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PSE – 1140- HISTÓRIA E FILOSOFIA DA PSICOLOGIA
TRABALHO SUBSTITUTIVO PARA PROVA FINAL
Aluno: Victor Ibrahim
Data para entrega: 30/06/2015
Koffka, Skinner, Piaget e Vigostski estavam preocupados com a possibilidade de realizar a psicologia enquanto ciência. Discuta os critérios utilizados por cada um deles para dar coerência e unidade à Psicologia e reflita sobre as tendências de dispersão do conhecimento psicológico que dificultavam a construção dessa unidade, na visão desses autores. Explicite e justifique a sua posição, ainda que temporária, nesse cenário. 
Introdução
Sendo o estudo dos processos envolvidos na experiência humana, a Psicologia é um campo de grande extensão e profundidade, que oferece umas vasta variabilidade de opções para ser abordada. Sua delimitação como área específica é considerada recente em relação a maioria, desprendendo-se da Filosofia. Isso provavelmente se deu pois trata-se de um conhecimento que permeia todos os outros, já que estes são, de um jeito ou de outro, criações humanas. Dessa maneira, mesmo depois de um século de existência, ainda possui muito espaço para a introdução e reestruturação de conhecimentos. 
Na busca por um conhecimento psicológico passível de se encaixar nos termos científicos, autores de variadas origens e backgrounds usaram abordagens muito diferentes: umas mais focadas nas estruturas interna do cérebro e suas criações, outras na relação do ser humano com o ambiente, enquanto outros tentavam buscar uma união entre esses dois conceitos. 
Kurt Koffka
Em seu livro “Principles of Gestalt Psychology”, Koffka buscava atingir um conhecimento generalizado em Psicologia. Queria, mais do que relativizar as diferenças entre áreas combatentes nesse campo, integrar variados conhecimentos científicos em uma visão universal simplista, abarcando desde objetos inanimados até condutas sociais.
Para ele, o “verdadeiro saber deveria a nos a reintegrar o nosso mundo, que foi fragmentado; deve ensinar-nos a irrefutabilidade das relações objetivas, independentes de nossos desejos e preconceitos; e deve indicar-nos nossa verdadeira posição no mundo, fazendo-nos respeitar e reverenciar as coisas animadas e inanimadas que nos cercam 
Nesse sentido, defendia que um processo deve ser estudado como um todo, de modo que seus componentes seriam reveados depois: ”investigar as relações intrínsecas entre os fatos em um sistema racional que os organiza em um todo.” 
Em sua definição de ciência, via três categorias principais: natureza, vida e mente. O problema estaria na junção delas, na relação entre o ianimado, o vivo e o consciente. Na abordagem materialista, não haveria distinção entre as três, e sim só um componente: a matéria, de modo que a vida e a consciência seriam consequência da movimentação da matéria. Koffka considerava discriminação totalmente arbitrária, não levando a nenhum estudo elucidativo. Outra abordagem, a do vitalismo, separava os componentes entre os que possuíam essa dita energia vital (vida e consciência) e o inanimado, que não a possui. A falta de integração, na visão de Koffka era um erro metodológico que dava foco a crenças ao invés de uma explicação geral integrada. Defendia que a ordem está presente tanto na natureza quanto na vida, não havendo dicotomia entre o qualitativo, referente a vida, e o quantitativo, referente a matéria. 
Era contrário, portanto, a métodos de sua época (século XX) que entendiam o comportamento como uma junção de diversos componentes do processo individual, exigindo análises separadas. Acreditava a psique humana era composta por fatores comportamentais, conscientes e também inconscientes, todos relacionados ao ambiente físico de modo que escolas que focavam em um desses aspectos, como a psicanálise no inconsciente ou os comportamentalistas no comportamento, não davam conta da totalidade da Psicologia.
Isso seria feito pela articulação entre os diferentes níveis da existência, incluíndo tanto os deslocamentos da matéria quanto os significados pessoais da experiência viva. Seu ponto de partida foi o comportamento, divido entre comportamento molar e molecular. O primeiro se relaciona as concepções de senso comum dos sujeitos, da maneira como ocorrem no ambiente, que seria o meio comportamental. Já o comportamento molecular estaria imerso no meio fisiológico-geográfico. Estes meios seriam interdependentes: entre o esímulo e a resposta, presentes materialmente, ocorre a mediação do meio comportamental do indivíduo, seu mundo interior ou consciência. A realidade seria o que o indíviduo percebe e sente nela, uma construção própria a partir de um ponto de vista.
