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CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA BIOQUÍMICA APOSTILA DE FÍSICO-QUÍMICA FARMACÊUTICA PROFESSOR: VONIVALDO GONÇALVES LEÃO1 Aluno:________________________________________ OURO PRETO DO OESTE – RO 2018 1 Graduado em Engenharia Química – Universidade estadual de Maringá-PR; Pós-graduado em Visão Interdisciplinar em Educação pela Unesc-Cacoal-RO; Mestre em Ciências da Saúde pela UnB – Universidade de Brasília, Pós-graduado em Gestão Pública pelo ENAD Brasília, Licenciado em Matemática, Física e Química pela UNIR. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 2 CAPÍTULO 01. OS PRINCÍPIOS DA TERMODINÂMICA - TERMOMETRIA 1. Temperatura 1.1. Noção Sensitiva de Temperatura Quando falamos em temperatura imediatamente nos vem à mente calor e frio ou a primeira noção que se tem de temperatura é a sensação de frio ou de quente, verificada ao se tocar um corpo. Ao tocarmos diversos objetos, na maioria das vezes, conseguimos colocá-los em ordem crescente de temperatura, dizendo qual está à temperatura maior e à temperatura menor. O sentido do tato nos proporciona a mais simples noção de temperatura de um corpo. Sabemos, por exemplo, que não podemos colocar as mãos em uma água fervendo porque sabemos o quanto “está quente” ali. Porém, nossos sentidos se enganam com muita freqüência, não podendo ser utilizados como medida precisa para a temperatura, pois eles são diferentes de uma pessoa para outra e dependem do estado em que ela se encontrava anteriormente. Por exemplo, se mergulharmos a mão direita em água quente e a esquerda em água fria, e em seguida mergulharmos as duas em água a uma temperatura intermediária, esta água nos parece mais fria na mão direita e mais quente na mão esquerda. Embora o tato nos dê uma primeira noção do estado térmico, ou da temperatura de um corpo, a experiência anterior deixa claro que ele não é muito útil para propósitos científicos. A conceituação de temperatura é fundamental para o estudo da Física Térmica. 1.2. Conceito de Temperatura Em geral, os corpos são formados de moléculas e estas formadas de átomos. Dizemos que os corpos são constituídos de partículas. As partículas que formam um corpo estão em constante vibração; portanto, elas são dotadas de uma forma de energia denominada energia térmica e em muitas substâncias devido à movimentação das partículas essa energia térmica é resultado de choques entre elas. No aquecimento de um corpo a energia térmica de suas partículas aumenta e no resfriamento essa energia diminui. A temperatura de um corpo avalia o "grau" médio de vibração das partículas que o compõe ou mais precisamente a temperatura de um corpo mede o estado de agitação das partículas que o compõe. 1.3. Medida de Temperatura Para que a medida de temperatura não dependa da nossa percepção fisiológica, recorremos a algumas grandezas físicas mensuráveis que variam quando a temperatura de um corpo varia. Entre elas estão o volume de um líquido, o comprimento de uma barra, a resistência elétrica de um fio, a pressão de um gás a volume constante, etc. Qualquer uma dessas grandezas pode ser usada para avaliar indiretamente a temperatura de um corpo. No entanto, existem vários equipamentos modernos que nos dá precisamente e diretamente o valor da temperatura de qualquer estado de uma substância. Por exemplo, o comprimento de uma barra metálica aumenta (dilata) quando ela é aquecida, ou seja, quando a sua temperatura aumenta. Então, podemos medir sua temperatura indiretamente, analisando o seu comprimento. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 3 No entanto, para pequenas variações de temperatura, é praticamente imperceptível a alteração no comprimento da barra e teríamos dificuldades para avaliar seu estado térmico. Para que possamos medir com mais precisão a temperatura de um corpo, devemos escolher uma substância em que pequenas variações no seu estado térmico provoquem variações significativas e mensuráveis na propriedade física que foi escolhida. Geralmente a substância escolhida é o mercúrio, ou o álcool, pois seu volumes respondem, de maneira significativa, às alterações na sua temperatura. 1.4. Termômetro O termômetro é um instrumento ao qual associamos uma escala numérica e que, após permanecer em contato por um certo tempo com um corpo, entra em equilíbrio térmico com ele, permitindo, através da escala numérica, que avaliemos sua temperatura. Um termômetro é construído escolhendo-se uma substância termométrica e uma propriedade termométrica dessa substância. Por exemplo, a substância termométrica pode ser um líquido colocado em um reservatório (bulbo), ligado a um tubo de vidro capilar, e a grandeza termométrica, o comprimento da altura da coluna; ou a substância termométrica pode ser um gás à pressão constante, e a grandeza termométrica, o volume do gás. 1.5. Escala Arbitrária de Temperatura Para a construção de uma escala termométrica arbitrária de temperatura, devemos proceder da seguinte maneira: • Escolhe-se a substância termométrica, por exemplo: um líquido, e a grandeza termométrica correspondente: a altura da coluna do líquido. • Coloca-se o líquido em um reservatório (bulbo), ligado a um tubo capilar, cada estado térmico corresponde a uma altura dessa coluna. • Adotam-se dois estados térmicos, que se mantenham invariáveis por um determinado tempo e que sejam de fácil reprodução. Geralmente os estados térmicos escolhidos são: ponto de fusão do gelo à pressão normal ( 1 atmosfera) e ponto de ebulição da água à pressão normal (1 atmosfera). Estes estados térmicos são, normalmente, chamados de pontos fixos. • Em um recipiente contendo água no estado líquido e gelo se derretendo, introduzimos o termômetro, aguardamos o equilíbrio térmico e anotamos a altura da coluna correspondente à temperatura de fusão do gelo. • Em um recipiente contendo água em ebulição, em presença de vapor d’água, colocamos o termômetro, aguardamos o equilíbrio térmico e anotamos a altura da coluna correspondente ao estado de vapor. • Dividimos em partes iguais o intervalo delimitado entre as anotações e associamos valores numéricos arbitrários. Cada parte em que fica dividido o intervalo é denominada grau de escala, e é sua unidade. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 4 Exercício Resolvido 01. Construauma escala arbitrária “X”, em um termômetro de álcool, utilizando os pontos fixos fundamentais, isto é, o ponto de fusão do gelo e o ponto de ebulição da água, ambos sob pressão normal (1 atmosfera). Em seguida, simule a medida da temperatura de um corpo com esta escala. Resolução Tomemos um pequeno vidro de medicamento, provido de tampa. Em volta da tampa, devemos passar cola plástica para que não haja vazamento. Fazemos então um pequeno furo redondo no centro da tampa. Nesse furo, colamos um canudo plástico de refresco e introduzimos álcool colorido com tinta de escrever. Em um recipiente contendo água líquida e gelo derretendo, introduzimos o vidro (termômetro), aguardamos a coluna do álcool se estabilizar (atingir o equilíbrio térmico), marcamos a altura da coluna com um pincel atômico. Essa altura corresponde ao ponto de fusão do gelo. Dentro de um recipiente contendo água líquida e vapor d’água (água em ebulição), colocamos o vidrinho, aguardamos o equilíbrio térmico, anotamos a altura da coluna correspondente ao ponto de vapor. Atribuindo-se, arbitrariamente, o valor 10 para a altura correspondente ao ponto de gelo e o valor 90 para a altura correspondente ao ponto de vapor, e dividindo o intervalo obtido em 80 partes iguais, temos o termômetro graduado na escala X, onde cada parte recebe o nome de um grau X. Para medir a temperatura de um corpo, basta colocar o termômetro graduado na escala X em contato com ele, esperar o equilíbrio térmico e fazer a leitura numérica correspondente ao seu estado térmico na escala X. Leitura Complementar A Física Térmica ou Termologia A Termologia, ramo da Física que analisa os fenômenos relacionados com uma forma de energia chamada calor, responsável por aquecer, resfriar ou mudar o estado físico dos corpos. As sensações de quente e frio, que deram origem ao conceito de temperatura, acompanham o homem desde o início de sua existência, e a preocupação em compreender essa sensação provocou, ao longo dos anos, o desenvolvimento deste importante ramo da Física. