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FACULDADES INTEGRADAS DOS CAMPOS GERAIS CESCAGE MEDICINA VETERINÁRIA CRISTIANE CORDEIRO GENÉTICA NA MEDICINA VETERINÁRIA PONTA GROSSA/PR 2019. 1. AVICULTURA DE CORTE Na avicultura de corte, o material genético constitui-se nas aves procedentes de linhas puras ou dos cruzamentos destinados a produção de carne. A qualidade genética das aves utilizadas em um sistema de produção é considerada a base tecnológica de sustentação de sua produção. A evolução no desempenho de linhagens de corte tem sido acentuada nas últimas décadas pelos programas de melhoramento genético. A pirâmide de produção apresenta três etapas complementares, situando em seu topo os Rebanhos Núcleo ou elite, responsáveis pelo melhoramento genético das linhas puras, via seleção intensiva das características economicamente importantes; na parte central os Rebanhos Multiplicadores, responsáveis pela produção de matrizes macho e fêmea, incorporando os benefícios da complementaridade entre as linhas puras; e na base da pirâmide os chamados Rebanhos Comerciais, que são os indivíduos destinados ao abate ou à produção de ovos. Dessa forma, o progresso genético é transferido para as gerações seguintes por meio de multiplicação, passando para as bisavós, avós, matrizes e finalmente, após cerca de 4 anos, chega-se ao produto final, os híbridos, denominados pintos de um dia, que são vendidos aos criadores comerciais de frangos de corte e de galinhas poedeiras. Na figura abaixo está apresentada a pirâmide de melhoramento genético e produção do frango de corte, onde os esquemas de cruzamento podem ser visualizados. 2. A HISTÓRIA DO MELHORAMENTO GENÉTICO EM PLANTAS O ser humano modifica as plantas geneticamente há milhares de anos, desde a descoberta da agricultura. De lá para cá, as técnicas de melhoramento genético tornaram-se cada vez mais sofisticadas e precisas. Em vez de fazer cruzamentos e esperar que a planta se desenvolva para saber se as características desejadas foram passadas, é possível fazer essa seleção isolando partes do DNA que corresponde às essas características. Assim, pode-se incluir essas partes no DNA de uma planta que ainda vai se desenvolver, garantindo que ela cresça com essas condições já estabelecidas. A partir daí, o cientista consegue trocar genes e alcançar a meta esperada para aquela planta. Isso tudo para que ela não perca as características que se pretende conservar. Assim, produzem-se organismos geneticamente modificados (OGM) com o objetivo de enfrentar diversos desafios, como a demanda por alimentos, a desnutrição humana, as mudanças ambientais e a sustentabilidade. 3. SÍNDROME DE TURNER PROBLEMAS REPRODUTIVOS E A IMPORTÂNCIA DO EXAME DE CARIOTIPAGEM A citogenética é o estudo dos cromossomos isolados ou em conjunto, condensados ou distendidos de sua organização, morfologia, duplicação e função, assim como de sua variação e evolução. Um dos empregos dos estudos citogenéticos é a comparação do conjunto de cromossomo normal da espécie (cariótipo) com o conjunto cromossômico do animal com problema, possibilitando, assim, a identificação de possíveis alterações cromossômicas numéricas ou estruturais: As alterações numéricas envolvem perda ou ganho de cromossomos. As estruturais são resultantes de rearranjos envolvendo um ou mais cromossomos, tais como deleção, duplicação, inversão e translocação. CARIOTIPAGEM Em equinos, a cariotipagem é uma técnica utilizada principalmente para avaliar animais portadores de anormalidades clínicas e/ou com histórico de fertilidade. A partir do conhecimento do cariótipo desses animais, um grande número de anormalidades citogenéticas associadas com gônadas pequenas ou ausentes tem sido descrita na literatura. Em revisões realizadas sobre o assunto, a perda de um dos cromossomos X parece ocorrer com frequência relativamente alta entre a população de equinos, levando a dois quadros distintos de manifestações fenotípicas: Animais do sexo feminino com disgenesia gonadal; Animais intersexos apresentando genitália externa ambígua. 