razão do seu tratador não ter dado comida? Cada situação deve ser analisada especificamente para fazer tal determinação. 
Em algumas situações é mais fácil de perceber quando há mais ou menos culpa, como ocorre no caso de acidente de carro causado por conta dos pneus carecas; em outras não há. 
A finalidade da indenização é fazer com que o dano seja reparado, ou seja, fazer com que o objeto volte ao status quo ante. 
Ainda temos outro critério previsto em lei, artigo 945. É a hipótese de culpa concorrente da vítima. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Esse critério ensejaria que a indenização devida por dano sofrido a pessoa causa o próprio dano, que passa na rua em local proibido ou que faz retorno em local proibido. Se a pessoa não tivesse agido daquela forma, não haveria ocorrido o dano. Mesmo havendo culpa concorrente da vítima pode ser que haja dever de reparação. 
Critérios para a determinação da indenização
1) Extensão do dano
2) Grau de culpa do causado do dano
3) Possível culpa concorrente da vítima 
Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar.
As observações desta aula só serão relevantes quando não houver critérios, havendo devem ser seguidos os específicos. Ex.: Devedor demandado por vítima já paga vai ter indenização estabelecida no dobro da dívida paga porque a legislação, no artigo 940, já determina. 
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.

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