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 5 No século VI a.C, por exemplo, os gregos imaginavam que o calor e o frio eram as causas da evolução do mundo. Eles já sabiam que os corpos aumentavam de volume, quando aquecidos, e diminuíam de tamanho quando resfriados. No entanto, até o século XVI d.C, esses conhecimentos pouco evoluíram, deixando assim muitas dúvidas quanto à sua natureza. A partir do século XVI, a necessidade de se medirem as noções de quente e frio, ou seja, a temperatura, fez com que grandes cientistas, como Galileu Galilei e Evangelista Torricelli, se preocupassem com a construção de termômetros (baseados na dilatação dos corpos). Nos anos seguintes, com a necessidade de aperfeiçoar as medidas, inúmeros termômetros foram construídos de maneiras diferentes. Alguns desses termômetros ficaram famosos e suas escalas são utilizadas até hoje, como, por exemplo, o termômetro construído em 1727 pelo físico alemão Daniel Gabriel Fahrenheit; o construído em 1742 pelo físico sueco Anders Celsius e o construído em 1848 pelo físico irlândes William Thompson Kelvin. O termômetro Fahrenheit foi construído tomando-se como base dois pontos fixos: a temperatura da mistura de água, gelo picado e sal em equilíbrio e a temperatura de um corpo humano saudável. Foram atribuídos, por Fahrenheit, os valores zero e cem para estas temperaturas. O termômetro Celsius foi construído tomando-se como base o ponto de fusão do gelo e o da água em ebulição, sendo atribuídos inicialmente, por Celsius, os valores cem e zero, respectivamente. Posteriormente esses valores foram invertidos. O termômetro Kelvin foi construído imaginando-se que a temperatura de um corpo não pode decrescer indefinidamente, atribuindo-se então o valor zero para a menor temperatura possível, chamada de zero absoluto, e escolhida, como intervalo de medida, a variação da escala Celsius. Devido à escolha do valor zero para o limite mínimo de temperatura, a escala Kelvin é chamada de escala absoluta. Se medirmos, com um termômetro graduado na escala Fahrenheit, os estados térmicos escolhidos por Anders Celsius, obteremos para valor zero grau Celsius (fusão do gelo) trinta e dois (32) graus Fahrenheit, e para valor c em (100) graus Celsius, duzentos e doze (212) graus Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 6 Fahrenheit. Repetindo o procedimento com um termômetro graduado na escala Kelvin, encontraremos a medida 273,15 K para o estado de fusão do gelo e 373,15 para o estado de ebulição da água. No século XVIII, na Inglaterra, surgiram as máquinas a vapor, inventadas com o objetivo de bombear a água que se acumulava nas minas de carvão, durante as escavações. Inicialmente, essas máquinas eram pouco eficientes, mas seu uso era barato, pois o combustível era o próprio carvão mineral extraído das minas e não se gastava nada para transportá-lo até as máquinas. A máquina a vapor mais utilizada era a construída pelo mecânico inglês Thomas Newcomen, em 1720. Até 1765, as máquinas a vapor eram aperfeiçoadas por mecânicos e artesãos, sem nenhum conhecimento teórico sobre seu funcionamento. Em 1765, James Watt, fabricante de instrumentos, recebeu da Universidade de Glasgow um pedido para a construção de uma máquina de Newcomen, para ser usada como modelo nas aulas. Na construção desse modelo, Watt percebeu que a máquina a vapor poderia ser aperfeiçoada e inventou um regulador que controlava o ritmo da máquina. Em 1780, na Inglaterra, a primeira máquina a vapor construída por Watt foi utilizada na produção de algodão, dando início ao período histórico conhecido como Revolução Industrial. Ainda no século XVIII, acreditava-se que os corpos possuíam uma substância especial responsável pela sua temperatura. O químico francês Antoine Laurent de Lavoisier deu a essa substância, que se acreditava ser incolor, invisível, sem cheiro e sem sabor, o nome de calórico. Segundo a teoria do calórico, um corpo seria mais quente que o outro se possuísse mais calórico e, para atingir o equilíbrio térmico, o corpo de maior temperatura deveria ceder calórico para o de menor temperatura, até que os dois ficassem com mesma quantidade de calórico. Essa teoria explicava inúmeros fenômenos térmicos, mas apresentava algumas contradições. A principal contradição era que, se o calórico fosse realmente uma substância, ele deveria existir em quantidade limitada no corpo. E esse corpo não poderia cedê-lo indefinidamente. Benjamim Thompson, físico norte-americano, conhecido como conde de Rumford, em 1798, observava, durante as perfurações de blocos de metais, na construção de canhões, que a água se aquecia e, segundo a teoria do calórico, isso acontecia porque a água retirava calórico do metal, juntamente com as aparas retiradas pela broca. No entanto,o conde de Rumford percebeu que o metal e a água continuavam se aquecendo, mesmo que nenhuma apara fosse retirada. Isso acontecia quando a broca perdia o corte, o que contrariava a teoria do calórico. Com base nessas observações, o conde de Rumford supôs que o aquecimento produzido era proveniente do trabalho. Foi a primeira vez que alguém imaginou que o aquecimento dos corpos seria produzido pelo trabalho mecânico. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 7 Apesar de as observações do conde de Rumford abalarem a teoria do calórico, ela só foi abandonada completamente no século XIX, quando os pesquisadores das universidades francesas começaram a estudar o princípio de funcionamento das máquinas a vapor, com a finalidade de compreendê-lo e melhorá-las. Nessa época, definiu-se de forma bem clara o conceito de calor como uma forma de energia e chegou-se ao princípio da conservação da energia, tão importante para as ciências nos dias de hoje. Quem estabeleceu de forma clara que o calórico era, na verdade, uma forma de energia denominada, a partir daí, de calor, foi o físico inglês James Prescott Joule, em 1850. Joule estabeleceu o equivalente mecânico da caloria através do dispositivo mostrado na figura a seguir, em que a queda do peso M causa a rotação do conjunto de pás, na água. A água agitada se aquece e a sua variação de temperatura é medida pelo termômetro. Dessa forma, a energia mecânica perdida para a água durante a queda é medida pelos valores conhecidos dos pesos e da altura de queda, e o ganho de calor da água, pela capacidade térmica da água e a sua variação de temperatura. 2. Escala Celsius Escala construída, em 1742, pelo físico e astrônomo sueco Anders Celsius, que adotou para o ponto de fusão de gelo o valor 0 (zero) e para o ponto de ebulição da água o valor 100 (cem). Dividiu-se o intervalo obtido entre os pontos fixos em cem partes iguais, em que cada parte corresponde à uma unidade da escala e foi denominada de grau Celsius, cujo símbolo é o °C. Como o intervalo entre os pontos fixos dessa escala foi dividido em cem partes iguais, ela recebeu o nome de escala centígrada ou centesimal e é atualmente a escala mais utilizada em todo o mundo. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 8 3. Escala Fahrenheit Construída, em 1727, pelo físico alemão Daniel Gabriel Fahrenheit, que adotou o valor 0 (zero) para a mistura: água, gelo picado e sal; e o valor 100 para a temperatura do corpo humano. Dividiu-se o intervalo entre esses pontos fixos em 100 partes iguais e cada parte recebeu o nome de grau Fahrenheit, cujo símbolo é °F. Ao compararmos os pontos fixos escolhidos por Fahrenheit e Celsius, temos para o ponto de fusão do gelo, sob pressão de 1 atmosfera, o valor 32 °F e para o ponto de vapor da água, também sob pressão de 1 atmosfera, o valor 212 °F; o intervalo dividido em 100 partes iguais pelo sueco (Celsius) é dividido em 180 partes iguais na escala do alemão (Fahrenheit). 