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QoS em roteadores Cisco Alberto S. Matties1, Andre´ Moraes2 1Curso Superior de Tecnologia em Redes de Computadores Rua Gonc¸alves Chaves 602 – 96.015-000 – Pelotas – RS – Brasil 2FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAC PELOTAS (FATEC PELOTAS) albertomatties@yahoo.com.br Abstract. This article aims to document and demonstrate the importance of QoS in data network and the application of this technique on Cisco routers. Resumo. Esse artigo tem como objetivo documentar e mostrar a importaˆncia de QoS em uma rede de dados e a aplicac¸a˜o desta te´cnica em roteadores Cisco. 1. Introduc¸a˜o Hoje em dia muitos servic¸os demandam cada vez mais de uma maior banda na rede, eles podem ter a suaperformance prejudicada por outros sevic¸os e aplicac¸o˜es que tambe´m fazem uso da rede, neste artigo sera´ mostrado como contornar este problema utilizando te´cnicas de QoS em roteadores Cisco. 2. Conceitos te´cnicos Neste capitulo sa˜o demonstrados alguns conceitos te´cnicos que devem ser entendidos para a fundamentac¸a˜o do artigo. 2.1. Roteador Roteador e´ um equipamento usado para fazer a comutac¸a˜o de dados entre diferentes redes de computadores. A principal caracterı´stica desses equipamentos e´ selecionar a rota mais apropriada para encaminhar os pacotes recebidos. Ou seja, escolher o melhor caminho disponı´vel na rede para um determinado destino. 2.2. Cisco A Cisco Systems e´ uma companhia multinacional e sua atividade principal e´ o ofereci- mento de soluc¸o˜es para redes e comunicac¸o˜es, fabricando diversos dispositivos de rede como roteadores e switchs. 2.3. ACL Uma lista de controle de acesso ( ACL ) e´ uma lista de regras ordenadas que permitem ou bloqueiam o tra´fego de pacotes baseado em certas informac¸o˜es presentes nestes. 2.4. Campo DSCP No cabec¸alho do pacote IP existe um campo chamado ToS (Type of Service) que possui um sub-campo chamado ”DS Filed”que acopla o DSCP (DiffServ Code Point) formado por seis bits, a marcac¸a˜o padra˜o deste campo tem valor igual a 0 (zero) ,neste campo fica a informac¸a˜o necessa´ria para se destituir o tipo de trafego. 2.5. Wireshark O Wireshark e´ uma ferramenta que analisa o tra´fego de rede, e o organiza por protocolos enderec¸os de origem ou destino e muitos outros tipos de filtros. 2.6. Jperf Jperf e´ uma ferramenta de teste que pode criar fluxos de dados TCP e UDP, ela e´ muito util para medir o desempenho de uma rede. 2.7. VoIP A Voz sobre IP, tambe´m chamada de VoIP (Voice over Internet Protocol), telefonia IP, telefonia Internet, telefonia em banda larga ou voz sobre banda larga e´ o roteamento de conversac¸a˜o humana usando a Internet ou qualquer outra rede de computadores baseada no Protocolo de Internet, tornando a transmissa˜o de voz mais um dos servic¸os suportados pela rede de dados. 2.8. SSH Secure Shell ou SSH e´, simultaneamente, um programa de computador e um protocolo de rede que permite a conexa˜o com outro computador na rede, de forma a executar comandos de uma unidade remota. Possui as mesmas funcionalidades do TELNET, com a vantagem da conexa˜o entre o cliente e o servidor ser criptografada. 3. QoS QoS e´ o acroˆnimo de Quality of Service, ou seja, Qualidade de Servic¸o. Trata-se de uma nomenclatura gene´rica para designar um conjunto de algoritmos capazes de fornecer va´rios nı´veis de tratamentos para diferentes tipos de tra´fego na rede. O propo´sito dessa tecnologia e´ otimizar o uso da banda passante provendo um tra´fego fim-a-fim eficaz e econoˆmico. O QoS resolve ate´ um certo limite a necessidade da aquisic¸a˜o de mais banda para a rede, pois supre a demanda de tra´fego das LANs/WANs de forma inteligente e organizacional atrave´s dos mais diversos mecanismos que ele dispo˜e. O QoS e´ muito importante para as redes convergentes, pois as tornam capazes de transportar de maneira bem pro´ximo ao ideal os mais diversos tra´fegos, como vı´deo, voz e dados, de modo simultaˆneo sem que um interfira no outro. Cada um desses tra´fegos me- rece um tratamento especial conforme suas caracterı´sticas. QoS tornou-se indispensa´vel em alguns casos, como por exemplo, ficaria impratica´vel o tra´fego pela WAN de vı´deo e voz se na˜o houvesse QoS. 3.1. Classificac¸a˜o Como cada tipo de trafego merece um tratamento diferenciado e essa classificac¸a˜o deve ser baseada em algum crite´rio, por exemplo, enderec¸os IP