Sem simplificar materialisticamente e sem introduzir uma força vital abstrata criadora da ordem, Koffka tentou criar uma ciência que pressupõe a demonstração de uma ordem natural que agrega os diferentes elementos físicos e mentais, podendo se extender de objetos inanimados até seres sociais. Assim formou-se a Gestalt, que em português se tradus em “forma”, designando uma configuração que pode ser explicada em sua totalidade ao invés de seus detalhes. 
Na minha visão, o valor do trabalho de Koffka está na quebra da dicotomia entre as epistemologias materialistas, como a reflexiologia, e as idealistas, exemplificadas pela psicanálise, unindo-as como parte de um todo que abarca tanto o meio físico quanto o ideal sob uma perspectiva científica, mensurável. Seu enorme esforço em delimitar o objeto de estudo de maneira clara e palpável em sua época é impressionante, tanto ao fazer um apanhado geral das pesquisas e bases epistemológicas vigentes, incluindo seus erros e acertos, quanto ao tentar integrar o estudo psicológico a outros conhecimentos, desde os naturais até os humanos. Sua abordagem holística ao comportamento quebra as barreiras entre os diferentes compartimentos do saber, possibilitando uma transitividade e conversa muito maior entre eles e favorecendo uma visão geral de processo ao invés de uma hiperespecialização. Porém, na tentativa de abarcar a totalidade, incluindo meio material, as formas de vida e a consciência, Koffka acaba criando mais um método de abordar processos naturais do que um aprofundamento deles; sendo pioneiro nessa abordagem, conseguiu abrir um caminho a ser trilhado, que levaria a muitas conclusões diferentes mas convergentes.
In his later lectures and writings, Koffka applied Gestalt principles to a wide range of political, ethical, social, and artistic subjects
quer estabelecer uma psicologia única, valoriza muito o pensamento geral ao invés dos específicos. 
Todo método experimental inclui os fatos, para depois haver uma hipótese criada da mente do autor. A psicologia é especialmente menos baseada em fatos do que em hipóteses.
Ciência desde o renascimento buscando mais uma logica intrínseca que abarque o mais possível do que uma compilação de fatos.
The concept of order in its modern form is derived from the observation of living beings. But that does not mean that its application is restricted to life. Should it be possible to demonstrate order as a characteristic of natural events and therefore within the domain of physics, then we could accept it in the science of life without introducing a special vital force responsible for the creation of order. And that is exactly the solution which Gestalt theory has offered and tried to elaborate
How could, so the argument would run, the laws of sensation and association, which then composed the bulk of scientific psychology, ever explain the creation or enjoyment of a work of art, the discovery of truth, or the development of a great cultural movement like that of the Reformation? The facts to which these opponents of scientific psychology pointed and the facts which the experimental psychologists investigated were indeed so far apart that they seemed to belong to different universes, and no attempt was made by experimental psychology to incorporate the larger facts in their system which was erected on the smaller ones, at least no attemptwhich did justice to the larger.
that, generally speaking, it would be impossible to incorporate the data of culture within current psychological systems without destroying the true meaning of culture. For, so they would say, culture has not only existence but also meaning or significance, and it has value. A psychology which has no place for the concepts of meaning and value cannot be a complete psychology. At best it can give a sort of understructure, treating of the animal side of man, on which the main building, harbouring his cultural side, must be erected.
The dilemma of psychology, then, was this: on the one hand it was in possession of explanatory principles in the scientific sense, but these principles did not solve the most important problems of psychology, which therefore remained outside its scope; on the other hand, it dealt with these very problems, but without scientific explanatory principles; to understand took the place of to explain.
far from being compelled to banish concepts like meaning and value from psychology and science in general, we must use these concepts for a full understanding of the mind and the world, which is at the same time a full explanation.
we have found the same general principle: to integrate quantity and quality, mechanism and vitalism, explanation and comprehension or understanding, we had to abandon the treatment of a number of separate facts for the consideration of a group of facts in their specific form of connection.
Do we then claim that all facts are contained in such interconnected groups or units that each quantification is a description of true quality, each complex and sequence of events orderly and meaningful? In short, do we claim that the universe and all events in it form one big Gestalt?
If we did we should be as dogmatic as the positivists who claim that no event is orderly or meaningful, and as those who assert that quality is essentially different from quantity. But just as the category of causality does not mean that any event is causally connected with any other, so the Gestalt category does not mean that any two states or events belong together in one Gestalt.
To apply the category of cause and effect means to find out which parts of nature stand in this relation. Similarly, to apply the Gestalt category means to find out which parts of nature belong as parts to functional wholes, to discover their position in these wholes, their degree of relative independence, and the articulation of larger wholes into sub-wholes."