4. Escala Kelvin Como a temperatura de um corpo está relacionada com o grau de agitação de suas moléculas, podemos dizer que as escalas Celsius e Fahrenheit são relativas, uma vez que elas não atribuem o valor zero ao estado de agitação molecular mais baixo. A temperatura está relacionada à energia de movimento das moléculas de um corpo; assim, ao diminuirmos sua temperatura, suas moléculas ficam mais lentas. Podemos imaginar um estado em que todas as moléculas estão paradas, ou seja, agitação térmica nula correspondendo à temperatura zero, a qual denominamos zero absoluto. O físico irlandês, Willian Thomson, que recebeu o título de nobreza lorde Kelvin, estabeleceu, em 1848, uma escala absoluta. Kelvin verificou experimentalmente que a pressão de um gás diminuía 1/273 do valor inicial, quando resfriado a volume constante de 0 °C para – 1 °C. Como a pressão do gás está relacionada com o choque de suas partículas com as paredes do recipiente, quando a pressão fosse nula, as moléculas estariam em repouso, a agitação térmica seria nula e a sua temperatura também. Conclui, então, que isso aconteceria se transformássemos o gás até – 273 °C. Assim, Kelvin atribuiu o valor zero para este estado térmico e o valor de 1 kelvin a uma extensão igual à do grau Celsius, de modo que o ponto de fusão do gelo corresponde a 273 K e o ponto de ebulição da água corresponde a 373 K (o nome e o símbolo grau kelvin foram abolidos em convenção científica internacional e substituídos simplesmente por kelvin; portanto, ao invés de 10 °K, escreve-se 10 K e lê-se: dez kelvin). Posteriormente, descobriu-se impossível atingir o estado de agitação molecular nulo; as moléculas têm uma energia mínima denominada energia do ponto zero e o zero absoluto é inatingível na prática. O zero absoluto é obtido por extrapolação e não deve ser interpretado como o estado em que as partículas estariam em completo repouso, pois elas possuem uma energia mínima finita e apresentam movimento. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão 5. Conversão entre as Escalas Como existem várias escalas termométricas, freqüentemente necessitamos transformar a indicação numérica de uma escala em outra. Para obtermos a relação entre uma escala e outra, devemos estabelecer a proporção entre os segmentos obtidos com a leitura da te de um corpo com dois termômetros. Por exemplo, ao medirmos a temperatura de um corpo com tres termômetros, um graduado na escala Celsius, outro na escala Fahrenheit e um terceiro na escala Kelvin, obtemos os segmentos mesmo estado térmico e não dependem da unidade em que foram medidos. Portanto: Entre as escalas Celsius e Fahrenheit, podemos simplificar para: Esta relação recebe o nome de podemos estabelecer equações de conversão entre quaisquer escalas termométricas, sejam elas relativas, arbitrárias ou mesmo absolutas. Observe, através da equação termométrica de Celsius e Fahrenheit, que as equações termométricas são funções do primeiro grau, e, se as representarmos em um diagrama, obteremos uma reta, conforme figura abaixo. FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica 5. Conversão entre as Escalas Como existem várias escalas termométricas, freqüentemente necessitamos transformar a indicação numérica de uma escala em outra. Para obtermos a relação entre uma escala e outra, devemos estabelecer a proporção entre os segmentos obtidos com a leitura da te de um corpo com dois termômetros. Por exemplo, ao medirmos a temperatura de um corpo com tres termômetros, um graduado na escala Celsius, outro na escala Fahrenheit e um terceiro na escala Kelvin, obtemos os segmentos a e b (figura a seguir) da coluna de mercúrio que corresponde aomesmo estado térmico e não dependem da unidade em que foram medidos. Entre as escalas Celsius e Fahrenheit, podemos simplificar para: Esta relação recebe o nome de equação termométrica podemos estabelecer equações de conversão entre quaisquer escalas termométricas, sejam elas relativas, arbitrárias ou mesmo absolutas. Observe, através da equação termométrica de conversão entre as escalas Celsius e Fahrenheit, que as equações termométricas são funções do primeiro grau, e, se as representarmos em um diagrama, obteremos uma reta, conforme figura abaixo. UniouroUniouroUniouroUniouro 9 Como existem várias escalas termométricas, freqüentemente necessitamos transformar a indicação numérica de uma escala em outra. Para obtermos a relação entre uma escala e outra, devemos estabelecer a proporção entre os segmentos obtidos com a leitura da temperatura de um corpo com dois termômetros. Por exemplo, ao medirmos a temperatura de um corpo com tres termômetros, um graduado na escala Celsius, outro na escala Fahrenheit e um terceiro na escala oluna de mercúrio que corresponde ao Entre as escalas Celsius e Fahrenheit, podemos simplificar para: equação termométrica, e, dessa forma, podemos estabelecer equações de conversão entre quaisquer escalas termométricas, sejam elas conversão entre as escalas Celsius e Fahrenheit, que as equações termométricas são funções do primeiro grau, e, se as representarmos em um diagrama, obteremos uma reta, conforme figura abaixo. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão 6. Variação de Considere que a temperatura de um corpo varie de um valor inicial T valor final T2, num dado intervalo de tempo. A variação de temperatura o final T2 e o valor inicial T1: Por exemplo, relacionando as variações de temperatura nas três escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin temos: • o segmento a, que corresponde à variação de temperatura ocorrida nas três escalas, e o segmen b, que corresponde ao intervalo de temperatura entre os pontos de vapor e de gelo, também nas suas escalas. Como eles não dependem da unidade em que foram medidos, podemos estabelecer a proporção: Simplificando: Exercícios Resolvidos 01.Um estudante de Física verificou que a temperatura do seu experimento variou de 10 °C. Qual seria a variação de temperatura se ele escala Fahrenheit? Resolução Como a variação de temperatura na escala Celsius foi de 10 °C, substituindo esse valor na expressão 02. Uma enfermeira graduado na escala Fahrenheit e obteve 104 °F. Determine o valor desta temperatura na escala Celsius e verifique se o paciente se encontra febril. Resolução A equação termométrica entre as FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica 6. Variação de Temperatura Considere que a temperatura de um corpo varie de um valor inicial T , num dado intervalo de tempo. A variação de temperatura T é dada pela diferença entre Por exemplo, relacionando as variações de temperatura nas três escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin temos: , que corresponde à variação de temperatura ocorrida nas três escalas, e o segmen , que corresponde ao intervalo de temperatura entre os pontos de vapor e de gelo, também nas suas escalas. Como eles não dependem da unidade em que foram medidos, podemos estabelecer a Simplificando: Exercícios Resolvidos Um estudante de Física verificou que a temperatura do seu experimento variou de 10 °C. Qual seria a variação de temperatura se ele utilizasse um termômetro graduado na Resolução Como a variação de temperatura na escala Celsius foi de 10 °C, substituindo , temos: 02. Uma enfermeira verificou a temperatura de um paciente, com um termômetro graduado na escala Fahrenheit e obteve 104 °F. Determine o valor desta temperatura na escala Celsius e verifique se o paciente se encontra febril. Resolução A equação termométrica entre as escalas Celsius e Fahrenheit é: UniouroUniouroUniouroUniouro 10 Considere que a temperatura de um corpo varie de um valor inicial T1 para um T é dada pela diferença entre Por exemplo, relacionando as variações de temperatura nas três escalas , que corresponde à variação de temperatura ocorrida nas três escalas, e o segmento , que corresponde ao intervalo de temperatura entre os pontos de vapor e de gelo, também nas suas escalas. Como eles não dependem da unidade em que foram medidos, podemos estabelecer a Um estudante de Física verificou que a temperatura do seu experimento utilizasse um termômetro graduado na Como a variação de temperatura na escala Celsius foi de 10 °C, substituindo verificou a temperatura de um paciente, com um termômetro graduado na escala Fahrenheit e obteve 104 °F. Determine o valor desta temperatura na escala escalas Celsius e Fahrenheit é: Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão Substituindo na expressão T Portanto, como a temperatura normal do corpo humano é de 36,5 °C, o paciente se encontra febril. 