4. PLANTAS DE TABACO TRANSGENICAS PARA PRODUÇÃO DE ANTICORPO FUNCIONAL CONTRA O VIRUS DA RAIVA Plantas podem ser utilizadas com sucesso em estratégias biotecnológicas para a produção de anticorpos? Sim; é possível modificar-se geneticamente espécies vegetais para a obtenção de organismos transgênicos que expressam, por exemplo, cadeias leves ou pesadas de anticorpos e até mesmo anticorpos inteiros.Na verdade, esta é uma importante alternativa à obtenção de anticorpos de maneira laboriosa e dispendiosa, como quando se faz uso de animais como equinos, ou obtêm-se anticorpos do soro do próprio ser humano. No entanto, um dos grandes empecilhos à larga utilização de plantas como biorreatores na geração de anticorpos para uso em seres humanos é a diferença nos padrões de glicosilação na molécula sintetizada ou produzida. Mas o que é glicosilação? A própria sequência de uma proteína determina se esta deve ou não ser modificada após ser sintetizada e ainda em que local da molécula isso deve ocorrer. Uma destas modificações é a glicosilação: adição de açúcares à proteína nos compartimentos celulares do retículo endoplasmático (RE) e/ou no complexo de Golgi (CG). Este processo de modificação no RE apresenta um padrão muito conservado entre as espécies, entretanto, o mesmo não acontece no CG. Portanto, a modificação genética de plantas apresenta-se como ferramenta de grande valia na produção de anticorpos funcionais para utilização segura em mamíferos em formulações como soro anti-rábico. 5. FERTILIZAÇÃO IN VITRO (FIV) A fertilização in vitro, é a união do espermatozoide com o óvulo no laboratório, formando o embrião, que posteriormente será transferido para cavidade uterina. A FIV é a base de todas as técnicas de reprodução assistida. Apesar de ser altamente eficaz, muitos animais necessitam de procedimentos adicionais para aumentar as chances de sucesso do tratamento. A fertilização in vitro é uma biotecnologia onde todos os processos fisiológicos: maturação folicular, fertilização e desenvolvimento embrionário são obtidos em laboratório, fora do útero animal, ao contrário da clássica transferência de embriões (TE). Se a fertilização for bem sucedida, dará origem a pré-embriões, que serão transferidos para o útero do animal dentro de 48 até 120 horas após a coleta dos óvulos. A técnica permite o uso de uma única dose de sêmen para várias doadoras e não faz uso de hormônios (superovulação). Alguns animais podem produzir mais embriões/punção e por consequências mais prenhes por seção de punção. A cada dez embriões transferidos para as receptoras, 40% vão levar a gestação a termo. 6. INJEÇÃO INTRACITOPLASMÁTICA DE ESPERMATOZÓIDES (ICSI) A Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é uma técnica relativamente nova, realizada pela primeira vez em 1995 por KIMURA e YANAGIMACHI como uma alternativa a fertilização in vitro (FIV) para tratar problemas de infertilidade decorrentes de espermatozoides imóveis, de baixa capacidade fecundante e disponível em número limitado. Injeção intracitoplasmática de espermatozoides é útil também na produção de embriões com um sexo definido e genótipo específico (JO et al., 2014), na maximização do sêmen de alto valor (OIKAWA et al., 2001) e para produção de animais transgênicos. Além disso, é um meio eficazpara alcançar a produção in vitro de embriões bovinos com gametas de qualidade variável (OHLWEILER et al., 2013). A ICSI consiste na injeção mecânica de um único espermatozoide inteiro ou do núcleo espermático isolado (cabeça) no interior do citoplasma do oócito com o auxílio de micromanipuladores visando à sua fertilização (GOTO et. al, 1990; MARTINS et al., 2001; GALLI, et.al., 2003). Além disso, outros tipos de células germinativas masculinas como as espermátides redondas e alongadas também podem ser usadas no procedimento da ICSI, pois, possuem potencial fecundante. Por isso, essa técnica representa um avanço que tem expandido as possibilidades de reprodução assistida em animais e humanos. A ICSI é uma ferramenta fundamental de estudos para a investigação de aspectos fundamentais da fecundação e consequentemente correção da infertilidade ligada ao espermatozoide, tais como: mecanismos de interação entre gametas, ativação do oócito induzido pelo espermatozoide, e controle do primeiro ciclo celular (GALLI et al., 2003; OCK et al., 2003). REFERÊNCIAS • http://bdm.unb.br/bitstream/10483/8735/1/2014_JulianeLuizGraciano.pdf • http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/yCAiLbcfwmOYk4b_2013-6- 21-11-8-23.pdf • https://www.nanocell.org.br/plantas-de-tabaco-transgenicas-para-producao-de-anticorpo- funcional-contra-o-virus-da-raiva/ • http://enbrequi.com.br/blog/problemas-reprodutivos-e-a-importancia-do-exame-de- cariotipagem/ • http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-35982008001300023 • http://www.cotrisoja.com.br/melhoramento-genetico-de-plantas-e-a-chegada-da- biotecnologia/ • http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/frango_de_corte/arvore/CONT000fc66uyih0 2wx5eo0a2ndxyampko73.html
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