Life becomes a flight from science, science a game. And thus science abandons its purpose of treating the whole of existence. if psychology can point the way where science and life will meet, if it can lay the foundations of a system of knowledge that will contain the behaviour of a single atom as well as that of an amoeba, a white rat, a chimpanzee, and a human being, with all the latter's curious activities which we call social conduct, music and art, literature and drama, then an acquaintance with such a psychology should be worth while and repay the time and effort spent in its acquisition.
Psicologia ocupa uma posição peculiar no grupo das ciências, pois depende de todas as outras, em diferentes graus, e dá luz sobre todas elas.
Psi e Bio: relação forte. Achava-se que psi era subordinada a bio, em seus componentes genéticos e epigeneticos, fisiologia. Mas sabe-se que analise do comportamento dá luz sobre funcionamento nervoso e do cérebro. A psicossomática revela ainda mais contribuições. Comportamento como força atuante no processo de seleção. Quanto melhor explicadas essas áreas, maior será a influencia causal da psicologia na interpretação do funcionamento de mecanismos estudados na biologia. Do outro lado, maior conhecimento da biologia por psicólogos poderia fazer com que evitassem o behaviorismo puro.
Psi e Mat: relação entre estruturas abstratas de derivações matmaticas se aproximam de estruturas concretas formuladas por crianças. Pode-se considerar, portanto, que são estruturas”naturais”, de modo que se desenvolvem repetidamente em situações diferentes. Mesmo uma criança pode ter pensamentos matemáticos complexos, de modo que se a cognição é campo da psicologia, então a formação da matemática elementar deve ser explicada por ela, sendo uma construção elementar no desenvolvimento. Não q a matemática use a psicologia, esteja subordinada a ela, mas que faz parte de sua base epistemológica. Tem papel indispensave na metamatematica presente nas disciplinas logico-matematicos. Como o sujeito criador do raciocínio matemático esta inserido num meio físico e é mais um objeto material. Suas acoes físicas de ordenar o mundo são base para suas construções internas. A matemática presente em um individuo esta inserida em seu organismo fisiológico. Se nao deriva diretamente da psi, então sua fonte esta nas atividades que o individuo, como entidade física, esta altamente adaptado e intrinsicamente estruturado a fazer, e que são conhecidas por meio da psi.
Psi e ciências humanas: 
Linguística: linguagem esta subordinada a capacidade intelectual. Módulos mentais que tratam da linguagem, relação entre psi bio e linguist
Economia: decisões econômicas 
B.F.Skinner
Skinner, em seu estudo da Psicologia, procurou estabelecer princípios científicos de alto rigor na compreensão do comportamento humano. Para tanto, se baseou principalmente no trabalho de Watson, criador do Behaviorismo Metodológico. Nessa escola, partia-se da definição de comportamento - basicamente, uma ação que ocorre por consequência de variáveis ambientais, de acordo com a relação estímulo-resposta – que permitia a utilização do método científico pelo controle das variáveis.
Questões externas a essa definição eram ignoradas por não serem passíveis de mensuração experimental. Skinner, porém, levou o Behaviorismo para um sentido mais extremo, defendendo que qualquer ação humana pode ser caracterizada como comportamento, e assim ser mensurável experimentalmente de modo que permite previsão e até controle. A presença do inconsciente e ilogismos, portanto, eram descartadas de sua teoria: “a previsão e o controle pode ser negados em favor da interpretação ou alguma espécie de compreensão. Não obstante, as espécies de atividades intelectuais exemplificadas por juízo de valor, ou por intuição, ou interpretação, nunca foram propostas claramente, nem mostraram capacidade alguma de trabalhar nas modificações de nossa condição presente”. Essas áreas eram tidas como inúteis na busca de uma verdade que poderia ser testada e comprovada.
O comportamento, por sua vez, como resultado da interação entre o organismo e o ambiente, foi divido por Skinner em dois tipos: o respondente, que é consequência de variáveis estimulantes do ambiente, uma resosta específica no organismo que independe da aprendizagem; o operante, que ao mudar o ambiente tem capacidade de estimular positiva ou negativamente uma próxima resposta. Enquanto a reação do indivíduo, como objeto de estudo, era considerada uma variável dependente, os estímulos seraim as variáveis independentes. Os mecanismos de respostas, por sua vez, teriam evoluído pelo processo de seleção natural, dependendo de sua adaptabilidade. 