03. Num termômetro de mercúrio, a coluna líquida apresenta 5 cm quando em presença de gelo em fusão (0 °C) e 15 cm quando em presença de vapor de água (100 °C). Determine: a) a função termométrica desse termômetro na escala Celsius; b) a temp faz com que a altura de sua coluna seja 10 cm. Resolução a) Relacionando a altura da coluna de mercúrio com a temperatura, temos: b) Substituindo, na expressão acima, h = 10 cm, obtemos: θ = 10 (10 θ = 50 °C 04. Um estudante ao testar um termômetro em laboratório mergulhar o mesmo em gelo fundente (0 termômetro em água em ebulição (100 a) A equação de correção do termômetro para a escala Celsius; b) A temperatura na qual o termômetro não necessita de correção. FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica Substituindo na expressão TF = 104 °F, temos: Portanto, como a temperatura normal do corpo humano é de 36,5 °C, o paciente 03. Num termômetro de mercúrio, a coluna líquida apresenta 5 cm quando em presença de gelo em fusão (0 °C) e 15 cm quando em presença de vapor de água (100 °C). Determine: a) a função termométrica desse termômetro na escala Celsius; b) a temperatura de um corpo que, em equilíbrio térmico com esse termômetro, faz com que a altura de sua coluna seja 10 cm. Resolução a) Relacionando a altura da coluna de mercúrio com a temperatura, temos: b) Substituindo, na expressão acima, h = 10 cm, obtemos: = 10 (10 – 5) = 50 °C Um estudante ao testar um termômetro em laboratório mergulhar o mesmo em gelo fundente (0oC) apresentou uma temperatura de termômetro em água em ebulição (100 oC) e verificou sua medida em 105 oC. Determine: A equação de correção do termômetro para a escalaCelsius; temperatura na qual o termômetro não necessita de correção. UniouroUniouroUniouroUniouro 11 Portanto, como a temperatura normal do corpo humano é de 36,5 °C, o paciente 03. Num termômetro de mercúrio, a coluna líquida apresenta 5 cm quando em presença de gelo em fusão (0 °C) e 15 cm quando em presença de vapor de água (100 °C). a) a função termométrica desse termômetro na escala Celsius; eratura de um corpo que, em equilíbrio térmico com esse termômetro, a) Relacionando a altura da coluna de mercúrio com a temperatura, temos: b) Substituindo, na expressão acima, h = 10 cm, obtemos: Um estudante ao testar um termômetro em laboratório verificou que ao C) apresentou uma temperatura de -3 oC. Mergulhou o C. Determine: A equação de correção do termômetro para a escala Celsius; temperatura na qual o termômetro não necessita de correção. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 12 CAPÍTULO 02. DILATAÇÃO TÉRMICA 1. Definição A matéria é constituída de partículas extremamente pequenas chamadas átomos e moléculas. Quando a matéria é aquecida, a energia de agitação dessas partículas torna-se maior, provocando um maior distanciamento entre elas. Em razão desse distanciamento entre as partículas é que ocorre a dilatação de um corpo aquecido, chamada dilatação térmica. Quando um corpo é resfriado, ou seja, sofre uma diminuição em sua temperatura, as partículas aproximam-se e ocorre o que denominamos contração térmica. Tais fenômenos ocorrem em corpos sólidos, líquidos e, também, nos gases. Para melhor compreensão do fenômeno de dilatação térmica, esta será estudada, separadamente, para cada estado da matéria, iniciando-se pelos sólidos. 2. Dilatação Térmica dos Sólidos No sólido, a matéria tem forma própria e volume definido, porque as moléculas que a compõem estão fortemente ligadas entre si e apresentam um movimento muito pequeno de vibração, em torno da sua posição de equilíbrio, conforme vemos na figura 1. Vejamos alguns exemplos da dilatação. a) Entre os trilhos de uma ferrovia existe sempre um pequeno intervalo, e isso possibilita a dilatação do trilho nos dias de calor, sem produzir danos para a b) Os fios de uma rede elétrica aérea devem apresentar a flecha (a), para que, num dia frio, não haja quebra do fio em virtude da contração. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 13 3. Dilatação Linear Para maior praticidade, vamos adotar, no estudo da dilatação linear, uma barra metálica e veremos o que ocorre com seu comprimento, quando aquecida. É de verificação experimental que: a) a variação do comprimento ( L) de uma barra, quando aquecida, é diretamente proporcional à variação da temperatura ( θ), pois, com o aquecimento, a energia de agitação faz com que as partículas se afastem umas das outras e, portanto, quanto maior a temperatura, maior a variação do comprimento da barra. As figuras a seguir mostram-nos uma barra de comprimento inicial (L0), sofrendo as variações de temperatura, a partir da temperatura inicial (θ0). Observamos que, dobrando a variação de temperatura θ, duplicamos a variação do comprimento L. Portanto, L ~ θ. b) a variação do comprimento de uma barra ( L) também é proporcional ao comprimento inicial (L0 ) para uma mesma variação de temperatura ( θ); ou seja, quanto maior o comprimento inicial da barra (L0 ), maior será a variação do comprimento ( L), pois, quanto mais partículas, maior será a distância acumulada entre elas. Ilustração: para ( θ) = constante e comprimentos diferentes. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão Observamos que, ao duplicarmos o comprimento da barra, dobramos a variação de comprimento e, ao triplicarmos o comprimento da barra, triplicamos a variação de comprimento. Portanto, . Verificamos, nos itens a e b, que a dilatação linear de temperatura e ao comprimento inicial podemos escrever que: em que é um coeficiente de proporcionalidade característico de cada material, denominado de coeficiente de dilatação linear. Unidade usual de é: Da expressão matemática Sendo a expressão: observamos que o gráfico l × T inicial jamais será igual a zero. FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica Observamos que, ao duplicarmos o comprimento da barra, dobramos a variação de comprimento e, ao triplicarmos o comprimento da barra, triplicamos a variação de comprimento. Verificamos, nos itens a e b, que a dilatação linear L e ao comprimento inicial l0 ; portanto, concluímos que é um coeficiente de proporcionalidade característico de cada material, denominado de coeficiente de dilatação linear. Da expressão matemática como portanto, Sendo a expressão: uma função do primeiro grau, l × T é uma reta oblíqua que não passa pela origem, pois o comprimento UniouroUniouroUniouroUniouro 14 Observamos que, ao duplicarmos o comprimento da barra, dobramos a variação de comprimento e, ao triplicarmos o comprimento da barra, triplicamos a variação de comprimento. é proporcional à variação ; portanto, concluímos que e é um coeficiente de proporcionalidade característico de cada material, denominado de temos: uma função do primeiro grau, é uma reta oblíqua que não passa pela origem, pois o comprimento Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão 4. Dilatação Superficial A dilatação superficial corresponde à variação da área de um corpo, numa variação de temperatura, portanto, uma variação analisaremos a variação da área de uma chapa metálica quadrada. Seja A0 a área na temperatura temperatura θ. Sendo A temos: em que é uma constante de proporcionalidade denominada de coeficiente de dilatação superficial. A unidade usual é: [ Da expressão matemática Para variações de temperatura não muito elevadas, o coeficiente de dilatação superficial é praticamente igual ao dobro do coeficiente dedilatação linear. Exercícios Resolvidos 01. O comprimento de um fio de alumínio que liga dois postes sucessivos é de 100 m a 20°C. Qual o comprimento desse fio a 120°C, sabendo de dilatação linear do alumínio é 24 · 10-6 °C Resolução FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica 4. Dilatação Superficial A dilatação superficial corresponde à variação da área de um corpo, numa variação de temperatura, portanto, uma variação em duas dimensões. Pela facilidade didática, analisaremos a variação da área de uma chapa metálica quadrada. a área na temperatura θ0. Após o aquecimento, a área passa para A e a em que A é a variação de área. A diretamente proporcional à área inicial e diretamente proporcional à variação de temperatura proporcionalidade denominada de coeficiente de dilatação superficial. A unidade usual é: [ ] = Da expressão matemática como Para variações de temperatura não muito elevadas, o coeficiente de dilatação superficial é praticamente igual ao dobro do coeficiente de dilatação linear. Exercícios Resolvidos O comprimento de um fio de alumínio que liga dois postes sucessivos é de 100 m a 20°C. Qual o comprimento desse fio a 120°C, sabendo de dilatação linear do alumínio é C-1? Resolução UniouroUniouroUniouroUniouro 15 A dilatação superficial corresponde à variação da área de um corpo, numa em duas dimensões. Pela facilidade didática, . Após o aquecimento, a área passa para A e a e diretamente proporcional à variação de temperatura proporcionalidade denominada de coeficiente de dilatação superficial. temos: Para variações de temperatura não muito elevadas, o coeficiente de dilatação O comprimento de um fio de alumínio que liga dois postes sucessivos é de 100 m a 20°C. Qual o comprimento desse fio a 120°C, sabendo-se que o coeficiente de dilatação linear do alumínio é Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão 02. Um trilho de ferro com 20 m atingir 110°C, sofrendo um acréscimo de 2,2 cm em seu comprimento. Qual é o valor do coeficiente de dilatação linear do ferro? Resolução 03. Uma barra metálica tem, a 30°C, comprimento igual a 1m. Eleva temperatura para 1030°C. Sendo o coeficiente de dilatação linear do metal da barra igual a 12 · 10 barra. Resolução 04. Uma placa apresenta inicialmente uma área de 1,0 m até 50°C, sua área aumenta 1,0 cm superficial do material que constitui a placa. Resolução 05. Em uma placa de cobre existe um furo circular que, a 20°C, apresenta área igual a 200 mm temperatura da chapa para 220°C? Dado: coeficiente de dilatação superficial, Resolução FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica Um trilho de ferro com 20 m de comprimento a 10°C é aquecido até atingir 110°C, sofrendo um acréscimo de 2,2 cm em seu comprimento. Qual é o valor do coeficiente de dilatação linear do ferro? Resolução Uma barra metálica tem, a 30°C, comprimento igual a 1m. Eleva temperatura para 1030°C. Sendo o coeficiente de dilatação linear do metal da barra igual a 12 · 10-6 °C-1, determine a variação de comprimento sofrida pela Resolução Uma placa apresenta inicialmente uma área de 1,0 m até 50°C, sua área aumenta 1,0 cm2. Determine o coeficiente de dilatação superficial do material que constitui a placa. Resolução Em uma placa de cobre existe um furo circular que, a 20°C, apresenta área igual a 200 mm2. Qual o acréscimo de área que o furo sofre quando se eleva a temperatura da chapa para 220°C? Dado: coeficiente de dilatação superficial, Resolução UniouroUniouroUniouroUniouro 16 de comprimento a 10°C é aquecido até atingir 110°C, sofrendo um acréscimo de 2,2 cm em seu comprimento. Qual é o Uma barra metálica tem, a 30°C, comprimento igual a 1m. Eleva-se então sua temperatura para 1030°C. Sendo o coeficiente de dilatação linear do metal da , determine a variação de comprimento sofrida pela Uma placa apresenta inicialmente uma área de 1,0 m2 a 0°C. Ao ser aquecida . Determine o coeficiente de dilatação Em uma placa de cobre existe um furo circular que, a 20°C, apresenta área igual Qual o acréscimo de área que o furo sofre quando se eleva a Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão Leitura Complementar Observação Lâminas Bimetálicas São dispositivos compostos de duas lâminas de materiais diferentes, presas uma na outra, por meio de solda ou arrebites. Inicialmente as barras são planas, a uma certa temperatura. Se o conjunto for aquecido, a lâmina de latão curva do que a do aço Se resfriarmos o conjunto, abaixo da temperatura será maior do que a do aço, então a lâmina curva lâmina de latão. 5. Dilatação Volumétrica Para nosso estudo, consideraremos aqui um sólido metálico cúbico de volume inicial V0 na temperatura inicial FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica Leitura Complementar Observação – Os valores da tabela são valores médios e aproximados. Lâminas Bimetálicas São dispositivos compostos de duas lâminas de materiais diferentes, presas uma na outra, por meio de solda ou arrebites. Inicialmente as barras são planas, a uma certa temperatura. Se o conjunto for aquecido, a lâmina de latão curva-se sobre a lâmina de aço, uma vez que a dilatação do latão é maior Se resfriarmos o conjunto, abaixo da temperatura inicial, a contração do latão será maior do que a do aço, então a lâmina curva-se ao contrário, ou seja, a lâmina de aço sobre a 5. Dilatação Volumétrica Para nosso estudo, consideraremos aqui um sólido metálico cúbico de volume na temperatura inicial θ0 . UniouroUniouroUniouroUniouro 17 Os valores da tabela são valores médios e aproximados. São dispositivos compostos de duas lâminas de materiais diferentes, presas uma Inicialmente as barras são planas, a uma certa temperatura. Se o conjunto for se sobre a lâmina de aço, uma vez que a dilatação do latão é maior inicial, a contração do latão se ao contrário, ou seja, a lâmina de aço sobre a Para nosso estudo, consideraremos aqui um sólido metálico cúbico de volume Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão Seja V0 o volume na temperatura em que V é a variação de volume. Sendo proporcional à variação de temperatura Em que dilatação volumétrica. A unidade usual de Da expressão matemática Para variações de temperatura não muito elevadas, o coeficiente de dilatação volumétrica é praticamente igual ao triplo do coeficiente de dilatação linear. Exercícios Resolvidos 01.Uma estatueta de ouro foi aquecida de 25°C a 75°C, observando aumento de 2,1 cm3 em seu volume. Sendo 14 · 10 qual era o volume inicial dessa estatueta? Resolução 02. Um recipiente de capacidade, a 100 °C, vale: a) 1 017 cm b) 1 005 cmFísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica o volume na temperatura θ0 e, V, o volume na temperatura V é a variação de volume. V diretamente proporcional ao volume proporcional à variação de temperatura temos: . Em que é uma constante de proporcionalidade denominada A unidade usual de é : Da expressão matemática como Para variações de temperatura não muito elevadas, o coeficiente de dilatação volumétrica é praticamente igual ao triplo do coeficiente de dilatação linear. Exercícios Resolvidos estatueta de ouro foi aquecida de 25°C a 75°C, observando em seu volume. Sendo 14 · 10 –6 °C–1 o coeficiente de dilatação linear do ouro, qual era o volume inicial dessa estatueta? Resolução 02. Um recipiente de cobre tem 1 000 cm3 de capacidade a 0 °C. Sua a) 1 017 cm3 b) 1 005 cm3 UniouroUniouroUniouroUniouro 18 , o volume na temperatura θ. e diretamente é uma constante de proporcionalidade denominada coeficiente de como temos: Para variações de temperatura não muito elevadas, o coeficiente de dilatação estatueta de ouro foi aquecida de 25°C a 75°C, observando-se um o coeficiente de dilatação linear do ouro, de capacidade a 0 °C. Sua Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 19 c) 1 003 cm3 d) 1 002 cm3 e) 1 001 cm3 Dado: coeficiente de dilatação linear do cobre = 16 · 10–6 °C–1 Resolução Resposta: B 03. Qual o coeficiente de dilatação volumétrica de uma barra metálica que experimenta um aumento de 0,1% em seu comprimento para uma variação de temperatura de 100 °C? Resolução Leitura Complementar Temos um grande número de fatos que estão relacionados com o fenômeno da dilatação, o que pode ser útil em determinados casos, mas pode trazer conseqüências graves em outros. Analisaremos, a seguir, alguns fatos. Com a variação da temperatura, pontes e viadutos podem sofrer variações nas suas dimensões em razão do fenômeno da dilatação. Para evitar danos na estrutura de concreto, deixa-se uma pequena abertura entre as partes da ponte no caso de ela ser extensa; mas, se a ponte for pequena, deixa-se uma das suas extremidades livre e apoiada em rolos para “absorver” o fenômeno da dilatação. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 20 Durante a dilatação ou contração de um corpo, se houver impedimento, aparecem forças de tensão que podem levar o corpo a romper-se ou deformar-se. No caso da ferrovia, deve-se deixar, durante o assentamento, uma pequena abertura entre as barras de trilho para permitir a dilatação no caso de variação da temperatura. Atualmente, quase todas as linhas de metrô do mundo são construídas com trilhos longos, soldados continuamente, sem folgas. Antigamente, o espaço era necessário para permitir a dilatação do metal sob o calor. O que eliminou essa necessidade foram as modernas molas de aço capazes de absorver a dilatação e a tensão provocadas pelo peso e pela aceleração do trem. “Os trilhos com folgas para a dilatação exigem muito trabalho de manutenção e provocam desconforto para os passageiros, porque causam mais ruído e trepidação”, explica o engenheiro Kyioshi Hiraoka, da Companhia Metropolitana de São Paulo. Por isso, também as ferrovias estão deixando de usar esse sistema. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão 6. Dilatação Térmica dos Líquidos Os líquidos, como sabemos, não possuem forma própria, isto é, assumem a forma do recipiente que os contém; portanto, só é justificável o cuja equação é a mesma da dilatação dos sólidos: Para o estudo da dilatação dos líquidos, devemos levar em consideração o recipiente, pois tanto o líquido quanto o recipiente sofrem dilatação. De maneira dilatam-se mais que os sólidos quando igualmente aquecidos (menos afinidade molecular ou atômica). Consideremos um recipiente totalmente cheio de líquido, com um volume inicial V0 a uma temperatura inicial θ0 Ao aquecermos o conjunto a uma temperatura ser V. Como o líquido dilata-se mais do que o recipiente, uma parte vai transbordar e cair no recipiente ao lado. Ao volume de líquido aparentemente parece ter sido esta a dilatação do líquido. Na realidade, o líquido dilatou o aparente (ap) mais o frasco (F). Então: dilatação do líquido dilatação do frasco igualdade por temos: FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica 6. Dilatação Térmica dos Líquidos Os líquidos, como sabemos, não possuem forma própria, isto é, assumem a forma do recipiente que os contém; portanto, só é justificável o estudo de sua dilatação volumétrica, cuja equação é a mesma da dilatação dos sólidos: Para o estudo da dilatação dos líquidos, devemos levar em consideração o recipiente, pois tanto o líquido quanto o recipiente sofrem dilatação. De maneira se mais que os sólidos quando igualmente aquecidos (menos afinidade molecular ou atômica). Consideremos um recipiente totalmente cheio de líquido, com um volume inicial 0 e um recipiente menor inicialmente vazio. Ao aquecermos o conjunto a uma temperatura θ, o volume do recipiente passa a se mais do que o recipiente, uma parte vai transbordar e cair no recipiente Ao volume de líquido transbordado chamamos de dilatação aparente. É que aparentemente parece ter sido esta a dilatação do líquido. Na realidade, o líquido dilatou o aparente (ap) mais o frasco (F). dilatação do líquido dilatação do frasco dilatação aparente , dividindo ambos os membros da temos: UniouroUniouroUniouroUniouro 21 Os líquidos, como sabemos, não possuem forma própria, isto é, assumem a estudo de sua dilatação volumétrica, Para o estudo da dilatação dos líquidos, devemos levar em consideração o recipiente, pois tanto o líquido quanto o recipiente sofrem dilatação. De maneira geral, os líquidos se mais que os sólidos quando igualmente aquecidos (menos afinidade molecular ou atômica). Consideremos um recipiente totalmente cheio de líquido, com um volume inicial , o volume do recipiente passa a se mais do que o recipiente, uma parte vai transbordar e cair no recipiente transbordado chamamos de dilatação aparente. É que Na realidade, o líquido dilatou o aparente (ap) mais o frasco (F). , dividindo ambos os membros da Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão Exercícios Resolvidos 01. Sabe- Qual é o coeficiente de dilatação aparente do mercúrio, quando medido num recipiente de alumínio? Dado: coeficiente de dilatação linear do alumínio = 24 · 10 Resolução 02. O coeficientede dilatação superficial de certo é 3,68 · 10–5 °C–1. Determine os seus coeficientes de dilatação linear e volumétrico. Resolução Temos em: = 3,68 · 10 Substituindo vem: 03.Um certo frasco de vidro está O conjunto se encontra inicialmente a 28 °C. No caso, o coeficiente de dilatação médio do mercúrio tem um valor igual a 180 · 10–6 1 . Determine o volume de mercúrio extravasado, quando a temperatura do conjunto se eleva para 48 °C. Resolução O volume de líquido extravasado correspondente ao volume do líquido transbordado (aparente). V0 = 50 cm θ0 = 28 °C = 180 · 10 = 9 · 10–6 = 3 · 9 · 10 = 27 · 10– θ = 48 °C FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica Exercícios Resolvidos -se que o coeficiente de dilatação real do mercúrio vale 18 · 10 Qual é o coeficiente de dilatação aparente do mercúrio, quando medido num recipiente de alumínio? Dado: coeficiente de dilatação linear do alumínio = 24 · 10–6 °C–1 Resolução 02. O coeficiente de dilatação superficial de certo material homogêneo e isótropo . Determine os seus coeficientes de dilatação linear e volumétrico. Resolução Temos em: = 3,68 · 10–5 °C–1 Substituindo vem: 03.Um certo frasco de vidro está completamente cheio, com 50 cm O conjunto se encontra inicialmente a 28 °C. No caso, o coeficiente de dilatação médio do mercúrio 6 °C–1 e o coeficiente de dilatação linear médio do vidro vale 9 · 10 rmine o volume de mercúrio extravasado, quando a temperatura do conjunto se eleva para 48 Resolução O volume de líquido extravasado correspondente ao volume do líquido cm3 C = 180 · 10–6 °C–1 6 °C–1 γ = 3 · α = 3 · 9 · 10–6 °C–1 –6 °C–1 = 48 °C UniouroUniouroUniouroUniouro 22 se que o coeficiente de dilatação real do mercúrio vale 18 · 10–5 °C–1. Qual é o coeficiente de dilatação aparente do mercúrio, quando medido num recipiente de alumínio? material homogêneo e isótropo . Determine os seus coeficientes de dilatação linear e volumétrico. completamente cheio, com 50 cm3 de mercúrio. O conjunto se encontra inicialmente a 28 °C. No caso, o coeficiente de dilatação médio do mercúrio e o coeficiente de dilatação linear médio do vidro vale 9 · 10–6 °C– rmine o volume de mercúrio extravasado, quando a temperatura do conjunto se eleva para 48 O volume de líquido extravasado correspondente ao volume do líquido Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão 04. Um recipiente de cobre, de coeficiente de dilatação volumétrico médio , contém mercúrio, a 0 °C, até o volume de 45 cm de 46 cm3. Considere o coeficiente de dilatação do mercúrio temperatura o mercúrio encherá completamente o recipiente? Resolução Como o mercúrio deve preencher todo o recipiente. 05. Dois blocos metálicos A e B têm a 0 °C volumes iguais a 250, 75 cm cm3, respectivamente. Determine a temperatura em que os blocos têm volumes iguais. Os coeficientes de dilatação linear médios valem, respectivamente, 2 · 10 Resolução Volumes iguais no final FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica 04. Um recipiente de cobre, de coeficiente de dilatação volumétrico médio , contém mercúrio, a 0 °C, até o volume de 45 cm3. O volume do recipiente . Considere o coeficiente de dilatação do mercúrio temperatura o mercúrio encherá completamente o recipiente? Resolução Como o o mercúrio dilata-se mais do que o recipiente. mercúrio deve preencher todo o recipiente. 