e/ou porta da aplicac¸a˜o, que identifique os dados que devera˜o ser atendidos pelas classes de servic¸os. Estas sera˜o posteriormente referenciadas na marcac¸a˜o dos pacotes atrave´s da configurac¸a˜o do valor de DSCP que tem valores definidos na RFC4594[2]. Figura 1. Tabela de valores RFC4594 Abaixo uma tabela de conversa˜o de valores do campo DSCP. Figura 2. Tabela de conversa˜o 3.2. Tipos de QoS Neste capitulo sa˜o demonstrados alguns tipos de Qos e suas diferenc¸as. 3.2.1. IntServ Servic¸os Integrados, usa um conceito baseado em fluxo unido com uma sinalizac¸a˜o do protocolo ao longo do caminho que o pacote percorrer. Subdividido em: Servic¸os Garantidos para fornecer o fim-a-fim e Carga Controlada para carregar e descarregar tra´fegos na rede. Vantagens: conceito simples, como exemplo de uso desse servic¸o temos o CAC (Controle de Admissa˜o de Chamadas) e descreve para o fluxo de QoS , marcando arquitetura chamada. Desvantagens: todos os pontos sa˜o implementados pelo RSVP (Protocolo de Reserva de Recursos), e´ pouco escala´vel, apresenta perio´dica atualizac¸a˜o de mensagens que sa˜o usadas durante o transporte fim-a-fim e todos os elementos da rede obrigam principalmente o estado do caˆmbio sinalizar as mensagens. 3.2.2. DiffServ Servic¸os Diferenciados, usa a marcac¸a˜o para classificar e tratar cada pacote independen- temente. Vantagens: escala´vel, performance devido a` decisa˜o de QoS ser realizado no valor fixo, flexı´vel, como todos os fabricantes usam IPv4 ou IPv6 o DiffServ torna-se inter-operante e apresenta baixo consumo de CPU para os equipamentos. Desvantagens: sem fim-a-fim de reserva de banda, garantia de servic¸os pode ser prejudica pela rede, na˜o e´ capaz de implementar o mecanismo com atuac¸a˜o do RSVP. 3.2.3. BestEffort Servic¸o de Melhor Esforc¸o. Na realidade, na˜o e´ definido como um tipo de QoS, pois ele trata todos os pacotes como de igual importaˆncia. Portanto, nele o pacote que chegar primeiro e´ o que saira´ primeiro. Um exemplo cla´ssico e´ o tra´fego pela Internet, pois na˜o ha´ como propagar diferenciac¸a˜o de pacote por esse meio. 3.2.4. MPLS Multi-layer Protocol Label Switching , normalmente, e´ implementado somente pelos switches modulares de camada 3 ou roteadores de alto porte. Ele e´ o protocolo que engloba todas funcionalidades de QoS, incluindo InterServ+DiffServ e integrando de forma inteligeˆncia um pre´-roteamento, feito pelo LabelSwitching. 4. Trabalho proposto O objetivo deste trabalho e´ demonstrar a importaˆncia de QoS em uma rede de dados e a aplicac¸a˜o desta te´cnica em roteadores Cisco utilizando a te´cnica DiffServ. 4.1. Cena´rio proposto O cena´rio que foi proposto tem trafego de diferentes servic¸os que normalmente concor- reriam pela banda na rede, mas com te´cnicas de Qos aplicadas cada servic¸o tera´ uma prioridade desejada. Figura 3. Cena´rio proposto 5. Testes realizados Neste capitulo sa˜o demonstrados todos os cena´rios e testes que foram realizados. 5.1. Teste de marcac¸a˜o de pacotes Foi utilizado um roteador Cisco 1841 e dois hosts para testes, abaixo um exemplo do cena´rio. Neste teste nos hosts foram utilizadas as ferramentas Wireshark e jperf onde foram Figura 4. Cena´rio do teste de marcac¸a˜o de pacotes gerados dois fluxos de dados de uma maquina para a outra onde um tinha como destino a porta 5001 e outro a porta 5002, a marcac¸a˜o de pacotes foi verificada com a ferramenta Wireshark analisando o campo DSCP no cabec¸alho IP, como anteriormentehavia sido priorizado o trafego na porta 5001 este fluxo teve maior reserva de banda assim diminuindo o fluxo de dados na porta 5002 que na˜o tinha marcac¸a˜o alguma. 5.1.1. Configurac¸a˜o do roteador Primeiramente foi criada uma ACL para associar para identificar trafego que se deseja priorizar. ip access-list extended jperf permit tcp any any eq 5001 Depois foram criadas duas classes uma que associa a polı´tica ha´ ACL e a outra que vai associar a marcac¸a˜o dos pacotes. - Associa polı´tica ha´ ACL. class-map match-any marca match access-group name jperf - Associa a marcac¸a˜o dos pacotes. class-map match-all identifica match ip dscp 46 Criada a classe foram criadas duas polı´ticas um que vai marcar o trafego previamente classificado e a outra vai aplicar a priorizac¸a˜o de trafego escolhida. - Marca o pacote com o valor 46 que corresponde ao valor EF como pode ser observado na tabela 2. policy-map qos_marca class