Para mensurar essas respostas, o método elaborado por Skinner reproduzia as bases o método científico clássico, envolvendo análises de causalidade, observação de campo controlada, entrevistas com testes, observação de ambientes rígidos como militar e industrial, além de estudos em laboratório. Defendia que, para se atingir um conhecimento complexo, era necessário antes compreender os processos básicos, tornando-se muito útil o estudo com animais. O uso de ratos, por exemplo, permitia longas e detalhadas observações em um ambiente rigidamente controlado, dando origem a um grande número de hipóteses e conclusões bem embasadas que podiam ser generalizadas para humanos. Vale destacar que a neutralidade do experimentador era um aspecto muito valorizado por Skinner.
Em suapesquisa, trabalhou também com a questão coletiva e cultural, vendo-as como resultado de uma série de diferentes interações que mediam os comportamentos por meio de reforços ou punições. Considerava que o “o ambiente determina o indivíduo mesmo quando este altera o ambiente”. 
Sendo o comportamento um processo dinâmico, cheio de variáveis condicionantes, cada indivíduo acaba desenvolvendo uma história única muito rica em detalhes torna-se extremamente difícil de ser imobilizado e observado plenamente. Assim, a produção de ciência tinha consideráveis barreiras. A quantidade de condicionantes acaba determinando que cada indivíduo tenha uma história única, cheia de detalhes, tornando a mensuração praticamente impossível e dificultando a criação de princípios gerais. O próprio comportamento pode ser tão complexo que impede que seja tratado a partir de leis. Além disso, trata-se de um objeto de estudo que pode ser alterado por uma previsão feita a seu respeito, já que temos inteligência.
 
Adepto a ideologia e métodos estritamente científicos, Skinner conseguiu consolidar todo um campo de ideias acerca da existência humana sem se envolver praticamente com algum sistema de crenças existente, dando mais lugar a Psicologia na ciência e no meio acadêmico. Porém, ao defender que o ser humano apenas reage aos estímulos presentes no ambiente, descartou a possibilidade de processos internos e subjetividade humanas, substituindo-os por explicações muito superficiais e redundantes para expressões humanas de extrema importância – como se explicam a criação de músicas, danças, cálculos matemáticos? Ou as tremendas transformações que a humanidade passou em tão pouco tempo de existência?
Além disso, os pressupostos de sua pesquisa exigiam o descarte de campos de extrema riqueza e lucidez acerca da condição humana na própria Psicologia, como a psicanálise e a Gestalt, que se desenvolviam bastante na época de vida de Skinner. Assim, afastou mais ainda essas diferentes áreas, desfavorecendo a troca de ideias e conhecimentos que é tão benéfica para a criatividade e saber humano.
Jean Piaget
Na visão desse autor, a Psicologia é tratada como uma ciência que trata dos processos internos ao indivíduo. Nesse sentido, todas as ciências, como criações humanas, revelam muitas implicações psicológicas. O outro lado dessa relação é que a Psicologia tem muito conhecimento a oferecer a todas elas. Ocupa assim uma posição peculiar dentre as diferentes áreas do saber. 
Com formação em Biologia, Piaget abordou a Psicologia por meio do estudo do desenvolvimento cognitivo em crianças. Com o objetivo de entender os atos e processos envolvidos na criação de conhecimento sob um olhar científico-experimental, ele acabou rompendo com o campo da Filosofia, tradicionalmente envolvido nessa questão. 
Em seu estudo, teve grande influência de ideias vindas da Biologia, vendo a cognição como um processo adaptativo humano que permite uma interação mais eficiente com o ambiente. Desde cedo na ontogênese, cada indivíduo passa a construir estruturas de pensamento que vão do simples ao complexo, tendo de reestruturá-las a medida que vai aprendendo coisas novas, num movimento de “auto-aprimoração”. 
	Sua perspectiva científico-experimental, embora não rígida como a de Skinner, lhe possibilitou testar e comprovar ou não suas hipóteses com certa segurança. A maioria de suas pesquisas era feita pelo “método clínico”, observando crianças e entrevistando-as, buscando entender causas e consequências envolvidas nas estruturas cognitivas dos sujeitos. Além disso, fez uso de situações-problema para testar as crianças, caracterizando metodologias inovadoras e de destaque no meio científico.
Nas relações da Psicologia com outras ciências, via a Biologia como uma ligação especial. No passado, achava-se que a primeira era subordinada a ultima, em seus componentes genéticos e epigenéticos. Porém, sabe-se que a análise do comportamento dá luz sobre o funcionamento nervoso e do cérebro, além de revelar forte influência no processo evolutivo. Acreditava que quanto mais explicada essa área, maior a influência causal da psicologia na interpretação do funcionamento de mecanismos estudados na biologia. Por outro lado, um maior conhecimento da biologia por psicólogos poderia fazer com que se afastassem do behaviorismo puro, que considerava reducionista.