05. Dois blocos metálicos A e B têm a 0 °C volumes iguais a 250, 75 cm , respectivamente. Determine a temperatura em que os blocos têm volumes iguais. Os coeficientes linear médios valem, respectivamente, 2 · 10–5 °C–1 e 3 · 10–5 °C Resolução Volumes iguais no final UniouroUniouroUniouroUniouro 23 04. Um recipiente de cobre, de coeficiente de dilatação volumétrico médio . O volume do recipiente a 0 °C é = 180 · 10–6 °C–1. A que se mais do que o recipiente. No final, o 05. Dois blocos metálicos A e B têm a 0 °C volumes iguais a 250, 75 cm3 e 250 , respectivamente. Determine a temperatura em que os blocos têm volumes iguais. Os coeficientes °C–1. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 24 7. Dilatação Irregular da Água A maioria das substâncias, durante a fusão, aumenta de volume e, na solidificação, diminui de volume. A água é uma das exceções: ela diminui de volume na fusão e aumenta de volume na solidificação. Podemos facilmente verificar esse fenômeno. Se colocarmos um cubo de gelo num copo com água, estando a água e o gelo a 0 °C, o gelo flutua, isso significa que ele é menos denso que a água: na solidificação o seu volume aumentou (d = , aumenta V diminui d). É por esse motivo que, se esquecermos no freezer uma garrafa de vidro cheia d'água, cerveja ou refrigerante, durante a solidificação a garrafa pode arrebentar. A explicação para esse fenômeno anômalo da água está na polarização elétrica das moléculas. A água é composta por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio (H2O). Dizemos que a molécula fica polarizada em virtude da maior atração que o átomo de oxigênio exerce nos elétrons em relação aos átomos de hidrogênio. Isso causa uma ligação entre as moléculas, formando pontes de hidrogênio, que ocorrem na fase sólida. Fase Sólida As moléculas estão arranjadas segundo as pontes de hidrogênio, onde existem bastantes espaços vazios. Fase Líquida Quando o gelo funde, rompem-se as pontes de hidrogênio, e as moléculas passam a ocupar os espaços vazios, provocando uma diminuição do volume. Tomando uma porção d'água a 0 °C e pressão de 1 atm, quando a aquecermos, vamos verificar que de 0 °C a 4 °C ocorre contração por causa da ruptura das pontes. Essa contração é maior do que a dilatação em virtude da agitação térmica das moléculas, portanto o volume diminui. A partir de 4 °C, passa a valer a dilatação em conseqüência da agitação térmica. Lançando esse fenômeno no gráfico do volume em função da temperatura, sob pressão de 1 atm, temos: Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão Situação 1: 0 °C, valendo a dilatação térmica. Situação 2: Situação 3: °C. Situação 4: de 4 °C, valendo a dilatação térmica. 8. Variação da Densidade com a A densidade de uma substância é dada pela relação entre a sua massa e o seu volume. Podemos isolar o volume A água, no estado líquido, atinge a densidade máxima à temperatura de 4 °C, que é de 1,0 g/cm3. Exercício Resolvido 01. A densidade da água a 4 °C é de 1,0 g/cm temperatura de 94 °C, sabendo que o coeficiente de dilatação volumétrica da água é de 130 · 10 1 . Resolução FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímicaFarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica Situação 1: volume do gelo aumenta com o aumento de temperatura abaixo de 0 °C, valendo a dilatação térmica. Situação 2: volume diminui na fusão à temperatura constante de 0 °C. Situação 3: volume da água diminui com o aumento de temperatura de 0 °C a 4 Situação 4: o volume da água aumenta com o aumento de temperatura acima de 4 °C, valendo a dilatação térmica. 8. Variação da Densidade com a Temperatura A densidade de uma substância é dada pela relação entre a sua massa e o seu Podemos isolar o volume e substituir na equação da dilatação, então: A água, no estado líquido, atinge a densidade máxima à temperatura de 4 °C, Exercício Resolvido 01. A densidade da água a 4 °C é de 1,0 g/cm3. Calcule a densidade da temperatura de 94 °C, sabendo que o coeficiente de dilatação volumétrica da água é de 130 · 10 Resolução UniouroUniouroUniouroUniouro 25 aumento de temperatura abaixo de volume diminui na fusão à temperatura constante de 0 °C. volume da água diminui com o aumento de temperatura de 0 °C a 4 aumenta com o aumento de temperatura acima Temperatura A densidade de uma substância é dada pela relação entre a sua massa e o seu substituir na equação da dilatação, então: A água, no estado líquido, atinge a densidade máxima à temperatura de 4 °C, . Calcule a densidade da água na temperatura de 94 °C, sabendo que o coeficiente de dilatação volumétrica da água é de 130 · 10–6 °C– Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 26 Leitura Complementar Congelamento de lagos Os lagos congelam apenas na superfície. Quando a temperatura da água de um lago atinge 4,0 °C, o movimento de convecção da água é interrompido e no fundo do lago permanece a água de máxima densidade. Na superfície, forma-se uma camada de gelo, que, sendo isolante térmico, impede que o calor passe da água para o ar que se encontra mais frio. Iglus Comunidade de iglus, ilustração de Charles Francis Hall Os iglus são uma forma de construção habitacional efêmera feita por inuítes,[2] edificação mais prevalecente na região do Ártico Central, Canadá e a área de Thule da Groenlândia. Outros povos inuit tendiam a usar a neve para isolar suas casas, que foram construídas a partir de osso de baleia. A neve era usada como isolante térmico, graças a presença de bolhas de ar. Na parte externa, a temperatura pode ser tão baixa quanto -45 °C, mas no interior a temperatura pode variar desde -7 °C a 16 °C quando aquecido apenas com o calor do corpo. Normalmente os iglus apresentam a forma de uma cúpula, apesar de existir iglus de outras formas. Eles são utilizados como abrigo temporário para os caçadores durante o inverno. Sua construção é fácil e barata, tornando-se uma habitação alternativa para os moradores de regiões polares, Ártico e Alasca, onde outras estruturas são caras; por outro lado, fornece abrigo e segurança. Os iglus podem ser uma habitação permanente, se o tamanho e a manutenção forem adequados. Graças às propriedades de isolamento, o interior de um iglu se torna muito confortável. Os esquimós, que se situam entre a Gronelândia e a Ilha de Baffin cobrem o interior com peles de animais, aumentando a temperatura de 5 a 20 °C. Além disso, móveis podem ser incluídos em iglus grandes, tais como: camas, mesas e até mesmo fogões. Deve ser lembrado, iglu é uma casa na neve, que deve proporcionar todo o conforto possível ao habitante. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 27 CAPÍTULO 03. CALORIMETRIA 1. Calor Quando dois corpos a temperaturas diferentes são colocados em contato térmico, verifica-se que, após certo tempo, ambos adquirem a mesma temperatura, denominada temperatura de equilíbrio térmico. Durante o processo transitório, a agitação das partículas de A diminui, isto é, a temperatura de A diminui. A agitação das partículas de B aumenta, isto é, a temperatura de B aumenta. Nessas condições, podemos dizer que a energia de agitação (energia térmica) de A transfere-se para B. A energia térmica de A, ao fluir espontaneamente para B, recebe o nome de calor. Portanto: É evidente que, do exemplo, podemos afirmar que o calor flui espontaneamente dos corpos quentes para os corpos frios até que as temperaturas se igualem. 2. Calor Sensível Quando levamos ao fogo um recipiente contendo água, observamos que a temperatura da água aumenta, pois ela recebe calor; mas, quando colocamos o recipiente contendo água na geladeira, a sua temperatura diminui, pois ela perde calor. Quando o corpo cede ou recebe calor, variando apenas a sua temperatura, sem mudar o seu estado físico, dizemos que ele recebeu ou cedeu calor sensível. Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 28 3. Calor Latente Quando levamos ao fogo um recipiente contendo gelo, observamos que o gelo se transforma em água líquida à medida que recebe calor da chama, e quando colocamos um recipiente contendo água no congelador, observamos que ela se transforma em gelo (água sólida) à medida que cede calor. Quando o corpo cede ou recebe calor, mudando seu estado físico, mantendo a temperatura constante, dizemos que ele cedeu ou recebeu calor latente. 