marca set ip dscp 46 - Prioriza o trafego identificado na classe em 70 Mbp/s policy-map qos_prio class identifica priority 70000 (Em Kbp/s) Na interface local do roteador, por onde entra o tra´fego a ser priorizado, aplica-se a polı´tica de marcac¸a˜o dos pacotes. service-policy input qos_marca Na interface de saı´da, aplicam-se as polı´ticas de priorizac¸a˜o do tra´fego. service-policy output qos_prio 5.2. Reduzindo a banda de um host especifico Foi utilizado um roteador Cisco 1841 e dois hosts para o teste, neste cena´rio na˜o foi priorizado o trafego de nenhum servic¸o, neste caso foi limitado todo o trafego de um host. Figura 5. Cena´rio do teste Neste teste foi transferido um arquivo de um host para o outro para se verificar o funcionamento do QoS. 5.2.1. Configurac¸a˜o do roteador Foi criada uma ACL para marcar todo trafego que sera´ limitado, no caso o ip 192.168.0.10 e´ do host ’PC0’. ip access-list extended teste permit ip host 192.168.0.10 any permit ip any host 192.168.0.10 Criando uma classe para ligar a marcac¸a˜o com a ACL. class-map match-any User match access-group name teste Tambe´m foi criada uma polı´tica para limitar a banda em 256 Kbp/s. policy-map qos class User police rate 256000 Depois foi aplicada a polı´tica na interface. Interface FastEthernet0/0 ip address 192.168.0.1 255.255.255.0 no shutdown service-policy output qos 5.3. Priorizando o trafego de servic¸os Foi utilizado neste cena´rio dois roteadores Cisco 1841 onde o Router1 apenas faz a marcac¸a˜o dos pacotes e o Router0 aplica as polı´ticas de QoS, mais treˆs hosts foram utilizados como clientes de servic¸os disponibilizados pelo servidor Sever0 para verificar o funcionamento do QoS nos roteadores. Figura 6. Cena´rio do teste com servic¸os Neste teste foi iniciada uma transfereˆncia de arquivos entre Server0 e PC1, enquanto ocorria a transfereˆncia foi feita uma ligac¸a˜o (VOIP) entre o PC2 e PC0 que tambe´m estabelecia uma conexa˜o por SSH no Servidor. Inicialmente na˜o havia nenhuma configurac¸a˜o em relac¸a˜o a QoS nos roteadores, enta˜o pode se verificar que a ligac¸a˜o VOIP ficou pe´ssima com falhas e cortes na voz e o terminal do SSH no PC2 ficou com a resposta lenta, um simples comando para listar direto´rios demorou a retornar resultados. Depois de aplicadas as configurac¸o˜es referentes a QoS nos roteadores pode se observar que a velocidade da transfereˆncia de arquivos ficou com o valor bem pro´ximo a velocidade que foi definida na configurac¸a˜o, a ligac¸a˜o VoIP teve uma boa qualidade na conversac¸a˜o e o acesso via SSH na˜o estava mais lento como antes. 5.3.1. Configurac¸a˜o dos roteadores - Router 0 Este roteador ficou encarregado de fazer apenas fazer a marcac¸a˜o dos pacotes. - Router 1 Este roteador aplica apenas as regras estabelecidas em sua configurac¸a˜o dividindo cada porc¸a˜o de banda para seu determinado Servic¸o. 6. Conclusa˜o Este trabalho que teve como objetivo demonstrar a importaˆncia da utilizac¸a˜o de QoS em uma rede e a implantac¸a˜o desta te´cnica em roteadores Cisco, foram feitos testes em laborato´rio onde o cena´rio simulado tinha a necessidade de que fosse priorizado o trafego de VOIP e SSH, com a aplicac¸a˜o de QoS foi resolvido os problemas com estes servic¸os. Conclui-se que com isso foi possı´vel verificar a necessidade da aplicac¸a˜o de QoS e que essa te´cnica resolve em muitos casos a necessidade da aquisic¸a˜o de mais banda apenas classificando o trafego rede. 7. Refereˆncias [1]Considerac¸o˜es acerca do estabelecimento de QoS no RNP2. Disponı´vel em: http://www.rnp.br [2]RFC 4594 (Configuration Guidelines for DiffServ Service Classes). Disponı´vel em: http://tools.ietf.org [3]QoS (Qualidade de Servic¸o) - parte I. Disponı´vel em: http://blog.ccna.com.br [4]QoS (Qualidade de Servic¸o) - parte II. Disponı´vel em: http://blog.ccna.com.br [5]Cisco(Comparing the bandwidth and priority Commands of a QoS Service Policy) Disponı´vel em: http://www.cisco.com Introdução Conceitos técnicos Roteador Cisco ACL Campo DSCP Wireshark Jperf VoIP SSH QoS Classificação Tipos de QoS IntServ DiffServ BestEffort MPLS Trabalho proposto Cenário proposto Testes realizados Teste de marcação de pacotes Configuração do roteador Reduzindo a banda de um host especifico Configuração do roteador Priorizando o trafego de serviços Configuração dos roteadores Conclusão Referências
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