Na relação com a matemática, aproximava as estruturas resultantes de pensamentos matemáticos com estruturas concretas criadas por crianças. Assim, sendo a cognição um campo da Psicologia, então a construção matemática elementar deve ser explicada por ela, sendo algo básico do desenvolvimento infantil.
Na busca do entendimento acerca da construção de conhecimento humano por meio de uma perspectiva cientifico-experimental, Jean Piaget se destacou de tradições filosóficas anteriores e conseguiu reunir saberes de diferentes áreas em sua pesquisa, com destaque para a Biologia e Filosofia. Vendo a Psicologia como uma ciência que envolvia todas as outras, pode contribuir com conhecimentos generalistas e ricos não só em sua especialidade, além de promover a dissolução de barreiras que impedem um acúmulo de saber mais denso. 
	
Vygotski 
Este autor se usa da filosofia dialética para tentar realizar a psicologia como ciência. Essa lógica, que perpassa todos os campos da existência - externa e interna aos indivíduos - pressupõe que qualquer avanço ocorre a partir de uma dicotomia de conceitos, que gerariam, em seu confronto, uma síntese chamada dialética. Esta teria incorporada em si elementos de ambas as partes dicotômicas, mas seria uma união simplificadora e adaptada ao ambiente em que se encontra.
Nesse sentido, Vygotski afirma que a Psicologia, mesmo com diferentes “escolas” em desenvolvimento, em sua essência passava por um momento de dicotomia que impedia seu avanço como ciência. De um lado, havia os conceitos que se aproximavam do materialismo, envolvendo basicamente a relação do homem com o meio físico, de modo que estamos subordinados a ele, ao mesmo tempo que o modificamos inevitavelmente. Havia, assim, uma grande objetividade de estudo, envolvendo os elementos externos ao homem. Porém, envolve só o que se refere ao comportamento humano. Do outro lado, focava-se no mundo interior do homem, sua subjetividade e possibilidade de simbolizar, o que caracterizava o idealismo. Dava-se grande valor aos desejos e construções individuais, áreas que foram muito trabalhadas e teorizadas na psicanálise. Porém, não explica-se a estrutura do mundo ou a história da humanidade. 
O autor incluiu nessa mesma crítica o tratamento dado a linguagem pelos psicólogos de sua época. De maneira geral, usavam palavras de origem cotidiana, filosófica ou científica fora de seus contextos, deixando espaço para interpretação e impedindo uma maior coesão entre os conceitos utilizados. Via a palavra como uma marcação se sentido fundamental para uma construção teórica-filosófica eficaz.
Retomando a dicotomia, Vygotski afirmava que nenhuma das duas tendências dava conta de explicar a totalidade do campo psicológico. Separadas de maneira dogmática, tendiam a subordinar e excluir concepções essenciais ‘as duas. Porém, simplesmente uni-las em um mesmo plano não traria vantagens, já que tratam-se sistemas teóricos com pressupostos distintos. Em outras palavras, “tratar de explicar tudo equivale a não explicar nada”. O Gestaltismo seria, nessa visão, uma forma de se afastar da dicotomia ao pensar o psíquico e o físico como conectados intrinsecamente. 
No entanto, a construção de uma Psicologia geral, ocorreria por meio da lógica dialética. Seria necessária a união de todo o trabalho psicológico passado - captando a essência das configurações dos diferentes fenômenos - em uma base científica nova, com o esforço conjunto das escolas. O resultado de tamanha junção seria mais uma metodologia do que uma escola definida. Em outras palavras, seria um jeito de abordar a enorme extensão de informações relativas a psicologiaem uma forma coesa, única.
Na minha opinião, esse esforço de Vygotski de tentar olhar a fundo a situação do campo da psicologia, fazendo uma retrospectiva critica cautelosa, é extremamente valioso para qualquer um envolvido com o campo, especialmente para aqueles que desejam produzir conhecimento científico. Ao analisar as diferentes tendências e abordagens teóricas, conseguiu criar um panorama claro e conciso das vantagens e desvantagens de cada uma, além de possibilitar uma visão generalista de um todo. Assim, pesquisadores contemporâneos de seu trabalho tiveram a possibilidade de adentrar um campo melhor definido e delimitado como ciência, algo especialmente importante para uma área tão única por sua amplitude e envolvimento intrínseco com outros saberes
É válido ressaltar que a ambição de Vygotski não era apenas aproximar as diferentes psicologias, mas criar um caminho possível que as unisse. Nesse sentido seu trabalho aproxima-se do Gestaltismo introduzido por Koffka e representa um avanço como início da transformação de dicotomia em síntese.

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