4. Unidade de Calor A quantidade de calor (Q), no Sistema Internacional de Unidades, é medida em joule (J). Entretanto, por razões históricas, pode ser medida em caloria (cal). Uma caloria é definida como sendo a quantidade de calor necessária para aquecer um grama de água, fazendo sua temperatura variar de 14,5 °C para 15,5 °C. Especificamos as temperaturas de referência, pois a quantidade de calor necessária para elevar em 1 °C a temperatura de um corpo depende ligeiramente do intervalo escolhido. Para fins práticos, não conside- raremos estas pequenas variações. A relação entre o joule e a caloria é: 5. Capacidade Térmica (C) Consideremos um sólido qualquer que recebe uma quantidade de calor Q, que provoca uma variação na sua temperatura ∆θ. Fornecendo a ele uma quantidade de calor 2Q, sua temperatura varia 2 ∆θ. Assim, observamos experimentalmente que a quantidade de calor trocada por ele é diretamente proporcional à sua variação de temperatura. Então, definimos: Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica UniouroUniouroUniouroUniouro 29 A capacidade térmica não deve ser interpretada como a quantidade de calor queum corpo pode absorver, pois ela significa, simplesmente, o calor necessário para variar em uma unidade a temperatura do corpo. A unidade de medida usual para capacidade térmica de um corpo é a caloria por grau Celsius (cal/°C) e, no Sistema Internacional, o joule por kelvin (J/K). 6. Calor Específico Sensível (c) Consideremos duas amostras de prata, uma de massa m1 = 100 g e outra de massa m2 = 1 000 g. A amostra m1 necessita receber 5,6 calorias de calor para variar em 1 °C sua temperatura, portanto a capacidade térmica desta amostra é 5,6 cal/°C. A amostra m2 necessita receber 56 cal para variar em 1 °C sua temperatura, portanto sua capacidade térmica é 56 cal /°C. A amostra m2 (1 000 g) é dez vezes maior que a amostra m1 (100 g), e sua capacidade térmica (56 cal/°C) é dez vezes maior que a de m1 (5,6 cal/°C), portanto a capacidade térmica de um corpo é diretamente proporcional à sua massa, ou seja, quanto maior a massa, maior a capacidade térmica. Considerando que não haja mudança de estado quando um corpo recebe ou perde calor, a razão entre a capacidade térmica e a massa do corpo recebe o nome de calor específico. Assim: A unidade de medida usual para calor específico sensível de uma substância é a caloria por grama e grau Celsius (cal /g°C) e no Sistema Internacional de Unidade (SI) é o joule por quilograma e Kelvin (J/kgK). Calor específico de algumas substâncias Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão Exercícios 01. Uma fonte térmica, de potência constante, fornece a cada minuto 180 calorias de calor a um determinado corpo. Determine o fluxo de calor. Resolução Como o fluxo de calor é determinado por: , temos 02. Um bloco de chumbo 200 °C.Determine sua capacidade térmica. Resolução A capacidade térmica é calculada por: Portanto: 03. Um bloco de alumínio de 200 g recebeu 4 280 calorias e sua temperatura variou 100 °C. Determine o calor específico do alumínio. Resolução A capacidade térmica do corpo é determinada por: C = 42,8 cal /° C Como o calor específico é dado por 7. Cálculo do Calor Sensível Considerem um corpo de massa uma temperatura θ1 . Esse corpo, ao receber uma quantidade de calor até θ2 . Da definição de capacidade térmica, temos: FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica Exercícios Resolvidos 01. Uma fonte térmica, de potência constante, fornece a cada minuto 180 calorias de calor a um determinado corpo. Determine o fluxo de calor. Resolução Como o fluxo de calor é determinado por: , temos 02. Um bloco de chumbo recebeu 6 120 calorias e sua temperatura variou de 200 °C.Determine sua capacidade térmica. Resolução A capacidade térmica é calculada por: Portanto: 03. Um bloco de alumínio de 200 g recebeu 4 280 calorias e sua temperatura 100 °C. Determine o calor específico do alumínio. Resolução A capacidade térmica do corpo é determinada por: C = 42,8 cal /° C Como o calor específico é dado por , temos 7. Cálculo do Calor Sensível Considerem um corpo de massa m, calor específico sensível . Esse corpo, ao receber uma quantidade de calor Q, tem sua temperatura elevada Da definição de capacidade térmica, temos: UniouroUniouroUniouroUniouro 30 01. Uma fonte térmica, de potência constante, fornece a cada minuto 180 recebeu 6 120 calorias e sua temperatura variou de 03. Um bloco de alumínio de 200 g recebeu 4 280 calorias e sua temperatura , calor específico sensível c, inicialmente a , tem sua temperatura elevada Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão Da definição Igualando as duas, temos: Isolando a quantidade de calor, temos: Essa expressão é chamada de mede a quantidade de calor sensível sua temperatura varia θ. 8. Cálculo do Calor Latente Durante as mudanças de estado físico, determinadas substâncias recebem ou cedem calor, porém suas temperaturas permanecem g a 0 °C, em contato com uma fonte de calor, transforma receber dela 8 000 calorias. Isso quer dizer que cada grama de gelo, para se transformar em água líquida, necessita de 80 calorias. O calor específico latente que um corpo, de massa m, recebe ou cede por unidade de massa, sem variar sua temperatura: A unidade usual de calor específico latente é caloria por Sistema Internacional é joule por quilograma (J/kg). Portanto, a quantidade de Exercícios Resolvidos 01. Um corpo de massa 250 g recebe 5000 calorias de uma fonte e sua temperatura aumenta de 10 °C para 92,5 °C. Determine: a) o calor específico da substância; b) a capacidade térmica do corpo. Resolução a) O calor específico pode ser calculado pela equação fundamental da calorimetria: Q = m · c · 5 000 = 250 · c · 82,5 FísicoFísicoFísicoFísico----Química FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica FarmacêuticaQuímica Farmacêutica Da definição de calor específico, temos: Igualando as duas, temos: Isolando a quantidade de calor, temos: Essa expressão é chamada de equação fundamental da calorimetria mede a quantidade de calor sensível Q trocada por um corpo de massa m e calor específico 8. Cálculo do Calor Latente Durante as mudanças de estado físico, determinadas substâncias recebem ou cedem calor, porém suas temperaturas permanecem constantes. Por exemplo, um bloco de gelo de 100 g a 0 °C, em contato com uma fonte de calor, transforma-se em 100 g de água líquida, a 0 °C, ao receber dela 8 000 calorias. Isso quer dizer que cada grama de gelo, para se transformar em água sita de 80 calorias. calor específico latente de mudança de estado, L, é a quantidade de calor , recebe ou cede por unidade de massa, sem variar sua temperatura: A unidade usual de calor específico latente é caloria por Sistema Internacional é joule por quilograma (J/kg). Portanto, a quantidade de calor latente é calculada pela expressão: Exercícios Resolvidos 01. Um corpo de massa 250 g recebe 5000 calorias de uma fonte e sua 10 °C para 92,5 °C. Determine: a) o calor específico da substância; b) a capacidade térmica do corpo. Resolução a) O calor específico pode ser calculado pela equação fundamental da Q = m · c · θ 5 000 = 250 · c · 82,5 UniouroUniouroUniouroUniouro 31 equação fundamental da calorimetria . Ela e calor específico c , quando Durante as mudanças de estado físico, determinadas substâncias recebem ou constantes. Por exemplo, um bloco de gelo de 100 se em 100 g de água líquida, a 0 °C, ao receber dela 8 000 calorias. Isso quer dizer que cada grama de gelo, para se transformar em água , é a quantidade de calor Q , recebe ou cede por unidade de massa, sem variar sua temperatura: A unidade usual de calor específico latente é caloria por grama (cal/g) e no é calculada pela expressão: 01. Um corpo de massa 250 g recebe 5000 calorias de uma fonte e sua a) O calor específico pode ser calculado pela equação fundamental da Prof. Prof. Prof. Prof. Ms. Ms. Ms. Ms. Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo Vonivaldo G. LeãoG. LeãoG. LeãoG. Leão c = 0,24 cal/g · °C b) A capacidade térmica pode ser calculada por C = m · c,
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